quinta-feira, abril 23, 2009


Fernando Lugo Méndez, atual presidente do Paraguai, ex-bispo que se tornou político proeminente da chamada "esquerda" de nosso continente, é daqueles personagens latino-americanos que cabem com perfeição na literatura de Gabriel Garcia Marquéz. O primeiro mandatário do Paraguai é conhecido pelas suas bravatas sobre a exploração que o Brasil impõe ao pobre país por meio da Hidrelétrica de Itaipu, além das clássicas idéias sobre a exploração capitalista do ser humano. Todavia, o que o ex-bispo gosta mesmo é daqueles amores noturnos com as moças pobres de seu rebanho religioso. É certo que teve um filho (agora reconhecido) de Viviana Carillo há cerca de dois anos "depois de uma longa relação". Vejam só ! Agora aparece uma pobre senhora, Benigna Leguizamón, de 27 anos, que alega ter um filho com o bispo-galã Lugo de 57 anos. As mulheres indignadas de seu gabinete clamam ao presidente que faça um exame de DNA. Ou será um vexame de DNA ? Não consta que as indignadas tenham renunciado a seus cargos junto ao presidente-bispo e galã. No romance Del amor y otros demonios, Gabriel Garcia Marquéz conta-nos sobre Sierva Maria Todos los Ángeles, uma menina abandonada por sua família e criada entre os escravos. Mordida por um cachorro raivoso, lá pelas tantas e depois de várias tentativas de tratamento, é internada num convento passando a receber a generosa ajuda do Padre Cayetano Delaura. Tentado "pelas coisas do demônio" aquele obrero de Dios torna-se um caliente apaixonado. Ah ! O amor ! Tudo isto (em Marquéz) se passa 200 anos atrás, mas poderia ser reescrito em terras paraguaias por estes tempos.


domingo, abril 19, 2009

DIA DO EXÉRCITO BRASILEIRO - 19 DE ABRIL

Passados 361 anos do nascimento do Exército Brasileiro, encontramo-nos novamente perfilados para, uma vez mais, reverenciar atos heróicos de brasileiros que, em 1648, nos Montes Guararapes, reagiram à ocupação estrangeira. Coragem e sangue, audácia e determinação conduziram irmãos de três raças a alcançar a vitória sobre o invasor com o mesmo sentimento de brasilidade que até hoje tem caracterizado toda a história de nosso Exército. Ao longo desses séculos, consolidando a Independência, pacificando províncias, defendendo o território, fortalecendo a república e lutando pelos ideais de liberdade em solo europeu, a gente de nossa terra envergou a farda que tanto nos honra para, sob o manto dessa “segunda pele que adere à alma”, fazer do Brasil o país forte e soberano onde hoje vivemos. Cultuar-lhes a memória é continuar-lhes os feitos. Embora nos felicitemos por identificar hoje apenas nações amigas em
nosso entorno estratégico, o Exército Brasileiro, como força armada, permanece esteio e segurança de nossos cidadãos e, além disso, presta solidariedade a outros povos com uma ativa
participação em operações de paz. A observância da destinação constitucional, o apego à legalidade, a elevada motivação e o acendrado compromisso com a Pátria permanecem inalterados na Instituição, a despeito de dificuldades de diferentes naturezas. Nos dias atuais, em que a Estratégia Nacional de Defesa reconhece a imperiosa necessidade de o Estado Brasileiro dar maior atenção à sua defesa, projetos de grande envergadura norteiam a evolução da Força Terrestre. Amazônia Protegida, Mobilidade Estratégica e Combatente Brasileiro do Futuro, entre outros, são projetos que têm por objetivo dotar a Instituição das capacidades que a Nação requer e que você, Soldado Brasileiro, deseja de longa data. Trabalhemos todos por dar-lhes consecução. A nossa Força supera obstáculos, conquista objetivos e mantém-se em estado de prontidão graças, principalmente, ao valor de sua gente. Olhar altivo, vontade inquebrantável, culto à verdade, ética, disciplina e intenso amor pelo Brasil são marcas da alma verde-oliva. O Exército é credor da confiança e do respeito da sociedade a que serve. Jamais abriremos mão dessa conquista. Somos, realmente, “da Pátria a guarda, fiéis soldados, por ela amados”.
Homenagear o Exército Brasileiro no dia de seu aniversário é cumprimentar você, homem e mulher, fardado e civil, da ativa e da reserva por uma vida de renúncia e dedicação integral ao
serviço da Pátria. Fomos, somos e seremos sempre pelo Brasil, acima de tudo!

General-de-Exército Enzo Martins Peri
Comandante do Exército

BARÇO FORTE...
... MÃO AMIGA





sábado, abril 18, 2009


PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com
Sábado, 17 de abril de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
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ENTREVISTADA: OZAIDE TRIMER

A forma pausada de se expressar, com um português impecável, revela o seu grau de cultura. Objetiva nas respostas, embora saiba relevar até o tolerável o que nem sempre a agrada. Pode-se dizer que Ozaide Trimer é constituída de uma personalidade forjada não só pela genética como pelos seus desafios, que os vencendo de uma forma arrojada, externa um pouco do infinito limite da capacidade humana. Filha de Alfredo Trimer, nascido em 13 de setembro de 1913 e Paschoa Graviol Trimer nascida em 4 de abril de 1915, ambos já falecidos, Ozaide partilha com os irmãos Orivaldo, Oveida, Odila, Oraide e Odacir Alfredo a epopéia de uma família a quem o trabalho sempre foi uma constante e a dignidade e honra considerados como valores sagrados. Onde hoje se situa o Carrefour foi anteriormente uma área denominada Chácara Morato. É possível ver acima dos muros do estacionamento, parte de uma casa de construção centenária. Era a sede da fazenda. Uma construção ao lado era a casa onde Alfredo Trimer e sua família, moravam e cuidavam da propriedade. As lembranças de Ozaide ajudam a recompor esse importante marco da cidade de Piracicaba.
Seu pai é brasileiro?
Meu pai nasceu no Brasil, na cidade de Nova Odessa, um local onde moravam muitos russos e letos. Minha mãe nasceu no município de Santa Bárbara D`Oeste, seus pais vieram da Itália, da região de Treviso. Meu avô paterno imigrou para o Brasil antes da revolução ocorrida na Rússia. Por muitos anos ele trabalhou na Estrada de Ferro Sorocabana.
Quando seu pai e sua mãe conheceram-se?
Minha mãe estava ajudando a minha tia, lavando roupas em um córrego. Meu pai e meu tio Rodolfo Arnaldo, passaram pelo ribeirão com uma carroça carregada de toras de madeira. Por algum motivo essas toras caíram no ribeirão e sujaram a água. Minha mãe comentou com a minha tia: “-Nossa, que dois moços bonitos!”. Em uma festa no Município de Santa Bárbara, na localidade muito conhecida, denominada Santo Antonio do Sapezeiro, meu pai e minha mãe estavam presentes. Essa festa foi em um mês de outubro. Houve resistência por parte da família da minha mãe contra esse casamento, por motivos diversos, a religião, o fato de meu pai ser descendente de russos. Minha mãe enfrentou tudo e casou-se com ele.
A primeira atividade do seu pai foi na lavoura?
Meu pai era muito trabalhador, era apontado como uma pessoa extremamente dedicada ao trabalho. Ele casou-se com 25 anos de idade. No início ele ia pelos sítios comercializando miudezas, era o que na época denominavam de frangueiros, pessoas que comercializam mercadorias tendo como base a permuta de produtos industrializados por produtos agrícolas. O termo frangueiro era uma denominação dada a todos que realizavam essa atividade por trabalharem com um carrinho de tração animal e na parte inferior do carrinho, já no lado externo, havia uma espécie de gaiola, onde as aves, frutos da negociação, eram transportadas vivas. Ele exerceu essa atividade por uns três anos. Quando o Marcelino Angolin encerrou as suas atividades no tradicional armazém situado em Caiubi, transferiu esse armazém para o meu pai. Nessa ocasião meu pai deixou de fazer o comércio como frangueiro e fixou-se no armazém. Por questões administrativas, especialmente a venda a crédito com elevada inadimplência, meu pai acabou perdendo tudo. Saímos de Caiubi com a roupa do corpo e os pertences da casa. Na época eu tinha doze anos de idade. Fomos para a Fazenda Cachoeira, ao lado do lugar hoje denominado Colinas de Piracicaba. O proprietário da fazenda era Dr. José Freitas. Permanecemos lá por 4 anos. Mudamos para uma fazenda do Dr. Virgilio Fagundes, bem na frente onde passava o trenzinho que ia para Ártemis. Plantávamos cana e cereais. O sítio onde morávamos chamava-se Canadá. Um dia meu pai encontrou-se com o Francisco Lima, que foi um vizinho nosso na Fazenda Cachoeira. O Francisco Lima disse que estava morando na Chácara Morato, e que eles estavam precisando de mais pessoas para trabalhar.

