sexta-feira, agosto 01, 2008

MAESTRO VICENTE GIMENES

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
Rádio Educadora de Piracicaba AM 1060 Khertz
Sábado das 10horas ás 11 horas da Manhã
Transmissão ao vivo pela internet : http://www.educadora1060.com.br/

A Tribuna Piracicabana
http://www.tribunatp.com.br/

Entrevista 1: Publicada: Ás Terças-Feiras na Tribuna Piracicabana

Entrevista 2: Publicada no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:

http://www.tribunatp.com.br/

http://www.teleresponde.com.br/index.htm

Entrevistado: MAESTRO VICENTE GIMENES

DATA: (30/julho/2008)


O objetivo que o ser humano persegue é alcançar certo equilíbrio, no qual nem o interior nem o exterior predominem, mas ambos sejam igualmente complementares um ao outro. As pessoas têm se tornado tão voltadas para fora que não conseguem, nem mesmo por um simples momento, sentar em silêncio. O medo é encontrar o vazio e uma vez que ele seja encontrado, a vida perde todo o interesse, todo o sabor, todo o sentido e significado. Muitos fogem de si mesmo. E chamam de divertimento a essa fuga. Culturalmente nosso povo não põe a educação como um objetivo central da vida. A Finlândia criou, com medidas simples e focadas no professor, o mais invejado sistema educacional Quem entra numa escola na Finlândia se espanta com a simplicidade das instalações. O segredo da boa educação finlandesa realmente não está na parafernália tecnológica, mas numa aposta nas duas bases de qualquer sistema educacional. A primeira é o currículo amplo, que inclui o ensino de música, arte e pelo menos duas línguas estrangeiras. A segunda é a formação de professores. O título de mestrado é exigido até para os educadores do ensino básico. Vivendo praticamente no anonimato, dono de uma cultura invejável, cercado pelos seus inúmeros títulos, diplomas, troféus, medalhas e títulos. Uma vasta biblioteca, e alguns instrumentos de valor sentimental ou mesmo curiosos, como por exemplo, o cilício, uma série de pequenas correntes que eram atadas ou mesmo utilizadas nas sexta feiras como instrumento de suplicio do postulante á carreira religiosa. Um instrumento de flagelo Para a religião católica, evitar o sofrimento nem sempre é bom. Pelo contrário, a dor pode ser bendita e glorificada. A renúncia aos prazeres mundanos, ou até a busca de sofrimento físico, são considerados louváveis se vistos como forma de se entregar a Deus. Maestro Vicente Gimenes é nascido no município de São Paulo, mas é Cidadão Piracicabano, Cidadão Barbarense, Cidadão Saltinhense, Cidadão Riopedrense, Cidadão Sãopedrense.
O senhor nasceu onde?
Nasci em 13 de novembro de 1916, na localidade de Belém, hoje denominada, Franco da Rocha, na época Município de São Paulo, e uma choupana feita de barro e coberta de sapé. Com três anos de idade meus pais foram para a cidade de Igarapava. Mudamos para Araçatuba quando eu tinha uns quatro anos de idade. A Estrada de Ferro Noroeste estava no fim da sua construção. Meu pai João Gimenes mudou-se para lá porque a cidade estava em franco progresso, ele como carpinteiro, tinha muito serviço, toda casa que era construída precisava ser feito o madeiramento. Minha família era muito religiosa, fui coroinha na capela da vila até meus treze anos de idade. Vim para o Seminário Seráfico São Fidélis em Piracicaba, trazido pela minha mãe, Trindade Garcia Gimenes. Minha mãe nasceu em Argel, na Argélia. Meu avô, não queria que ela tivesse a nacionalidade africana, com menos de um ano de idade ela foi registrada como nascida na Espanha! Terminei meu curso onde estudei: português, geografia, história, ciências, civilidade, religião, música, canto gregoriano, italiano, francês, latim, grego, noções de regência e rudimentos de teatro. Tive o início musical com Frei Leonardo encarregado da música figurativa. A formação completa de Canto Gregoriano eu tive com Frei Alberto, formado no Conservatório de Viena. Com o mesmo frade tive aulas de latim. Do Seminário Seráfico São Fidelis, fui para o Seminário Diocesano de Campinas, cujo reitor era Emílio José Salim, fundador da Faculdade de Filosofia de Campinas. Nesse seminário além dos demais estudos tive aulas de grego com o célebre Padre. Ludovico, em conjunto com os meus colegas, que são os padres Talassi, vigário em Rafard e Padre Romário, já falecido. Tive aulas de canto gregoriano com Monsenhor Moura. Saindo do Seminário Diocesano, passei alguns dias em São Paulo onde recebi orientações sobre canto gregoriano do Maestro Furio Francesquini professor de música no Seminário do Ipiranga. Voltei para Piracicaba, para fazer o Noviciado com os padres capuchinhos. Após concluir esse período fui fazer o curso de Filosofia em Mococa. Nesse curso tive aperfeiçoamento da língua latina, rudimentos da língua hebraica, com Frei Fidelis. Passei a fazer o curso de Teologia. Quando faltavam três anos para a ordenação sacerdotal, tomei a decisão de não ser sacerdote. Permaneci morando em Piracicaba, obtive o registro definitivo no Ministério de Educação e Cultura para lecionar greg, latim e música. Terminei o curso de canto. Em 1954 conclui o Curso Superior de Canto Orfeônico.
O senhor é regente?
Em 1970 recebi o certificado de compositor e regente da Ordem dos Músicos do Brasil. Na ocasião foi feita uma homenagem onde estavam presentes: Francisco Petrônio, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Vanderléia.
Quais foram os corais que o senhor já regeu?
