sábado, março 23, 2013

GILMAR ROTTA

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
Sábado 23 de março de 2013
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
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ENTREVISTADO: GILMAR ROTTA

Gilmar Rotta nasceu em Piracicaba a 29 de julho de 1966, filho de José Antonio Rotta, mecânico de automóveis, e Diva Vazatti Rotta, costureira, que tiveram ainda os filhos Jaqueline Aparecida Rotta e Carlos Alberto Rotta (já falecido). Gilmar Rotta é casado com Andréia com quem tem o filho Felipe. A cerimônia foi realizada pelo Monsenhor Jorge a quatro de setembro de 1999.


Seus pais sempre residiram em Piracicaba?


Eles moravam na cidade de São Pedro. Meu pai começou a sua carreira de mecânico trabalhando no Aeroclube de São Pedro. ( Dutra em 30 de abril de 1946 mandou fechar todos os cassinos, inclusive do Grande Hotel de Águas de São Pedro). Havia um fluxo razoável de aviões que pousavam em São Pedro. Já em tempos mais recentes o cantor Roberto Carlos descia de avião em São Pedro e dirigia-se à Águas de São Pedro.


Em que bairro de Piracicaba o senhor nasceu?


Nasci na Vila Independência, meus pais tinham uma casinha próxima ao atual Teatro Municipal, na Avenida Independência, essa casa existe até hoje. Algum tempo após meu nascimento meus pais mudaram-se para o final da Rua Dr. Otávio Teixeira Mendes, acima do Colégio Salesiano Dom Bosco. Estudei na Escola Estadual de Primeiro Grau Prof. Augusto Saes situada na Rua D. Pedro I. Lembro-me do professor Mezzacapa que deu aula de educação física, Dona Zoride Carboni que deu aula de ciências. Dona Maria Dinei, professora de história. No Augusto Saes estudei até a oitava série. O primeiro colegial estudei no Sud Mennucci, cuja diretora era Dona Flordelis. O segundo e terceiro colegial estudei no Colégio Piracicabano, onde fiz o curso de Tecnólogo em Processamento de Dados, tínhamos matérias complementares como matemática, contabilidade, biologia, química. Prestei vestibular na Unimep e fui aprovado em Ciências Matemática. Embora não exerça a função já faz tempo, sou professor de matemática, lecionei no Sud Mennucci á noite. Era um ambiente de alunos com todas as atividades profissionais, trabalhavam durante o dia e estudavam a noite. Recém formado, com uma bagagem enorme, uma grade curricular a seguir para lecionar, cobrança da direção da escola, da Secretaria Estadual da Educação, encontrava muitos alunos exaustos do trabalho exercido durante o dia, mas que sabiam que tinham que estudar para progredir em suas vidas. Matemática é uma ciência que exige a atenção do aluno em classe. Fiz um processo de conversar com cada aluno, entender seus objetivos, e assim adaptando as minhas aulas para serem mais prazerosas para os alunos. Que houvesse o envolvimento deles nas aulas.


Antes de ser professor o senhor chegou a trabalhar em outra atividade?


Meu primeiro emprego foi com o meu pai, em sua oficina mecânica. Meu trabalho era lavar peças. Na época ele era sócio do Libório, que trabalha com cabeçotes de motores, a oficina deles era na Chácara Nazareth, logo acima do SESC.Ali eles faziam a retífica de motores de caminhonete, o chamado “Misto Quente”. A parte de cima era de um tipo de motor, a parte de baixo era do motor a diesel. Eles juntavam partes dos dois motores e faziam funcionar a diesel, o chamado “Misto Quente”. Dava uma compressão maior e funcionava com óleo diesel. Minha função com uns treze anos era quando tiravam esse motor de uma caminhonete, por fora ele estava com uma mistura de óleo, barro, terra. Era tirado com o guincho, levado para a caixa de lavagem, eu com um par tênis da marca conga nos pés, calça jeans, um pincel na mão, lavava o motor com óleo diesel, usava uma lamina de serra para raspar os locais mais resistentes. Deixava limpinho. Depois meu pai desmontava para iniciar o conserto. Trabalhei ali até meus dezesseis anos.


O senhor foi trabalhar onde depois da oficina?


