sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Histórias interessantes

Em suas memórias, Ted Sorensen conta de que maneira Kennedy e ele preparavam meticulosamente os ditos espirituosos, as citações, as palavras de encerramento dos discursos do presidente. Sem qualquer improvisação ou espontaneidade, Kennedy tomava nota das histórias interessantes contadas por algum orador a fim de utilizá-las posteriormente. Sorensen arremata : "eu possuía um volumoso 'dossiê humorístico' que crescia continuamente. Como em geral os textos dos discursos entregues à imprensa eram expurgados das anedotas, era possível voltar a utilizá-las em outro discurso".




Nomes de peso

Os bancos brasileiros estão entre as 35 instituições financeiras com as marcas mais valiosas do mundo, segundo estudo da consultoria de imagem Brand Finance. Na pesquisa, o nome Bradesco vale US$ 7,698 bilhões e figura no 12º lugar, superior ao de casas bancárias centenárias como Crédit Suisse (US$ 7,688 bilhões), Barclays (US$ 7,583 bilhões) e Deutsche Bank (US$ 6,703 bilhões). A marca Itaú - ainda sem o Unibanco - é avaliada em US$ 5,593 bilhões, acima de Morgan Stanley (US$ 4,775) e Sumitomo (US$ 3,428 bilhões).




quinta-feira, fevereiro 05, 2009

CARMELA PEREIRA

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com Sábado, 31 de janeiro de 2009
A Tribuna Piracicabanahttp://www.tribunatp.com.br/Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:http://www.tribunatp.com.br/http://www.teleresponde.com.br/ Nos sites: www.teleresponde.com.br No Blog BLOG DO NASSIF (Letras Maiúsculas mesmo, no jargão jornalístico, caixa alta) http://blognassif.blogspot.com/
ENTREVISTADA : CARMELA PEREIRA

Carmela Pereira nasceu em Piracicaba no dia 28 de abril de 1936, filha de Berbelina Maria de Jesus e Aprígio Pereira, que tiveram doze filhos. Nascida no sítio Rio Acima, de propriedade dos seus avós, que ficava no bairro Monte Alegre. Seguindo pela estrada que vai até o Aeroporto de Piracicaba, as terras situadas em frente ao Centro de Tecnologia da Copersucar pertenciam aos seus avós. A avó tinha o mesmo nome da mãe, Berbelina Maria de Jesus e o avô era Bonifácio Jesuíno de Souza. Carmela é uma verdadeira usina de criatividade. De personalidade forte, tem a seu favor a disciplina adquirida ainda na infância e adolescência, com as religiosas do Lar Escola, situado á Rua Boa Morte. Ali ela recebeu uma visão de cultura que sempre norteou sua vida. Desenvolveu seu talento para artes plásticas e literatura. Hoje é uma escritora de sucesso, embora muitos em Piracicaba desconheçam o fato. Algumas de suas obras publicadas: S.O.S. Lambari, 500 Anos De Brasil -305 Anos Sem Zumbi Dos Palmares, A Galinha Carijó, Era Uma Vez, Estrada Sem Fim, Manual da Empregada Doméstica, Felipe, A Gata Malhada, Um Rapaz Chamado Aprígio, O Natal Hoje, O Menino Riacho Itapeva, Nossa Senhora Dos Prazeres, O Manual da Bruxinha Boa ( Coletânea de 8 volumes), Abecedário do Irado Que Joga No Lixo, O Folclore de Piracicaba, Conflito Entre Astros, Engenho Central, Prefeitura, Casa Do Povoador, Evidencias Em Ponto Cruz. Como artista plástica ela revela uma autenticidade preocupada com as coisas de Piracicaba. Carmela encarna a genialidade latente da população. Acometida de uma deficiência visual decorrente da pressão ocular (glaucoma), Carmela como uma guerreira que sempre foi, prossegue em sua luta, realizando primorosos trabalhos de artesanato, pintura e literatura. Sua figura física tem um ar soberano, que pode ter origem nos seus antepassados trazidos á força da África. Carmela Pereira é uma pessoa carismática.
A senhora morou no sítio onde nasceu até que idade?
Quando eu tinha sete anos de idade meu pai faleceu. Houve uma grande confusão com relação á nossa propriedade. Meu pai contava que havia perdido parte das terras em um jogo de carteado denominado 21. Segundo a sua narrativa antes de falecer, a aposta era referente a apenas uma parte da propriedade. Acabamos perdendo tudo.
Como a menina Carmela foi parar no asilo para menores?
Meu pai faleceu, minha mãe contraiu tuberculose e teve que ser tratada em Campinas, sendo que logo que ela voltou para Piracicaba acabou falecendo. O Comendador Morganti foi quem providenciou para que eu na época com sete anos de idade e minha irmã Margarida, com dois anos e pouco, fosse para o Lar Escola Coração de Maria Nossa Mãe, localizado á Rua Boa Morte 1955. Na época chamava-se Asilo de Órfãs Coração de Maria Nossa Mãe. Hoje qualquer criança tem acesso aos veículos de comunicação, nós na época não tínhamos essa facilidade de recebermos informações.
Como era o seu dia vivendo como interna no Lar Escola?
Acordava ás cinco e meia da manhã. Na época existiam 102 meninas internas. Havia um dormitório para as meninas na minha faixa etária, outro para os bebes, e um terceiro onde ficavam as meninas já adolescentes. Mãe Nhana (Mamãe Ana), abria a cortina da clausurinha dela que era composta por uma cama, um criado mudo e uma cadeira. Ficava dentro do grande dormitório. Ela saia já paramentada com seu hábito de freira. Batia por três vezes as palmas da mão. Levantávamos, escovávamos os dentes, arrumávamos a nossa cama, não podia deixar uma rusga na cama. Em seguida íamos á capela, assistíamos á missa, rezávamos até as sete horas da manhã. As missas eram celebradas por Frei Evaristo, Frei Anselmo. Em seguida íamos para o refeitório, onde comíamos um pão, sem nenhum recheio, e uma xícara de café com leite. As freiras davam o que podiam oferecer. Depois íamos para o lazer. Só que lazer não significava ir brincar e sim trabalhar. Umas varriam, outras limpavam os banheiros, separavam roupas. Descascar batatas. Molhar plantas, lavarmos as meias. Isso tudo até as dês e meia da manhã. Nessa hora, uma irmã batia as palmas da mão, como sinal para voltarmos ao refeitório. Comíamos arroz, feijão, polenta. Quando havia mistura (acompanhamento do prato principal), era uma verdurinha, chuchu. Nós sentíamo-nos felizes. Voltamos para o trabalho. Umas iam para a sala de costura, outras para a sala de bordados. Bordávamos muito enxoval de noivas. Ás quatro horas da tarde descíamos, comíamos metade de um pão, sem nada dentro. Depois que comíamos, brincávamos um pouco. Tinha a hora de brincar. Quando encerrava o tempo de brincadeiras, lavávamos os pés, íamos jantar. Normalmente o jantar era constituído de uma sopa, de feijão, de macarrão, de fubá, era sopa do que tinha. Voltávamos á capela onde rezávamos o terço. Rezávamos tudo o que tínhamos direito! Depois íamos dormir.
Aos domingos havia algum tipo de refeição diferente?
Ás vezes havia carne moída com pão. Comíamos retalhos de hóstia. As hóstias eram fabricadas pelas irmãs. (N.J. Este jornalista, como coroinha da Igreja Sagrado Coração de Jesus, por muitas vezes foi buscar hóstias no Lar Escola, era comum a irmã oferecer retalhos de hóstia, que tem um sabor agradável).