Isso foi em que ano?
Foi em 1960, quando então viemos trabalhar na Chácara Morato. Na época da Dona Cenira Conceição Morato Leme, ela era casada com o Dr. Celso Leme. Moramos por um período de 18 anos na Chácara Morato. Dona Cenira teve os filhos Dona Madelana, Dona. Cidinha, Dona. Cecília, Dona Martha e Francisco. O caminho para vir para a cidade era pelo pasto da Chácara Nazareth ou pela Rua do Porto.

Apesar da denominação de chácara qual era a área compreendida pela propriedade?
Eram 50 alqueires. Fazia divisa com Chácara Nazareth. Onde hoje é o bairro Castelinho era um pasto enorme da Chácara Nazareth. Uma coisa curiosa é que a ponte existente lá sempre foi conhecida como Ponte Francisco Morato. Um dia tive uma surpresa muito grande ao ver que essa ponte havia recebido uma nova denominação. Dr. Morato foi um homem muito influente, a cidade de São Paulo tem rua, uma ponte muito importante com o seu nome. Há até uma cidade, em sua homenagem, que é Francisco Morato.
Na Chácara do Morato havia na entrada muito bonita?
Era uma alameda formada por árvores. Ainda resta uma árvore muito bonita, situada nas imediações do Carrefour. Acho que é a árvore mais bonita da cidade. Na época da construção do supermercado, fiquei sabendo que um senhor do Bongue permaneceu embaixo dessa árvore por dias, para que não cortassem essa árvore.
A casa onde a sua família morou ainda existe?
Ela foi desmanchada quando foi vendida uma parte da área para o supermercado. A Dona Cenira era uma defensora da preservação das coisas antigas.
Uma das curiosidades existentes na época era uma sirene manual?
Era! Na passagem de ano ficávamos acordados, meu pai ia lá e tocava por um bom tempo a sirene.
Em que ano sua família mudou-se da Chácara Morato?
Saímos em 1977. Quando eu estava na chácara trabalhei na roça por muito tempo. Fiz o colegial e a universidade. Tenho o curso superior de Processamento de Dados. Cheguei a fazer estágio na Cipatel, Companhia Telefônica de Piracicaba, empresa antecessora da Telesp em Piracicaba. Permaneci por um ano lá. Em 15 de setembro de 1977 fui contratada para trabalhar como auxiliar de secretaria no Colégio Piracicabano. O Reitor era o Dr. Richard Edward Senn. Depois entrou o Professor Elias Boaventura.
Por quanto tempo você permaneceu no Instituto Piracicabano?
Por 21 anos. Em 1987 fui nomeada Secretária Chefe.
Qual era a sua função nesse cargo?
Era cuidar da parte legal, principalmente junto a Delegacia de Ensino.
Você deu um salto tão grande na sua vida!
Graças a Deus! Quando entrei era a menorzinha de todas, com o salário mais baixo. Cuidava do Arquivo. Só que sempre fui muito curiosa. Quando eu descia para ajudar as meninas, queria saber o porquê o histórico era feito daquela forma. Lá dentro eu dei um salto muito grande. Nós saímos dos históricos feitos manualmente para o feito pelo computador. Trabalhava com o Centro de Processamento de Dados que atende a universidade e ao colégio. Tinha um analista que trabalhava com o computador de grande porte e eu desenhava o formato em que deveria ser o histórico, a ficha individual, toda a documentação do aluno. Deu um trabalho muito grande para fazer. O analista de sistema queria saber o porquê de cada dado ser colocado de determinada forma. Ocorre que existe uma legislação a respeito e que tem que ser obedecida de forma rigorosa. Sair de um sistema totalmente manual, escrito a tinta, onde não podia ter erro. Quando eu cheguei era utilizada a caneta tinteiro. Para a correção de algum erro foram sendo inventadas formas de apagar os possíveis erros cometidos. Misturavam a água com água sanitária, até chegarem a uma combinação ideal das duas substâncias, de tal forma que o erro era apagado. Só que não podia ser escrito em cima no mesmo dia, tinha que esperar uma semana para secar bem e depois podia escrever sem problema nenhum. Aquilo era um segredo das meninas da secretaria!
Você realizou um trabalho de integração de arquivo de alunos?
Para cada curso que um aluno realizava havia uma pasta independente, consegui unificar tudo em uma pasta só. O período de trabalho era de oito horas. Nos finais de ano o período de trabalho se estendia para 12, 13, 14 horas. Depois que assumi o cargo de Secretaria Geral eu fazia o cerimonial de formatura. Havia um programa, um protocolo bastante rígido.
Você teve câncer?
Tive na mama direita. Tirei um nódulo aqui em Piracicaba. Passei a fazer tratamento na Unicamp, fiz mastectomia total, usando a técnica do Dr. José Aristodemus Pinotti, o médico faz a transposição do tecido da barriga para o seio, no mesmo dia. Eu ia para Campinas fazer radioterapia e quimioterapia. Fiquei por seis meses, afastada do trabalho. Após esse período voltei a trabalhar, isso foi em 1987.
Você aposentou-se quando?
Em 1998. No último dia em trabalhei lá fizeram uma festa com muitas flores e presentes.
Você passou a buscar novas atividades?
Eu acalentava um sonho desde criança: viajar. Sempre tive uma vida bastante regrada, a minha remuneração era dentro de um orçamento modesto. Minha amiga Mercedes Vecchini convidou-me para ir para Rodeio, em Santa Catarina, porque os tiroleses participam de uma festa existente lá. Eu disse-lhe que não gostava de rodeio. Ela então me disse que esse era o nome da cidade! Fiquei sabendo que ela tinha viajado anteriormente para Austrália e Nova Zelândia. Fiquei curiosa em saber como ela tinha realizado essas viagens. Foi então que ela me disse que fazia parte da Friendship Force Internacional (Força da Amizade Internacional) e foi contando como funciona. É uma Organização Não-governamental que tem por objetivo promover amizade entre os povos através de intercâmbios, onde os visitantes são hospedados em casas particulares durante uma semana, participando da vida e cultura local. Ela disse-me que havia vaga para a Alemanha e Hungria. Era isso que eu queria! Nesse meio tempo veio para o Brasil um grupo de americanos. E eu acabei hospedando uma senhora do Estado de Nova Iorque, Miss Mayblin. Ela ficou em casa.
Em que língua vocês se entenderam?
Eu usava mais os gestos para fazer me entender! A Friendship tem esse lema: não é obrigatório o uso do inglês. O mais importante é a linguagem do coração. Saber receber, acolher, a pessoa fica uma semana na sua casa. Existe uma programação pré-estabelecida.
A Miss Mayblin ao chegar a Piracicaba desceu onde?
Foi no Jornal de Piracicaba. Sempre a Dra. Antonieta Rosalina da Cunha Losso Pedroso tem o costume de oferecer o café da manhã aos membros do Friendship quando chegam a Piracicaba. Inclusive ela participa da Friendship Force Internacional. De lá trouxe Miss Mayblin para a minha casa. O lema desses intercâmbios não é de cunho turístico, e sim de amizade entre os povos, e através dessa amizade chegar a um mundo de paz.
Ela achou a comida muito diferente?
Existe uma orientação para não procurar oferecer alimentos com as características da terra do visitante, e sim o que nós temos aqui.
Qual é a impressão que o estrangeiro tem da cidade de Piracicaba?
Eles acham lindo! O Rio de Piracicaba, a Rua do Porto, adoram comer pastel no Mercado Municipal. Vamos com eles na Agronomia. Uma americana que conheceu a Unimep ficou fascinada, achou própria de um país muito avançado.
E o caldo de cana faz sucesso?
Aqueles que levamos para visitar o Lar dos Velhinhos acham lindo demais, muito avançado. Houve o caso de uma americana, portadora de diabetes, que na volta do passeio ao Lar dos Velhinhos, já na Avenida Beira Rio, paramos em um trailer que fazia garapa, ela com diabetes e tudo tomou nem quantos copos! Essa se chamava Jim, com 81 anos de idade. A Mercedes estava hospedando uma outra americana. Nos as levamos para comer pastel na Rua do Porto, elas tinha uma adoração por pastel. As duas sentaram e passaram a ficar olhando o Rio Piracicaba por um longo tempo.
E caipirinha?
Eles tomam e gostam. Sempre fazemos um almoço na Rua do Porto, acompanhada de peixe.
E a reação deles no Mercado com relação a frutas como é?
Principalmente os americanos, eles ficam doidos por mamão, que denominam de papaia.
Quantos países você conhece?
Fui para a Alemanha duas vezes, Hungria uma vez, fui duas vezes aos Estados Unidos, para a Costa Rica fui duas vezes, para o Canadá, África do Sul, no México fomos a um restaurante no 47º andar, é um restaurante giratório. Percebe-se que está girando pelos edifícios que estão á vista. Fomos á viagens dos sonhos nas Montanhas Rochosas no Canadá. Fui para Itália. Estive em Cuba, eu adorei. Não cheguei a ver Fidel Castro. Em agosto do ano passado fomos á Terra Santa, começamos a viagem pelo Egito, Frei Augusto foi nosso guia espiritual.
Você foi ao muro das lamentações?
Fui! Coloquei o papelzinho no muro! Conheci a entrada do Monte Sinai.
Precisa ser rico para fazer essas viagens?
Não! É preciso apenas pagar uma taxa, ficamos hospedados em casas de família. Essas viagens não têm nada de luxo. Eu sou caipira, me orgulho de ser caipira, trabalhei na roça, não recebi herança nenhuma. Cortei cana, carreguei até lenha em caminhão. Ia descarregar lá nas olarias da Água Branca. Hoje conheço o mundo.



