sexta-feira, junho 15, 2012

FRANCISCO OSVALDO MARTINS HOPPE

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 16 de Junho de 2012
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
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http://www.teleresponde.com.br/

ENTREVISTADO: FRANCISCO OSVALDO MARTINS HOPPE

Francisco Osvaldo Martins Hoppe é nascido a 11 de janeiro de 1960 em Capivari, filho caçula do casal Mário de Barros Hoppe e Eugênia Martins de Toledo Hoppe que tiveram os filhos José, Mário, Maria de Lourdes, Solange, Eliana Maria e Francisco. Seu pai Mário de Barros Hoppe atuou sempre no comércio, tendo sido inclusive representante da Johnson & Johnson. Sua mãe foi professora primária na cidade de Rafard, cujo salão nobre da Câmara Municipal de Rafard foi denominado Eugênia Martins de Toledo Hoppe em homenagem póstuma pelos serviços prestados á cidade. Ela sempre lutou muito pela escola e sempre foi muito estimada pela população. Francisco fez seus estudos na Escola Estadual Padre Fabiano José Moreira de Camargo, formou-se pelo Curso Técnico de Contabilidade Capivari. Aos 23 anos foi trabalhar na Caixa Econômica Estadual, como estagiario pelo CIEE – Centro de Integração Escola Empresa, onde permaneceu por dois anos, no Banco Itaú permaneceu por mais um ano. Cursou Engenharia Civil por um ano na Escola de Engenharia de Piracicaba, foi o tempo suficiente para que preceber que a sua vocação estava voltada para outra àrea. Em 1981 foi cursar Direito na Unimep. Prestou o concurso para delegado de polícia, foi aprovado. Atualmente além de delegado de polícia Primeira Classe é Mestre em Direito e professor universitário. Tem como hobby música, pintura. Estudou violão com Alessandro Pinezzi, um dos grandes mestres do violão. Francisco gravou um CD incluindo composições suas. Foi aluno de desenho e pintura do grande artista Manoel Martho, quando Manoel Martho fez um busto de barro de Frei Paulo de Sorocaba, outro grande nome da pintura, Francisco fez a carvão uma pintura retratando Frei Paulo de Sorocaba.
Qual foi a primeira cidade em que o senhor assumiu como delegado de polícia?
Foi na cidade de Sete Barras , no Vale da Ribeira. Morava na própria delegacia. Tinha 30 presos, não havia investigador de polícia, tinha apenas um escrivão, a Polícia Militar tinha sua corporação na própria delegacia, onde permaneciam dois policiais militares e 6 carcereiros que se revesavam. Após permanecer por quatro meses fui transferido para Campos do Jordão. Permaneci por cinco meses, morando em hotéis e na delegacia também.
Em Sete Barras, morando na própria delegacia, como era o ponto de vista dos presos a respeito?
A maioria dos presos gostava de mim, porque eu conversava muito com eles, dava-lhes atenção. Logo que cheguei, encontrei alguns presos impondo-se junto aos demais através de um clima pesado. Consegui quebrar o domínio desse pequeno grupo sobre os demais. Pelas minhas atitudes sofri ameaças de morte por parte dos descontentes. A maioria dos presos me tratava muito bem, eu ia ao pátio, conversava com eles.
Presos têm ética?
É diferente da nossa, é uma ética própria. O problema junto a população carcerária é quando não impera os regulamentos legais lá dentro. A isso se dá o nome de anomia (desintegração das normas).
O que o motivou a ser delegado de polícia?
É o sonho de muitas crianças, ser policial. Eu tinha feito estágio no Forum de Capivari, junto ao juiz. Naquele meio conheci o promotor, delegado de polícia, juiz, advogados. Vi que na àrea criminal, que eu gostava, era essencial a existência da polícia civil. Existia uma investigação, qualquer condenação do autor de um crime, tinha seu inicio com a investigação da Polícia Civil. Vi a beleza envolvida na ciência da investigação, como era gostoso solucionar problemas com inúmeras variáveis. O contato com o público. Comecei a ter uma noção da realidade cotidiana. Dentro da polícia você vê o que é de fato realidade. O primeiro contato com essa realidade é feito pelo delegado de polícia, pela polícia civil. Os juízes, promotores, passam a conhecer logo em seguida o que de fato ocorreu.