Quantas irmãs havia no Lar Escola na época?
Eram doze irmãs: Clara, Luiza, Joana, Escolástica, Maria Bernadete, Madre Gertrudes, Maria da Glória, Mamãe Cecília, Raimunda, as mais temidas, eram as Irmã Maria Ermelinda e Irmã Sofia.
Da Madre Cecília do Coração de Maria, a Mamãe Cecília, o que a senhora pode dizer?
Eu prestei um depoimento para o Vaticano sobre a Mamãe Cecília. Pelas suas realizações espirituais e materiais, a Congregação Irmãs Franciscanas do Coração de Maria em 1992, deu início ao processo de sua canonização. Todas as crianças que conviveram com ela foram procuradas para depor sobre a convivência com Mamãe Cecília no Asilo. Eu disse em meu depoimento, que lá foi o meu lar. Eu não tinha um outro local para ficar. Lembro-me claramente que logo que cheguei ao Asilo eu não conhecia absolutamente nada a respeito das regras de disciplina estabelecidas no local. Eu morava em sítio, na roça. Quando eu entrei no Asilo parecia que tinha uma melancia na goela (garganta). Deram-me uma saia azul marinho. Essa saia tinha um buraquinho. Eu enfiei o dedo naquele buraquinho, que já estava esgarçado. A Irmã Sofia viu e me falou que eu estava rasgando a saia. Eu disse-lhe que a saia já estava assim. Ela então me disse que pelo fato de eu ter enfiado o dedo o buraco ficou maior. Eu disse então que tinha sido um gesto sem a intenção de aumentar o defeito da saia. Ela pediu-me que a acompanhasse. Fomos até a lavanderia, ela deu-me uma agulha, e ordenou que eu costurasse o buraco. Costurei do jeito que eu sabia. Ela disse-me então que não estava bom, mas dava para passar. Disse-me ainda, que eu tinha que fazer o curso de corte e costura. Recebi também 12 bolachas na mão. De palmatória. Até hoje sou alérgica a batida. Fiquei triste. Fiquei sem vontade de comer. Mamãe Cecília mandou me chamar. Ela já era idosa, estava sentada com um cobertor sobre as pernas. Perguntou por que eu não comia. Eu contei-lhe sobre o fato acontecido. Ela disse-me, que sentasse no seu colo. Sentei-me. Então ela quis ver as minhas mãos. Mostrei. Ela perguntou-me porque a Irmã Sofia havia batido em minhas mãos. Eu contei a historia do buraquinho que já existia quando vesti a saia. Ela então argumentou que a causa da repreensão tinha sido o fato de eu aumentar o furo da saia. Eu disse para Madre Cecília: “-Ela (Irmã Sofia) bateu em mim porque ela não é a minha mãe. Minha mãe jamais faria isso”. Mamãe Cecília respondeu: “-Mas eu estou aqui”. Foi um momento muito especial. Esse meu depoimento está no Vaticano.
Como era o uniforme utilizado pelas internas do Asilo?
Nos dias comuns, usávamos as roupas que ganhávamos, o “se me dão”. Não tinha cor á escolher. Era marrom, preto, branco, o que tivesse usávamos. Mas nós tínhamos também quatro “pareio” de uniforme. Tinha um que era xadrez vermelho. Era um vestido com manga comprida. Tinha azul. Outro a saia era azul e a blusa era branca. O de gala era de fustão branco. Meu primeiro serviço foi o de engomadeira do uniforme de gala. O sapato era o correinha. Um sapato preto com uma tirinha. Parecia sapato de boneca. As meias eram brancas e o sapato preto. Nos dias em que não era de gala, o sapato era marrom. Sempre com meias.
O Asilo foi importante na sua vocação cultural?
Tudo que eu sei eu aprendi lá. Era regra o ensino ser ministrado até o quarto ano. A Irmã Maria da Glória, de forma muito discreta dava aulas particulares para mim: geometria, história natural, ela tentou ensinar francês para mim. Aprendi muito com essa grande irmã.
A senhora permaneceu no Asilo até que idade?
Até quase quinze anos de idade. Eu tinha então que dar espaço para outras crianças. Senti que deveria enfrentar um desafio: ter que encarar a vida de frente, praticamente sozinha. Uma das minhas irmãs me levou para São Paulo, fui de trem pela Companhia Paulista. Fiquei abismada por São Paulo. Trabalhei na tecelagem Manufatura de Tecidos Santa Helena. Voltei a ser interna em um colégio para menores em São Paulo, quando faltavam uns seis meses para completar 18 anos, vim para Piracicaba. Trabalhei na casa de Dona Gessy Nogueira Leitão. Eu dormia no emprego. Eu disse á Dona Gessy que ia bordar o enxoval da sua filha Amelinha. Quando completei dezoito anos de idade fui embora para São Paulo. Tinha uma irmã que trabalhava na Rua Frei Caneca, dormi lá. De lá fui para Santos, onde permaneci por quatro anos trabalhando como ajudante de cozinha do extinto Hotel Amapá. Bem no centro de Santos.
O que a senhora achou do mar?
Eu tinha 18 anos de idade. Levantava as cinco horas da manhã, pegava o bonde 32, ia até a praia, tomava um banho de mar voltava correndo, fazia almoço e lavava cem lençóis por dia. Ali permaneci até a idade de 22 anos. Folgava aos domingos das quatro da tarde até as seis horas. Eram duas horas de folga por semana.
Voltei para São Paulo. Passei a trabalhar no Hospital Santa Cruz. Foi quando conheci meu marido. Eu freqüentava o programa do apresentador Manoel da Nóbrega, pai do Carlos Alberto de Nóbrega. Ele tinha o programa “Balança Mas Não Cai”. Ficava na Rua Barão de Itapetininga. Lá comecei a namorar meu marido. Ele era pedreiro. Comprei um lote de terra em Santo Amaro, paguei em dez anos. Fiz uma casa de pau a pique. Tomava o ônibus Santo Amaro a Parque Primavera. A partir daí passei a trabalhar nas melhores casas. Trabalhei na casa do Dr. Ermírio de Moraes, Rodrigues Alves, para os donos do Leite Mococa. Eu era cozinheira dos funcionários que trabalhavam na sua casa. Eram 30 empregados. Ele era muito discreto, mas sempre educado. Cumprimentava a todos de forma amistosa. Uma ocasião eu cozinhei milho verde. Não era para fazer. Um dos seus filhos pediu para que eu cozinhasse milho para ele. Eu disse-lhe que não podia atender um pedido sem ordem da sua mãe. Ele insistiu tanto, que acabei fazendo. O menino devorou a espiga de milho cozido. Dr. Antonio passou e viu. Foi quando perdi meu emprego. Ele disse que as ordens dele eram para serem obedecidas. Meus filhos não podem comer nada fora de hora. Voltei para casa. Trabalhei na casa de Dona Maria Helena Rodrigues Alves, neta do presidente Rodrigues Aves. Na Rua Barão de Itapetininga em São Paulo havia uma agencia chamada Agencia Carusi de Serviços Domésticos. Trabalhei 22 anos através dessa agencia como faxineira profissional. Eu fazia uma faxina de dar gosto. Cheguei a ficar no 22º andar de um prédio, limpando vidro pelo lado de fora. Trabalhei seis anos para os Talans, cinco anos para a família de um químico da empresa Alfa Laval.
Como surgiu a escritora Carmela Pereira?
Eu sempre escrevi. Desde criança. Assim como a pintora também. Eu procurei me especializar em nosso folclore. O primeiro livro editado foi “A Gata Malhada”, voltado para o público infantil. Assim como a “Galinha Carijó”. O “Conflito Entre Os Astros” é um dos livros que eu gosto muito. O “Manual Da Empregada Doméstica” sozinha eu consegui vender 350 exemplares.

