sexta-feira, dezembro 05, 2008

Else Ferraz Salém


PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS

A Tribuna Piracicabana
http://www.tribunatp.com.br/


ESCOLA DE APLICAÇÃO
Entrevista: Publicada no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos: http://www.tribunatp.com.br/

http://www.teleresponde.com.br/

Entrevistada: Else Ferraz Salém
Um dos privilégios da maturidade é trazer doces lembranças. Se lembrar é reviver, nada melhor do que lembrar-se dos bons momentos. São imagens guardadas na memória de cada um. Muitas vezes a pessoa é a protagonista principal. Também pode ser coadjuvante. E algumas vezes apenas assiste a um fato, sem intervenção direta. Saber viver cada etapa da nossa existência é uma arte. Um eterno descobrir-se. Se por acaso a idade traz algumas limitações físicas, naturais, também aguça outras, é a lei da compensação da mãe natureza. Certo dia, um casal deixou uma cidade do litoral paulista, onde vivia com o conforto que lhe era permitido. Escolheram Piracicaba para morar. Mais precisamente, o Lar dos Velhinhos, que lembra o Vaticano, pelo fato de ser uma cidade dentro de outra. Se o Vaticano fica encravado em Roma, a Primeira Cidade Geriátrica do Brasil fica inserida no coração de Piracicaba. Desfrutando de excelente saúde, uma disposição invejável, eterno bom humor, e um relacionamento extremamente harmonioso são notáveis o exemplo de vida de Else Ferraz Salém e Tércio Becker Salém, um casamento que perdura por 60 anos. Um casal de eternos apaixonados.
A senhora é paulistana?
Nasci em 3 de abril de 1926, na Rua Joly, no bairro do Brás. Naquele tempo bem em frente de casa ainda tinha lampião de gás. Um senhor chegava lá pelas seis horas da tarde, limpava lampião e acendia. Era gás de rua. Ele ia a pé de poste em poste. No dia seguinte ele mesmo apagava. É de uma época em que começo a lembrar de alguns fatos da minha vida, deveria ter uns 4 anos de idade. Meu pai Sethe Ferraz e minha mãe Gertrudes Hermel de origem alemã. Meu avô Virgílio Spindler Hermel nasceu no Rio Grande do Sul e minha avó da família Metzner Muller. A minha mãe, Gertrudes, aprendeu a falar português aos seis anos de idade, até então se comunicavam em alemão. Meus av´s tiveram treze filhos, sendo que a minha mãe era a mais velha. Após mudar-se para São Paulo, com o tempo passaram a usar mais a língua portuguesa como meio de comunicação. Os filhos mais velhos aprenderam a língua alemã. Os mais novos não. Minha mãe casou-se em 1 de junho de 1922.
Eles tinham algum propósito definido quando se mudaram para São Paulo?
Meu avô era do tipo que fazia de tudo. Moraram primeiro em Ibitinga, depois para Bauru, e finalmente para São Paulo. Ele exerceu as funções de fotografo, dentista, trabalhou com engenharia também. Meus costumavam dizer que as pedras de calçamento que existiam em Ibitinga, Bauru, Piraju eram todas obras realizadas pelo meu avô, como mestre de obra. Minha mãe durante uma semana ajudava a minha avó no trabalho de costura, outra semana ela ajudava meu avô no consultório dentário. Meu avô era ainda pastor evangélico.
A senhora foi paciente do seu avô?
Ele obturou alguns dos meus dentes. Até hoje tenho essas obturações. A cadeira era bem simples. O motor era movido conforme o movimento do pé do dentista sobre um pedal. Tinha que ter uma coordenação motora boa, além de trabalhar com as mãos nos dentes do paciente, tinha ainda que movimentar o motor com o pé. Meu avô era um homem enorme, muito alto, grande.
Os pais da senhora tiveram quantos filhos?
Seis filhos. Cinco mulheres e um homem: Maria Clara, Else, Odila, Jaci, Cláudio e Marila. Minha mãe ainda criou por uns três anos uma garotinha cuja mãe havia ficado doente, a Tirza.
A atividade do pai da senhora qual era?
Papai era pastor evangélico da Igreja Presbiteriana Independente. E era médico pediatra também. Ele estudou medicina e teologia em São Paulo. Era vontade do meu avô que ele fosse pastor. Da minha avó que ele fosse médico. Para contentar aos dois, formou-se nas duas profissões. Papai residiu por uns dois anos no bairro do Belém em São Paulo, depois se mudou para o Brás. Eu nasci na Rua Almirante Barroso. Meu marido Tércio nasceu na mesma rua. Quando eu tinha um ano de idade a igreja construiu uma casa para o pastor, e nessa casa papai morou quase até o fim da vida. Ele teve que mudar de lá porque a poluição do Brás estava prejudicando a saúde da minha mãe. Mamãe era muito ativa na igreja. Na família do meu pai tivemos sete pastores, o assunto no almoço era sempre sobre igreja.
A senhora estudou em que escola?
Com sete anos de idade fui estudar na Escola Normal Padre Anchieta, que ficava na Avenida Celso Garcia. Lá estudei até a quinta série. Eu queria estudar medicina, mas não deu certo, naquela ocasião teve a reforma Capanema. Na época faziam o pré e entravam para a faculdade. Eles terminaram os prés e criaram os colégios. Demoravam muito para criarem os colégios e o pré tinha acabado. Na ocasião eu não fiquei sabendo que estavam aceitando alunos da quinta série sem pré, sem nada. Bastava fazer o exame e entrar na faculdade. Fui fazer o exame para a faculdade de educação física, que também fazia isso. Entrei para a Escola de Educação Física de São Paulo, era do Departamento de Educação Física. As aulas práticas eram dadas no Clube Espéria, depois passou a funcionar no Estádio do Pacaembu, onde permaneceu por muito tempo até ser construída na Cidade Universitária a Escola de Educação Física. Sou da turma formada em 1944. (N.J. Em 1931, a Reforma Francisco Campos, chamada reforma Chico Ciência, complicou ainda mais as coisas, “dividindo o curso em duas partes, ou dois ciclos: o primeiro de 5 anos e o segundo, e complementar, ou colégio universitário, de dois anos. Na gestão do ministro Gustavo Capanema foi promulgada, em 9 de abril de 1942, a Lei Orgânica do Ensino Secundário, também conhecida como Reforma Capanema. Por essa lei, foram instituídos no ensino secundário um primeiro ciclo de quatro anos de duração, denominado ginasial, e um segundo ciclo de três anos).
A senhora nadou no Rio Tietê em São Paulo?
Comecei a nadar com oito anos de idade. Havia o cocho no Rio Tietê, que era uma área cercada, não havia piscina no Clube de Regatas Tietê, isso foi em 1933 ou 1934. Depois que construíram a piscina aprendi a nadar com Sr.Lenk, pai de Maria Lenk. Ainda menina, quando o rio enchia o Sr, Afonso Simões, membro da nossa igreja, nos levávamos passear nas áreas inundadas, e fazíamos passeio memoráveis nas regiões alagadas.
Havia uma carência muito grande de professores de educação física naquela época?
Por ser uma disciplina relativamente nova, havia uma carência. A primeira turma formada em educação física em São Paulo foi em 1936. Era um grupo muito pequeno. Havia uma seleção rigorosa para entrar para a escola.
Como os alunos viam a adoção da educação física como matéria curricular?
Os alunos gostavam muito. Quando me formei era aplicado o método francês de pedagogia. Depois foi surgindo o método sueco, calistenia que se aplica na Associação Cristã de Moços. O método francês é uma aula de educação física bastante complicada. Tinha certa ordem de exercício que não poderia ser trocada. Diziam que quebrava o ritmo da aula. Havia uma alternância de exercício de braços, de pernas, de tronco. Havia uma preocupação muito grande com o plano de aula. Trabalhei por 10 anos na Escola de Aplicação que funcionava no Parque da Água Branca. (N.J. Criada oficialmente pelo decreto 10.307, em 13 de junho de 1939, a Escola de Aplicação ao Ar Livre Dom Pedro I só foi de fato instalada na cidade de São Paulo no dia 12 de outubro, durante as comemorações da Semana da Criança. Após os discursos da solenidade de inauguração, os alunos da Escola Superior de Educação Física “realizaram uma completa demonstração de educação physica, pelo método francês, official do governo da União” Fonte: Overmundo). Era uma escola do departamento de educação física, voltada para estudos sobre a educação física infantil, que não havia naquele tempo, e até hoje ainda é muito precária a educação física voltada á essa faixa etária.
Quantas professoras de educação física havia na Escola da Água Branca?
Eram 10 professoras de educação física naquela escolinha. Eu passei a trabalhar com a professora Maria Laura, de acordo com ela passei a fazer um trabalho inovador com as crianças. Depois disso passei a dar aulas sempre para crianças de 4 e 5 anos de idade, sempre na escolinha do Parque da Água Branca. Quando havia uma visita importante Adhemar de Barros a levava visitar a escola. Ele e Dona Leonor ficavam sentados ali, olhando as crianças bem pequenininhas. A Lúcia Mercandante era a professora, quando ela saiu, eu assumi o seu lugar. Passei a dar as demonstrações para as visitas do Dr. Adhemar de Barros. Dona Leonor sempre me dizia: “-Só sendo uma menina desse jeito para dar uma aula assim”. Ela e Dr. Adhemar eram pessoas muito simples. Tem uma passagem muito peculiar. O Dr. Adhemar de Barros era muito amigo do Oswaldo Miller da Silva, que era meu primo. Um dia eles estavam na praia de Bertioga, o Milton que era professor de educação física e médico e irmão do Oswaldo Miller da Silva, entrou no mar, com a noiva, chamada Hilda Zanini. O mar começou a puxar a Hilda não sabia nadar e o Milton não agüentou segurar a menina. Ele fazia sinal para a praia de que estava com dificuldade. Minha tia estranhou e disse: “-O que está acontecendo com o Milton?”. Um dos rapazes que estava junto disse: “-Eu vou ver.” Conseguiu chegar lá perto. O Milton falou para que ele segurasse a Hilda que ele estava exausto. Minha tia via o Milton indo embora, o mar puxando. Ela foi até a estrada e pediu socorro. Parou um carro. Quem desceu do carro? Adhemar de Barros ele já era governador. Ele conhecia minha tia. Disse á ela”- A senhora espere um pouco!”. Deu meia volta, foi para o porto de Bertioga, a lancha dele estava lá. Havia sido roubada do Porto de Santos algum tempo antes. Com a lancha Dr. Adhemar pegou a lancha, puxou o Milton pelos cabelos, e fez os procedimentos de primeiros socorros. O Adhemar de Barros era médico.
A senhora credita essa precariedade no ensino de educação física infantil á que fatores?
Acho que existe uma grande dificuldade nesse sentido. Quando me formei só havia 3 colégios do estado em São Paulo: Padre Anchieta, Escola da Praça (Caetano de Campos, na Praça da República) e o Colégio do Estado. Pouco antes de eu me formar, alguns poucos foram construídos em bairros isolados.

