sexta-feira, setembro 18, 2015

ANA MARLY DE OLIVEIRA JACOBINO

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 19 de setembro de 2015.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
http://www.teleresponde.com.br/ 


ENTREVISTADA: ANA MARLY DE OLIVEIRA JACOBINO

Ana Marly de Oliveira Jacobino nasceu em Piracicaba a 30 de novembro, casada com Durval Jacobino com quem tem o filho Guilherme de Oliveira Jacobino. Ana Marly é filha de Celso de Oliveira, natural de Santa Cruz das Palmeiras e Horocinda da Costa Oliveira nascida em Limeira que tiveram as filhas Ana Marly e Marisa. Sua avó materna é de origem italiana, e seu avô paterno de origem portuguesa. Seu avô, Caetano de Oliveira, veio como chefe do primeiro trem da Companhia Paulista que chegou a Piracicaba. Ele foi morar em uma daquelas casas da “Colônia da Companhia Paulista”, que existem até hoje. Depois construiu uma casa na Rua da Palma.  “Ler poesia pode ser mais eficaz em tratamentos do que os livros de autoajuda, segundo um estudo da Universidade de Liverpool. Especialistas em ciência, psicologia e literatura inglesa da universidade monitoraram a atividade cerebral de 30 voluntários que leram primeiro trechos de textos clássicos de Henry Vaughan, John Donne, Elizabeth Barrett Browning e Philip Larkin e depois essas mesmas passagens traduzidas para a “linguagem coloquial”. Os resultados da pesquisa mostraram que a atividade do cérebro “acelera” quando o leitor encontra palavras incomuns ou frases com uma estrutura semântica complexa, mas não reage quando esse mesmo conteúdo se expressa com fórmulas de uso cotidiano. Os especialistas descobriram que a poesia é mais útil que os livros de autoajuda porque afeta o lado direito do cérebro, onde são armazenadas as lembranças autobiográficas, e ajuda a refletir sobre eles e entendê-los desde outra perspectiva. Os especialistas buscam agora compreender como afetaram a atividade cerebral as contínuas revisões de alguns clássicos da literatura para adaptá-los à linguagem atual, caso das obras de Charles Dickens” É o que está escrito na Agenda Cultural Piracicabana, uma das áreas de atuação de Ana Marly de Oliveira Jacobino.
                                                  Ana Marly de Oliveira Jacobino