domingo, fevereiro 01, 2009

Tinoco continua na estrada com 88 anos de idade

Tinoco continua na estrada com 88 anos de idade.

Mesmo com a ausência de seu companheiro, que faleceu em 1994, Tinoco, da dupla Tonico e Tinoco está completando 74 anos de carreira. Em parceria com seu irmão, Tinoco (José Perez), aos 88 anos de idade, já compôs 1,2 mil músicas e gravou 1,5 mil canções em 220 discos produzidos ao longo da carreira da dupla e em sua carreira solo.A trajetória de sucesso começou quando os dois irmãos ainda eram crianças. Eles conheceram o violeiro Virgílio de Sousa e, junto com ele, a primeira viola que era feita de cravelha de pau. "Afinar esse instrumento era muito difícil, as tarraxas não seguravam as cordas, durante as músicas as notas começavam a ficar diferentes", conta o violeiro Tinoco.O gosto pela música está no sangue da família Perez, a primeira música que os dois cantaram foi Tristeza do jeca, em 1925. Já em 1935, quando os músicos tinham 18 e 15 anos, respectivamente, aconteceu a primeira apresentação profissional em Aparecidinha, interior de São Paulo.A partir daí, a carreira da dupla deslanchou, vieram sucessos como Coração do Brasil, interpretada com Chitãozinho e Chororó e Moreninha linda, a mais conhecida canção de viola da dupla.Aos 88 anos de idade, Tinoco afirma que seu fôlego nos palcos continua melhor do que nunca. "Continuo trabalhando como se estivesse no meu primeiro ano de carreira. Encaro todos os desafios que qualquer artista tem pela frente, inclusive, o de manter a carreira no sucesso após tanto tempo. Comparo o artista como um soldado, se bobiar vai para o chão", avalia o violeiro.Quando perguntado sobre a influência da dupla em várias gerações de brasileiros, Tinoco tem a resposta na hora. "O público hoje tem um amor ainda maior que antigamente. Muitos jovens frequentam meus shows por influência dos pais. Isso para mim é muito gratificante, minhas energias se renovam ao ver a quantidade de pessoas novas cantando Moreninha linda junto comigo durante o show. É um grande amor que sinto pelo meu público", diz o músico. "Deus colocou Tonico e Tinoco para alegrar as pessoas, fico muito emocionado quando paro e para pensar que já fiz isso por 74 anos. Parece que minha carreira começou ontem", diz o músico.





VAGA NA MEDIDA






O ADEUS DO HOTEL JARDINEIRA - PIRACICABA


TRICICLOS by BETIOL










sábado, janeiro 31, 2009

CRIATIVIDADE - CAMEL SHOPPING

Uma emissora de televisão estava entrevistando uma jovem, e perguntou-lhe onde havia adquirido determinada roupa. Ela prontamente respondeu "-Foi no CAMEL SHOPPING".

O reporter pego de surpresa perguntou onde ficava esse tal de CAMEL SHOPPING.

Sem pestanejar ela respondeu: "- Ora, você não sabe que CAMEL SHOPPING é a forma mais chique de dizer CAMELÓDROMO, o lugar onde os camelôs vendem?"

O incrível é que isso foi transmitido em rede nacional!




sexta-feira, janeiro 30, 2009

CONCEITO DE BELEZA

O padrão de beleza evolui com os critérios da própria humanidade. Cada época adota seu modelo. Atualmente, pelas exigências da indústria da moda, as modelos devem apresentar um corpo cada vez mais magro, ingressando no transtorno psicológico da anorexia. Para evitar que adolescentes se entusiasmem com o padrão imposto, tramita pelo Senado Federal um projeto de lei do Senador Gerson Camata (PMDB-ES), que proíbe o desfile e propaganda em anúncios de modelos muito magras. O conceito de magreza terá como base o índice de massa corporal - IMC ideal a 18, mínimo considerado saudável pela Organização Mundial de Saúde. Alguns médicos e estilistas manifestaram-se contrariamente à proposta legislativa e argumentaram que Gisele Bündchen estaria proibida de trabalhar e se apresentar no Brasil, pois seu IMC é um pouco maior do que 17.

