sexta-feira, abril 10, 2015

GUSTAVO GUEDES BORTOLETTO (GUSTAVO BOLEIRO)

Entrevista realizada no dia 31 de março de 2015 A Rua Prudente de Moraes, 470
PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS 

JOÃO UMBERTO NASSIF 

Jornalista e Radialista 
joaonassif@gmail.com 
Sábado 11 de abril de 2015.

Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana 

As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:

http://blognassif.blogspot.com/
http://www.teleresponde.com.br/ 

ENTREVISTADO: GUSTAVO GUEDES BORTOLETTO 

                                               (GUSTAVO BOLEIRO)


O artista Gustavo Guedes Bortoletto é conhecido no meio artístico como Gustavo Boleiro, um cognome que adquiriu quando se dedicou ao futebol, esporte ao qual dedicou desde cedo muitos anos de treinamento e aperfeiçoamento, chegando mesmo quase a ser tornar um profissional do futebol. Desde os doze até os dezoito anos sempre jogou, tendo integrado os quadros dos times XV de Novembro de Piracicaba, Rio Branco de Americana, União de Araras, União Barbarense. Entre 17 e 18 anos foi para a Turquia onde fez um teste em um time local, foi aprovado, só que decidiu não permanecer naquele país. Gustavo nasceu a 10 de março de 1986, em Piracicaba, é filho de João Luiz Bortoletto e Rosangela Nogueira Guedes Bortoletto que tiveram os filhos Thaísa e Gustavo.  


Com que idade você já praticava esportes?
Acho que com três anos eu já chutava bola. A seguir entrei na escolinha de futebol do Clube de Campo, tive aula com o Américo, com Armando Bala (Filho do Cícero fotógrafo) permaneci lá até os 13 anos, quando comecei a jogar mais profissionalmente, fui jogar no mirim do XV. Hoje jogo como lateral direito, já joguei de meia, volante.
Você estudou em qual escola?
Estudei no Dom Bosco Assunção ate a oitava série, depois estudei em várias escolas: COC, Anglo Portal, Dr. Jorge Coury, em função da minha dedicação ao futebol. Fiz o curso de jornalismo na Unesp em Bauru. No segundo ano da faculdade comecei a me interessar por humor. Participei de grupos de teatro, extracurricular. Volteia à Piracicaba, fiz um curso de Arte Dramática no SENAC local. Eu queria dedicar-me a alguma coisa ligada ao teatro, em especial ao humor.

                                                        GUSTAVO E SEU PAI
Você tem a percepção de quando surgiu essa sua atração pelo humor?
Sempre gostei de piada, embora nunca tenha pensado em ser o apresentador das mesmas. Quando surgiu o stand-up (do inglês stand-up um termo que designa um espetáculo de humor executado por apenas um comediante, que se apresenta geralmente em pé), é um humor de cara limpa, você está sozinho no palco, o comediante, o microfone, contando fatos do cotidiano. Diz-se que stand-up é um termo utilizado não pelo fato de se estar em pé, mas sim por posicionar-se sobre um assunto. Tem que ser usado o texto autoral, são textos que o próprio apresentador cria, é permitido imitações. Tenho textos sobre o meu pai, sobre a minha mãe. Tenho piadas sobre Marcelo Rezende, Datena, eu abordo as coisas do cotidiano. (Nesse momento Gustavo imita Marcelo Rezende com grande semelhança.). A piada é relativa a forma como ele fala, O Marcelo Rezende vai falando de uma forma que você percebe que ele está sempre com o nariz entupido. Parece que está com rinite! E ele vai falando e vai perdendo o fôlego! Acho isso muito engraçado! Acabo levando para o palco observações do que vejo no cotidiano. Tudo pode virar piada, desde um celular que a pessoa não atende até um mosquito, uma notícia da política. Mantém a lente do humorista sempre atenta.

O humor é a forma mais eficaz de se fazer uma crítica?
Pelo menos acho que é uma forma eficaz de manter a atenção da pessoa, de elas entenderem e prestarem a atenção. Faço shows em empresas com caráter educativo sobre determinado assunto. A aprendizagem dos funcionários, dos colaboradores, é muito maior quando se transmite uma mensagem através do humor do que fazendo uma abordagem apenas técnica, sem um atrativo que prenda a atenção do ouvinte. Não tenho os dados precisos no momento, mas está confirmado que se utilizando do humor pode-se aprofundar por mais tempo uma exposição técnica sem que haja perda de interesse de quem assiste. A abordagem deve ser bastante técnica, bem elaborada, com consistência, dar consciência da importância do assunto, porém de forma extremamente agradável. Tenho uma apresentação destinada a corretores de imóveis, é muito interessante como os clientes valorizam termos em inglês utilizados pelos corretores. Aguça o interesse do cliente. Nesse meu show dou instruções adversas, com o objetivo de conscientizar o profissional. Crio situações inusitadas, totalmente absurdas, em um limite ridículo, para que o profissional examine como tem sido seu procedimento, possivelmente nunca tenha chegado a essas situações extremas, mas pode correr o risco de inadvertidamente perder uma negociação por um pequeno detalhe.


