sexta-feira, outubro 18, 2013

AILTON DONIZETE DOS SANTOS LUCIANO


PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 19 de outubro de 2013.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
 

ENTREVISTADO:AILTON DONIZETE DOS SANTOS LUCIANO
 

Ailton Donizete dos Santos Luciano é soldado da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Trabalha no Centro de Operações da Polícia Militar – COPOM. Recebe todos os tipos de chamados telefônicos, ali é o último recurso para qual a população apela. A Câmara dos Vereadores de Piracicaba concedeu-lhe uma Moção de Aplauso pelo excelente trabalho no atendimento a Sra. Iolanda Jussara da Silva, no qual orientou em como salvar sua filha de dois meses que estava engasgando. Ailton é atleta, tem inúmeros troféus, medalhas e prêmios como ciclista. Disciplinado impõem um ritmo forte e constante de treinamento, tendo disputado com atletas brasileiros e estrangeiros, conseguindo se destacar. No ciclismo encontra o equilíbrio e a calma essenciais a um atendimento de excelência para com pessoas em total desespero que ligam para o COPOM. Nascido a 5 de novembro de 1974, na cidade e Aguaí, Estado de São Paulo, filho de Aparecido Paixão Luciano e Aparecida Conceição dos Santos Luciano que tiveram os filhos Antonio Marmo, Ailton Donizete e Adilson Donizete. Seu pai sempre morou na zona rural, onde permanece.
A partir de que idade você começou a trabalhar?
Quem mora em área rural começa a trabalhar bem novo, comecei a trabalhar a partir dos 10 anos. Aprendi a fazer todo tipo de serviço próprios de um sítio. Freqüentei a Escola do Bairro Mato Seco, recentemente estive lá revendo o local onde fiz o curso primário, a professora era Dona Verinha, muito enérgica. Após concluir o quarto ano primário fui estudar na Escola Egle Luporini Costa, em Aguaí, em 1986. Em 1988 fiz a prova para ingressar na Escola do Exército e passei.
Como surgiu sua vocação para a vida militar?
A minha admiração pelas Forças Armadas já vem desde criança, tenho muitos parentes que são militares, inclusive meu tio Antonio Fernando Paixão, me incentivou para o esporte era militar da aeronáutica e era ciclista.
Em que localidade situava-se a Escola do Exército que você ingressou?
Situa-se em Três Corações, Minas Gerais. Lá era o curso de formação de sargento do exército. Entrei com 16 anos, saí antes de me formar, aos 19 anos. Saí com o pensamento voltado para alguma atividade na área de segurança, com 21 anos entrei na Polícia Militar do Estado de São Paulo, me formei em Piracicaba, permaneci por algum tempo em Campinas, voltei à Piracicaba e finalmente Rio das Pedras. Nessa época já pedalava minha bicicleta esportiva. Dos 22 aos 30 anos, já no quadro da Polícia Militar, fiquei sem praticar o ciclismo. Aos 30 anos decidi voltar a praticar o esporte.
A atividade policial exige um equilíbrio emocional muito grande?
Exatamente. Temos que aprender a separar a vida privada da vida profissional.
A educação é dada em casa e a formação é feita na escola?
Em meu ponto de vista a educação vem de casa, a escola só modela, só prepara intelectualmente. A educação vem do berço.
Após quantos anos como policial nas ruas você ingressou em outro setor da polícia?
Foi após uns 15 anos, ingressei no setor de inteligência da polícia militar.
O que é o COPOM?
É o Centro de Operações da Polícia Militar. Toda ocorrência policial passa por lá. Ali atendemos desde ocorrência policial até situações que pode salvar uma vida.
Você tem uma Moção de Aplauso concedida pela Câmara dos Vereadores de Piracicaba, como se deu o fato que gerou essa moção?
Foi uma ocorrência que tive a felicidade e atender, era uma criança de dois meses, que estava sendo amamentada pela mãe e que se afogou. Essa mãe entrou em pânico, o único número que ela se lembrou de imediato foi o número 190, na verdade foi uma criança de 10 anos que estava com ela que se lembrou do 190, dizendo que sua irmãzinha havia afogado com o leite e a mãe não sabia o que fazer. É um fato que acontece muito, uns casos são mais fáceis de resolverem, outros mais complicados. A menina passou o telefone para a mãe, a partir daí passei a orientar. O primeiro passo foi acalmá-la. Em função do estado em que se encontra a pessoa tem dificuldades de raciocinar tomando atitudes que só pioram a situação. Após acalmá-la, passei as orientações, passo a passo, e deu certo, salvamos a criança. A criança estava com obstruções das vias aéreas, ela deve ser colocada de bruços, na palma da mão, apoiada no joelho da mãe e receber tapinhas na costa. Após três a quatro tapinhas, observa-se se saiu o leite, ou se ainda está sem respirar, com uma fralda tirando o excesso de leite, que certamente irá sair. Se a criança não estiver respirando vira-a de novo, mais tapinhas nas costas até que ela consiga expelir o que está obstruindo as vias aéreas. Vira-a novamente de frente, seca o excesso de leite que tenha saído pelo nariz ou pela boca, e observa se ela irá voltar a respirar. Se porventura não voltar, dificilmente isso acontecerá, com a boca o adulto abarca o nariz e a boca da criança, fazendo como se fosse uma máscara com a própria boca, assopra, isso irá auxiliar na desobstrução das vias aéreas.