O seu avô, Celso de Oliveira, veio com o primeiro trem da Companhia Paulista que chegou a Piracicaba?
Foi o primeiro Chefe do Trem, aquele que passava picotando, eu adorava vê-lo bater nas rodas do trem, conforme o ruído ele sabia se havia alguma fissura em alguma delas.
Qual era a profissão do seu pai?
Meu pai era torneiro mecânico, ele trabalhou na Morlet, de propriedade de um francês visionário cujo sobrenome era Morlet.
Você morava ali perto?
Moramos sempre no Bairro Alto, na Rua Riachuelo. Mas meus avós, pais do meu pai, meus tios, moraram sempre na Rua da Palma, a casa existe até hoje, fica a dois quarteirões antes de acabar a Rua da Palma. Meu primo Marcos reside lá.
Você conheceu a famosa “Bica do Morlet”?
Conheci, meu avô trabalhava no Morlet também, ele caiu naquela bica, quebrou a clavícula, ele era muito forte, não chegou a ficar três dias internado no hospital, saiu por conta própria. Meu pai trabalhava na Romi em Santa Bárbara D`Oeste, foi trazendo para cá meu avô, meus tios que também trabalharam na Romi.
O curso primário você estudou em que escola?
Fiz no SESI 164 que na época funcionava no Lar Escola Coração de Maria, depois foi transferido para o Colégio Piracicabano. Atualmente acredito que ele funcione na Paulicéia, no Jardim Esplanada. Minha diretora era a Dona Salete. Ela foi buscar-nos, minha irmã e eu, na catequese, eu tinha cinco anos, ela tinha que abrir a unidade do SESI em Piracicaba, minha mãe tinha nos ensinado a escrever e a ler. Entramos e fomos sempre as primeiras alunas da classe. Minha irmã é 11 meses mais nova, mas somos como gêmeas, minha mãe bordava nossos vestidos iguais, Dona Salete que nos levava.
Sua mãe tinha  prendas domésticas ou trabalhava em outra atividade?
Além das atividades domésticas também bordava enxovais para pessoas que levavam até a nossa casa. Ela não cobrava quase nada, era mais um lazer para ela.
No Lar Escola Maria Nossa Mãe funcionava um internato de meninas, como era a relação de vocês com elas? 
Havia um entrosamento muito bom com elas. Três vezes por semana vinha uma listinha onde levávamos pertences para fazer uma comida comunitária. Havia uma cozinheira que fazia e todas nós comíamos juntas. Não havia merenda nos moldes que temos hoje, nós levávamos a merenda. Minha mãe fazia um bornal para cada filha e as meninas que ficavam conosco sempre acabavam comendo algo. A manteiga era caseira, feita pela minha mãe. Tínhamos um quintal com galinhas. Na Rua da Palma meu avô,Caetano de Oliveira e minha avó Ana de Oliveira, criavam muitas cabras. Nós íamos a pé até a casa da minha avó, dávamos a mãozinha à minha mãe e íamos. Todo  filho que a minha tia ia ter além da parteira minha mãe fazia questão de estar junto. Lembro-me da Chácara Nazareth, dos barracões que existiam. Lembro-me do trem, da carregadeira e descarregadeira de gado, o gado era embarcado e desembarcado do trem ali. Hoje é um terreno ao lado entre a Farmácia Raya e o restaurante Frios Paulista. Lembro-me que íamos à casa do meu avô, em São Paulo, de trem. O pai da minha mãe, que trabalhou na Morlet, quando se aposentou foi morar com a filha mais nova que era casada com o Maestro Marconi Campos da Silva do Trio Marayá. Ele faleceu aqui em Piracicaba, amava o Rio Piracicaba. No período de férias escolares minha irmã e eu íamos para São Paulo, meu avô vinha nos buscar. Minha mãe fazia um bornal com lanches, lembro-me que uma vez minha mãe fez cinqüenta coxinhas, que era para todos comerem. O trem saia da estação, quando ele chegava ao pontilhão da Rua Benjamim Constant ele voltava, para engatar os vagões. Eu já estava comendo! Minha mãe dizia: Espera até chegar a Nova Odessa! Quando o trem fazia uma parada em Nova Odessa o que passavam vendendo eu comprava: biscoito, pastel, comprava! Vendiam diversas revistas, eu amava Pato Donald, Zé Carioca!
Após fazer o primário no SESI, o ensino fundamental e o médio, nós fizemos no Colégio Industrial Fernando Febeliano da Costa. Tínhamos passado nos exames de admissão do Colégio Jorge Coury e no Instituto de Educação Sud Mennucci. Mas preferimos fazer no Industrial porque tinha aulas de costura, culinária, passávamos o dia todo na escola, era uma delícia. No ginásio o horário de entrada era às sete horas da manhã e saia à uma hora da tarde. No Colégio Técnico, fizemos eletrotécnica, saiamos cinco horas da tarde. Após concluir o colégio fui fazer Engenharia Civil na Escola de Engenharia de Piracicaba. Não conclui o curso, meu pai teve um problema sério de saúde, tive que parar, fui trabalhar na Philips. Tive que fazer magistério no Sud Mennucci. Depois fiz Pedagogia na Unisal, em Americana, fui fazer a Faculdade de Letras, fiz especialização na Unicamp, vim terminar na Unimep. Sou especialista em Letras, Literatura, Texto e Ensino. Lecionei no Dom Bosco, Dom Bosco Assunção, Anglo, Anglo-Cerquilho, Atlântico, Colégio Evolução, Colégio Santa Clara em Rio das Pedras. Fiz o curso de especialista em Filosofia e Teologia, História da Arte na Unicamp.
Você aposentou-se em que ano?
Aposentei-me em 2005.
O que é Sarau Literário e como se iniciou?
Quando eu lecionava literatura no ensino médio, encontrava muita dificuldade. Eu os levava ao teatro, tirava da sala de aula à noite. Passei por muitas dificuldades, principalmente com os alunos. Eu lia muito sobre os saraus.
                               Cai sereno cai_ Elpidio dos Santos

                   Hino Ao Amor (Hymne À L'amour) - Edith Piaf e Marguerite Monnot



De mais ninguém- Arnaldo Antunes/Marisa Monte com arranjo de C.A. Wuensche


Dança Oriental


                                         Flor Amorosa _ Catulo da Paixão Cearense


Qual é o significado da palavra sarau?
No século XIX era feito em uma casa, alguém tocava, e os escritores da época faziam leituras, declamavam, dançavam, mostravam sua arte. Mais eram declamações e cantos. Era um encontro intelectualizado, na época da escravidão. O Sarau Piracicabano começou em 2004, embora a idéia já tenha se iniciado em sala de aula por volta de 1997, 1998 quando eu lecionava literatura. Aquela idéia de levar os alunos ao teatro continha muitos riscos. Passei a levar bolos, salgados, consegui de certa forma atraí-los pelo estomago. Descobri uma aluna que tocava piano, outra que gostava de escrever. Outra tocava violão.