Em que ano a senhora passou a lecionar no Estádio do Pacaembu?
Foi em 1944. Eu estive na inauguração do Estádio do Pacaembu em 27 de abril de 1940, como participante do orfeon da escola Padre Anchieta. Eu era soprano.
A senhora freqüentava as lojas do centro de São Paulo?
Com 10 a 12 anos de idade eu ia para a cidade de bonde, para fazer as compras para a minha mãe. Tinha também um ônibus que ia do Brás até o Largo São Bento. Andava por todo o centro de Piracicaba. Cheguei a comprar na loja do Mappin que ainda era no hoje Largo do Patriarca.
Qual seu lazer preferido?
Eu era filha de pastor. Isso significava que havia restrições quanto a formas de lazer. São bastante rígidos. Nós vivíamos em uma comunidade um tanto quanto fechada. A igreja oferecia aos jovens partidas de pingue-pongue, patins na quadra de esporte, passeios, piquenique. Os meus colegas de colégio é que iam estudar em casa. Os estudos de grupo eram feitos em uma sala da igreja, que tinha um quadro negro. Era um ambiente de estudos muito bom.
Na época a igreja católica tinha laços muito fortes com o poder constituído. Havia algum tipo de descriminação aos não católicos?
Não cheguei a sentir muito isso. O fato de papai ser médico quebrou muitas barreiras, ele era muito querido no bairro todo. No Brás o Dr. Sethe era muito conhecido. Fiz uma poesia ao meu pai: “Tinha eu meus três anos; e da porta fascinada; olhava no consultório; de avental branco imponente; todas as tardes ele atendia aos seus doentes; e a nós pequenos era proibida a entrada no pequeno consultório; ou na grande sala ao lado. Eu, pequena, olhava fascinada, para aquele armarinho branco; com caixinhas coloridas de vidrinhos variados. E papai me perguntava: - Você quer alguma coisa? Eu dizia: - Uma caixinha, um vidrinho e um dinheiro. Papai então tirava do armário, uma caixinha, um vidrinho vazio e do bolso do colete é que vinha a moedinha: um tostão ou duzentos réis. Eu saía contente tendo em mãos o que julgava o mais rico presente. Os anos foram passando, e pelo meu aniversário, papai sempre perguntava: - Você ganhou uma caixinha, um vidrinho e um dinheiro? Sempre ganhava, quando faltava um ele completava. Os anos passam velozmente, e ainda hoje, velhinho, com um sorriso brejeiro, me pergunta: Recebestes uma caixinha? Um vidrinho? Ou um dinheiro? (N.J.: Poesia recitada de memória pela entrevistada).
Havia ensino religioso na escola?
Nós saíamos da sala de aula e ficávamos no pátio. Era dada essa liberdade de escolha. Um fato muito interessante foi o comentário de uma professora, que gostava muito de nós, ela dizia: “-É uma pena que vocês sejam protestantes!”. Em outra ocasião o diretor chamou algumas alunas á diretoria, quando olhei eram todas evangélicas, além de uma espírita. Estranhei a situação. Ele disse: “-Essa escola está sofrendo a ação de alunos que querem fazer greve, bagunçar com o colégio. Mas eu notei que neste grupo aqui eu posso confiar, e nós vamos fazer uma campanha de moralização da escola”. Ele era católico. Não houve discriminação religiosa.
Como era o uniforme da escola?
Era uma saia azul marinho, pregueada, plissada, blusa branca com o emblema do colégio, meia de cor branca, sapatos pretos. No grupo usávamos o laço de fita no cabelo. Era aquele bendito laço de fita enorme.
O pai da senhora trabalhou como médico durante o período de alguma epidemia em São Paulo?
Como médico ele trabalhou muito durante a gripe espanhola que grassou pela cidade. E na Revolução de 1932 ele trabalhou muito, mesmo não tendo ido á frente de batalha. Como éramos pequenos fomos com a minha mãe para a casa de familiares em Bauru.






Free Counter
"O dinheiro fala. Mas bom mesmo é o dólar, que fala todas as línguas."
Millôr Fernandes



Free Counter

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Especulação no mercado imobiliário de Dubai – o começo do fim
Cecília Bicca Paetzelt - Advogada brasileira residindo em Dubai


Nos Emirados Árabes Unidos, pequeno país do Oriente Médio que tem maravilhado o mundo todo com um inigualável crescimento econômico e obras faraônicas, existe um sintoma generalizado e contagioso chamado otimismo. A crise financeira assola o mundo e nos Emirados o clima era, há até bem pouco tempo, o de que "eu não tenho nada a ver com isso". Não que o otimismo seja algo para se envergonhar ou desprezar; ao contrário, pois é evidente que as pessoas de visão, os líderes e empreendedores estão mais para integrarem a turma dos otimistas do que dos pessimistas.
Entretanto, recentemente, os líderes políticos e empresários de Dubai, um dos emirados do país que mais cresce no mundo, começaram a dar o braço a torcer, admitindo publicamente que o momento econômico é de desaceleração, adiando projetos e cancelando outros. Ilustrando esse cenário, centenas de pessoas perdem empregos diariamente, em geral estrangeiros, principalmente nas áreas bancária e imobiliária.
O mercado imobiliário em Dubai estava tão aquecido nos últimos anos, que a profissão de corretor de imóveis era mais atrativa do que a de advogado ou médico. Muitos fizeram fortuna com comissões fáceis e polpudas, aproveitando-se do momento intenso de especulação em imóveis, gentilmente chamada de "investimento imobiliário" no mercado local.
O mecanismo em que consiste a especulação em Dubai é muito simples. O investidor adquire um imóvel na planta e efetua um pagamento inicial de 10% a 15%, dependendo das condições oferecidas pelo empreendedor. Em seguida, coloca o imóvel à venda no mercado de revenda ou mercado secundário. O imóvel é revendido pelo preço original acrescido de um prêmio ("premium"), ou seja, o segundo comprador paga o valor original, o prêmio, taxa de transferência e comissão de venda. O prêmio é o lucro dos especuladores. As situações podem variar, podendo o primeiro comprador pagar mais parcelas antes de colocar o imóvel à venda. O prêmio não é um valor fixo, variando de acordo com as condições do mercado e valorização do móvel. Estima-se entre 10 ou 25%, ou até mais. Uma situação hipotética seria a de um investidor que adquire um imóvel no valor de US$ 1,000,000 e paga US$ 100,000 de entrada. Após um curto período, revende o imóvel, recebendo do comprador o valor já pago mais um prêmio de 20%, equivalente a US$ 200,000. Negócio da China ? Não, negócio de Dubai.
Esse tipo de especulação inflacionou o mercado imobiliário de Dubai nos últimos anos e beneficiou investidores, empreendedores e corretores de imóveis. As autoridades governamentais, a par de todo o processo, posicionou-se inerte e despreocupada. Vale lembrar que muitos grandes empreendedores imobiliários do país pertencem ao governo, parcial ou totalmente. Porém, obviamente o sistema acima já não funciona como antes.
O mercado imobiliário, atualmente paralisado, sofre as conseqüências da crise econômica mundial. Preços caíram e especuladores tentam vender seus imóveis na planta a qualquer preço. Muitos não têm fundos para continuar os pagamentos dos imóveis ou das hipotecas contraídas, infringindo contratos com empreendedores.