 
Quando você começou a se interessar por esportes?
O incentivo inicial eu tive através do meu tio Antonio Fernando Paixão, que era ciclista oficial e medalhista olímpico. Ele era de Aguaí, oficial da Aeronáutica, ele tinha várias bicicletas de competição, entre elas ele me deu uma, quando eu tinha uns dez a onze anos, conservo-a até hoje, é uma Caloi 10, ano de fabricação 1984, ele me deu em 1986,  para a época era o que tinha e melhor, bem diferente das bicicletas profissionais existentes atualmente. Optei por trabalhar e pedalar nas horas disponíveis.


 
Qual foi a primeira vez que você competiu?
A primeira competição que participei foi quando tinha 12 anos de idade, em Aguaí. Era em uma avenida em que o pessoal fazia algumas provas. Meu tio sempre incentivando. Nessa primeira prova fui classificado em terceiro lugar. Isso me animou muito. Isso foi na época do Bagunça, que era uma bicicletaria que havia lá, literalmente era uma bagunça mesmo. Chamava-se Bicicletaria do Bagunça. O Bagunça era o bicicleteiro. É comum encontrar um ciclista em uma bicicletaria, se quiser achar um ciclista basta ir até uma bicicletaria a afirmação será: “- Daqui a pouco ele estará ai!”. O Bagunça tinha uma equipe de ciclistas que na época era uma das mais fortes da região. Nesse meio ele conseguiu escrever uma história, através do esporte, da bicicletaria, conseguiu ser eleito vereador, com isso o ciclismo na cidade melhorou muito, graças ao seu apoio. Ali surgiram muitos talentos do ciclismo. Foi lá que assinei um contrato com a Trek Brasil, uma marca dos Estados Unidos representada por uma empresa sediada em São José dos Campos. Pedalei com eles até meus 21 anos. Rescendi o contrato e entrei para a Polícia Militar do Estado de São Paulo. Fiquei oito anos sem mexer com bicicleta.
Com que idade você voltou a praticar o ciclismo?
Com 29 para 30 anos.






 
Para reiniciar a prática do ciclismo já era uma idade significativa?
Todo esporte de alto nível o alto rendimento ocorre entre os 27 até os 34 a 35 anos.
Quando você retomou o ciclismo foi em um ritmo crescente?
Retomei indo à Monbuca e voltando, são 22 quilômetros. Com uma bicicleta normal, adquirida no mercado. A linha de bicicletas de competição é muito mais elaborada. Fiz uma preparação de uns nove meses, de janeiro a setembro, isso foi em 2004. Em 23 de setembro de 2004 competi em Rio das Pedras, Eu e o Sérginho,competimos em dupla, era um circuito por planilha, de regularidade, saia do centro,ia para a Fazenda São Jorge, Souza, Viegas, e voltava, dava uns vinte e poucos quilômetros, andando na terra, eu nunca tinha pedalado nessas condições, antes eu fiz o circuito de estrada. Tinha andado bem pouco em estrada de terra no sítio.
Qual é a diferença entre pedalar no asfalto e na estrada de terra?
É bem grande. No asfalto rende muito mais, é mais leve para pedalar, faz menos força, ao passo que tem que ter mais resistência física para longas distâncias. Na terra se faz bem mais força. No final da prova ficamos em décimo segundo lugar. Muita gente não atingiu essa marca. Ele acabou desistindo de continuar a competir porque as outras etapas seriam longe. Ai comecei a treinar com a minha esposa, ela já gostava, mas não competia, começamos a treinar quase um mês depois fomos competir em Morungaba. Ganhamos na categoria dupla mista, e ficamos em sexto lugar na categoria geral das duplas. Havia 60 e poucas duplas. Decidimos que iríamos competir em categoria solo, em 2005 disputamos cada um em sua categoria. Fui vice-campeão do Estado de São Paulo, pela Copa Caloi. Minha esposa foi a terceira classificada na categoria feminina. Fui evoluindo, sempre com bons resultados, sigo uma planilha de treinos que é feita ela Quest Academia, de Rio das Pedras, o preparador físico é o Romeu Valerini Neto, muitas vezes deixava pela manhã o plantão que tinha realizado a noite e ia treinar sem dormir.



