domingo, junho 28, 2009


A Revista
O Malho começou a ser veiculado em 20 de setembro de 1902. Fundada por Luís Bartolomeu de Souza e Silva, a revista tinha em seu corpo de ilustradores o traço já maduro e consagrado de J.Carlos, Angelo Agostini, Lobão, Adolfo Aizen, Crispim do Amaral , Guimarães Passos, L. Peixoto, Leonidas Freitas, Nássara, ao lado dos jovens talentos que começavam a surgir como Raul, Kalixto, Storni e tantos outros. Foi a primeira publicação brasileira a substituir a pedra litográfica por placa de zinco. Agregando a esta inovação tecnológica o talento e a verve de seus desenhistas, deu um novo impulso à arte da charge e da ilustração em nossa imprensa, divertindo e informando o leitor da época. Ainda que focada principalmente na vida política do país, a cultura e a crítica de costumes sempre estiveram ali presentes, tanto nas charges como em artigos escritos por Olavo Bilac, Pedro e Emílio de Rabelo, Arthur Azevedo, Álvaro Moreyra e outros mais. Em 1930, O Malho combateu a Aliança Liberal de Getúlio Vargas, e com a posterior vitória da revolução Getulista, a redação da revista foi empastelada, sede incendiada e a publicação impedida de circular por um breve período. Sobrevive como revista de noticias e literária, de 1935 a 1954, quando sai o último número.

quarta-feira, junho 24, 2009

PEDRA NO CHÃO DE UMA CASA DE VINHOS FINOS EM PIRACICABA


SINTOMAS PROVOCADOS POR CARÊNCIA DE ALIMENTOS
Veja que interessante....
A partir de uma certa idade, temos quase todos esses sintomas, provocados pela falta dos alimentos aqui mencionados.
1.. DIFICULDADE DE PERDER PESO
O QUE ESTÁ FALTANDO: ácidos graxos essenciais e vitamina.
ONDE OBTER: semente de linhaça, cenoura e salmão - além de suplementos específicos.
2. RETENÇÃO DE LÍQUIDOS
O QUE ESTÁ FALTANDO: na verdade um desequilíbrio entre o potássio, fósforo e sódio.
ONDE OBTER: água de coco, azeitona, pêssego, ameixa, figo, amêndoa, nozes, acelga, coentro e os suplementos.
3. COMPULSÃO A DOCES
O QUE ESTÁ FALTANDO: cromo.
ONDE OBTER: cereais integrais, nozes, centeio, banana, espinafre, cenoura + suplementos.
4. CÂIMBRA, DOR DE CABEÇA
O QUE ESTÁ FALTANDO: potássio e magnésio
ONDE OBTER: banana, cevada, milho, manga, pêssego, acerola, laranja e água.
5. DESCONFORTO INTESTINAL, GASES, INCHAÇO ABDOMINAL
O QUE ESTÁ FALTANDO: lactobacilos vivos
ONDE OBTER: coalhada, iogurte, missô, yakult e similares.
6. MEMÓRIA RUIM
O QUE ESTÁ FALTANDO: acetil colina, inositol.
ONDE OBTER: lecitina de soja, gema de ovo + suplementos.
7. HIPOTIREOIDISMO (PROVOCA GANHO DE PESO SEM CAUSA APARENTE)
O QUE ESTÁ FALTANDO: iodo.
ONDE OBTER: algas marinhas, cenoura, óleo, pêra, abacaxi, peixes de água salgada e sal marinho.
8.. CABELOS QUEBRADIÇOS E UNHAS FRACAS
O QUE ESTÁ FALTANDO: colágeno.
ONDE OBTER: peixes, ovos, carnes magras, gelatina + suplementos.
9. FRAQUEZA, INDISPOSIÇÃO, MAL ESTARO
QUE ESTÁ FALTANDO: vitaminas A, C, e E e ferro.
ONDE OBTER: verduras, frutas, carnes magras e suplementos.
10. COLESTEROL E TRIGLICERÍDEOS ALTOS
O QUE ESTÁ FALTANDO: Ômega 3 e 6.
ONDE OBTER: sardinha, salmão, abacate, azeite
11. DESÂNIMO, APATIA, TRISTEZA, RAIVA, INSATISFAÇÃO
O QUE ESTÁ FALTANDO: Dinheiro.
ONDE OBTER: Quando descobrir, informarei.
by Buelo

sábado, junho 20, 2009

HOMENAGEM A ERNESTO PATERNIANI


"Pode existir quem acredite na seleção genética tanto quanto eu. Mais, não!”

A frase sintetiza a obra de Ernesto Paterniani, engenheiro agrônomo formado pela ESALQ, e um dos mais respeitados pesquisadores brasileiros na área de seleção e melhoramento genético em milho. “Hoje, nem mesmo os geneticistas têm uma adequada percepção do real potencial da seleção para modificar, geneticamente, plantas e animais”, afirmou o cientista que participou ativamente dos debates sobre organismos geneticamente modificados, em entrevista concedida para o ESALQnotícias / Projeto Memória, edição de número 12, publicado em dezembro de 2007.

Paulistano, nascido em 1928, filho de italianos oriundos de uma leva de imigrantes que desembarcou no Brasil para trabalhar nas lavouras de café, Paterniani chegou cedo à Piracicaba, quando os pais vieram à cidade para assumir o comando de um armazém de secos e molhados da família.

Inclinado a estudar engenharia civil, optou pela engenharia agronômica pela situação familiar da época. Embora tivesse facilidade em Matemática e Álgebra, ao ingressar na ESALQ, em 1947, se interessou por Genética. Ao final do curso, foi contemplado com uma bolsa concedida pela Fundação Rockfeller para agrônomos recém formados estagiarem no Programa Agrícola Mexicano.

Trabalhou toda sua vida em instituição pública, desenvolvendo uma carreira pontilhada de sucessos acadêmicos e científicos. Iniciou sua pesquisa com melhoramento do milho, em 1951, no México. Organizou, a partir de 1952, já no departamento de Genética (LGN) da ESALQ, onde lecionava Genética, Melhoramento de Plantas e Experimentação Agrícola, um banco de germoplasma de milho, mantido por ele durante 17 anos, coletando amostras de milhos locais, indígenas no Paraguai e em vários estados brasileiros. Com a criação da Embrapa, em Brasília, esse banco foi enviado ao Centro Nacional de Recursos Genéticos.

Dedicou-se ao melhoramento genético do milho, desenvolvendo novas variedades para os agricultores brasileiros e sempre associou informações básicas ao melhoramento, em especial à genética quantitativa. Desenvolveu novos métodos de seleção do milho e foi responsável pela pesquisa básica “Seleção para isolamento reprodutivo entre duas populações de milho”, leitura obrigatória em vários cursos internacionais de evolução.

Foi um dos mais importantes nomes do agronegócio do nosso país exercendo, inclusive, papel importante na aprovação da Lei Nacional de Biossegurança, como membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).

Na ESALQ, exerceu a presidência da Comissão de Pós-graduação, chefia do departamento de Genética (LGN), direção do Instituto de Genética, coordenação do programa de pós-graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, além de ter sido ouvidor do Campus “Luiz de Queiroz”.


