sábado, julho 11, 2009

SERINGUEIRAS PLANTADAS EM 1954 - NA REGIÃO CENTRAL DE PIRACICABA






















LAURINDO BERTINATTO



PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS

JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista

joaonassif@gmail.com
Sábado 11 de julho de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana

As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/



ENTREVISTADO : LAURINDO BERTINATTO


Quem passa pela Rua Luiz de Queiroz admira as colossais árvores que dominam com sua imensidão o espaço da praça ali existente, popularmente conhecida como Praça da Boyes. Sentado em um banco, embaixo das seringueiras, Laurindo Bertinatto distrai-se com a movimentação da rua. Homem e natureza completam-se. Naquela rua ele nasceu, trabalhou, conheceu sua esposa, constituiu a sua família. As suas raízes e as da seringueira estão naquele pedaço de chão. Bem próximo, existe uma construção do século XIX, uma das realizações de Luiz Vicente de Souza Queiroz, conhecida como “Solar”, ou “Palacete Luiz de Queiroz”, hospedou figuras ilustres que passaram pela cidade, entre tantos, Joseph Rudyard Kipling escritor britânico, nascido em Bombaim, na Índia, Prêmio Nobel de Literatura. Próximas ao Salto do Rio Piracicaba, tanto a fábrica como a residência foram vendidas á Companhia Boyes, passando a casa ser conhecida como “Palacete Boyes”. O Rio Piracicaba, a chamada Casa do Povoador, o Palacete, a Fábrica Boyes, o antigo parque infantil que cedeu espaço para a construção do Hotel Municipal, a Chácara Lara Campos, do falecido Conde Rodolpho de Lara Campos, onde hoje está o Clube de Campo de Piracicaba, o Engenho Central, com suas locomotivas próprias, projetadas pelo genial João Botene, o trem da Sorocabana, o bonde da Vila Rezende, é nesse cenário que Laurindo nasceu, cresceu e desfruta a vida com muito boa disposição. Nascido em 22 de agosto de 1930.
O senhor é piracicabano?
Sou piracicabano da gema, filho de Carlos Bertinatto e Ema Oian Bertinatto. Nasci em uma casa situada próxima á Ponte do Mirante, a denominação popular para a Ponte Irmãos Rebouças. Meu pai tinha um barzinho na esquina da Rua Saldanha Marinho com a Rua Luiz de Queiroz, o prédio existe até hoje, havia um jardim com um parque na época, parte da área foi utilizada para a construção do Hotel Municipal. O produto que era mais comercializado no barzinho era peixe frito, os pescadores pescavam no Rio Piracicaba, forneciam ao meu pai, que os vendia. Eu tinha cinco a seis irmãs, elas ajudavam na cozinha. A casa e o bar era de propriedade do Sr. Marino Mantoni, pai do Mário Mantoni.
Quantos filhos seus pais tiveram?
Nove filhos. Eu sou o penúltimo dos nove filhos.
Na época em que o senhor era criança a Rua Luiz de Queiroz era terra nua?
Era sim, na época passava boiada por aqui, iam para o matadouro. Eu tinha uns treze anos de idade, tínhamos que fechar as portas do bar, senão corria o risco do boi entrar. Quando “estourava” a boiada, os bois iam para todos os lados. Na Fábrica Boyes não havia alambrado, era comum cair boi no córrego da Boyes. Os boiadeiros laçavam e davam um jeito de puxar o boi para fora da água.
Não existia a Avenida Renato Wagner?
O leito carroçável continuava depois da ponte, no sentido bairro-centro. Existia uma casa de fabricar farinha, era de propriedade de um senhor de sobrenome Eiras.
O parquinho infantil ficava onde?
No local ocupado pelo hotel, tinha brinquedos como balança, gira-gira. O jardim era grande, ia da Rua Luiz de Queiroz até a Rua Tiradentes, quando moleque eu ia caçar passarinho lá. Era uma vegetação fechada.
O Rio Piracicaba tinha muito peixe?
Tinha os peixes: dourado, mandi, corimbatá, lambari, cascudo, era uma beleza o rio. Na época onde hoje é o mirante havia só uma casinha, onde ficava um senhor tomando conta. De lá se avistava o rio e via os peixes nadando, brilhando no sol. Vi muito pescador pegar peixes grandes, até dourado de 18 quilos.
O senhor pescava?
Ás vezes ia pescar, gostava de pescar mandi Eu nasci na beira do rio, mas não aprendi a nadar. Via a criançada nadar, alguns tiravam as roupas deixavam na beira do rio, algum outro moleque escondia a roupa deles! Isso eu cheguei a ver. Não havia a Avenida Beira-Rio. O terreno que fazia parte do Palacete Boyes ia até a beira do Rio Piracicaba. Depois foi desapropriada a parte onde fizeram a Avenida Beira Rio.
O senhor estudou em que escola?
Estudei no Grupo Moraes Barros. Lembro-me de um professor chamado Perpétuo. Tive aula com a Professora Odila Lopes Fagundes, esposa do Sr. Virgilio Fagundes, proprietário de uma fábrica de cordas.
Qual é o nome da sua esposa?
Vilma Gaiad Bertinatto, ela é tia do jornalista e radialista Carlos Eduardo Gaiad.
Na Rua Luiz de Queiroz, existiam casas de funcionários da Boyes?
Existia sim. Onde hoje há um terreno vazio havia uma casa na esquina e duas casas ao lado. Eram casas dos mestres. Lembro-me do Sr. Domingos Oss, Oswaldo Novaes que era motorista da companhia, bem na esquina havia um senhor que morava na parte superior e embaixo havia um salão grande, o José Renzi, mais conhecido como Tico Renzi, tinha ali o seu gabinetinho de dentista.
O senhor é católico?
Sou. Fiz a minha primeira comunhão quando tinha treze anos de idade aqui na Igreja Nossa Senhora Aparecida. Essa igreja é bem antiga.
Com que idade o senhor começou a trabalhar?
Eu ajudava o meu pai a partir dos meus dez anos de idade. Lavava os copos, servia os clientes. Por volta de 1937 meu pai adquiriu o imóvel onde montamos outro bar. Eu acredito que antigamente deve ter sido um imóvel só, que por ser muito grande foi desmembrado. A nossa família toda veio morar aqui.
O senhor chegou a trabalhar na Boyes?