Foram: o Coral do Seminário Seráfico, de 1934 a 1935, sendo meus cantores: Otávio Ribeiro, Angelin, José Roveli, depois passou a ser Frei Paulino. Regi o Coral Santa Cecília, misto, na Vila Anastácio, São Paulo. Regi o Coral dos Filósofos e Teólogos de Mococa. Sou um dos fundadores do Coral Pio XI em Campinas. Organizador do Coral Santa Cecília da Igreja Bom Jesus, fundado pelo Padre Amaral, depois Bispo de Taubaté. Fui um dos organizadores do Coral Santa Cecília de Botucatu, com o Padre Pisani. Regi os corais de São Pedro, Santa Bárbara D`Oeste, das normalistas do Colégio Santa Bárbara, da Vila Rezende, Coral “Mário Dedini”(das indústrias Dedini, composto só por vozes masculinas). Coral Diocesano da Catedral, isso foi no tempo do primeiro Bispo de Piracicaba Dom Ernesto. Um dos fundadores e organizador do Coral São Luiz fundado em 24 de fevereiro de 1952. Coral das Indústrias Philips. Coral de Saltinho. Formei o orfeão da Escola Dario Brasil, com discos gravados em São Paulo. Regi o Orfeão das Normalistas do Sud Menucci que fora fundado e organizado por Fabiano Lozano. Reorganizei o Orfeão Piracicabano com uma música executada no velho Teatro Santo Estevão. Comecei a tocar na matriz de Santo Antonio, hoje Catedral em 1943.
O senhor é compositor oficial dos hinos de algumas cidades?
Sou compositor oficial do Hino de Santa Barbara D´Oeste, de Saltinho, de Borebi.
O senhor participou da fundação de vários colégios?
Sou um dos fundadores do Colégio “Emílio Romi” de Santa Bárbara D`Oeste juntamente com o Professor José Noronha e Professora Lourdes Grisoto. Também do Colégio São Pedro juntamente com o Professor José Noronha e professor Benedito Cotrim sou um dos fundadores. Participei da fundação do Colégio “Monsenhor Gerônimo Gallo” com os professores Ivo Ducatti, Grillo, Di Lello. Em Rio das Pedras juntamente com Dona Iza e Professor Jussiê, além de outros mestres, fundamos o Colégio de Rio das Pedras.
O senhor possui vários arranjos para músicas sacras e profanas?
Fiz arranjos e composições a 4 vozes mistas de músicas sacras e profanas, entre elas está o arranjo a 4 vozes mistas de “Piracicaba” de Newton de Mello. Esse arranjo foi executado por corais de São Paulo, Alemanha, Suíça, França, Estados Unidos pelo coral “La Chanson” de Friburgo, Suíça.
O senhor lembra-se das línguas que aprendeu ainda jovem?
(Com ar indignado ele pergunta) Se eu me lembro? Claro que sim! Nesse momento Maestro Vicente dá uma volta ao mundo falando em diversos idiomas: espanhol, italiano, latim, grego, francês! Só fica um pouco tímido para falar em hebraico!
O senhor deu aula de línguas no Sud Mennucci?
Lecionei grego, latim, espanhol e música no Sud Menucci!
O senhor chegou a usar habito no seminário?
Usei. Até transferir-me para o Seminário Diocesano de Campinas.
Por que o senhor acha que não seguiu a carreira religiosa?
Vocação é um mistério! A certeza existe na cabeça do indivíduo, só que a realidade nem sempre obedece a essa certeza.
Qual é a diferença entre regente e maestro?
Quem rege é regente. Não é maestro. Maestro tem que ter curso superior de música. Eu tenho o curso superior de música, feito em São Paulo, do tempo do Canto Orfeônico João Batista Julião, com orientação de Villa Lobos.
O que atrai o senhor na música?
Ainda como coroinha eu já cantava a ladainha. Minha voz de menino era admirada por aqueles que a ouviam.
O senhor toca órgão?
Toco! O órgão da Catedral veio da cidade de Santos. Lembro-me quando foi montado esse órgão. O montador do órgão chamava-se Rigatto. Para a inauguração veio um grande maestro de São Paulo. Após a inauguração, o primeiro que colocou a mão fui eu!
Qual a diferença entre orfeão e coral?
Orfeão geralmente é cantado após decorarem a música. Coral lê a musica!
O que sente um maestro ao reger um coral?
O maestro transmite o sentimento para os cantores! O maestro quando rege dá o seu sentimento! Ele dá o colorido da execução! A personalidade do maestro é que faz o coral.
Quantos ensaios devem ser feitos por semana?
Geralmente dois ensaios.
O senhor conheceu o Teatro Santo Estevão?
Regi o Coral Piracicabano no Teatro Santo Estevão! A Cidinha Mahle era minha cantora na época!
O senhor conheceu o Comendador Mário Dedini?
Conheci! E executei com o Coral São Luiz várias músicas dentro da casa dele, ali na Rua Santo Antonio! Apesar de ser um homem de posses não era orgulhoso!
O senhor esteve com algum Papa?
Eu estava visitando o Vaticano e tinha uma comissão francesa que havia marcado audiência com o Papa. Eu via aquela turma, vi que fizeram uma fila, entrei na fila, me deram um cartão de acesso! Percebi que durante o trajeto até onde estava o Papa olhavam para mim com ar de interrogação, como dizendo: “Quem será esse sujeito?”. Ao chegarmos ao destino, foi feito um semicírculo, nesse momento entrou João Paulo II. Imediatamente eu gritei em latim: “Dá-me sua benção! Para mim e para minha família!”. Ele deixou a todos e perguntou-me se eu falava latim. Perguntou-me de onde eu vinha. Disse-lhe que era brasileiro e de Piracicaba! Ao despedir-se de mim o fez em italiano. Em latim quando se chega a algum lugar deve-se cumprimentar dizendo Ave! As palavras dirigidas pelos gladiadores ao imperador, antes de entrarem em luta eram: “Ave Caesar, morituri te salutant” que significa: “Salve César, os que vão morrer te saúdam”. Eu acho que o Papa deveria despedir-se e latim: Salve! (Até logo!). Posso dizer que falei com o Papa em latim!
O senhor lembra-se da missa em latim?
Lembro-me sim! “Introibo ad altare Dei” (Entrarei ao altar de Deus). “Ad deum qui laetificat juventutem meam” (A Deus, que alegrou minha juventude). Era isso mesmo, não é? Pergunta o maestro com a expressão do coroinha do tempo em que Araçatuba era sertão.




