terça-feira, maio 11, 2010

Toshio Icizuca



PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 08 de maio de 2010
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:

http://blognassif.blogspot.com/

http://www.tribunatp.com.br/http://www.teleresponde.com.br/

ENTREVISTADO: Toshio Icizuca

O oriente e seus habitantes sempre despertaram a curiosidade dos brasileiros, o agricultor japonês pelo seu talento em obter melhor produtividade e qualidade. A eficiência do imigrante japonês e de seus descendentes inspira confiança. Isso hoje ocorre em todas as áreas: comércio, ciências, letras, artes, indústria, agricultura. Onde esse povo busca tanta inspiração para serem estrelas no campo em que atuam? Qual o verdadeiro segredo do milagre japonês? Piracicaba acolheu os imigrantes e seus descendentes, hoje figuras marcantes em nossa cidade. Toshio Icizuca é engenheiro formado pelo Mackenzie, escritor, com obras publicadas (Refrescando A Memória) e a publicar, centenas de crônicas e artigos publicados nos jornais locais, de Campinas, no jornal “O Estado de São Paulo”, sendo colaborador do Paraná Shimbun, onde escreve a Crônica Nikkey. Membro do Conselho Coordenador das Entidades Civis de Piracicaba. É diretor do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, domina a língua japonesa, foi membro do Rotary Club Cidade Alta por 12 anos. O prefeito Antonio Carlos Mendes Thame o nomeou Secretário Municipal do Transito em Piracicaba, assim como dirigiu a Secretaria do Meio Ambiente – Sedema, na gestão do prefeito Humberto de Campos. A sua trajetória é de vida é tão fascinante que o permitiu viver inúmeras experiências enriquecedoras

Como se deu a imigração dos seus pais?

Tudo começou no Japão. Meus pais se conheceram em uma escola de imigração, administrada por protestantes, era denominada Rikkokai, ficava em Tókio, ela preparava os imigrantes para a realidade que iriam encontrar no país de destino, tinham noções básicas sobre os costumes, hábitos alimentares, um pouco do idioma falado no Brasil, noções sobre as doenças incidentes naquela época, qual seria o trabalho que os aguardava no Brasil. Eles vieram para trabalhar no cafezal, receberam instruções sobre como era uma plantação de café, quais tipos de plantas, noções básicas. Eles estavam nessa escola em 1932. Admiro a minha mãe pela sua coragem, na condição de mulher, ter tomado a decisão de vir para o Brasil, a princípio sozinha, aos 21 anos de idade. Ela deveria ter prosseguidos seus estudos para tornar-se professora, mas a sua família não tinha condições para mantê-la.

Em que região seus pais moravam no Japão?

Minha mãe Sata Icizuca era da Província de Ibaraki, meu pai Ginye Icizuca era da Província de Gumma Mesu, regiões próximas, ao norte de Tókio. Com o meu pai aconteceu á mesma coisa, tinha terminado seus estudos equivalentes ao ginásio, no pequeno sítio que eles tinham em Guma não havia a mínima condição de obter algum progresso, a família era numerosa. Com 23 anos de idade ele foi para Tókio em busca de melhores perspectivas. Passou a trabalhar como motorista de entregas, com isso foi recebendo informações de que o Brasil era um lugar bom para imigrar. Através de um jornal ficou sabendo dessa escola que preparava os interessados em imigrar, não só para o Brasil, mas para outros países também.

Onde foi o casamento deles?

Foi na própria escola de imigração. Após o "Miai" (apresentação através de padrinhos) se casaram na igreja cristã. Todos os membros da escola, embora sendo japoneses, eram protestantes. Ao ingressar nessa escola meus pais se tornaram protestantes também, o ritual do casamento foi realizado nos princípios cristãos.

Quando vieram para o Brasil?
Vieram para o Brasil em janeiro de 1932, viajando pelo navio "Uruguai Maru". Chegaram a Santos depois de aproximadamente 42 dias de viagem. Um detalhe interessante é que as fazendas de café nessa época exigiam que no mínimo três pessoas de cada família imigrante trabalhassem como mão de obra. Foi assim que o meu tio Sadao, irmão mais novo do meu pai, veio também, na época ele tinha 17 anos de idade. Após passarem pela Hospedaria dos Imigrantes, eles dirigiram-se para uma fazenda de café a pouco mais de 10 quilômetros de Penápolis, região Noroeste do Estado de São Paulo.

O choque cultural foi muito forte?

Mesmo com a preparação recebida para que iam encontrar dificuldades de comunicação, de alimentação, eles sentiram muito as diferenças de hábitos e costumes entre o Japão e o Brasil. Ao chegarem a fazenda de café foram residir em uma casa destinada a colonos. Passaram a trabalhar na colheita de café, o contrato do meu pai era para permanecer no mínimo um ano na fazenda. Nesse um ano nasceu a minha irmã Juliana Keiko. Meu pai sempre gostou de ler jornais, como de habito ele ia a cada quinze dias, ou uma vez por mês, até Penapolis, a pé, só para buscar jornal. Um pouco antes de terminar o contrato com a fazenda foi até Penápolis, e na volta, uma caminhada de quase duas horas, ele deparou com a notícia de que havia um corretor vendendo terras em Londrina. Imediatamente retornou a cidade e foi procurar o corretor que se chamava Hikoma Udihara, era funcionário da Companhia de Terras do Norte do Paraná, de propriedade de ingleses, que fundaram Londrina, desbravaram o Norte Novo do Paraná desde o Rio Tibagi para frente, onde hoje existem localidades como Jataizinho, Ibiporã, Londrina, Cambé, Rolandia, Arapongas, Apucarana, Jandaia, Marialva, Maringá. O Norte do Paraná foi constituído pelo Norte Velho, Norte Novo e Norte Novíssimo. Meu pai comprou cinco alqueires de terra em Londrina, era mata virgem. Londrina foi fundada em 1934, e foi nesse ano que meus pais foram para lá.

O que a sua mãe achou disso tudo?

Minha mãe sofreu muito, foi ela quem sentiu mais a diferença cultural, de costumes.