                                       Dança do Ventre





                                             Dança da espada com Isadora Neves




                       Se Todos Fossem Iguais A Você _ Tom Jobim

          Apresentação da professora de dança, dançarina, coreógrafa Josiany Longatto


                                 Poeira da Idade - João Nogueira



                                            O Baile da Saudade _ Francisco Petrônio


De onde você tirou essa idéia?
Das leituras que fiz. Nunca tinha visto ninguém fazer isso. Agora tem sarau em todo quanto é lado. Eu acho ótimo. Tem o Sarau das Rosas, que dizem que sempre existiu, eu nunca fui, nem sabia que existia. Acontece em São Paulo na Casa das Rosas. Em 1928 o escritório do arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo já era tido como o mais famoso e reputado da área na América Latina. Projetou e executou a construção de diversos prédios de importância histórica hoje, tais como a Pinacoteca do Estado, o Teatro Municipal, o Prédio da Light e o Mercado Público de São Paulo. Projetou também a Casa das Rosas, uma mansão em estilo clássico francês com trinta cômodos, edícula, jardins, quadras e pomar na Avenida Paulista, local que reunia a maioria dos milionários barões do café. A mansão foi concluída em 1935. Lá, os herdeiros de Ramos de Azevedo viveram até meados dos anos 1980. Essa é a famosa Casa das Rosas, em plena Avenida Paulista. Hoje tombada pelo Patrimônio Histórico.


            Segue o Teu Destino- Ricardo Reis (Fernando Pessoa)- Sueli Costa



            Romaria - Renato Teixeira Orquestra de Viola Caipira "As Piracicabanas" 


                                             Ave Maria Erotides de Campos


                                      Dança Folclorica- said moderno com bastão


Na verdade todo mundo tem alguma qualidade para mostrar, o que falta é incentivo. De certa forma você conseguiu quebrar essa barreira?
Agora após o Sarau reunimos os voluntários em algum lugar, vai quem quiser ir, cada um arca com suas despesas. Em Poços de Caldas já é o décimo segundo Sarau que vamos fazer juntos. Providencio a van que nos leva, faço a reserva do hotel.
Vão homens e mulheres?
Vão alguns homens, mas a maioria são as mulheres.
O homem sofre algum tipo de preconceito?
Acho que o homem age muito pela razão, é um elemento difícil.  Vejo isso pelo meu marido, é muito racional. Ele me ajuda, filma. Mas ele nem pensa em apresentar algum trabalho. Há uma barreira imposta pelo próprio homem. Eu deixo abertas as possibilidades. Vem um senhor de Tanquinho, ele declama na linguagem popular. A forma de expressão pode não estar na linguagem culta. A mensagem é que pode ser muito valiosa. Existe em alguns eventos, promovidos por outras instituições, as restrições à linguagem popular. Embora não seja psicanalista, fui estudar psicanálise. A Heloisa Guerrine tinha uma filha que trabalhava no Café das Artes na Rua do Porto. Éramos poucos, 9, 10. Começou a aumentar o numero de pessoas, já não cabia mais lá. Fizemos em vários restaurantes, lanchonetes, mas não deu muito certo. Há uma dispersão de atenção. Fizemos até em um prédio de uma amiga. No fim fomos para a livraria Nobel. Ficamos um ano na Nobel. Começou a aparecer tanta gente.  Famílias passaram a freqüentar o Sarau. Meninos do bairro Novo Horizonte começaram a freqüentar.


                                         É com esse que eu vou_ Pedro Caetano




                                                         Samba de Lenço

                            Piracicaba de Newton de Almeida Mello

Hoje quantas pessoas frequentam o Sarau Literário?
No último tinha 100 pessoas. Já tivemos a presença de 140 pessoas, no auditório do Museu Prudente de Moraes. O Sarau de Poços de Caldas nós dividimos em dois tempos: o religioso e o profano. No primeiro tempo são apresentados os trabalhos. Na segunda etapa temos a confraternização que envolve uma quase festa de casamento, tamanha a fartura de alimentos finamente elaborados. Primeiro fazemos a apresentação do sarau em si, com música, dança, declamação. O profano é quando passamos a parte de gastronomia. Não dá certo sarau com gastronomia simultaneamente. 


                             De papo pro ar (Joubert de Carvalho/Olegário Mariano)


                                    Tocando em frente (Almir Sater / Renato Teixeira)

                                 Concertino sobre um tema espanhol_ Ernest Mahle



                                        Aos Pés Da Cruz- Marino Pinto / Zé da Zilda


                Só danço samba – Tom Jobim e Vinícius de Moraes com a cantora                                                                                   Thereza Ales Herler