 
A sua atividade como atleta o ajuda para o exercício da sua profissão?
Sem dúvida! O esporte influencia não só no serviço como também para a vida. Quando me sinto estressado pego a bicicleta e saio pedalando. Desligo do mundo! Pedalo 55, 60, 70 quilômetros, nem sinto o tempo passar. Ontem à tarde saí para pedalar, andei 56 quilômetros em estrada de terra, isso em aproximadamente duas horas e vinte minutos.
Quantos quilômetros por hora você faz em média?
Ontem foi fraco, deu 22,8 quilômetros por hora em média.
Qual é a velocidade máxima que você atinge em uma bicicleta?
Ontem, que eu me lembre, deu 50 e poucos quilômetros por hora, em prova, em descida, deu 78 quilômetros por hora. Ficou gravado no meu ciclo computador.
Quais equipamentos de segurança você usa?
Uso luvas, capacete, óculos e uniforme que é feito com um tecido apropriado, para no caso de uma queda minimizar as escoriações. É comum o uso de bretelles (basicamente uma bermuda com alças). Diversos homens que preferem usar bretelles, por não ter elástico ou cordão na cintura, que incomodam alguns, e pelo fato de ter alças e não tem perigo de cair. O pé fica preso no pedal, a sapatilha é clipada (presa com uma trava) no pedal para aproveitar melhor a força. Dá-se o efeito motor, tanto puxa, quanto empurra o pedal, isso resulta em um rendimento melhor.