O que seus pais encontraram em Londrina?

Ao chegar à área adquirida pelo meu pai, o que ele encontrou era a mata virgem, sem condições para morar. Havia um pequeno rio que delimitava a propriedade, do outro lado do rio havia uma fazenda começando a plantar café. O fazendeiro, penalizado com a situação disse que enquanto estivesse construindo o barraco perto do Rio Quati, tinha que ser próximo ao rio para utilizar á água necessária a sobrevivência, eles podiam permanecer em umas casinhas vagas que havia na fazenda. Os japoneses constituíram uma colônia denominada Tyuo constituída por mais ou menos 50 famílias de imigrantes, sendo que cada família havia comprado seu quinhão de terra.

Como foi desbravada essa mata virgem?

Foi feito em três etapas. A primeira foi o desmatamento próximo ao Rio Quati, eles faziam o sistema de mutirão. Derrubaram no machado e no traçador de madeira, que é um serrote grande tendo em cada ponta um homem movimentando-o para cortar árvores maiores. Tinha traçador com mais de dois metros de comprimento. Algumas madeiras eram utilizadas na construção das casas, basicamente a peroba rosa, cedro, cajarana que é parecida com cedro, e era utilizada para fazer taboinhas, utilizadas como telhado, não havia telhas de barro. As casas eram cobertas com sapé ou taboinhas de cajarana, tudo feito de forma quase artesanal. Nessa primeira etapa da derrubada foi construído o barraco, e feita plantação de alimentos básicos, como arroz, feijão, milho, verduras. Mais para o alto foi plantado café, que para começar a produzir levava cinco anos. Até a primeira safra de café nasceram os filhos. Nasci em 19 de abril de 1936 na cidade de Londrina. Somos cinco filhos: Juliana Keiko (1933); Luiz Tutomu (1935) Toshio (1936); Iwao (1938, falecido em 2002), e Emilia (1939) A única que nasceu na fazenda de Penápolis foi a Juliana, todos os outros nasceram em Londrina. Após a terceira etapa, em 1942, meu pai adquiriu mais uma mata virgem de doze alqueires, em Ibiporã, distante uns dezoito quilômetros de Londrina. Ele se deslocava da nossa casa até a área adquirida para fazer a derrubada da mata e o plantio do café. Era época da Segunda Guerra Mundial, para poder ir de ônibus de uma propriedade para outra ele precisava tirar o que se chamava salvo-conduto, um documento emitido pelas autoridades para o deslocamento de imigrantes italianos, japoneses e alemães. Foi um período em que os imigrantes e seus descendentes foram bem hostilizados. Na época de guerra não podíamos ouvir rádio, falar em japonês, nem ouvir música japonesa, agrupamentos com mais de três pessoas era proibido.

Nessa época você já estudava?

Eu freqüentava o Grupo Escolar Hugo G. Simas em Londrina. Da minha casa até o grupo escolar tinha uma distancia de cinco quilômetros, eu ia e voltava a pé, na época havia três períodos de estudo. Estudei no período que entrava ás onze horas da manhã e saia ás duas horas da tarde, hora de maior incidência de sol. Já trabalhava na fazenda, fazia de tudo, puxava enxada, batia feijão, batia arroz, colhia café. Depois de concluir o grupo, no ano de 1948 não podíamos ir para o ginásio, a nossa mão de obra era necessária no sitio. Para não perder um ano só trabalhando no sítio, a dois quilômetros havia uma escola japonesa chamada Seiryo Gakuen, onde passamos um ano estudando japonês. Em 1949 prestei exame de admissão e entrei para o ginásio no Colégio Estadual de Londrina onde estudei até 1952. Eu tinha minha atenção voltada para a construção, via os prédios começando a ser construídos em Londrina. Meu pai ficou sabendo por intermédio de um amigo que morava em São Paulo, que havia uma escola técnica de construção civil, ficava no Mackenzie. Eu tinha de 15 para 16 anos, decidi que iria fazer o curso. Em janeiro de 1953, meu pai e eu pegamos o trem Maria Fumaça em Londrina e viemos até São Paulo. Fomos até a Escola Técnica do Mackenzie, o diretor informou que o curso tinha sido extinto, o curso mais próximo era de eletrotécnica. Fiz o vestibulinho e entrei. Passei a morar em uma pensão de um japonês na Rua dos Estudantes, no bairro da Liberdade. Terminei o curso em 1955, arrumei emprego em uma empresa de projetos de instalações elétricas, a Hemel, que mais tarde passou a chamar-se Hemel-Cel, na Rua Conselheiro Crispiniano, ao lado do Mappin. Depois de oito ou nove meses sabia fazer todo tipo de projetos. Fui convidado a ir trabalhar em outra empresa, no primeiro dia de serviço o proprietário estava visitando uma obra, sofreu um acidente, uma queda, e faleceu. Arrumei um novo emprego na empresa General Electric, G.E., eu fazia projetos de instalações para vender aparelhos. Trabalhavam naquele departamento três engenheiros de vendas, outro projetista que trabalhava comigo era Engel D`Onofrio. Com o passar do tempo percebi que deveria fazer o curso de engenharia. Fiz um cursinho a noite, chamava-se Cursinho Balan, o dono era arquiteto e seu irmão era médico. Não fui aprovado no vestibular. No ano seguinte mudei de emprego, fui para uma empresa pequena, de instalações elétricas, na Rua XV de Novembro bem no centro de São Paulo, nessa empresa consegui trabalhar na parte da tarde e fazer o cursinho de manhã no Cursinho Di Tullio, na Rua Conde de Sarzedas. O próprio Di Tullio no final do ano analisava os alunos e previa quem iria passar no vestibular. O vestibular era feito por escrito e com provas eliminatórias. Cursei engenharia civil-eletricista, no terceiro ano já estava fazendo estágio remunerado na Alcan, situada em Utinga. Com isso fiz a opção de me formar como engenheiro eletricista. Permaneci na Alcan por cinco anos. Já tinha mudado para uma república de estudantes, na Rua Barão de Limeira com Largo General Osório. Durante o período da faculdade eu participava dos jogos universitários, na categoria de atletismo e basebol, os famosos Mac-Med, Mac-Poli., guardo ainda os troféus que ganhei nessa época. Quatro troféus são de salto com vara, naquela época, quem saltava um pouco mais de três metros era bom, eu saltava três metros e dez centímetros, três metros e vinte centímetros. A vara para saltar era de bambu. A queda se dava em uma caixa de areia. A técnica de salto é totalmente diferente da que é praticada hoje. Entrei no curso de engenharia em 1958 e me formei em 1962.