Qual é a classificação do senhor dentro da hierarquia policial?
Tenho 25 anos de atuação como delegado de polícia. Sou Delegado de Polícia de Primeira Classe. O delegado inicia na quarta classe e vai sendo promovido. Após a Primeira Classe existe a Classe Especial, onde o delegado tem que ser convidado para ser promovido, não é apenas pelo tempo de serviço prestado.
No Brasil existe um jargão popular que diz: “A polícia prende e a justiça solta”. Como o senhor vê essa afirmação?
Toda vez que acontece algum crime que abala a sociedade, por pressão política endurecem a pena. Começam a criar novos crimes na lei positiva, passam a antecipar a ação do criminoso. Antigamente porte de arma era contravenção penal, hoje é crime. Foi endurecida a penalidade sobre crimes de trânsito. As penas sobre crimes hediondos endureceram. É muito difícil analisar o efeito dessas medidas, não diminui a criminalidade. Quando se fala em segurança pública as pessoas focalizam a polícia civil e a polícia militar. Segurança pública não é só isso. Um estudo sobre como trabalhar sobre segurança pública está na prevenção primária, prevenção secundária e prevenção terciária. Prevenção primária é a escola, a família, o meio em que o indivíduo vive, colocando valores morais, sociais, desde a infância. Tenho feito palestras sobre drogas em escolas, principalmente porque acredito nisso. A prevenção secundária é a presença nas ruas da Polícia Militar, com apoio da Guarda Civil para evitar que ocorram crimes. A terciária é quando termina o cumprimento de pena o detento seja colocado em liberdade ressocializado. O índice de reincidência é de 60% a 63%. Apesar de que existe não só no Estado de São Paulo, como também em Minas Gerais um bom trabalho das APACs - Associação de Proteção e Assistência aos Condenados. São entidades civis, ligadas a instituições religiosas trabalhando os valores morais com o reeducando.
Até hoje nas inúmeras escolas em que o senhor deu essas palestras quantos alunos assistiram?
Por volta de 6.000 pessoas. Acho que passei por todos os colégios de Piracicaba, dei palestras em colégios públicos e particulares, na igreja católica, centro kardecista. Há uma enorme carência de informações técnicas sobre os efeitos das drogas. É necessário que mais pessoas ministrem essas palestras, com base científica.
O senhor é pré-candidato a vereador para a Câmara Municipal de Piracicaba?
Sou. Muitas pessoas afirmam que não gostam de política. Acho isso um absurdo, tudo é político. Se ela não gosta de determinado político, é compreensível. Existe uma frase que diz: “Não tenho nada contra o fato de você não gostar de política, mas quem vai governar a sua vida é quem gosta de política”.
O que o senhor acha do voto obrigatório?
Nesse momento não deveria haver, pode ter sido necessário até certa época. Na medida em não for obrigatório votar, muitos vão querer votar. Até os que justificam o voto. Ninguém gosta de ser obrigado a fazer alguma coisa. Tem-se que entender que é muito importante votar, além de um dever é um direito.
Em seus 25 anos de trabalho como delegado o senhor observou que o indivíduo dependente químico sempre foi mais estimulado a cometer crimes?
Drogas sempre existiram, o que mudou foram as suas apresentações. A maconha hoje é potencializada, o índice de THC dela é bem maior do que era há 10 anos. O maior problema foi a banalização do uso da droga. Os meios de comunicação refletem o que existe na sociedade, de certa forma ajudaram nessa banalização. A sociedade em si banalizou a droga.
Programas populares que tratam de assuntos ligados ao crime funcionam como uma espécie de tele curso de crimes?
Acho que depende do tipo da abordagem. Quem assiste a programas policiais irá achar que no mundo só ocorre crimes, nada de bom acontece, que não existem pessoas boas, que o mundo está acabando, isso gera um negativismo muito grande. Isso gera depressão e medo. Quando é gerado o medo também é gerada a violência. O medo sempre foi tratado como instrumento, algumas crenças religiosas se impunham pelo medo, na área criminal a lei tem uma pena que impõem medo, pressão para que a pessoa não pratique crime. Só que quando é criada uma lei para inibir a ocorrência de um crime, essa lei não irá atingir a todos. Uma parcela jamais irá praticar crime, independente de lei, é uma parcela ética. Tem aqueles que não praticam crime por medo. Se vencerem o medo irão praticar crimes. E tem aqueles que irão praticar crime independente da pena que pese sobre eles. Nem a pena de morte irá inibi-los. Nos Estados Unidos, mesmo com pena de morte aumentou a criminalidade.