                              Pupurri Ernest Mahle Orquestra de Câmara Piracicabana



                             Hi-Lili, Hi Lo - Leslie Caron


Não sabia que havia essa denominação de religioso e profano.
Essa é uma denominação que eu coloquei!
 Já fizemos Sarau em Rio das Pedras, por dois anos. Só não conseguimos mais local, tivemos que deixar de realizá-los. No Sarau de Rio das Pedras, quem era artista podia levar até seus quadros. Em Rio das Pedras fizemos exposições lindas.
O que é CLIP? E GOLP?
O GOLP – Gruo Oficina Literária de Piracicaba é só de textos, crônicas e contos. O CLIP – Centro Literário de Piracicaba já envolve poesia.
Vemos que há uma profusão enorme dos chamados “Bailes Funk”, principalmente nos grandes centros, como você vê essas manifestações?
Penso que também é uma forma de expressão, que vem da raiz da pessoa. As batidas rítmicas. A meu ver é uma volta ao primitivo, não necessariamente ao primitivo original. Se for fazer uma análise só da parte musical, das danças a visão é essa.
Você já fez um paralelo entre as manifestações indígenas e esses bailes funk?
Eu acredito que são manifestações coletivas que expressam o sentimento do grupo.
Grande parte das drogas alucinógenas utilizadas pelos indígenas é proveniente de plantas. Tem o significado religioso. Seu uso é basicamente ritual ou de cura. Não são drogas pesadas.
Você participou dos famosos festivais da TV Record, ainda no Teatro Record, na Avenida da Consolação?
Não participei de todos, mas participei. Eu ia no “Circo do Arrelia”. Minha tia nos levava, minha irmã e eu. O meu tio cantava. Quando o Caetano Veloso passou a cantar com aquelas roupas diferente, a Rita Lee foi cantar vestida de noiva, era algo assustador, ninguém esperava. Foram buscar as músicas de Carmem Miranda, com todas as frutas, a Tropicália. Foi uma cisão que eles fizeram. Meu tio conta que o Caetano Veloso precisou emprestar um paletó, senão não poderia cantar. Quando o sucesso chegou, eles já se apresentavam como queriam. O interessante é que esse pessoal ia até a casa dos meus tios. Lembro-me de Vinicius de Moraes na sala, eu não sabia que era Vinicius. Na época minha irmã e eu éramos muito pequenas. Jair Rodrigues freqüentava a casa deles.
O Sarau Piracicabano existe há quanto tempo?
 São 11 anos, é realizado mensalmente, na terceira terça-feira de cada mês. Temos o blog Agenda Cultural Piracicabana e lá está o Sarau Literário Piracicabano. As apresentações do Sarau este ano estão ocorrendo na ESALQ


Trio Marayá._ A época de ouro!

       O trio foi formado em 1954, contando com Behring Leiros no tantã, Marconi Campos no violão e Hilton Acioli no afoché. Inicialmente adotaram o nome de Marajá e apresentaram-se no programa da Sociedade Artística Estudantil, na Rádio Poti. Em 1956, durante a realização de um congresso da União Nacional dos Estudantes, UNE, em Natal, foram convidados a ir ao Rio de Janeiro, onde alguns estudantes pretendiam criar um programa nos moldes do SAE. Pouco antes de viajar para o Rio de Janeiro, adotaram, por sugestão do professor e folclorista Luís da Câmara Cascudo, o nome de Trio Marayá.

          No Rio de Janeiro, os jovens vocalistas conseguiram participar de diversos programas na Rádio Nacional, entre os quais, “Grande Show Brahma”, “César de Alencar” e “Paulo Gracindo”. Atuaram ainda em diversas casas noturnas, sendo contratados com exclusividade para se apresentar no Restaurante “Cabeça Chata”, de propriedade do conhecido cantor de emboladas Manezinho Araújo. Pouco depois, passaram a atuar na Rádio e na TV Tupi. Por essa época, foram convidados pelo cantor e compositor Luiz Vieira, que assistiu à participação do Trio Marayá na gravação de um disco de um cantor cearense na gravadora Copacabana, acabando por convidá-os a se apresentarem em seu programa de rádio em São Paulo. No programa de Luiz Vieira na Rádio Record, interpretaram o corridinho “Maria Fulô”, de Luiz Vieira e João do Vale, e posteriormente gravado em LP pelo trio. Aprovados em teste, foram contratados pela Rádio e TV Record.  Na Rádio Record, passaram a apresentar o programa semanal “Música e poesia com o Trio Marayá”, produzido por Luiz Vieira, além de participar de outros programas da emissora.

         Em 1966, obtiveram destaque no II Festival de Música Popular Brasileira apresentado na TV Record em São Paulo. Defenderam, juntamente com Jair Rodrigues, a composição "Disparada", de Geraldo Vandré e Teo, e que, com arranjos de Hilton Acioli, tirou o primeiro lugar. Nos festivais internacionais apresentaram-se com Nat King Cole, Sammy Davis Jr., Ella Fitzgerald, Rita Pavone, Sérgio Endrigo e Catherine Valente. Em 1968, retornaram à Europa, defendendo o Brasil no Festival Internacional de Música da Bulgária, realizado na cidade de Sófia, onde o trio recebeu Medalha de Ouro", tirando o 1º lugar com a composição "Che", de Marconi Campos da Silva e Geraldo Vandré.