Interessante o projeto. Resta saber se isso tudo vai ser combinado com os grandes centros de moda e mídia internacional.

quinta-feira, janeiro 29, 2009

RHUM CREOSOTADO

"Veja ilustre passageiro
O belo tipo faceiro
Que o senhor tem ao seu lado.
E no entretanto acredite
Quase morreu de bronquite,
Salvou-o RHUM CREOSOTADO".

(Propaganda veiculada em muitos bondes, na época um grande meio de comunicação)

As chamadas "celebridades" não podem mais ganhar altos (nem mesmo baixos) cachês com a veiculação de suas imagens ou mesmo voz em publicidades de medicamentos. Essa é umas proibições que a Resolução RDC nº 96/08 da Anvisa impõe

Nesse sentido, o artigo 26, inciso II, da Resolução ANVISA RDC nº 96/08 dispõe o seguinte:

"Artigo 26. – Na propaganda ou publicidade de medicamentos isentos de prescrição é vedado:

III – apresentar nome imagem e/ou voz de pessoa leiga em medicina ou farmácia, cujas características sejam facilmente reconhecidas pelo público em razão de sua celebridade, afirmando ou sugerindo que utiliza o medicamento ou recomendando o seu uso."

6. Para fechar o cerco em torno desse assunto, a Resolução ANVISA RDC nº 96/08 cuidou de antemão, já no parágrafo único do seu artigo 4º, de proibir a "veiculação de imagem e/ou menção de qualquer substância ativa ou marca de medicamentos, de forma não declaradamente publicitária, de maneira direta ou indireta, em espaços editoriais na televisão; contexto cênico de telenovelas; espetáculos teatrais; filmes; mensagens de programas radiofônicos; entre outros tipos de mídia eletrônica ou impressa." Com essa determinação, elimina-se, também, o chamado merchandising, prática de publicidade indireta, muito utilizada na televisão e no cinema.






quarta-feira, janeiro 28, 2009




Celebrações marcam os 75 anos da USP












Sessão Solene do Conselho Universitário homenageia comunidade uspiana

A Sessão Solene do Conselho Universitário, ocorrida na última segunda feira (26/1), no Auditório Simon Bolívar, do Memorial da América Latina, em São Paulo, marcou as comemorações dos 75 anos da USP com várias homenagens. Com a presença da Reitora, Suely Vilela, do Vice-Reitor, Franco Maria Lajolo, dos Pró-Reitores Armando Corbani Ferraz (pós-graduação), Selma Garrido Pimenta (graduação), Mayana Zatz (pesquisa) e Ruy Alberto Corrêa Altafim (cultura e extensão), dos diretores das unidades fundadoras da Universidade, professores, funcionários e alunos, a cerimônia apresentou um saudável caráter de resgate histórico e congraçamento da comunidade uspiana.

O diretor da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - ESALQ (uma das unidades fundadoras da Universidade), Antonio Roque Dechen, saudou, em nome do Magno Conselho Universitário, os ex-Reitores da USP, que foram homenageados com a Medalha Armando de Salles Oliveira (a honraria é oferecida aos que contribuíram com o engrandecimento da Universidade). Dechen traçou um panorama histórico da Instituição, lembrando que a USP teve seu início em um período de grande dificuldade política e social: pós-crise de 1929 e pós-revolução de 1932. “A USP na versão de seus idealizadores seria a espinha dorsal de um projeto de longo prazo que devolveria à unidade da Federação derrotada em 1932 no plano militar, a posição de liderança nacional no plano político. Seria também o instrumento de formação de quadros intelectuais, técnicos e profissionais em condições de liderar a industrialização de uma economia em ascensão”, disse o diretor da ESALQ. Na referência aos ex-Reitores, Antonio Roque Dechen lembrou dos desafios enfrentados ao longo de mais de sete décadas. “Cada Reitoria em seu tempo – sábias mãos professando alvoradas, antecipando e alinhada aos movimentos e demandas sociais, foi contribuindo para a evolução do conhecimento e para o desenvolvimento socioeconômico do país. Imaginar a USP apenas como um centro de excelência em pesquisa e ensino é omitir sua enorme contribuição para a extensão universitária, atendimento à comunidade e sua inserção social nas diferentes áreas do conhecimento e em atividades socioambientais, culturais e artísticas”, afirmou Dechen em seu discurso.

Em seguida, conforme decisão tomada pelo Conselho Universitário em 2 de dezembro de 2008, a Reitora Suely Vilela entregou a medalha Armando de Salles Oliveira aos ex-Reitores: professor WALDYR MUNIZ OLIVA (Mandato: 18.01.1978 a 17.01.1982) – na oportunidade representado pelo professor SÉRGIO MUNIZ OLIVA FILHO; professor ANTONIO HÉLIO GUERRA VIEIRA (Mandato: 18.01.1982 a 17.01.1986) – na oportunidade representado por Eduardo Castejon Guerra Vieira; professor JOSÉ GOLDEMBERG (Mandato: 18.01.1986 a 17.01.1990); professor ROBERTO LEAL LOBO E SILVA FILHO (Mandato: 09.01.1990 a 05.08.1993); professor RUY LAURENTI (Mandato: 05.08.1993 a 25.11.1993); professor FLÁVIO FAVA DE MORAES (Mandato: 18.11.1993 a 25.11.1997); professor JACQUES MARCOVITCH (Mandato: 26.11.1997 a 25.11.2001); professor ADOLPHO JOSÉ MELFI (Mandato: 26.11.2001 a 25.11.2005).

Outro momento marcante na Sessão foram as homenagens feitas aos professores, funcionários e alunos. Estiveram representando cada categoria a professora Berta Lange de Morretes, que cursou História Natural na USP entre 1938/1941, a funcionária aposentada da Faculdade de Direito, Marilena Pinheiro Lobo, o ex-aluno, pós-graduado em 1942 pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, professor Paschoal Ernesto Américo Senise e o ex-aluno da ESALQ da turma de 1936, Fernando Penteado Cardoso. Em seus discursos, revelaram traços da emoção por participarem da história da USP, como o relato da professora Berta Morretes, que lembrou bem humorada das dificuldades de comunicação com os professores europeus na década de 1930. Fernando Penteado Cardoso, que era aluno da ESALQ em 1934, reforçou o sentimento de gratidão e orgulho para com a Universidade.

Durante a Sessão Solene do Conselho Universitário, os Correios fizeram o lançamento do selo e carimbo comemorativos dos 75 anos da Universidade. Na oportunidade, a reitora Suely Vilela fez a primeira obliteração. Logo após, a reitora recebeu, das mãos de Laércio Evangelista dos Santos, funcionário da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, o bastão da USP, objeto de cerca de 1,60m, entalhado em madeira e onde estão postos lado a lado os brasões das unidades fundadoras da USP. Para encerrar, a reitora discursou, lembrando que a USP é fruto da garra paulista, que nasceu após a derrota do Estado na Revolução de 1932 e se transformou em patrimônio científico e cultural do País. “A criação da USP representou um novo paradigma no ensino superior no Brasil e hoje a Universidade consolida seu papel como universidade de classe mundial, contribuindo na formulação de políticas públicas sustentáveis, abordando sempre temas estratégicos, mantendo uma relação direta com a sociedade e preservando seu caráter de pioneira. A USP cultiva pessoas e delas colhe sua grandeza”, frisou a reitora.

Até o dia 1º de fevereiro, o hall de entrada do auditório Simon Bolívar do Memorial da América Latina abrigará a exposição “USP em Obras – A Construção da Cidade Universitária”, que reúne 60 imagens do acervo da universidade que vão de 1952 a 1972. O Memorial está localizado na Rua Auro Soares de Moura Andrade, nº 664, Barra Funda, São Paulo.

Sistema hidráulico substitui câmbio e transmissão de automóveis




Saem câmbio, eixos cardã e outros sistemas de transmissão. Em seu lugar, entram sistemas hidráulicos, que levam a força do motor até as rodas por meio de fluidos sob pressão.

O sistema, batizado de SHH (Series Hydraulic Hybrid), promete uma economia de combustível inalcançável com os sistemas de transmissão dos carros atuais, aliada aos consequentes ganhos ambientais com o menor consumo de petróleo.

O sistema SHH utiliza bombas hidráulicas e tanques de armazenamento hidráulicos para capturar e armazenar energia, de forma similar ao que as baterias fazem em um carro elétrico.

Transmissão inteligente
A empresa Eaton, fabricante do sistema, anunciou que cinco veículos de testes com o novo sistema de transmissão hidráulica serão colocados para rodar no final de 2009 e início de 2010.

Como a maioria dos sistemas incorporados aos veículos mais modernos, o novo sistema de transmissão é do tipo "inteligente," repleto de eletrônica embarcada e de programas de computador especializados em seu funcionamento.

A modelagem do sistema e o desenvolvimento das rotinas de controle do SHH está sendo feito em parceria com a IBM.