sexta-feira, abril 17, 2009



PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com
Sábado, 08 de abril de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
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ENTREVISTADO: AMADEU GOMES DOMINGUES





Em um prédio situado na esquina da Rua XV de Novembro e Rua do Rosário, uma faixa dependurada, com os dizeres “Vende-se”, parece uma página a ser virada na história recente de Piracicaba. Ao lado do “Dispensário dos Pobres” também conhecido como “Pensionato das Freiras”, onde dezenas de moças pensionistas, ali viveram durante o período de seus estudos em cursos universitários de Piracicaba. Por muitas décadas um estabelecimento comercial, de proporções físicas diminutas, foi para muitos o local que atendeu as urgências de complementos culinários e domésticos para as referidas pensionistas. Ao lado esquerdo do armazém, o Condomínio Vargas abrigava um grande número de “repúblicas” de estudantes. Profissionais de elevada competência, espalhados nos mais distantes rincões, quando ainda estudantes residiram ali, estabeleceram animados diálogos regados á deliciosa cerveja servida “no ponto”, no Bar da Rosário. Mais do que ingerir o líquido, havia a companhia de amigos, companheiros de jornada, muitos sonhando com o futuro, traçando planos. Aquele armazém além de servir gêneros próprios da sua atividade é uma fábrica de sonhos e de esperança. Em cada detalhe, parece que o tempo foi congelado. O ladrilho hidráulico, hoje bastante raro, a geladeira revestida de fórmica de um tom avermelhado, como era a moda da época. O que destoa do ambiente é a presença do proprietário que transmite uma energia simpática e autoritária, de alguém que foi talhado para atuar nesse ramo de atividade. Amadeu Gomes Domingues, aos 69 anos de idade, nasceu em 28 de novembro de 1939 é o proprietário desse armazém desde 9 de fevereiro de 1982.
Como o senhor passou a ser comerciante?
O meu trabalho anterior era na Itelpa. Uma indústria que fabrica telas para a indústria de papel. Trabalhei lá por 22 anos. Comecei a trabalhar em fevereiro de 1958, quando a Itelpa situava-se na Rua Moraes Barros esquina com a Avenida Armando Salles de Oliveira. Em 1969 ela transferiu-se para a localidade onde está situada até hoje, na rodovia que vai de Piracicaba á Tupi. Eu comecei a trabalhar na Itelpa quando tinha 18 anos de idade e sai com 40 anos. Antes eu trabalhei em uma indústria situada na Vila Rezende, era uma tecelagem de seda, chamava-se Suceda, trabalhei lá no período de 1955 até 1957, comecei a trabalhar lá com 14 anos de idade. Eu trabalhava no setor de estamparia, estampávamos o tecido. Na época eu morava no local denominado Morro do Enxofre, na Rua da Colônia, 132.
Como se chamavam seus pais?
Meu pai chamava-se Ricardo Gomes Domingues e a minha mãe Josefa Anhão Rando Gomes. Ambos vieram da Espanha, papai com 18 anos e mamãe com 11 anos de idade. Conheceram-se aqui na região de Piracicaba, naquela época havia as fazendas de café. A propaganda feita na Europa incentivou a vinda de muitos espanhóis para o Brasil. Meus pais desembarcaram em Santos, depois rumaram para São Paulo, onde ficaram na Hospedaria dos Imigrantes. Lá eram estabelecidos os contatos com emissários de fazendeiros, onde de forma fantasiosa arregimentavam os novos colonos, que na verdade vinham para substituir a mão de obra escrava dos negros libertos recentemente. Meus pais moraram no Bairro da Floresta, depois se casaram e se mudaram para Santa Maria da Serra. Isso já foi em uma fase em que tinham superado as imensas dificuldades sofridas pela família, desde a chegada ao Brasil. Mais tarde voltaram para Piracicaba e passaram a morar na Rua da Colônia. Meus pais tiveram oito filhos: Ricardo, Amadeu, Mercedes, Nelson, Maria, José, Josefa.
Onde ficava a primeira empresa em que o senhor trabalhou?
A Suceda ficava em frente ao Dedini. Para ir trabalhar tinha que pegar o primeiro bonde. Ás cinco e meia da manhã desciam os três bondes: o da Vila Rezende era o primeiro que descia, o segundo era o da Agronomia e o terceiro era o da Paulista. A garagem dos bondes era na Avenida Dr. Paulo de Moraes, próxima ao antigo Corpo de Bombeiros. Eu tinha que pegar o primeiro bonde para não pagar duas passagens. E se perdesse o primeiro bonde, teria que esperar o bonde voltar da Vila Rezende. Ou ir a pé do centro até a Suceda. Entrava ás sete horas da manhã e saia ás cinco horas da tarde, com intervalo de duas horas para o almoço. Naquele tempo levávamos a marmita. Eu trabalhava na estamparia. O tecido era estampado á mão, quadro a quadro. Um tecido com cinco cores usava cinco quadros como, por exemplo: branco, verde, preto, vermelho, amarelo. Os desenhos eram sobrepostos. Esticava-se o tecido em uma mesa com uns trinta metros de comprimento, almofadada, essa peça era colocada sobre a mesa, poderia ser popeline, seda. Ficava uma moça de cada lado com os quadros, e iam passando-se os quadros na seqüência. Tinha estampas que levavam duas cores, outras levavam quatro. Dali ia para uma máquina chamada vaporizador para fixar essa tinta no tecido. Em seguida ia para a lavanderia e para a embalagem.
Como o senhor ingressou na Itelpa?
Eu completei 18 anos, e nessa época a Suceda estava em declínio. Eu tinha um tio que trabalhava na Itelpa e me indicou para trabalhar lá. Entrei em 1958, já em 1961 eu tinha passado de ajudante a tecelão e fazia urdições, que é o começo da tela, do tecido. Na época o tecido era feito em bronze ou em aço inox também. Por volta de 1968 a 1970 essa tela passou a ser feita em fio sintético. O bronze era muito caro e dava muito problema. A matriz da Itelpa ficava na Alemanha. Em 1961 a Itelpa comprou uma empresa em Buenos Aires. Éramos cinco pessoas de Piracicaba que fomos para ensinar o pessoal de Buenos Aires a trabalhar com os teares. Permaneci lá por três anos.
Na época o senhor era solteiro?
Era. Tinha 22 anos. Tive contato com a cultura argentina. A cada seis meses eu tinha direito a uma viagem para o Brasil, onde permanecia por 15 dias. Realizei essas viagens de avião, com exceção de uma que fui de navio para Buenos Aires, para levar uma máquina.
Buenos Aires traz lembranças de bons vinhos, carnes?
Já se passaram quarenta e poucos anos. Mas lembro-me de que éramos muito bem servidos com carnes, pão, massas. Mesmo porque a nossa alimentação era feita exclusivamente em restaurantes, pagos pela empresa. Eu não era muito ligado a esporte, tinha vindo do interior, não tinha muito conhecimento de esportes. Nessa época Pelé estava muito em evidencia. Coutinho que era de Piracicaba, também estava em evidencia. Os argentinos tinham muita curiosidade em saber sobre Pelé. Eu não tinha muitos subsídios para poder responder a todas as questões que me faziam. Procurava sempre me informar para matar a curiosidade deles. Um dos diretores da empresa argentina era muito esportista. Coincidiu que o Santos foi fazer uma excursão por lá, levando Pelé, Coutinho. Fomos assistir a uma partida no campo do River Plate, que fica em Nuñes, um bairro muito bonito de Buenos Aires, e o Santos ganhou de 8X2. Só Pelé marcou 5 gols, Coutinho marcou mais 2. No outro dia na fábrica, os argentinos nos aclamavam. Eu cheguei a ser sócio do Racing Club. Nós estávamos hospedados no Lafayette Hotel na Calle Constitucion, um dos diretores do hotel nos tornou sócios do Racing, o que nos dava uma série de vantagens, como piscina, a dançar o tango, que foi uma das coisas que não consegui aprender a dançar com perfeição. O tango bem dançado é difícil!