Com dezesseis anos de idade comecei a trabalhar na Boyes, onde permaneci por uns dois anos. Trabalhava na preparação de fios para colocar nos caixões. Havia o horário das 5 horas da manhã até as 13 horas e 30 minutos, outra turma entrava ás 13 horas e 30 minutos e saía ás 10 horas da noite. O horário era alternado semanalmente. Havia uma terceira turma das 10 horas da noite até as 5 horas da manhã. A fábrica funcionava dia e noite, só parava aos domingos. Fabricava tecido de algodão, e muita sacaria para açúcar, ela que fornecia os sacos para açúcar para o Engenho Central. Não vencia produzir. Na época diziam que era o melhor produto do mercado, chegou a ter quase 2.000 funcionários. Para almoçar eu só atravessava o jardim e vinha comer em casa. Naquele tempo nem jardim existia, eram pés de maravilha, eles tinham dois metros de altura, faziam o carreador e saiam no bosque, às pessoas chamavam de bosque a mata que havia atrás do Palacete Boyes, havia uma passagem da Rua Luiz de Queiroz para a beira do Rio Piracicaba. Essas seringueiras que hoje estão enormes, eu vi plantar. Reformaram tudo, eu vi plantarem o jardim inteiro, isso foi no ano de 1954. Essas seringueiras têm 55 anos. Na Rua do Porto havia pouca coisa, era mais o pessoal que tirava areia do Rio Piracicaba. Com um batelão tiravam areia do rio e colocavam á margem do rio, era usada em construções. Já existia o Largo do Pescador, e também o bar que fica na esquina. Onde hoje é a Arapuca do Hélio, ficava a olaria do Pecorari. Tinha mais para frente uma olaria que fazia telhas, cheguei a comprar telhas deles.
O senhor saiu da Boyes e veio trabalhar no bar?
O meu pai ficou doente, meu cunhado assumiu o bar, eu vim para ajudá-lo. Na época fazíamos sorvetes de massa e de palito. Sorvete de massa havia o corinto, era leite com açúcar e uva passa. Fazíamos sorvete de ameixa, milho verde, morango tudo natural. De palito havia o de groselha, coco queimado, limão, coco.
Trabalhei na Companhia de Força e Luz um ano, ficava no prédio que existe até hoje, ao lado da catedral. Eu trabalhava como leiturista, entregava avisos.
Aonde o senhor ia passear?
Nessa época eu era moço, ia passear na Praça José Bonifácio, quadrar o jardim.
Foi lá que o senhor conheceu sua esposa?
Ela trabalhava na Boyes também. Ela vinha com as amigas para tomar sorvete. E foi assim que a conheci. Casamos em 1954, casamos na catedral. Em 1953 eu comprei o bar do meu cunhado, permaneci até 1983, são 30 anos!
Onde fica a famosa Rua do Sabão?
É a rua logo abaixo, a Antonio Correa Barbosa, ela sai do escritório da Boyes até a prefeitura. Mesmo com calçada em tempo de chuva as pessoas escorregavam nela, porque ela tinha inclinação acentuada. Pelo menos é o que falavam.
Quem abastecia o comércio do senhor com pães?
Era a Padaria Brasileira, que ficava na Rua Alferes José Caetano, 701, de propriedade do Sr. José Yeda. Comprava bolachas da Júpiter, que ficava ao lado da igreja Bom Jesus. Tinha outra fábrica de bolachas, a Cacique. Doces eu comprava do Martini. Balas eu adquiria do Nechar, da Atlante. Vendia muita lingüiça do Airton Mondini. Eu ia buscar lingüiça na Saldanha Marinho, logo após onde existiu o Posto Oásis. A casa bonita da esquina pertencia ao Ulisses Rodrigues, ele era dono de um ferro-velho.
O senhor além de bebidas quentes, refrigerantes, vendia muita cerveja?
Barbaridade como vendia! Naquele tempo praticamente só existia meu bar por aqui. No Natal e no Ano Novo vendia 50 dúzias de cerveja. Deixava no freezer, geladeira, em tambor com gelo. Ia até o Jorge Maluf que tinha uma fábrica de gelo em frente ao Cine Broadway, na Rua São José, comprava barras de gelo, quebrava bem quebradinha, colocava um pano em cima, no outro dia estava mais gelada do que na geladeira.
O senhor chegou a conhecer o Terêncio Galesi?
Meu pai foi funcionário dele. O Terêncio Galesi tinha um depósito de açúcar, naquele mesmo local, na Rua Prudente de Moraes, onde hoje funciona o HSBC. Meu pai era bem jovem quando começou a trabalhar lá, e permaneceu por bastante tempo.
O senhor conheceu o Conde Rodolpho de Lara Campos?
Conheci! Nós íamos com o meu pai buscar laranja, a chácara começava aqui na Ponte do Mirante e ia até no Asilo (Lar dos Velhinhos). Abrangia onde está onde hoje é o Clube de Campo. Já existia um caminho na direção onde hoje é a Avenida Torquato Leitão. Do lado direito de quem sobe a avenida, era a Chácara do Basaglia. Nós também íamos buscar muita laranja lá. Onde tinha o Estádio Roberto Gomes Pedrosa era a chácara do Pedro Ricco.
O senhor é quinzista?
E como sou! Eu não saia de lá! Joguei bastante futebol. O nome do meu bar era Estrela Dalva, e o nome do clube que eu jogava era também Estrela Dalva. Nós mandávamos os jogos no campo da Vila Boyes. Eu jogava como centro-avante, o Hermes era goleiro, Nelson Renzi irmão do Tico Renzi, jogava de beque central, Marino Dal Pogetto, Hélio Spolidório, centro-médio, o Rubens Costa, médio-esquerdo.
Qual era a cor do uniforme?
A camisa era branca com uma Estrela Dalva no peito, e o calção era azul. Chuteira era daquelas bem simples, mas tinha.
Quem lavava o uniforme do time?
Minha irmã! Acabava o jogo, enfiava no saco e trazia o uniforme do time inteiro. Não tinha máquina de lavar, era no tanque mesmo. Passava, guardava e no dia de jogo levava.
O time pagava alguma coisa para os jogadores?
O jogador pagava para jogar. O Campo da Vila Boyes ficava ao lado do Clube de Campo, no começo da Rua Dona Eugênia. Depois foi loteado.
Como era a Vila Boyes?
Era tudo mato. A Boyes mandou fazer 108 casas, quem construiu foram os pedreiros da Boyes. Na época os operários da empresa foram morar lá, e pelo que eu sei não pagavam nada pela moradia. Era um orgulho pertencer á Boyes.
O senhor chegou a freqüentar o Teatro Santo Estevão?
Fui, gostava muito das companhias de comédia, assisti Procópio Ferreira, cantores como Carlos Galhardo, Orlando Silva, Nelson Gonçalves.
Conheceu o médico Dr. Samuel Neves?
Conheci, era um homem muito bom, não cobrava nada dos pobres. Conheci Dr. Cera, Dr. João José Correa. A Santa Casa ficava na Rua José Pinto de Almeida.
Conheceu Nhô Lica?
Conheci, eu trabalhava na Força e Luz, ele vinha com um saco cheio de pedras e jogava em cima do balcão. Ele queria vender as pedras, imaginava que eram diamantes, pedras preciosas.
O senhor ia para Rio das Pedras de trem?
Quando eu me casei, a minha sogra Dona Cristina Gaiad mudou-se para Rio das Pedras, eu ia visitá-la de trem, isso aos domingos, a locomotiva era a Maria Fumaça.
Algumas pessoas conhecidas na cidade visitavam o Bar Estrela Dalva?
O Comendador Humberto D`Abronzo, o Salgot, Bento Dias Gonzaga, Francisco Antonio Coelho.
O senhor jogou em Jundiaí?
Nós combinamos um jogo, e foi o time todo de trem pela Companhia Paulista, para jogar futebol em Jundiaí. O Alan Perches do Nascimento era o presidente do nosso clube.
Quem eram os maiores times adversários do Estrela Dalva?
O Jaraguá Futebol Clube, o MAF. O nome MAF são as iniciais do presidente do time, Manoel Ambrosio Filho, que cheguei a conhecer.