No decorrer de sua carreira foi agraciado com diversos prêmios e distinções, entre eles: “Anfiteatro Professor Ernesto Paterniani”, local que leva seu nome no departamento de Genética; contratado pelo Instituto Interamericano de Ciências Agrícolas (IICA) como consultor da Embrapa em melhoramento de plantas para o Norte e Nordeste do Brasil; “Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico”, da Presidência da República (1995); membro titular da Academia de Ciências para os Países em Desenvolvimento (TWAS); membro da CTNBio-Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (1996-2001); Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, da Presidência da República (2000).
As últimas e importantes homenagens recebidas pelo geneticista foram o Prêmio da Fundação Bunge 2005, na área de Agronegócio, categoria Vida e Obra, o mais respeitado estímulo àqueles que estão construindo um Brasil melhor. Neste mês de junho, não pode comparecer, em São Paulo, para o receber o Prêmio Conrado Wessel, concedido à personalidade ou entidade de reconhecimento nacional nos campos da Arte, Ciência, Cultura e Medicina, pela Fundação que leva o mesmo nome. Ainda assim, Paterniani deixou registrado o orgulho em receber mais uma homenagem: “Tudo que sei e aprendi foi às custas da sociedade e as palestras que dou são uma forma de devolver a ela todo o conhecimento que obtive ao longo dos anos. É gratificante ser merecedor desse prêmio porque são muitos cientistas merecedores. O Brasil tem hoje uma tecnologia de maior eficiência, mesmo comparada com países do primeiro mundo e esse patamar existe em função das pesquisas realizadas por esses cientistas”, disse o genetecista à equipe da Assessoria de Comunicação (ACOM) da ESALQ.
“Seu trabalho desenvolvido intra-muros, nas dependências acadêmicas da ESALQ, transborda para todo o mundo, produzindo os efeitos multiplicadores que sua descoberta possibilita”, assim se referiu o diretor da ESALQ, Antonio Roque Dechen, ao homenageado.


***Ernesto Paterniani faleceu quinta-feira, 18 de junho. Seu corpo foi velado no Saguão do Salão Nobre, no Prédio Central da ESALQ. Seu sepultamento aconteceu às 10h00, de sexta-feira, 19 de junho, no Cemitério da Saudade.***

A decisão do STF de pôr fim à obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão.

Não é o diploma que forma o jornalista. A profissão é de arte. Não dá para exigir diploma de artes cênicas para Glória Pires, não se pode exigir diploma de publicidade para Washington Olivetto. Isso não quer dizer, por outro lado, que a faculdade de jornalismo não ensine. Se a pessoa tem dom, tem vocação para a coisa, e ainda assim cursou a faculdade, tanto melhor. Muitos estão por mérito, e não pelo diploma.
É bom lembrar que nem para ser presidente da República é preciso tê-lo. O aperfeiçoamento do jornalismo praticado no Brasil não depende de tutelas legais e autoritárias, mas, ao contrário, da contribuição dos talentos e das vocações de todos os que sejam capazes de trazer à sociedade informações, análises e opiniões mais aprofundadas, mais claras e mais abrangentes.

domingo, junho 14, 2009

Agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuiram nesses anos todos de trabalho, para que a nossa pequena contribuição colabore com um futuro cada dia melhor á todos nós.
Muito obrigado! Vamos compartilhar desta premiação.
João Umberto Nassif


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Parabéns pelo excelente Site![ Blog do Nassif ]
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sexta-feira, junho 12, 2009

RARIDADE: ANZÓIS ORIGINAIS INTACTOS HÁ DÉCADAS


ANDRÉ LUIS DOS SANTOS




PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com
Sábado 13 de junho de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/ http://blognassif.blogspot.com/

