sexta-feira, setembro 25, 2015

NOÉ BATISTA DE CARVALHO

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 26 de setembro de 2015.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
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ENTREVISTADO:  NOÉ BATISTA DE CARVALHO





Noé Batista de Carvalho nasceu a 23 de outubro de 1939 em Pilar do Sul, região de Sorocaba. É o segundo filho dos onze tidos pelos seus pais João Batista Sobrinho e Maria Emília Vieira que tiveram os filhos: Lazara, Noé, Antonio, Benedita, Gabriel, Maria Alice, Joana, Maria José, João Pedro, Conceição e Paulo. Seu pai era lavrador em uma região de pequenos sitiantes que cultivavam milho, mandioca, feijão arroz, cultura de subsistência. Tinha a criação de animais, como gado, suínos, aves.
                                                       Conheça Pilar do Sul


O senhor freqüentou a escola rural?
Freqüentei a Escola Mista, eram três turmas na mesma classe. Ficava a uma distância de uns cinco quilômetros, íamos a pé, descalços, com o piquá (Bolsa com alça de ombro para carregar. Sacola simples, rudimentar.). A professora chamava-se Maria José Vaglio. Ela morava em uma casa anexa a própria escola, tinha dois filhos pequenos, a propriedade era de um tio meu. Até completar os dezoito anos trabalhei na lavoura. Eu e meus irmãos, conforme ia crescendo ia pegando na enxada. O guatambu por ser muito utilizado na confecção de cabos de enxada motivou o povo a criar a expressão “pegar no guatambu” como sinônimo de “trabalhar com a enxada”. Com 18 anos fui morar em Sorocaba, meu primeiro emprego foi ser porteiro do Hotel Vicente, hoje não existe mais. Ficava no centro de Sorocaba, próximo da ponte da Avenida São Paulo. Eu dormia no alojamento do hotel e lá mesmo tomava minhas refeições. Eu trabalhava no período noturno, das dez horas da noite até as seis horas da manhã. Permaneci aproximadamente um ano trabalhando no hotel. Nesse hotel tinha um hospede que era engenheiro da Companhia Nacional de Estamparia, a Cianê. Ele me convidou para trabalhar na Cianê, fui, trabalhava a noite.





O senhor foi trabalhar em que setor?
Eu não conhecia nada de tecelagem, quando cheguei me colocaram em um trabalho chamado de “grupamento de fios”, era a emenda dos fios. O técnico em tecelagem foi me ensinando e logo aprendi a fazer a emenda dos fios, era feita através de uma máquina. Permaneci na Cianê por um ano mais ou menos. Tinha um colega que morava no mesmo bairro, Vila Progresso, eu morava na casa da minha irmã mais velha, a Lazara, seu marido era motorista da Santa Lucinda, faculdade de medicina de Sorocaba. Esse meu colega da Cianê disse-me: “-Vamos para São Paulo!”. Perguntei o que iríamos fazer lá, ele disse que tínhamos que aventurar. De repente poderíamos arrumar um emprego em São Paulo. 
                                    "ENTRE RIOS" - a urbanização de São Paulo
Trabalhávamos a noite e durante o dia íamos para São Paulo, com o ônibus do Rápido Brasil. Naquele tempo em São Paulo não havia rodoviária, ficávamos no inicio da Avenida Ipiranga. Ali era o ponto de ônibus da Cometa, do Rápido Brasil. Isso foi em 1960.




                                    SÃO PAULO EM 1943 - 46 - HAGOP GARAGEM.wmv

 


                      SÃO PAULO EM 1943 - 46 - HAGOP GARAGEM.wmv






                               História Secreta de São Paulo - 1.wmv


                                                                                  História Secreta de São Paulo 2   



                                                                          História Secreta de São Paulo 3   


                                                                                 História Secreta de São Paulo 4



                                         História Secreta de São Paulo 5   


                                                                               "São Paulo tem História" (Estação da Luz)

Os táxis antigamente eram das marcas Ford e Chevrolet, eram carros pretos, importados. Naquele tempo não havia táxis de frota. Os motoristas de táxi trabalhavam na parte da manhã, às vezes até as duas horas da tarde. Eles arrumavam sempre um empregado, sem registro, para trabalhar o resto da tarde e algumas horas da noite. Era tudo provisório, não tínhamos curso de motorista de praça. Só tínhamos a carteira de motorista. Os taxistas usavam gravata, quepe, os empregados nem sempre usavam. Tinha que ter um guia das ruas de São Paulo, o Guia Levi era o mais usado. Dava até multa se não tivesse o guia no carro.
Nessa época o senhor trabalha a partir de que horas?
Pegava o carro às duas horas e trabalhava até as dez, onze horas da noite. Fui morar em uma pensão na Rua Tamandaré, próximo ao então Hospital Modelo, depois denominado Hospital Samcil. Eu disse ao meu colega: “- Vamos fazer o curso de motorista de praça na prefeitura para legalizarmos a nossa vida. Fizemos uma semana de cursinho na Avenida Prestes Maia, obtivemos o certificado, começamos a pagar o INSS como motorista de praça.
O senhor chegou a presenciar cenas de violência?
Não. Em 1965 houve uma balançada em São Paulo com o assalto do Banco Moreira Salles pelos gregos. Até então São Paulo era tranqüilidade. (Em 27 de janeiro de 1965 cinco homens roubaram Cr$ 500 milhões (US$ 274 mil) de uma perua do Banco Moreira Salles, Unibanco, em São Paulo. Na ação, mataram o bancário José Pepe. Os gregos Evangelos Demetrius Flengas, Garyfalous Nicolau Krassas, Michel Basile Nikolaides, Gerasimos Andreas Tsolias e Georges Andreas Tsantilas, autores do "Assalto dos 500 milhões" foram presos um mês depois, graças à denúncia de um guarda que havia multado Michel no dia do assalto. Na época foi considerado o assalto do século. A mídia internacional teve sua atenção voltada para o fato.)