quinta-feira, julho 09, 2009

Nomes mais comuns na terra do Rio Grande do Sul (RS)
Esta pesquisa foi realizada em 1988, com a permissão da Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (PROCERGS), em que o autor (Luis Roque Klering) atuava como analista de sistemas, tendo acesso a grandes bancos de dados. Foi realizada em horas vagas, do autor e do equipamento de grande porte utilizado (envolvendo, na época, cerca de 200 horas de processamento de dados). O estudo utilizou como recurso a técnica da "pesquisa fonética*", e foi apresentado no I Seminário Nacional de Informática nas Ciências Sociais, patrocinado pela IBM, realizado na cidade de Recife-PE, entre os dias 7 e 9 de dezembro de 1988.
Na época, ocorreu grande interesse pela pesquisa, em nível regional e nacional. Mesmo transcorridos 12 anos desde sua realização, os dados permanecem bastante interessantes, atuais e úteis, que permitem conhecer um pouco melhor esta terra gaúcha; a recuperação dos resultados permite reavivar (ou rememorar) respostas para uma questão sempre candente, nas rodas de conversas (e de chimarrão): quais são os nomes mais comuns das pessoas do Rio Grande (do Sul)?
No transcorrer da sua história, uma sociedade vai registrando seu legado de cultura em obras físicas, como monumentos e edificações; em padrões de comportamento (no lar, nos espaços públicos, e nas organizações privadas e públicas); em linguagens, mitos, ritos; assim como em crenças (valores) e pressupostos mais consolidados e profundos, tidos como certos para cada época e lugar.
O costume de atribuir nomes a nascidos em famílias carrega, ou vem carregado, com vestígios desta herança ou cultura de um povo, numa época e lugar. Os nomes carregam influências sociais, culturais, religiosas e outras, dos próprios artífices da história.
Para estimar os nomes mais comuns existentes em 1988 no Estado do Rio Grande do Sul, a pesquisa utilizou uma amostra de 951.645 pessoas (10,72% da população total), fazendo ajustes, entre a amostra e a população, nos parâmetros de sexo e idade.
Dentre os sobrenomes de origem alemã, os mais comuns são: Schmidt, Becker, Wagner, Müller, Schneider, Weber, Klein, Scherer, Hoffmann, Rech, Schmitz, Kuhn, Mallmann, Diehl, Ritter, Bohn, Ruschel, Stein, Simon, Braun, Ludwig, Hoff, Jung, Finkler e Sperb.
Dentre os sobrenomes de origem italiana, os mais comuns são: Rossi, Ferrari, Medina, Basso, Piccolli, Zanella, Farina, Molina, Zanetti, Rossatto, Bolzan, Favero, Campello, Grazziottin, Carli.
O nome completo mais comum no RS é "João Carlos dos Santos", estimando-se existirem cerca de 242 pessoas com esse nome.
A atribuição de nomes, no decorrer do tempo, ocorre na forma de ondas; por exemplo, os nomes de família (Maria, Antônio, José e outros) eram muito usados em meados da década de 50 (do século passado), a reboque de movimentos religiosos comuns na época. O nome "Luiz" teve seu período áureo no início da década de 60, quando os movimentos relacionados à juventude estavam "na onda". Nomes de apóstolos (Lucas, Marcos, Mateus e outros) foram muito usados nas décadas de 70 e 80, a reboque do caráter mais evangelizador da Igreja Católica. Na década de 80, começaram a ser utilizados para mulheres nomes que eram de homens, como Bruna, Fernanda, Paula, Luiza e outros, acompanhando a idéia de maior autonomia e capacidade das mulheres.
Alguns nomes tiveram prestígio e queda bastante rápidos, como Everaldo no final da década de 60; Ieda, em meados da década de 60; Jocasta, no final da década de 80. O nome Roberto Carlos foi muito usado na década de 60 (curva ou onda maior), tendo depois outras recorrências (curvas ou ondas menores) de utilização.