Free Counter
ESTUDO DA ESALQ RECEBE PRÊMIO BOLSA FAMÍLIA
Artigos premiados participarão de missão de estudos internacional

Em cerimônia realizada em Brasília, em 25 de novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, entregaram os prêmios de Gestão e de Estudos sobre o Bolsa Família. Entre os 37 artigos de autores brasileiros e estrangeiros inscritos, um estudo da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), conquistou a segunda classificação do “1º Prêmio Nacional de Estudos sobre o Bolsa Família”.

Ana Lúcia Kassouf, docente do departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES) e pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da ESALQ, em parceria com o professor da Paul Glewwe, da Universidade de Minnesota, analisaram oito anos do censo escolar brasileiro - de 1998 a 2005 - com o objetivo de mensurar o impacto do Programa Bolsa Família no rendimento escolar de estudantes no País. A comparação foi feita entre escolas públicas de ensino fundamental com alunos recebendo o apoio do Bolsa Família e escolas sem alunos recebendo o benefício, em diferentes períodos.

Conforme estudo dos pesquisadores, o Programa aumentou as matrículas de 1ª a 4ª série em 17%, e de 5ª a 8ª série em 20%. As taxas de abandono diminuíram em 2% nas escolas de 1ª a 4ª série, e em 1,2% nas de 5ª a 8ª série. O Bolsa Família teria também aumentado as taxas de aprovação em cerca de 3% de 1ª a 4ª série, e em 1% de 5ª a 8ª série.

A primeira colocação ficou para o trabalho “Relaciones directas o mediadas? Participación ciudadana y control social en el programa Bolsa Família”, de Felipe J. Hevia, de Ciesas/México, enquanto que o estudo “Análise do impacto do Programa Bolsa Família na oferta de trabalho dos homens e mulheres”, de Clarissa Gondim Teixeira, da UFMG/Cedeplar, obteve a terceira classificação.

Com esses resultados, os pesquisadores premiados participarão de uma missão de estudos internacional com o propósito de conhecer uma das seguintes experiências de programas de transferência condicionada de renda. São eles o “Programa Oportunidades”, executado pelo governo do México; “Programa Chile Solidário”, executado pelo governo do Chile; ou “Programa Famílias em Ação”, executado pelo governo da Colômbia. Ana Lúcia Kassouf optou pelo Programa Chile Solidário e terá sua viagem custeada pelo Ministério do Desenvolvimento Social.

“O prêmio mostra o comprometimento do governo com a melhoria da gestão do Programa Bolsa Família que vem mostrando bons resultados na redução da pobreza e desigualdade de renda e, agora, na melhoria dos indicadores educacionais. Receber esse prêmio significa um reconhecimento da qualidade da pesquisa desenvolvida na ESALQ. Hoje, por meio desse estudo, tenho a oportunidade de ir ao Chile para conhecer de perto o Programa de Transferência Condicionada - Chile Solidário - o que é muito
importante, pois atualmente o Chile é um exemplo em gestão de programas sociais, tendo conseguido ganhos significativos na melhoria da qualidade de vida da sua população”, declara a pesquisadora.




Free Counter

O NOME DE DEUS EM VÃO
Idi Amin Dada, o cabo que tornou marechal de Uganda, ditador sanguinário, dizia ao povo que falava com Deus nos sonhos. Um dia, um jornalista faz a inquietante pergunta : "o senhor tem com freqüência esses sonhos ? Conversa muito com Deus ?" Lacônico, o cara de pau responde : "Só quando necessário".



Free Counter
O QUE É IMPRENSA ?
Lord Chesterton, em 1912, definiu assim a imprensa : "a arte de dizer que Lord Jones morreu a quem nunca soube que Lord Jones existiu".

Com o tempo, o conceito evoluiu. Vejam o que se comenta.
Passou a ser o ofício de dizer, a todos indistintamente, que Lord Jones disse tudo o que Lord Jones disse,
ou dizer que Lord Jones disse o que Lord Jones nunca disse,
ou não dizer que Lord Jones disse o que Lord Jones realmente disse
ou, ainda, fazer de conta que nunca existiu um Lord Jones
para um público cada vez mais informado.



Free Counter

terça-feira, dezembro 02, 2008

O 1º Encontro Internacional de Arte e Analfabetismo Funcional, que começa hoje no Palácio Gustavo Capanema, no Rio, vai discutir técnicas inovadoras usadas no ensino em diferentes países para tentar diminuir o analfabetismo funcional. O seminário pretende revelar todos os pontos de contato entre educação e arte, técnicas criativas. No País, existem hoje 29,9 milhões de pessoas com mais de 15 anos que têm menos de quatro anos de estudo. São classificadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Ministério da Educação como analfabetos funcionais - não conseguem interpretar o que lêem nem escrever o que pensam. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



Free Counter

“A Saga De Prudente de Moraes, O Pacificador”






Orquestra Piracicabana de Viola Caipira






DR.PEDRO CALDARI
PRESIDENTE DO IHGP

Dr.Evaldo Vicente da Tribuna Piracicabana, Prof. Rubem Braga, Dra. Ana D`Abronzo, o ator Daniel Valim e Prof. Severino Galdi

O AUTOR: HUGO PEDRO CARRADORE .............................................. CLÃ CARRADORE




CAPA DO LIVRO



COMPOSIÇÃO DA MESA









Hugo Pedro Carradore lançou mais uma obra: “A Saga De Prudente de Moraes, O Pacificador”. O palco para o significativo lançamento foi a Câmara Municipal de Piracicaba. O livro trata de aspectos importantes de Prudente de Moraes. Leitura obrigatória. Com a chancela do Governo do Estado de São Paulo, União Brasileira de Escritores, Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba e Câmara dos Vereadores de Piracicaba. A apresentação do livro foi feita por José Machado e o exórdio pelo Professor Euclides Buzetto.
Na sessão solene realizada na Câmara Municipal comemorativa a Semana da República, Também foi comemorada o restauro do Museu Histórico e Pedagógico Prudente de Moraes. O Professor Euclides Buzetto fez suas considerações sobre a obra, discorreu sobre a importância da mesma e agradeceu a presença de todos, inclusive de convidados da vizinha cidade de Itu, terra onde Prudente de Moraes nasceu. A Orquestra Piracicabana de Viola Caipira, sob a regência de Jorge Vargas, deu um brilho muito especial ao ato.
Presente o Secretário de Cultura e de Turismo Omir Lourenço, representando o Prefeito Municipal Dr. Barjas Negri salientou a importância de Prudente de Moraes no cenário nacional e suas raízes em Piracicaba. O presidente da Câmara Municipal João Manoel dos Santos agradeceu a todos pela presença, discorreu sobre a importância do ato solene. Sob a direção do professor Moacir Nazareno Monteiro o ator Benedito Daniel Valin caracterizado como Prudente de Moraes, em um monólogo narrou a vida do primeiro presidente civil da república. Um áudio-visual de Douglas Simões foi apresentado, sensibilizando muito os presentes. O autor do livro Prof. Dr. Hugo Pedro Carradore fez o uso da palavra, saudando a todos, agradecendo pelas homenagens prestadas á Prudente de Moraes. O presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba Dr. Pedro Caldari ocupando a tribuna fez as saudações protocolares, salientou que Dr. Prudente José de Moraes Barros é o patrono do IHGP. Salientou a importância do livro escrito por Hugo Pedro Carradore por abordar a ilustre figura que elevou o nome de Piracicaba. Agradeceu a Câmara Municipal de Piracicaba por estar empenhada em divulgar obra de tal importância. O ato foi encerrado com a execução do Hino de Piracicaba nas vozes dos cantores Craveiro e Cravinho.


