Free Counter

quinta-feira, julho 31, 2008

Descansar

As pessoas descansam apenas em suas sepulturas. Fora da sepultura, não há tempo para descansar.




Free Counter

FIM DO MUNDO

"ESTAMOS EM UMA ÉPOCA EM QUE O FIM DO MUNDO NÃO ASSUSTA TANTO QUANTO O FIM DO MÊS"



Free Counter

A arte

"De todas as coisas humanas a única que tem o seu fim em si mesma é a arte."
Machado de Assis




Free Counter

terça-feira, julho 29, 2008

Frase Atribuida á Getúlio Vargas

Conforme narra Isabel Lustosa em seu livro Histórias de presidentes, uma das frases atribuídas á Getúlio Vargas:

"A metade dos meus homens de governo não é capaz de nada, e a outra metade é capaz de tudo"





Free Counter

O Medo

"O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito desfaz-se; basta a simples reflexão."
Machado de Assis




Free Counter

sexta-feira, julho 25, 2008

NELSON GOMES ANHÃO (NELSINHO)

Foto by J.U. Nassif
CAMPEÃO BRASILEIRO DE FISIOCULTURISMO POSA EM FOTO COM A CAIXA DE ENGRAXATE QUE USAVA PARA FATURAR UNS TROCADOS QUANDO MENINO.

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
Rádio Educadora de Piracicaba AM 1060 Khertz
Sábado das 10horas ás 11 horas da Manhã
Transmissão ao vivo pela internet : http://www.educadora1060.com.br/

A Tribuna Piracicabana
http://www.tribunatp.com.br/

Entrevista 1: Publicada: Ás Terças-Feiras na Tribuna Piracicabana

Entrevista 2: Publicada no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:

http://www.tribunatp.com.br/

http://www.teleresponde.com.br/index.htm


Entrevistado: NELSON GOMES ANHÃO (NELSINHO)

DATA: (24/JULHO/2008)