Como as moças argentinas o viam?
Não sei se era pelo fato de estarmos trabalhando em uma empresa como a nossa, e desfrutarmos de uma boa condição de vida, tínhamos facilidade em conquistarmos as moças argentinas. Só que na época era um país muito distante. Hoje com o avanço dos meios de transportes tornou-se um país de mais fácil acesso. Na época usávamos a Varig, Alitália, Lufftansa, para voar.
O senhor chegou a manter um namoro firme com alguma argentina?
Quase cheguei a casar! Namorei a moça por cerca de um ano. Freqüentei a casa da moça. Ela morava bem próxima á fábrica onde trabalhávamos.
O senhor ia almoçar aos domingos na casa dela?
Fui algumas vezes. Era servido churrasco, o argentino come muita carne. Eu me dava muito bem com o pai da moça, ele trazia um vinho, é um habito deles, oferecer o melhor vinho ao visitante. Só que no fim não deu certo. Ela era muito apegada á família dela, eu sou muito apegado a minha família. Fui muito claro com ela, disse-lhe que se nós chegássemos a casar e vir embora para o Brasil, seria muito difícil ela ver a família dela. Isso se tornou um empecilho para que continuássemos nosso relacionamento.
O senhor casou-se no Brasil?
Casei-me em 21 de janeiro de 1967 com Regina Passarelli Gomes na Igreja do Bom Jesus, tendo Monsenhor Martinho Salgot como celebrante. A festa foi na casa dela, fizemos um “empalizado”nós fomos cortar bambu na fazenda do pai dela em Santa Maria da Serra, fizemos o empalizado, com o encerado cobrindo, choveu muito naquela noite, mas deu uma bela de uma festa. Isso foi na Rua Bom Jesus, 1417.
O senhor chegou a voltar para a Argentina depois de casado?
Voltei para a Argentina, de carro, com a minha esposa grávida e um filho de três anos. Isso foi em 1973, no primeiro ano em que surgiram as férias de 30 dias na indústria. Eu tinha comprado um Fusca ano 1970, branco, 1200cc, e fomos para Buenos Aires. Levamos seis dias de viagem. Permanecemos um dia em Florianópolis, onde morava uma prima da minha esposa. Na Argentina ficamos por volta de vinte dias na casa de amigos que foram colegas na empresa.
O senhor permaneceu na Itelpa até que ano?
Até agosto de 1980. Foi quando fiz um acordo com a empresa, de empregado estável para empregado novo. Após 90 dias fui demitido. Meu último cargo foi de Inspetor de Qualidade da Divisão Telas. Recebi todos os meus direitos. Trabalhei por um período de um ano e meio na Cicobra, na Avenida Armando Salles.
Como o senhor entrou em um ramo totalmente diferente, que é esse em que o senhor trabalha hoje?
Eu tinha um cunhado que tinha um bar na Rua XV, e descobri que o antigo proprietário deste estabelecimento, o Sr. Antonio Granzotto estava querendo vender. O prédio era alugado, assim como eu também pago aluguel.
Qual foi o impacto que o senhor teve no primeiro dia já como proprietário?
Foi difícil! Eu não entendia nada! O antigo dono permaneceu por uns 15 dias me acompanhando. Comecei a pegar o jeito da coisa e segui até hoje.
Quando o senhor se estabeleceu aqui já existia o Dispensário dos Pobres?
Já! Na época em que entrei aqui o dispensário era bem atuante.
Existia também o pensionato para as moças?
Existia. O portão de acesso para as moças era fechado ás 11 horas da noite. Os pais deixavam as moças hospedadas aí com inteira segurança. Elas faziam as faculdades de odontologia ou agronomia, cada uma fazia o curso que havia escolhido. Era pensionato de moças. Namorado não entrava. Aqui ao nosso lado temos um conjunto de apartamentos chamado Conjunto Vargas, era república só de homens. Poderia até existir alguns que tivesse alguma namorada lá, mas no horário estabelecido pelo pensionato a moça tinha que se recolher.
De forma geral como era a rotina das moças que moravam no pensionato?
Elas viajavam no final de semana para as suas cidades de origem, e quando voltavam traziam alimentos congelados. Cada uma tinha o seu espaço nas geladeiras. Elas tinham que fazer a própria comida no pensionato. Ás vezes faltava alguma coisa. Elas vinham comprar aqui, por exemplo, um ovo. Outra vinha comprar uma cebola. Ou um tomate. Algumas perguntavam: “-Você vende um ovo só?”. Eu brincava, dizia que só não vendia metade porque não tinha onde cozinhar um ovo. Algumas fumavam, vinham buscar dois, três cigarros avulsos. O nome do estabelecimento é Bar da Rosário, antigamente era conhecido como “Jumbinho da Rosário” em uma alusão ao supermercado Jumbo. Era em uma época em que eu trabalhava com legumes, e diversos gêneros alimentícios.
Os rapazes se reuniam na frente do estabelecimento para tomar cerveja?
Isso era mais aos finais de semana, na sexta-feira, sábado. Naquele tempo havia umas oito mesas eles sentavam e ficavam a vontade. Havia algumas meninas que também vinha tomar cerveja. Era um número restrito de moças. Mas ficavam tomando uma cervejinha aos sábados á tarde ou na sexta-feira.
Uma pessoa muito famosa passava ás vezes por aqui?
O Sr. Eugenio Nardin, foi um grande amigo nosso. Ele era um artista muito importante. As portas da Catedral de Piracicaba foram feitas por ele. As cadeiras do altar também foram feitas por ele.
Uma figura folclórica freqüentava o estabelecimento?
O famoso Zé do Prato era nosso cliente. Ele foi casado com uma tia de uma sobrinha minha. Com isso criou-se uma amizade. O pessoal que freqüenta aqui são quase sempre os mesmos. Um que trabalhou por 22 anos na Boyes é o Oswaldo, mais conhecido como Pardal. Uma pessoa muito boa, muito conhecida. É uma pessoa muito inteligente.
Aqui é o ponto de informação da cidade?
Justamente! O que nós damos de informação! Perguntam onde é a delegacia, onde é o posto fiscal. A maioria pergunta onde é a Acipi, aonde vai “limpar” o nome. Procuram pela Guarda-Mirim.
As questões nacionais são resolvidas na mesa do Bar da Rosário?
Geralmente todos os bares têm as soluções mais perfeitas para os problemas que afligem a humanidade!
Nesse instante um freqüentador interrompe e solta a frase lapidar:
“O Bar do Amadeu é cultura!”. (Bar da Rosário ou Bar do Amadeu como é conhecido o estabelecimento pelos habitués).




quarta-feira, abril 01, 2009

DIA DA MENTIRA

O hábito de brincar com essa data é universal e vem sendo difundido há séculos. A origem das brincadeiras com esse dia é desconhecida, mas existe uma versão de que começou no século 16, com a mudança para o calendário gregoriano, que trocou a comemoração do Ano Novo para 1º de janeiro (antes comemorado entre 25 de março e 1º de abril, o primeiro dia da primavera na Europa). Consta que a troca custou a ser assimilada e quem continuava comemorando na antiga data era chamado de "bobo de abril". Essas pessoas eram vítimas de "trotes" e para elas, em 1º de abril, se contavam as maiores mentiras.

