domingo, julho 26, 2009

IMMACULADA (ADA) DE JAYME CROCOMO








PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS

JOÃO UMBERTO NASSIF

Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com
Sábado 18 de julho de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
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ENTREVISTADA : IMMACULADA DE JAYME CROCOMO

Nasci em 16 de junho de 1925 na Rua Antonio Correa Barbosa esquina com a Rua Moraes Barros, era uma casa grande, uma parte dela ficava fora do alinhamento da rua, existia um muro de pedra. No lugar onde deveria ser a calçada o pessoal passava, e ia até a Igreja do Espírito Santo. Ali tudo pertencia ao meu pai, Constabile Di Giaimo, natural de Nápoles. Quando veio o calçamento da rua fizeram uns degraus para descer até a porta da casa, que ficava abaixo do alinhamento. A minha mãe, Carmela Sappia, era da Calábria, casou-se e foi morar nessa casa. Ela teve ao todo 16 filhos. Em determinado dia morreu um deles, foi enterrado pela manhã, a tarde morreu outro filho. Meu pai ficou tão desgostoso que foi embora para a Itália. Ele, a minha irmã Paulina, outra irmã menor, e minha mãe que na época estava esperando pelo nascimento da Luzia, se mudaram para a Itália. A Luzia nasceu lá, mas a outra filha que tinha ido junto, faleceu na Itália. Ele então resolveu voltar para o Brasil, achou que tanto fazia o lugar, em qualquer um deles poderia morrer um filho. Quando regressaram a casa em que haviam morado, esta estava ocupada por outras pessoas, meu pai alugou uma casa que ficava na esquina até desocuparem a casa que antes fora ocupada por nossa família. É interessante observar que meu pai ainda solteiro tinha alugado um quarto nessa casa, para ali residir. Quando meu pai limpou uma parede para pintar, viu que abaixo da camada de tinta existiam pintados os dizeres “Escritório da Navegação Fluvial”. Isso na esquina da Rua Moraes Barros com a Rua Antonio Correia Barbosa, também denominada antigamente de Rua do Sabão, porque naquela rua diziam que havia uma fábrica de sabão. A Rua Rangel Pestana descia e ia até o Rio Piracicaba. Um pouco antes de onde hoje existe a Loja Maçônica Piracicaba, abriram a rua, lá o Boldrini tinha um moinho de fubá, ele era padrinho da minha irmã Paulina. O meu avô materno veio para o Brasil, conhecer o país, deixando na Itália a sua esposa, Margheritta Cortona, minha mãe, além de outros filhos. O meu pai tinha ficado órfão muito cedo, foi criado como pescador ainda na Itália, passou a morar em Piracicaba. Ele pescava no Rio Piracicaba e vendia os peixes para o meu avô, que tinha um pequeno estabelecimento onde eram vendidos peixes fritos, entre outras coisas. Meu avô sempre dizia para o meu pai casar, pois era uma pessoa sozinha. Em determinado dia, meu pai estava no estabelecimento do meu avô, quando chegou uma carta da Itália. Era da minha avó, Margheritta, consultando o meu pai sobre um pedido de casamento que fora feito á minha mãe. A correspondência foi lida em voz alta por um dos presentes, meu avô não sabia ler. Meu pai permanecia calado, escutando. Ao término da leitura, meu pai disse ao meu avô: “-Você vive me dizendo para casar, porque não manda buscar sua filha na Itália que eu caso-me com ela”. Meu avô trouxe a filha da Itália! Quando veio para o Brasil a minha mãe tinha quatorze anos de idade. Casaram-se na catedral de Piracicaba, após o casamento, o casal subiu na charrete, foi quando ela perguntou ao meu pai: “-Como você se chama?” Isso depois de casado. Quando bem mais tarde ela nos contou isso, eu perguntei-lhe: “-Mãe, a senhora tinha acabado de casar-se, tinha falado “sim” na hora do casamento, e não tinha visto o nome dele?”. Ela disse: “-Não entendi nada do que eles falavam!”. Ela só falava em italiano, e estava há uns três meses apenas no Brasil. Meu avô até morrer só falava italiano, muitos da família também usavam a língua italiana como forma de comunicação.
Na época já existia o Clube de Regatas, na Rua do Porto?
Tinha sim. O terreno que meu pai tinha até a esquina foi vendido para o Clube Náutico. Existiam dois trampolins: o vermelho era do Clube Regatas e o Azul era do Clube Náutico. O Náutico ficava onde hoje é um grande salão no Largo do Pescador. Meu pai era proprietário de uma esquina até a outra.
Como era a iluminação naquela época?
Que eu me lembre, a casa era de quatorze cômodos, só que havia uma lâmpada na cozinha, uma na sala, outra na sala dos fundos. Só. Nos quartos não havia lâmpadas. Era costume da época. Não havia esgoto, havia fossa séptica.
Algum dia a senhora entrou no Palacete Boyes?
Entrei! Eu tinha amizade com a Laurinda, que era a governante do Palacete. Era muito bonito. Conheci até uma adega que havia lá.