De quem olha de frente para a Catedral de Santo Antonio, do lado direito ao lado do atual Bistecão, havia um barzinho de um árabe que fazia quitutes típicos. Passei a trabalhar como balconista. Servia um pingado, um quibe. Quando sai dali fui trabalhar na Rações Ceres, que nessa época já estava na Avenida Carlos Martins Sodero, 77. A fábrica já estava instalada na Unileste. O proprietário era o Paco Munhoz, seu filho Angi Munhoz e a Dona Sílvia.


Qual era a sua atividade na Rações Ceres?


Eu trabalhava na parte administrativa voltada mais para a parte financeira como contas a pagar e a receber. Era a época dos borderôs. (Documento onde são relacionados os cheques pré-datados e/ou duplicatas negociados). Permaneci ali até 1986, quando o marido da ex-vereadora Adeli Bacchi, que era engenheiro de nutrição da Rações Ceres disse que Adeli Bacchi precisava de um ajudante, naquela época não existiam assessores na Câmara Municipal. Ela era presidente do Centro de Defesa do Consumidor- CEDECON. Não existia o Procon. Sai da Rações Ceres e vim para a Câmara de Vereadores. A minha função no CEDECON era atender as reclamações. Chegavam inúmeras reclamações, umas das que se destacavam era com relação ao peso do filãozinho. Eram vendidos individualmente, tinham que pesar 25 ou 50 gramas. A Adeli Bacchi sempre foi rígida nessa questão, ela comunicava-se com o IPEM Instituto de Pesos e Medidas de Campinas que vinha fazer as vistorias em Piracicaba, acompanhados pela vereadora. Isso foi em 1986, quando entrei na Câmara, através de cargo nomeado. O presidente na época era Braz Rosilho, já falecido. A vereadora Adeli Bacchi não foi reeleita, fui então convidado pelo vereador Irineu Ulisses Bonazzi que se reelegeu e tornou-se presidente da Câmara. Ele me levou para o gabinete da presidência. Na época eram 21 vereadores, passei a assessorar todos os vereadores. Não havia assessores, era apenas eu. Eu tinha uma máquina de escrever Remington, usava papel sulfite com papel carbono. Um fato peculiar, o ex-vereador Tenente Elias, o Sub-Elias, era o primeiro a chegar à Câmara, trazia escrito em um papel o que desejava, uma indicação, tapar um buraco, só que o papel era aquele em que se embrulhava o pão chamado de “bengala”, que precedeu o filãozinho. Era o famoso papel de pão.


O senhor era o homem que mais entendia de leis relativas a Câmara?


Tudo passava pela presidência do Bonazzi e vinha até as minhas mãos. Chegou um momento em que o Bonazzi percebeu que eu não tinha mais condições de assessorar tudo sozinho, foi então que ele trouxe mais duas pessoas. A Câmara tinha um diretor geral, o Dr. Rolim, professor de Direito Romano na UNIMEP. A diretora da Câmara na época era Dona Maria Inês. Eduardo Rufino, já falecido, era o diretor do departamento legislativo da Câmara. Meu cargo era de Auxiliar Técnico Legislativo. Naquela época ajudei vereador do PT Isaac Jorge Roston Junior, Laerte Zitelli, Rogério Vidal, Helly Melges, José Inácio Mugão Sleiman, José Coral, tínhamos uma Câmara forte em discutir as leis, os vereadores brigavam em cima da lei. Naquela época somando todos os funcionários não chegava a cinqüenta. Eram 21 vereadores. Depois caiu para 19, 16 e voltou para 23 vereadores.


Como se deu a informatização da Câmara Municipal?


Irineu Ulisses Bonazzi sempre gostou muito de ler os jornais “O Estado de São Paulo”, a “Folha de São Paulo”, ele via os encartes de informática que na época estava despontando. Ele me disse: “Tem-se que informatizar esta Câmara”. Fiz uma pesquisa, até conseguir a informação de que a Câmara Municipal de São Sebastião, Litoral Norte do Estado de São Paulo, estava iniciando o processo de informatização. A Maria Inês, a Ângela e eu fomos até São Sebastião conhecer o sistema. Gostamos. Dissemos a nossa impressão ao Bonazzi.


Qual foi o primeiro equipamento utilizado na implantação do sistema em Piracicaba?