Sir Charles “Charlie” Spencer Chaplin foi o mais famoso ator dos primeiros momentos do cinema hollywoodiano, e posteriormente um notável diretor. Nasceu no dia 16 de abril de 1889. No Brasil é também conhecido como Carlitos (equivalente a Charlie), nome de um dos seus personagens mais conhecidos. Chaplin foi uma das personalidades mais criativas da era do cinema mudo; ele atuou, dirigiu, escreveu, produziu e eventualmente financiou seus próprios filmes. O conceito de arte é extremamente subjetivo e varia de acordo com a cultura a ser analisada, período histórico ou até mesmo indivíduo em questão. Não se trata de um conceito simples. Ao levar para o universo artístico, materiais que fazem parte do cotidiano, o artista deseja romper as barreiras entre a arte e o dia-a-dia. Em Piracicaba existe um auto-elétrico, que trabalha com instalações em geral, baterias automotivas, alternadores, motores de arranque, geradores. Os “pacientes” de Nelson são elementos fundamentais para o funcionamento de um veículo. Seria mais um dos inúmeros estabelecimentos do gênero, se o proprietário Nelson Gomes Anhão, o Nelsinho, não personalizasse o local. Além de reconhecido conhecimento técnico, Nelson se destaca por características próprias. Em seu ambiente de trabalho, montou uma verdadeira galeria em homenagem ao seu ídolo, Charles Chaplin, o Carlitos. Posters de cenas de filme, miniaturas, pinturas na própria parede, o ambiente da oficina lembra muito um estúdio. Nelson aos poucos montou uma galeria de arte. Dois enormes balcões de atendimento têm os seus tampos revestidos por inúmeras moedas, coladas. Nacionais e de outros países, de valor sentimental, levam o cliente á uma viagem por outras épocas e lugares. De origem humilde, guarda com orgulho, em perfeito estado de conservação o que já foi seu instrumento de trabalho quando era criança: uma típica caixa de engraxate! Por absoluto prazer pessoal, ele trabalha, passeia, usando sua cor preferida: branca. Camisa, cinto, calça, meias, sapatos. Nelsinho poderia ser tranquilamente ser confundido com alguém ligado á área da saúde, pela indumentária toda branca. Brasileiro, com cidadania espanhola, parece que ele herdou a genialidade criativa de inúmeros artistas espanhóis. Embora em momento algum deixe transparecer qualquer sinal de semelhança, é quase palpável a presença de Carlitos no ambiente de trabalho de Nelson.
O senhor nasceu em Piracicaba?
Nasci em 05 de fevereiro de 1949, fui registrado em Santa Maria da Serra. Meus pais moravam em uma fazenda denominada Torrinha, quando eu tinha cerca de dois anos de idade eles mudaram para a região rural em Piracicaba, denominada Pau Queimado. Meu pai Ricardo Gomes Domingues e minha mãe Josefa Anhão Gomes, nasceu em 10 de dezembro de 1914, ela era de Granada, Espanha e meu pai do Norte da Espanha, nascido em 3 de abril de 1904. Tiveram 8 filhos que se desenvolveram e atingiram a idade adulta. São quatro homens e quatro mulheres. O mais velho é o Ricardo Gomes Filho, casado com a Sra. Antonieta Valverde, da famosa Butique Antonieta. Posso dizer que o meu irmão Ricardo é o meu segundo pai. Temos quase dezoito anos de diferença de idade, ele trabalhou muito para ajudar a me criar. Ele entrou na Fábrica Boyes ainda mocinho e aposentou-se lá. Meus pais ficaram por pouco tempo no Pau Queimado, eles compraram uma casinha na Rua da Colônia, 132. Lá eu morei dos meus 2 anos de idade até os meus 13 anos de idade. Depois eles construíram uma casa mais nova na Rua Porto Feliz, 30. Onde permaneci até casar-me. Meu pai e minha mãe, que também era chamada de Dona Pepa, eles comercializava roupas na região rural próxima á Piracicaba. Eles iam para São Paulo, adquiriam as roupas na Rua 25 de Março, no Bom Retiro e traziam para Piracicaba. Viajavam de trem.
Qual é a profissão do senhor?
No dia 24 de julho de 1963, com treze anos de idade, entrei na empresa Garcia e Veiga, de Geraldo Garcia e Antonio Veiga, eles representavam a Bosch em Piracicaba. Mais tarde a razão social passou a ser Piracicaba Eletro-Diesel Ltda. Fui registrado aos 14 anos, guardo até hoje a carteira profissional de menor. Era registrado com meio salário! Os encargos legais eram proporcionais ao valor pago ao menor. Comecei como ajudante. O que tinha de pior davam para a gente fazer! Lavar peças, varrer a oficina. Todo mecânico começa sua profissão lavando peças! Escolhi a profissão de eletricista de veículos e tenho muito prazer e orgulho em exercê-la.
O senhor participou de competições esportivas?
Piracicaba tinha um departamento chamado Comissão Municipal de Esportes. Eu era atleta da academia Hércules, situado na Rua Floriano Peixoto esquina com a Rua do Rosário. O proprietário era o Antonio Waldomiro Rainha, que hoje tem a musculação Rainha na Avenida Dr. Paulo de Moraes. A CME nos dava passagem de trem para participar das competições.
O senhor estudou no em qual escola?