        Em 1981 o maestro Marconi colocou os arranjos em várias músicas de Luis Gonzaga e ao ouvir Asa Branca, ele perguntou ao Marconi:
_Ô, meu filho, a sua mãe sabe que você faz essas coisas?
Então, o maestro Marconi respondeu:
_ Sabe sim, seu Lua.
_ Que bom! Finalmente as minhas musicas vão tocas nas FMs.

        O Trio (Marayá) que há mais tempo cantava junto no Brasil acabou com a morte do Maestro Marconi em 24 de Julho de 2003, no lugar que ele escolheu para viver as suas horas de lazer, pescando no seu rio que tanto amava na cidade de Piracicaba.
                                                                                   

Quer ouvir a voz afinada do Trio Marayà?Clique nos endereços abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=EGyb11knYYo&NR=1      Aroeira: Trio Marayá e Geraldo Vandré

Ana Marly de Oliveira Jacobino




                 TRIO MARAYÁ - PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES  


                                                         TRIO MARAYÁ - MARIA FILÓ

 

Behring de Campos Leiros (tantã) - Y Sobral, CE, 31/5/1935
Marconi Campos da Silva (violão) - Y Natal, RN, 18/7/1937
Hilton Acioli (afoxé) - Y Nísia Floresta, RN, 4/10/1939

Trio Vocal e Instrumental

Acervo: 23 GRAVAÇÕES

Código - Título da música - (Autores) - Intérprete - Ano da gravação/lançamento - Gênero

TMy001 Amor verdadeiro (Luiz Bandeira e Sivuca) Trio Marayá 1956 Baião
TMy002 Bamboleio de iaiá [J. Oliveira (Rubi)] Trio Marayá 1957 Samba
TMy003 Choveu no Ceará (Catulo da Paula) Trio Marayá 1957 Baião
TMy004 Descansa coração (Arquimedes Messina) Trio Marayá 1961 Bolero
TMy005 Gauchinha bem querer (Tito Madi) Trio Marayá 1957 Samba-canção
TMy020 Lembranças de Ipacaraí (Recuerdos de Ipacaraí) (Zulema de Mirkin, Demetrio Ortiz e Juraci Rago) Trio Marayá 1959 Guarânia
TMy021 Meu primeiro amor (Lejania) (Hermínio Gimenez, José Fortuna e Pinheirinho Jr.) Trio Marayá 1959 Guarânia
TMy006 Meu tio (Mon oncle) (Barcellini, Contet, J. C. Carriere e Fred Jorge) Trio Marayá 1959 Foxtrote  Meu tio com Trio Marayá (AO CHIADO BRASILEIRO) YouTube
TMy007 Mi dicha lejana (Porquê deixarei de amar-te) (E. Ayala Bâez e Júlio Nagib) Trio Marayá - Guarânia
TMy008 Nena Nenita (Joaquim Prieto e Juvenal Fernandes) Trio Marayá 1962 Balada
TMy009 O matador (El matador) (Jane Bowers, Irving Burguess e Fred Jorge) Trio Marayá 1960 Canção
TMy010 O rei do samba (Hervê Cordovil e Vicente Leporace) Trio Marayá 1958 Samba
AiR02 O vapor de cachoeira (David Nasser e Clemente Neto) Airton Rocha e Trio Marayá 1956 Baião
TMy011 Onde estará minha vida (Donde estará mi vida) (Segovia, F. Naranjo, I. Roman e Fred Jorge) Trio Marayá 1959 Bolero
TMy012 Patrícia (Damazo Perez Prado e A. Bourget) Trio Marayá 1958 Bolero
TMy013 Pede (Pide) (A. Alguero, A. Guijarro e Teixeira Filho) Trio Marayá 1962 Bolero
TMy014 Por pecadora (Leopoldo Diaz Velez) Trio Marayá 1960 Bolero
TMy015 Prova de carinho (Adoniran Barbosa e Hervê Cordovil) Trio Marayá 1960 Samba
TMy016 Pé do lajêro (João do Vale, José Cândido e Paulo Bangú) Trio Marayá 1956 Rojão
TMy017 Quero beijar-te as mãos (Arcênio de Carvalho e Lourival Faissal) Trio Marayá 1959 Guarânia
TMy018 Sambinha quadrado (Marcone Campos da Silva e Hilton Acioli) Trio Marayá 1961 Sambinha
TMy022 Tijuca (Victor Simon) Trio Marayá 1961 Samba
TMy019 Um telegrama (Un telegrama) (Hnos. Gracia Segura e Nadir Perez) Trio Marayá 1960 Foxtrote

 

sexta-feira, setembro 11, 2015

MARIA BARBOSA MELLEGA

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS 

JOÃO UMBERTO NASSIF 

Jornalista e Radialista 

joaonassif@gmail.com 

Sábado 12 de setembro de 2015.

Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana 

As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:

http://blognassif.blogspot.com/
http://www.teleresponde.com.br/ 



ENTREVISTADA: MARIA BARBOSA MELLEGA


Maria Barbosa Mellega nasceu a 13 de dezembro de 1937 em uma fazenda próxima a Artemis, quando tinha dois anos a sua família mudou-se para Piracicaba. É filha de José Barbosa Galvão e Rosalina Clemente Barbosa que tiveram seis filhos: Lázaro, Pedro, Benedito, Antonio, Maria e Manoel Luiz. Seu pai trabalhava na Fazenda São Pedro, quando se mudou para Piracicaba passou a ser empreiteiro com uma turma que realizava serviços na agricultura. Maria Barbosa Mellega, a Dona Maria da Biblioteca do Colégio, quando tinha 12 anos ajudava a sua tia que tinha uma cantina no Colégio Piracicabano. Torrava café, buscava doces, carregava gelo em uma bolsa de pano que pingava pelo caminho. A cantina ficava perto do muro que separava as áreas femininas e masculinas. Haviam janelas separadas para servir aos meninos e as meninas. Antonio Mellega nasceu a 28 de maio de 1932, em Rio das Pedras, filho de Luiz Mellega e Teresa Perboni. Realizou seus estudos em Piracicaba no Instituto Cultural do Trabalho, curso de Sindicalismo e Cooperativismo nos Estados Unidos. Realizou viagens referentes ao sindicalismo ao México e Canadá.
Em que escola a senhora iniciou seus estudos?
Estudei na escola que ficava ao lado da Igreja dos Frades, o prédio existe até hoje.
Em que bairro a família veio morar?
No bairro da Paulista, na Avenida Madre Maria Teodora, dois quarteirões abaixo da Praça Takaki, na época era conhecido como Morro do Enxofre, chão de terra onde passava boiada, caminhão carregado com cana-de-açúcar. Em frente à Igreja dos Frades, onde hoje é um jardim eram realizadas as quermesses. Nos fundos havia um salão de festas, após celebrar o casamento na igreja iam comemorar no salão. Havia o trem da Companhia Paulista, todo o domingo ia esperar a chegada do trem. Durante a semana não dava para ir. Minhas amigas e eu íamos esperar o trem do meio dia. Nos arrumávamos para irmos. Eu tinha 11 anos. Tinha um mocinho que vendia revistas no trem, nós íamos só para vê-lo chegar, nem conversávamos com ele. Ele chamava-se Ariovaldo. Dali a pouco todos iam embora, o trem fazia a manobra para voltar. Era trem a vapor. Em frente a estação havia a sorveteria do Amstalden, nas imediações morava a dupla de cantores Cachoeira e Diamante. Fui fazer o curso preparatório para ingressar no ginásio. Só que na época ocorreu uma crise financeira. Tive que ir trabalhar.  

Em que lugar a senhora foi trabalhar?
Fui trabalhar na Sapataria Santo André, de propriedade de João (Joanin) Fustaino, situada na Rua Joaquim André, na época eu tinha por volta de 14 anos. Em frente havia uma casa muito bonita, de propriedade de Agostinho Scalise, fazendeiro. Tinha uma escada majestosa, uns desenhos alusivos a gado. Na outra esquina era o Perina, acredito que trabalhava com material elétrico. A Regina Perina é filha do proprietário na época. Permaneci na loja de calçados Santo André por volta de um ano e meio, Quando casei, eles foram meus padrinhos.
Com quantos anos a senhora casou-se?
Tinha dezesseis anos quando casei-me com Antonio Mellega. Ele tinha trabalhado com o Giovanni (Joanne) Ferrazzo na Fábrica de “Vassouras Canta Galo”. Depois ele trabalhou na Vila Rezende, com o Gianetti na “Fábrica de Vassouras Elefante”. Até que depois ele abriu a própria fábrica, chamava-se “Nossa Senhora Auxiliadora” ficava onde naquele tempo era camada de Bimboca, na Rua Manoel Conceição, entre a Travessa Luis de Bragança e Avenida Lourenço Ducatti. Moramos muito tempo na Rua Dona Santina. Dona Santina era tia do meu marido. O meu sogro, Luiz Mellega, que tem seu nome em uma das ruas do bairro, tinha um bar na esquina da Rua Dona Santina com a Rua Dr.Eulálio, antes o bar era do Osvaldão, depois meu sogro comprou. Ali em volta era brejo, meu sogro é que tomava conta. Quando eu fui para lá, só tinha o Hospital dos Fornecedores de Cana, era pequeno, do lado do hospital havia uma cerca de arame, dessas que se estica e prende-se em um arame no mourão, muito comum em áreas rurais. Do outro lado só tinha o Mário da Baronesa (Mario Areas Witier), minha tio, tio, primos, por parte do meu marido eram funcionários do Mario. Nós íamos muito lá. Conheci o Mario, a sua esposa Da. Mercedes, lembro-me da Da. Vitalina, que era cozinheira. O Mario teve os filhos, Ana, Nice, Marinho e outra filha, se não me engano Luisa. Nesse tempo eu já era casada.
A senhora casou-se em que igreja?
Casei-me na Catedral de Santo Antonio no dia 15 de maio de 1954.