A marca eu não me recordo, mas foi um AT-286, era o único que tínhamos, ligados a ele havia cinco computadores chamados de “terminais burros composto por teclado e monitor”, usava o World. Impressora matricial. Quando instalamos, a empresa estava fazendo a demonstração, eu estava presente, o Bonazzi, que chamou o então vereador Barjas Negri para ver o sistema funcionando. Acabamos adquirindo o sistema que se chamava PICK. Foi nessa época em que o Luiz (Luizão) criou um sistema de filmagem das sessões facilitando muito o trabalho dos secretários. A primeira Lei Orgânica da Câmara de Piracicaba foi feita nesse sistema. Gravado em disquete, separado por temas: Saúde, Educação, Meio Ambiente. Após o Bonazzi deixar a presidência, o Vanderlei Dionísio se elegeu vereador, assessorei Eduardo Pereira também. A Câmara passou a evoluir, hoje está uma maravilha o sistema de informática. No início fazíamos os back-ups em disquetes 5 e ¼, de polegadas, eram 8 a 10 disquetes por dia, no final do mês havia uma pilha enorme de disquetes. Hoje dominam novas tecnologias, como por exemplo, Pen Drive. Vanderlei Dionisio fez uma reforma administrativa, abriram-se os cargos para vereadores, dois ou três assessores para cada vereador. Fui ser assessor do vereador Laerte Zitelli, após o seu mandato, ele não se reelegeu, eu trabalhei com o vereador Dr. João Pauli. Quando ele foi ser vice-prefeito de José Machado, de 2001 a 2004 fui diretor da Secretaria da Saúde junto ao Secretário Dr. João Pauli. Em 2005 Walter Ferreira da Silva, o “Pira”, me chamou para trabalhar com ele na Câmara. Ele cumpriu seu mandato, foi reeleito, após dois anos veio a falecer. O vereador Dirceu Alves da Silva assumiu a suplência. Muitas pessoas ligadas ao Pira, da minha família, questionaram o porque eu não saia candidato a vereador. Até então eu nem era filiado a nenhum partido. Optei por filiar-me ao PMDB.


O senhor inicia o seu expediente a que horas?


Na Câmara chego por volta das oito e meia. Não tenho horário para sair, permaneço pelo tempo que for necessário. Faço visitas a bairros da cidade. Entidades filantrópicas e beneficentes. Percorro a cidade inteira. Zona rural.


Qual é o maior problema existente em Piracicaba?


Infelizmente é a saúde. A solução é procurar dar o melhor atendimento ao paciente. O paciente deve fazer sua entrada através do posto de saúde. A entrada para o tratamento é através do posto de saúde. No posto de saúde irá passar por uma consulta com um clínico, irá ver se a pressão está boa ou não, ele ira pedir exames de fezes, sangue, urina. Esse atendimento é preventivo. Se necessário será encaminhado a um especialista: cardiologista, oncologista. O que ocorre é que a população não procura um posto de saúde para fazer exames preventivos. Ela procura de imediato o pronto-socorro. Porque ela procura o pronto socorro sem passar pelo posto de saúde? Por haver alguma falha no meio desse processo. Ela procura o pronto socorro por estar com dor e por encontrar médico disponível 24 horas. Pronto socorro é para casos de urgência e emergência. Para cólica renal grave, apêndicite, esfaqueado, baleado., com convulsão, AVC. Essa é a função de atendimento do pronto socorro. Um paciente com enxaqueca, dor na perna, vai ao pronto socorro para passar pelo médico, ele é atendido, toma a medicação, vai para casa. Só que ele não vai ao posto, deixa de pedir uma consulta com o clínico para averiguar o porquê teve essa dor que o levou ao pronto socorro.


Se a pessoa acha que deve ir ao médico para onde ela de se dirigir?


Ela deve procurar o posto de saúde para marcar uma consulta com o clínico. Todos os bairros da cidade tem posto de saúde, Piracicaba tem em torno de 55 postos de saúde. E PSF que é Programa de Saúde da Família está chegando em torno de 60.


Quem estará disponível em um Posto de Saúde?