Estudei no Grupo Escolar Dr. João Conceição situado á Rua Alferes José Caetano, ao lado da Igreja dos Frades. As instalações do prédio permanecem vivas em minha memória. Existia uma escadaria de madeira. As meninas subiam primeiro, só depois de ter subido a ultima menina é que os meninos passavam a subir a escada. Lembro-me da professora Dona Encarnación, uma professora de origem espanhola, baixa estatura física, mas muito enérgica. Lembro-me do Professor Moacir Nazareno Monteiro, um mestre de elevada capacidade. Nas festas cívicas subíamos em um palco situado no galpão da escola. Era ali que recitávamos, cantávamos hinos oficiais. E na frente da escola existiam os mastros onde hasteávamos as bandeiras. No pátio havia a cantina, e além da área coberta tinha também uma grande área livre, com algumas árvores no fundo. Naquela época a Chácara Nazareth não havia sido loteada ainda. Onde hoje existem casas belíssimas era terreno da chácara! A Avenida Dr. Paulo de Moraes tinha seu final na Rua do Rosário. Onde hoje passa a Avenida Dr. Paulo ficava a oficina do Bidito! Uns galpões da chácara ficavam onde hoje existe um posto de escapamento.
Na Rua Alferes ao lado do então Grupo Escolar Dr. João Conceição, mais tarde Colégio Estadual Dr. Jorge Coury havia aos fins de semana festinhas, quermesses. O senhor freqüentou esses eventos?
Muito! Era o lugar onde podíamos paquerar, namorar. Era onde se tinha para ir.
As procissões de Semana Santa o senhor chegou a acompanhar?
Fui muito, levado pelo saudoso pai. Ainda garoto ia com meu pai ás vigílias, eu gostava, é um momento em que o católico fica quieto, refletindo. As cinco horas da manhã acordava e ia com ele, depois que saia da igreja passava na Padaria Jacareí e ia comer pão fresco, tomávamos café juntos. Lembro-me da Padaria São João do Sr. João Rossi. Ficava ali na primeira quadra da Rua Alferes José Caetano.
O senhor lembra-se do Morro do Enxofre?
Era a denominação dada a um trecho com aclive muito forte da Avenida Madre Maria Teodora. Qual foi o garoto que foi criado próximo á essa subida que não subia de lado do caminhão, puxava duas, três canas, o feixe afrouxava, aí era puxado inteiro. Isso era feito sem que meu pai soubesse! Ela, assim como a Rua do Rosário não tinham asfalto, além de serem mão dupla. O trânsito era nos dois sentidos: bairro-centro e centro-bairro! Os caminhões daquele tempo eram Fordinho 1946, Chevrolet, Fargo, GMC, carregados de cana, subiam muito devagar.
Quem era o Bidito?
Bidito era um mecânico, negro, ele mudou-se para próximo do local onde hoje existe uma empresa de oxicorte. Há uma travessa, logo depois, no meio do quarteirão, era a oficina do Bidito. Entre onde depois foi construída a Base da Polícia Militar e essa travessa. Ele tinha ali um barracão que era a sua oficina de conserto de veículos. Aos finais de semana ele encostava todos os carros que estavam para serem consertados, e abria um espaço aonde era feito um bailão, forró. Era o famoso Salão do Bidito!
O senhor trabalhou na Praça Takaki?
Tive o grande privilégio de ser engraxate na Praça Takaki! Olha a minha caixa de engraxate dependurada ali na parede! (Nelson aponta para uma caixa em perfeito estado de conservação, uma relíquia!). A graxa tinha que ser Nugget. Se não fosse uma bota, para engraxar um par de sapatos era trabalho de uns cinco minutos. Meus melhores clientes eram os senhores, os motoristas de praça. Eu tinha uma clientela nas residências. Engraxava na frente da própria casa do cliente. Tinha que tomar muito cuidado, naquele tempo a qualidade do couro ou a pintura do sapato, eram inferiores, era muito fácil manchar o sapato do cliente. Quando surgia alguma dúvida, usávamos a graxa incolor, ela limpava o sapato, dava brilho. Existia um código para o freguês trocar o pé que já havia sido engraxado, pelo outro a ser engraxado: eram três batinhas na lateral da caixa! Significava que ele tinha que trocar o pé.
Os táxis utilizados na época eram de que marcas?
Naquele tempo eram utilizados Gordinis, DKW, Simca, havia muito Simca.
Tecnicamente o Simca era um bom carro?
Posso dizer com relação á minha área, a parte elétrica: era muito problemática! Tinha uma instalação extremamente complicada para a época, é um projeto francês, era muito arrojado. Talvez na França ele estivesse acompanhando uma tecnologia praticada para a realidade de lá. No Brasil esse projeto foi copiado, o nosso conhecimento teórico, técnico, não estava á altura, mesmo dos profissionais mais experientes.
Qual foi seu primeiro carro?
Eu comprei logo depois que me casei em 20 de maio de 1972 com Maria Aparecida Páfaro Anhão. Foi um Dauphine! Naquele tempo o Dauphine tinha três marchas para á frente e a ré era em cima ( á frente), se não tomasse muito cuidado esquecia! A ré ficava bem no lugar onde fica a primeira marcha dos carros atuais. Temos duas filhas. Nosso casamento foi na Igreja dos Frades, realizado pelo Frei Afonso.
O Cine Paulistinha o senhor chegou a freqüentar?
Freqüentei e muito! Trocava gibi. Batman, Tarzan. Freqüentei o Cine São José, Colonial, Broadway, Palácio que depois passou a chamar-se Rivoli. Cine Politeama.
Qual o simbolismo de existirem dois grandes balcões revestidos com moedas?
Não existe um significado. Apenas fiz por curiosidade.
O fato de o senhor gostar de usar roupas brancas desperta a curiosidade das pessoas?
Já me perguntaram se pertenço á alguma seita religiosa!
Quem é Charles Chaplin e quem é Carlitos para o senhor?
Charles Chaplin pelo que sei e li a seu respeito ele deixa a mensagem de que o homem nunca deve fugir da luta. A luta deve ser permanente. Isso me atrai até hoje! O Carlitos sempre deixou uma mensagem de paz, amor, dignidade.