Como o senhor adquiriu o seu próprio taxi?
Naquele tempo foram lançados os carros da Volkswagen, da linha Gol 1.000, fabricaram muitos carros e não tinha procura, o pátio da Volkswagen estava cheio, o governo federal financiou e tirou taxas para motorista de praça. Compramos o carro a fiado. Era o famoso Gol BX refrigerado a ar, não tinha radiador, a cor era verde. Fiquei trabalhando, só que não tinha ponto fixo, só ficava rodando. Naquele tempo taxi não tinha uma cor padrão, era a vontade.
Já tinha o taxímetro?
Já! Como era taxi comum tinha bandeira 1 e 2 só. Quando comecei a trabalhar, ainda era empregado, não tinha taxímetro, era apenas uma tabela. Mas logo veio o taxímetro, tinha as bandeiras 1,2,3 e 4. Conforme o numero de passageiros conduzidos era o número da bandeira e aumentava o preço. Um passageiro era bandeira um três passageiros era bandeira 3, era mais caro.Logo depois isso caiu, entrou um novo prefeito que acabou com essa lei.
Como funciona a bandeira 2?
Até as dez horas da noite era bandeira 1. Das dez horas da noite até as seis horas da manhã era bandeira 2. Sábado era bandeira normal. Domingos e feriados era bandeira 2. Em São Paulo se você rodar pega passageiros, e há um ditado que diz: “Cobra que não caminha não engole sapo”. Entrou um prefeito que começou a criar pontos livres, ou seja, tinha os pontos dos motoristas antigos, um ponto numerado credenciado. No ponto livre o taxista poderia parar, fosse onde fosse o lugar. Depois para conseguir um ponto tinha que pagar uma taxa anual, na hora de licenciar o veículo. 
O senhor tinha ponto fixo?
Quando isso começou, eu requisitei um ponto na Rua Tamandaré, próximo ao Hospital Modelo. Lá permaneci até 2007. Quando completei 35 anos de trabalho requisitei a aposentadoria. Do meu tempo até 2007 foi mudando tanto o conceito de motorista de taxi, o conceito de trabalho, o sistema de taxi que cada prefeito que entrou foi regulamentando, inclusive as cores do taxi, impondo certas condições, foi havendo uma profissionalização, dando uma espécie de transparência, houve uma valorização maior do motorista de taxi.
O senhor transportou alguém famoso?
Uma pessoa famosa que conversei bem com ele foi o Garrincha. Eu peguei-o na Rua Brigadeiro Luiz Antonio, ele estava hospedado no Hotel Danubio. Ele deu abertura, conversamos bastante. Outro que transportei foi Roberto Guilherme da Silva ator e humorista brasileiro. Seu personagem mais popular é o Sargento Pincel do programa Os Trapalhões.
O passageiro geralmente gosta de iniciar uma conversa com o motorista?
Gosta! Principalmente mulher! Às vezes é uma espécie de desabafo. O tema preferido delas são problemas particulares. Já saiu uma matéria em um jornal de São Paulo onde comparavam o motorista de taxi a um padre ou psicólogo, onde as pessoas desabafavam. Choravam. Fumavam demais. Eu tinha que procurar aconselhar. Em alguns casos acredito que deve ter dado algum resultado. Aconteceu com um colega, ele pegou um passageiro para levar até o Aeroporto de Cumbica, era um executivo de uma empresa multinacional, já estava cansado desse trabalho. Entrou de mau humor no taxi, o motorista puxou conversa com ele. Em outra ocasião esse mesmo executivo tomou meu taxi e disse-me o quanto aquele motorista o tinha ajudado com suas palavras e atenção. Tem um caso que ocorreu comigo, uma mulher entrou no meu taxi, perguntou-me se ela podia fumar. Disse-lhe que pela lei é proibido, mas pelo seu nervosismo, é melhor que fume. Só não queime o banco do carro. Andamos um trecho, ela começou a desabafar, ela tinha saído do emprego, havia acontecido uns problemas. Ele pediu que a deixasse na casa da sua mãe. Foi um caso bem marcante. Outro foi de uma parturiente, quando cheguei à porta do Hospital do Servidor Público, no Ibirapuera, a criança começou a nascer! Chamei o guarda, ele imediatamente chamou uns enfermeiros que estavam por perto. Colocaram-na em uma maca e a criança nasceu ali mesmo. Uma vez eu peguei uma moça no Ibirapuera para levar em Perdizes. Ela entrou no taxi, sentou-se, imediatamente a presença dela me aliviou, é o tipo da pessoa que tem uma aura muito agradável. Perguntei-lhe se era de alguma religião. Ela disse-me que era budista. Ela me explicou muita coisa interessante sobre o budismo. Outra vez eu estava no ponto, uma mulher dirigiu-se até o meu carro, estava com uma vestimenta diferente, um vestido meio azulado, um turbante na cabeça, era uma figura muito diferente. Ela pediu-me que a levasse a um lugar que nem me lembro mais, ela era muito quieta. Minha curiosidade foi maior, delicadamente perguntei-lhe qual era a sua religião. Ela muito gentil, disse-me que era maometana. Era uma pessoa muito fina. Espalhou uma energia positiva. Pensei que se alguém carregasse em seu taxi dez pessoas como aquela por dia sairia abençoado.