Irá encontrar a atendente, uma enfermeira, uma técnica de enfermagem, um clínico, uma pediatra, um ginecologista, um dentista. Isso no Posto de Saúde. Não estarão todos ao mesmo tempo lá, disponíveis, há a data de agendamento. A pediatra atende de segunda e quarta feira. O clinico atende terça, quinta e sexta feira. O dentista atende as sexta feiras.


No caso de uma dor de dente, um canal, por exemplo?


Existe o pronto atendimento odontológico de Piracicaba, que fica na Rua Tiradentes. É o Centro de Especialidades Odontológicas.


Para usufruir desses recursos o que é necessário?


Ter a carteira do posto de saúde, basta ir a um posto de saúde com o CIC, RG e comprovante de residência que irá tirar a carteira.


Vereador se aposenta com quantos anos de mandato?


Não se aposenta! Existiu uma época, há muito tempo, em que vereador se aposentava com três mandatos. Essa lenda corre até hoje, são fomentos negativos. Não recebe décimo terceiro e nem décimo quarto salário. Não recebe auxilio combustível,


Quantos veículos estão disponíveis para os vereadores?


A Câmara dispõe de seis veículos, sendo que um veículo é para trabalhar para a parte administrativa da Câmara, os outros cinco veículos são distribuídos para os 23 vereadores divididos por escala. Eu uso o carro amanhã, só daqui a 20 dias irei utilizá-lo novamente. Nesse meio tempo uso meu carro pessoal sem reembolso algum. Muitas informações chegam de forma errônea, a presidência da Casa, João Manoel, e os demais vereadores sempre deixam isso claro, usando a tribuna ou em entrevistas junto a mídia. Infelizmente existe a oposição que gosta de fomentar ao contrário. A Câmara não tem um carro para cada vereador. Não paga taxi, ônibus para nenhum vereador.


Vereador tem férias?


Não tem férias, ele tem recesso administrativo, em julho e no final do ano. É um período onde não acontecem as reuniões camararias, isso no país todo, o vereador nesse período continua vindo à Câmara, dá expediente normal. Só não há sessão.


Quantos dias por semana o senhor trabalha?


Trabalho de segunda a segunda. Se eu não estiver na Câmara estou em visita a bairros. Sábado, domingo, sou procurado em minha casa. São pessoas com necessidades urgentes de serem resolvidas. Domingo passado às oito e meia da manhã fui procurado por uma pessoa que estava com sua filha pequena muito doente e ela não sabia o que fazer.


Isso é um pouco de assistencialismo?


Não sei se seria o termo certo. O papel do vereador pela constituição, pelo ordenamento jurídico é fiscalizar o executivo e fazer a legislação. Só que há uma carência da população. Alguém não está fazendo o seu papel direito. À esse cidadão falta informação, falta procurar o caminho certo. A população em seu desespero em resolver um problema procura o vereador porque imagina que ali terá ajuda para resolver o seu problema. Nós, vereadores, somos quem estamos mais próximos do executivo. A população não tem o acesso ao prefeito, ao secretário municipal, da mesma forma que aos vereadores. A porta da Câmara está aberta, há um controle de entrada por questões de segurança. Eu acho que assistencialismo é pagar uma conta de luz, um botijão de gás. Isso, nem eu e nenhum vereador faz. A Câmara ajuda nos encaminhamentos em questões de saúde. Falta de vaga em creche, vamos ver o que está ocorrendo. Procuramos orientar a pessoa para o caminho mais correto. Um exemplo prático, uma senhora de um bairro distante, precisa resolver algum problema na Secretaria de Finanças da Prefeitura. No prédio cívico de onze andares, quatro andares são de setores da Secretaria de Finanças. A dúvida dela é em qual deles irá? Quem será a pessoa que poderá procurar para expor seu problema. A Câmara de Vereadores sabe onde está a solução para cada problema.


Porque nomes de ruas ou logradouros públicos que já têm seus nomes popularmente conhecidos recebem nomes de pessoas que muitas vezes são desconhecidas por grande parte da população. Para citar um exemplo fora de Piracicaba, a Ponte Cidade Jardim recebeu um nome ilustre, mas a população continua chamando de Ponte Cidade Jardim O mesmo quase ocorreu com o Viaduto Nove de Julho em São Paulo.


Não é permitido mudar nome de rua, a legislação proíbe que se mude a denominação de via pública.