ENTREVISTADO : ANDRÉ LUIS DOS SANTOS

Piracicaba é uma cidade privilegiada. O que a natureza ofereceu, nossos antepassados souberam valorizar. Hoje vivemos um período de grande expansão, o espírito provinciano dá lugar ao pensamento global. Vivemos e atuamos inseridos em uma época onde mais do que nunca o tempo é sinônimo de dinheiro. O piracicabano guarda ainda muito da sabedoria do caboclo, isso de certa forma o resguarda dos malefícios tão em moda nos grandes centros: a doença do pânico, stress, viroses desconhecidas, e tantos outros males bem conhecidos dos que moram em metrópoles. A definição de sagrado refere-se a algo que merece veneração ou respeito religioso por ter uma associação com uma divindade ou com coisas divinas. Não é nenhuma temeridade afirmar que o Rio Piracicaba é sagrado! Embora a Índia possua muitos outros rios sagrados, o Ganges é considerado o rio da vida e da purificação. Para os egípcios havia uma sagrada simbiose entre o Nilo e todos os reinos vivos da Terra. Nada havia na natureza que dele não dependesse. Por muito tempo os rios foram os principais pilares que deram origem às primeiras cidades. Os rios serviram, além de fonte de água para o abastecimento, como importantes artérias de transporte num tempo em que a rede de estradas se encontrava ainda muito rudimentar. As civilizações tinham uma relação com os rios associadas aos ritos de purificação como o batismo, de perdão, de castigo, de vida e morte, passando pela harmonia até as fases subseqüentes que se caracterizaram pelo controle das águas, a degradação e a sujeição dos ambientes fluviais. A pesca que sempre foi uma fonte de alimentação hoje se tornou forma de lazer, é muito popular o jargão: “Tá Nervoso? Vá pescar!”. Caso funcione de forma incondicional, iremos dizimar os peixes e aposentar os profissionais que cuidam da saúde mental. André Luis dos Santos é um entusiasta do Rio Piracicaba, bem como tudo a que se refere á pesca. Nascido em Piracicaba, no dia 1 de maio de 1981, filho de Otávio Paulo dos Santos e Clarice Calderan dos Santos.
Como começou a sua atração pelo rio e pela pesca?
Eu comecei a pescar a partir dos oito anos de idade. Meu tio Hélio Mosquetto, tinha uma chácara no Canal Torto, perto de Ártemis, meu pai já era falecido, então meu tio nos levava para a sua chácara todo final de semana.
Você foi aluno em quais escolas?
Estudei na Escola Infantil Smurfs com a professora Raquel, em seguida ingressei no Colégio Estadual Dr. Jorge Coury.
Você passou a trabalhar ainda bem jovem?
Em 1994 comecei a trabalhar com a Danone, tinha 14 anos de idade, comecei como ajudante de vendas e permaneci trabalhando até abril de 2008, já como vendedor.
Qual foi o primeiro peixe de bom tamanho que você pescou?
Foi no Pesqueiro Ondinhas, consegui pescar um pacu de três quilos. Hoje pescar um peixe de três quilos em um pesqueiro é uma tarefa fácil. Só que existem nesses pesqueiros peixes de até quarenta a cinqüenta quilos, são pintados, pirarara, tambaqui. Em pesqueiros normalmente pesca-se e solta o peixe.
O anzol machuca o peixe?
Existem normas rigorosas estabelecidas pelo Ibama nesse sentido. Ao que consta o peixe fisgado com o anzol correto sofre uma dor por três segundos.
Você pescou no Rio Piracicaba?
Foi a minha escola. Pescava no rancho do meu tio, perto de Ártemis. Pescava sempre de barco. A pesca era feita com vara e molinete. Na vara pegava mandi, lambari, sardella que é um peixe no estilo do lambari, só que um pouco maior e piava.
E o peixe cascudo?
Nunca peguei cascudo na vara. Só em rede e cavo.
Seu pai foi um grande pescador?
Foi! Meu pai morreu pescando. Foi no dia 27 de janeiro de 1985. O rio estava cheio, o barco virou a tarrafa ficou presa na mão dele, ele faleceu por afogamento.
Na sua casa só você gosta de pescaria?
Meu irmão mais velho também gosta de pescar.
Qual é o segredo para ser um bom pescador?
Primeiro ele deve ter o equipamento adequado para o tipo de pesca que pretende realizar. Se for pescar lambari uma varinha de bambu é um equipamento adequado. Se for pescar jaú irá precisar de equipamento pesado. O básico é estar pescando com o equipamento certo. Nunca querer pescar com a linha mais grossa do que a indicada. O peixe irá ver a linha! Se você for para o Mato Grosso, tem que saber em qual rio irá pescar, e saber que tipo de peixe é mais comum naquele rio.
Qual foi o maior peixe que você pegou no Rio Piracicaba?
Foi um pintado de vinte e dois quilos. Fotografei!E tenho testemunhas! Foi perto do Nauti Clube, um local que chamamos de Ilha das Flechas.
Partindo do Mirante, como você pode denominar os locais do Rio Piracicaba?
Mirante, Rua do Porto, Ponte do Morato, Corredeira do Carrefour, Corredeira em frente ao Clube dos Militares, depois vem o Poção dos Navegantes, é o lugar mais fundo do Rio Piracicaba, chega a doze metros de profundidade.
Você já chegou a mergulhar no Poção?
Não! Nem os bombeiros mergulham ali. Sabemos da profundidade pela medição feita por sonar. Depois do Poção vem a Ponte do Caixão, em seguida vêm o Bongue, Ondinhas, o trecho do Pau D`Alhinho que vai até o Nauti Clube, a Ilha das Flechas, Canal Torto e a Ponte de Ferro em Ártemis. Mais adiante tem o Limoeiro, o Paredão Vermelho. O nosso rio não é navegável, quem anda no rio tem os pontos certos já demarcados. Em seguida vem o Tanquã e a Represa de Santa Maria da Serra.
Geralmente quantas pessoas vão a uma pescaria?
Uma pescaria boa é composta por uma turma com dez pessoas. Tem que ser um pessoal bem organizado, o local deve ser abundante em peixe.
O pescador costuma usar algum “combustível”?
Eu não bebo nenhum tipo de bebida alcoólica. Só tomo água e refrigerante. E também não fumo.
Tem aquele tipo de pessoa que usa a pescaria como pretexto para tomar seus drinks?
Têm! Ele usa o motivo da pesca para sair de casa.
Essas pescarias para o Mato Grosso muitas vezes é um motivo para a pessoa sair, passear?
É uma forma de fugir de casa!
Qual é o lugar mais largo e o lugar mais estreito do Rio Piracicaba?
Sem contar a represa, o lugar mais largo é no Ondinhas. E o lugar mais estreito é passando o Clube Militar.
Você já nadou no Rio Piracicaba?
Nadei lá embaixo, no Canal Torto.
Quais são os tipos de vara de pesca?
A de bambu, vara de molinete e vara de carretilha. No molinete a linha corre no espaçador embaixo da vara. Na carretilha a linha corre acima da vara.
Quais são os materiais utilizados para fazer varas de pesca?
Fibra de vidro, fibra de vidro e carbono e fibra de carbono. Ela pode ser maciça, uma única peça, ou oca, para ficar mais leve.
Qual é a sensação de pescar?
É inexplicável! Para quem gosta é maravilhoso!
Quando você sente que o peixe mordeu a isca, qual é a sua reação?
É a ação total! A adrenalina sobe!
Na pesca feita no rio você recolhe o peixe?
Eu costumo pescar e soltar. Principalmente no Rio Piracicaba, que é um rio que já tem um pouco de poluição, é meio difícil de comer o peixe, ele tem um sabor diferente. Quando vamos ao Mato Grosso cada pescador traz um peixe.
Os peixes que são servidos na beira do Rio Piracicaba são do próprio rio?
Eu acho que não tem mais peixes desse tipo no rio.
Na Ponte do Morato ficam várias pessoas pescando, que tipo de peixe eles pescam?
Pegam lambari, piaba, dourado, piapara. A piapara tem a carne mais saborosa, é um peixe que viaja muito na água, vem de longe, o gosto é diferente, é bom.
Você já comeu sashimi?
Já. Não gosto. Prefiro peixe frito. O peixe assado é muito bom, mas para meu gosto prefiro o peixe frito.
Em alto mar você já realizou alguma pescaria?
Só uma vez, e passei mal. O peixe é que passou bem!
Existem iscas especiais?
Cada tipo de peixe tem uma isca própria. Você pode estar pescando hoje um jaú, utilizando um minhocaçu como isca, amanhã com a mesma isca você já não pega mais, tem que mudar a isca. Cada dia ele quer uma coisa diferente. Todos os peixes são assim.
Ele não repete o cardápio?
Não! Ele muda muito. Depende da temperatura da água, da cor da água. Altura da água, se o rio está cheio ou está baixo. Quanto mais limpa for a água é mais difícil pescar. Ele enxerga o anzol.
E com chuva?
Não muda muito.
O pessoal põe uma série de artifícios para pesca, funciona?
São as miçangas. Funciona sim. O peixe gosta de cor. O tucunaré que é um peixe muito agressivo ele gosta de cor azul, verde limão, amarelo.
Você já pegou piranha alguma vez?
Bastante! No Rio Paraguai. Fizemos caldo de piranha na chalana, é maravilhoso. Os dentes dela parecem uma navalha.
Quais são os peixes mais perigosos dentro do rio?
A piranha, a arraia é a criatura mais perigosa do rio. Existe arraia de várias cores, preta com bolinha branca, ela é bem parecida com a arraia marítima. Ela tem um ferrão no rabo. Se pisar nela em vinte e quatro horas pode matar.
A pescaria deve ser feita usando botas?
É necessário estar sempre calçado. Isso impede que se pise em arraia, em ferrão de pintado, de jaú, caco de vidro, anzol, é necessário estar sempre usando calça, camisa de manga cumprida, por causa de pernilongos, e usar luvas.
Porque se devem usar luvas?
Por causa dos peixes grandes. Para manuseá-lo é mais fácil.
Qual é o tempo médio de duração de uma pescaria?
Uma pescaria boa implica em cinco dias de pesca. Fomos a uma no Rio Coluene, na bacia do Rio Xingu, são dois dias de ida e mais dois dias de volta. Lá que tem os famosos borrachudos que furam até calça jeans.
No período da piracema posso pescar em alguma cachoeira?
Em nenhuma cachoeira é permitida a pesca nessa época. Nem em cima de ponte é permitida a pesca.
Para pescar é necessário ter alguma licença?
É necessário ter a licença amadora de pesca.
Qual é a principal exigência para ser pescador profissional?
É viver exclusivamente da pesca artesanal.
Quando você pesca quem limpa o peixe?
Eu mesmo limpo, na própria água do rio. Os detritos dele são comidos por outros peixes.
Você costuma trazer o peixe com a cabeça?
Se for uma pescaria no Mato Grosso você não pode cortar a cabeça, ao passar pela barreira ambiental, um jaú tem que medir no mínimo noventa centímetros. Se você cortar a cabeça já perde no mínimo trinta centímetros. A cabeça também caracteriza como a pesca foi realizada, se foi com rede ou outro meio, sendo que a pesca só é permitida através do anzol.
Você tem em sua loja duas enormes cabeças de peixe, embalsamadas, quem fez esse trabalho?
As duas cabeças são de jaú. Um deles pesou 54 quilos, e o outro 28 quilos. O maior foi pescado no Rio Paraguai e o menor no Rio São Lourenço. Nenhum deles foi pescado por mim. Esse trabalho eu mesmo que faço. Há uma técnica que exige muita paciência.
Como a sua mãe vê o seu interesse pela pesca?
Minha mãe gosta. No começo ela estranhava um pouco. Além da influência que recebi do meu tio, acredito ter herdado o gosto pela pesca do meu pai.
O que é mais importante, o pescador ou o equipamento?
Os dois. Um pescador bom sem equipamento não pesca. Um pescador leigo com bom equipamento também não pesca.
Qual é a capacidade de um motor para um barco de pesca?
Normalmente usa-se motor de 15 cavalos, ou 15HP. Em um rio maior usa-se de 25.
Você tem uma lancha?
Tenho uma de 19 pés, motor de 90 HP. O nome dela é Marvada. Comporta cinco pessoas.
Você é casado?
Casei-me dia 30 de maio de 2009.
Como sua esposa vê essa sua atividade?
Ela gosta. De vez em quando vai pescar.
Qual é o percentual de mulher que são pescadoras?
Deve girar em torno de noventa e oito por cento de homens e dois por cento de mulheres. Mas está crescendo bem o segmento voltado para o público feminino. Já existe equipamento, caixa, vara cor de rosa. As indústrias estão investindo no segmento feminino. A tendência é crescer a participação da mulher no esporte.
Quando você está parado, pescando, no que você pensa?
Nós temos um ditado: “Quando estamos pescando no Mato Grosso esquecemos daqui, e quando estamos aqui lembramos de lá”.
Se você deixar o barco descer sozinho pelo Rio Piracicaba ele irá?
Vai sim. Da Rua do Porto até a ponte de Ártemis irá levar umas oito horas.
Qual é o significado do Rio Piracicaba para você?
Para mim é tudo. Eu digo que o dia em que morrer eu quero que passem com o meu corpo ás margens do Rio Piracicaba para que eu possa vê-lo pela última vez. Eu gosto tanto do Rio Piracicaba que quando ele está cheio eu vou todos os dias visita-lo.