MMDC ou MMDCA?


O dia 23 de maio é lembrado pela morte de quatro jovens paulistas -

Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno Miragaia,Dráusio Marcondes de Souza e Antonio Américo de Camargo Andrade - em choque com a polícia numa manifestação no centro de São Paulo, no ano de 1932. Os jovens protestavam contra o governo instalado em 30.
As iniciais dos nomes dos quatro estudantes - MMDC - passaram a ser o símbolo da luta de São Paulo por uma Constituição. O movimento que teve início com a morte dos quatro estudantes eclodiu finalmente no dia 9 de julho (leia mais no final da matéria) numa rebelião armada que passou para a História com o nome de Revolução Constitucionalista de 32.
No mesmo evento, que causou a morte dos quatro estudantes, um outro jovem, Orlando Alvarenga, também foi baleado, mas faleceu meses depois, ficando fora da sigla MMDC. Segundo textos históricos, ele faleceu exatamente dois dias após o então governador Pedro de Toledo ter assinado um decreto oficializando a sigla MMDC como símbolo da Revolução Constitucionalista de 32.
De lá para cá, a sigla sempre provocou discussões em torno da inclusão ou não da letra
"A", representando o estudante Alvarenga. Em 2002, por meio do Decreto nº 46.718, o governo do Estado de SP criou o Colar "Cruz do Alvarenga e dos Heróis Anônimos" para homenagear o estudante e outros heróis.

Carreira: Escuta esta história



Nascida entre editorias policiais, muitos jornalistas da década de 1970 e 1980 iniciaram a carreira na rádio-escuta. Hoje, apesar de não ser mais tão tradicional e de não representar o primeiro contato da maioria dos jornalistas com a redação, o rádio-escuta evoluiu, não perdeu seu valor e representa uma verdadeira central de informações e pautas. Veja a seguir algumas histórias curiosas recolhidas por esses profissionais.
Wiliam Thomazzi Salasar foi rádio-escuta da a Central Informativa Associada, agência de notícias dos Diários Associados no início de sua carreira na década de 1970. Foi a primeira vez que Salasar botou os pés em uma redação. Hoje, é superintendente de comunicação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Em sua época como rádio-escuta, as principais notícias eram relacionadas a crimes, assaltos e outros temas da editoria policial. Em meio a tantos acontecimentos, um foi marcante para Salasar: "Uma realmente marcante foi o incêndio do Andraus em 1972. O primeiro grande incêndio em São Paulo. Os repórteres mandando a lista das pessoas mortas do IML e parentes dessas pessoas ligavam pra gente em busca de notícias. Eu tinha acabado de receber uma lista de mais vítimas confirmadas e assim que desliguei o telefone tocou de novo e a mulher perguntou de um nome que estava na minha frente. Eu não consegui responder e a pessoa começou a chorar, eu fiquei desnorteado, desliguei o telefone e não consegui voltar a trabalhar na hora. Isso foi muito marcante."
Ermelinda Rita está no Sistema Globo de Rádio há 23 anos. Entrou na emissora como estagiária em 1986. Hoje, é repórter da CBN e apesar de toda experiência profissional, nunca abandou a função de apuradora. Ermelinda conta que a função é muito interessante e chegam as mais diversas denúncias e solicitação de informações ao departamento. "Pedem muita informação para trabalho de escola, resolução de palavras cruzadas, tem de tudo." Veja a seguir duas histórias inusitadas que Ermelinda testemunhou em sua função de apuradora. "Teve um caso de uma senhora que esteve na caixa econômica federal que foi retirar a aposentadoria. Uma pessoa foi ajudá-la, mas era na verdade um ladrão que pegou todo o dinheiro da aposentada. O genro dela era ouvinte da rádio e ligou contando essa história. Descobrimos que a pessoa que a ajudou era amiga de um funcionário e a pessoa foi identificada e o dinheiro da senhora reavido. A senhora faz bem-casados e me mandou um monte como forma de agradecer. Teve também uma senhora que deu queixa do sequestro de um jabuti, o Kaká, que estava na família há 80 anos. Ela espalhou fotos do Kaká nos postes de luz do bairro e parece que o responsável pelo 'crime' foi um pedreiro que trabalhou na casa dela e teve divergências em relação ao pagamento. Recebemos uma denúncia de um morador dizendo que ouviu um homem negociando a venda de um jabuti. Até hoje o Kaká não apareceu."
José Armando Vanucci entrou na Jovem Pan como rádio-escuta há 19 anos. Atualmente é chefe de produção da rádio e acredita que todo jornalista deveria começar sua carreira na função. "A rádio-escuta é onde você pode mostrar seu talento", defende. Para exemplificar tal afirmação, Vanucci conta uma história de uma rádio-escuta que o marcou. "Houve um assalto no Rio de Janeiro com refém, eles entraram em uma agência bancária e renderam todo mundo que estava lá. A [funcionária na] rádio-escuta ouviu qual era a agência, conseguiu o telefone de lá e ligou. Todo mundo falou que ela era louca. O bandido atendeu e deu uma entrevista pra rádio. Colocamos o governador do Rio no ar também e foi super bacana."
"Não raro, a estátua virtual, a verdadeira estátua, está feita, restando apenas ao artista o trabalho material de um molde."
Euclides da Cunha
RONDON LEVA ESTUDANTES DA ESALQ À PARAÍSO DO SUL

Estudantes da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ) dos cursos de Engenharia Agronômica (EA), Engenharia Florestal (EF), Ciências Econômicas (CE), Ciências dos Alimentos (CA), Ciências Biológicas (CB) e Gestão Ambiental (GA), que concluirão a graduação ainda este ano, participarão do Projeto Rondon - Operação Nordeste-Sul, no período de 10 a 26 de julho. Para esse programa, o grupo selecionado planejou um conjunto de atividades que visam ao crescimento socioeconômico de Paraíso do Sul (RS), município com cerca de 7.500 habitantes.