Free Counter

segunda-feira, dezembro 01, 2008

ESALQ SEDIARÁ INSTITUTOS DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Em Brasília, o Ministro Sergio Rezende anunciou 101 novos institutos que receberão R$ 600 milhões para pesquisas em áreas estratégicas


Em solenidade de apresentação dos projetos selecionados, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) anunciou ontem (27), novas centros de pesquisas que ocuparão posições importantes no Sistema Nacional de C&T. O investimento anunciado, proveniente do Programa de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, é o maior valor destinado para uma chamada pública para apoio à pesquisa já disponibilizado no Brasil.

Rezende informou que o programa, que contava com R$ 523 milhões, recebeu cerca de R$ 70 milhões em reforço financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) e da Petrobrás. Esses recursos serão repassados diretamente ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) para dar suporte aos projetos selecionados de todo território nacional.

No Estado de São Paulo, onde se encontram 35 novos centros de produção científica e tecnológica de ponta, serão investidos R$ 187 milhões a partir de um termo de cooperação firmado entre a Fapesp e o CNPq, cujo montante será dividido igualmente entre as duas instituições para dar suporte aos projetos selecionados.

Selecionadas em âmbito internacional, as propostas foram avaliadas por pesquisadores especializados em cada uma das áreas de pesquisa dos projetos contemplados. Dezessete desses trinta e cinco novos centros de produção científica e tecnológica do estado de São Paulo, encontram-se na Universidade de São Paulo (USP) espalhados pela capital e por algumas unidades no interior.

Em Piracicaba, a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ) sediará dois Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT). São eles o INCT de Semioquímicos na Agricultura, sob coordenação de José Roberto Postali Parra, docente do departamento e Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola (LEF) e o INCT de Engenharia da Irrigação, sob coordenação de José Antonio Frizzone, do departamento de Engenharia Rural (LER).

Antonio Roque Dechen, diretor da ESALQ declara que “nesses 75 anos da Universidade de São Paulo é muito importante saber que a ESALQ terá dois laboratórios sede do INCT, demonstrando que os departamentos envolvidos possuem tecnologia de ponta correspondendo sempre a dimensão da ESALQ nesses segmentos. Com certeza, não só a comunidade esalqueana vai se beneficiar, mas toda a agricultura brasileira”.

Programa
O Programa dos INCTs tem metas abrangentes em termos nacionais como possibilidade de mobilizar e agregar, de forma articulada, os melhores grupos de pesquisa em áreas de fronteira da ciência e em áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável do País; impulsionar a pesquisa científica básica e fundamental competitiva internacionalmente; estimular o desenvolvimento de pesquisa científica e tecnológica de ponta associada a aplicações para promover a inovação e o espírito empreendedor, em estreita articulação com empresas inovadoras, nas áreas do Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec).




Free Counter

sábado, novembro 29, 2008


Aparecida Terezinha Gardenal Vicente


PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS

A Tribuna Piracicabana
http://www.tribunatp.com.br/


Entrevista: Publicada no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:

http://www.tribunatp.com.br/

http://www.teleresponde.com.br/









Entrevistada: Aparecida Terezinha Gardenal Vicente

Comunicativa, otimista, bem informada. Nota-se, porém que cada palavra que ela pronuncia tem o peso da experiência de vida adquirida ao longo dos anos. Pode-se dizer que se trata de uma pessoa de muita garra. Nascida para enfrentar os desafios que a vida oferece, sem perturbar-se. Ancorada em sua fé religiosa, que não é apenas um conceito relativo, e uma relação familiar muito consistente, Dona Cida, como muitos carinhosamente a tratam, revela uma vida de muita luta, trabalho e conquistas. Dentro da sua simplicidade construiu uma existência expressiva. Para si mesma e para muitos que já estiveram e outros que ainda permanecem á sua volta. Dona Cida é uma pessoa impossível de ser esquecida. Pelo seu caráter, sua retidão, a sua disponibilidade em ajudar seus semelhantes sem questionamentos indigestos. Ela é o testemunho vivo de que nossa sociedade só irá mudar e melhorar se as famílias mudarem e melhorarem.
A senhora nasceu em qual cidade e em que dia?
Nasci na cidade de Laranjal Paulista, no Bairro do Bicame, em 9 de abril de 1930. Sou filha de Adamo Gardenal e Anunciata Mateucci Gardenal, eles eram filhos de imigrantes italianos. Meu avô chamava-se João Batista Gardenal e minha avó Vitória Schincariol Gardenal. Vieram da Itália com três filhas pequenas e minha estava prestes a dar a luz ao meu pai, ele nasceu poucos dias após a chegada ao Brasil. Meu pai tinha o ofício de marceneiro, fazia móveis, jogos de quarto, fabricava carroças, troles, ferrava as rodas de madeira que eram utilizadas na carroça. A serra era movida a água. Ele construiu com madeira uma roda d água muito bonita. Ele desdobrava as toras de madeira na serra maior, e depois cortava nas medidas e repicava na serra circular. Além de ter um moinho de milho, fazia fubá, canjica. Eu trabalhava com qualquer máquina que havia no moinho.
Quem abastecia o moinho de milho durante o beneficiamento?
Nós mesmos! Nós éramos pau para qualquer obra! Hoje vejo essa criançada reclamando por qualquer coisa! Naquele tempo havia a troca de fubá beneficiado por milho que a pessoa trazia. Havia medidas de cinco, dez, quinze, e vinte litros. Era trocada uma vasilha cheia de milho por uma de fubá. Ou era vendido o fubá por peso. O fubá era um mimo! Meu pai aos sábados matava boi pela manhã quando chegava ao meio dia ficava lotado de gente. O bairro era grande. O povo vinha com as vasilhas para levar a carne.
Qual é a receita para fazer uma boa lingüiça?
Com cinco quilos de carne de pernil de porco, 300 a 400 gramas de sal, três cabeças de alho, uma cabeça de cebola, porque ela solta muita água, pimenta do reino bem fininha a gosto. Mói tudo junto. Se a máquina for boa basta moer uma vez só. Naquela época a máquina era manual, não era elétrica. Com o funil ensacava na tripa do boi. Jogava fubá em cima da lingüiça e deixava curar. Na época não havia geladeira, pegava-se uma lata de óleo de vinte litros, derretia gordura, tinha uma arte nessa função, a banha era bem branquinha. O bucho, a barrigada, era utilizado para fazer sabão. Para cada seis quilos de ingredientes usava-se um quilo de soda e dez litros de água.
Quantos filhos os pais da senhora tiveram?
Em vinte anos a minha mãe teve treze filhos, todos nascidos em casa eu sou a primeira filha deles, depois veio meu irmão que faleceu aos 50 anos de idade, Antonio Natalino Gardenal. A seguir nasceram os filhos: Vitória Domingas Gardenal, Maria Gardenal, Josué Elias Gardenal, Isabel Ely Gardenal, Irene Gardenal, João Mathias Gardenal, Junia Gardenal, Loide Herminda Gardeal,Tito Gardenal, Noemi Gardenal e Juraci Gardenal.
Após o nascimento de um filho havia o resguardo?
Por quarenta e cinco dias a mãe não mexia com nada. Não lavava nem roupa. Não fazia nenhum serviço mais pesado.
Como chamava o sítio em que a família da senhora morava?
Era chamado de Moinho do Damo Gardenal. Eles não costumavam chamar o nome completo do meu pai: Adamo. O único que o chamava pelo nome correto foi o Neco Escrivão, dono do cartório.
A família da senhora freqüentava alguma igreja?
Freqüentávamos a Igreja Presbiteriana do Bicamo.
Geralmente as famílias de origem italiana seguem a religião católica, como ocorreu a orientação da família da senhora para outra religião?
De fato, eram todos católicos. Mas em uma ocasião veio um missionário com o nome David Azevedo. A primeira casa para a qual ele se dirigiu foi á casa do meu pai. No diálogo entre eles saiu o assunto de religião. Após um bom tempo meu pai convenceu-se de que deveria seguir a religião presbiteriana. O povo do bairro dizia: “-Fulano é protestante agora!” Na época meu pai era o único. Um dia o David passou em casa e convidou meu pai para ouvir uma pregação na igreja. Meu pai escutou um versículo que o marcou muito: “-Filho meu dá-me teu coração.” É inacreditável o que meu pai fazia por causa desse versículo. Com o tempo o pessoal do bairro não se importou mais com o fato dele ser protestante. Com o tempo houve a adesão de outras pessoas, meu sogro foi um deles. Com o tempo quase todos do bairro converteram-se para a igreja presbiteriana.
Com quantos anos a senhora casou-se?
Casei-me com Américo Augusto Vicente. No dia 9 de abril eu completei 17 anos de idade, no dia 12 de abril de 1947 casei-me. O pastor que celebrou o casamento foi Lazaro Manoel de Camargo. Entrei vestida de branco, conduzida pelo meu pai. Quem deu a festa foi o Schincariol. Tivemos quatro filhos: Adão Lourenço Vicente era químico. Eunice Augusto Vicente, advogada, Evaldo Augusto Vicente, jornalista, e Américo Augusto Vicente Júnior, advogado. Mudei-me para Piracicaba com 34 anos de idade.
Como a senhora conheceu o noivo?
Morávamos todos próximos um do outro. Estávamos sempre na igreja. Ele era dez anos mais velho do que eu. Ele dizia aos amigos dele que ia casar-se comigo. Meu sogro Lourenço Augusto, casado com Vitalina Augusto dizia para o Américo: “Case com a filha de Damo que você terá uma verdadeira mulher dentro de casa: trabalhadeira, uma boa mãe.” Infelizmente ele morreu antes de nos ver casados.
Onde foi a lua de mel da senhora?
Foi no sítio mesmo. Trabalhando. A minha mãe quando se casou com meu pai passou oito dias em Salto de Itu em lua de mel. Naquela época não era comum viajar-se em lua de mel.
Depois de casada quanto tempo a senhora permaneceu no sítio?
Já faz quarenta e três anos que estamos morando em Piracicaba. Nós mudamos do sítio para Laranjal Paulista, lá tivemos um bar. Mudamos para Piracicaba com a intenção de montarmos uma pensão. O local escolhido foi uma casa situada na Rua São José esquina com a Rua do Rosário. Ali morei quinze anos. A casa pertencia á Luiz Dias Gonzaga, anteriormente tinha sido de Antonio Ribecco, onde hoje existe uma série de salões comerciais no local. Tinha oito quartos, uma cozinha grande, uma sala de jantar grande, e uma sala que era muito grande, onde servíamos as refeições. Os nossos vizinhos de esquina era a família Gianetti, o Pretel, onde hoje está a Uniodonto. Onde hoje se situa a Biblioteca Pública Municipal era um jardim muito lindo, com bancos, árvores. Na Rua Alferes com a Rua São José, onde hoje existe um moto taxi, morava Dona Mariquinha Libório. Mais á frente existia o Cine Broadway.
Quando a senhora mudou-se para essa casa uma parte foi reservada para uso da família?
Um quarto ficou para meu marido e eu e outro quarto para os filhos. O resto era alugado. Além de servir refeições. Davi Barros foi meu primeiro hospede, ele era funcionário do Banco Itaú, adorava carne moída e ovo frito com arroz e feijão. Entre os muitos hóspedes que tivemos lembro-me de Eduardo Daruge, João Paulo Feijão Teixeira, Luiz Antonio Campos Penteado. Onde hoje está a Uniodonto funcionava o Pronto Socorro de Piracicaba. Os médicos tomavam refeição na pensão. Ás vezes eles mandavam buscar um prato de comida já pronto. Adoravam a comida. Na época era tudo feito no fogão a lenha. Acordava ás cinco horas da manhã.
A senhora forneceu refeições para grandes empresas?
Forneci para os funcionários do Banco do Brasil. Quando foi construída a empresa Philips de Piracicaba eu forneci as refeições para o pessoal que estava executando as obras. A mesma coisa aconteceu durante a construção da Caterpillar de Piracicaba. Teve uma época em que chegamos a fornecer cinco mil refeições por dia. Só que já tínhamos comprado um fogão industrial de grande porte. Era uma comida trivial, bem caseirinha. A sobremesa eram frutas, doce de abóbora, doce de mamão, arroz doce. Para o arroz doce ficar gostoso deve-se cozinhar o arroz com leite.
A senhora fez um malabarismo para comprar o seu primeiro telefone?
O número do telefone era 7815. O cômodo reservado para os filhos foi ocupado por pensionistas. Essa renda extra é que complementou o valor necessário na compra do telefone. Por um período, os filhos se acomodaram em colchões colocados em área que durante o dia era de uso comum para os hóspedes, colocados a noite e retirados logo pela manhã cedinho. Assim que foi pago o telefone, os filhos voltaram a ter o quarto de novo.
Como era o nome da pensão?
Pensão da Aparecida. O pessoal chegava a Piracicaba e já se dirigia para lá. Principalmente os estudantes. Muitos até hoje, já formados, passam para nos visitar. Teve época em que chegaram a morar lá até 22 estudantes. Tudo com a mais absoluta ordem e higiene. Antigamente era muito comum haver um conjunto que compunha um jogo de marmitas, geralmente cinco unidades distintas. Em cada uma ia separado um tipo de alimento: arroz, feijão, salada, complementos. Com o tempo, a pensão foi dando lugar á um restaurante, havia grande procura pela comida. Os estudantes passaram a morar em repúblicas. Houve um período em que saímos dessa casa e fomos para o Bairro São Dimas. Mais tarde fomos para um local muito amplo na Avenida Luciano Guidotti. Nessa época já era um restaurante industrial, na época um fato não muito comum em cidade do interior.
A senhora mesma ia até o mercado para comprar os ingredientes?
Pedia por telefone e o pessoal mandava. Uma das fornecedoras era a Dona Maria Portuguesa. Carne eu comprava no Açougue Municipal, em frente ao antigo prédio da prefeitura, que foi demolido. O proprietário do açougue era o Seu Reialdo. Ao lado havia a Relojoaria do Tedesco. Nesse quarteirão havia uma Barbearia, o Berti Alfaiate.
De quem a senhora herdou essa garra toda?
Dos meus pais. Meu pai e minha mãe eram dois trabalhadores incansáveis.
Quem trazia a lenha para ser utilizada na pensão?
Era o Domingos Spolidoro, pai do Diógenes Spolidoro. A lenha chegava umas quatro horas da tarde, era descarregada do caminhão, deixada na calçada. Os filhos Eunice e Evaldo é que recolhiam. O Junior era muito pequeno ainda e o Adão estava fora de Piracicaba.
De onde surgiu o espírito de jornalista do seu filho Evaldo?
Foi um pedido meu. Foi uma benção que recebi de Deus. Meus pais moraram por um período de uns três anos em Maringá, no Paraná. A mudança quem levou foi o pai do Aldano Beneton, da Agencia Monte Alegre de Turismo. Fui visitar os meus pais, na volta fiquei grávida do Evaldo. Eu admirava muito a cultura que os reverendos possuíam. O nome do Evaldo foi uma forma de homenagear o pastor Evaldo Constantino Ramos. Pensei no meu intimo que meu filho deveria seguir uma carreira brilhante como a do pastor, que era um excelente escritor. O Evaldo com 11 anos de idade já lia e resumia livros para uma determinada professora que necessitava desse resumo em sua atividade profissional. Sempre foi precoce. O Evaldo é um homem muito bravo, só que ele domina seu temperamento. Deve ter herdado isso do pai. Muitos conhecidos da igreja que freqüento dizem: “Dona Cida, quantas mães gostariam de ser mãe do Evaldo”.
Qual foi a sensação que a senhora sentiu quando foi editado o primeiro exemplar do jornal feito pelo seu filho Evaldo?
Foi muito grande. Na época o jornal funcionava na esquina formada pela Rua Voluntários de Piracicaba com Rua Alferes José Caetano, onde hoje existe um laboratório de análises clínicas, ali nasceu o primeiro número da Tribuna. Na Rua Alferes José Caetano, 701 havia a Padaria Brasileira, era do Seu Yeda. Comprava muito pão ali. No final de ano levava quitutes para serem assados ali: leitoa principalmente. Também havia a Padaria Santo Antonio do Sergio Sachs, ficava para baixo da delegacia de polícia. Lembro-me do Dr. Alfredo de Castro Neves, ele que cuidava de todos nós. Lembro-me da Loja da Lua na esquina da Rua Prudente de Moraes com Alferes José Caetano, a Sapataria Oliveira que ficava na esquia da Rua Pudente de Moraes com a Rua do Rosário. Na Rua Prudente de Moraes entre Alferes e Rosário existia o Supermercado Guerra, a Agro-Comercial. Cheguei a ver o Governador Roberto de Abreu Sodré quando inaugurou o fórum no prédio existente até hoje, que também vi ser construído.
A senhora ia passear quando?
Nunca! Meu lazer era sentar na máquina de costura e trabalhar. É uma máquina Singer que conservo até hoje.
A senhora gostava de ouvir rádio?
Gostava, mas por causa do barulho não conseguia ouvir direito.
Uma profissão que a senhora gostaria de ter, se tivesse tido a oportunidade?
Eu tenho certeza de que seria jornalista!
A senhora tem algum apelido?
Algumas pessoas me chamam de Nena.
A senhora chegou a participar de algum coral?
Sempre cantei na igreja, como contralto.
Quantos funcionários a senhora chegou a ter no seu restaurante industrial?
Cheguei a ter cerca de 100 funcionários.
A senhora e seu marido chegaram a criar alguma criança sem lar?
Se somarmos todas as crianças que criamos em diversos períodos, foram mais de 40. De todas as origens possíveis. Alguns hoje ocupam cargos de destaque no trabalho que desempenham.
Tem uma passagem muito interessante de um menino que trabalhava em um circo?
Fui com meu marido ao Circo do Veneno, levar uma criança que queria conhecer o circo. Tinha um garoto bem miudinho, magrinho, vendendo amendoim. Quando terminou o espetáculo fui até a casa desse menininho. Lá encontrei o pai muito doente. Uma semana depois ele faleceu. Ele deu os documentos do menino para mim e para meu marido e disse: “Faça dele um homem”. Além desse menino havia mais quatro crianças. Foram todos morar na minha casa. E ali cresceram.