Na esquina do Largo dos Pescadores já existia um barzinho?
Existia! Era do Chico Manduca, cujo nome correto é Francisco Duarte Novaes. Na nossa casa funcionou uma escola onde Dona Helena Teixeira Mendes foi professora.
A senhora conheceu Sud Menucci?
Conheci, mas muito pouco.
A senhora estudou onde?
Naquele tempo chamava-se Grupo Escolar do Porto, depois foi Francisca de Castro, depois Francisca Elisa.
A senhora chegou a pescar?
Meu pai não deixava nem ir até a Rua do Porto. Quando ainda solteira, bordei na casa da Tereza Grisolia, a Olímpia Pense ia comigo. A Angelina que era casada com o João Bissoli, proprietário de um açougue, também ia conosco. Tínhamos como vizinhos o Nhô Brasílio, a Nhá Suzana, que foram escravos. Eram velhinhos. Ela vivia enrolada em uma manta de lã, podia estar sol, calor, frio, com o pito na boca. Ela dizia assim: “-Cadê a choca?” Que era a minha mãe! Por que tinha muitos filhos e ela brincava.
A senhora chegou a participar das festas que havia na Rua do Porto?
Meu pai não deixava a gente ir.
A senhora conheceu o que chamam de Casa do Povoador?
Nunca cheguei a entrar lá. Mas moravam pessoas, que não tinham muito cuidado com a construção.
A senhora via o Engenho Central?
Só da minha casa!
A senhora chegou a andar de trem?
Andei sim. Íamos á São Paulo, nós gostávamos do tempo de colheita de uva, quando o trem parava nas estações que vendiam frutas, comprávamos aquelas cestinhas de uva. Que delicia! Nós íamos visitar os parentes do meu pai, que eram muitos, mas íamos mais a casa dos que moravam no Bairro do Bixiga, o Aléssio morava na Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, o Francisco morava na Rua Domingos de Morais.
A senhora conheceu o Dr.André Ferreira dos Santos, o Dr. Preto?
Conheci! Ele vinha em casa. Quando o meu irmão o Vicente (Carteiro) Di Giaimo, que foi muito conhecido na Vila Rezende, ficou doente, Dr. Ferreira passou a noite toda junto a ele. Naquele tempo os remédios eram feitos com base em poções, preparava-se na hora. O doutor foi á farmácia, ele mesmo preparou o remédio, sentou na cadeira, ele ministrou o remédio, nem foi a minha mãe quem deu o remédio. Quando amanheceu ele disse á minha mãe: “-Seu filho está salvo”. Ele nem esperava o dinheiro. Recebia, mas não dava preço.
Como ele era chamado?
O povo o chamava de Dr. Preto. Dizem que um dia mamãe disse-lhe alguma coisa iniciando: “Dr.Preto...”. Ele olhou, com muita calma, e disse: “Dr. Ferreira...”. Diziam que ele era muito exigente, muito cuidadoso com a higiene, e muito competente como médico. A casa do meu pai tinha quatorze cômodos. Era como uma festa sempre, as mulheres na cozinha, era um divertimento. A Stefania, mais conhecida como Perfania, vendia peixe no mercado. Ela teve um filho na hora da enchente, acabaram levando para casa. Não havia rádio, não havia nada do que existe hoje, havia uma sala enorme, onde a criançada reunia-se, se contavam histórias, piadas, coisas simples.
A senhora chegou a ter alguma boneca?
Eu ganhei da minha madrinha Tereza Bevilacqua, uma boneca de massa. Era papel coberto por uma massa. Não quebrava muito fácil. Era uma boneca feia, com um rosto feio. Eu fiquei feliz. Fomos brincar de casinha, a menina que estava brincando comigo foi embora, eu entrei em casa. Veio uma chuva á noite, no dia seguinte a boneca era um monte disforme e molhado. Eu chorei muito.
Como á senhora conheceu o seu marido?
Em um dia da semana, fui com a minha irmã Judith, com uma amiga a Ita até uma farmácia que ficava na esquina da Rua Moraes Barros com a Rua Alferes José Caetano, encontramos o Ângelo (Gilão) Padula, que foi muito amigo do meu marido. Eu e outra minha sobrinha Celi ficamos sentadas, o Francisco e o Gilão conversando com minha irmã Judith e a Ita. Minha sobrinha e eu querendo ir embora.
Comecei a aprender datilografia, na Rua Governador Pedro de Toledo, próximo onde hoje há o Clube Cristóvão Colombo. O Francisco jogava snooker na Rua São José, perto da casa da Dona Chiarina Próspero. Ele passou a me seguir, eu fiquei brava, não queria prosa. No fim acabei namorando.
A senhora casou-se quando?
Eu casei-me no dia 16 de setembro de 1945, com Francisco Crócomo, nascido em 12 de dezembro de 1923. O pai dele chamava-se Giovanni (João) Crócomo, a mãe Tereza Vidilli. Meu sogro veio da Itália e foi morar em Jundiaí, onde trabalhou com o sogro dele. Trabalhava muito com cobre, fazia alambiques. Essa arte ele trouxe da Itália. O meu cunhado Salvador (Dudu) Antonio Crócomo fazia as peças mais delicadas. O Dudu foi casado com Emilia Badialli tiveram um filho, o Wilson.
Em que local a senhora foi morar após casar-se?