Moção de aplauso é importante para o cidadão e para a Câmara?


Ela é importante pelo fato acontecido. Se contribuir para o engrandecimento da população.


Quantos títulos de cidadão piracicabano um vereador pode conceder por ano?


São quatro títulos de Cidadão Piracicabano, dois títulos de Cidadão Piracicabanus Praeclarus, duas medalhas de Mérito Legislativo e dois Lideres Comunitário por mandato.


Qualquer cidadão pode usar a tribuna em uma sessão da Câmara?


Para usar a tribuna ele tem que se inscrever com antecedência, onde ele cita o dia e o tema em que irá falar, junto a esse pedido deve coletar trinta assinaturas. Ele irá representar alguém.








EDIRLEY RODRIGUES

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 16 de março de 2013
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
http://www.teleresponde.com.br/


ENTREVISTADO: EDIRLEY RODRIGUES

Edirley Tereziano Duarte Rodrigues é conhecido nos meios de comunicação de Piracicaba e região como Edirley Rodrigues. Nascido a 28 de maio de 1950 em Piracicaba na Rua XV de Novembro a um quarteirão e meio da Rua do Porto. Do lado direito no sentido do centro para a Rua do Porto. Filho primogênito de Teresiano (com “s”) Rodrigues Pereira e Margarida Maria Duarte Pereira que ainda tiveram os filhos Fátima, que por muitos anos trabalhou em “O Diário” e era carinhosamente chamada por “Fátinha”, Flávio e Hilda. O pai de Edirley era motorista, trabalhou com ônibus, foi funcionário do Frigorífico Piracicaba, ele se aposentou como motorista da linha de ônibus circular de Piracicaba. Edirley é casado com Rosa Maria Municelli Rodrigues, Depois que se casou foi morar na Vila Resende. Quando menor, estudava e foi gráfico. Naquela época existiam em Piracicaba muitas tipografias famosas e o profissional era muito requisitado e valorizado. Já adulto conciliou no início da sua vida como jornalista (Diário de Piracicaba) e o trabalho como bancário. Nos anos 70, foi levado pelo amigo, jornalista e quinzista Delphin Ferreira da Rocha Netto, para a A Gazeta Esportiva e Rádio Pan Americana (Jovem Pan). Fez teste como redator e produtor, foi aprovado. Na Gazeta foi correspondente credenciado durante quatro anos. Não quis naquela época residir em São Paulo por razões familiares. Sua dedicação era pelo Diário de Piracicaba e Difusora. Duarte Filho lhe abriu as portas da vida profissional (rádio e jornal) e Sebastião Ferraz (diretor do Diário de Piracicaba) aconselhado por Duarte Filho e lhe deu o primeiro emprego como jornalista.


Você se lembra de ainda menino ter acompanhando seu pai no trabalho com o ônibus ou com o caminhão frigorífico?


Nunca. Naquela época os procedimentos eram mais rígidos, o meu pai era extremamente profissional. Ele entregava carne nos açougues de Piracicaba e região, nunca ele me convidou para acompanhá-lo nas entregas. Era comum o filho querer estar com o pai na cabine do caminhão. Ele sempre me ensinou a separar a vida profissional da vida pessoal. Minha mãe sempre foi do lar, está viva até hoje, com 88 anos, em suas plenas faculdades. Ela lembra-se de todas as datas, quando surge alguma dúvida sobre aniversário de alguém, seja quem for, da família, vizinhos.


O curso primário você realizou onde?


Estudei ao lado de onde nasci no Grupo Escolar "Francisca de Castro". (O Decreto 36.183,de 27 de janeiro de 1960 dá o nome de "Francisca Elisa da Silva" ao Grupo Escolar "Francisca de Castro"). Minha primeira professora foi Da. Maria Rodrigues Alves, meu primeiro diretor foi o Professor Joaquim Mello de Lara, ele morava na Rua Ipiranga. Tive as ainda as professoras Da. Alice, Da. Zaira Jordão e no quarto ano a professora Da. Elza Romano, falecida recentemente, ela morava na Rua São José esquina com a Avenida Armando Salles de Oliveira. Eu tinha o habito de todo dia 15 de outubro, Dia do Professor, telefonar-lhe ou visitá-la. Ela frequentava a Catedral de Santo Antonio.