Não é um contra-senso a população ser desarmada e o delinqüente possuir arma?
Para se utilizar uma arma não é só puxar o gatilho, isso todo mundo sabe como fazer. Para utilizar bem uma arma tem que existir treinamento, além daquele que visa atingir o alvo, tem que existir o treinamento psicológico, ter equilíbrio, o que é mais difícil ainda. Uma arma dentro de casa não é certeza de proteção. Muito pelo contrário, pode ser que pelo fato de existir uma arma o criminoso atire primeiro. O fator surpresa está a favor do delinqüente. Se o cidadão tem uma arma em casa ao perceber a presença de um individuo, onde estará essa arma? Estará municiada? Possivelmente ela estará fora do fácil alcance de todos, ou seja, guardada em algum lugar.
Como anda o nosso código penal?
Foi criado na década de 50, passou por uma reforma na Constituição de 1988, ela visou mais a parte de direitos humanos e restringiu em parte a ação da polícia civil. Um delegado podia entrar em um domicílio mesmo não sendo flagrante delito. Hoje há a necessidade de um mandado judicial. Só em casos de flagrante isso é possível, se estiver ocorrendo um crime cabe a autoridade policial intervir. Acho que existem exageros na parte de entendimento de direitos humanos. Ninguém pode ser obrigado a fazer uma declaração que se torne prova contra ele mesmo. Só que permite também que a pessoa minta. Se ela mentir não estará praticando nenhum crime. Outros países admitem que permaneça calado, é um direito da pessoa para não produzir prova contra si mesma. Mas não admitem a mentira. Nossa legislação admite a mentira por parte do indiciado, que pode levar o foco da investigação para uma direção contrária a apuração da autoria. Se uma testemunha mentir ela é processada. Se o réu mentir não será processado pela sua mentira. O que provoca uma revolta social é a demora dos julgamentos, desde o crime, sua apuração, até mesmo a lentidão judiciária.
A lentidão judiciária traz benefícios para muitos envolvidos, como é de conhecimento público.
Além de beneficiar muita gente, tira o animo do brasileiro reclamar seus direitos, isso na área cívil. Quantos brasileiros têm seu direito negado, mas pelo valor envolvido na causa ele não se anima a ir adiante. Existe o juizado especial civil, sabemos que está sobrecarregado.
São criadas dificuldades burocráticas em registros de Boletim de Ocorrências para não aumentar estatísticas de criminalidade? Ao registrar um B.O., por melhor que seja o atendimento dado, o tempo gasto é de várias horas.
O plantão policial à noite ou final de semana pode receber várias ocorrências simultâneas. Um flagrante por simples que seja demora um bom tempo. Não são só as oitivas das pessoas. Tem outras peças que são obrigatórias a serem elaboradas. Ofícios. É um calhamaço de papel. É cumprimento de lei.
Seria interessante se esse sistema fosse simplificado?
Muito interessante, teria que haver um estudo, de uma maneira que não vá prejudicar posteriormente a formalização da investigação e das comunicações necessárias, mostrando a transparência do serviço policial, bem como as garantias constitucionais de quem está sendo preso.
Em 25 anos atuando como delegado de polícia o senhor conviveu com situações e pessoas mais diversas possíveis. Algum fato permanece em suas lembranças?