A missão desses alunos, que serão coordenados pelo professor Arquimedes Lavorenti, do departamento de Ciências Exatas (LCE) da ESALQ, será a de desenvolver ações básicas em tecnologia e produção, comunicação, meio ambiente e trabalho, após levantamento das necessidades da população. Para isso, o grupo contará com o apoio do prefeito municipal de Paraíso do Sul, bem como de lideranças locais.

A equipe da ESALQ é composta pelos alunos Alex Augusto Abreu Bovo (CB), Gabriela Maria Geerdink (EA), Lucas Milani Rodrigues (GA), Luiz Felipe de Castro Galizia (EF), Mayra Fernanda Silveira (CA) e Sabrina Marucci Rodrigues (CE), que a fim de afinarem bem o conjunto de idéias e propostas que levarão, reúnem-se semanalmente para desempenharem um bom papel diante daquela comunidade. Na verdade, já estão previstas reuniões com os Rotary Clubes de Paraíso do Sul e de mais três cidades vizinhas, além de palestras, oficinas e atividades de campo envolvendo escolas de ensino médio e fundamental.

Professor Lavorenti lembra que irão seis alunos de diferentes áreas para desempenharem as ações necessárias. “Nas reuniões que realizamos aqui, tentamos discutir como vamos abordar cada uma dessas quatro principais ações de trabalho propostas. Desde o início disse a eles que o sucesso depende de todos, porque todos irão para atingir um mesmo objetivo e eles estão bastante animados”.

O professor ressalta ainda que essa participação dos alunos é como se fosse um desfecho de um curso de graduação. “Eles irão enfrentar um problema na realidade, ficarão expostos e lá não terá caderno ou livro para consultar, apenas o conhecimento que eles adquiriram durante todo o ensino superior. Aqueles que estiverem melhor preparados vão se sair bem, porque tudo isso será um grande aprendizado. Não é uma questão de ter maior ou menor nota e sim de passar por uma experiência, cujo significado os alunos carregarão pela vida inteira”.

Finalizando a entrevista Lavorenti confessa estar muito animado. “Para mim também é uma experiência nova e acredito que será ótimo, pois estarei realizando um sonho, o sonho de participar do Projeto Rondon. Na minha época de estudante não fui selecionado e depois de muitos anos, com certeza, me sentirei feliz pela oportunidade”.

O Projeto
Criado em 11 de julho de 1967, sob coordenação do Ministério da Defesa e colaboração da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação – MEC, o Rondon, projeto de integração social, envolve atividades voluntárias de universitários e busca aproximar esses estudantes da realidade do País, além de contribuir, também, para o desenvolvimento de comunidades carentes. Desde sua criação, já realizou várias atividades de cidadania, bem-estar, desenvolvimento local, sustentável e de gestão pública. Saiba mais sobre o projeto em www.defesa.gov.br/projeto_rondon .

Paraíso do Sul
Município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul. Localiza-se a uma latitude 29º40'07" sul e a uma longitude 53º08'56" oeste, estando a uma altitude de 108 metros. Possui uma área de 342,68 km². O início de sua colonização ocorreu por volta de 1857, com a chegada dos primeiros imigrantes alemães. Além dos alemães vieram, a partir de 1880, os primeiros italianos. Em 1940, Paraíso recebia o nome de Marupiara, que voltou a ser Paraíso do Sul em 1959, quando foram criados os distritos de Rincão da Porta e Vila Paraíso. Em 24 de abril de 1988, o resultado de um plebiscito mostrou a imensa vontade da população em emancipar o município. Dessa forma, em 12 de maio de 1988, foi criado o município de Paraíso do Sul, que uniu as duas localidades: Rincão da Porta e Vila Paraíso. A economia local é baseada, principalmente, na agricultura de diversos produtos, destacando-se o cultivo do arroz e do fumo.





Mensagens de agradecimento assinadas pelo ex-deputado Fernando Ribas Carli Filho foram espalhadas por vários outdoors em Guarapuava, nesta quarta-feira.

A frase diz: "Agradeço a Deus pela vida e todos os que estão orando por mim".

Em sua primeira entrevista à imprensa, Carli Filho disse estar em um momento de reflexão, tentando descobrir qual a sua missão no mundo após ter sobrevivido a um choque a mais de 190 quilômetros por hora, segundo aponta um laudo da perícia encomendado pela família de uma das vitimas.




quarta-feira, julho 08, 2009

A frase certa na hora certa

Acordei com uma forte ressaca e do lado da cama tinha um copo d'água e duas aspirinas.

Olhei em volta e vi minha roupa passada e pendurada. O quarto estava em perfeita ordem. Havia um bilhete de minha mulher:

- Querido, deixei seu café pronto na cozinha. Fui ao supermercado. Bjs.

Desci e encontrei uma mesa cheia, café esperando por mim. Perguntei à minha filha:

- O que aconteceu ontem?

- Bem, Pai, você chegou às 3 da madrugada, completamente bêbado, vomitou no tapete da sala, quebrou móveis, urinou na cristaleira antes de chegar no quarto.

- E por que está tudo arrumado, café preparado, roupa passada, aspirinas para a ressaca e um bilhete amoroso da sua mãe?