quarta-feira, junho 10, 2009

"Nem só de pão vive o homem.
Vive de pão e de crédito."
Machado de Assis
Vale a pena ler até o fim....
HISTÓRIA NÚMERO UM
Muitos anos atrás, Al Capone possuía virtualmente Chicago. Capone não era famoso por nenhum ato heróico. Ele era notório por empastar a cidade com tudo relativo a contrabando, bebida, prostituição e assassinatos. Capone tinha um advogado apelidado 'Easy Eddie'. Era o seu advogado por um excelente motivo. Eddie era muito bom! Na realidade, sua habilidade, manobrando no cipoal legal, manteve Al Capone fora da prisão por muito tempo. Para mostrar seu apreço, Capone lhe pagava muito bem. Não só o dinheiro era grande, como Eddie também tinha vantagens especiais. Por exemplo, ele e a família moravam em uma mansão protegida, com todas as conveniências possíveis. A propriedade era tão grande que ocupava um quarteirão inteiro em Chicago. Eddie vivia a vida da alta roda de Chicago, mostrando pouca preocupação com as atrocidades que ocorriam à sua volta. No entanto, Easy Eddie tinha um ponto fraco. Ele tinha um filho que amava afetuosamente. Eddie cuidava que seu jovem filho tivesse o melhor de tudo: roupas, carros e uma excelente educação. Nada era poupado. Preço não era objeção. E, apesar do seu envolvimento com o crime organizado, Eddie tentou lhe ensinar o que era certo e o que era errado. Eddie queria que seu filho se tornasse um homem melhor que ele. Mesmo assim, com toda a sua riqueza e influência, havia duas coisas que ele não podia dar ao filho: ele não podia transmitir-lhe um nome bom ou um bom exemplo. Um dia, o Easy Eddie chegou a uma decisão difícil. Easy Eddie tentou corrigir as injustiças de que tinhaparticipado. Ele decidiu que iria às autoridades e contaria a verdade sobre Al 'Scarface' Capone, limpando o seu nome manchado e oferecendo ao filho alguma semelhança de integridade. Para fazer isto, ele teria que testemunhar contra a quadrilha, e sabia que o preço seria muito alto. Ainda assim, ele testemunhou. Em um ano, a vida de Easy Eddie terminou em um tiroteio em uma rua de Chicago. Mas aos olhos dele, ele tinha dado ao filho o maior presente que poderia oferecer, ao maior preço que poderia pagar. A polícia recolheu em seus bolsos um rosário, um crucifixo, uma medalha religiosa e um poema, recortado de uma revista. O poema: 'O relógio de vida recebe corda apenas uma vez. E nenhum homem tem o poder de decidir quando os ponteiros pararão, se mais cedo ou mais tarde. Agora é o único tempo que você possui. Viva, ame e trabalhe com vontade. Não ponha nenhuma esperança no tempo, pois o relógio pode parar a qualquer momento.'

HISTÓRIA NÚMERO DOIS
A Segunda Guerra Mundial produziu muitos heróis. Um deles foi o Comandante Butch O'Hare. Ele era um piloto de caça, operando no porta-aviões Lexington, no Pacífico Sul. Um dia, o seu esquadrão foi enviado em uma missão. Quando já estavam voando, ele notou pelo medidor de combustívelque alguém tinha esquecido de encher os tanques. Ele não teria combustível suficiente para completar a missão e retornar ao navio. O líder do vôo o instruiu a voltar ao porta-aviões. Relutantemente, ele saiu da formação e iniciou a volta à frota. Quando estava voltando ao navio-mãe viu algo que fez seu sanguegelar: um esquadrão de aviões japoneses voava na direção da frotaamericana. Com os caças americanos afastados da frota, ela ficaria indefesaao ataque. Ele não podia alcançar seu esquadrão nem avisar a frota daaproximação do perigo. Havia apenas uma coisa a fazer. Ele teria que desviá-los da frota de alguma maneira. Afastando todos os pensamentos sobre a sua segurança pessoal, elemergulhou sobre a formação de aviões japoneses. Seus canhões de calibre 50, montados nas asas, disparavamenquanto ele atacava um surpreso avião inimigo e em seguida outro. Butch costurou dentro e fora da formação, agora rompida eincendiou tantos aviões quanto possível, até que sua muniçãofinalmente acabou. Ainda assim, ele continuou a agressão. Mergulhava na direção dos aviões, tentando destruir e danificartantos aviões inimigos quanto possível, tornando-os impróprios paravoar. Finalmente, o exasperado esquadrão japonês partiu em outradireção. Profundamente aliviado, Butch O'Hare e o seu avião danificado sedirigiram para o porta-aviões. Logo à sua chegada ele informou seus superiores sobre oacontecido. O filme da máquina fotográfica montada no avião contou ahistória com detalhes. Mostrou a extensão da ousadia de Butch em atacar o esquadrãojaponês para proteger a frota. Na realidade, ele tinha destruído cinco aeronaves inimigas. Isto ocorreu no dia 20 de fevereiro de 1942, e por aquela açãoButch se tornou o primeiro Ás da Marinha na 2ª Guerra Mundial, e oprimeiro Aviador Naval a receber a Medalha Congressional de Honra. No ano seguinte Butch morreu em combate aéreo com 29 anos deidade. Sua cidade natal não permitiria que a memória deste herói da2ª Guerra desaparecesse, e hoje, o Aeroporto O'Hare, o principal deChicago, tem esse nome em tributo à coragem deste grande homem. Assim, se porventura você passar no O'Hare International, pensenele e vá ao Museu comemorativo sobre Butch, visitando sua estátua ea Medalha de Honra. Fica situado entre os Terminais 1 e 2.
O que têm estas duas histórias de comum entre elas?
Butch O'Hare era o filho de Easy Eddie.
by Jayme

CANADÁ (Teleférico)




CONTROLE REMOTO DO HOMEM E DA MULHER (AMPLIE A IMAGEM)


NOZ NA FITA




terça-feira, junho 09, 2009

SERÁ QUE CHOVE?