Muitos, envolvendo todo tipo de sentimento inerente ao ser humano, inclusive muitos de comportamento alterado, distúrbios mentais. Sempre gostei de conversar muito com as pessoas, apesar de que dentro de uma delegacia o expediente é muito corrido e nem sempre é possível dar a devida atenção. Um fato atípico, até singelo, ocorreu quando fui procurado por uma senhora muito humilde, dizendo que seu filho faltava ás aulas, não estudava. Disse-lhe: “- O que posso fazer para resolver seu problema?” Aquilo não tinha nada a ver com a função de uma delegacia de polícia. Ela disse-me “-Ele respeita a polícia, se o senhor conversar com ele com certeza ele irá mudar”. Eu já fazia palestras em escolas, ela se prontificou a levar seu filho de 12 anos para conversar comigo. Disse-lhe: “- Vamos tentar.”. O menino veio com a mãe, foi em um dia em que a delegacia estava com o expediente mais tranqüilo, ficamos uma hora conversando, a princípio os três, depois a mãe saiu da sala, e conversei com o menino. Ele saiu de lá se sentindo meu amigo, e prometeu que iria mudar. Passado algum tempo, eu já tinha até esquecido do episódio, quando a mãe do menino foi me agradecer, realmente o menino tinha mudado sua conduta. O sonho dele era ser policial.
Faltava a figura paterna a esse menino?
Faltava um pai.
Exercer a função policial é um sacerdócio?
É um sacerdócio. Tudo que consegui na minha vida foi através do meu salário, mesmo não sendo compatível com a função. É um trabalho difícil, muitas vezes em uma investigação se trabalha muito e não se consegue nada. De repente de uma ponta de um fio, ao puxar, começamos a resolver e as coisas começam a dar certo. Só que nesse período as pressões são fortes, da sociedade, da instituição, de todos os meios. Agora em Piracicaba estão sendo repostos novos policiais, estamos defasados. Há uma sobrecarga.
Piracicaba é uma cidade em franco crescimento, em todos os campos, inclusive na delinqüência?
Piracicaba ocupa a 47ª posição do PIB brasileiro e 12ª do PIB do Estado de São Paulo, só que junto com todas as atividades industriais e comerciais aparecem problemas também. Com a implantação de novas indústrias, se hoje temos um determinado número de postos de saúde, teremos que ter um número maior desses postos. O trânsito da cidade na área central, talvez alguém venha pensar em um sistema de rodízio de veículos baseado em suas placas.
O senhor não acha que o detento deve se ocupar com atividades produtivas?
A Lei de Execução Penal a LEP é maravilhosa, tudo isso está previsto. O problema no Brasil não é criar leis, não se resolve apenas com intenções, tem que ser feita uma política voltada para tal situação. Tem que executar, fazer parcerias. A APAC de Minas Gerais ajuda a fazer a política do trabalho ocupacional. Realiza contratos com empresas onde os presidiários são motivados a exercer uma ocupação. Os proventos resultantes do seu trabalho são para o Estado, para a sua família, para a vítima e finalmente para ele. Outra ponta da criminalidade é a ressocialização do preso. Não adianta nada colocar o preso em uma cadeia e quando ele ganha a liberdade muitas vezes sai pior do que entrou. Temos que parabenizar as APACs pelo trabalho que desenvolvem. Precisamos ter presídios dignos para os presos, são seres humanos que estão ali, assim como é lógico implantarmos uma cultura junto a população carcerária. Todo diretor de cadeia tem que verificar a alimentação do preso, na minha primeira delegacia em Sete Barras, eu peguei uma marmitex das que eram destinadas aos detentos, e comi e era muito boa. Não era almoço de luxo, de várias iguarias, mas era muito bom. Se o detento não quisesse almoçar ele tinha direito a um lanche, no mesmo valor da marmitex, só que tinha que avisar com antecedência. Convivíamos com uma inflação muito grande, o reajuste dos valores pagos pela alimentação tinham que obedecer uma burocracia.
Circula pela internet uma lenda onde o preso e sua família recebem um bom dinheiro do Estado, valor que se torna altamente significativo a medida que aumenta o número de filhos do detento.
Ele ganha um valor, que é para ajudar a manter a sua família, para que não seja mais criminalizado, mas não é nenhum absurdo. Até hoje nunca vi ninguém querer ser preso para auferir tal fortuna.
O menor é um problema sério?
O problema do menor é de valores, e isso todos nós somos culpados, não só a família dele. Somos omissos. Se os bons não se unirem para serem fortes, os ruins vão ganhar a parada. Temos que nos unirmos e tentarmos fazer uma sociedade melhor.
Um delegado de polícia eleito vereador pode fazer com que as leis que já existem sejam aplicadas?