Três formas para economizar combustível
A transmissão híbrida hidráulica aumenta a economia de combustível de três formas: um sistema regenerativo captura a energia despendida pelos freios e a acumula nos tanques de pressão para uso posterior; o motor opera de forma mais eficiente, com menor necessidade de variação de rotação; e, além disso, o motor pode ser desligado automaticamente quando o veículo está parado ou quando ele está desacelerando;

Os testes iniciais demonstram um aumento de 50% na eficiência do combustível nos veículos equipados com o sistema de transmissão hidráulica, além de uma redução de um terço na emissão de CO2.

sábado, janeiro 24, 2009

Prof. Dr. Edmar José Kiehl







PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com


Sábado, 24 de janeiro de 2009
A Tribuna Piracicabanahttp://www.tribunatp.com.br/Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:http://www.tribunatp.com.br/http://www.teleresponde.com.br/
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ENTREVISTADO : Prof. Dr. Edmar José Kiehl

Piracicaba tem o grande privilégio de poder contar com pessoas abnegadas, destemidas, e até mesmo ousadas em seus empreendimentos em favor da comunidade. Muitos atuam de forma quase anônima, e infelizmente alguns só recebem o merecido reconhecimento da cidade quando falecem. A ausência mostra o valor do trabalho que estava sendo realizado.
O engenheiro agrônomo, Prof. Dr. Edmar José Kiehl é uma pessoa de hábitos discretos, com um eterno sorriso, próprio dos que vivem de bem com a vida. Seu olhar brilha como o de um menino quando fala do zoológico, da Cidade da Criança. Em seu colo trouxe do Rio de Janeiro até Piracicaba um bebe que mais tarde passou a ser o famoso chipanzé Petrônio. Aclamado por unanimidade foi eleito o primeiro presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba. Mantém uma intensa atividade levando seus conhecimentos científicos adquiridos na Esalq ao longo dos anos. É requisitado para palestras, pareceres técnicos. Um dos seus maiores prazeres é cultivar o habito da dança de salão, atividade que realiza semanalmente com sua esposa. Dr. Edmar é um habilidoso mágico amador, que entre suas muitas aparições, apresentou-se em espetáculos de até duas horas de duração no Teatro Santo Estevam. Recentemente esteve em um hospital infantil, voltado para o tratamento de câncer, na cidade de São Paulo, onde mostrou suas reconhecidas habilidades como mágico.

Por volta de 1740, um jovem prussiano, militar, junto com outros companheiros de ideal, planejou uma revolta contra o poderoso estado militar de Frederico II, que em sua sede de conquistas anexou diversas regiões da Europa ao seu império. Fracassada a insurreição, os revoltosos partiram para destinos incertos. O próprio nome do jovem, Pedro Kiehl, pode ter sido adotado como forma de estratégica, para manter-se no anonimato. Chegando ao Brasil, desconhecendo a língua, fixou residência na Vila de Itu. Impressionado com o número de igrejas, passou a fabricar relógios para as torres das mesmas. A família passou a mandar-lhe da Europa, chapas de bronze, parafusos, eixos, moldes, todo o material necessário, o que fez do jovem um relojoeiro especializado em grandes relógios para igrejas. Casou-se com Maria Umbelina Teixeira, com quem teve quatro filhos. O filho mais jovem, Pedro, estabeleceu-se em Campinas como farmacêutico. Com o advento da febre amarela que grassou na cidade de Campinas, Pedro Kiehl vende sua farmácia e muda-se para São Paulo com sua esposa Henriqueta Morgan Snell, com quem teve oito filhos, entre eles o filho Eduardo. Após os estudos preparatórios, Eduardo entrou para a recém criada escola Politécnica formando-se na primeira turma de engenheiros civis, diplomados pelo estabelecimento em 1899. Se primeiro trabalho foi o de fazer o levantamento topográfico de uma chácara situada no centro da cidade de São Paulo, pertencente aos herdeiros do Brigadeiro Luiz Antonio de Souza, avô de Luiz Vicente de Souza Queiroz. Logo depois ingressou na Secretaria da Agricultura e Obras Públicas do Estado de São Paulo tendo como um dos primeiros encargos realizar o levantamento planialtimétrico da cidade de São Pedro. O jovem engenheiro conheceu na cidade de São Pedro uma moça muito formosa, com quem se casou. Mas ninguém melhor do que seu filho para narrar essa história que parece ser roteiro de filme.
Dr.Edmar José Kiehl, o senhor é piracicabano?
Nasci em Piracicaba, no dia 14 de junho de 1917. Tenho 91 anos de idade. Nasci na Rua Tiradentes, 52, que mais tarde recebeu o número 98. Próximo á Escola Industrial. Essa casa existe até hoje. Meu pai é Eduardo Khiel. Ele construiu para o governo a Escola Sud Mennucci, reformou a escola Barão do Rio Branco, com a planta que veio de São Paulo, foi responsável pela construção da Ponte Nova sobre o Rio Piracicaba. Essa ponte liga a Avenida Barão de Serra Negra á outra margem do Rio Piracicaba. É a ponte Irmãos Rebouças.
Seus pais conheceram-se em São Pedro?
Meu pai e a minha mãe são naturais de Campinas. Meu pai mudou-se para São Paulo e a minha mãe para São Pedro. Meus avós maternos Aurélio Teixeira de Andrade e Baptistina Teixeira de Andrade tiveram os filhos Euclides e Euthália. Foi em São Pedro que meu pai conheceu a minha mãe, Euthália. A minha mãe estudou em uma escola particular que funcionou em regime de internato por um tempo no prédio que havia sido a residência de Estevam Rezende. Por um determinado tempo passou a ser sede da Prefeitura Municipal de Piracicaba. Mais tarde esse prédio foi demolido para dar lugar a um estacionamento que existe até hoje, na Rua São José esquina com a Rua Alferes José Caetano. Meus pais casaram-se em São Pedro, no dia 31 de maio de 1905, ás três horas da madrugada, o único trem que deixava a cidade rumo á capital saia as seis horas da manhã. Encerrrado o casamento eles seguiram em um trole para a Estação Sorocabana. Na estação de Mairinque os passageiros que vinham do ramal de São Pedro tinham que fazer baldeação. Ao chegar a nova composição, um vagão especial trazia o Secretário da Agricultura e Obras Públicas do Estado de São Paulo, Dr. Paulo de Moraes Barros. Vendo seu engenheiro e sua acompanhante na plataforma, sabendo serem recém-casados, convidou-os a viajar no luxuoso carro, de cadeiras giratórias e restaurante servido por um garçom
Entre as habilidades da mãe do senhor, uma delas era ser exímia atiradora?
Minha mãe atirava muito bem. Ela apanhava abacate, laranja, atirando no galho que segurava a fruta. Quando ela e meu pai casaram-se, meu pai a cada viagem que fazia para São Paulo trazia para ela uma caixa com balas. Eram balas de revolver. Quando se casaram, meu pai levou a minha mãe para Santos. Nessa época meu tio Carlos Khiel, que também havia formado-se junto com meu pai na primeira turma da Politécnica de São Paulo, trabalhava no Porto de Santos. Mês pais e meu tio estavam passeando, quando encontraram vários oficiais militares. O grupo passou a conversar. Viram que havia uma garrafa boiando no mar. Vários militares passaram a atirar por diversão, para ver quem conseguia quebrar a garrafa. Nenhum deles conseguiu. Meu tio Carlos disse que a minha mãe Euthália era uma ótima atiradora. Os militares olharam para aquela mocinha de 17 anos, e ficaram duvidando da capacidade de tiro dela. Insistiram muito para que ela realizasse o que eles não estavam conseguindo fazer. Foi emprestado á ela um revolver para realizar o desafio. Ao fazer a pontaria, perceberam pela sua expressão, postura, que ela acertaria o alvo. Foi o que aconteceu, no primeiro tiro ela quebrou a garrafa.
O pai do senhor viajava muito inspecionando obras?
Ele fiscalizava, orientava, obras de muitas cidades da região. Ele passava de segunda a sexta feira viajando. Quase não parava. Ele fazia plantas. Minha mãe disse-lhe que fizesse á lápis que ela copiaria em nanquim. Ela foi aprendendo. Ele passou a orientar o que queria e ela passou a fazer também á lápis. Ele corrigia. Ele tinha que fazer memorial descritivo, ela passou a ajudá-lo. No fim ela passou a fazer memorial, planta, tudo enfim. Durantea semana aparecia alguém de alguma cidade, perguntando pelo Dr. Khiel, minha dizia que ele estava viajando. O construtor dizia que tinha alguma duvida, minha mãe perguntava qual era a dúvida, olhava a planta, resolvia o problema. Com isso era comum chegarem pessoas que perguntavam se a Dona Euthália estava.
Quantos filhos os pais do senhor tiveram?
Tiveram cinco filhos: Helena, Jorge, Maria Dulce, Eduardo e eu Edmar. É interessante a origem do meu nome Edmar. Havia na escola de agronomia de Piracicaba um estudante chamado Edmar Kühn. O carteiro levava as cartas em casa. Meu pai devolvia a carta para o correio, dizendo que seu nome era Eduardo e a carta era para Edmar. Nessa época minha mãe estava grávida esperando um filho. Ela dizia em tom de brincadeira, que era o Edmar que ia chegar. Quando nasci ela colocou o nome de Edmar. Quando foi realizar o batismo, o padre perguntou qual era o nome da criança. Ao falarem que era Edmar, ele disse em tom enérgico que Edmar não era nome de santo, tinha que por nome de santo. Acabaram colocando Edmar José, por um dia não acabei me chamando Edmar Antonio, que era o nome do santo do dia seguinte.
O senhor estudou em que escolas em Piracicaba?
Comecei o primário no Grupo Moraes Barros, depois fui estudar na então Escola Normal, hoje Sud Mennucci, que foi construída pelo meu pai. Na época o governo criou o colégio universitário. Para entrar na Escola Luiz de Queiroz tinha que fazer o colégio universitário.
Fazia-se um vestibular para entrar no colégio universitário e depois se fazia um vestibular para entrar na escola de agronomia. Eu entrei na Esalq em 1936 e saí em 1941. Em 1956 morei um ano nos Estados Unidos.
O senhor fez a opção de trabalhar em que área da agronomia?
Fui trabalhar no Instituto Agronômico de Campinas. Eles precisavam de um agrônomo. Trabalhei por dois anos lá. Depois eu saí e fui trabalhar em uma fazenda de propriedade da industria de camas Patente, o dono era o Luiz Lício. Ele comprou uma fazenda, derrubava a mata para a serraria que ele possuía em São Paulo. As molas da cama eram no estrado. Com o aparecimento do colchão de molas a fabrica de camas Patente foi fechada.
O senhor acabou voltando para Piracicaba?
O Professor Tuffi Coury me convidou para preencher uma vaga na cadeira de química agrícola na Esalq. Aceitei. Entrei em 1947 e aposentei-me em março de 1980. Eu estava em uma cadeira que fazia estudos de adubos e adubações. Quando entrei lá me disseram que havia professores dedicados cada um em uma área: nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre e cálcio. Para mim restou estudar adubo orgânico. Era uma coisa que ninguém queria. Estava uma febre de adubo mineral. Adubo orgânico é o aproveitamento de resíduos vegetais e animais. Eu me empolguei. O húmus é o produto que colocado no solo melhora todas as qualidades físicas, químicas, biológicas do solo. Nenhum produto químico faz essas três coisas.Só faz uma delas. Trabalhei 16 anos com a Enterpa, 8 anos com a Vega Sopave que coletavam o lixo de São Paulo. Tenho quatro livros escritos sobre adubação orgânica.
O problema do nordeste brasileiro é de adubação de solo?
O nordeste tem um solo aparentemente pobre, só que tem sais minerais.Ele não tem é água. Em primeiro lugar deve ser fornecida água, em segundo a matéria orgânica. Os sais minerais já existem naquela região.
O senhor gosta de realizar atividades inovadoras, como foi a história do Petrônio?
Fiquei sabendo que havia uma mulher no Rio de Janeiro que queria doar um chipanzé. Telefonei, acertei com ela, a prefeitura cedeu um veículo, e eu fui busca-lo. Era pequenininho, veio no meu colo. Fomos em uma Kombi, eu pensei que era um animal maior. Ele permaneceu em casa por algum tempo depois foi para o zoológico. Eu era diretor do zoológico. Eu era professor da Esalq e membro do Lions Club Centro, só tinha esse naquela ocasião. A saída da estrada de Rio Claro não era como é hoje. Dava uma volta.
Quando fizeram a estrada reta, ficou uma meia lua de terreno que embora pertencesse á Esalq a estrada havia separado. Para a escola era uma área sem interesse. Era areão, observe a grafia da palavra. Muitos a escrevem de forma errônea, areião. Pensei em fazer um zoológico, falei com o pessoal do Lions. O zoológico foi construído pelo Lions e pelo Rotary.
Um animal em cativeiro pode ter uma qualidade de vida inferior ao animal em seu habitat?
Já foi feita uma experiência com um leão. Através de recursos eletrônicos um leão em seu habitat foi monitorado em todos os seus detalhes de comportamento. O mesmo procedimento foi feito com um leão em cativeiro. O leão que vivia na selva estava estressado, havia a necessidade de alimentar-se, ele passa ás vezes uma semana sem alimentar-se. Quando consegue alimentar-se, acaba comendo em excesso. O leão em um zoológico tem regularidade na alimentação. Os estudos mostram que o fato de estar enjaulado não o deixa estressado.
E a Cidade da Criança?
Convenci o Prefeito Cássio Paschoal Padovani a ir até a Cidade da Criança em São Bernardo do Campo. Fomos juntos, foi a primeira vez em que andei de automóvel Galaxie.Ele gostou da idéia e perguntou-me se eu poderia construir algo naqueles moldes. Eu disse que podia fazer sim. Dei o nome de Paraíso da Criança. Ficava na outra metade de espaço livre, que não era ocupado pelo zoológico. Tive um amigo, João Domingos Salmazi, era aposentado da Sorocabana, que era um homem muito habilidoso. Levei-o para trabalhar para mim. Dr. Losso Neto me forneceu uma série de fotografias de brinquedos próprios de um parque infantil. Uma dessas fotos era a de um leão de boca aberta, que funcionava como bebedouro. O Salmazi construiu uma réplica perfeita.Esse bebedouro está lá até hoje.Também trouxemos um avião desativado, o Salmazi fez as poltronas, revestiu internamente, um cinegrafista fez um vôo pela cidade, filmou, e nós projetávamos em uma tela dentro do avião. A sensação era a estar voando sobre Piracicaba. Tivemos também um bonde desativado. Ficava em uma área isolada do acesso livre, porém com perfeitas condições de ser visto, admirado.