CARTA À AMANTE DO MEU MARIDO
Cara sócia, há uns oito anos eu venho fingindo que não sei da sua existência. Claro, isso até agora foi bastante desagradável, mas ao mesmo tempo, muito conveniente pra mim.
Como você deve saber, meu marido sempre teve um excelente salário. Imagina, lógico que você sabe, afinal uma mulher bonita como você e com trinta anos só ficaria mesmo com um homem de cinquenta e sete anos desde os seus vinte e dois, por dinheiro. Afinal, convenhamos, ele é careca, barrigudo, chato, lerdo e caso você não saiba, não toma banho todos os dias. Isso sem falar que ele ronca como um urso e sofre de bronquite asmática crônica, o que faz com que ele produza sons ensurdecedores, principalmente à noite.
É óbvio que quando nos casamos, tudo era bem diferente.Ele era esbelto, tinha uma cabeleira invejável, não roncava, a bronquite ainda não existia porque ele não fumava quatro maços de cigarros por dia.
Peguei, portanto, o filé, você ficou com a muxiba.
Rentemente, encontrei uma carta sua no bolso do paletó dele, onde você dá um ultimato no infeliz. Ou eu ou ela! (a ela sou eu).
Bem que eu tenho notado que o pobre coitado tem estado nervoso, ansioso e desesperado. Imagina, se uma peça de museu como ele vai querer perder essa mamata de desfilar por aí com uma mulher como você?
Mas a boa notícia vem agora. Prepare-se, você vai se emocionar!
Eu resolvi facilitar as coisas para vocês. Hoje, pela manhã, pedi o divórcio.Aliás, não sei se você já sabe, agora no final da tarde ele me ligou desesperado contando que foi demitido. Coitadinho, não é mesmo?
Há, exatamente, oito anos ele era presidente daquela multinacional. E você sabia que ele foi demitido por justa causa?Menina nem te conto, aqui entre nós, meteu a mão no que não devia.Bem, mas você deve estar se perguntando por que eu não estou tão desesperada quanto você está agora.
É o seguinte, querida: algumas coisas bastante interessantes têm acontecido na minha vida nessas últimas semanas.
Primeiro, ganhei na mega-sena, sozinha, quarenta milhões!
Estava acumulada.Claro que quem foi receber esse dinheiro foi minha irmã, pessoa da minha mais alta confiança, para que o seu barrigudinho não tenha direito a um centavo sequer, e ele, obviamente, ainda não sabe disso.Mas não fique triste, nem tudo está perdido para vocês.Eu procurei me informar e descobri que você tem um empreguinho de secretária num escritório fajuto de advocacia, assim, poderá comprar o viagra de que ele tanto precisa.
Quanto a mim, cara sócia, já estou com um gatão de vinte oito anos que nunca viu um comprimido desses azuis, exatamente porque não precisa deles.Ah...ouvi dizer que tem uma farmácia que está fazendo promoção, os remédios em geral estão bastante em conta, depois mando o endereço certinho pra você.
Cara sócia, quer dizer, ex-sócia (uma vez que não dividimos mais o mesmo... homem) desejo, de coração, que vocês e até dou minha mão à palmatória que o amor venceu, o seu.
Afinal eu já não aguentava mais aquela praga vivendo ao meu lado, mas me acomodei por causa dos nossos filhos e também, porque boa ou ruim tínhamos uma história de anos.
Caso você não saiba, eu tenho quarenta e oito anos e ainda dou um excelente caldo, haja vista que o meu gato tem vinte e oito e nem imagina que eu ganhei na mega-sena, portanto não está comigo por dinheiro.Felicidades!
PS - Nunca esqueça de colocar gorro e meia no seu barrigudinho na hora de dormir. Ele cisma que assim tosse menos durante a noite. ( Pura ilusão! )
Recebido por e-mail
Autor desconhecido



PESCANDO








domingo, junho 07, 2009

AILTON MOREIRA


PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com
Sábado 05 de maio de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
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ENTREVISTADO : AILTON MOREIRA