Fui morar na Rua Floriano Peixoto, 786. Morei ali por 41 anos. Tivemos 10 filhos. Celso, Célia, Magali, Eny, Francisco, João, Geraldo, Tarcísio, Paulo, Fernando.
A senhora lembra-se de algum vizinho da época?
Quando casei a Dona Orlandina Sodero já morava lá. Seu Antonio Nunes. Hugo Olivetto. (N.J. Tido por muitos anos como o homem mais pesado de Piracicaba). Conheci também o irmão dele o Jacó Olivetto. Morava ali a Dona Lucy Miller.
. Em frente ao jardim da cadeia, na Rua Moares Barros, havia um casarão onde morava a família da Nhá Dora, o marido dela chamava-se Luiz, era marchand de carne bovina, nós ainda crianças o chamava de Luizinho Carniceiro. A Rua Moraes Barros não era calçada, uma vez colocaram umas pedrinhas, choveu, aquilo ficou um sabão. Nhô Lica ia até a o Regatas, nós morávamos na esquina, aquelas pedras que se partiam, com o reflexo do sol brilhavam ele então gritava com toda força dos pulmões: “-Brilhante! Brilhante!” Punha no bolso e levava para o banco. Tinha o Julio, um indivíduo que ia batendo palmas atrás da banda, feliz da vida. A “Nina Mata” (N.J. Mata em italiano significa boba), ela andava com um chapeuzinho masculino. Tinha o vendedor de biju que usava uma matraca para atrair os clientes. O Vicente Ferramenta era uma figura folclórica que andava com as suas ferramentas no bolso!
A senhora sempre foi muito religiosa?
Fui sim. Quando eu era solteira freqüentava a Catedral, o pároco era o Monsenhor Rosa. Ele me batizou e ministrou a minha primeira comunhão. O meu filho Celso permaneceu por seis anos no seminário dos frades.
Quando se casaram o marido da senhora trabalhava aonde?
Quando nos casamos ele trabalhava com o seu pai, era um estabelecimento localizado na esquina da Rua Rangel Pestana com a Rua Benjamin Constant, chamava-se Caldeirão de Ouro, nome que mais tarde meu cunhado Dudu adotou em sua oficina na Rua do Rosário, no bairro da Paulista. Naquele tempo trabalhava-se muito com alambiques. Mais tarde meu marido passou um período trabalhando em casa, ele fazia todo tipo de trabalho relativo a utensílios de alumínio, folhas. Eram panelas, bacias, e existia uma grande freguesia, principalmente dos frangueiros que percorriam os sítios e traziam utensílios para serem consertados. Com o passar do tempo ele passou a fazer calhas, quem o incentivou muito foi o Vicente Gallo. Assim ele passou a trabalhar com calhas e encanamentos, permanecendo nessa atividade por muitos anos. Ultimamente ele fez pequenas peças de artesanato em cobre. (N.J. Francisco Crócomo tornou-se um artista reconhecido e premiado com suas peças em cobre). Eram peças feitas em escala menor, decorativas, mas todas funcionavam perfeitamente, inclusive os alambiques.
Além de cuidar dos seus filhos, a senhora exercia alguma outra atividade?
Eu bordava! Fazia ponto cheio, caseado, clivo, rococó. Faço até agora. Bordei para a governanta da família Morganti, era uma senhora de origem alemã, Paula Borger. Bordava lençol, toalha de mesa, fiz uma toalha toda aplicada em passarinho. Era para uso pessoal dela.
O pai da senhora extraia areia do rio?
O terreno no hoje Largo dos Pescadores era o depósito. Naquele tempo havia draga. Lembro-me bem do Nhô João Ferreira. A areia era transportada em carroças puxadas por dois burros que subiam a Rua Morais Barros, carregadas de areia. As rodas eram de madeira, inclusive os raios, e com um circulo de ferro em volta do aro todo, para durar mais. Quando estavam acabando a Estação da Paulista, teve um período em que deu uma enchente, e meu pai tinha um bom volume de areia no depósito. O seu Acácio Leite do Canto acertou com meu pai para vender aquela areia para acabar a Estação da Paulista.
A senhora teve um irmão que trabalhou no bonde em Piracicaba?
O Vicente foi cobrador de bonde da linha da Agronomia. Ele também foi vendedor de gelo. Era transportado em carroça cheia de pó de serra, ele carregava na fábrica de gelo, propriedade do Maluf, que ficava em frente ao Cine Broadway. Na época não havia geladeira.
A senhora comprou rádio em que época?
Foi depois de ter casado. Gostava de ouvir novelas, musicas de Carlos Galhardo, Silvio Caldas, Antonio José, meu marido Francisco gostava de Vicente Celestino.
Conheceu Dr. Samuel de Castro Neves?
Era um homem santo. Vinha em casa muitas vezes a pé para atender alguém que precisava dos seus cuidados. Conheci Dr, Caruso. Dr. Tito.
Quantos dos seus filhos a senhora teve em casa?
Tive o Celso, o Francisco e o João. Os outros foram na Santa Casa já na Avenida Independência.
Depois de casada onde eram feitas as compras para sua casa?
Comprei muito do Sr. José Stipp, que ficava na Rua Governador Pedro de Toledo com a Rua Floriano Peixoto. Na Dona Olga que tinha muitas frutas. Na Padaria Central. No Bazar do Tola que tinha armarinhos.