O senhor segue alguma religião?
Sou Católico Apostólico Romano. Praticante.
O que mais desgasta o motorista de taxi?
Eu trabalhei durante 33 anos como motorista de praça. Nos últimos três anos eu já não estava agüentando mais. O trânsito. O barulho. Tinha rádio dentro do carro sempre ao gosto do passageiro. Ligado ou desligado. E no tipo de música que o mesmo queria ouvir.
Em média quantas pessoas o senhor transportava por dia?
É muito difícil dizer. Às vezes pegava uma corrida muito longa que um passageiro apenas ocupava um período todo. Às vezes pegava o que os taxistas chamam de “pescoço”, são corridas muito curtas, o que compensa é a bandeirada, que é zerar o taxímetro e iniciar novamente com outro passageiro.
O senhor sentia que as pessoas carregam suas próprias energias, positivas ou negativas?
Sentia na hora a energia emanada pela pessoa, tanto positiva como negativa.
Há taxistas que se especializam em um tipo de cliente ou lugar?
Tem motorista de todo jeito. Tem uns que só trabalham a noite, são especialistas em transportarem os freqüentadores da noite: bares, boates, e tudo que a noite oferece. Outros faziam ponto na rodoviária. Eu trabalhava só durante o dia, quando chegava umas cinco horas da tarde parava de trabalhar. Com o tempo ganhei experiência, muitos colegas passavam suas experiências. Quais eram os locais onde se corria mais riscos, que tipo de corrida recusar. Conforme o destino da corrida a chance de sofrer um assalto era praticamente certa. O passageiro poderia ser um assaltante ou naquele destino iria encontrar facilmente algum outro passageiro que poderia ser assaltante.
O senhor foi assaltado alguma vez?
Não. Mas percebi que um passageiro estava com a intenção de me assaltar. Disse-lhe: “Você está mal com Deus!” Ele afirmou e perguntou-me como eu sabia? Fiz-lhe ver que estava atento ao seu comportamento. Ele tinha saído da prisão, queria ir até a rodoviária, levei-o sem cobrar nada.
A antiga rodoviária de São Paulo, o Terminal Rodoviário da Luz era um bom lugar para pegar passageiros?
Era bom, muito movimentado, central, quando ainda funcionava a Estrada de Ferro Sorocabana. Quando acabou a Sorocabana foi minguando, o lugar decaiu muito, tornou-se perigoso. Quando tinha as Feiras do Anhembi eu estava lá, o movimento era bom. Antes as feiras eram no Parque Ibirapuera.
E as famosas enchentes, alguma o pegou?
Logo no começo peguei algumas, depois quem conhece São Paulo fica esperto com as enchentes. Quando via que o céu escurecia e ia vir àquela tromba d água eu ia embora. Lembro-me de uma enchente na Avenida Pacaembu, os carros rodando, eu com passageiro, entrei em uma rua na contramão e consegui escapar da enchente. No chamado popularmente como Buraco do Adhemar, em uma referencia ao túnel que existe no Vale do Anhangabaú, construído pelo governador Adhemar de Barros, ali eu peguei enchente, não tem para onde sair.
Essa sensibilidade do motorista com relação ao passageiro é fundamental?
Com o tempo ganha-se conhecimento, pelo modo como a pessoa dá o sinal para o taxi parar já se tem uma idéia do tipo do passageiro. Se tivesse um mínimo de desconfiança passava direto. Sempre fiz isso. Lembro-me de um senhor, de terno e gravata, que parecia ser um executivo. Deu-me o sinal, entrou no taxi, no meio da nossa conversa ele revelou que era general reformado. O modo de a pessoa dar o sinal, seu jeito, já diz alguma coisa. A pessoa irradia o que ela é. O que sou internamente transpira para fora. A idade, um pouco de leitura, a atenção, vai deixando-nos experientes.
A relação do taxista com outros motoristas, com motociclistas gera muita tensão?
Principalmente com motocicleta tem que se tomar muito cuidado. É Um perigo. Vi muitos acidentes terríveis envolvendo motocicletas
Em que bairro o senhor morava em São Paulo?
Moramos sempre na Liberdade, bairro dos japoneses. Na Praça Almeida Júnior. Acostumamos tanto com os japoneses que o mecânico era japonês, o médico era japonês, eles são muito dedicados no que fazem. Um mecânico japonês mudou-se para o Jabaquara, eu ia até lá, sabia que o seu serviço era perfeito.