- Bem, é que mamãe o arrastou até a cama e, quando ela estava tirando a sua calça, você gritou:


- NÃO FAÇA ISSO, MOÇA, EU SOU CASADO E AMO MINHA ESPOSA!!
"A vida resumida do homem é um capítulo instantâneo da vida de sua sociedade..."
Euclides da Cunha

domingo, julho 05, 2009

Você se acha muito sincero nunca faltou com a verdade ,será que para vivermos em sociedade falar pequenas mentirinhas não é importante para a convivência por isso leia esta lista e pense se você nunca disse alguma das coisas ai relacionadas se for assim você é um super sincero.

01 - Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta.
02 - Não nos procure, nós o procuraremos.
03 - Pode deixar que eu te ligo.
04 - Puxa, como você emagreceu!
05 - Fique tranquilo, vai dar tudo certo!
06 - Quinta-feira, sem falta, o seu carro vai estar pronto.
07 - Pague a minha parte que depois eu acerto contigo.
08 - Eu só bebo socialmente.

09 - Isso é para o seu próprio bem.
10 - Eu estava passando por aqui e resolvi subir.
11 - Estou te vendendo a preço de custo.
12 - Não vou contar pra ninguém.
13 - Não é pelo dinheiro, é uma questão de princípios.
14 - Somos apenas bons amigos.

15 - Que lindo é o seu bebê.
16 - Pode contar comigo!

17 - Você está cada vez mais jovem.
18 - Eu nem reparei que você usava peruca.
21 - Não contém aditivos químicos.

22 - Estou sem troco, leve um chiclete.
23 - Obrigado pelo presente, era exatamente o que eu estava precisando.
24 - Não se preocupe, essa roupa não vai encolher.
25 - Não se preocupe, essa roupa vai lacear.
26 - Essa roupa é a sua cara.
27 - Eu não pude evitar.
28 - Tudo o que é meu, é seu.
29 - A inflação vai cair.

30 - Eu não sou candidato.
31 - O trabalho engrandece o homem!
32 - Isso nunca aconteceu comigo.
33 - Isto vai doer mais em mim do que em você.
34 - Dinheiro não traz felicidade.
35 - Pode ir que vou depois.
36 - Eu nem estava olhando.
37 - Que bom que você já arrumou outra, estou feliz.
38 - A amizade é o que importa.
39 - Juro que não estava sabendo.
40 - Não fui eu que contei.
41 - Está perfeito!
42 - Esse carro nunca foi batido, só fica na garagem.
43 - Não folga que sou do jiu-jitsu.
44 - Eu liguei, mas ninguém atendeu.
45 - Beleza e dinheiro não importam, e sim estar feliz.













PIRACICABA (Vista parcial)










Fotos by J.U.Nassif





DE BOM HUMOR




Fotos by J.U.Nassif




"Nesta terra, em se plantando, tudo dá."





Fotos by J.U.Nassif

"Nesta terra, em se plantando, tudo dá." Foi o que escreveu Pero Vaz de Caminha na carta que enviou ao rei de Portugal anunciando a descoberta do Brasil em 1500. As fotos mostram bucha vegetal para banho cujas sementes vieram junto com o adubo recolhido no Ceasa (Centro de abastecimento de alimentos) de Piracicaba. Essas buchas nasceram naturalmente e de forma muito rápida seguiram o caminho natural: os fios de telefone!


O DENTISTA (Terracota)


Foto by J.U.Nassif

sexta-feira, julho 03, 2009

MIGUEL MORANO JÚNIOR

MIGUEL MORANO JR



PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS

JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com
Sábado 04 de julho de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
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ENTREVISTADO : MIGUEL MORANO JR