Insânia

"A razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades; fora daí insânia, insânia e só insânia."
Machado de Assis




Free Counter

domingo, julho 20, 2008

Cinco monarcas

A monarquia inglesa é eterna, segundo o ex-rei Farouk, do Egito:

- Chegará o dia em que só existirão cinco monarcas no mundo: os quatro reis do baralho e o da Inglaterra.




Free Counter
Em abril de 1990, um mês depois do Plano Collor, a TV Bandeirantes anunciou:

“Agora que você já ouviu todos os economistas, experimente um mágico.”

E então apresentou uma entrevista com David Copperfield.




Free Counter

Amador Aguiar

É do próprio fundador, Amador Aguiar, o apelido dado ao então insignificante Bradesco em 1943:“Banco Brasileiro dos Dez Contos, se há.”




Free Counter
O sociólogo italiano Domenico de Masi, 61 anos, professor da Universidade de Roma, entrevistado pela jornalista Aline Rochedo, em 1999:
- Por que o senhor critica tanto os burocratas?
- Eles são a desgraça da nossa vida. O burocrata só sente orgasmo quando diz “o tempo esgotou”.
- Mas quando o senhor fala para executivos, há burocratas na platéia.
- Todos são burocratas.
- O senhor acredita que o burocrata é autocrítico?
- É masoquista.
- Tem algum sentido falar para burocratas? O senhor tem esperança de regenerá-los?
- Não. Temos que esperar que eles morram.




Free Counter
- Se você der autonomia a idiotas, terá decisões idiotas.




Free Counter

Cacique caiapó

O cacique caiapó Tutu Pombo, que morreu em 1992, pioneiro na exploração de terras indígenas, falava por seu povo:

"- Gostamos de andar nus, mas com dinheiro no bolso."




Free Counter

sexta-feira, julho 18, 2008

CRISPIM DURRER


PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
Rádio Educadora de Piracicaba AM 1060 Khertz A Tribuna Piracicabana
Sábado das 10 ases 11 Horas da Manhã Publicada ás Terças-Feiras