Não é só aos jornalistas e produtores de um jornal que devemos agradecer pelo fato da informação chegar até nossa casa. Devemos agradecer a milhares de profissionais que trabalham na distribuição dessa informação. E quando tratamos de jornal impresso, estamos falando do jornaleiro. O dono de banca de jornal Hildon Fidélis da Silva, conhecido como Castelo, é deputado estadual de Alagoas. Apesar de ter conquistado apenas 354 votos nas eleições de 2006, Castelo (PTB) assumiu o mandato, na condição de primeiro suplente. Ele substituiu o deputado estadual Marcos Ferreira (PMN), afastado do mandato por decisão da Justiça.
Graciliano Ramos em um texto de 1915 diz a respeito dos jornaleiros: “
Parece que desconhece hierarquias e vaidades tolas, porque não empresta títulos a nenhum nome. Diz: "o partido do Pinheiro, discursos de Rui Barbosa, o governo do Nilo Peçanha". Fala sobre política, conhece o valor de nossos parlamentares, discute os principais episódios da conflagração européia, critica os atos do poder e emprega imoderadamente esses vistosos adjetivos que figuram nos cabeçalhos dos artigos importantes”. No dia 30 de setembro, os jornaleiros são lembrados, pois esse é seu dia. Os jornaleiros já contam com 151 anos de história na vida do país. O jornal “A Atualidade” consta como sendo o primeiro jornal a ser vendido avulso, no ano de 1858. Quem primeiro montou um ponto fixo foi Carmine Labanca, um imigrante italiano, na cidade do Rio de Janeiro. O sobrenome do imigrante se associou ao nome dos pontos-de-venda ("banca"). A regulamentação das bancas veio com o então prefeito da cidade de São Paulo, Jânio Quadros, em 1954. Ailton Moreira é hoje uma das personalidades mais conhecidas de Piracicaba, graças ao seu trabalho incansável, sua forma atenciosa de atender seus clientes, tratando a todos como se fosse o único cliente, não importando o volume de compras que o mesmo efetua. Isso fez com que a sua banca de revistas passasse a ser um ponto de encontro dominical.
O senhor é natural de Piracicaba?
Nasci em Londrina em 19 de março de 1950, filho de Jonevil Moreira e Isaura Rosa Moreira. Aos seis anos de idade mudei-me com meu avô Albertino Moreira para São Paulo. Ainda moleque trabalhei como engraxate, na cidade de São Paulo. Trabalhei em uma pequena loja dentro da Galeria Pagé, no centro de São Paulo, fazia o serviço de atendimento no balcão. Na ocasião a Galeria Pagé tinha apenas o mezanino, não havia ainda o edifício que há hoje. Na época morava na Vila Granada, Zona Leste. Em 1964 trabalhei no Correio situado na Avenida São João, entrei como estafeta, entregava cartas no centro de São Paulo. Logo passei a entregar telegramas.
Algum telegrama o marcou bastante?
Foi um telegrama que entreguei na casa do artista Demetrius (N.J.: O artista Demetrius Gravou Rock Do Saci, O Amor Que Perdi, O Ritmo da Chuva, a música Não Presto Mas Te Amo, Esta Tarde Vi Chover, Ei, Meu Pai, Nas Voltas do Mundo, Encontro, O Menino e o Pião, Esta Tarde Vi Chover e outras músicas). Ele morava no Cambuci. Eu cheguei à casa dele, fui atendido pela sua mulher, uma loira muito bonita, na ocasião parece que eles estavam tendo algum atrito, ela queria saber o teor do telegrama. Ao que consta eles acabaram separando-se. Nunca mais ouvi falar do Demetrius. Isso foi na época da Jovem Guarda. Uma das vezes fui fazer entrega de telegramas, próximo a fábrica da Antártica, nas proximidades da Mooca, era uma região que alagava muito rapidamente. Começou um pé d água, tive que manter a sacola acima da cabeça, era uma sacola a prova de água. Imaginei que iria morrer ali.
E as gorjetas?
No meio do ano ganhava pouco, mas no final de ano muitas vezes tinha que deixar em algum lugar conhecido para depois ir buscar, tal era o volume de presentes.
Era comum usar uniforme?
Usava um uniforme da cor caqui e um quepe com o emblema do correio. Usava bota ou coturno. Havia refeitório no próprio correio. Eu tinha uns catorze ou quinze anos.
Do Correio o senhor foi trabalhar onde?
Fui trabalhar na Avon Cosméticos. Ficava na Avenida João Dias, no bairro Santo Amaro, em Jurubatuba, na cidade de São Paulo. No começo eu entrei como ajudante de cozinha, função que exerci por um ano e meio, nós servíamos setecentas refeições por dia. Fui promovido para o departamento e vendas, fui trabalhar no arquivo morto da Avon. Era um serviço duro. Era uma enormidade de prateleiras, com escadas, a função era a de procurar documentos. Era muito bem organizado. Hoje o sistema é muito mais avançado, mas na época era extremamente trabalhoso. Era papel! Muitas vezes permanecia na escada procurando por um período de quarenta minutos, uma hora. Mas achava o documento! Com o tempo passei a trabalhar fora do arquivo morto Nesse período houve uma fase de corte de funcionários. Eu e meu supervisor fomos cortados.
Não demorou uns vinte dias ele entrou em contato com a minha família pedindo para que eu fosse fazer uma entrevista na Editora Abril, na Rua do Cortume. Cheguei lá e deparei-me com uma empresa enorme. Quem havia feito a minha indicação foi o meu ex-supervisor na Avon Ele tinha “mexido os pauzinhos”, preenchi uma ficha e passei a trabalhar na Editora Abril. Fui designado para trabalhar para a Rua Antonio de Barros, no Tatuapé, ficava a vinte minutos de casa. Iniciei trabalhando como auxiliar de estoque. Trabalhávamos em duas pessoas: o estoquista e eu! Os caminhões eram descarregados com empilhadeiras. Eu iniciei o meu período de trabalho das seis da tarde até as seis horas da manhã. Eu deveria ter uns dezenove anos de idade na época. Foi trabalhando lá que me casei. A minha esposa trabalhava no Unibanco situado próximo á Galeria Prestes Maia. Nós nos conhecemos na igreja que freqüentávamos.
Por quanto tempo o senhor trabalhou como estoquista?
Após três meses passei a ser estoquista.
Quantos títulos vinham diariamente?
Na época de trinta a quarenta. Hoje são muito mais.
O senhor chegou a ser promovido para promotor na Editora Abril?
Fui promovido para Promotor Brasil. Lembro-me até hoje do supervisor Milton Feliciano da Costa, tenho um grande desejo de rever esse homem, sei que ele está tocando uma distribuidora no Rio Grande do Sul. Milton Feliciano ao que consta está em Porto Alegre è uma pessoa carismática, ele tinha um grande apreço por mim. Após um período de treinamento interno passei a viajar por um período de três meses com um treinee. Na época eram feitos relatórios diários, escritos em máquina de escrever portátil, fazia parte da bagagem de viagem.
Para onde foi a primeira viagem?
Naquela época a Abril não permitia que um funcionário dela hospedasse ou se alimentasse em locais que não fossem de primeira categoria, isso para preservar a imagem da empresa. Saímos de São Paulo, fomos a Campinas, Rio Claro, São Carlos, Araraquara, Araçatuba, Presidente Prudente, Santo Anastácio, Presidente Bernardes, Bataguassu. Foram vinte e cinco dias de viagem. Resolvíamos todas as pendências, montagem de uma distribuidora, pagamentos atrasados.
Como as publicações chegavam á essas localidades?
Eram transportadas por ônibus, caminhões fretados ou veículos da própria Editora Abril.
O senhor passou a trabalhar viajando sozinho para a Editora Abril?
No início eu estava muito satisfeito, tinha carro da empresa a minha disposição por período integral, com todas as despesas pagas, tinha um bom salário, era enfim um bom emprego. Com o passar do tempo, nasceram meus filhos, e percebi então o quanto estava afastado da minha família, chegava a passar um mês viajando. Cheguei a ficar sessenta e cinco dias fora de casa, viajando pela empresa. Essa vida foi me cansando. Assim mesmo permaneci por mais dois anos viajando. Comecei a pressionar o Milton.
O senhor conheceu Victor Civita?
Eu o vi uma única vez. Ele não morava no Brasil. Era uma pessoa simpática, alto, meio calvo, muito comunicativo. Conheci mais o Mauricio Cardoso. Conheci também o Mino Carta, primeiro diretor de redação da Veja. Nessa época conheci o Bruno Gianetti, aqui em Piracicaba, a agencia que ficava embaixo da Rádio Difusora era do Balacin, que era o distribuidor, depois quem tocou a distribuidora foi o Toninho Gianetti, irmão do Bruno. O Bruno montou uma loja ao lado da Galeria Gianetti, eu que o auxiliei na aquisição do local, nessa época eu ainda estava na Editora Abril. Nesse período eu pedi a conta na Editora, minha vida era de cigano! Mandei currículo para outras firmas e recebi convite da Kibon, da Souza Cruz, mas era também para viajar. Certo dia fui fazer uns acertos na Editora Abril, quando uns amigos me disseram que o Bruno Gianetti precisava de um gerente para tocar a loja e ajudar na distribuidora. A distribuidora ficava na Prudente de Moraes passando a Armando Salles, em um casarão antigo.
O senhor permaneceu trabalhando na Agencia XV de Jornais e Revistas até que ano?
Eu pedi demissão ao Bruno Gianetti. Abri a minha loja na Rangel Pestana em 1981. Sofri para montar aquilo. Ia para São Paulo, trazia revistas. Ia de ônibus, chegava á noite, ficava até a meia noite na casa de um parente e ia até o Barroco, ao Farah, ao Galvão, trazia revistas para dar seqüência aqueles colecionadores que aguardavam seus exeemplares. Tenho clientes que já trazem seus netos até a minha banca. Um grande amigo que me incentivou muito foi Gregório Marchiori. Outro foi o José Roberto Cera. Paulo Polleti. Paulo Bassetti. Edson Rontani. Se eu começar a citar nomes terei que fazer uma lista enorme.
Em suas viagens á Piracicaba, ainda funcionário da Editora Abril, em qual hotel o senhor se hospedava?
Eu me hospedava no Hotel Central. Até hoje não me conformo com a demolição daquele monumento histórico. Era muito bonito, não era para ser destruído nunca.
O senhor chegou á Piracicaba em que ano?
Foi em março de 1976.
Uma banca de jornal e revistas tem um aspecto muito importante que é o período de validade da publicação?
Isso eu tenho facilidade em administrar. Apesar das inúmeras publicações, há uma forma de controlar corretamente. Poucas pessoas sabem, mas Piracicaba já teve sessenta bancas de revistas! Hoje existem umas quarenta e poucas bancas.
O senhor teve que retirar revistas que estavam sendo vendidas na sua banca?
Tive que retirar revistas por diversas vezes, principalmente ás consideradas de conteúdo pornográfico.
O senhor lembra-se da época em que diversas bancas de jornal e revistas, sofriam explosões?
Lembro-me sim! Isso ocorreu mais em São Paulo. Foi obra de terroristas, foi terrível para São Paulo.
Lembra-se da revista Realidade?
Era uma das revistas mais vendidas. Na área esotérica existem revistas que se perpetuaram até hoje.
Pato Donald ainda é um campeão de vendas?
Pato Donald, Tio Patinhas, Cebolinha Mônica, são revistas que devem continuar por muitos anos.
Como era a venda do jornal Notícias Populares?
Era um dos jornais que mais vendia. Jamais pensei que Notícias Populares e Gazeta Esportiva iriam serem descontinuadas.
A revista Sétimo Céu era boa de venda?
Foi uma das revistas que vendia muito.
A revista Senhor?
É uma revista mais para executivos, tem pouca tiragem, mas mantém um excelente nível.
Qual é o público consumidor de revistas eróticas?
É o público adulto, mais senhores do que jovens. A revista G Magazine é uma revista dirigida para o público gay masculino, mas ela traz artistas conhecidos, e quem compra muito essa revista é o público feminino! Quando sai jogadores, artistas famosos, as mulheres compram essas revistas de forma compulsiva.
Mulher compra a revista Playboy?
Compra! Já vi diversas vezes elas passarem pelo caixa com várias revistas, sendo que a Playboy passa pelo caixa discretamente.
Há ainda certa reserva por parte do comprador de revistas relativas a sexo?
Existem clientes que são extremamente discretos quanto á preferência sua preferência pessoal. Alguns até permanecem por determinado tempo, quando então estão sozinhos na banca sentem-se mais a vontade, adquirem o material de leitura, passam pelo caixa e retiram-se com o material pretendido.
Há venda de livros em bancas?
Livros e DVD são produtos de boa comercialização.