Você era o típico aluno que era o mais engraçado da turma?
Não muito, eu era muito tímido. Acho que descobri isso A minha faculdade tinha um projeto chamado Web Rádio Unesp Virtual, era uma rádio gerenciada somente pelos alunos. No primeiro ano entrei participando d um programa de esportes. No segundo ano criei um programa de tênis chamado “Top Spin”. Desde os onze ou doze anos que eu jogo tênis. Criei um programa de humor, chamado “Errando o Furo”, baseado no “furo” jornalístico, um radio jornal com notícias inventadas, onde era criador, redator, locutor, editor e editor geral. Nessa mesma época comecei a ter contato com vídeos de “stand up”, foi quando ele estava começando no Brasil. Quem fazia praticamente era o Rafinha Bastos, o Danilo Gentili.
Quais temas você aborda em seus shows?
Gosto muito de falar sobre família, profissões, coisas básicas do cotidiano. Tenho um texto sobre siglas. Que usamos no cotidiano. Temos siglas para tudo na vida. “Por exemplo: “Meu nome é Gustavo, nasci em BH, fui criado no ABC, moro no CDHU da ZL que fica na PQP e faço ADM na GV mas estou de DP. Estava na minha BMW ouvindo um CD do RPM no MP3 tomando energético TNT mexendo no GPS quando um PM pediu minha CNH. Como eu só tinha RG e CPF estava vencido o IPVA o PM me levou para a DP me botou no SPC fez um BO. Lá eles me torturaram passei 10 horas vendo numa TV de LCD em FULL HD todos os CDs do KLB”. Claro que é uma história fictícia.
Quem quiser entrar em contato com você pode fazer como?
Tenho meu e-mail:  contato@gustavoboleiro.com.br Faço shows, palestras, focadas em determinado assunto, mas com o humor sempre presente.

Você participa de peças publicitárias
Faço comerciais para a televisão. Acabei de fazer um teste para a Renault. Fiz comercial com o Rubinho Barrichello. Já fiz diversos comerciais que são veiculados pela Rede Globo.



Você faz shows em Piracicaba?
Aqui faço na “Cachaçaria Água Doce” uma vez por mês, todos os meses, isso já há uns 18 meses. Stand Up já faço há quase seis anos. O CQC surgiu quando encontraram o pessoal apresentando-se em um bar. Os produtores argentinos do “Quatro Cabezas” que são os produtores do “Gora é Tarde” do “CQC”, o Diego, se não me engano, foi ao bar, assistiu ao show de Stand Up do “Clube da Comédia” apresentado por Oscar Filho, Rafinha Bastos, Danilo Gentili, e Marcela Leal acho que Marcelo Mendes estava no elenco nessa época. Ele gostou e levou esse pessoal para fazer um teste. Ai surgiu o CQC que é um marco no humor brasileiro.
O que você acha do humor feito pelo programa Pânico?
Em minha opinião só quem trabalha com humor sabe como é difícil obter conteúdo para gerar um programa de duas a duas horas e meia por semana. Tem quadros mais elaborados, que eu gosto, assim como tem quadros que passam a impressão de que foram colocados para completar o programa.
O publico brasileiro aceita passivamente programas de qualidade duvidosa?
Isso é uma questão de cultura popular. Muitas vezes não têm nem outra programação para usar como referência. A revista Piauí é uma revista de humor só que grande parte da população nem sabe da existência dessa revista.
Durante uma apresentação há pessoas que são inconvenientes?
Todo artista tem muita história sobre o comportamento do seu público, inclusive de alguns raros inconvenientes. Normalmente apresento espetáculo com outros artistas que também se apresentam. Um comediante apresenta-se, em seguida chama o próximo, e assim todos se apresentam, individualmente. Aqui em Piracicaba desempenho o papel de mestre de cerimônias. Entro, coloco o publico a vontade, busco descontrair o ambiente, e assim vou chamando os comediantes a cada intervalo. O nome do show chama-se “Gustavo Boleiro Convida”. Todo show trago três convidados diferentes, normalmente faço o show na terceira ou quarta semana. O espetáculo dura de uma e quinze minutos a uma hora e meia. Meus vídeos estão todos no You Tube. Co relação a interação com a platéia, certa vez estava realizando um show em uma casa noturna de uma cidade próxima, um dos clientes, excedeu-se na ingestão de bebida, e tornou-se inconveniente, interferindo sempre que podia. Foi quando perguntei ao público: “- Após conhecer uma garota, após quanto tempo é recomendável que se telefone para ela?” Imediatamente o sujeito embriagado, com voz pastosa disse: “-Imediatamente!” Respondi-lhe: “-Está vendo porque você está desacompanhado?”. O publico veio abaixo. Foi um delírio só! O show em si é baseado em um texto. Esse é o roteiro básico, se alguém falar alguma coisa eu não posso ignorar. Há o contato direto com o público. Fiz um curso de improviso durante três anos.