Otilia das Graças de Castro Graciani e Armando Graciani

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
A Tribuna Piracicabana
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Entrevista: Publicada no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
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Entrevistados: Otilia das Graças de Castro Graciani e Armando Graciani.

Muitos habitantes de Piracicaba ainda guardam a nítida imagem de um período bastante recente, em que parecia que todos se conheciam. Era muito comum ficar um pouco embaraçado para dizer o nome de determinada pessoa de nossa convivência, nós a conhecíamos apenas pelo apelido. Há uns trinta e poucos anos quem morava em algum dos poucos edifícios da cidade, quando necessitava dizer á alguém onde morava, bastava dizer: "- Moro no prédio tal.". Até mesmo alguns prédios tinham além do nome oficial um apelido consagrado pelo povo. Talvez um dos apelidos mais famosos na cidade era de uma edificação conhecida como "Gaiola de Ouro". Pelo luxo do prédio, onde só moravam pessoas de posse e também porque os habitantes da cidade, acostumados com a liberdade das casas com quintais imensos, tinham resistência em morar em um local menor, na visão de alguns vistos como uma gaiola. A mão de obra disponível para os serviços domésticos era abundante e eficiente. O tempo passou, e em razão de novas variáveis Piracicaba tornou-se um autentico "paliteiro" quando vista do alto. Hoje temos um grande número de edifícios. O crescimento urbano, a grande velocidade das informações, a enorme oferta de bens de consumo, a facilidade de deslocamento para qualquer parte do país, fizeram com que certas características próprias de cada cidade aos poucos fossem sendo esquecidas. Os carteiros eram pessoas muito queridas pela comunidade. Muitas vezes traziam correspondências aguardadas com ansiedade. Entregavam revistas, periódicos. Encomendas, algumas até volumosas.
Uma época em que não existia e-mail, e sim telegramas. Hoje trazemos as lembranças de um casal que enriquece a nossa memória recente. Otilia das Graças de Castro Graciani nasceu em um de setembro de 1951 e Armando Graciani é nascido em 21 de agosto de 1947.
Otilia, como se chamavam os seus pais?
Meu pai chamava-se Júlio de Castro, conhecido como "Júlio Carteiro", e minha mãe Matilde Braga de Castro. Tiveram onze filhos. O mais velho era o famoso locutor, apresentador e cantor Julio Galvão de Castro, mais conhecido como Júlio Galvão. Em seguida nasceu a Romilda, a Heloisa, a Branquinha, que faleceu muito novinha. Em seguida nasceu outro filho, o José Sebastião de Castro, muito conhecido como Braga, que hoje já não reside em Piracicaba. Nasceram outros filhos: a Branca Therezinha, em seguida eu nasci, depois vieram a Fátima, a Lídia, Matilde e o Antonio.
Seu pai, o Seu Júlio Carteiro, começou a trabalhar no correio com quantos anos de idade?
Aos vinte e poucos anos de idade. Foi logo depois que ele casou-se. Minha mãe morava em Brotas, conheceram-se lá mesmo, Torrinha e Brotas são cidades próximas. Meu avô Joaquim de Castro e minha avó Branca Florin de Castro residiam em Torrinha onde trabalhavam na lavoura. Meu pai arrumou serviço no correio lá em Torrinha. Ele foi transferido para o correio de Piracicaba, que na época funcionava na Rua Alferes José Caetano esquina com a Rua Treze de Maio, onde hoje existe a Pizza do Bira. Ele permaneceu trabalhando no correio por quase quarenta anos. Na época os carteiros usavam uma farda cáqui, um quepe parecido com os usados pelos oficiais de forças militares.
Ele usava algum tipo de veículo para entregar as cartas?
Eram entregues a pé mesmo. Existia o Seu Galucci, outro carteiro, que utilizava uma bicicleta para a entrega da correspondência. Papai entregava correspondência na área central da cidade. Até hoje muitas pessoas lembram-se dele com carinho. Algumas pessoas até hoje perguntam se sou filha do Seu Júlio. Meu pai além de fazer a distribuição de correspondências, publicações, pacotes, enviados pelo correio, passou a trabalhar na entrega dos jornais Diário de São Paulo e Folha de São Paulo. O distribuidor era o senhor Acary Mendes Junior. Meu pai levantava por volta das três horas da manhã e até quase ás oito horas ele entregava os jornais. Vinha para casa, trocava-se e ia trabalhar no correio, onde permanecia até quatro ou cinco horas da tarde.
Qual foi o primeiro local de residência dos seus pais em Piracicaba?
Foi na Rua Moraes Barros, quase esquina com a Rua do Porto. Além da nossa casa havia o bar que era cuidado pela família. Chamava-se Bar do Seu Joaquim, meu avô. Foi lá na Rua do Porto que eu nasci. Depois mudamos para a Rua Tiradentes, onde mantivemos o bar com o mesmo nome. Em seguida fomos morar em frente á Igreja Bom Jesus, e meu avô e a minha avó continuando a tomar conta do bar. Depois voltamos para a Rua Tiradentes, em seguida mudamos para a Rua Benjamin Constant, onde havia o Cine Colonial, entre as Ruas Treze de Maio e Prudente de Moraes. Em seguida mudamos para a Rua José Pinto de Almeida, em frente ao Grupo Escolar Prudente de Moraes. Meu avô então comprou a casa da Rua do Rosário, 2375, em frente ao Seu Crócomo, da loja "Caldeirão de Ouro". Ao lado morava uma senhora de origem italiana, Dona Lucrecia, que tinha um fusca azul.
Otília, você realizou seus estudos onde?
Estudei no Grupo Moraes Barros, no Grupo Escolar Prudente de Moraes e já morando na Paulista passei a estudar na unidade do SESI que estava instalada no Colégio Assunção. Depois de casada fiz o Curso Técnico de Cabeleireiros, a escola ficava na Rua XV de Novembro a diretora era a Malu.
Armando, você nasceu em que bairro?
Nasci na Vila Rezende, na Rua Lourenço Ducatti. Sou filho de Guerino Graciani e Ida Fuzatto Graciani. Meu pai teve bar por muitos anos, próximo ao jardim em frente á Igreja Imaculada Conceição. Ficava quase encostado ao muro do Atlético. Era o famoso Bar do Tanaka, isso porque o apelido do meu pai era Tanaka. Não deve ser confundido com o outro Bar do Tanaka que ficava aqui no centro e pertencia a um senhor de origem oriental. Estudei no Grupo Escolar José Romão.
Em que cidade você prestou o serviço militar?
Fui escolhido para servir em Brasília, isso foi de junho de 1966 a junho de 1967. Veio um ônibus fretado que nos levou até Brasília. O próprio Exército que providenciou.
O que você achou de Brasília quando chegou lá?
Achei uma cidade muito bonita. Bem organizada. Na época eu servi na PE, Polícia do Exército. Tínhamos que servir como exemplo aos outros soldados. A farda tinha que estar impecável, com a calça vincada. Usávamos como arma fuzil e metralhadora. O meio de locomoção mais comum que utilizei foi o famoso Jeep militar. Foi uma época danada. Fazíamos a guarda dos ministérios, Palácio do Planalto. Havia o BGP, Batalhão da Guarda Presidencial, que fazia a guarda do palácio presidencial. O forte da PE era o policiamento. Na época o local mais freqüentado de Brasília era a Avenida W-3, era onde as pessoas circulavam, freqüentavam bares, restaurantes. Ali nós fazíamos a ronda. Se pegássemos um soldado alterado, com uniforme desalinhado, sem compostura, ele era convidado a nos acompanhar até o local onde permanecia detido em conseqüência da falta de disciplina cometida.
Otília, você tem um irmão que foi muito famoso em Piracicaba?
Tenho. O Júlio Galvão. Ele trabalhava no telegrafo do correio, quando o correio funcionava ainda na Rua Alferes. Ele foi locutor de rádio, tendo trabalhado nas rádios de Piracicaba. Ainda bem jovem, ele e dois amigos, formavam o Trio Itujuval. Era formado pelo Julio, pelo Toninho Bicanca, e pelo Valter. Chegaram a gravar um disco. Infelizmente o trio acabou com o falecimento precoce do Toninho em um acidente de automóvel. O Julio continuou a trabalhar na rádio transmitindo jogos, trabalhando no correio, aonde chegou a ocupar o cargo de Chefe do Correio. Aposentou-se. Ele foi acometido de complicações em decorrência de diabetes e veio a falecer.
Seu pai ficava ouvindo o filho transmitindo os jogos de futebol?
Ouvia sim. Quando ele chegava à nossa casa, meu pai comentava: "Hoje estava muito bom." Meu pai era Sãopaulino roxo e o Júlio era Palmeirense roxo. Dava uma "briga" boa. Eles só combinavam quando o XV jogava. Os dois torciam pelo XV.
Otília você chegou a usar o bonde como meio de transporte?
Puxa! Quanto andei de bonde. Ia trabalhar de bonde. Meu marido, na época em que namorávamos, vinha da Vila Rezende até a Paulista, de bonde.
Otília você trabalhou em uma padaria?
Trabalhei na Padaria Jacareí. Isso foi em 1964 a 1965. Trabalhei atendendo aos clientes no balcão. Entrava ás seis horas da manhã, saia em torno de meio dia, voltava ás seis horas da tarde e saía ás nove horas da noite. Trabalhei lá uns dois anos. O proprietário era o Seu Lázaro Sanches, a esposa dele era a Dona Joana. Eles tinham duas filhas, a Dona Therezinha casada com Seu Osvado, e a Dona Josefina casada com o Seu Adão.
Havia a entrega de pães naquela época?
Havia os padeiros que faziam a entrega dos pães. Naquela época eram entregues com carrinho puxado por cavalo. A carroceria do carrinho era fechada. Lembro-me nitidamente de um senhor que entregava pão. Ele tinha os cabelos brancos, usava bigode, tinha um carrinho vermelho e puxado por um cavalo branco.
O pão que eles mais vendiam quais eram?
Era a bengala, filão, pão-doce. Eleis iam buscar os pães na madrugada. Depois do almoço voltavam para pegar pães novamente. Saiam vendendo pelas ruas, sítios próximos.
Na Rua Alferes José Caetano havia a Padaria São João?
Tinha sim. Era do pai da Sueli Rossi, o Seu João Rossi. Ela era uma grande amiga minha. Nunca mais tive notícias dela.
Mais acima havia a família Cerignhoni?
Moravam na esquina da Avenida Dr. Paulo de Moraes com Rua Alferes José Caetano, onde hoje é o Pasteletto. Em frente havia um armazém do Seu Roque Signoretti. Na Esquina da Rua do Rosário com a Avenida Dr. Paulo de Moraes havia o Posto Cantagalo, que incluía também um restaurante. Foi arrendado pelo seu proprietário para uma família do sul. O gerente do posto era o jovem José Inácio Mugão Sleimann, que depois participou ativamente da política piracicabana.
Da padaria Jacareí você foi trabalhar onde?
Na Casa Espéria. Ficava na Rua Governador Pedro de Toledo entre as Ruas XV de Novembro e a Rua Rangel Pestana. O dono era o Seu José. Trabalhei lá por seis anos. Saí quando me casei. Era uma loja especializada em roupas para nenê, e armarinhos. Meu irmão Braga já trabalhava lá como vendedor quando fui contratada. Minha irmã Fátima também trabalhava lá. Havia freguês de todo tipo, Naquele tempo não era comum pagar em cheque, cartão de crédito nem existia. Era tudo pago no dinheiro. Era muito freqüentada por mulheres grávidas que iam comprar roupinha de nenê. Eu entrava no serviço ás oito horas da manhã e saía ás seis horas da tarde. Parava para almoçar as onze horas e voltava ao meio dia e meia. Vinha almoçar em casa todo dia. Naquele tempo nem se falava em marmitex.
Em que ano vocês casaram-se?
Casamos na Igreja Sagrado Coração de Jesus, a Igreja dos Frades, em 17 de junho de 1972.
Armando, nessa época você trabalhava em que profissão?
Trabalhava como soldador na empresa de Antonio Velo. Era uma empresa de montagem de destilaria de álcool e usina de açúcar. Temos um casal de filhos a Amanda e o Juliano. Já temos duas netas.
Otilia você chegou a viajar de trem?
Viajei sim. Quando meu pai entrava de férias pelo correio, nós íamos visitar a minha avó materna que morava em Brotas. Íamos de ônibus até Rio Claro e lá tomávamos o trem para Brotas. Quando meu pai tinha algum assunto para resolver em São Paulo ele tomava o trem ali na Estação da Paulista. Nós íamos despedirmo-nos dele na plataforma.
Seu pai ganhava presentes de pessoas satisfeitas com o trabalho dele?
Ganhava. Vinho, panetone, doce, dinheiro.
O seu irmão Braga foi proprietário de Dauphine?
Tinha. Naquela época carro era artigo de luxo.
Dos programas de televisão da época você lembra-se de alguns que a família assistia?
Assistíamos ao programa do Silvio Santos, novelas como Redenção, Pupilas do Senhor Reitor, O Direito de Nascer. Programas da época como Família Trapo, Luta Livre, Chacrinha, Zorro, Roy Rogers.
Naquele tempo as 10 horas da noite o namorado tinha que deixar a namorada em casa?
Nove horas da noite já tinha que ir para casa. E quando saia com o namorado tinha que levar uma irmã ou um irmão junto. Era a famosa "vela". Dizia-se que o acompanhante "carregava vela". Havia mais romantismo.

domingo, dezembro 21, 2008

Marco Antonio Cavalari

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
A Tribuna Piracicabana
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Entrevista: Publicada no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:

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Entrevistado: Marco Antonio Cavallari