Na Inglaterra, quem "cai em 1º de abril" é chamado de noodle (pateta). Na França, de poisson d'avril (peixe de abril); na Escócia, de april gowk (tolo de abril); nos Estados Unidos, de april fool (bobo de abril). Bem, o "Dia da Mentira" certamente é uma história que não começou na nossa cultura, mas nós herdamos...




domingo, março 29, 2009

Encarnacion Marins Sturion




PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com
Sábado, 28 de março de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/ http://blognassif.blogspot.com/




ENTREVISTADA: Encarnacion Marins Sturion


Ela é uma das pessoas mais conhecidas e estimadas da comunidade Piracicabana. Dona Encarnação e Seu Toninho durante décadas foram proprietários de uma banca no Mercado Municipal de Piracicaba. A especialidade deles eram os famosos pastéis, folhados, salgados, sempre acompanhados de uma caçulinha, um café com leite ou um pingado. Piracicaba evoluiu, o mercado sofreu reformas em suas estruturas, mas as lembranças permanecem límpidas na memória dessa senhora que até hoje é extremamente dinâmica. Nascida em 24 de setembro de 1926, Dona Encarnação parece ainda estar no mesmo ritmo que sempre levou, de muito trabalho e disposição para viver.
Dona Encarnacion, o seu nome tem uma origem peculiar?
Encarnacion era o nome de uma moça que foi namorada do meu pai João Miguel Marins quando ele ainda morava na Espanha. Minha mãe era Henriqueta Sanches Frias. Foi muito amiga da Dona Rosa Canaan Nassif. Passavam muitas tardes juntas, conversando, lanchavam juntas. Lembro-me de Dona Rosa, que ficava sentada no estabelecimento comercial onde hoje funciona uma lotérica, na esquina das Ruas do Rosário e Avenida Dr. Edgar Conceição. Uma imagem que permaneceu na minha lembrança eram os braceletes de ouro que ela usava! A nossa casa ficava onde hoje é o Banco do Brasil da Paulista. Dessa casa saíram cinco noivas! Eu fui uma delas. Onde hoje é o Banco Itaú havia uma casa de propriedade do meu pai e que era alugada. A nossa casa tinha as portas de duas folhas, colocava-se uma cadeira segurando as duas folhas. A distração da minha mãe era conversar com a Dona Rosa e com uma outra comadre. A casa permanecia o dia todo com apenas a cadeira segurando a porta! Não era comum usar chave, cadeado nem pensar.
O pai da senhora, João Miguel Marins trabalhava em que atividade?
Ele tinha sítio no Marins. Lá se chama Bairro do Marins por causa do meu pai, do meu avô. Meu pai veio da Espanha com 17 anos de idade e minha mãe com 9 anos. Eles tiveram os filhos: Isabel, Augusta, Maria, Encarnacion, Inês, José, Adelaide. Quando papai deixou de trabalhar exclusivamente no sítio, ele ia ao Mercado Municipal, comprava produtos de excelente qualidade, juntamente com banana, feijão que vinha do nosso sítio, e vendia para as donas de casa da Rua Governador. Naquele tempo as donas de casa não tinham o habito que nós temos hoje de ir ao supermercado. Nem havia supermercado. Aqui na Paulista não tinha quase casa. Não havia calçada, eram armazéns com uns poucos sacos de cereais a granel. As compras eram marcadas em cadernetas, á lápis. Ninguém “tungava” ninguém naquele tempo.
A Avenida Madre Maria Teodora era terra nua?
Na época era conhecida como Morro do Enxofre. Quando saímos de noiva tinha uma valeta tão grande na frente da casa do meu pai, isso em decorrência das águas de chuvas, as crianças brincavam naquela água e muitas acabarem afogando-se, indo parar no bueiro lá no fim da hoje Avenida Madre Maria Teodora.
Naquela época era hábito o namoro terminar ás 10 horas da noite?
Imagine! Ás nove horas da noite minha mãe já falava: “-Menina, amanhã você tem que levantar cedo!”.
O namorado que veio depois a ser o marido da senhora chamava-se como?
Era Antonio Sturion. No período em que namoramos, ele tinha a profissão de alfaiate. Era de família com origem em Saltinho, mas já estavam todos morando em Piracicaba, em frente á Santa Casa, onde hoje há um edifício com consultórios médicos. O Antonio, e seus irmãos José e Nozor Sturion eram alfaiates. Naquela época usava-se muito terno e ninguém comprava pronto. O meu sogro, Martinho Sturion era guarda no Mercado Municipal. A minha sogra chamava-se Angelina Ramelli Brancalion.
A senhora casou-se quando?
Casei-me no dia 28 de julho de 1946 na Igreja São Benedito. O Antonio pertencia á Paróquia da Catedral, naquela época ela estava em reforma. Então o casamento era feito na Igreja São Benedito. Os móveis do meu casamento foram feitos pelo Seu Luiz Nardin. A festa do meu casamento foi feita na casa do meu pai. Lembro-me que as cocadas eram fornecidas pelo Martini. A minha cunhada, Mirtes Sturion, irmã do meu marido, trabalhava na casa do Dr. Nelson Meirelles e Dona Livica. Ela os convidou para virem no meu casamento. O casamento foi realizado ás 2 horas da tarde. Teve o bolo, foi em um período em que o trigo estava racionado. Quem fez o meu bolo foi Dona Alzira Adamoli, há 60 anos só ela que fazia bolo de casamento. Quando Dona Livica e Dr. Nelson chegaram á festa do meu casamento quase morri de vergonha, tinha praticamente acabado tudo! Alguém foi até o local mais próximo buscar refrigerante, que naquele tempo era servido á temperatura ambiente! Não havia geladeira onde foram buscar.
Como surgiu o negócio de pastelaria no mercado?
O meu sogro pelo fato de já estar trabalhando no mercado acabou comprando um negócio voltado a servir café, pastel, lanches. Comprou um box para cada filho, eram em três irmãos. O Mansur era um comerciante que tinha loja no mercado, e que mais tarde veio a ser a Arca de Noé, já na Rua Governador Pedro de Toledo. Ele era solteirão, depois se casou com uma moça que veio da sua terra de origem. Chamava-se Sonia. A nossa banca vendia pastel, folhado, bolo de fubá, bolo de trigo, sanduíche. Abria ás seis horas da manhã e fechava ás seis horas da tarde. Ficava o dia inteiro fora de casa. Eu vinha á pé, correndo para amamentar o meu filho quando ele era ainda pequeno. E voltava a pé. Nesse tempo eu era feliz e não sabia. O nosso pastel era “puxado” na mão. Meu marido fazia um pastel que era uma delícia. Até hoje encontro pessoas que dizem sentir saudades do nosso pastel, do folhado que fazíamos. Até hoje ainda faço para a minha neta! Naquela época fazíamos pastel de queijo, carne, bacalhau, geralmente acompanhado de uma caçulinha, uma cerejinha, pingado ou uma média. Era uma delícia.
A senhora morava bem em frente onde hoje é a Praça Takaki, como era na época esse espaço?
Minha mãe criava cabra onde hoje é a Praça Takaki. Os cabritinhos quando estavam em uma idade de serem comercializados minha mãe vendia. As cabras a minha mãe amarrava no local onde hoje é a Praça Takaki. Á noite, antes de nós dormirmos, minha mãe fervia aquelas paneladas de leite e tomávamos, nós disputávamos a nata do leite! Minha mãe fazia até manteiga. Quase em frente á nossa casa morava o único motorista de táxi da Paulista, o Zaíco Martins. Era uma pessoa muito prestativa. Foi dele que meu marido e eu compramos o lote onde mais tarde construímos a nossa casa. O lote já tinha até poço d água, naquela época não havia água encanada na Paulista. Pagamos em prestações. Um freguês nosso, de nome Antonio, trabalhava no mercado e nas horas vagas construía casas. Ele que construiu nossa casa. Eu me comunicava com meu pai e com a minha mãe por cima da cerca! Papai cultivava uma horta no terreno da sua casa. Ele tinha um amigo chamado Manoel Castilho, casado com Dona Lili, ele é pai da Ivone, Hélio, Verônica. A Ivone era muita amiga da minha irmã Adelaide. A Ivone deve ter sido a moça mais bonita da Paulista.
Acima da Praça Takaki era uma área descampada?
Havia cana de açúcar plantada e um enorme descampado. Tinha plantação de algodão. Onde hoje é a Rua Sud Mennucci havia uma santa cruz. Nós tínhamos medo de passar lá. Próximo onde hoje é a Peixaria Lagostim havia alguns pés de manga. O senhor que cuidava da área chamava-se Ló, quando crianças nós íamos apanhar mangas, sem o conhecimento dele. Ele era um homem bravo, mas nós dávamos um jeito de apanhar as mangas.
Das construções existentes na época há um sobrado, que foi construído em 1934, a senhora chegou a freqüentá-lo?
Eu ia lá para arrumar o cabelo da minha amiga que morava lá, a Isabel. Eu tinha vergonha de ir lá, achava tão chique a casa da Isabel, ela me convidava para ir lá para enrolar o cabelo dela. Só tinha esse sobrado, era famoso, o lugar mais chique do bairro. Conheci um irmão dela, o Geraldo, que faleceu muito novo. Era um moço lindo. Eu comecei a trabalhar muito nova. Trabalhei na casa do gerente da Empresa Elétrica, o Seu Carlos Sachs. A sua esposa era a Dona Josefina, mãe do Dr. Japur. Depois fui trabalhar na Fábrica de Tecido Boyes, voltava para casa, comia alguma coisa, colocava um chapéu de palha na cabeça e ia apanhar algodão, onde hoje existe o Posto de Gasolina Jóia. Era plantação da família Conceição. O dinheiro que eu recebia da Boyes entregava para a minha mãe. O pouco dinheiro que conseguia ganhar apanhando algodão era para comprar tecidos para fazer minhas roupas. Naquela época era tudo feito em casa. Para comprar alguma coisa pronta era quase impossível. Eu tinha uma amiga que trabalhava na fábrica, só que ela usava o dinheiro que ganhava para mandar fazer vestidos lindos. Na época a Generosa era uma das melhores costureiras da cidade, ela morava na Rua São Francisco de Assis. Só os mais abastados é que mandavam fazer roupas lá. As nossas roupas eram feitas pela minha irmã mais velha que tinha sido aluna da Dona Alice Caprecci Soares, professora de corte e costura.
A senhora guarda muitas lembranças do Mercado Municipal?
A nossa banca ficava na primeira porta no sentido de quem vem pela Rua Governador no sentido centro para o bairro. Entrando, do lado esquerdo existe uma banca que têm uma grande variedade de itens para lanches, do lado direito tem um café. Seguindo, o nosso café ficava em frente ao açougue do Ubices. Hoje restou muito pouca gente da minha época. Naquele tempo a Aparecida Correia vendia flores. A Dona Therezinha que também vendia flores. O Henrique Usberti que tem o açougue. A Maria Portuguesa que vendia verduras, a mãe dela veio de Portugal e logo foi trabalhar no mercado. O José Bernardino está lá até agora. Vendi o meu café há 26 anos, quem comprou está lá até hoje. O Mori tinha uma peixaria. O Garcia tinha uma peixaria bem pegadinho com nós. Ainda está lá o Irineu Lopes, com armazém. Cada vez que vou ao centro vou ao mercado. Eu adoro lá. Éramos muito unidos. O Valdir Pachani tem banca lá. Os filhos do Spironelo permanecem. Existe a Banca do Laurinho. O Antonio Bracalion que é meu primo e compadre. O Caetano tem dois filhos, cada um trabalhando em uma banca.
A senhora entre inúmeros clientes teve alguns nomes importantes?
O Seu João Dutra, Arquimedes Dutra, eram todos nossos amigos. Iam tomar café lá. Minha nora Gilma Lucasechi Sturion chegou a executar pinturas sob orientação deles. O Seu João Dutra, que era mais velho do que o Arquimedes, ia tomar café com o meu marido Ele dizia: “-Sturion, vamos pescar na Rua do Porto?”. Meu marido sempre gostou de pescar.
A senhora também pescava?
Pescava com uma varinha!
A senhora chegou a ir a um estádio de futebol?
Eu ia. Sou Quinzista e Palmeirense! Hoje não vou mais por falta de condução. O meu marido jogava no MAF e no Jaraguá Futebol Clube. O campo ficava onde hoje está o Bazar do Bebê e aquele conjunto de lojas, na Paulista.
Em frente á Estação da Paulista existia uma sorveteria famosa?
No sobrado que fica na Rua Boa Morte, em frente á entrada principal da Estação da Paulista, existia a sorveteria do Seu Augusto. Ali os moços vinham namorar as meninas que moravam acima da linha da estação do trem. Era uma beleza. A concentração era lá. O seu Augusto fazia um sorvete de coco delicioso. Ela dava quatrocentão, o sorvete custava duzentos réis.
Como era a história do sinal que tocava ás 8 horas no mercado?
Lá pelas 8 horas da manhã batia um sinal, quem estava com alface, abobrinha, em cima da banca, colocava em uma cesta e ia vender na rua. A banca ficava desocupada. Só permaneciam os açougueiros, pastelarias. Onde hoje está o Brancalion era tudo descoberto, eram bancas de granito, grandes, existiam as de madeira também.
Hoje qual é sua distração?
Leio muito jornal, acompanho tudo pela televisão.
Comparando a época anterior com os dias de hoje qual é a opinião da senhora?
Eu acho que tudo está melhor.
A senhora gosta de música?
Muito! Meu marido tocava muito bem violão.
A senhora escutava rádio?
Em casa tinha um radinho, do tipo existente antigamente. Minha mãe não perdia um capítulo da novela “O Direito de Nascer” transmitido pelo rádio. Meu pai gostava de ouvir um missionário falar sobre religião.
A senhora lembra-se de ter ido a algum comício na Paulista?
Eu ia a todos. Do Guidotti. Do Salgot. Eles faziam comício e carreata, era com carrinho de tração animal, não havia quase carros. Ali no barracão que existe até hoje na Rua do Rosário, 2561 era o local onde havia reuniões de igreja, uma conferencia como agora tem na igreja São José. Que eu me lembre não havia outro lugar para nos reunirmos. Às vezes vinham missionários.