Você costuma assistira gravações de artistas que fizeram sucesso?
Às vezes ocorre sim. Tem um vídeo do Chico Anísio fazendo a entrega do Prêmio Roquette Pinto fazendo Stand Up mesmo. Sensacional! Ronald Golias era muito bom também. É um pessoal de outra escola. O Golias era engraçado naturalmente, o Oscar Filho disse que encontrou o Golias uma vez, e um consultório aguardando para ser atendido. O Golias com seu jeito característico de falar disse-lhe: “- Sabe meu amigo o que eu queria agora? Queria dormir!”. Ri muito só de ele ter falado isso! A própria Dercy Gonçalves, não era moldada para os padrões da televisão, era muito ela mesma.

Quantos comediantes de Stand Up existem hoje no Brasil?
Estávamos discutindo isso esses dias! Acho que vivem mesmo de comédia não existem nem mil.
É bastante?
Não é bastante! Quantos dentistas, médicos existem? Basta imaginar quantos bares, teatros, casas de shows existem em todo o Brasil. Tem espaço para todo mundo que quiser, que é bom. Cada um cria seu espaço também.
A comédia é melhor para quem apresenta ou para quem assiste?
Comecei a fazer de tanto gostar de assistir. Para mim a comédia é uma necessidade. Não me imagino parara de fazer teatro, comédia. Acredito que não consigo. Mesmo que pare de fazer profissionalmente vou ficar todo dia postando uma piada no face book.
Você acredita que exista talentos ainda não descobertos?
Penso que não adianta ter apenas talento. Tem que haver dedicação.  Em Piracicaba meu show está bem, lotado, mas estamos sempre cuidando para que continue assim. Só ter talento e não dedicar-se para escrever uma piada nova, não produz um show, ai fica difícil. Tem comediante que está com o mesmo show há 10 anos.
Existe apresentador de stand up que usa serviços de algum redator?
Eu já escrevi algumas coisas para alguns amigos. Escrevi uma série de humor chamada “Consultor de Carreira”. O consultor Max Gehringer responde dúvidas corporativas. Fazíamos um consultor aconselhando o  contrário da maneira correta de ser feita. Algo sem lógica.   
Gustavo você aceita convites para shows em eventos domésticos?
O humor é semre bem vindo em qualquer evento. Tenho essa disposição para estar presente em confraternizações, celebrações, onde houver um público. Basta entrar em contato pelo e-mail contato@gustavoboleiro.com.br. Atualmente tenho três shows corporativos, u é especializado na área imobiliária. Outro que é voltado pró-atividade, segurança do trabalho. Outro show é o Happy Hour que faço junto com Jansen Serra, focado principalmente em segurança do trabalho. Temos outros shows abordando espírito de equipe, produtividade, liderança. São shows com orientações corporativas.
Você tem um grande admirador, é uma pessoa especial em sua vida e em sua carreira?
É meu pai João Luiz Bortoletto! Admirador e fonte de inspiração! É onde busco boa parte das minhas piadas! As coisas louças que ele faz! Eu tinha piadas sobre ele e não tinha sobre a minha mãe, ai descobri que ela fala sozinha quando lava louça. Na hora pensei: “-Preciso contar isso!”.
Gustavo, você tem uma sensibilidade aguçada?

Tem que treinar! Criatividade é muito treino! Já é muito difícil fazer rir. Eu faço o humor que eu acho engraçado, não me preocupo em passar determinada mensagem. O show corporativo é diferente, através do humor são passadas as mensagens. 

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