          (09-06-2013) Ernst Mahle - Catedral de Piracicaba

Como foi o namoro da senhora e o seu marido?
Naquela época existia muita rixa de um bairro com outro bairro. Eu morava na Paulista e ele na Vila Rezende. Cada vez que ele ia namorar passava um aperto, o pessoal esperava ele descer do bonde. Do ponto de bonde onde ele descia até a minha casa tinha bastante bar, meu irmão às vezes esperava ele descer do bonde para acompanhá-lo até a nossa casa. . Depois ele começou a ir de carro com os famosos “biribas” (automóveis Mercedes-Benz, diesel, que eram utilizados por taxistas). O problema era na hora dele voltar, os pontos de biribas não tinham telefone. Namoramos só nove meses. Em casa eram cinco homens, só eu de mulher. Meu marido disse: “-Vamos casar, está muito difícil!”.
Ele continuou com a fábrica?
Ele parou com a fábrica de vassouras e interessou-se pela vida sindicalista, isso foi em 1964. Fez curso, foi para os Estados Unidos onde fez diversos cursos inclusive de cooperativismo. Nos Estados Unidos ele permaneceu três meses. Quando voltou dedicou-se ao sindicalismo, pertencia ao CNTI- Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria de Brasília. E atuou no setor religioso.
                                ANTONIO MELLEGA HOMENAGEADO "EM QUEM É QUEM"


                                                          ANTONIO MELLEGA
Ele representava o sindicato de qual categoria?
O sindicato do papel, hoje denominado Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Papel, Papelão e Cortiça,cujo presidente hoje é Francisco Pinto Filho, o Chico. Meu marido que fundou o sindicato. Ele fundava sindicatos. Em Campinas, Santa Bárbara   D `Oeste, Capivari, Piracicaba, Americana. Meu marido trabalhou com o Lula, com a Dilma, com o Fernando Henrique, Ruth Cardoso, isso foi em 1964. Ele ficava mais em São Paulo do que em Piracicaba. Foi um período em que meu marido passou por muito aperto devido a situação política daquele momento. E eu sofria muito com isso tudo. Ele trabalhava em um sindicato em Americana, tinha que descer do ônibus um ponto antes ou um ponto depois. No ponto correto em que ele deveria descer tinha alguém esperando.  Ele fundou também o Sindicato dos Motoristas de Ônibus em Americana.
Ao fundar um sindicato o objetivo era oferecer as melhores condições ao trabalhador agindo sempre com lisura. Meu marido, Toninho, conheceu o deputado Rubens Paiva,

Quantos filhos vocês tiveram?
Tivemos seis filhos: Rosani, Antonio Celso, Marli Terezinha, Elide Regina, Eliana Cristina e Andrea Cristiani.
Ele atuou até aposentar-se no Sindicato em Americana?
Ele ia trabalhar de ônibus. No final, quase aposentando conseguiu adquirir um carro. Mas vida inteira ia de ônibus, levava marmita, o objetivo dele era defender o trabalhador. Lá ele atuava no Sindicato dos Empregados em Empresas de Ônibus. Tinha muitas reivindicações junto a AVA – Auto Viação Americana e a Auto Viação Ouro Verde.
Com seis filhos a senhora não tinha outra atividade a não ser cuidar das crianças?
Eu ainda costurava, de madrugada às vezes, levantava da máquina não agüentava nem andar. Cortava, costurava roupas femininas. A nossa família é grande, sempre costurei para eles. Além dos filhos tinha meu marido, meu pai e minha mãe em casa. Por duas vezes fiz a matricula para estudar inglês, não consegui, não tinha tempo para estudar.