E como era o lazer do senhor?
Geralmente viajava muito em excursões. Ia para locais turísticos, religiosos, culturais.
O senhor fazia viagens como taxista?
Fui para Atibaia, Águas de Lindóia, Varginha. Geralmente ia levar e já deixava acertado para depois ir buscar a pessoa.
Na década de 70 os postos de gasolina ficavam fechados durante o final de semana determinação do governo para economizar combustível o que os taxistas faziam?
Ficava só uma companhia de petróleo para abastecer, sabíamos que determinado posto em tal lugar estava autorizado a fornecer combustível. Só taxi que podia abastecer. Sempre enchíamos o tanque com antecedência como prevenção.
Além do Gol, quais carros o senhor utilizou para trabalhar?
Primeiro tive um Fusca, era um veículo que tinha que ser tirado o banco do passageiro ao lado do motorista, ficava só o banco de trás. Depois comprei o Gol, mais tarde comprei um carro russo, o Lada. Depois tive uma Paraty, daquelas antigas, quadradona. Depois comprei um Santana.

                            Fusca Taxi - BRASIL 1988 - TV aleman



                                   Otávio e as Letras - Trailer - Taxi Fusca 68



Como o senhor veio morar em Piracicaba?
Tenho muitas pessoas amigas, parentes, em Piracicaba. Em 2007 viemos morar no Lar dos Velhinhos.  Temos muitos amigos em São Paulo que nos telefonam. Alguns já vieram nos visitar.
O senhor acessa a internet?
Uso para enviar e receber e-mails ou pesquisar alguma coisa.



sexta-feira, setembro 18, 2015

ANA MARLY DE OLIVEIRA JACOBINO

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 19 de setembro de 2015.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
http://www.teleresponde.com.br/ 


ENTREVISTADA: ANA MARLY DE OLIVEIRA JACOBINO

Ana Marly de Oliveira Jacobino nasceu em Piracicaba a 30 de novembro, casada com Durval Jacobino com quem tem o filho Guilherme de Oliveira Jacobino. Ana Marly é filha de Celso de Oliveira, natural de Santa Cruz das Palmeiras e Horocinda da Costa Oliveira nascida em Limeira que tiveram as filhas Ana Marly e Marisa. Sua avó materna é de origem italiana, e seu avô paterno de origem portuguesa. Seu avô, Caetano de Oliveira, veio como chefe do primeiro trem da Companhia Paulista que chegou a Piracicaba. Ele foi morar em uma daquelas casas da “Colônia da Companhia Paulista”, que existem até hoje. Depois construiu uma casa na Rua da Palma.  “Ler poesia pode ser mais eficaz em tratamentos do que os livros de autoajuda, segundo um estudo da Universidade de Liverpool. Especialistas em ciência, psicologia e literatura inglesa da universidade monitoraram a atividade cerebral de 30 voluntários que leram primeiro trechos de textos clássicos de Henry Vaughan, John Donne, Elizabeth Barrett Browning e Philip Larkin e depois essas mesmas passagens traduzidas para a “linguagem coloquial”. Os resultados da pesquisa mostraram que a atividade do cérebro “acelera” quando o leitor encontra palavras incomuns ou frases com uma estrutura semântica complexa, mas não reage quando esse mesmo conteúdo se expressa com fórmulas de uso cotidiano. Os especialistas descobriram que a poesia é mais útil que os livros de autoajuda porque afeta o lado direito do cérebro, onde são armazenadas as lembranças autobiográficas, e ajuda a refletir sobre eles e entendê-los desde outra perspectiva. Os especialistas buscam agora compreender como afetaram a atividade cerebral as contínuas revisões de alguns clássicos da literatura para adaptá-los à linguagem atual, caso das obras de Charles Dickens” É o que está escrito na Agenda Cultural Piracicabana, uma das áreas de atuação de Ana Marly de Oliveira Jacobino.
                                                  Ana Marly de Oliveira Jacobino