sábado, março 28, 2009

O único pecado de um empresário é não lucrar.
Benjamin Franklin.



O FAX DO NIRSO....

UM GERENTE DE VENDAS RECEBEU O SEGUINTE FAX DE UM DOS SEUS NOVOS VENDEDORES:

''SEO GOMIS, O CRIENTE DE BELZONTE PIDIU MAIS CUATRUCENTA PESSA.FAZ FAVOR TOMÁ AS PROVIDENSSA.ABRASSO, NIRSO.''

APROXIMADAMENTE UMA HORA DEPOIS, RECEBEU OUTRO:

''SEO GOMIS, OS RELATÓRIO DI VENDA VAI XEGÁ ATRAZADO PROQUE TÔ FEXANDO UMAS VENDA.TEMO QUE MANDA TREIS MIL PESSA. AMANHÃ TÔ XEGANDO.ABRASSO, NIRSO.''

NO DIA SEGUINTE:

''SEO GOMIS, NUM XEGUEI PUCAUSA DE QUE VENDI MAIS DEIS MIL EM BERABA. TÔINDO PRA BRAZILHA.ABRASSO, NIRSO.''

NO OUTRO:

''SEO GOMIS, BRAZILHA FEXÔ 20 MIL. VÔ PRA FROLINOPOLIS E DE LÁ PRA SUM PAULO NO VINHÃO DAS CETE HORA.ABRASSO, NIRSO.''

E ASSIM FOI O MÊS INTEIRO. O GERENTE, MUITO PREOCUPADO COM A IMAGEM DA EMPRESA, LEVOU AO PRESIDENTE AS MENSAGENS QUE RECEBEU DO VENDEDOR.O PRESIDENTE ESCUTOU ATENTAMENTE O GERENTE E DISSE:

''DEIXA COMIGO, QUE EU TOMAREI AS PROVIDÊNCIAS NECESSÁRIAS.''

E TOMOU...
REDIGIU DE PRÓPRIO PUNHO UM AVISO E O AFIXOU NO MURAL DA EMPRESA, JUNTAMENTE COM AS MENSAGENS DE FAX DO VENDEDOR:

''A PARTI DE OJE NOIS TUDO VAMO FAZÊ FEITO O NIRSO. SI PRIOCUPÁ MENOS EM ISCREVÊ SERTO, MOD VENDÊ MAIZ.''

ACINADO, O PRIZIDENTI.

Colaboração ACB.


quinta-feira, março 26, 2009

Tim, tim

"Não se vêem mais patacas e dobrões, a não ser em filme de pirata. Moedas de encher algibeiras e baús e pesar no bolso. Moedas sonantes e ressonantes. Uma vez fui investigar a origem da expressão "tim-tim por tim-tim" e não encontrei nenhuma raiz grega ou tupi-guarani. "Tim" era apenas a reprodução onomatopéica do barulho que fazia uma moeda batendo na outra. O som de metal contra metal. Pagar alguém era colocar moedas na sua mão, e o ruído de um metal sobre o outro - tim, tim, tim, tim - era o registro de uma transação bem saldada, de algo trocado pelo seu valor em ouro ou prata, com todos os tins devidos. As moedas não representavam outra coisa, as moedas eram o dinheiro, soavam como dinheiro. Depois veio o papel-moeda, que tecnicamente não é dinheiro, é uma vaga promessa de algum dia se transformar em ouro ou prata, e começamos nosso afastamento do tim-tim. Culminando com as vastas somas virtuais que hoje cruzam os céus de computador para computador, em silêncio. Ganhamos o dinheiro asséptico, intocado por mãos humanas, mas perdemos a onomatopéia." Luis Fernando Veríssimo


*Curiosidades muito interessantes !*
OS ANTIGOS SABIAM DISTO....