 
Quantas marchas têm uma bicicleta de competição?
Houve uma evolução muito grande, até alguns anos o máximo era de 27 marchas, três coroas na frente e nove coroas atrás. Atualmente são 30 marchas, 10 atrás e três na frente. A bicicleta que uso atualmente é de 20 marchas, duas coroas na frente e 10 coroas atrás, isso por ser aro 29. Freio hidráulico, a disco. Em uma velocidade de 40 quilômetros por hora após acionado o freio a bicicleta ela estanca a uns 10 metros do local em que o freio foi acionado. A evolução da bicicleta não se restringiu as marchas e freios, as bicicletas anteriores tinham o raio das rodas convencional, o aro 26. Atualmente estamos usando as bicicletas de aro 29. Tem um aproveitamento muito melhor, embora exija um pouco mais do atleta, a transposição de obstáculos torna-se bem mais fácil. Rende muito mais na parte reta, de pedal mais solto.
Qual é a largura do pneu?
Existe várias medidas. Hoje uso o pneu 2.2 para competir, é um pneu com uma aderência melhor. Tem uma superfície de contato com o solo de aproximadamente uns quatro centímetros e meio. É um pneu considerado largo. Com a calibragem correta ele toma o formato de uma pêra. Haverá a aderência lateral e o contato para acionar e frear. Essas bicicletas de competição são feitas de alumínio aeronáutico, o escândio. É uma liga mais resistente e mais leve.
Quantas libras usam um pneu desses?
Costumamos calibrar conforme o terreno em que vamos rodar. Sé é um terreno muito técnico, com muita subida usamos uma libragem um pouco menor. Entre 28 e 30 libras.  Se for terreno arenoso, com saibro, usamos essa mesma calibragem. Se for um terreno mais firme, com muita subida, utilizamos entre 30 e 35 libras. No caso de estrada entre 35 e 40 libras.
Você já competiu com chuva?
Já. É duro demais. Muda completamente as estratégias. Tem que administrar a força, o barro, No cross country os atletas competem numa corrida em terreno aberto ou acidentado, são provas que sacrificam muito o atleta, ele sabe que terá que dar várias voltas em um circuito só. As condições psicológicas do atleta tem que estar muito bem, ele sabe que terá que passar por seis vezes pelo mesmo local, pela mesma subida, mesma poça de lama. Tem que estar com o conjunto perfeito. Com chuva o desgaste físico é maior, triplica a necessidade de ingestão de líquidos. O cuidado com o equipamento é maior para poder concluir a prova.
Você realiza salto de altura?
Existe também, tem o “drop” de até 1 metro. O ciclista consegue ficar em cima da bicicleta, é mais trabalhoso, dificilmente cai.
Qual é a quantidade de líquido que um atleta ingere em uma prova?
Recentemente corri em São João da Boa Vista, com um calor insuportável, prova curta de 40 quilômetros, uma duração de uma hora e quinze minutos, nesse período ingeri uns dois litros de água e isotônico mesclados. Além do reservatório na bicicleta, durante a realização a organização oferece líquidos também.
Qual foi a prova mais longa que você já competiu?
Foi a Brasil Ride Our Map, percurso de 100 quilômetros, uma etapa de aquecimento para o Brasil Ride Oficial que começa dia 19 de outubro, na Bahia, corri uma etapa que teve em Botucatu. Fiz uma com duração de quatro dias o Desafio Internacional dos Sertões, foi em 2008. Consegui me classificar entre os cinco primeiros, com competidores das Américas e Europa.
Você chegou a participar de provas no exterior?
Fui para o Uruguai, Argentina e recentemente para a Colômbia, onde disputei em uma prova destinada a competidores militares. No Rio de Janeiro disputei na categoria oficial de militares, onde fui vice-campeão. Disputei em Brasília, 70 quilômetros destinados a competidores militares, fui o terceiro Rei da Montanha.
O que é Rei da Montanha?
O competidor que sobe mais forte ganha um prêmio. Era duas voltas de 35 quilômetros cada uma, na segunda volta, contava o Rei da Montanha, uma subida de três quilômetros, em Águas Lindas de Goiás, ao lado de Brasília. É comum nas provas de ciclismo a premiação ao Rei da Montanha, aonde o ciclista que chegar primeiro recebe uma série de prêmios. Como era categoria internacional valia ponto para o Mundial. Vieram militares de outros países. Contado o tempo da parcial, de onde começava a marcar até onde fechava o Rei da Montanha, o americano passou com 12segundos e 30 décimos, o colombiano com12 segundos e trinta e um décimos e eu 12 segundos e trinta e dois décimos. Fui classificado em terceiro lugar como Rei da Montanha e quinto na prova. Passei pela equipe inteira do Exército que contava com seis atletas.
Quantas medalhas você já conquistou?
Em nove anos participei de trezentas provas, sendo que imagino ter umas 250 com resultados, é o que tenho de medalhas e troféus.
Você tem algum patrocínio?
Graças a Deus recebo o apoio de algumas empresas que me ajudam no custeio de alimentação, equipamentos, viagens.
Você compete com uma bicicleta só ou tem outra de reserva?
Tenho uma oficial para correr (aro 29) e outra de treino (aro 26).
Durante uma competição já aconteceu de estourar um pneu?  
Tem toda uma técnica, hoje eu consigo trocar um pneu em dois minutos e cinquenta segundos. Troco a câmara, encho e coloco lá. Até nisso a tecnologia já chegou, nós usamos um anti furo dentro da câmara de ar. É um líquido que é injetado na câmara e ele protege, furou ele mesmo remenda, você nem percebe.
Você compete à noite?
Já competi a noite. O maior problema é enxergar.
Alguma vez teve algum incidente com insetos ou animais em suas disputas em estradas de terra?
Aconteceu no Horto Florestal em Limeira, dada a largada, passamos por um veículo da imprensa, estavam filmando o pessoal que passava, eu estava com outro ciclista na minha frente, vi que o repórter estava se abanando, dando tapas no ar, passamos, era um enxame de abelhas, a minha velocidade aumentou muito, tanto que ganhei a prova.
Em seu ponto de vista o ciclista deveria ter mais informações sobre as leis e regras de trânsito?
Acho que deveria seguir os mesmos passos que são dados para conduzir um veículo comum. Criar uma conscientização maior sobre as regras de trânsito. Deveria haver uma campanha de conscientização dos ciclistas, e dos motoristas também. Não adianta o ciclista se moldar e o motorista não. É uma questão cultural. Nas décadas de 50 e 60 era um dos esportes que tinha uma cobertura gigantesca. Aguaí, cidade onde nasci o banco teve que se adequar aos clientes, não tem estacionamento de carros em frente ao banco, existe um bicicletário. Bicicletaria existe uma em cada esquina. Sou Tri-Campeão em Aguaí, da Copa Sul-Minas de Mountain Bike Cross Coutry.  No próximo dia 27 de outubro teremos o Bolão Nacional de Ciclismo em Rio das Pedras, a partir das oito e meia da manhã, com saída do portal da Painco, na saída para Mombuca.  Estarão participando todos os ciclistas desde a categoria Elite, Expert, Estreiante e Veteranos. Para Estreante e Veteranos será 23 quilômetros e para Expert e Elite 52 quilômetros. Vai até Mombuca, vira no sentido Serra D Água, até o Parazinho e volta. Tem troféu e medalha do primeiro ao terceiro classificado, Medalha para o Rei da Montanha e prêmio  para o primeiro, segundo e terceiro colocados.

 
 

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