sexta-feira, junho 05, 2009

"Tour" penal francês

Partirá de Lille o primeiro "tour" de bicicleta de prisioneiros franceses.
Escoltados por 124 guardas e acompanhados por educadores físicos, 194 prisioneiros franceses percorrerão aproximadamente 2.400 km até Paris.
O objetivo da corrida é mostrar aos presos a importância do trabalho em equipe e da auto-estima.

terça-feira, junho 02, 2009

Sidney Aldo Granato



PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com
Sábado, 30 de maio de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
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http://www.teleresponde.com.br/ http://blognassif.blogspot.com/ ENTREVISTADO : SIDNEY ALDO GRANATO


Sidney Aldo Granato é um dos mais antigos, constantes e versáteis colaboradores do Lar dos Velhinhos de Piracicaba. Tem contribuído por mais de 20 anos como procurador, advogado, presidente do Conselho, tesoureiro e secretário da diretoria. Sidney é carismático, transmite uma energia contagiante. Fiel a sua origem, cultiva hábitos simples. Extremamente discreto, colabora de forma totalmente anônima em benefício daqueles que são verdadeiramente necessitados. Nascido a quatro de agosto de 1941 em Piracicaba, no bairro da Paulista, á Rua Dr. João Conceição, sendo que viveu a boa parte de sua vida na casa de número 696 da mesma rua. Casado com Antonia Dirce Pandolfo Granato.
Como se chamavam os pais do senhor?
Meu pai se chamava Demétrio Granato e minha mãe Josefa Domingues Granato. Somos cinco irmãos, quatro homens e uma mulher. Meu pai era ferroviário da Companhia Paulista de Estadas de Ferro, seu cargo era de auxiliar de manutenção de locomotivas. Isso no tempo da locomotiva a vapor.
O senhor chegou a conhecer a locomotiva a vapor?
Eu brinquei na locomotiva a vapor! A nossa maior festa era subir na locomotiva, ver onde tinha o tanque de água, o local onde se colocava a lenha, abria a fornalha. Existia um dispositivo circular, com um trilho que ficava exatamente no nível da linha férrea, era o viradouro. (N.J. Era conhecido também como rotunda). A função era de virar a locomotiva a vapor, colocando-a no sentido contrario ao que tinha chegado à estação, esse trabalho era manual, esse dispositivo ficava na direção do embarcadouro de gado.
Quando o senhor iniciou os seus estudos?
Naquela época aos sete anos de idade era possível ir ao grupo escolar, foi com essa idade que eu fui estudar no Grupo Escolar João Conceição, situado ao lado da Igreja dos Frades, na Rua Alferes José Caetano, o prédio existe até hoje. Onde existe uma construção com três andares, havia um salãozinho onde eram passados filmes para a criançada, era promovido pela igreja. Assisti a um filme, onde o bandido tinha dado um tiro, aquilo me marcou tanto que meus irmãos tiveram que realizar um grande esforço para que eu voltasse a assistir outro filme novamente.
Lembra-se da “Missa do Galo”?
Era a missa da meia noite. (N.J: Tradicionalmente, a missa celebrada na véspera do Natal é denominada Missa do Galo, que deve acontecer a meia-noite do dia 24 de dezembro). Depois que saíamos da missa é que nos fartávamos de comer.
O senhor guarda muitas lembranças da Paulista?
Eu nasci ali, vivi ali, hoje estou um pouco mais afastado, estou no Jaraguá, mas continuo vivendo na Paulista. É bom que se diga uma coisa: oficialmente não existe o bairro da Paulista! Dizia-se que era a Vila Dr. João Conceição e mais tarde, dizia-se que era a Vila Nazareth. Paulista mesmo, oficialmente não existe. O nome deve ter a sua origem com a estação que era ali. Quem manda é o povo. É o povo quem diz. Então a Paulista existe! No conhecimento popular a Paulista era da Avenida Dr. Paulo de Moraes adiante, sentido bairro. É bom que se diga que a Avenida Dr. Paulo de Moraes não descia no sentido da ponte, ela era interrompida na Rua do Rosário. Ali tinha os barracões que eram os depósitos de café da Chácara Nazareth, ficava exatamente onde hoje passa a Avenida Dr. Paulo de Moraes. Eu ia lá, nesses barracões, onde era a sede do Jaraguá Futebol Clube, havia algumas mesas, uniformes, taças. Isso foi nos anos 50.
Onde hoje existe um posto Petrobras, já havia um posto de gasolina?
Era o posto construído pelo Joane Cantagalo. Ele tinha uma fábrica de vassouras chamada Cantagalo, que tinha um galo desenhado como logotipo.
Onde era a Alvarco como era na época?
Era um pasto só, com uma casinha de tábua, lá funcionava uma carvoaria de propriedade de Joel dos Santos, eu brincava com os filhos dele. Havia o embarcadouro da Paulista. Após o embarcadouro havia um fim de linha, reforçado. Subindo ali, conseguíamos ver o Rio Piracicaba.
A Serraria do Galesi o senhor conheceu?
Antes da serraria do Galesi, existiu ali uma fábrica de carretel. Lá eram feitos carretéis, a madeira utilizada era o guatambu, que mais tarde foi utilizada para fazer tamancos de madeira, o Heitor de Melo também conhecido como Pé de Ferro trabalhou nessa fábrica de carretel. Na Avenida Dr. João Conceição havia uma casa, que chamávamos de casarão, essa construção interrompia metade da rua. Por ser rua de terra, quando chovia o trânsito era quase impossível. Para passarmos, íamos dependurados na cerca da Estrada de Ferro Paulista. Pisávamos no arame, para não pisar no barro. Mais tarde a cerca foi feita com umas pranchas de peroba, isso tirou o nosso privilégio. Logo depois o casarão foi demolido. Ele ficava na esquina com a Brasílio Machado.
Existe um barracão na Avenida Dr. João Conceição, que hoje está sendo reformado?
Ali funcionava uma fundição. Até algum tempo conseguíamos ver escrito na parede: A. Langriney. Era o nome da empresa. Segundo o que se dizia na época, foi utilizado sal na massa do reboco, era muito comum vermos cabras lambendo os tijolos e o reboco!
Ao lado, na Rua Sud Mennucci havia uma escolinha?
Essa escolinha era de responsabilidade da Companhia Paulista. A propriedade era do sindicato dos trabalhadores da companhia. Lembro-me de uma senhora que morava ali, Dona Noca, era uma pessoa fabulosa.
Qual era o cargo exercido pelo pai do senhor na Companhia Paulista?
Ele trabalhava na manutenção de locomotivas, as locomotivas eram alimentadas a lenha. Elas carregavam uma quantidade de lenha na parte posterior, a pessoa que conduzia a locomotiva era o maquinista, outra pessoa era o foguista, que alimentava a locomotiva com lenha. A locomotiva ia até Nova Odessa, em Nova Odessa já era eletrificada. Em seu retorno a Piracicaba era feita á descarga das cinzas e do carvão que ficava na caldeira, perto do viradouro tinha uma construção reforçada, eram duas paredes em forma de “V”, ali era feita sob pressão a descarga dos resíduos que ficavam na caldeira da locomotiva. Lamentavelmente meu pai estava passando de lado da locomotiva quando ocorreu á descarga, ele teve o braço esquerdo totalmente queimado. Sabe com o que nós tratávamos: com arnica e azeite. Ás vezes com pomada Beladona.
Qual foi a primeira linha de ônibus de Piracicaba?