*Uma fatia de cenoura parece um olho humano. A pupila, íris e linhas raiadassão semelhantes ao olho humano... e SIM, a ciência agora mostra que acenoura fortalece a circulação sanguínea e o funcionamento dos olhos.

*Um tomate tem quatro câmaras e é vermelho. O coração é vermelho e têm quatrocâmaras. Toda a investigação mostra que o tomate é de fato um puro alimentopara o coração e circulação sanguínea.

*As uvas crescem em cacho que tem a forma do coração. Cada uva assemelha-se a uma célula sanguínea e toda a investigação hoje em dia mostra que as uvassão também um alimento profundamente vitalizador para o coração e sangue.

*Uma noz parece um pequeno cérebro, com hemisférios esquerdo e direito,cerebelos superiores e inferiores. Até as rugas e folhos de uma noz sãosemelhantes ao neo-cortex. Agora sabemos que as nozes ajudam a desenvolvermais de 3 dúzias de neuro-transmissores para o funcionamento do cérebro.

*Os feijões realmente curam e ajudam a manter a função renal e sim, sãoexatamente idênticos aos rins humanos.

*O aipo, bok choy, ruibarbo e outros são idênticos a ossos.Estes alimentos atingem especificamente a força dos ossos. Os ossossão compostos por 23% de sódio e estes alimentos tem 23% de sódio. Senão tiver sódio suficiente na sua dieta o organismo retira sódio aosossos,deixando-os fracos. Estes alimentos reabastecem as necessidades do esqueleto.

*Beringelas, abacates e pêras ajudam à saúde e funcionamento do ventre e docervix femenino - eles são parecidos com estes órgãos. Atualmente ainvestigação mostra que quando uma mulher come um abacate por semana,equilibra as hormonas, não acumula gordura indesejada na gravidez e previne cancros cervicais.E que profundo é isto?... Demora exatamente 9 meses para um cultivarum abacate de flor a fruta.

*Existem mais de 14 000 componentes químicos fotolíticos em cada umdestes alimentos (a ciência moderna apenas estudou enomeou cerca de 141).

*Figos estão cheios de sementes estão pendurados aos pares quandocrescem. Os figos aumentam a mobilidade e aumentam os números doesperma masculino,assim como ajudam a ultrapassar a esterilidade masculina.

**diabetics As batatas doces são idênticas ao pâncreas e de factoequilibram o índiceglicémico de diabéticos.*Azeitonas ajudam a saúde e funcionamento dos ovários..

*Toranjas, laranjas e outros citrinos assemelham-se a glândulas mamariasfemininas e realmente ajudam à saúde das mamas e à circulação linfática,dentro e fora das mamas.

*As cebolas parecem células do corpo. A investigação atual mostra que acebola ajuda a limpar materiais excedentes de todas as células corporais.Até produzem lágrimas que lavam as camadas epiteliais dos olhos...

Colaboração (involuntária) by Edu.








EM UMA LOJA, A CAIXA AO LADO
PERMANECE FECHADA.
AO LER OS DIZERES ACIMA, O IMPULSO DA PESSOA É ABRIR
A PORTA DA CAIXA.
UM ESPELHO NO FUNDO DA CAIXA REFLETE O ROSTO DE QUEM
ABRIU A CAIXA.
FICA EM UMA LOJA DE FOTOCÓPIAS. ENQUANTO O CLIENTE
ESPERA, TAMBÉM É MOTIVADO A REFLETIR.


quarta-feira, março 25, 2009

terça-feira, março 24, 2009

Terça-Feira, 24 de Março de 2009, 09:37
União e Estado negociam projeto de ampliação da Hidrovia Tietê-Paraná
Da Redação
Os governos Estadual e Federal debatem um projeto de ampliação da Hidrovia Tietê-Paraná, com o objetivo de atrair mais cargas para o Porto de Santos e reduzir os custos logísticos das mercadorias movimentadas em seus terminais.






A festa junina é uma celebração tradicional brasileira

A festa junina é uma celebração tradicional brasileira que ocorre no mês de junho, festejando três importantes santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio.
Recebeu o nome de junina (chamada inicialmente de joanina, de São João), segundo alguns historiadores, porque teve origem nos países católicos europeus e era uma homenagem a São João, que comemorava normalmente sua festa em junho.
Origem da fogueira
Para os católicos, a fogueira, que é maior símbolo das comemorações juninas, tem suas raízes em um trato feito pelas primas Isabel e Maria. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel acendeu uma fogueira sobre um monte.
Outra teoria afirma que estas fogueiras fazem parte da antiga tradição pagã de celebrar o solstício de junho.
Simpatias, sortes e adivinhas para Santo Antônio
O relacionamento entre os devotos e os santos juninos, principalmente Santo Antônio e São João, é quase familiar: cheio de intimidades, chega a ser, por vezes, irreverente, debochado e quase obsceno. Esse caráter fica bastante evidente quando se entra em contato com as simpatias, sortes, adivinhas e acalantos feitos a esses santos:
Os objetos utilizados nas simpatias e adivinhações devem ser virgens, ou seja, estar sendo usados pela primeira vez, senão… nada de a simpatia funcionar! A seguir, algumas simpatias feitas para Santo Antônio:
- Moças solteiras, desejosas de se casar, em várias regiões do Brasil, colocam-no de cabeça para baixo atrás da porta ou dentro do poço ou enterram-no até o pescoço. Fazem o pedido e, enquanto não são atendidas, lá fica a imagem de cabeça para baixo.
- Para arrumar namorado ou marido, basta amarrar uma fita vermelha e outra branca no braço da imagem de Santo Antônio, fazendo a ele o pedido. Rezar um Pai-Nosso e uma Salve-Rainha. Pendurar a imagem de cabeça para baixo sob a cama. Ela só deve ser desvirada quando a pessoa alcançar o pedido.
- No dia 13, é comum ir à igreja para receber o "pãozinho de Santo Antônio", que é dado gratuitamente pelos frades. Em troca, os fiéis costumam deixar ofertas. O pão, que é bento, deve ser deixado junto aos demais mantimentos para que estes não faltem jamais.



domingo, março 22, 2009





Colaboração by Moni


CURIOSIDADES SOBRE O "SAL"