Como a senhora foi trabalhar na biblioteca do Instituto Piracicabano?
Fiquei sabendo que estavam ampliando a escola e contratando funcionários, em minha carteira consta como início 1º de Maio de 1977 como meu primeiro dia de trabalho. Fui, passei pelo teste com Levi Cachioni, fiz uma entrevista com a Marisete, no dia seguinte comecei a trabalhar na secretaria. Após dois anos fui para o Campus Taquaral, trabalhava das 14:00 ás 18:00 horas e das 19:00 ás 22:30 horas. Eu mudei na Rua do Rosário esquina com a Rua XV de Novembro, a dois quarteirões do Colégio. Pedi para ser transferida para o Campus Centro. Aposentei-me em 1997, mas continuei trabalhando até 2004. Eu trabalhava na biblioteca. Sempre tive amor pelos livros. Se eu fechar os olhos lembro-me perfeitamente das seções principais onde se encontravam os livros respectivos aos assuntos. Tínhamos na biblioteca do Campus Centro em torno de 13.000 livros. A medida que os cursos foram sendo transferidos para o Campus Taquaral os respectivos livros iam sendo levados. Calculo que devem existir mais de 30.000 livros na biblioteca do Campus Taquaral. Sem contar o Campus de Santa Bárbara D`Oeste e o Campus de Lins. A biblioteca que pertenceu ao folclorista João Chiarini inicialmente foi para um depósito para ser cadastrada. Nesse mesmo deposito tinha muitos livros bem antigos. O pátio do prédio na Rua Boa Morte, a noite tinha que andar de lado de tanta gente. Depois que inauguraram Taquaral, Santa Bárbara.
                                          LANÇAMENTO DO COMPLEXO TAQUARAL
A senhora leu muito?
Li e leio bastante. Comecei lendo filosofia. Adorei. Conforme ia chegando os livros, ia lendo. Tive a oportunidade de fazer muitos cursos que eram oferecidos pela universidade, todos voltados para o trabalho com os livros, inclusive Marketing Bibliotecário, Psicologia, com isso ia me aprofundando cada vez mais.
A qual a leitura que a senhora está se dedicando mais agora?
Estou lendo muito sobre religião por estar fazendo um curso a respeito. Sou católica, catequista e agora vou iniciar aulas de catequese para adultos. Há muitas pessoas que sequer são batizadas! Apesar de não ter podido estudar formalmente a vida foi uma escola que me ensinou.
Até hoje a senhora gosta de ler?
Gosto muito! Leio de tudo! Depois separo o joio do trigo.
Há muita técnica envolvida na manutenção de livros?
São necessárias uma série de procedimentos. Cada livro exige um tipo de cuidado em sua manutenção. Quando há traça tem ser passado o veneno próprio. O ideal é a dedetização. Na prateleira não se põe ela inteira cheia de livros, uma vez por semana, a cada quinze dias, você pega o livro e limpa, muda de lugar na estante. Vai limpando o lugar e o livro. Isso evita que a traça venha. Os livros muito antigos são mais delicados. Temos lá na biblioteca uma bíblia do século XIX. Ela fica quebradiça, é mandada para especialistas arrumarem, dá para ler, não fica muito bonito, mas recupera.
A senhora usa internet?
Uso! Acho que o livro digital não vai substituir o livro em papel. Hoje temos inúmeras obras na internet.
Por que dizem que o brasileiro não lê?
Há o fator custo, mas também não há interesse em ler. O pouco que lêem é em sua maioria leitura de consumo.
Qual é a melhor forma de incentivar a leitura?
Se o custo do livro for menor já ajuda muito. Na escola eles pegavam muitos livros na biblioteca. Às vezes a criança ainda não sabia ler, mas a mãe lia para eles. Os pais são responsáveis em incentivar a leitura. Pelo fato de que eu gosto de leitura, todos os meus filhos gostam de ler. A família deve motivar, com o passar do tempo a própria criança irá mostrar sua vocação para leitura.
Sob o ponto de vista da senhora qual é a importância do livro para a humanidade?
É uma estrada interminável. Uma casa sem livros é uma casa meio morta.
O Estado deveria ter uma política voltada para incentivar a leitura?

Acho sim. Lembro-me que em Piracicaba chegaram a fazer um ônibus que estacionava em determinados pontos e oferecia livros emprestados. (Atualmente no Parque da Rua do Porto, aos domingos pela manhã, são colocados livros para doação, assim como os jornais do dia para leitura no local). Eu tenho uma passagem bastante curiosa que aconteceu comigo e com o meu neto Ricardo, ele morava com a minha filha e sua família em São Paulo. Ele telefonou-me dizendo que não ia para a escola porque não sabia fazer a lição. Disse-lhe que pegasse o caderno, eu ia ditar e ele iria escrever. Disse que após escrever deveria ler umas dez vezes, porque se a professora perguntar ele saberia o que tinha escrito. Fui ditando, ele foi escrevendo. No outro dia ele foi para a escola. Na volta a mãe perguntou-lhe como tinha ido, ele disse que ia telefonar para a avó. Ele ligou todo eufórico dizendo: “- Vó! Tomamos dez!”. Hoje ele é adulto, tem um conhecimento geral muito grande, já morou em vários países. 

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