O seu avô, Celso de Oliveira, veio com o primeiro trem da Companhia Paulista que chegou a Piracicaba?
Foi o primeiro Chefe do Trem, aquele que passava picotando, eu adorava vê-lo bater nas rodas do trem, conforme o ruído ele sabia se havia alguma fissura em alguma delas.
Qual era a profissão do seu pai?
Meu pai era torneiro mecânico, ele trabalhou na Morlet, de propriedade de um francês visionário cujo sobrenome era Morlet.
Você morava ali perto?
Moramos sempre no Bairro Alto, na Rua Riachuelo. Mas meus avós, pais do meu pai, meus tios, moraram sempre na Rua da Palma, a casa existe até hoje, fica a dois quarteirões antes de acabar a Rua da Palma. Meu primo Marcos reside lá.
Você conheceu a famosa “Bica do Morlet”?
Conheci, meu avô trabalhava no Morlet também, ele caiu naquela bica, quebrou a clavícula, ele era muito forte, não chegou a ficar três dias internado no hospital, saiu por conta própria. Meu pai trabalhava na Romi em Santa Bárbara D`Oeste, foi trazendo para cá meu avô, meus tios que também trabalharam na Romi.
O curso primário você estudou em que escola?
Fiz no SESI 164 que na época funcionava no Lar Escola Coração de Maria, depois foi transferido para o Colégio Piracicabano. Atualmente acredito que ele funcione na Paulicéia, no Jardim Esplanada. Minha diretora era a Dona Salete. Ela foi buscar-nos, minha irmã e eu, na catequese, eu tinha cinco anos, ela tinha que abrir a unidade do SESI em Piracicaba, minha mãe tinha nos ensinado a escrever e a ler. Entramos e fomos sempre as primeiras alunas da classe. Minha irmã é 11 meses mais nova, mas somos como gêmeas, minha mãe bordava nossos vestidos iguais, Dona Salete que nos levava.
Sua mãe tinha  prendas domésticas ou trabalhava em outra atividade?
Além das atividades domésticas também bordava enxovais para pessoas que levavam até a nossa casa. Ela não cobrava quase nada, era mais um lazer para ela.
No Lar Escola Maria Nossa Mãe funcionava um internato de meninas, como era a relação de vocês com elas? 
Havia um entrosamento muito bom com elas. Três vezes por semana vinha uma listinha onde levávamos pertences para fazer uma comida comunitária. Havia uma cozinheira que fazia e todas nós comíamos juntas. Não havia merenda nos moldes que temos hoje, nós levávamos a merenda. Minha mãe fazia um bornal para cada filha e as meninas que ficavam conosco sempre acabavam comendo algo. A manteiga era caseira, feita pela minha mãe. Tínhamos um quintal com galinhas. Na Rua da Palma meu avô,Caetano de Oliveira e minha avó Ana de Oliveira, criavam muitas cabras. Nós íamos a pé até a casa da minha avó, dávamos a mãozinha à minha mãe e íamos. Todo  filho que a minha tia ia ter além da parteira minha mãe fazia questão de estar junto. Lembro-me da Chácara Nazareth, dos barracões que existiam. Lembro-me do trem, da carregadeira e descarregadeira de gado, o gado era embarcado e desembarcado do trem ali. Hoje é um terreno ao lado entre a Farmácia Raya e o restaurante Frios Paulista. Lembro-me que íamos à casa do meu avô, em São Paulo, de trem. O pai da minha mãe, que trabalhou na Morlet, quando se aposentou foi morar com a filha mais nova que era casada com o Maestro Marconi Campos da Silva do Trio Marayá. Ele faleceu aqui em Piracicaba, amava o Rio Piracicaba. No período de férias escolares minha irmã e eu íamos para São Paulo, meu avô vinha nos buscar. Minha mãe fazia um bornal com lanches, lembro-me que uma vez minha mãe fez cinqüenta coxinhas, que era para todos comerem. O trem saia da estação, quando ele chegava ao pontilhão da Rua Benjamim Constant ele voltava, para engatar os vagões. Eu já estava comendo! Minha mãe dizia: Espera até chegar a Nova Odessa! Quando o trem fazia uma parada em Nova Odessa o que passavam vendendo eu comprava: biscoito, pastel, comprava! Vendiam diversas revistas, eu amava Pato Donald, Zé Carioca!
Após fazer o primário no SESI, o ensino fundamental e o médio, nós fizemos no Colégio Industrial Fernando Febeliano da Costa. Tínhamos passado nos exames de admissão do Colégio Jorge Coury e no Instituto de Educação Sud Mennucci. Mas preferimos fazer no Industrial porque tinha aulas de costura, culinária, passávamos o dia todo na escola, era uma delícia. No ginásio o horário de entrada era às sete horas da manhã e saia à uma hora da tarde. No Colégio Técnico, fizemos eletrotécnica, saiamos cinco horas da tarde. Após concluir o colégio fui fazer Engenharia Civil na Escola de Engenharia de Piracicaba. Não conclui o curso, meu pai teve um problema sério de saúde, tive que parar, fui trabalhar na Philips. Tive que fazer magistério no Sud Mennucci. Depois fiz Pedagogia na Unisal, em Americana, fui fazer a Faculdade de Letras, fiz especialização na Unicamp, vim terminar na Unimep. Sou especialista em Letras, Literatura, Texto e Ensino. Lecionei no Dom Bosco, Dom Bosco Assunção, Anglo, Anglo-Cerquilho, Atlântico, Colégio Evolução, Colégio Santa Clara em Rio das Pedras. Fiz o curso de especialista em Filosofia e Teologia, História da Arte na Unicamp.
Você aposentou-se em que ano?
Aposentei-me em 2005.
O que é Sarau Literário e como se iniciou?
Quando eu lecionava literatura no ensino médio, encontrava muita dificuldade. Eu os levava ao teatro, tirava da sala de aula à noite. Passei por muitas dificuldades, principalmente com os alunos. Eu lia muito sobre os saraus.
                               Cai sereno cai_ Elpidio dos Santos