O olhar de um artista plástico é diferenciado, ele tem uma percepção própria e única. Cada artista tem sua personalidade expressa em sua obra, como uma impressão digital. Jamais dois artistas trabalhando um mesmo tema, realizarão obras exatamente iguais. Ambas são meritórias. Marco Antonio Cavallari nasceu no bairro Vila Rezende, em Piracicaba, no dia 29 de outubro de 1948. Filho de Agenor Rosário Cavallari e Rita Bertolazzo Cavallari. Têm inúmeras obras espalhadas pela América Latina, EUA e vários países da Europa. Sés trabalhos abrangem as áreas: Anatomia Humana, Arte Arquitetônica, Arte Decorativa e Utilitária. Desenho, Escultura, Máscara Facial, Maquetes, Miniaturas, Monumentos, Pintura, Réplicas e Formas, Reconstituição Craniométrica, Restauração, Simbologia Maçônica, Troféus, Comendas e Medalhas. Autor da obra "Aprenda a Desenhar, Desenhando”, com 14 Estágios Modalidades de Desenho e 48 meses de duração como Curso. Autor do livro "Desenho Artístico para Crianças de 7 aos 10 anos", com 15 Estágios Modalidades de Desenho, para crianças na faixa etária dos 7 aos 10 anos e com 28 meses de duração como Curso. Autor do "Tratado de Cerâmica Artística Rústica", com 10 capítulos e com 18 meses de duração como Curso. Autor do livro-documento sob título "Trabalho de Reconstituição Craniométrica do Padre Marcelino José Bento Champagnat". Autor do filme-documento sob título "Trabalho de Reconstituição Craniométrica do Padre Marcelino J. B. Champagnat". 2002 - PEQUENA MEDALHA DE OURO, pelo desenho a lápis-de-cor sob título; "ORVALHO", no III Salão Nacional de Artes Plásticas do Centro Universitário Adventista de São Paulo - Campus 2 - Engenheiro Coelho - SP. 2001 - MEDALHA DE BRONZE, pelo desenho a giz-pastel-oleoso, sob título: "LÁGRIMAS DE MARIA" , no III Salão de Arte da ALIE, promovido pela Associação Limeirense de Educação - Limeira -SP. 2001 - MEDALHA DE OURO, pela escultura em bronze "EXEMPLO DE AMOR", no III Salão de Arte da ALIE, promovido pela Associação Limeirense de Educação - Limeira - SP. 2001 - GRANDE MEDALHA DE PRATA, pelo desenho a grafite sob título "NONA", no II Salão Nacional Adventista de Artes Plásticas promovido pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo Campus 2 - Engenheiro Coelho - SP. 2000 - MEDALHA DE OURO, pela escultura "ORAÇÃO", no II Salão de Arte da ALIE - (Associação Limeirense de Educação) em Limeira - SP. 2000 - GRANDE MEDALHA DE OURO, pela escultura "BANHISTA", na Mostra Almeida Júnior - X Salão de Artes Plásticas da Associação Piracicabana dos Artistas Plásticos (APAP). 1997 - PEQUENA MEDALHA DE BRONZE, pelo Desenho a grafite "NONA", na Mostra 97 - Almeida Júnior: IX Salão de Artes Plásticas da Associação Piracicabana dos Artistas Plásticos (APAP).1997 - PEQUENA MEDALHA DE OURO, pela escultura "A MORTE DO GLADIADOR", na mostra 97 - Almeida Júnior: IX Salão de Artes Plásticas da Associação Piracicabana dos Artistas Plásticos (APAP).1995 - GRANDE MEDALHA DE PRATA, pela escultura "UM GRANDE CAMPEÃO", na mostra 95 - Almeida Júnior: VII Salão de Artes Plásticas da Associação Piracicabana dos Artistas Plásticos (APAP). 1994 - "OUR CONCOURS", no I Salão Regional de Artes Plásticas de Tatuí, com o conjunto de esculturas "DOIS CORAÇÕES" e "O PEDREIRO". 1993 - "OUR CONCOURS", no XXXI Salão Ararense de Artes Plásticas, com a escultura em bronze, "ELA E O VENTO". 1993 - GRANDE MEDALHA DE BRONZE, pelo conjunto de esculturas: "POR UMA QUESTÃO DE HONRA" e a "FUGA", na Mostra 93 - Almeida Júnior: V Salão de Artes Plásticas da Associação Piracicabana dos Artistas Plásticos (APAP). 1992 - MEDALHA DE BRONZE, pelo conjunto de esculturas: "DAMA DOS GATOS" e "DOIS CORAÇÕES", no X Salão de Artes Plásticas de Araraquara. 1991 - PEQUENA MEDALHA DE BRONZE, pela escultura "DESCANSO DO BÓIA-FRIA", na Mostra 91 - Almeida Júnior III Salão de Artes Plásticas da Associação Piracicabana dos Artistas Plásticas (APAP). 1985 - 2º PRÊMIO EM DINHEIRO, pela escultura "MÃE-DE-LEITE", no XXXIII Salão de Belas Artes de Piracicaba. 1984 - MEDALHA DE BRONZE, pela escultura "O PEDREIRO", no II Salão de Artes Plásticas de Rio Claro. 1984 - MEDALHA DE BRONZE, pelo conjunto de esculturas "A METAMORFOSE DE ADÃO", "MEMÓRIAS" e "FÚRIA SELVAGEM", no XI Salão Limeirense de Arte Contemporânea. 1983 - PRÊMIO "TORQUE", pelo conjunto de esculturas "DAMA DOS GATOS" e "DOIS CORAÇÕES", no XI Salão Ararense de Artes Plásticas. 1983 - 2º PRÊMIO EM DINHEIRO, pela escultura "BRUNO, O BISCOITEIRO", no XXXI Salão de Belas Artes de Piracicaba. 1983 - MEDALHA DE OURO, pela escultura "DAMA DOS GATOS", no VI Salão de Artes Plásticas de Itu. 1983 - MEDALHA DE BRONZE, pela escultura "CACHIMBANDO", no I Salão de Artes Plásticas de Rio Claro. 1982 - PRÊMIO DE AQUISIÇÃO - PREFEITURA MUNICIPAL, pela escultura "GRILHÕES", no XXX Salão de belas Artes de Piracicaba.1982 - PRÊMIO "USINA SÃO JOÃO", pela escultura "SERESTEIROS", no IX Salão Ararense de Artes Plásticas. 1981 - MEDALHA DE PRATA, pela escultura "O PEDREIRO", no XXIX Salão de Belas Artes de Piracicaba. 1981 - MEDALHA DE OURO, pela escultura "O PEDREIRO", no VII Salão Ararense de Artes Plásticas. 1980 - 2º PRÊMIO EM DINHEIRO, pela escultura "DOIS CORAÇÕES", no XXVIII Salão de belas Artes de Piracicaba. 1980 - GRANDE MEDALHA DE OURO, pela escultura "O PEDREIRO", no V Salão Oficial de Belas Artes de Matão. 1980 - GRANDE MEDALHA DE PRATA, pela escultura "LAVANDO A CARA", no V Salão Ararense de Artes Plásticas. 1980 - MEDALHA DE BRONZE, pelo conjunto de esculturas "DAMA DOS GATOS", "MIGUÉ, O TOCADOR DE LATINHAS", e "CACHIMBANDO", no VIII Salão Limeirense de Arte Contemporânea. 1979 - MEDALHA DE PRATA, pela escultura "DESCANSO DO BÓIA-FRIA", no VII Salão Limeirense de Arte Contemporânea. 1979 - MEDALHA DE PRATA, pela escultura "DESCANSO DO BÓIA-FRIA", no III Salão Ararense de Artes Plásticas. 1979 - MEDALHA DE BRONZE, pela escultura "FARRAPO DE GENTE", no I Salão Nacional de Artes Plásticas de Leme. 1978 - MEDALHA DE BRONZE, pela escultura "POR UMA QUESTÃO DE HONRA", no I Salão Ararense de Artes Plásticas. 1977 - MENÇÃO HONROSA, pela escultura "FARRAPO DE GENTE", no V Salão Limeirense de Arte Contemporânea. 1973 - MEDALHA DE BRONZE, pela escultura "A FUGA", no XXI Salão de Belas Artes de Piracicaba.

Qual era a profissão dos seus pais?
Ele era ajustador mecânico do Engenho Central, e minha mãe costureira. Meu avô Hugo Cavallari imigrou da Itália junto com um amigo, o Grande Oficial Mário Dedini. O Mário Dedini chegou a convidar o meu avô para juntos montarem uma oficina, meu avô achou aquilo uma loucura, o momento era para plantar café. O resultado nós conhecemos: o Mário Dedini progrediu de forma vertiginosa e o meu avô teve o desgosto de ver o café dando-lhe um tremendo prejuízo, fato comum á todos os cafeicultores da época. Mesmo assim meu avô teve uma boa qualidade de vida, na época como funcionário qualificado do engenho tinha uma série de benefícios. O fato de falar fluentemente italiano e francês ajudava muito.
O senhor é casado?
Sou casado com Marilda dos Santos Cavallari sou pai de dois filhos, Marco Antonio Cavallari Júnior e Mariana Gabriela Cavallari.