"Mais negócios são feitos pela oportunidade do que pela força."
Dionísio


Cultura
Lula assinou ontem( 23/07/09) PL a ser enviado ao Congresso instituindo o Vale-Cultura. Financiado por renúncia fiscal, benefício de R$ 50,00 poderá ser usado na compra de livros e ingressos de cinema.

Belle Époque
Expressão que designa o clima intelectual e artístico do período que vai aproximadamente de 1880 até o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918. Foi uma época marcada por profundas transformações culturais que se traduziram em novos modos de pensar e viver o cotidiano. Inovações tecnológicas como o telefone, o telégrafo sem fio, o cinema, a bicicleta, o automóvel, o avião, inspiravam novas percepções da realidade. Com seus cafés-concertos, balés, operetas, livrarias, teatros, boulevards e alta costura, Paris era considerada o centro produtor e exportador da cultura mundial. A cultura boêmia imortalizada nas páginas do romance de Henri Murger, Scènes de la vie de bohème (1848), era um referencial de vida para os intelectuais brasileiros, leitores ávidos de Baudelaire, Rimbaud, Verlaine, Zola, Anatole France e Balzac. Ir a Paris ao menos uma vez por ano era quase uma obrigação entre as elites, pois garantia seu vínculo com a atualidade do mundo.