Entrevistado: Crispim Durrer


Nos anos de 1960, as crianças residentes no bairro da Paulista, tinham perto da Praça Takaki vários locais de lazer e diversão. Na esquina das Ruas do Rosário com Dona Jane Conceição, onde hoje existe uma série de lojas, era um terreno vazio. De tempos em tempos era o centro de fantasia da criançada. Ali eram armados circos, os parques que tocavam em disco de vinil os boleros então muito em moda, as músicas eram repetidas tantas vezes que muitos decoravam as letras. Tinha o jogo de argolas, onde se pagava determinado valor por um número de argolas e as atirava tentando atingir o gargalo de um litro a partir de uma determinada distancia, onde havia um balcão. Ou ganhava-se o litro, geralmente um vinho ordinário, ou o prêmio que ficava logo abaixo, geralmente maços de cigarros. Havia os tiros de espingarda de pressão, cuja precisão era mais ocasional do que conseqüência da habilidade do atirador. Eram espingardas com rolha na ponta ou chumbinho. Na quaresma naquele terreno era erguido o pau-de-sebo. Era um tronco roliço, com mais de cinco metros de altura, recebia um tratamento para ficar sem saliências naturais. Devidamente revestido com sebo de boi derretido. No topo, era colocado um triângulo de madeira (a cruzeta) onde amarravam dinheiro e prendas. A garotada para manter os pés mais unidos posiveis, e também para ir limpando o sebo, usava a “peia”. No tempo de eleição os políticos usavam aquele espaço para conquistar votos com seus discursos inflamados. Para o povo era uma forma de lazer. Para a criançada era a caça aos brindes como chaveiros, flâmulas, santinhos. Quando não havia nada disso, existia o jogo de bola de vidro, empinar papagaio (com o tempo passou a ser denominado pipa), soltar ou rodar pião de madeira. Quem abastecia a criançada era o “Seu” Crispim. Logo ao entrar no “templo” de consumo, já se avistava ao fundo a máquina de fazer garapa. Do lado direito uma enorme vitrine acondicionava os objetos de desejo da molecada: como bolinha de vidro, papel de seda, goma arábica (alguns usavam farinha de trigo diluída em água como cola), pião, fieira (barbante grosso que é enrolado em torno do pião), chaveiros, canivetes. Era de dar água na boca! Crispim Durrer circula pelo bairro da Paulista, lúcido, com uma memória invejável.
O senhor é brasileiro?
Sou! E nascido em Piracicaba, no Bairro Serrote, já faz 86 anos. Meu avô paterno era suíço e meu avô materno era alemão. Meu pai nasceu próximo á Berna que é a capital da Suíça. Estudei na Escola Reunida do Bairro Serrote, de Adolfo Beismann, meu avô. Éramos nove irmãos, seis homens e três mulheres. Trabalhei no serrote como lavrador, cultivando todo tipo de cereais. Meu pai tinha um sítio com 50 alqueires ( N.J. cada alqueire paulista mede 24.200 metros quadrados). Permaneci lá até 1951. Resolvi mudar para Piracicaba. Vim para a Rua do Rosário, 2600. Ali por dezoito anos tive um bar e uma garaparia. Era a única garaparia existente ali na época. Tinha uma ótima freguesia. Com as economias que consegui reunir pude proporcionar estudos á um casal de filhos que eu tinha, e que infelizmente hoje são falecidos.
O senhor guarda lembranças da época em que se mudou para a Paulista?
Lembro-me sim! Em 1951 não havia água encanada e nem esgoto. As ruas eram todas empoeiradas até a Estação da Paulista. A Rua do Rosário não era mão única. Os caminhões de cana trafegavam em ambos os sentidos. O prefeito Francisco Salgot Castillon asfaltou o Morro do Enxofre. Na Praça Takaki não existia nada. Havia apenas uma casinha velha em um canto. Na esquina da Avenida Madre Maria Teodoro ficavam os Irmãos Aliberti, Depois vinha o Bar da China, o armazém do Antonio Lucas, na esquina, onde hoje existe uma farmácia havia o Bar Serenata, de propriedade de Miguel Fernandes. Seguindo pela Rua do Rosário no sentido centro, tinha um terreno vazio, em seguida o açougue do Gêronimo Casarim, em seguida o meu barzinho, passando por algumas casas residenciais, tínhamos adiante a Maquina de beneficiar arroz de propriedade de João Sabino Barbosa e Augusto Grella. Mais adiante Manoel Castilho tinha uma sapataria. Manoel foi candidato á vereador. Na quadra seguinte havia a Igreja Assembléia de Deus, que permanece até hoje. Ainda na mesma calçada existia a Farmácia São Judas Tadeu de propriedade do farmacêutico Nelson de Mattos. Ao lado havia a e loja “Caldeirão de Ouro” propriedade do Crócomo, irmão de Francisco Crócomo e do emérito Professor da Esalq, Dr. Otto de Jesus Crócomo. Mais adiante, ao lado do hoje Restaurante Paulista, havia o embarque e desembarque de gado, que eram transportados pela Companhia Paulista, os trilhos atravessavam a Rua do Rosário e entravam naquela área que tinha uma enorme mangueira de gado, propriedade da Companhia Paulista. No lado impar da Rua do Rosário, havia o armazém do Emílio Fabris. Em seguida residia o Santo Casarim. O famoso Bar do Gep cujo nome de batismo é José Tozzi. Em seguida morava meu pai, José Durrer. Eugenio Vecchini tinha um armazém na esquina da Rua do Rosário com Avenida do Café. Na caçada oposta, Rubens Zíllio tinha um açougue. A Casa dos Presentes de Alcides Saipp já existia. Na esquina da Avenida Dr. Edgar Conceição com Rua do Rosário, Roque Furoni, falecido recentemente, tinha um armazém. Na esquina havia um sobradinho muito bonito de propriedade do Sr. José Nassif. Junto ao meio fio, existia uma bomba de gasolina de propriedade do mesmo, com a bandeira Texaco. Ao lado existia um armazém administrado por Da. Rosa Canaan Nassif, mãe do Sr. José. Mais adiante, existia a residência da Da. Elvira Beismann, meu tio Antonio Beissmann era caminhoneiro. Morava ainda ali Dirceu Pompermayer, que foi um dos sócios da famosa Casa Dom Bosco. O Sr. Benedito Baglione morava logo adiante. Uma das suas últimas ocupações profissionais foi a de “motorista de praça”. Finalmente, onde hoje é o Supermercado Balan era o Armazém do Sr. Victório Fornazier, ele fornecia para muita gente do sítio, tinha uma grande freguesia. Hoje a Rua do Rosário é um importante centro comercial.
A Avenida Madre Maria Teodoro era conhecida em seu trecho com maior declive, como Morro do Enxofre. Havia movimentação comercial nessa via?
Tinha poucas coisas. Só depois que o prefeito Salgot asfaltou é que começou a melhorar. Hoje lá também se encontra todo tipo de comércio.
Passava boiada pela Rua do Rosário?
A boiada descia, os boiadeiros iam tocando os bois até o embarcador da Companhia Paulista. Nós por diversas vezes íamos assistir a embarcação. Os vagões carregavam os bois e levavam. Era muito bonito assistir aquela movimentação toda.
Na esquina onde hoje está a Drogal era ponto das jardineiras que iam para os sítios?
Naquele tempo o motorista era também proprietário do bar. Era um argentino chamado Avelino. Vinha com muita dificuldade, porque não existia asfalto em lugar nenhum. Um dia vinha outro dia não podia vir porque chovia.
Acima da Praça Takaki havia habitações?
Tinha, mas eram poucas casas. A companhia de energia elétrica exigia uma distância máxima de 30 metros do último poste para realizar as ligações. Onde hoje existe um posto de gasolina Petrobrás era o Posto Canta Galo, do conhecido como Joane Vasoureiro.
O senhor freqüentava alguma igreja?
Freqüentava a Igreja dos Frades. Lembro-me do Frei Paulino, Frei Liberato, Frei Virgilio. Cheguei a assistir á filmes que eles apresentavam Teatrinhos. Onde hoje funciona um prédio de assistência social, na Rua Alferes, ao lado da Igreja dos Frades, era tudo diferente. A padaria mais próxima era a São João. Já existia a Padaria Jacareí também muito freqüentada após as missas.
Quais as lembranças que o senhor guarda do trem, do bonde?
Por várias vezes fui de trem até Campinas, tínhamos parentes em Viracopos. Meu pai nos levava passear. Lembro-me do bonde, pagávamos quinhentos réis até o centro!
Houve uma época em que um indivíduo de cognome “Belo” era muito temido, pela valentia, e suspeito de alguns atos ilícitos. O senhor o conheceu?
O Belo para mim foi muito bom, ele foi até meu freguês. Ele sempre me respeitou. Ele acabou sendo assassinado em um parque.
O senhor conheceu o Nhoca?
Eu tinha muita amizade com ele. Era cavaleiro, elegante, era um homem grande, andava em u cavalo marchador, subia e descia a Rua do Rosário montando um cavalo marchador. Era tido como benzedor, dizem que benzia animais e até pessoas. Nunca fiz uso dos seus atributos místicos! Era um bom homem.
O Sebastião Tintureiro foi conhecido do senhor?
Conheci! Sebastião Barbosa era o seu nome. Ele teve um bar também. Hoje ele tem um dos filhos que trabalha com relojoaria, o Ismael.
O Pedro Rasera (Pedrinho) Tinha uma barbearia?
Tinha. Eu fazia a barba lá. O seu irmão é o comerciante Jorge Rasera.
O senhor tem habilitação para dirigir veículos, qual foi o seu primeiro carro?
Faz uns quinze anos que não dirijo mais. Meu primeiro carro foi uma perua DKW 1961, vermelha.
O senhor foi um dos primeiros proprietários de telefone do bairro?
Eu tinha telefone. O número era 4977. Naquela época telefone e televisão era bens que poucos possuíam. A minha televisão era em preto e branco, como todas na época; Mais tarde é que veio o sistema de televisão colorida.
A hoje Farma-Paulista, na época chamava-se Farmácia Nossa Senhora da Penha. Teve um período em que seu proprietário era o Miguel Victória Sobrinho seu vizinho era Antonio Lopes, logo em seguida, na esquina da Dr. Edgar Conceição com Rosário estava estabelecido o Nenê Lopes, eram irmãos e tinham armazéns próprios.
Na Avenida João Conceição havia uma serraria o senhor lembra-se?
Era a serraria do Galesi! Comprei madeiras várias vezes lá. Era o Hélio Galési e outro irmão dele. Lembro-me do Jacinto Bonachella que tinha posto de gasolina onde hoje é a Padaria Apolônio.
Existia alguma parteira famosa no bairro?
Tinha a Dona Carolina! Ela morava na Rua Gomes Carneiro, entre as Ruas Alferes e Governador Pedro de Toledo. Conheci a Santa Casa quando funcionava ainda na Rua José Pinto de Almeida.