Em que escola você prosseguiu seus estudos?


Estudei no curso preparatório para exame de admissão situado no Largo Santa Cruz, ministrado pela Dona Falzoni. Cursava de manhã o quarto ano no Grupo Escolar Barão do Rio Branco com o professor Izar. A tarde estudava no curso preparatório. Enquanto morei com meus pais sempre residi na região da Rua do Porto, a minha infância foi na Rua do Porto, embora não saiba nadar, nunca entrei nas águas do Rio Piracicaba, foi no Rio Piracicaba, no Clube de Regatas de Piracicaba, no Jardim da Cadeia, também chamado de Praça do Gavião, onde se situa a Pinacoteca Municipal Depois fui morar na Rua Moraes Barros. Já mais adulto morei com os meus pais na Rua Madre Cecília, próximo a Igreja dos Frades. Fui estudar no Colégio Estadual Monsenhor Jerônimo Gallo quando ele foi inaugurado. O prédio do Jerônimo Gallo não estava pronto, por uns seis meses nós ficamos nas instalações do Grupo Escola José Romão. O professor Helly de Campos Melges era o nosso diretor, um amigo, educador, pai, era tudo isso para o aluno. Criou a famosa fanfarra do Jerônimo Gallo, fez questão que todos nós desfilássemos usando traje banco. Tivemos as famosas fanfarras do: Jerônimo Gallo, Dom Bosco e a do Colégio Industrial que se tornou um modelo e tinha o comando do professor Danilo Sancinetti. Fiz o curso colegial na Escola Industrial "Coronel Fernando Febeliano da Costa”. Um dos professores com quem me identifiquei muito foi o professor Faganello, assim como o professor Lineu Cardoso. A professora Joana Falanghe, de matemática. O sonho de muitos garotos era sair de um curso primário e ingressar em uma escola como Jerônimo Gallo, Sud Menucci, Dom Bosco. Era difícil, o ensino era de primeiríssima qualidade. Lembro-me que morava na Rua Madre Cecília e fui a pé até o Jerônimo Gallo para ver se o meu nome estava na lista dos aprovados. Não havia a publicação dos aprovados em jornais, rádio, internet.Quando vi que o meu nome constava da lista dos aprovados fui em um cantinho e chorei muito.


Você participa de alguma religião?


Sou católico, apostólico, romano, praticante, com muito orgulho. Apesar de não freqüentar muito a Igreja dos Frades, eu gostava de ir lá, havia as festas, o futebol de salão. Freqüentávamos as quadras do Colégio Piracicabano que ficava na Rua do Rosário com entrada em frente a Rua Dom.Pedro II. Aonde mais convivi, fiz a minha primeira comunhão onde segui a minha educação religiosa, foi na catedral, tempo do monsenhor Francisco Michele. Em minha vida sempre gostei de participar de tudo, era curioso. Gostava muito de jogar bola e ver jogo de futebol. Eu gostava muito de cinema, ia durante a semana, sábado, domingo. Na época havia os cinemas: Palácio (Mais tarde Rívoli, ficava entre a Rua XV de Novembro e a Rua Rangel Pestana, onde hoje há uma igreja, Colonial, na Rua Benjamin Constant quase esquina com a Rua Prudente de Moraes, onde atualmente funciona uma igreja, Politeama que ficava na Praça José Bonifácio, onde hoje é parte do estacionamento do Bradesco, o Broadway, na Rua São José entre a Rua Alferes José Caetano e Praça José Bonifácio, o São José situado na Rua São José entre a Praça José Bonifácio e Rua Governador Pedro de Toledo, no bairro da Paulista, na Rua Benjamin Constant havia o Paulistinha, em cujo prédio funciona uma oficina de freios de automóveis. Assisti filmes inclusive no Plaza que ficava no Comurba (Edifício Luiz de Queiroz) que desabou, era um cinema luxuoso, glamoroso.Até hoje gosto de assistir filmes, só que com a facilidade de assistir filmes em casa acaba se acomodando. Acho importante ir ao cinema, quebra-se a rotina.


A sua vocação pela área de comunicação quando se manifestou?