O curso primário o senhor realizou em que escola?
Estudei no Grupo Escolar José Romão, na Escola Estadual Jerônimo Gallo. Aos 10 anos de idade comecei a trabalhar em uma oficina de funilaria, propriedade do Neno e do Elpídio Rossin, ficava bem próxima de casa. Lavava peças, parafusava e desparafusava algumas partes. Sindo de lá fui trabalhar em uma oficina de torno, propriedade de Duílio Borghese, ficava atrás da Escola Industrial. Permaneci lá por uns dois anos. Trabalhava com torno. Naquele tempo o patrão fazia o papel do instrutor. Considero um grande erro a proibição de hoje as crianças não poderem trabalhar. É uma lei absurda essa em vigência. O que não se pode é explorar o trabalho de uma criança. Tem que ser dada a oportunidade para que a criança estude e fazer com que ela trabalhe. Só assim teremos grandes homens. Digo isso por tudo que passei minha família sempre foi pobre, e batalhamos muito para progredir. Cheguei a vender sucata de ferro, então chamada de ferro-velho, para poder comprar um presentinho a ser dado no Dia das Mães. Criava coelho, vendia rato branco para a Esalq usar em suas experiências de laboratório. Onde hoje é o Hospital dos Plantadores de Cana havia uma argila espetacular, era cinzenta. Fiz uma carriola, de madeira, com roda de borracha, trazia a argila de lá e fazia as minhas pequenas esculturas. Fazia as “minhocas”. Com o rolo de macarrão fazia as placas, cortava, construía as peças e vendia. Aprendi também a fabricar vassouras. E sou fundidor de ferro. Sei fazer vassoura de piaçava, fazia quarenta dúzias por dia, isso na Fabrica de Vassouras Marabá que ficava na Vila Boyes.
O pai do senhor tinha uma veia artística?
O Pedro Alexandrino freqüentava muito a minha casa. Aprendi a tocar violão com o meu pai. Cheguei a ir até a televisão, no então Canal 4, TV Tupi. Era o programa “Gaiola de Ouro”, de Alfredo Borba. Fomos, eu, minha irmã e o Misael de Oliveira do Super Som 7. Cantei a música Perfídia, a letra de Trini Lopez. Meu pai era desenhista, cantor,.poeta e trabalhava com argila também. Só que na época o artista plástico não era valorizado. Ele trabalhou como ilustrador de quadros anatômicos para o Grupo Escolar José Romão e para a Escola Baronesa de Rezende. As aulas eram dadas com folders, papéis que mostravam como era o sistema digestivo, circulatório, respiratório. Na época não havia á venda esses quadros. Hoje é muito comum serem impressos em gráficas. Naquele tempo tinha que existir um artista para fazer esse trabalho. Eu ficava fascinado com o trabalho do meu pai. O colorido que ele dava para cada detalhe.
Em que ano o senhor foi estudar na Escola Panamericana de Arte em São Paulo?
Foi em 1964. Ia a pé até a rodoviária de Piracicaba, pegava o primeiro ônibus para São Paulo, ficava o dia todo lá e chegava de volta em Piracicaba ás nove horas da noite. Isso era feito dois dias por semana. A escola ficava na Avenida Angélica. Tive como professores o Ziraldo, Manoel Vitor Filho, Walter Forster, Danilo Di Pretti. O curso durou quatro anos. Fiz também em Piracicaba a Escola Megatec, com os professores Danilo Sancinetti e Chico Gobbo. Passei a executar os trabalhos que o meu pai fazia: os desenhos anatômicos, geográficos, para o Grupo Escolar José Romão e para a Escola Baronesa de Rezende. Um dia a irmã Clara, perguntou se eu conseguiria ilustrar umas paredes com temas infantis. Pintei. Nesse meio tempo Dona Hilda Gobbo viu o meu trabalho e me convidou para realizar pinturas onde era o Centro de Reabilitação, hoje funciona o prédio do Senac, próximo ao correio. Pintei dois quadros de 6 por 3 metros com os temas A Dama e o Vagabundo e A Branca de Neve e os Sete Anões. Acabei sendo contratado para dar aulas no Centro de Reabilitação, onde permaneci por sete anos lecionando. Tinha 64 alunos sob a minha tutela. Formei com alguns alunos a Turma de Produção Especial em Cerâmica, a Tupec. Eles tinham um uniforme próprio, sentiam-se valorizados. Faziam e vendiam seus próprios trabalhos.
Em seguida o senhor foi trabalhar na Coopersucar?
Eu já estava casado. Iniciei trabalhando no departamento de segurança da Coopersucar. Eu tinha que ilustrar todo o material a ser divulgado em 78 usinas de açúcar. Era sobre primeiros socorros, prevenção de acidentes, proteção contra incêndios. Não havia nada a respeito dos assuntos. Fiz vários cursos sobre segurança. Produzia todo material didático visual para os supervisores darem aulas. Fui inovador e pioneiro em transparências colorizadas com caneta de transparências, mas com características usadas em quadro a óleo. Misturava as cores e conseguia obter cores secundárias, terciárias, com álcool etílico. Até réplicas de canas cheguei a fazer. Esculpia a caninha, pintava na cor e depois ela era enclausurada em acrílico. Fizemos cana de gesso. Doze dessas amostras de variedades que a Coopersucar havia desenvolvido foram dadas ao Presidente João Baptista Figueiredo como presente. Permaneci por 14 anos na Coopersucar. Eu entrava no centro do canavial, ia pegar as canas no meio do canavial, para usar como modelo e reproduzi-las em pinturas e maquetes. As canas da periferia do canavial sofrem a influencia do sol e mudam de cor. Eu trazia as canas protegidas, embrulhadas em um pano, entrava na minha câmara escura, com a luz dirigida apenas para o meu desenho. No final de uma das minhas obras, retrato detalhes de cada tipo de cana em bico de pena.
O senhor é perfeccionista?
Sou. Tem um provérbio que diz que quando o artista atinge o seu apogeu, ele está morto. Ele tem que parar ou assumir a abstração, sob o risco de revelar a sua decadência ou mediocridade. Picasso fez isso e foi muito bem sucedido.
Depois da saída do senhor da Coopersucar qual foi a sua próxima atividade?
Montei um estúdio e passei a trabalhar como artista autônomo. Trabalhei para empresas de publicidade, fiz muitos modelos de estojos para óculos. Até para a Bolívia eu trabalhei. Sou formado em desenho publicitário pelo Senac.
O senhor tem uma noção de quantas obras já foram realizações suas?
Tenho muita coisa registrada, mas já perdi a conta. Bustos mesmo eu acordei para registrá-los há pouco tempo. Devo ter mais de 500 bustos espalhados pelo Brasil. Inclusive um pequeno que foi entregue ao Rei Gustavo da Suécia.
O senhor tem um trabalho realizado para uma instituição religiosa?
O fundador do Instituto dos Irmãos Maristas, Marcelino Champagnat, nasceu na França, era um sacerdote da igreja católica, e após ter realizado dois milagres, que foram confirmados, ele foi beatificado. Em 1999 ele iria ser canonizado pelo Vaticano. Porém não existiam fotografias dele. O Vaticano pediu que fosse providenciada a melhor imagem possível dele. Só existia uma pintura feita por um amigo seu. Outra pintura dele foi feita quando ele já estava morto. Vestiram o cadáver com sua batina, e o pintor muito rapidamente o retratou. Os maristas da Província de São Paulo conheciam o Badan Palhares, que tinha sido o coordenador do trabalho feito com o Josef Mengele. O Dr. Badan entrou em contato comigo e passamos a trabalhar juntamente com o legista Dr. Nelson Massini. Ficamos 230 dias nessa reconstituição. Fiz a réplica de uma cópia do crânio de Marcelino Champagnat que mandaram da cidade francesa de Saint Chamond para cá. Recebi visita até da CNN após ter concluído o trabalho.
Era realmente do Mengele o corpo encontrado em Bertioga?
Era ele sim. Foi inclusive feito o exame de DNA dele na Inglaterra. Ele possuía uma fistula (N.J. um sinal clínico) e foi essa fístula que confirmou sua identidade também. O meu nome saiu como escultor no laudo oficial da polícia brasileira, alemã, israelense e americana.
Qual é o processo desenvolvido para dar as formas do rosto, a cor de pele?
Isso é feito posteriormente. No crânio humano, existem os pontos craniométricos. Eles limitam em milímetros aquilo que existia antes de tecido, glândulas, músculos, gordura. Isso permite resgatar o ser humano e a raça a qual pertence. Isso não implica em definir quais eram as características fisionômicas. Essas características são adquiridas através de fotografias. Ou através de informação oral.
Quanto tempo o senhor levou para fazer o trabalho com o crânio do Mengele?
Uns dois meses. Foi rápido.
Foi um trabalho que teve grande repercussão internacional?
Saiu em todas as revistas da Europa. Ele era um componente do primeiro escalão nazista.
Com esse trabalho o senhor escreveu o seu nome na história?
Acredito que sim. Tem um provérbio de Marco Cavallari que diz: “O acaso gera muito mais satisfações do que o propósito”.
Em que ano o senhor trabalhou na reconstituição de Mengele?
Foi em 1986. O de Champagnat foi em 1998.
De onde saí tanta criatividade?
Do alto.

segunda-feira, dezembro 15, 2008

Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorro quente.
Ele não tinha rádio, não tinha televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia o melhor cachorro quente da região.
Ele se preocupava com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava e gostava. As vendas foram aumentando e, cada vez mais ele comprava o melhor pão e a melhor salsicha. Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender a grande quantidade de fregueses. E o negócio prosperava e prosperava . . . Seu cachorro quente era o melhor! Vencedor, ele conseguiu pagar uma boa escola ao filho.

O menino cresceu, e foi estudar Economia numa das melhores Faculdades do país. Finalmente, o filho já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vida de sempre, vendendo, agradando e prosperando e teve uma séria conversa com o pai :
- Pai, então você não ouve radio? Você não vê televisão? Não acessa a Internet e não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso País é crítica. Está tudo ruim. O Brasil vai quebrar.
Depois de ouvir as considerações do filho Doutor, o pai pensou: Bem, se meu filho que estudou Economia na melhor Faculdade, lê jornais, vê televisão e internet, e acha isto, então só pode estar com a razão! Com medo da crise, o pai procurou um Fornecedor de pão mais barato ( e é claro, pior ). Começou a comprar salsichas mais barata ( que era, também, a pior ). Para economizar, parou de fazer cartazes de propaganda na estrada. Abatido pela noticia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta. Tomadas essas 'providências', as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo e chegaram a níveis insuportáveis e o negócio de cachorro quente do velho, que antes gerava recursos até para fazer o filho estudar Economia na melhor Faculdade... quebrou. O pai, triste, então falou para o filho: - 'Você estava certo, meu filho, nós estamos no meio de uma grande crise. 'e comentou com os amigos, orgulhoso: - 'Bendita a hora em que eu fiz meu filho estudar economia, ele me avisou da crise ...' Aprendemos uma grande lição : Vivemos em um mundo contaminado de más noticias e se não tomarmos o devido cuidado, essas más noticias nos influenciarão a ponto de roubar a prosperidade de nossas vidas.
O texto original foi publicado em 24 de fevereiro de 1958 em um anúncio da Quaker State Metais Co. Em novembro de 1990 foi divulgado pela agência ELLCE, de São Paulo.
(by Moni).



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