                   Hino Ao Amor (Hymne À L'amour) - Edith Piaf e Marguerite Monnot



De mais ninguém- Arnaldo Antunes/Marisa Monte com arranjo de C.A. Wuensche


Dança Oriental


                                         Flor Amorosa _ Catulo da Paixão Cearense


Qual é o significado da palavra sarau?
No século XIX era feito em uma casa, alguém tocava, e os escritores da época faziam leituras, declamavam, dançavam, mostravam sua arte. Mais eram declamações e cantos. Era um encontro intelectualizado, na época da escravidão. O Sarau Piracicabano começou em 2004, embora a idéia já tenha se iniciado em sala de aula por volta de 1997, 1998 quando eu lecionava literatura. Aquela idéia de levar os alunos ao teatro continha muitos riscos. Passei a levar bolos, salgados, consegui de certa forma atraí-los pelo estomago. Descobri uma aluna que tocava piano, outra que gostava de escrever. Outra tocava violão.



                                       Dança do Ventre





                                             Dança da espada com Isadora Neves




                       Se Todos Fossem Iguais A Você _ Tom Jobim

          Apresentação da professora de dança, dançarina, coreógrafa Josiany Longatto


                                 Poeira da Idade - João Nogueira



                                            O Baile da Saudade _ Francisco Petrônio


De onde você tirou essa idéia?
Das leituras que fiz. Nunca tinha visto ninguém fazer isso. Agora tem sarau em todo quanto é lado. Eu acho ótimo. Tem o Sarau das Rosas, que dizem que sempre existiu, eu nunca fui, nem sabia que existia. Acontece em São Paulo na Casa das Rosas. Em 1928 o escritório do arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo já era tido como o mais famoso e reputado da área na América Latina. Projetou e executou a construção de diversos prédios de importância histórica hoje, tais como a Pinacoteca do Estado, o Teatro Municipal, o Prédio da Light e o Mercado Público de São Paulo. Projetou também a Casa das Rosas, uma mansão em estilo clássico francês com trinta cômodos, edícula, jardins, quadras e pomar na Avenida Paulista, local que reunia a maioria dos milionários barões do café. A mansão foi concluída em 1935. Lá, os herdeiros de Ramos de Azevedo viveram até meados dos anos 1980. Essa é a famosa Casa das Rosas, em plena Avenida Paulista. Hoje tombada pelo Patrimônio Histórico.


            Segue o Teu Destino- Ricardo Reis (Fernando Pessoa)- Sueli Costa



            Romaria - Renato Teixeira Orquestra de Viola Caipira "As Piracicabanas" 


                                             Ave Maria Erotides de Campos


                                      Dança Folclorica- said moderno com bastão


Na verdade todo mundo tem alguma qualidade para mostrar, o que falta é incentivo. De certa forma você conseguiu quebrar essa barreira?
Agora após o Sarau reunimos os voluntários em algum lugar, vai quem quiser ir, cada um arca com suas despesas. Em Poços de Caldas já é o décimo segundo Sarau que vamos fazer juntos. Providencio a van que nos leva, faço a reserva do hotel.
Vão homens e mulheres?
Vão alguns homens, mas a maioria são as mulheres.
O homem sofre algum tipo de preconceito?
Acho que o homem age muito pela razão, é um elemento difícil.  Vejo isso pelo meu marido, é muito racional. Ele me ajuda, filma. Mas ele nem pensa em apresentar algum trabalho. Há uma barreira imposta pelo próprio homem. Eu deixo abertas as possibilidades. Vem um senhor de Tanquinho, ele declama na linguagem popular. A forma de expressão pode não estar na linguagem culta. A mensagem é que pode ser muito valiosa. Existe em alguns eventos, promovidos por outras instituições, as restrições à linguagem popular. Embora não seja psicanalista, fui estudar psicanálise. A Heloisa Guerrine tinha uma filha que trabalhava no Café das Artes na Rua do Porto. Éramos poucos, 9, 10. Começou a aumentar o numero de pessoas, já não cabia mais lá. Fizemos em vários restaurantes, lanchonetes, mas não deu muito certo. Há uma dispersão de atenção. Fizemos até em um prédio de uma amiga. No fim fomos para a livraria Nobel. Ficamos um ano na Nobel. Começou a aparecer tanta gente.  Famílias passaram a freqüentar o Sarau. Meninos do bairro Novo Horizonte começaram a freqüentar.


                                         É com esse que eu vou_ Pedro Caetano




                                                         Samba de Lenço

                            Piracicaba de Newton de Almeida Mello

Hoje quantas pessoas frequentam o Sarau Literário?
No último tinha 100 pessoas. Já tivemos a presença de 140 pessoas, no auditório do Museu Prudente de Moraes. O Sarau de Poços de Caldas nós dividimos em dois tempos: o religioso e o profano. No primeiro tempo são apresentados os trabalhos. Na segunda etapa temos a confraternização que envolve uma quase festa de casamento, tamanha a fartura de alimentos finamente elaborados. Primeiro fazemos a apresentação do sarau em si, com música, dança, declamação. O profano é quando passamos a parte de gastronomia. Não dá certo sarau com gastronomia simultaneamente. 