Piracicaba, a Noiva da Colina, tem entre suas “Jóias da Coroa” o Rio Piracicaba, a Escola de Agronomia Luiz de Queiroz, a Primeira Cidade Geriátrica do Brasil, o Centro Cultural “Miss Martha Watts”, o Museu da Água, a Faculdade de Odontologia de Piracicaba - FOP. Aqueles que convivem de forma mais próxima com a Odontologia, como os piracicabanos gostam-na de chamar, sabem da importância dessa instituição em nosso país. Tida como centro de excelência em diversas áreas, recebe pacientes de todas as partes do Brasil e até do exterior. Além de atender pessoas de poder aquisitivo restrito, a FOP por ser um centro de referencia, concentra profissionais da mais elevada formação, que dominam recursos avançadíssimos, em conseqüência disso é comum termos em suas salas de espera para serem atendidos, pacientes recomendados pelos dentistas da suas cidades de origem. São casos em que os mais recentes e inovadores procedimentos odontológicos são aplicados com absoluta competência. Isso sem mencionarmos o inovador Centro de Identificação Humana. A identificação humana pode ser efe­tuada por diversos métodos, sendo a análise das impressões digitais (papiloscopia) o mais utilizado quando os tecidos moles encontram-se preservados. Entretanto, em situações onde o ca­dáver encontra-se carbonizado ou esqueletizado, uma análise odontolegal pode ser necessária O Prof. Dr. Eduardo Daruge é reconhecido como autoridade mundial na ciência de identificação humana. Um dos casos de repercussão internacional realizados pelo Prof. Dr. Eduardo Daruge e Prof. Dr. Nelson Massini (que entre seus diversos títulos universitários têm o diploma da FOP), foi a identificação do médico nazista Josef Mengele nascido a 16 de março de 1911 em Günzburg, na Baviera, a quem Hitler havia dado a missão de construir uma raça superior. Mengele morreu possivelmente no dia 7 de fevereiro de 1979 em Bertioga, no litoral paulista. Em 18 de novembro de 1914, em reunião no Theatro Santo Estevão, foi fundada a Escola de Pharmácia e Odontologia de Piracicaba, posteriormente chamada de Escola de Odontologia Washington Luiz. Depois de funcionar em vários locais, funcionou na rua Santo Antonio, 641, antiga casa de Prudente de Moraes, hoje Museu Histórico e Pedagógico Prudente de Moraes, passando então a chamar-se Escola de Odontologia Prudente de Moraes. Após a Revolução Constitucionalista de 1932, Getúlio Vargas mandou fechar a Escola de Odontologia que funcionou até 1935, formando a sua última turma. Nesses 20 anos de funcionamento, formou inúmeros profissionais. O Prof. Dr. Miguel Morano Júnior é uma das testemunhas vivas da fundação da Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Unicamp. O Prof. Dr. Miguel é paulistano de nascimento, e piracicabano por opção. Aqui estudou, formou-se, exerceu suas atividades profissionais, e sempre aliando o exercício da profissão com a preocupação social, tem uma longa folha de serviços prestados a comunidade.
Dr. Miguel o senhor conheceu o Prof. Dr. Carlos Henrique Robertson Liberalli? Eu o conheci em São Paulo antes de vir morar em Piracicaba. O Professor Liberalli era uma pessoa ligada ao meu pai. Meu pai era professor universitário, foi diretor do Instituto Isolado de Ensino Superior, que em sua gestão transformou-se na Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo. Em função desse cargo ele fazia parte do Conselho Estadual de Educação. Desse conselho fazia parte todos os diretores dos institutos isolados de ensino. Inclusive o próprio diretor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Prof. Zeferino Vaz. Foi nessa época, eu era adolescente ainda, que conheci o Prof. Liberalli na convivência familiar. Meu pai estava indo para uma reunião do Conselho Estadual de Educação, que ficava no bairro da Aclimação, em São Paulo, eu estava no carro, quando me foi apresentado o Prof. Liberalli. Nossas famílias aproximaram-se. Ora eles iam a nossa casa, ora íamos ao apartamento onde eles viviam. Ele era casado com Dona Zélia Monteiro Liberalli, uma carioca, pessoa boníssima, que depois se tornou minha comadre. Quando foi o casamento da minha irmã, formada pela USP em Farmácia, aluna do professor Liberalli, ela havia convidado o casal Liberalli para padrinhos de casamento. Meses antes do casamento o Prof. Liberalli faleceu. Fui então com Dona Zélia padrinho de casamento da minha irmã.
Quando o senhor veio para Piracicaba, ele já estava aqui como diretor da Odontologia? Ele já estava aqui. A faculdade foi criada em 1955 e o funcionamento dela foi em julho de 1957.
Começou a funcionar no prédio que havia sido o Externato São José? Ali era um prédio onde funcionava o Externato São José, um anexo do Colégio Assunção. As irmãs fizeram uma construção na Rua Boa Morte e abriram mão daquele prédio, que foi comprado pela prefeitura. A negociação começou na época do Prefeito Samuel Neve, e terminou na gestão de Luciano Guidotti.
A área em que se localiza o prédio se estende da Rua D.Pedro até a Rua Rangel Pestana, junto a Rua Rangel houve a demolição de algumas construções? Eram casas que foram desapropriadas, isso foi no período em que a faculdade estava crescendo, e a idéia inicial era construiu naquele terreno um prédio de seis andares. Iam colocar a faculdade na vertical.
Em que período o Professor Liberalli foi diretor da FOP? Ele foi nomeado por Jânio Quadros em 21 de setembro de 1955 para exercer as funções de instalador e diretor da faculdade. Ele permaneceu até o final de 1967. Ele faleceu no dia 26 de setembro de 1970.
O prédio é tombado? É tombado pelo município. Colocaram uma placa de prédio tombado. Hoje estão sendo levantados recursos através da Lei Rouanet para ser feita a restauração A equipe que está trabalhando nesse processo é a mesma que fez a restauração do Museu do Ipiranga em São Paulo.
A faculdade está envolvida nesse processo de restauração, o senhor faz parte dessa equipe? O nosso diretor é o responsável. Eu sou aposentado da FOP. Segundo o pessoal da faculdade, possuo a “plaqueta” de patrimônio! Por conhecer bastante a história do prédio, a história da FOP desde o seu início, eu integro “não oficialmente” a equipe. Eu cheguei a Piracicaba em fevereiro de 1962. A Faculdade começou em 1957. Tive a oportunidade de ser aluno da primeira turma de professores da USP contratados para dar aulas na FOP. Integro também a primeira turma de ex-alunos que foram convidados a tornarem-se professores da faculdade. Com isso estou desde a fase inicial da faculdade, conheço os percursos, toda a sua história. Consigo lembrar-me dos eventos, fatos, pessoas.
O senhor é cidadão piracicabano? Não. Ainda não! (risos).
O que será feito no prédio onde funcionava a FOP? Aquele prédio tem história. Ele foi construído como uma unidade educacional para as irmãs do Colégio Assunção. Depois a Faculdade de Odontologia transferindo-se para a Vila Rezende, e crescendo da forma que está já existe uma estrutura de dois andares. O afluxo diário na faculdade é de duas mil pessoas. No prédio central ficou instalado uma clínica de convenio, com a Prefeitura e com a ArcelorMittal. Esse convênio atende filhos de industriários na faixa etário de 6 a 12 anos, e junto a prefeitura atende as crianças das creches e das escolas de ensino fundamental de primeira a quarta série.
Esse projeto está se ampliando. A faculdade abriga o museu odontológico. Que começou há muitos anos com a APCD. O museu cresceu muito, não havia mais espaço.
O senhor tem idéia de qual é o número de peças constantes no museu da FOP? Segundo o Dr. Reinaldo José Ferraz Salvego que é o diretor do museu, existem praticamente 4800 peças catalogadas. É um acervo que mostra variadas épocas, muito material de consumo, instrumentais, equipos, uma biblioteca histórica. As peças estão catalogas e digitalizadas. Há um projeto de fazer o mesmo com os livros.
O famigerado “motorzinho” do dentista até umas décadas era visto com terror por alguns pacientes. A exposição desses instrumentos pode causar calafrios em alguns? Temos em nosso acervo, o primeiro equipamento, que funcionava acionando um pedal e trabalhando com um sistema de roldanas. Hoje todo o material é desenvolvido utilizando um chip de computador. As cadeiras eram mecânicas. Hoje são elétricas. Os equipamentos antigos eram pesadíssimos. Hoje são extremamente leves. Ergonomicamente perfeitos, tanto para o paciente como para o profissional. Houve sem sombra de dúvidas um período em que e confundia o profissional de odontologia com barbeiro, isso no tempo de Tiradentes! Quem exercia o oficio da odontologia era o mesmo elemento que fazia a barba, cortava o cabelo. Existe uma grande evolução, e a função desse museu é mostrar essa evolução tecnológica e a evolução do tratamento de saúde. Hoje a ação do profissional é muito mais efetiva do que á exercida algumas décadas passadas. A odontologia brasileira é muito nova, a primeira faculdade de odontologia é de 1864, na Bahia, junto com a Faculdade de Medicina.
O por muitos temidos barulho do motorzinho acabou? Diminuiu bem, e a cada ano que passa as empresas se preocupam em melhorar. A alta-rotação do motor é movida a ar por um compressor. Todo aparelho movido a ar faz pressão, movimenta as turbinas, os rolamentos, e o barulho é decorrente do ar que passa. Os aparelhos mais antigos eram bem maiores dos que hoje se apresentam. A evolução está sendo muito rápida. Alguns instrumentos que foram utilizados há quatro ou cinco anos já esta indo para o nosso museu.
Ainda funciona algum curso no prédio antigo? Existe o curso de protético que é realizado meio período por dia, durante dois anos. É um curso técnico. Existem 25 vagas, estão todas preenchidas, é um curso muito procurado. Funcionava até dois anos atrás o Curso de Técnica em Higiene Dental e Auxiliar de Consultório. Foi suspenso em função da reestruturação, temos quase a certeza de que a partir do ano que vem começa outra vez a funcionar, porque a procura era grande e havia a necessidade de adequar a escola para o período de estágio que deve ser feito e em função dos dois convênios que existem lá.
O departamento de identificação humana, entre inúmeros trabalhos apresentou um a respeito dos Inconfidentes Mineiros? O Prof Daruge é a pessoa que possui melhores condições para comentar a respeito. Mas posso adiantar que as identificações de três inconfidentes, deportados na época da Inconfidência Mineira tiveram seus ossos repatriados na época de Getulio Vargas em 1930, estavam no Museu de Ouro Preto, o diretor do museu entrou em contato com o Prof. Daruge que entre outras coisas, conseguiu reestruturar um esqueleto.
O senhor é integrante de uma comissão que organiza uma grande homenagem ao fundador da FOP? Exatamente! O Professor Liberalli Terceiro-Vice-Presidente por duas oportunidades do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, membro efetivo da Academia da História e da Ciência, da Real Academia de Farmácia de Madrid, da Sociedade Brasileira de Farmácia e Química. Formado em Farmácia pela Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro, Formado em Medicina pela Escola de Medicina e Cirurgia do Instituto Hanemaniano do Rio de Janeiro, Químico, Doutor em Farmácia e Odontologia ela Faculdade de Farmácia e Odontologia da Universidade de São Paulo, Professor Catedrático pela Faculdade de Farmácia e Odontologia da USP, Professor Titular da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. No dia 13 de setembro estaremos comemorando o centenário de nascimento dele. Estamos fazendo uma comemoração onde queremos envolver as forças vivas de Piracicaba. O seu trabalho está relacionado com a história da odontologia, que também está relacionado com a história da própria cidade. O Professor Liberalli é Piracicabano, pois lhe foi concedido o título de Cidadão Piracicabano em 1966. A praça central em frente a FOP tem o nome dele.
Há algum envolvimento da Câmara Municipal nessas solenidades? Todas as instituições de Piracicaba estão convidadas a participar da organização das festividades, direta ou indiretamente. É uma data memorável. O Prof. Liberalli é uma pessoa de muita importância na área de ensino não só de São Paulo, como no Brasil.
Até hoje quantos profissionais a FOP já formou? Até o cinqüentenário ela já tinha habilitado quase três mil profissionais.
O senhor acredita que embora esses profissionais estejam presentes nos mais diversos rincões do nosso país eles estarão presentes na época de comemoração do centenário de nascimento do Prof. Liberalli? Sem sombra de duvida. Principalmente àqueles que eram mais ligados á sua época.