Você trabalhou na RCA Victor?

Assumi o cargo de Superintendente de Engenharia, foi em 1969. Conheci vários artistas, como Nelson Gonçalves, Martinho da Vila, Originais do Samba, Waldick Soriano, Sérgio Reis. Cheguei a montar um estúdio de gravação na Rua Barata Ribeiro, no Rio de Janeiro. Passei a ser gerente de fábrica da RCA, toda a parte de produção de discos passou a ser por minha conta. Levei meu pai para conhecer onde eu trabalhava, vi o orgulho que meu pai sentiu pelo meu sucesso. Eram cerca de 300 funcionários que trabalhavam sob a minha responsabilidade. Sai da RCA e fui trabalhar na empresa Aços Villares onde permaneci por quatro anos.

Como você veio para Piracicaba?

Fui selecionado entre 75 candidatos para preencher uma vaga na Itelpa em Piracicaba, onde permaneci por sete anos. Assim que cheguei fui recepcionado pelo Francis Bueloni, que com excepcional gentileza me apresentou a cidade, locais para me hospedar e outras informações necessárias para quem chega a uma cidade que não conhece. Sou muito grato ao Francis Bueloni. Da Itelpa fui trabalhar na Dedini, onde me aposentei e fui ocupar cargos públicos, como Secretário Municipal.

Quantos ideogramas têm o idioma japonês?

A escrita japonesa é composta de três tipos de letras: Katakana (a mais simples, usada para escrever nomes estrangeiros); Hiragana (escrita usada normalmente); Kanji (composta por ideogramas, existem cerca de 10.000, porém se usa cerca de 5000 a 6000 em publicações de livros e jornais).

Você já foi ao Japão?
Fui três vezes, sempre a trabalho. Hoje o Japão é bom para turistas, os japoneses têm uma competição acirrada entre eles. Isso passou a existir depois que o país tornou-se potencia mundial. O fato de eu dominar perfeitamente o idioma japonês permitiu-me que realizasse um teste, ora passando como natural da terra, ora passando por turista. A diferença de tratamento é da água para o vinho.

No Japão as ruas têm nome? As casas têm número?

Não têm! Não existe nome de rua nem número de casas. Não existe isso. O endereço não é por rua, mas por blocos ou região, se for residência é identificada pelo nome do proprietário.
No Brasil temos sobrenomes muito populares, como Silva por exemplo. No Japão quais são os mais populares?

Existem muitos nomes populares, como Sato, Tanaka, Nakano, Yamaguchi. Icizuca já é mais raro.








domingo, maio 09, 2010

XV DE NOVEMBRO DE PIRACICABA

Para uma leitura mais confortável, aconselhamos clicar sobre as informações aqui citadas, para obter-se uma ampliação, ficando assim mais favorável para sua leitura


sábado, maio 08, 2010

Quem Não se Lembra Disto.


Lembranças que não esqueci, Saudades que eu guardei.
Quem não se lembra, é porque ainda não tem cabelos brancos.

quinta-feira, maio 06, 2010

Rádio Camanducaia - Está de volta


Rádio Camanducária está de volta.
Click sobre a imagem acima para baixar.
Quando abrir o link, click no "aqui" em vermelho.
Escolha a pasta para arquivar no seu PC.
E ouça e recorde os bons tempos de rádio e do Estevan Victor Bourroul Sangirardi; o Esteva Sangirardi

segunda-feira, maio 03, 2010

03 de Maio - Dia do Sertanejo





Assim sendo, hoje é o dia do Caipira, do Violeiro, do Caipiracicabano (gente que nasceu em Piracicaba)

Roberto Mahn - Seresteiro Piracicabano


Roberto Mahn, seresteiro Piracicabano, declamando Santa Terezinha. Confira.
O link para ver e ouvir e saber mais é este => http://www.youtube.com/watch?v=a5oEGSeUPGg. Se não quiser digitar tudo isto no seu PC, click sobre a fotografia do Roberto Mahn e você irá direto ao link.

domingo, maio 02, 2010

O QUE É UM PALÍNDROMO

Um Palíndromo e Uma Palavra OU UM NÚMERO Que se lê Da mesma maneira Nos dois sentidos, Normalmente, n º da Esquerda e Direita um ao contrário.Exemplos: OVO, OSSO, RADAR.

O Mesmo se Aplica frases que, embora uma coincidência Seja Tanto Mais Difícil de conseguir uma frase Quanto Maior;

É O caso do conhecido: SOCORRAM-ME, SUBI NO ÔNIBUS EM MARROCOS.

Diante do Interesse Pelo Assunto (confesse, ja leu uma frase ao contrário), tomei a Liberdade de seleccionar ALGUNS dos Melhores palíndromos da Língua de Camões ... Se souber de Algum Acrescente, e passe adiante.

ANOTARAM A maratona DA DATA

ASSIM A AIA IA A MISSA

A DIVA EM ARGEL Alegra-ME A VIDA

A GORDA DA DROGA

A MALA NADA NA LAMA

A Derrota DA TORRE

ROCELINA LUZA, A namorada DO MANUEL, LEU NA MODA DA ROMANA:

ANIL É COR AZUL

O CÉU SUECO

O GALO AMA O LAGO

O LOBO AMA O BOLO

O ACATA ROMANO AMORES A DAMAS E ROMA Amadas Ataca O NAMORO

RIR, O BREVE Verbo RIR

A CARA DA Rajada jararaca

SAIRAM O TIO E Oito MARIAS

ZÉ DE LIMA RUA LAURA MIL E DEZ
por Jayme

Sabem o que é tautologia?