Free Counter
"O medíocre é solene. Na pompa grandíloqua das exterioridades, busca um disfarce para a sua íntima vacuidade. Acompanha, com fofa retórica os atos mais insignificantes e profere palavras insubstanciais, como se a humanidade inteira quisesse ouví-las."
(Jose Ingenieros, in O Homem Medíocre)



Free Counter
"A faculdade principal da alma é comparar. O bom senso é a justa comparação das coisas."
Montesquieu



Free Counter
Luís Pereira, pintor de parede, dormiu com 200 votos e acordou como deputado federal. Era suplente de Francisco Julião, líder das Ligas Camponesas, em Pernambuco, cassado pelo regime vigente. Chegou a Brasília de roupa nova e coração vibrando de alegria. Murilo Melo Filho melou o jogo, logo no aeroporto, com a pergunta abrupta :
- Deputado, como vai a situação ?
Confuso, nervoso, surpreso, sem saber o que dizer, tascou :
- As perspectivas são piores do que as características.




Free Counter

quinta-feira, novembro 27, 2008

"Devido às quebras de Bancos, queda nas Bolsas, cortes no orçamento, crise nos combustíveis e racionamento mundial de energia, informamos que a famosa luz no fim do túnel será desligada!..."
by ACGB



Free Counter

sábado, novembro 22, 2008

Postado por Luiz Bassetti em 22/11/2008 17:44 HOJE A TARDE EM CURITIBA...CIMENTEIRO C37 SEGUINDO PARA O PATIO DE CURITIBA, PASSANDO PELO BAIRRO ALTO DA XV EM CURITIBA.



Postado por Luiz Bassetti em 20/11/2008 18:13
MANUTENÇÃOAUTO DE LINHA COM PESSOAL DA MANUTENÇÃO, QUE PASSA FAZENDO ANOTAÇÕES SOBRE A VIA PARA DEPOIS EQUIPES ARRUMAREM OS TRECHOS DEFEITUOSOS.
PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS

A Tribuna Piracicabana
http://www.tribunatp.com.br/


Entrevista: Publicada no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:

http://www.tribunatp.com.br/

http://www.teleresponde.com.br/


Entrevistada: Jussara Maria Siqueira Sansígolo


Jussara conquistou Piracicaba. Piracicaba conquistou Jussara. Jussara dança a vida, para ela dançar é viver. Quase um ritual sagrado. Vivifica a música. A vibração musical desperta nela uma alegria quase ingênua, porém de uma força extraordinária. Pode-se dizer que Jussara explode quando dança. Essa característica foi reconhecida desde os seus três anos de idade. Seu magnetismo pessoal, sua paixão pela dança, transformaram-na, até de forma precoce, em uma personalidade de Piracicaba. Por inúmeras vezes teve convites e oportunidades para integrar a seleta classe de artistas reconhecidos por sua atuação no eixo Rio-São Paulo, o sonho de muitos que aspiram ao estrelato nacional. O que mais fascina em Jussara é sua firmeza de caráter. Sempre soube definir muito bem suas metas e objetivos, algumas vezes até por intuição. Renegou a fama para continuar fazendo o que sempre gostou de fazer: dançar. Sem submeter-se a encilhamentos culturais. Pode-se dizer que se seu espírito para dança é indomável, sua autodisciplina é irretocável. A sua sólida formação moral, adquirida a partir do seu próprio berço, faz de Jussara uma das grandes figuras femininas da nossa época. Jussara nasceu em Piracicaba em 14 de dezembro de 1955, filha da professora Maria Angélica Fernandes Siqueira e do professor Juciê Roberto Siqueira.
A sua vida escolar iniciou-se onde?
Fiz o curso primário no Grupo Escolar Barão do Rio Branco. De lá fui para o Colégio Assunção, em seguida para o Colégio Estadual Dr. Jorge Coury. Em seguida fui fazer o curso de Letras na Unimep.
Com quantos anos você começou a estudar ballet?
Minha mãe colocou-me no curso de ballet quando eu tinha três anos de idade. Existem aulas específicas para crianças com essa idade! Eu me apaixonei pela dança e nunca mais parei, até hoje. A primeira escola em que estudei ballet funcionava na Escola de Música Dr. Ernest Mahle, a minha primeira professora de ballet foi Íris Ast. Depois tive Silvia Hage como professora, ela dava aulas na Societá Italiana di Mutuo Soccorso. Eram professoras de ballet clássico. Depois disso, o ballet em Piracicaba ficou um período estagnado. Não havia professoras dando aulas. Minha mãe dirigindo o seu automóvel passou a me levar para Campinas, na Escola Lina Penteado, íamos uma a duas vezes por semana. Nesse período o Lions Independência passoua trazer de novo o ballet para Piracicaba. Passei a fazer ballet no Lions Independência, que por coincidência tinha um docente da Lina Penteado, que foi meu professor. Foi a primeira escola com grande número de alunos, havia 1.500 estudantes de ballet!
Existe um vinculo entre o ballet de Piracicaba e o de Londres?
Estudei sempre o curso da Royal Academy of London. É um curso em inglês, vem uma pessoa da Inglaterra para realizar os exames. O certificado tem validade internacional. Este ano tenho nove alunos recebendo certificado de Londres, eles fizeram o exame em setembro.
Além do ballet clássico existem outras derivações de danças?
Muitas! O Baby Class para crianças de 3 a 5 anos de idade, o Pré Primary de 5 a 6 anos de idade, o Clássico, o Jazz, Contemporâneo, Flamenco, Dança Espanhola, Dança do Ventre, Dança de Salão, Sapateado, Street Dance. O balett clássico tem suavidade, o flamenco é forte, a dança do ventre é sensual, cada dança tem uma linguagem. O corpo responde á modalidade de dança que está realizando.
Qual é o significado do ballet para você?
Ballet é a minha vida! (risos). Vivi a vida intera com danças, me apresentando em teatros, acho que ballet é primordial para todo mundo, independente da profissão que vá seguir. O ballet, em qualquer das formas que se apresenta é um alicerce para a vida. Faz parte da formação, da disciplina, da postura. Percebem-se facilmente as crianças que fazem ballet daquelas que não fazem. O movimento em si é muito importante para extravasar. Eles passam a serem melhores alunos em outras atividades escolares, fazem uma redação melhor, se expressam melhor.
Há uma grande procura de clinicas psicológicas, psiquiátricas, independente da faixa etária. Se forem dados maiores incentivos para escolas de dança pode haver uma redução nessa busca? (N.J. Após uma pausa, Jussara respira profundamente e responde).
A dança é terapia. Tanto que existe dança terapia. Eu não sou psicóloga. Meu irmão é médico psiquiatra, e em sua clinica conta com uma equipe de quatro psicólogas. Tive a oportunidade de colaborar em um trabalho de dança terapia que foi realizado na clínica. Foi um sucesso! Só não levei adiante esse projeto por absoluta falta de tempo. É um trabalho maravilhoso. As crianças são muito criativas em sala de aula. Possuem leveza. Elas levam isso para casa! É um mundo muito colorido, com muita dança. Além de evitarem possíveis terapias, algumas corrigem a postura corporal. Médicos pediatras e ortopedistas indicam a dança como forma de tratamento. Após quatro a seis meses o resultado é visível. Já tive casos de alunas com Síndrome de Down. Não há necessidade de nenhuma linguagem especial, basta a energia do amor. Elas entrosam sem ter receber algum trabalho diferenciado.
Você tem filhos?
Um casal. Meu filho é apaixonado, ele adora. Quando vê minhas alunas dançando, ou quando me via dançando, ele sempre manifestou muito entusiasmo pela dança. Hoje tenho as minhas obrigações dentro da minha academia, a coordenação e direção da escola, muitos alunos, muitas montagens de apresentações. O bailarino tem que estar dedicado por inteiro. Não tenho como me apresentar em um palco, pensando que determinada aluna precisando da minha atenção. Eu não estaria totalmente como bailarina. Eu não consigo atuar pela metade.
É sua característica pessoal tratar a todas as pessoas, inclusive seus alunos, professores, com a mesma deferência?
A minha escola, Ballet Jussara Sansígolo, tem essa receptividade. As alunas que possuem um padrão financeiro mais elevado sabem que na hora do espetáculo isso não influi em nada. Vou pela arte! Cada um vai buscando seu tempo, seu espaço. São tratados com profissionalismo. Quem entra na minha escola já sabe. Pobre ou não, todos são tratados de forma que se sintam muito bem aqui. Hoje tenho por volta de duas centenas de alunos, sendo que tenho alunas de 3 anos de idade e alunas com mais de seis décadas de vida.
Qual é a proporção entre alunas e alunos?
Existem bem mais mulheres. Existem rapazes freqüentando a escola. Tem um caso bastante interessante, trata-se de um garoto de 11 anos de idade, que os pais o trouxeram sorrindo, com muita alegria por poderem dar essa oportunidade ao filho. Os pais gostam de dança de salão, andaram fazendo dança de flamenco. O menino está realizado. No dia 16 e 17 de dezembro será o primeiro espetáculo em que irá dançar. Essa força grande que ele está recebendo da família é bastante rara. Normalmente eles chegam já na fase adulta, por saberem que gostam de dançar, não se preocupam com a opinião familiar a respeito.
Esse preconceito do homem dançar ballet é uma característica da sociedade latina?
Hoje já diminui muito. Antigamente era um pensamento mundial. A própria mídia define para o indivíduo, segregando o que deve ser exclusivamente feminino ou masculino. Já está diminuindo bastante, mas ainda existe, principalmente com relação ao ballet clássico. O bailarino de flamenco já não sente essa discriminação, é uma dança mais forte, mais determinada. O Street Dance hoje é coreografada, não tem nenhum tipo de discriminação.
A dança pode despertar romantismo entre uma aluna e um aluno?
Existe um bailarino, que hoje é flamenco, mas que já fez ballet clássico na minha escola. Na ocasião ele namorava. Na época eu tinha uma bailarina também clássica. Montei um Pas de Deux (Passo a dois), romântico. Ele não olhava para a bailarina como deveria fazer. Eu dizia: “Marcelo, olha para a Diane com mais vida!”. Ele acabou descobrindo que gostava da Diane. Terminou o namoro com a moça que estava namorando e passou a namorar a Diane! Após doze anos de namoro, ele está com 30 anos de idade e ela com 28, estão na minha escola até hoje e irão casar-se no começo de 2009. E com certeza serei a madrinha! Eu disse que eles deveriam casar-se no palco, esse amor começou na dança! (Risos).
A bailarina tem que estar vigilante quanto a sua alimentação?
Sim, embora eu não deixe em minha escola como uma determinação. Acho que a dança tem lugar para todos. Independente de ser mais cheinho. Para os que pretendem seguir carreira existem limitações. De um modo geral ao faço restrições na minha escola. Eu tento usar uma forma suave para passar a mensagem. Se eles tiverem comendo uma bolacha, pergunto se trouxeram alguma fruta. Percebo que as crianças passam a trazer de lanchinho pêra, maçã. Caso queiram comer bolacha deixo que comam. A dança traz todos os benefícios possíveis, mas se a pessoa não estiver com a cabeça centrada na dança e gostando, a pessoa continuará com seus problemas. A bailarina tem que ter um ideal, sentir-se por completa. Para que isso aconteça cada um tem seu tempo. Cada pessoa tem suas características próprias.
Quanto tempo dura um curso de ballet?
O ballet clássico é longo. Elas entram com 3 anos de idade, e algumas já estão comigo há 10, 12 anos. Algumas delas são minhas professoras. Eu mesma estudo até hoje. Não danço mais faço aulas, existe a reciclagem, os programas mudam. Os professores estão periodicamente participando de cursos. Tem que fazer para saber mostrar.
Você já sonhou que estava dançando?
Muito. Principalmente em véspera de espetáculo, já sonhei que estava dançando, sonhei até que estava caindo no palco! (risos)
Algumas bailarinas podem sofrer alguma queda durante a apresentação?
Isso é mais comum acontecer do que se pensa. Até bailarinas famosas já vi cair no palco do Teatro Municipal de São Paulo. Isso acontece. As bailarinas quando dançam nas pontas dos pés, elas estão usando uma sapatilha que tem um pouco de gesso na extremidade. Hoje já estão lançando novos modelos de sapatilhas. Esse tipo de apresentação pode estar sujeito ao menor desequilíbrio da bailarina.
È verdade que os pés de uma bailarina são de uma aparência um tanto quanto trágica?
Imagine! Nem tanto, só tem um pouco de calinho! (risos).
Qual é o uniforme da bailarina?
Usa-se meia calça, collant, algumas gostam de usar saia. Usa quem quiser. E a sapatilha, que pode ser de couro, lona, couro sintético, no caso de sapatilha para meia ponta. A da ponta é feita de cetim. A bailarina deve usar coque. O cabelo solto atrapalha ao fazer movimentos.
Quantos dias por semana uma aluna tem aulas?
Dois dias por semana com a duração de uma hora cada aula, isso para crianças. A partir de 11 anos de idade passa a ser uma hora e meia cada aula.
Uma pessoa que nunca praticou dança pode se matricular com qualquer idade?
Pode. O ballet não tem limitações. O que acontece é que o curso deve ser voltado para aquela idade. A pessoa não terá o mesmo programa que é dado para uma criança de 3 anos.
Você tem muitas alunas da terceira idade?
Não tenho. Mas trabalhar com crianças e com pessoas da terceira idade é uma das minhas paixões.
A mulher está mais sujeita a osteoporose, a dança contribui para que a perda de cálcio seja menor?
Contribui. A dança propicia o fortalecimento, isso não significa que a partir de certa idade a pessoa não irá necessitar a ingestão de medicamentos que reforcem o teor de cálcio em seu organismo. A atividade física fixa mais o cálcio. Acho que com a idade as bailarinas irão cair e quebrarem. Não irão quebrarem e cair! (muitos risos).
Você desfilou no carnaval de Piracicaba?
Saí por vários anos. Isso aconteceu nos anos 1974, 1975 a 1976. Eu estava na minha casa, era só dançava ballet clássico, meu tio Waldomiro Lopes, e convidou para participar do desfile. A princípio considerei a proposta fora de propósito, até que pela insistência dele eu concordei desde que eu dançasse do meu jeito, sem regras. A dança para mim vem de dentro. Fui até a concentração da escola, aquele som era muito gostoso. Comecei a dançar com um pouco de coreografia, jogava minhas mãos, meus cabelos.
Baixou o samba em você?
Jussara responde rindo muito: “É bem por aí!”. Aquela cuíca. Aquele som me emocionava. A única condição era de que eu saísse na frente da bateria, eu queria aquele som muito próximo. Gravei um pedaço do ritmo da escola e saí á procura de discos de escolas de samba do Rio de Janeiro. Comprei todos que encontrei. Pensei nos atributos que uma pessoa tem que ter para sair desfilando na rua. O visual, cabelo, corpo, cor e resistência. Ia até o Clube de Campo de Piracicaba, nadava, tomava o sol da manhã. As 10 horas eu vinha colocava o disco da escola de samba do Rio e ficava dançando até ao meio dia. Das duas horas até as cinco horas da tarde eu dançava de novo. Minha mãe e meu pai ficavam admirados! Isso foi dos meus 15 aos meus 18 anos de idade. Eu olhava na televisão e via as pessoas que desfilavam no Rio de Janeiro quase sem roupa. Pensava, eu quero ter uma roupa que tenha muito brilho, quero ter um anel com pedras que brilhem em meu dedo. Minha mão bordava a minha roupa cheia de pedraria. Eu usava sapatilha, na época o pessoal saía muito de salto alto. Quando desfilei foi uma sensação. Foi notícia em de primeira página em todos os jornais da cidade.
Você lembra-se do trajeto do carnaval?
Os primeiros desfiles desciam a Rua Governador, entrava na Rua Prudente de Moraes, passava em frente ao cinema Politeama e subia pela Rua Boa Morte. Só que na época não existia tempo determinado para que a escola desfilasse. A escola que estava na frente sacrificava a escola que vinha atrás. Permanecia o tempo que queria em frente a arquibancada do júri. Cheguei a passar as três horas da manhã em frente ao júri, sendo que tinha começado a sambar as 10 horas da noite! Olhe a resistência que era necessária!