Desde criança, aos oito ou deis anos meu sonho era ser jornalista e radialista. Não passava em meus anseios nenhuma outra profissão. Duas tias, a Josefa, conhecida como Zezé, já falecida e a Benedita que está viva, ambas quando me encontravam diziam que eu iria ser radialista. Eu brincava de narrar futebol, achava bonita a magia do rádio. Eu admirava como aquela voz que saía do rádio na época usava válvulas para funcionar. Eu achava um encanto aquilo ali. Ser radialista era um sonho que eu tinha. O jornalismo era uma vocação que eu tinha. Aos 10 para 12 anos passei a entregar “O Diário de Piracicaba”, cujo diretor era Sebastião Ferraz. O chefe da seção de entrega era o Seu Antonio. Quem me trouxe ao “O Diário” foi um primo, o Moisés Aparecido Romano. Eu chegava às 4 horas da madrugada para iniciar a entrega do jornal, meu objetivo era estar junto ao jornal, começar, entregar jornal para mim era um detalhe. Eu estava junto com o pessoal que fazia o jornal, encontrava um pretexto para estar ali. Eu trabalhava no Diário, era um “faz de tudo”, tinha um determinado salário, aos 19 a 20 anos eu já estava dentro da redação. Um dia eu estava sozinho na redação do Diário, era o horário de transmissão do programa “A Voz do Brasil”, dás 19 ás 20 horas. Os que iam jantar já tinham ido embora, quem viria a noite iria chegar as 19:30 a 20 horas. Eu ficava sozinho, para receber anúncios, notícias, atender telefones. Um dia Pedro Natividade, que fazia seleção de funcionários para o Lélio Ferrari, entregou um anúncio, o Supermercados Brasil precisava de um gerente. Começamos a conversar, o Pedro disse-me que eu parecia ser um menino inteligente, vivo, se não queria me candidatar ao cargo. Quando ele me falou o salário no dia seguinte fui até o Supermercados Brasil, onde permaneci por uns bons anos. Comecei no Supermercados Brasil da Rua Governador, situado entre a Rua XV de Novembro e Rua Moraes Barros, fui gerente ali. Depois inauguramos a loja no bairro São Dimas, cheguei a ser gerente geral. Em minha passagem pela Rede de Supermercados Brasil, como gerente eu cresci pessoalmente e profissionalmente graças ao relacionamento com o público e funcionários. Aprendi o valor da palavra paciência e a administrar crises e egos. Foi na Rede de Supermercados Brasil que conheci Luiz Antonio Bandeira na época gerente geral, pai do vereador André Bandeira. Lélio Ferrari faleceu, em uma quarta feira de manhã eu deixei de trabalhar no Supermercados Brasil, disse para a minha mãe que iria descansar um pouco e ver o que iria fazer. Fui para Santos, me hospedei no Hotel Avenida, aprendi a ficar ali por ser o lugar onde o XV de Novembro concentrava. Fui para ficar uma semana. A noite tinha um recado, Ary Pedroso da Rádio Difusora, conseguiu saber com a minha mãe onde eu estava. Telefonei-lhe, foi quando ele me disse: “- Retorne que você irá trabalhar conosco na Rádio Difusora”. Fiquei mais uns dois ou três dias em Santos. Voltei, foi quando nasceu a minha vida no rádio.


Você conviveu e convive com profissionais de peso na mídia de Piracicaba.