É o termo Definição da UM USADO parágrafo dos vícios de linguagem.

Consiste nd repetição de Uma ideia, de MANEIRA Viciada, com Diferentes palavras, Mas com o mesmo sentido.

O exemplo Clássico É o Famoso "Subir parágrafo Cima" o UO «N Baixo descer.

Outros Mas há, Como PoDE ver nd Lista a seguir:
- Elo de LigAção
- Acabamento final
- Certeza absoluta
- Exata quantia
- Nos dias 8, 9 e 10, inclusive
- JUNTAMENTE COM
- Expressamente proibido
Duas - em metades iguais
- Sintomas indicativos
- Atrás anos HÁ
- Vereador da Cidade
- Outra alternativa
- Detalhes minuciosos
- Uma PORQUE e razão
- ANEXO Junto a Carta
- De livre SUA ESCOLHA
- Superávit positivo
- Todos Foram unânimes
- Junto Conviver
- Fato real
- Encarar de frente
- Multidão de Pessoas
- O dia amanhecer
- Criação Nova
- Retornar de novo
- Empréstimo Temporário
- Surpresa inesperada
- Opcional ESCOLHA
- Planejar antecipadamente
- Abertura inaugural
- Continua um permanecer
- A ÚLTIMA Versão definitiva
- Possivelmente podera ocorrer
- Comparecer em Pessoa
- Bem gritar alto
- Característica Propriedade
- Demasiadamente excessivo
- Um Critério Seu Pessoal
- Muito em exceder
Note Que Todas essas repetições São dispensáveis.
Por exemplo, "surpresa inesperada".
Fique atento As expressões Que não utili Seu dia-a-dia.
por Jayme

Francisco de Assis Ferraz de Mello

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS

JOÃO UMBERTO NASSIF

Jornalista e Radialista

joaonassif@gmail.com

Sábado 01 de maio de 2010

Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana

As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:

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 ENTREVISTADO: Francisco de Assis Ferraz de Mello

Francisco de Assis Ferraz de Mello conserva a alma de um menino. Nascido em Piracicaba em 31 de maio de 1928, estará completando 82 anos de idade no próximo dia 31. Com seu jeito simples, sem o deslumbre dos que conquistam seu lugar ao sol, Chico Mello como é carinhosamente chamado pela maioria de seus amigos, ilustra muito bem o poder da vontade e determinação do ser humano. É a testemunha viva da evolução de Piracicaba, desde os tempos em que a Avenida Carlos Botelho era apenas uma via em terra nua, cortando as chácaras existentes onde hoje é uma área nobre de Piracicaba. A ESALQ ficava “afastada” da cidade. O calouro Chico Mello, para fugir dos trotes dados pelos veteranos, muitas vezes “cortou caminho” pelas chácaras existentes até chegar á sua casa próxima ao Rio Piracicaba. Duas presenças constantes em sua vida é o Rio Piracicaba e a ESALQ. Em sua casa hospedou por muitos anos Felix do Amaral Mello Bonilha o folclórico Nhô Lica. Chico Mello é professor titular aposentado pela ESALQ, escritor, poeta, diretor do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, membro da Academia Piracicabana de Letras cujo patrono é Nelson Camponês do Brasil, do Clube dos Escritores. Uma característica muito própria de Chico Mello é ver sempre o lado positivo do ser humano, ele não se deixa levar pelos rótulos dados a determinada pessoa, o alcance da sua visão vai além, prefere ver as boas qualidades do indivíduo, de uma forma extremamente natural, equilibrada.

Quantos filhos seus pais tiveram?

Meus pais Alcindo Almeida Mello e Zoraide Ferraz de Mello tiveram seis filhos, eu sou o segundo filho. O mais velho é o Dirceu, eu, Oroty, Ibraim conhecido na cidade como Susso, Zenaide e Alfredo José. Meu pai era funcionário público estadual, trabalhava como Fiscal de Algodão visitava as áreas de cultivo de algodão, fiscalizava as fabricas que descaroçavam, desfibravam o algodão, na época havia diversas em Piracicaba. Ele era muito brincalhão, tinha um bom coração.

Você tem apelido?

Sou normalmente chamado por Chico. Quando criança tinha o apelido de Nacho.

Seus estudos foram feitos onde?

Estudei no Grupo Escolar Moraes Barros, fiz parte do ginásio no Externato São José, que funcionava no prédio onde mais tarde funcionou a Faculdade de Odontologia, outra parte do ginásio eu estudei no Colégio Piracicabano. Na Escola Normal Oficial, hoje Sud Mennucci, estudei o colegial.

Você foi aluno do Frei Paulo de Sorocaba?

Fui aluno de desenho, não cheguei a pintar. Isso foi em 1940. Nós íamos ao Seminário Seráfico São Fidélis.

Qual era a sua forma de lazer?

Era o lazer da criançada pobre. Nunca viajei, jogava bolinha de vidro, virava pião, jogava futebol, tinha nosso timinho, era o Infantil Brasil. Não tínhamos uniforme, nem chuteiras. Apenas a bola! Jogávamos perto da cadeia, hoje Primeiro Distrito Policial. Em frente á cadeia moravam os soldados, os carcereiros. Eu morava ali, na esquina da Rua Vergueiro com a Rua São José. Apesar de reformada, a casa existe até hoje. Meu pai gostava de pescar, a minha infância passei junto ao Rio Piracicaba. Pescava no Vai-E-Vem, trecho do Rio Piracicaba entre a Rua São José e a Treze de Maio, uma extensão de uns duzentos metros, lá havia um bosque, que deu lugar a avenida.

Você nadava no Rio Piracicaba?

Não, meu pai nunca deixou. Duas coisas que nunca fiz na minha infância: andar de bicicleta e nadar. Já adulto, comprei bicicleta para meus filhos, foi quando aprendi a andar de bicicleta!

Vocês observavam a chegada de presos pela polícia?

O soldado descia a pé com a pessoa que estava sendo presa, e eu não me recordo de ter visto algum preso chegando algemado, eles acompanhavam a autoridade sem rebeldia.