domingo, junho 28, 2009


A Revista
O Malho começou a ser veiculado em 20 de setembro de 1902. Fundada por Luís Bartolomeu de Souza e Silva, a revista tinha em seu corpo de ilustradores o traço já maduro e consagrado de J.Carlos, Angelo Agostini, Lobão, Adolfo Aizen, Crispim do Amaral , Guimarães Passos, L. Peixoto, Leonidas Freitas, Nássara, ao lado dos jovens talentos que começavam a surgir como Raul, Kalixto, Storni e tantos outros. Foi a primeira publicação brasileira a substituir a pedra litográfica por placa de zinco. Agregando a esta inovação tecnológica o talento e a verve de seus desenhistas, deu um novo impulso à arte da charge e da ilustração em nossa imprensa, divertindo e informando o leitor da época. Ainda que focada principalmente na vida política do país, a cultura e a crítica de costumes sempre estiveram ali presentes, tanto nas charges como em artigos escritos por Olavo Bilac, Pedro e Emílio de Rabelo, Arthur Azevedo, Álvaro Moreyra e outros mais. Em 1930, O Malho combateu a Aliança Liberal de Getúlio Vargas, e com a posterior vitória da revolução Getulista, a redação da revista foi empastelada, sede incendiada e a publicação impedida de circular por um breve período. Sobrevive como revista de noticias e literária, de 1935 a 1954, quando sai o último número.

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