Free Counter

terça-feira, novembro 18, 2008

Passeio virtual pela Roma antiga

Novo programa do Google permite passeio virtual pela Roma antiga
San Francisco, 12 nov (EFE).- Passear pelo Coliseu Romano ou pelo Ludus Magnus sem sair de casa já é possível graças a uma ferramenta lançada hoje pelo Google que permite viajar no tempo -virtualmente- até a antiga Roma.O Google apresentou hoje Ancient Rome 3D para Google Earth, uma aplicação que recria em três dimensões 6.700 edifícios da Roma Antiga para que os usuários a percorram ou descubram seu interior como era no ano 320 durante o mandato do imperador Constantino.Entre os monumentos que se incluem estão as Basílicas de Julia e a de Maxentius, o Arco de Constantino ou o Ludus Magnus, onde treinavam os gladiadores e do que hoje só ficam ruínas.O programa, que pode ser baixado gratuitamente na Internet a partir de hoje, oferece também informação detalhada sobre muitos dos edifícios, elaborada por historiadores.A aplicação foi possível graças a uma cooperação do Google, as universidades da Califórnia em Los Angeles e o Instituto de Tecnologia Avançada para Humanidades da Universidade da Virgínia."Esta conquista demonstra como a tecnologia pode ajudar a promover a cultura e a disseminar o conhecimento", escreveu Gianni Alemanno, prefeito de Roma, no blog corporativo do Google."A idéia de que a tecnologia virtual permite às pessoas experimentar a cidade como era no ano 320 A.C. me enche de orgulho, um orgulho que herdei do glorioso passado de Roma", acrescentou.Paralelamente, Google lançou um concurso para professores de ensino fundamental e médio nos EUA a fim de que utilizem o Ancient Rome 3D como ferramenta educativa.



Free Counter

domingo, novembro 16, 2008

TroopTube

Um ano e meio depois de restringir o acesso dos soldados ao YouTube e páginas similares, o Exército americano lançou um de compartilhamento de vídeos criado especialmente para eles. O TroopTube.




Free Counter
Depois de virar piada na TV, Sarah Palin se transformou no centro de uma grande farsa na internet. Logo após o pleito que elegeu o democrata Barack Obama, no início de novembro, o canal conservador Fox News afirmou, com base em uma fonte anônima da campanha de John McCain, que a candidata a vice-presidência pelo Partido Republicano não sabia que a África era um continente. No início da semana, o âncora David Shuster, da MSNBC, desmascarou a fonte. "Tratava-se de Martin Eisenstadt, um assessor de McCain, que se identificou hoje como a fonte do vazamento", afirmou.
Há apenas um problema: Martin Eisenstadt não existe. Seu
blog existe, mas ele não – apesar de, no blog, ele negar que não exista. O think tank onde ele trabalharia, o Instituto Harding para Liberdade e Democracia, também não passa de um sítio de internet. Os vídeos onde ele aparece no YouTube são falsos.
Lição
Eisenstadt é uma farsa muito bem elaborada que vem sendo posta em prática há meses. A MSNBC, que rapidamente corrigiu o erro, não errou sozinha: a revista New Republic e o jornal Los Angeles Times foram alguns dos veículos que também caíram na armadilha. Agora, uma dupla de cineastas desconhecidos alega ter criado Martin Eisenstadt para ajudá-los a lançar um programa de TV baseado no personagem. Eitan Gorlin – que interpreta o assessor nos vídeos – e seu parceiro Dan Mirvish dizem que não são a fonte dos vazamentos sobre as gafes de Sarah Palin; apenas assumiram a responsabilidade para chamar a atenção.
Os dois culpam a mídia e, em especial, a blogosfera pela facilidade que tiveram em armar a farsa. "Com o ciclo de 24 horas das notícias, eles absorvem tudo o que conseguem achar pela frente", diz Mirvish. Jeremy Gaines, porta-voz da MSNBC, explicou que o erro da emissora ocorreu porque alguém da redação recebeu a história em uma mensagem de e-mail de um colega e achou que as informações haviam sido verificadas. "[O conteúdo da mensagem] Não havia sido avaliado", diz Gaines. "Não devia ter ido ao ar."
Mais do que os veículos tradicionais, as maiores vítimas de Eisenstadt foram os blogueiros, que caíram no conto das informações falsas apesar de alertas na própria internet sobre o suposto assessor – inclusive uma investigação online por parte de um blogueiro que tentou, a todo custo, desacreditá-lo.
Plano sofisticado
A farsa teve início no ano passado, com vídeos curtos sobre um manobrista de carros – que era a idéia original da dupla para o programa de TV. Em vídeos posteriores – que atraíram dezenas de milhares de visitas online, e pouca atenção da mídia –, o personagem aparecia dirigindo e soltando elogios sem sentido ao político republicano Rudolph Giuliani.
Quando Giuliani abandonou a corrida presidencial, o personagem foi transformado em Eisenstadt, uma paródia a comentaristas políticos nas emissoras de TV a cabo. Ele logo se tornou assessor de John McCain e ganhou um blog, atualizado com supostos comentários de dentro da campanha, e outros blogueiros começaram a reproduzir seu conteúdo. O Instituto Harding também foi inventado.
Gorlin e Mirvish ainda produziram um pequeno documentário "da BBC", em vídeos postados no YouTube, no qual Eisenstadt aparecia como convidado. Em julho, quando a campanha de McCain comparou Barack Obama à socialite Paris Hilton, o falso assessor afirmou em seu blog que o telefone estava "queimando" no escritório republicano, com ligações irritadas do avô de Paris. O blog político do Los Angeles Times estava entre os que morderam a isca e reproduziram a história, citando Eisenstadt e colocando um link para sua página.
O blogueiro William K. Wolfrum foi quem seguiu as mentiras de Eisenstadt pela internet e, por diversas vezes, derrubou suas alegações. Gorlin e Mirvish elogiam sua persistência, e dizem que a mídia tradicional poderia aprender umas lições com ele. "Como se já não houvesse desinformação demais nesta eleição, foi chocante ver tanto tempo perdido com coisas que não existiam", afirmou Wolfrum em entrevista. Mas como saber se o blogueiro realmente existe e não é, na verdade, parte da farsa? "É, esta é uma pergunta difícil", responde. Informações de Richard Pérez-Peña [The New York Times, 13/11/08].






Free Counter
COLUNET - PIRACICABA ANO I NÚMERO 2


DOCENTE DO CENA É PREMIADO NO JAPÃO


Juntamente com pesquisadores de universidades do Japão, Venezuela, Espanha, Portugal, Estados Unidos, Tailândia, República Checa, Alemanha e Reino Unido, Elias Ayres Guidetti Zagatto, docente do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), foi homenageado em Nagoya (Japão), pela Japanese Association for Flow Injection Analysis, entidade responsável pela outorga do FIA Honor Award for Science.

De Nagoya, onde participou da 15th International Conference on Flow Injection Analysis and Related Techniques e do 25º aniversário da associação japonesa, no período de 28 de setembro a 3 outubro, Zagatto trouxe diploma e medalha de mérito científico, honrarias que são concedidas àqueles que se destacam pela atividade científica na área de fluxo.

Perguntado sobre sua recente conquista declara - “compartilho esse prêmio com colegas, funcionários, alunos e colaboradores do CENA que, de alguma forma, contribuíram para o desenvolvimento das pesquisas na área de automação em Química Analítica nestes últimos 25 anos”.

O pesquisador
Engenheiro Agrônomo pela Universidade de São Paulo (1971), mestre em Energia Nuclear na Agricultura pela Universidade de São Paulo (1974) e doutor em Química Analítica pela Universidade Estadual de Campinas (1981).

Atualmente é professor titular do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo e membro titular da Academia Brasileira de Ciências. Suas atividades de pesquisa contemplam principalmente o projeto e desenvolvimento de sistemas de análises químicas em fluxo, com aplicações nas áreas agronômica, ambiental, farmacêutica e industrial.





Free Counter

Postagem em destaque

      TÉO AZEVEDO E THAIS DE ALMEIDA DIAS     TÉO AZEVEDO E THAIS DE ALMEIDA DIAS       TÉO AZEVEDO E THAIS DE ALMEIDA DIAS             ...