Aos 22 anos de idade, estudante da ESALQ, você passou a ser arrimo de família?

Minha mãe teve que assumir sozinha a responsabilidade de criar os filhos, só que por motivos de saúde ela tinha muitas limitações. Eu não tinha nem trajes apresentáveis para ir á escola. Não tinha o material necessário para estudar, nem mesmo o básico exigido. Um professor de matemática vinha de São Paulo para lecionar na ESALQ, exigia que os alunos usassem paletó e gravata, além de possuírem instrumentos como régua, esquadro, compasso, compatíveis com seu nível de ensino. Eu possuía esquadro, compasso, iguais aos utilizados nas escolas primárias, de pouca precisão. Fui proibido por ele de freqüentar as suas aulas, quer pela minha vestimenta, quer pela falta de material adequado para acompanhar as suas aulas. Na época não havia a obrigatoriedade de freqüentar as aulas. Eu realizei as provas desse professor, passei conquistando as notas necessárias, a nota média como dizíamos, sem ter que prestar os exames finais.

Algumas pessoas da ESALQ perceberam suas dificuldades e o ajudaram?

Um dia eu estava descendo do bonde na ESALQ, um dos diretores do Centro Acadêmico, conhecido como Maia, disse-me: “- Chico, o Centro Acadêmico vai dar uma bolsa de quinhentos cruzeiros por mês, se inscreva, mande uma cartinha que você ganha a bolsa”. Acho que eles já tinham conversado a respeito, meus colegas sabiam das minhas dificuldades. Ganhei a bolsa! É o que eu falo de vez em quando, o pessoal participa de concurso de beleza, concurso disso, daquilo. Eu entrei em concurso de pobreza e ganhei! Mais tarde Louis Clement Diretor Presidente da Fabrica Arethuzina BOYES me deu uma bolsa, já de mil cruzeiros. Fui até o Centro Acadêmico e comuniquei que havia ganhado outra bolsa, passando a que eu recebia para alguém mais necessitado. Com a bolsa de estudo vivíamos eu e a minha família, na época meu irmão Susso já trabalhava. Em períodos de exames eu reunia a minha roupa e praticamente morava por 15 a 20 dias em um dos dois apartamentos situados no fundo da garagem, onde era a casa do diretor da ESALQ. José de Mello Moraes, o Melinho, que foi diretor da ESALQ por 25 anos. Eu era muito amigo do seu filho, José de Mello Moraes Filho.
Em que ano você formou-se?
Foi em 1953. O próprio Melinho, através do seu filho, me convidou para trabalhar com ele. Fui trabalhar no departamento de Química Agrícola, que funcionava no prédio existente até hoje. Isso foi em 1954. Ali fiz doutorado, livre docência. A Universidade se reestruturou, havia muitas cadeiras afins, que foram agrupadas, formando os departamentos existentes atualmente. Passamos a integrar o Departamento de Solos e Geologia, o primeiro chefe foi Eduardo Salgado, depois foi Guido Ranzanni. Em seguida Moacir Camponês foi o chefe do departamento, em seguida eu assumi a chefia, em seguida veio André Martin Louis Neptune, nascido no Haiti.

Você é religioso?

Não sigo nenhuma religião. Minha mãe era católica, meu pai era espírita.

Qual é o seu sentimento com relação a ESALQ?

Tenho uma profunda gratidão, foi onde tive a possibilidade de estudar, e eu sempre gostei de estudar.

Quais são os seus títulos na escola?

Todos da carreira universitária: doutorado, livre docência, que é o concurso mais difícil da universidade, são três a quatro dias de provas. Enquanto você é doutor não pode dar aulas teóricas, apenas aulas práticas. O professor livre docente pode dar aulas teóricas. Não é todo mundo que gosta de dar aulas teóricas. O professor que é livre docente adquire a independência para pesquisa, sem tutela. Fui catedrático substituto Cheguei á posição de professor titular. Os cargos de diretor de escola, reitor, envolvem fatores diversos, que vão além da carreira de professor. Tem que ter vocação especial para ocupar essas posições.

Você gosta de poesias?

Gosto muito. Tenho três livros de poesias publicados. Depois que me aposentei publiquei sete livros.

Quem era Nhô Lica?

Sei que ele era parente do meu pai, não sei precisar em que grau de parentesco. Minha mãe contava que três meses após ela e meu pai casarem-se, Nhô Lica apareceu em casa. Sentou, começou a bater um papo, como ele não ia embora arrumaram um lugarzinho para ele ficar, nunca mais ele saiu de casa!

Como era a convivência com o Nhô Lica?

Ele conversava bem, só que os assuntos dele giravam em torno de pedras preciosas, diamantes, ás vezes ele falava trechos em francês.

Esse comportamento dele é fruto de alguma desilusão?

Eu acho que ele nasceu assim. Tem algumas teorias. Recentemente me contaram uma delas, que ele tinha algum dinheiro, um viajante chegou a cidade, fez amizade com ele, e disse-lhe: “- Você me dá esse seu dinheiro, vou para Minas Gerais e vou comprar pedras preciosas trago, vendemos e ficaremos ricos”. Nhô Lica teria cedido o dinheiro para ele que nunca mais voltou. Isso não está escrito no meu livro sobre Nhô Lica.

Na construção da Catedral de Piracicaba foram colocadas pedras arrecadadas por Nhô Lica?

Eu acho que ninguém sabe se foi. Quem poderia dizer alguma coisa a respeito seria o Padre Rosa, que já é falecido. Nhô Lica levava muitas pedras ao Padre Rosa, que talvez para não jogar fora ia colocando em algum canto. E deveria existir um funcionário que foi amontoando aquelas pedras. Durante a construção da Catedral falaram para pegar as pedras que o Nhô Lica trouxera e colocar junto ao concreto. Isso eu não sei se é verdade.

Você chegou a freqüentar o Teatro Santo Estevão?

Freqüentei sim. Era simples, mas bonito. As cadeiras não eram almofadadas. Eugênio Nardim dizia que a acústica era espetacular, ele tocava violino

Para você todas as pessoas são boas?