Era o ônibus circular. Subia pela Rua Boa Morte, vinha até a Rua José Ferraz de Carvalho, seguia até o início da Avenida Independência, que na época era uma pista só e de terra. Ia até a Rua XV de Novembro, descia pela Rua XV, e voltava no abrigo. Mais tarde passou a ter duas linhas, uma fazia o mesmo percurso no sentindo inverso. Não havia mão de direção. Todas as ruas eram utilizadas em ambas as direções, não havia mão única. Os primeiros ônibus eram as jardineiras, com os motores sobressaindo na frente. Mais tarde vieram os outros ônibus, que nós chamávamos de Gilda, era o “Girdão”! Era o ônibus cara chata, não havia o motor exposto. Era comum a molecada perguntar para quem ia tomar o ônibus: “-Vai tomar o Girdão?”.
O senhor utilizava o bonde como meio de transporte?
Eu morava no número 696, vizinho ao Lagostim, ficávamos aguardando o bonde, quando ele ia até a garagem que se situava logo abaixo da Rua Benjamin Constant, na Avenida Dr. Paulo de Moraes, ao lado de onde foi o destacamento do Corpo de Bombeiros. Quando o bonde ia nessa direção, saíamos de casa, íamos até a Rua do Rosário e dava tempo de apanhar o bonde que voltava do seu ponto final. Com o tempo passamos a fazer uma esperteza, atravessávamos o terreno da Estrada de Ferro Paulista. Havia um guarda que tinha a função de impedir a passagem de pedestres pelas linhas. Enganávamos o guarda, enquanto um pulava e ele ia atrás, outro pulava de outro lado, e assim o deixávamos atrapalhado, com isso todos atravessavam. Isso no tempo que usávamos calças curtas!
Onde era o ponto final do bonde da Paulista no centro?
Ele parava na Rua XV de Novembro com a Rua Boa Morte. Ali tinha um cartório. Em frente havia a sorveteria “A Soberana”. Lembro-me quando foi construído o abrigo de ônibus atrás da Catedral, (N.J.: Hoje tombado como patrimônio da cidade.), nós íamos brincar nas obras desse abrigo. O bonde que vinha da agronomia parava em frente a Farmácia do Mattos, mais tarde foi a Droga XV. Atravessando a Rua XV de Novembro, uns 50 metros adiante havia a Farmácia do Tico, ela tinha uma marquise onde nos protegíamos do sol enquanto esperávamos o bonde que ia para a Vila Rezende. Ao lado da Farmácia do Tico havia um imóvel simples, ao lado desse imóvel havia um terreno vazio. Nesse imóvel funcionou a Escola do Sesc.
As crianças na época engraxavam a linha do bonde, como travessura?
Na Dr. Paulo de Moraes, no trecho entre a Rua Governador Pedro de Toledo e a Rua Benjamin Constant, nós colocávamos palito de fósforo na linha do bonde, púnhamos uma fileira de palitos. Como a roda era de ferro no impacto com o palito produzia um estouro, assustando o pessoal que estava no bonde. Outras vezes nós passávamos sabão na linha do bonde, o bonde tinha um depósito de areia, quando o trilho estava muito escorregadio ele soltava um pouquinho de areia.
Qual era o nome da primeira professora do senhor?
Dona Maria Baiana. Muito brava, dizem que ela não gostava que a chamassem por Maria Baiana, parece-me que o nome dela era Bahena. Mas como ela era muito brava, brava mesmo, nós a chamávamos de Baiana. A diretora da escola era Dona Domitila, a minha professora do segundo ano era Dona Estela, o meu professor do quarto ano chamava-se Pedro Negri, por sinal sou colega do seu filho Dr. Pedro Negri. Pelo fato de eu nunca ter repetido o ano, eu não podia prosseguir meus estudos por não ter idade suficiente, a única escola que me aceitou foi o Senai. Na época o Senai ficava na Rua Dr. Otávio Teixeira Mendes, eram prédios antigos, existe uma casa antiga na esquina (em frente á Escola de Musica), que é ainda daquele tempo. Passei a fazer tornearia mecânica de onde fui transferido para a marcenaria. É muito bonito pegar a madeira bruta, e construir algo. Formei-me em marcenaria em 1957, foi á primeira turma que se formou no prédio novo, que existe atualmente. O meu número durante o curso era G 56, G de Granato. É interessante observar que a planta de marcenaria era feita na escala natural, ou seja, 1:1, o tamanho da planta é o mesmo do objeto a ser construído.
Do Senai o senhor foi estudar onde?
Fui para a Escola Industrial estudar desenho mecânico, foi um curso de quatro anos de duração, tive um professor excelente, o Professor Olavo Ferreira da Silva.
O senhor conheceu Danilo Sancinetti?
Viajamos muito com a Banda Marcial. Ele era um grande amigo. Eu tocava trombone na Fanfarra do Industrial. O uniforme era muito bonito. Quando fomos á São Paulo, passamos uma vergonha tremenda, porque até então o uniforme era uma roupinha branca com um quepezinho azul. Ao chegarmos a São Paulo vimos todas aquelas fanfarras e bandas marciais com aqueles uniformes lindos. Retornando para Piracicaba começamos a trabalhar para fazer um uniforme bonito. O Danilo foi um grande incentivador da Banda Marcial, ele era de Jaú, estive lá. Piracicaba deve muito a Danilo Sancinetti.
Como o senhor conheceu a sua esposa?
Na minha época de mocidade nós quadrávamos o jardim, eram quatro quadras. A primeira quadra virava no sentido da Rua São José para a Rua Moraes Barros, seguia para a Rua Governador, prosseguíamos no sentido da São José onde fechávamos a quadra. Virava outra quadra junto no sentido contrário. Na parte interna do jardim virava uma outra quadra no mesmo sentido dessa primeira. A maior delas, a primeira quadra era de pessoas mais simples. A quadra interna era das pessoas de classe média, e a mais fechada, situada internamente, era a classe dos mais abastados. Não adiantávamos ficar olhando para as mocinhas da quadra interna porque elas nem tomavam conhecimento da gente.
Já havia uma pré-seleção?
Quanto a isso não havia nenhuma dúvida!
E os negros?
Os negros não podiam quadrar jardim. Não que houvesse uma proibição, eles se separavam mesmo. Eles caminhavam pela calçada onde havia a Brasserie, do Banco do Brasil até a esquina da Tabacaria Tupã e de lá até a Rua Governador Eles faziam um “L” que ia e voltava. Eles não quadravam. Com o tempo a Rua Moraes Barros tornou-se um lugar mais luxuoso, havia o Café Haiti que tinha uma freqüência mais selecionada. Nós tomávamos chopp no Bar do Tanaka, na Rua São José. Eu não ia comprar nada na feira, mas ia para encontrar os amigos, ver o movimento, passear. A primeira vez que vi a minha esposa vi na feira que existia na Paulista, na ocasião ela estava carregando um seu sobrinho. Vi aquela mocinha, nossos olhares se cruzaram, era comum quando você visse alguém em algum lugar que você cruzasse o olhar encontravam-se no jardim. Isso era matemático. Em qualquer ponto da cidade que um moço visse uma moça e trocassem aquele primeiro olhar poderia ter a certeza de que no sábado ou no domingo se encontrariam no jardim.
O senhor trabalhou na Esalq?
Fui funcionário admitido através de concurso, trabalhei na Esalq por cinco anos.
O senhor lembra-se de alguma peça que o senhor tenha fabricado nesse período?
Lembro-me, um professor de Entomologia queria fazer um arquivo para insetos, ele pediu três armários com sessenta gavetas cada um, essa gavetas tinham 60 milímetros de altura, a tampa era de vidro. Fiz com cedro, o professor elogiou. Com certeza se você procurar na Esalq irá encontrar essas peças.
Em que ano o senhor casou-se?
Casei-me em 1969 na Igreja dos Frades, celebrado pelo Monsenhor Juliani.
Em que ano o senhor iniciou a faculdade de direito?
Fiz o curso de 1971 a 1975. Sou da terceira turma da faculdade de direito da Unimep.

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