Sempre tive o privilégio de trabalhar com grandes nomes do rádio e jornal piracicabanos. Pessoas que eram consideradas referências em suas atividades. Minha referência no comércio foi Lélio Ferrari. No esporte foi Romeu Ítalo Rípoli, de quem guardo uma frase: “Valorize sempre o lado positivo da pessoa”. No jornalismo Sebastião Ferraz que me ensinou o profissionalismo de um jornalista, Cecílio Elias Neto com quem aprendi muito. Lembro-me que Sebastião Ferraz alertou-me da importância da dedicação incondicional ao jornalismo. A notícia não tem hora. Quem me levou para a redação de “O Diário” foi Nadir Blumer Pereira que me apresentou à Miguel Célio Hipólito cujo pseudônimo era Duarte Filho, era chefe do departamento de esportes de ”O Diário”, trabalhava como radialista na Rádio A Voz Agrícola e era funcionário da ESALQ. Naquela época todos nós tínhamos dois ou três empregos. À noite dedicávamos ao rádio ou ao jornal. Trabalhei no comércio, fui bancário, trabalhei no Banco Auxiliar, funcionava ao lado da catedral, onde hoje é um restaurante. Prestei um concurso e entrei no Banco da América que ficava na Rua Governador esquina com a Rua Moraes Barros. Pouco depois o Banco Itaú comprou o Banco da América, ficou banco Itaú-América. O Duarte Filho deixou a redação para se candidatar a vereador e me indicou para assumir sua função em O Diário. Sebastião Ferraz a principio me achava muito jovem para ocupar a função, mas acabou aceitando. Permaneci no Diário por muitos anos, fazia toda a parte de esporte, de todas as modalidades de esportes. Os jornais de Piracicaba sempre deram destaque para o XV de Piracicaba, o basquete naquela época era fortíssimo, o futebol amador era muito forte, muito bom, competitivo. Eu gostava de entrevistar todo mundo. Queria saber para que time o Comendador Mário Dedini torcia, entrevistei o Comendador Antonio Romano, Comendador Humberto D’ Abronzo. Eu queria conhecer as pessoas que se destacavam em suas atividades. Com isso conheci muitas pessoas.


O que você começou fazendo na Rádio Difusora?


Na Difusora aprendi muito com muitos (como na redação do Diário de Piracicaba. Devo minha entrada na emissora a: José Roberto Soave, Luiz Gonzaga Hercoton e Ary de Camargo Pedroso. Posso dizer que lá fui muito feliz.


Você chegou a ter programas na Rádio Difusora?


Tive entre eles o “Prefixo Jovem” das 23 horas até a 1 hora da manhã. Era a época da Jovem Guarda, tinha uma grande audiência, até hoje encontro com casais que nem conheço, eles param perto de mim e começam a cantar musicas que foram prefixos do programa dizendo: “Naquela época namorávamos e ouvíamos o seu programa”. Era um tempo em que não havia rádio FM. Quando escolhi esse horário o José Roberto Soave e o Luiz Hercotom me questionaram. Disse-lhes que nesse horário os estudantes estavam saindo das aulas, iria fazer rádio para a jovem guarda.


Como você conheceu Roberto Morais?


Vi Roberto Morais iniciar carreira de radialista e depois político. Um radialista apaixonado pelo que faz. Pensávamos exatamente iguais, por isso deu certo. Um político consciente da sua responsabilidade. A sua seriedade com o trabalho e a lealdade com o eleitor, mais carisma e humildade o levou a sucessivos mandatos. Hoje, um político admirado e respeitado. Eu e o Roberto Morais trabalhos juntos há mais de 30 anos. Construímos uma amizade baseada em lealdade na Difusora e por isso encaramos o desafio da Onda Livre AM deixando a Difusora em 2008 depois de três décadas. Meu grande desafio profissional foi aceitar ir para a Rádio Onda Livre AM. Lourenço Tayar convidou Roberto Morais que me levou junto.


Como explicar o prestígio e a audiência da Rádio Onda Livre AM ?


Uma meta foi traçada. Um objetivo foi definido. Meta: uma empresa sólida alicerçada pela credibilidade. Objetivo: audiência indiscutível baseada na qualidade. Lourenço Tayar é um mestre. Basta observar o que ele fez com a Onda Livre FM e a Gazeta de Piracicaba colocando-os na liderança. Um empresário com habilidade diferenciada. Sabe selecionar gente, montar equipes e as deixa agir com absoluta independência. Tínhamos a certeza de que não seria diferente com a rádio AM.


Mas, o sucesso foi rápido


Observamos prioridades. Havia necessidade de deixar claro o nosso compromisso com o ouvinte, oferecendo-lhe muita informação e prestação de serviço. Priorizamos esporte e jornalismo. Precisávamos recuperar a imagem do rádio AM, desgastado por causa da sua estagnação. Terceira prioridade: valorização do produto. Você encontra camisa por vários preços, só que uma é completamente diferente da outra. A diferença está na qualidade. Nosso compromisso com o cliente é exatamente a relação de confiabilidade. Ele precisa acreditar que seu dinheiro é bem aplicado. Temos a obrigação de lhe dar retorno.
















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