                             De papo pro ar (Joubert de Carvalho/Olegário Mariano)


                                    Tocando em frente (Almir Sater / Renato Teixeira)

                                 Concertino sobre um tema espanhol_ Ernest Mahle



                                        Aos Pés Da Cruz- Marino Pinto / Zé da Zilda


                Só danço samba – Tom Jobim e Vinícius de Moraes com a cantora                                                                                   Thereza Ales Herler

                              Pupurri Ernest Mahle Orquestra de Câmara Piracicabana



                             Hi-Lili, Hi Lo - Leslie Caron


Não sabia que havia essa denominação de religioso e profano.
Essa é uma denominação que eu coloquei!
 Já fizemos Sarau em Rio das Pedras, por dois anos. Só não conseguimos mais local, tivemos que deixar de realizá-los. No Sarau de Rio das Pedras, quem era artista podia levar até seus quadros. Em Rio das Pedras fizemos exposições lindas.
O que é CLIP? E GOLP?
O GOLP – Gruo Oficina Literária de Piracicaba é só de textos, crônicas e contos. O CLIP – Centro Literário de Piracicaba já envolve poesia.
Vemos que há uma profusão enorme dos chamados “Bailes Funk”, principalmente nos grandes centros, como você vê essas manifestações?
Penso que também é uma forma de expressão, que vem da raiz da pessoa. As batidas rítmicas. A meu ver é uma volta ao primitivo, não necessariamente ao primitivo original. Se for fazer uma análise só da parte musical, das danças a visão é essa.
Você já fez um paralelo entre as manifestações indígenas e esses bailes funk?
Eu acredito que são manifestações coletivas que expressam o sentimento do grupo.
Grande parte das drogas alucinógenas utilizadas pelos indígenas é proveniente de plantas. Tem o significado religioso. Seu uso é basicamente ritual ou de cura. Não são drogas pesadas.
Você participou dos famosos festivais da TV Record, ainda no Teatro Record, na Avenida da Consolação?
Não participei de todos, mas participei. Eu ia no “Circo do Arrelia”. Minha tia nos levava, minha irmã e eu. O meu tio cantava. Quando o Caetano Veloso passou a cantar com aquelas roupas diferente, a Rita Lee foi cantar vestida de noiva, era algo assustador, ninguém esperava. Foram buscar as músicas de Carmem Miranda, com todas as frutas, a Tropicália. Foi uma cisão que eles fizeram. Meu tio conta que o Caetano Veloso precisou emprestar um paletó, senão não poderia cantar. Quando o sucesso chegou, eles já se apresentavam como queriam. O interessante é que esse pessoal ia até a casa dos meus tios. Lembro-me de Vinicius de Moraes na sala, eu não sabia que era Vinicius. Na época minha irmã e eu éramos muito pequenas. Jair Rodrigues freqüentava a casa deles.
O Sarau Piracicabano existe há quanto tempo?
 São 11 anos, é realizado mensalmente, na terceira terça-feira de cada mês. Temos o blog Agenda Cultural Piracicabana e lá está o Sarau Literário Piracicabano. As apresentações do Sarau este ano estão ocorrendo na ESALQ


Trio Marayá._ A época de ouro!

       O trio foi formado em 1954, contando com Behring Leiros no tantã, Marconi Campos no violão e Hilton Acioli no afoché. Inicialmente adotaram o nome de Marajá e apresentaram-se no programa da Sociedade Artística Estudantil, na Rádio Poti. Em 1956, durante a realização de um congresso da União Nacional dos Estudantes, UNE, em Natal, foram convidados a ir ao Rio de Janeiro, onde alguns estudantes pretendiam criar um programa nos moldes do SAE. Pouco antes de viajar para o Rio de Janeiro, adotaram, por sugestão do professor e folclorista Luís da Câmara Cascudo, o nome de Trio Marayá.

          No Rio de Janeiro, os jovens vocalistas conseguiram participar de diversos programas na Rádio Nacional, entre os quais, “Grande Show Brahma”, “César de Alencar” e “Paulo Gracindo”. Atuaram ainda em diversas casas noturnas, sendo contratados com exclusividade para se apresentar no Restaurante “Cabeça Chata”, de propriedade do conhecido cantor de emboladas Manezinho Araújo. Pouco depois, passaram a atuar na Rádio e na TV Tupi. Por essa época, foram convidados pelo cantor e compositor Luiz Vieira, que assistiu à participação do Trio Marayá na gravação de um disco de um cantor cearense na gravadora Copacabana, acabando por convidá-os a se apresentarem em seu programa de rádio em São Paulo. No programa de Luiz Vieira na Rádio Record, interpretaram o corridinho “Maria Fulô”, de Luiz Vieira e João do Vale, e posteriormente gravado em LP pelo trio. Aprovados em teste, foram contratados pela Rádio e TV Record.  Na Rádio Record, passaram a apresentar o programa semanal “Música e poesia com o Trio Marayá”, produzido por Luiz Vieira, além de participar de outros programas da emissora.