Livre do cativeiro

Há 134 anos, no dia 17 de julho de 1874, a Relação de São Paulo confirmou sentença do juiz de direito de Itu, de 27 de dezembro de 1872, julgando carecedor de ação. (Se o pedido for juridicamente impossível, o autor será julgado carecedor de ação e o processo respectivo será extinto), um escravo que, assistido por seu curador, pedia ser declarado livre do cativeiro, porque seu senhor, em testemunho, conferia-lhe a liberdade, disposição que não podia ser revogada por um codicilo.(Codicilo é um ato de última vontade pelo qual o disponente traça diretrizes sobre os assuntos pouco importantes, despesas e dádivas de pequeno valor). Quando já se achava quase moribundo. Entendera o juiz que as disposições testamentárias só começam a ter vigor depois da morte do testador, que as pode revogar a seu bel prazer; o autor esteve na escravidão, e nunca mudou, ou deixou, esta condição; a verba testamentária não chegou a produzir efeito; caducou, foi nulificada por quem o podia fazer. Daí, a carência da ação.




Free Counter

quinta-feira, julho 17, 2008

Primeiro Congresso de Folclore há 57 anos

O Primeiro Congresso Brasileiro de Folclore, há 57 anos atrás, foi realizado no Rio de Janeiro. O “objetivo do Congresso era analisar, interpretar e comparar” o folclore de todos os estados do país, como as crendices, as artes populares, as danças populares, a novelística popular, o folclore, a literatura, e até como o folclore interfere na economia. Foi a “primeira vez que se vai sistematizar o estudo da ciência do povo”.




Free Counter

Postagem em destaque

      TÉO AZEVEDO E THAIS DE ALMEIDA DIAS     TÉO AZEVEDO E THAIS DE ALMEIDA DIAS       TÉO AZEVEDO E THAIS DE ALMEIDA DIAS             ...