Eu nunca briguei na minha vida! Por que vou brigar? Nunca ninguém me ofendeu, sempre respeitei a todos. Todo mundo me quer bem, na escola sempre fui muito bem quisto. Um professor, já falecido, referia-se ao ambiente acadêmico como “aquele serpentário”.

Você acessa a internet?

Estou aguardando um dos meus dois filhos me ensinarem.

Você lê bastante?

Leio jornais, revistas.

E livros clássicos?

Já li muito.

Qual o gênero de música que você prefere?

Gosto muito de música popular. As músicas compostas pelo pessoal dos morros cariocas são filosóficas. Veja a música de Cartola, “As Rosas Não Falam”:

“Bate outra vez/Com esperanças o meu coração/Pois já vai terminando o verão, enfim/Volto ao jardim/Com a certeza que devo chorar/Pois bem sei que não queres voltar para mim/Queixo-me às rosas, mas que bobagem/As rosas não falam/Simplesmente as rosas exalam/O perfume que roubam de ti, ai/Devias vir/Para ver os meus olhos tristonhosE, quem sabe, sonhava meus sonhos
Por fim”
Você vê muita poesia nessa simplicidade?
Na letra da música Cartola diz: “Que bobagem falar com as rosas, elas não falam”.
De cururu você gosta?

Gosto, eu assisti muito cururu no Teatro Santo Estevão mesmo. Meu pai gostava de cururu e me levava junto, ficávamos ates as três, quatro horas da manhã.

Comício político em praça pública era um programa comum naquela época.

Assisti muito e gostava. Cheguei a ver comício de Adhemar de Barros. Lembro-me que durante o comício havia um enorme balão de ar com propaganda dele, e alguém, provavelmente com uma espingarda Winchester atirou, esvaziando-a. Na sua próxima vinda a Piracicaba, Adhemar se lamentava: “-Furaram meu balão!”. Adhemar de Barros dizia: “Sou barranqueiro do Rio Piracicaba”.

Você ainda criança freqüentava as margens do Piracicaba?

Íamos para a Rua do Porto, havia muitas chácaras, onde apanhávamos frutas e comíamos. Havia as olarias. Era tudo chão de terra, não havia asfalto.

A ESALQ na época era afastada da cidade?

Não existia Jardim Europa, Cidade Jardim, nenhum dos outros bairros que existem hoje próximos á escola. Havia até uma olaria, por sinal de uma prima, da família Fessel. Meu tio Luiz Dias Ferraz tinha uma chácara onde hoje só existem residências. Na época em que eu fui calouro, fugia do trote dos veteranos pulava as cercas das chácaras e ia sair na Vila Boyes. O trote era bravo, uma das tarefas era levar o calouro para fazer faxina nas repúblicas. Eu tomei pouco trote, corria muito bem! Ninguém me pegava. A Avenida Carlos Botelho era toda de terra. A noite não havia iluminação nenhuma. A Avenida Torquato Leitão era um caminho de terra entre as chácaras.

Viajou de trem pela Companhia Paulista?

Fui com meu pai, quando ele viajava a negócios. São Paulo não era a loucura que é hoje. Foi lá que pela primeira vez vi camarão. Eu tinha uns quinze anos de idade.

Qual foi o seu primeiro carro?

Em toda a minha vida eu só tive três carros. O primeiro foi um Fusca, que mais tarde vendi e permanece em bom estado até hoje.

Comentários:



Seu Chico, muito bom conhecer mais sobre sua história.
abraços
Ivana
# postado por Ivana Maria França de Negri : 5:24 PM





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sábado, maio 01, 2010

BANDA UNIÃO OPERÁRIA



Para se ter uma leitura mais saudável, click sobre as imagens e terá automaticamente a sua ampliação, para melhor conforto de sua visão.

sexta-feira, abril 30, 2010

CONSAGRAÇÃO A N.S. APARECIDA - Titio Luiz - Rádio Educadora de Piracicaba

Em dezembro de 2009, o Papa Bento XVI acessou minha página e viu e ouviu a Consagração a N.S.Aparecida, na voz de Luiz Antonio Cópoli, o Titio Luiz da Rádio Educadora de Piracicaba. Veja e ouça tambem esta belissima oração. O link é este ---> http://www.youtube.com/watch?v=F_3vZiCet9E

quinta-feira, abril 29, 2010

BOA NOITE - Cid Moreira


Click sobre o Informe "Boa Leitura - Indicação" e terás uma imagem ampliada para melhor conforto na sua leitura. - Se puder compre o livro. Recomendo.

TABELA DA COPA DO MUNDO 2010 - AFRICA DO SUL


Está chegando a hora que o Brasil pára para ouvir e ver a Copa do Mundo 2010, que será realizada na Africa do Sul. Então segue orientações para você baixar uma tabela dos jogos e acompalha-la, marcando os resultados.
É facil e até mesmo divertido ir acompanhando ou fazer um simulado para ver quem vai ficar Campeão.
Click sobre o Logotipo azul para fazer direto, ou então leia com atenção passo-a-passo como fazer para baixar a tabela.
Click sobre o Mascote para ir direto ao Baixaki para você baixar o Excel.

terça-feira, abril 27, 2010

CUICA - MAZOLA - JOÃO JOSÉ ALTAFIN - 1952 NO INFANTIL DO CLUBE ATLÉTICO PIRACICABANO



Você poderá ver outros clicps no Youtube relacionado com futebol. É só acessar http://br.youtube.com/jairministro
Lá você encontrará Mazala e outros craques do futubol profissional e amador de Piracicaba
Para melhor visialização da imagem, click sobre ela e terás uma ampliação instantânea







MISS SÃO PAULO 2010 É PIRACICABANA


Click sobre a imagem da Karla Mandro e veja tambem no Youtube









Tempo que foge

Tempo que Foge...


Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora


Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.


As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.


Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.


Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.


Não tolero gabolices.


Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.


Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.


Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo.


Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.


Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.


Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.


Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos fatos a limpo".


Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.


Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos".


Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.


Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a "última hora"; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus.


Caminhar perto delas nunca será perda de tempo.