UTILIDADES DO SAL EM DIVERSAS SITUAÇÕES

SALA DE ESTAR CARPETES
- As cores podem ser restauradas com o auxílio de um pano umedecido em uma solução, meio a meio, de sal e água. Quando usar novos tapetes de lã, lembre-se de que as traças não gostam de sal. O segredo é esfregar o chão com uma solução concentrada de sal e água quente antes de assentar o carpete.
LAREIRAS
- Outro segredo do sal, que possibilita às lareiras umfuncionamento melhor e mais seguro: jogue um punhado de sal no chamuscar do fogo. Aprecie as bonitas labaredas amarelas enquanto o sal remove a fuligem acumulada e ajuda a evitar incêndios perigosos na chaminé. É um segredo que vale por dois!
PAREDES
- Ficou algum buraco feio na parede de onde você tirou um quadro?Não se desespere, fazendo você mesmo a restauração. Misture quantidades iguais de sal e amido com água suficiente para fazer um pasta. Os buracos poderão ser facilmente restaurados com esta pasta, e ninguém descobrirá o seu segredo.
PEIXINHOS DOURADOS
- Ocasionalmente dissolva uma colher de chá de sal em um litro de água fresca, à temperatura ambiente e coloque seus peixinhos dourados para nadar nesta solução por uns quinze minutos, devolvendo-os após essa operação, para o seu próprio aquário. Isto os manterá saudáveis.
SALA DE JANTAR MANCHAS NA MESA
- Não é novidade que pratos e copos quentes, ou molhados, deixam manchas brancas nas mesas. Aqui está um segredo para removê-las: faça uma pasta rala de óleo de salada e sal em proporções mais ou menos iguais. Esfregue a pasta sobre a mancha e deixe em repouso por uma ou duas horas. Em seguida remova a pasta, esfregando-a até sair. As manchas desaparecerão.
COMIDA NO CARPETE DA SALA DE JANTAR
- Manchas de gordura nos carpetes podem ser removidas com uma solução de uma parte de sal para quatro partes de álcool. Esfregue sobre a mancha firmemente até esta desaparecer.
FLORES E VASOS
- Aquele buquê preferido se conservará por mais tempo se você adicionar um pouco de sal à água da jarra ou do vaso. Um vaso fundo pode ser lavado despejando-se nele uma solução de sal e vinagre. Deixe-o em repouso com esta solução por algum tempo e depois dê uma sacudidela enxaguando-o com água pura. Flores artificiais podem ser arrumadas artisticamente colocando-as em um leito de sal umedecido. À medida que o sal seca, ele se solidificará, firmando as flores em definitivo no lugar.
COZINHA QUEIJOS
- Mofos (fungos) se desenvolvem nos queijos, mesmo naqueles que não desejaríamos ver mofados. Para evitar o mofo, antes de colocar o queijo na geladeira, enrole-o em um pano umedecido em água salgada.
ÁGUA FERVENTE
- Não, não vamos ensinar como ferver água. Mas o sal é condutor de calor. Assim, para esquentar mais rapidamente a comida,ponha- anum prato sobre uma panela com água, com um pouco de sal, e aqueça-a.
PROTEÇÃO CONTRA FORMIGAS
- Não deixe as formigas fazerem um piquenique em sua casa. O sal as manterá afastadas do chão da cozinha e do balcão da pia.O segredo é borrifar sal ao longo dos rodapés, nos cantos dos cômodos e nos balcões dos armários.
GELADEIRAS
- Sal e solução de bicarbonato de sódio limpam e perfumam o interior de sua geladeira,
com a vantagem de não arranhar o esmalte como o fazem alguns produtos mais fortes de limpeza.
PRATOS DE OVOS
- O sal torna melhor o sabor dos ovos e facilita, também, a limpeza da louça suja de ovo. Imediatamente após o café da manha, borrife sal nos pratos para então lavá-los quando você tiver tempo.
PANELAS ENGORDURADAS
- Panelas de ferro engorduradas poderão ser facilmente lavadas se você puser um pouco de sal nelas e esfregá-las com um papel.
XÍCARAS
- Uma esfregada rápida com sal de mesa removerá as mais resistentes manchas de chá em suas xícaras.
LIMPADOR DE FORNO
- Você confiaria no sal e na canela? Não como um presente ao paladar, mas como um excelente restaurador do forno?
Pois bem, o sal e a canela eliminam o cheiro de comida queimada. Borrife-os enquanto estiver quente.
Quando seco, remova as manchas de sal com uma escova dura ou pano.
COMIDA QUEIMANDO?
- Jogue sal rapidamente sobre a comida ou sobre a gordura quando estiverem incendiando.
Nunca use água. O sal extinguirá as chamas.
"AROMATIZANTES" SALGADOS
- Acredite se quiser, o sal pode perfumar as garrafas térmicas,
moringas ou outros recipientes fechados.Vegetais de aroma forte serão suavizados se forem colocados por 2 ou 3 minutos em água fervente
(depois lave-os por 2 ou 3 minutos em águas fervente (depois lave-os e cozinhe-os com o tempero de sua preferência).As aves domésticas ficam mais saborosas
se esfregadas com sal, pordentro e por fora, antes de serem colocadas para assar.Retire o amargo das cafeteiras
enchendo-as com água e adicionando 4 colheres de sopa de sal.
Depois enxugue-as em água corrente.Perfume o hálito, após comer cebolas,
mordendo uma ou duas fatias de limão bem salgado.O cheiro desagradável de cebola,
e eventuais manchas de frutas e legumes nas mãos, poderão ser retirados com sal.
SAL PARA GOURMETS
- Revigore as saladas borrifando sal antes de servi-las.Se você colocou sal demais na sopa, recupere-a, colocando fatias de 1 ou 2 batatas para absorver o excesso (depois é só retirar as batatas e usá-las para outra finalidade).Esfregue a grelha com um pequeno saco de pano cheio de sal para evitar que fique grudando e queimando.
Use o mesmo artifício quando fritar peixe, borrifando antes a grelha com um pouco de sal.
LIMPANDO TUDO EM VOLTA
- Para tirar o cheiro e evitar que o cano da pia da cozinha fique entupido pela gordura, use uma salmoura concentrada.Esfregue as tábuas de pão e de cortar, não pintadas,
com um pano embebido em sal, depois de terem sido lavadas com sabão e água; elas parecerão mais novas.As vassouras novas se conservam mais,
se mergulhadas em água salgada quente.
E você pode dar vida nova às esponjas, colocando-as em água fria salgada, após serem usadas.
BANHEIRO TRATAMENTO DE BELEZA
- Muitas pessoas famosas usam sal com óleo de oliva, como estimulante facial. Misturados em forma de pasta, a fricção do sal e a lubrificação do óleo dão um novo tom à pele cansada, ou bronzeada em excesso.
BANHOS DE SAL
- Para ajudar a relaxar a tensão, massageie a pele úmida com sal antes do banho. É claro, pés cansados sempre respondem bem a um banho quente de água e sal.
TRATAMENTO COM SAL
- Um gargarejo com água e sal muitas vezes alivia irritações da garganta e da boca.E os seu dentista, provavelmente, irá lhe ensinar a usar partes iguais de sal e bicarbonato de sódio para limpar os dentes e conservar suas gengivas saudáveis. A mesma mistura perfuma o hálito também.Imite a natureza fabricando lágrimas: 1/2 colher de chá de sal em 1/2 litro de água é um bom colírio, que alivia tensões e descansa os olhos.
LAVANDERIA ELIMINADOR DE ESPUMA
- É desagradável quando a máquina de lavar derrama espuma; então, mantenha o saleiro à mãos e borrife sal quando a espuma ameaçar transbordar.
REALÇANTE DE CORES
- Antigamente, era comum as donas-de-casa lavarem chita com água e sal para fixar a cor. Hoje as cores dos tecidos já vêm fixadas, podendo os mesmos irem para a máquina de lavar sem problemas. Entretanto, o sal torna mais clara as cortinas laváveis e os tapetes de fibra.
OUTROS AUXÍLIOS PARA A LAVAGEM DE ROUPAS
- Retire as manchas de suor das roupas, colocando-as de molho em água com sal antes de lavá-las (4 colheres de sopa em 1 litro de água).Clareie os tecidos de algodão ou linho amarelecido,
fervendo-os por 1 hora em solução de sal e bicarbonato de sódio.Outro segredo:
em climas muitos frios, as roupas não irão congelar no varal, se você acrescentar um pouco de sal na última enxaguada.Tire as manchas de roupas
(inclusive as manchas de sangue),
colocando-as de molho em água fria com sal; lave com água morna, depois coloque-as em água com sabão e ferva após a lavagem.Precaução:
Proceda assim somente com tecidos de algodão, linho ou outros que possam receber calor alto.
MÁGICA-MOFO
- Quando as roupas ou os artigos de casa mofarem, molhe os locais manchados com uma mistura de suco de limão e sal, e depois estenda-osao sol, no varal, para um descoramento natural. Complete o tratamento com uma lavagem completa e secagem
QUINTAL CUIDADOS COM ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
- As pulgas gostam tão pouco de sal quanto os animais de estimação gostam das pulgas. Para afugentá-las, experimente borrifar sal no seu cão ou gato. De vez em quando uma boa borrifada na casa do cachorro ajuda a afastar as pulgas.
LIMPEZA DE BRONZE
- Maçanetas e outras peças de bronze adquirem novo brilho quando esfregadas com uma pasta de sal, obtida misturando-se partes iguaisde sal, farinha de trigo e vinagre. Deixe por 1 hora ou mais e depois limpe com um pano macio ou uma escova para dar o polimento final. Para peças de cobre, proceda da mesma maneira.
PÁRA-BRISA DE CARROS
- Esfregue um pouco de sal umedecido na parte externa do pára-brisa de seu carro para evitar aderência do gelo, da neve ou geada.
PASSAGENS E CAMINHOS
- No inverno, espalhe sal nas passagens e caminhos, para evitar o endurecimento do gelo e da neve. Para derreter o gelo e a neve, espalhe sal na calçada, na base de 270 gramas por metro quadrado."Zombe" de seus vizinhos espalhando sal assim que a neve começar a cair; ao amanhecer, sua calçada será a única limpa nas redondezas (isto se não nevar mais do que 7,5 cm ).
SORO CASEIRO
- Para crianças que apresentam sintomas de vômitos e diarréias: adicionar 1 pitada de sal e 1 punhado de açúcar, ou então, 2 colheres de sopa de açúcar e 1 colher de café de sal, a 1 litro de água filtrada fervida. Dar para a criança pequenas doses de 1/2 em 1/2 hora. O soro caseiro deve ter o gosto da lágrima.
REFERÊNCIAS: Indústria de Processos Químicos R. Norris Shreve Joseph A. Brink Jr. Sodium ChlorideThe Production and Properties of Salt and BrineDale W. KaufmannRevista Superinteressante Nº 07
Colaboração: A.C.B.




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