         Em 1966, obtiveram destaque no II Festival de Música Popular Brasileira apresentado na TV Record em São Paulo. Defenderam, juntamente com Jair Rodrigues, a composição "Disparada", de Geraldo Vandré e Teo, e que, com arranjos de Hilton Acioli, tirou o primeiro lugar. Nos festivais internacionais apresentaram-se com Nat King Cole, Sammy Davis Jr., Ella Fitzgerald, Rita Pavone, Sérgio Endrigo e Catherine Valente. Em 1968, retornaram à Europa, defendendo o Brasil no Festival Internacional de Música da Bulgária, realizado na cidade de Sófia, onde o trio recebeu Medalha de Ouro", tirando o 1º lugar com a composição "Che", de Marconi Campos da Silva e Geraldo Vandré.

        Em 1981 o maestro Marconi colocou os arranjos em várias músicas de Luis Gonzaga e ao ouvir Asa Branca, ele perguntou ao Marconi:
_Ô, meu filho, a sua mãe sabe que você faz essas coisas?
Então, o maestro Marconi respondeu:
_ Sabe sim, seu Lua.
_ Que bom! Finalmente as minhas musicas vão tocas nas FMs.

        O Trio (Marayá) que há mais tempo cantava junto no Brasil acabou com a morte do Maestro Marconi em 24 de Julho de 2003, no lugar que ele escolheu para viver as suas horas de lazer, pescando no seu rio que tanto amava na cidade de Piracicaba.
                                                                                   

Quer ouvir a voz afinada do Trio Marayà?Clique nos endereços abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=EGyb11knYYo&NR=1      Aroeira: Trio Marayá e Geraldo Vandré

Ana Marly de Oliveira Jacobino




                 TRIO MARAYÁ - PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES  


                                                         TRIO MARAYÁ - MARIA FILÓ

 

Behring de Campos Leiros (tantã) - Y Sobral, CE, 31/5/1935
Marconi Campos da Silva (violão) - Y Natal, RN, 18/7/1937
Hilton Acioli (afoxé) - Y Nísia Floresta, RN, 4/10/1939

Trio Vocal e Instrumental

Acervo: 23 GRAVAÇÕES

Código - Título da música - (Autores) - Intérprete - Ano da gravação/lançamento - Gênero

TMy001 Amor verdadeiro (Luiz Bandeira e Sivuca) Trio Marayá 1956 Baião
TMy002 Bamboleio de iaiá [J. Oliveira (Rubi)] Trio Marayá 1957 Samba
TMy003 Choveu no Ceará (Catulo da Paula) Trio Marayá 1957 Baião
TMy004 Descansa coração (Arquimedes Messina) Trio Marayá 1961 Bolero
TMy005 Gauchinha bem querer (Tito Madi) Trio Marayá 1957 Samba-canção
TMy020 Lembranças de Ipacaraí (Recuerdos de Ipacaraí) (Zulema de Mirkin, Demetrio Ortiz e Juraci Rago) Trio Marayá 1959 Guarânia
TMy021 Meu primeiro amor (Lejania) (Hermínio Gimenez, José Fortuna e Pinheirinho Jr.) Trio Marayá 1959 Guarânia
TMy006 Meu tio (Mon oncle) (Barcellini, Contet, J. C. Carriere e Fred Jorge) Trio Marayá 1959 Foxtrote  Meu tio com Trio Marayá (AO CHIADO BRASILEIRO) YouTube
TMy007 Mi dicha lejana (Porquê deixarei de amar-te) (E. Ayala Bâez e Júlio Nagib) Trio Marayá - Guarânia
TMy008 Nena Nenita (Joaquim Prieto e Juvenal Fernandes) Trio Marayá 1962 Balada
TMy009 O matador (El matador) (Jane Bowers, Irving Burguess e Fred Jorge) Trio Marayá 1960 Canção
TMy010 O rei do samba (Hervê Cordovil e Vicente Leporace) Trio Marayá 1958 Samba
AiR02 O vapor de cachoeira (David Nasser e Clemente Neto) Airton Rocha e Trio Marayá 1956 Baião
TMy011 Onde estará minha vida (Donde estará mi vida) (Segovia, F. Naranjo, I. Roman e Fred Jorge) Trio Marayá 1959 Bolero
TMy012 Patrícia (Damazo Perez Prado e A. Bourget) Trio Marayá 1958 Bolero
TMy013 Pede (Pide) (A. Alguero, A. Guijarro e Teixeira Filho) Trio Marayá 1962 Bolero
TMy014 Por pecadora (Leopoldo Diaz Velez) Trio Marayá 1960 Bolero
TMy015 Prova de carinho (Adoniran Barbosa e Hervê Cordovil) Trio Marayá 1960 Samba
TMy016 Pé do lajêro (João do Vale, José Cândido e Paulo Bangú) Trio Marayá 1956 Rojão
TMy017 Quero beijar-te as mãos (Arcênio de Carvalho e Lourival Faissal) Trio Marayá 1959 Guarânia
TMy018 Sambinha quadrado (Marcone Campos da Silva e Hilton Acioli) Trio Marayá 1961 Sambinha
TMy022 Tijuca (Victor Simon) Trio Marayá 1961 Samba
TMy019 Um telegrama (Un telegrama) (Hnos. Gracia Segura e Nadir Perez) Trio Marayá 1960 Foxtrote

 

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