Quero sentir o prazer de ter ao meu lado pessoas que sejam positivas, que vibrem com a vida, que chorem, se desnudem, sejam frágeis de vez em quando, mas que sempre levantem e dêem a volta por cima...


Quero sentir a leveza dos sentimentos positivos, sentir o sorriso sem pudor, a gargalhada mais extravagante que deixa todo mundo ao lado contagiado, com vontade de rir...


Quero a loucura dos amigos ensandecidos de paixão pela vida, das noites mal dormidas de tantos papos e risadas, da falta de assunto com tanto assunto pra colocar em dia sempre...


Quero tomar muitos banhos de chuva, andar descalço, pisar na terra, sentir o cheiro de mato, do mar da vida...


Quero vocês a quem tanto amo do meu lado, todos os dias , por que isso sim vale a pena, o resto é conversa...


(Desconheço o Autor)

sábado, abril 24, 2010

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 22 de abril de 2010
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
http://www.tribunatp.com.br/
।teleresponde.com.br/">http://www।teleresponde.com.br/




ENTREVISTADA: Rita de Cássia Domingues
A liberdade de expressão é a conquista mais preciosa do ser humano. Ela se manifesta de inúmeras formas, uma delas é a música. No amor e na guerra a música sempre esteve presente. Ela expressa de forma sublime o sentimento que se apossa do ser humano. O Brasil pela sua característica própria e única, multirracial e multicultural, é a fonte, aonde muitos artistas de outros países vem saciar a sua sede de musicalidade inovadora.
Talentosos artistas realizam obras de grande importância, passam pelo semi-anonimato, ou são conhecidos, mas não são reconhecidos। Alguns ainda têm o privilégio de serem devidamente valorizados após falecerem. Outros nem tanto. Piracicaba tem em seu seio grandes valores artísticos, verdadeiros operários da arte. Um desses grandes talentos é o Professor Erotides de Campos, natural de Cabreúva, onde nasceu em 15 de outubro de 1896. Compositor de marchinhas, sambas, choros, pianista e tocador de vários instrumentos, foi professor de física e química e passou parte da sua vida na cidade de Piracicaba. Compositores como Gounoud, Schubert, Puccinni, foram autores de obras com o mesmo nome: Ave-Maria. O nosso Erotides Campos, também é autor de uma obra que leva o nome Ave-Maria, e que também ultrapassou as nossas fronteiras e é executada até hoje pelo mundo afora. A casa em que viveu boa parte de sua vida, e onde faleceu, no dia 20 de março de 1945 está praticamente intacta. Mantém quase todas as suas características originais. É possível perceber a presença de Erotides, detalhista, perfeccionista. O teto em madeira envernizada mantém a originalidade, assim como a escada que leva ao andar superior, ainda de madeira. A cozinha onde degustava suas tão apreciadas laranjas lima. A impressão que se tem é de que Erotides de Campos foi até ali e volta já. Homem humilde, recatado, mulato, Erotides de Campos recebeu a homenagem de Piracicaba num enterro em que se revelou a comoção popular. Para falar com mais propriedade de Erotides de Campos ninguém melhor do que a sua filha.
Quais os nomes dos pais de Erotides de Campos?
Benedito da Silveira e Francisca da Silveira Neves. Aos 12 anos de idade já fazia parte da banda de Cabreúva, logo pode ouvir suas primeiras composições serem tocadas, os dobrados “Porto Artur” e “Saudades dos meus 12 anos” Quando ele tinha 14 anos de idade sua família transferiu-se para Piracicaba. Erotides de Campos integrou a famosa orquestra piracicabana que se apresentava nos cines Iris e Politeama. A orquestra, entre outros, contava com a participação de Osório de Souza, Melita e Carlos Brasiliense, João Viziolli, Renato Guerrini. Participou, também, da banda União Operária. Aos 15 anos iniciou seus estudos de piano sem o auxilio de professores, alguns pesquisadores afirmam que ele estudava piano com Francisca Júlia da Silva, poetisa de renome e pianista, ao mesmo tempo em que cursava escola municipal de Cabreúva. Em setembro de 1917 escreveu a valsa “Mariinha” com versos de Mello Ayres. Já nessa época era exímio flautista, e conhecedor de quase todos os instrumentos componentes de uma banda. Executava com perfeição clarineta, pistão, trombone, baixo, piano, violão e rabecão. Integrou a “Banda Musical Luiz Dutra”. Foi flautista de destaque na Orquestra Piracicabana regida pelos maestros Benedito Dutra Teixeira e Edgard Van den Brand. Do gênero popular foram compostas por ele valsas, canções, sambas, maxixes, tangos, chorinhos, marchinhas em estilo carnavalesco, fox-trot, rag-time, charleston, marchas patrióticas e dobrados, na maioria com versos. Musica sacra: “Salve-Maria”, “Hino á Santa Rita de Cássia” e uma marcha fúnebre. Hinos escolares: Hino à criança, Hino ao Dia das Mães, 8 hinos escolares para Grupos Escolares Estaduais, “Hino à despedida”. Das marchas patrióticas que escreveu destacam-se “Patriarca” à memória de José Bonifácio, e “Condores do Brasil” em homenagem ao aviador João Ribeiro de Barros, herói do “raid” realizado no avião “Jaú”. Vicentino dedicado, sua fé cristã originou os títulos das músicas: “Ave Maria”, Melodia da Fé”, “Êxtase”, “Preces de Natal” , “Murmúrios do Piracicaba”, “Alvorada de Lírios”, “Plenilúnio” e “Murmúrios Sonoros”. Suas músicas foram gravadas por Francisco Alves em disco da Odeon e Parlophon, Oscar Gonçalves e Yolanda Ozório em disco Bruswick, Artur Patti, solista de harmônica em disco Ouvidor. De todas as suas músicas, alcançaram grande sucesso “Ave-Maria” e “Vera”. As músicas de Erotides tornaram-se