Não só um delegado como qualquer outro político pode fazer isso. Muitas vezes não são problemas de ordem municipais, e sim federais com atribuições estaduais. Mas através da política pode ser facilitado o acesso aos canais competentes.
A criminalidade está aumentando ou se mantém?
Entre os fatores que aumentam a criminalidade está o aumento da população, a nossa educação piorou, até algumas décadas só os melhores alunos conseguiam entrar na escola pública. Existe um estudo que para recuperar a educação num patamar elevado demora três gerações, são 100 anos. Não existe uma grande melhora de uma hora para outra.
Isso é um fenômeno do nosso país.
Do nosso país, vários fatores concorreram para que a educação piorasse, desde a política salarial até o fato de promover o aluno automaticamente, o aluno não é reprovado. O pior ainda é não conquistar o aluno para a escola, o aluno gostar e ter respeito pela escola. Em meu tempo o aluno participava, tinha voz ativa. Sugeria eventos. Chegamos a ter clube de cinema dentro do colégio, pagávamos uma mensalidade, um aluno sabia onde adquirir os filmes pegava os melhores clássicos, que eram projetados no salão nobre da escola, o professor de literatura ia junto, após o término do filme ficávamos discutindo os mais diversos aspectos do filme. As coisas funcionavam, havia a fanfarra, inclusive onde toquei caixinha e surdo.
Turbinados pelo consumismo exacerbado ou movidos pela necessidade de sobrevivência, muitos pais deixam seus filhos entregues aos cuidados de terceiros, por muitos anos a televisão fez o papel de educadora, hoje os jogos, os famosos games, geralmente muito violentos ocupam boa parte do tempo da criança e do adolescente, isso pode influenciar a personalidade do indivíduo?
É difícil avaliar. O noticiário mostra a violência. Nas ruas há violência. Especialistas dizem que se o indivíduo tem uma tendência patológica, uma pré-disposição para a violência, com esses estímulos ela aflora.
O senhor está sempre buscando aperfeiçoamento profissional?
Recentemente fiz o Curso Superior de Polícia, é um curso com duração de seis meses. Há uma grande participação conjunta com a Polícia Militar, estivemos na Academia de Polícia Civil e depois estivemos na Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Trocamos informações sobre os métodos usados pelas duas instituições. Além da formação e informação, o estreitamento de relações entre a Polícia Civil e Polícia Militar foi muito importante. Tenho uma grande admiração pela Polícia Militar. Como parte do curso tivemos a oportunidade de conhecer a Scotland Yard, tradicional polícia inglesa, fomos conhecer os métodos aplicados por eles em Londres. O respeito aos direitos humanos tem sua origem na Inglaterra. Lá não existe a policia militarizada, o que há é a polícia civil, a fardada e a não fardada. Apenas um terço da polícia anda com arma de fogo, a grande maioria, que faz policiamento preventivo, não ttem arma de fogo. O panico deles tem como foco o terrorismo. O indice de furto é minimo, embora exista bastante consumo de tóxico.
A Holanda tentou flexibilizar o uso da droga, qual foi o resultado?
Deu errado, tentaram liberar a droga leve. A luta contra a droga não vamos ganhar com repressão. Os limites territoriais do nosso pais são extensos. Temos drogas socialmente aceitas, como remédios, álcool, tabaco. É dificil acabar com isso pelo volume de dinheiro envolvido. Temos o exemplo do cigarro, houve um trabalho de conscientização. Antigamente era bonito a pessoa fumar. Charmoso. Hoje é feio. Por isso eu estava fazendo as palestras sobre drogas. Quando os “heróis”, ídolos, pop-star, que todo mundo gosta, são consumidos de uma forma barata, principalmente pela televisão, dizem que a droga faz mal, quem experimentou droga diz que não faria isso. Antes pareciam que falavam com orgulho o fato de terem experimentado tal droga. Não entendo porque fazem passeata pedindo a liberação de drogas leves, mas não fazem passeata pedindo maior número de empregos, solicitando mais esolas como o SENAI que é uma maravilha. A liberdade é uma aspiração do homem, só que poucos pensam o que fazer com essa liberdade. Parece que a humanidade está um pouco vazia.







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