populares não só no Brasil como também na França, Itália, Portugal, Espanha, Polônia e outros países. “Ave-Maria” foi gravada por Pedro Celestino, sendo a primeira edição de mil exemplares, em disco Odeon, esgotada em menos de um mês. A valsa “Vera” com versos traduzidos para o italiano obteve medalha de ouro. O tango “Goal” classificado em segundo lugar, rendeu um prêmio em dinheiro no concurso musical promovido em 1919 pela Casa Editora Musical Brasileira. O concurso foi realizado no Teatro Boa Vista, em São Paulo, onde concorreram 180 compositores de todo Brasil. A marchinha “Um Róseo Carnaval” obteve o segundo lugar de um concurso de musica carnavalesca. Nos últimos anos Erotides dedicava-se a composição de música refinada, entre elas “Murmúrio do Piracicaba” e “Uma Barquinha Azul”. “Alvorada de Lírios” teve os versos escritos por Benedito de Almeida Júnior.
Onde seu pai formou-se?
Seus estudos primários foram feitos em São Paulo, no Liceu Coração de Jesus. Estudou na Escola Normal, atual Sud Mennucci, formou-se em 1918 e foi lecionar na escola da estação de Monjolinho, em São Carlos. Conseguiu a segunda nomeação, retornando a Piracicaba onde lecionou no Grupo Escolar de Tanquinho e, depois, no de Dois Córregos. Em 1921, casou-se com a minha mãe Maria Benedita Germano.
De 1923 a 1932 lecionou em Pirassununga, voltou a Piracicaba em 1932, nomeado como professor de Química na Escola Normal.
Após o falecimento do seu pai sua mãe trabalhava com o que?
Ela fazia balas de coco, bolos de casamento, era doceira.
Os direitos autorais das músicas compostas por Erotides de Campos, entre elas a celebre Ave-Maria, não proporcionaram um bom rendimento financeiro?
Entre muitos intérpretes famosos, o Roberto Carlos é um dos que canta Ave-Maria, musica composta pelo meu pai. Minha mãe recebia o equivalente o que recebo ainda hoje, 10 a 15 reais a cada cinco ou seis meses. Falam que não toca, é musica muito antiga! Ele possui mais 350 músicas compostas, entre as publicadas e inéditas. Tanto musica popular, como música clássica e música sacra.
Erotides usou um pseudônimo ao compor Ave-Maria?
Usou Jonas das Neves, parte do seu nome completo, Erotides Jonas Neves de Campos.
Como surgiu a música Ave Maria?
Minha mãe contava que ele ficava muito aqui no quintal de casa, isso por volta de cinco ou seis horas da tarde, ele achava o cair do sol muito bonito. Um dia ele resolveu compor a musica Ave-Maria. Ele subiu para o seu escritório que ficava no andar superior da casa, lá ele permaneceu por horas. Minha mãe disse que quando subiu, entrou no escritório dele havia muito papel jogado no lixo. Eram esboços da música que ele estava compondo e não achando ainda satisfatório, jogava-os ao lixo.
Ela falava muito do seu pai Erotides?
Quando ela se referia a ele chorava muito, ela dizia ter sido muito feliz com o meu pai.
Como era o cotidiano de Erotides de Campos?
Ele levantava, banhava-se, colocava o terno, e ia lecionar no Sud Menucci. Voltava, almoçava, descansava e trabalhava corrigindo trabalhos, provas, preparando aulas. Ele permanecia sempre muito com a minha mãe em casa. Ás vezes os dois saiam davam uma volta no jardim. Os irmãos dele vinham visitá-lo.
Que destino teve os objetos de uso pessoal de Erotides de Campos?
Minha mãe doou a flauta, cadernos, para o Museu Histórico e Pedagógico Prudente de Moraes. O piano minha mãe doou para o Lar Escola Nossa Mãe.
Ele faleceu nessa casa?
Foi um infarto fulminante, foi onde hoje é o meu quarto. Ele estava fazendo uma capa do cancioneiro. No dia anterior ele sentiu um grande mal estar, a ponto de não ir lecionar. Uma das suas frutas prediletas era laranja lima, minha mãe providenciou algumas laranjas, e aqui na cozinha de casa ele chupou umas laranjas. As duas horas da manhã ele sentiu-se mal, dor no peito, disse á minha mãe: “-Tita estou me sentindo mal”. Ela disse-lhe: “-Chupe uma laranja!”. Assim ele fez, e ele com a minha mãe foram caminhar um pouco, isso ás duas horas da manhã, isso na Rua José Pinto de Almeida, foram devagar até perto da Rua XV de Novembro. Voltaram para casa e ele disse que não conseguia dormir, iria terminar de fazer a capa do cancioneiro. Ele subiu, estava escrevendo, sua letra era impecável, ela percebeu que ele tinha tremido a mão, ela então perguntou: “Que foi Erotides?”. Ele caiu sem falar nada. Assim ele faleceu.
A mãe da senhora faleceu com quantos anos?
Ela faleceu com 97 anos de idade, isso foi em 1993.
Como é ser filha de Erotides de Campos?
Tenho muito orgulho do meu pai!
Qual era a reação da sua mãe ao ouvir as musicas compostas pelo seu pai?
Ela chorava muito. O Manoel Lopes Alarcom era um grande amigo da nossa família, ele vinha visitá-la, quando falava sobre o meu pai ela punha-se a chorar. Ela dizia que meu pai ajudava muito as pessoas, não falava mal de ninguém.
Qual o prato imbatível que a Dona Titã, sua mãe, fazia?
O macarrão! Eu faço da mesma forma que ela fazia, mas não fica igual, até meu marido diz: “-Não é igual ao da sua mãe não!”.


Ave Maria De Erotides De Campos
Cai à tarde tristonha e serena
Em macio e suave langor
Despertando no meu coração
A saudade do primeiro amor

Lungio se esvai lá no espaço
Nesta hora de lenta agonia
Quando o sino saudoso murmura
Badalada da Ave Maria

Sinos que cantam com mágoa dorida
Recordando em toda a aurora da vida
Cabe ao coração paz e harmonia
Na prece da Ave Maria

No alto do campanário
Uma cruz simboliza o passado
E o amor que já morreu
Deixando um coração amargurado















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