sábado, julho 25, 2009

Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade nasceu em 1902, em Itabira do Mato Dentro (MG).
Poeta, iniciou sua atividade literária escrevendo artigos e crônicas para o Diário de Minas, órgão do Partido Republicano Mineiro (PRM). Defensor de posições de vanguarda face à literatura vigente, colaborou nas revistas Ilustração Brasileira e Para Todos.
Em 1925, fundou, junto com João Alphonsus, Martins de Almeida e outros, A Revista, que apesar de efêmera, obteve larga repercussão por suas posições modernistas. Concluiu, ainda em 1925 o curso de farmácia em Ouro Preto. Foi redator da Revista de Ensino, órgão oficial da Secretaria do Interior de Minas Gerais, e diretor do Diário de Minas em 1926, cargo que ocuparia até 1939.
Em 1930, publicou a sua primeira obra poética: Alguma poesia. Íntimo colaborador do político mineiro Gustavo Capanema, foi seu oficial-de-gabinete na Secretaria do Interior e Justiça de Minas Gerais (1930-1932), secretário particular quando Capanema exerceu a interventoria do estado em 1933, e chefe de gabinete de 1934 a 1945, durante sua gestão no Ministério da Educação e Saúde. A carreira burocrática não o impediu de continuar a escrever seus poemas. Entre os anos de 1934 e 1945, publicou diversos livros: Brejo das almas (poemas,1934), Sentimento do mundo (poemas, 1940), Poesias (1942), Confissões de Minas (ensaios e crônicas, 1944) e A rosa do povo (poemas, 1945).
Ainda em 1945, a convite de Luís Carlos Prestes, tornou-se co-editor da Tribuna Popular, diário do Partido Comunista Brasileiro, então Partido Comunista do Brasil (PCB). Discordando da orientação do jornal, afastou-se meses depois. No período de 1945 a 1962, atuou como chefe de seção no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Manteve-se como jornalista e poeta até a sua morte no Rio de Janeiro, em 1987.
De sua consagrada obra, merecem destaque, além dos trabalhos citados Claro Enigma (poemas, 1951), Contos de aprendiz (1951), A mesa (1951), Passeios na ilha (ensaios e crônicas, 1952), Fazendeiro do ar & poesia até agora (poemas, 1954), Lição de coisas (poemas, 1962), Cadeira de balanço (crônicas, 1966), Boitempo & A falta que ama (poemas, 1968), O poder ultrajovem (crônicas em prosa e verso, 1972), O elefante (primeiro livro infantil, 1983), Corpo (poema, 1984), O observador no escritório (memória, 1985). Como obras póstumas, destacam-se Moça deitada na grama (prosa, 1987), O avesso das coisas (aforismos, 1988), Auto-retrato e outras crônicas (1989).




































quarta-feira, julho 22, 2009


FGV ABRE INSCRIÇÕES PARA CURSOS DE MBA E DE PÓS-GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA
O FGV Online está com inscrições abertas para os seus cursos de MBA e Pós-Graduação a distância. Todos os programas são reconhecidos pelo MEC e incluem quatro seminários presenciais, realizados no Rio de Janeiro, ou em São Paulo. Em agosto, terão início novas turmas de pós-graduação na área de gestão para médicos e para cirurgiões-dentistas; e de MBA nas áreas de construção civil e gestão pública. Já em setembro está previsto o ínicio de cursos de pós-graduação em negócios para executivos e em gestão de pequenas e médias empresas; além de MBAs na área de administração de empresas, marketing e negócios jurídicos. A ementa dos cursos e outras informações podem ser obtidas no site www.fgv.br/fgvonline ou pelos telefones 0800 285 5900 (Rio de Janeiro) e 0800 772 2778 (São Paulo).Lista de cursos com inscrição aberta:MBA da Construção CivilData de Início do Curso: 29/08/2009Local dos encontros presenciais: São PauloEspecialização em Negócios para Executivos - GVnext Data de Início do Curso: 12/09/2009Local dos encontros presenciais: São PauloExcelência em Gestão de Pequenas e Médias Empresas - GVpme - EspecializaçãoData de Início do Curso: 12/09/2009Local dos encontros presenciais: São PauloMBA Executivo em Administração de Empresas com ênfase em Gestão Data de Início do curso: 11/09/09Local dos encontros presenciais: Rio de JaneiroMBA Executivo em Administração de Empresas com ênfase em Finanças Data de Início do curso: 11/09/09Local dos encontros presenciais: São PauloMBA Executivo em Administração de Empresas com ênfase em Meio Ambiente Data de Início do curso: 11/09/09Local dos encontros presenciais: Rio de JaneiroMBA Executivo em Administração de Empresas com ênfase em Recursos Humanos Data de Início do curso: 11/09/09Local dos encontros presenciais: Rio de JaneiroMBA Executivo em Gestão PúblicaData de Início do Curso: 21/08/09 Local dos encontros presenciais: São PauloMBA Executivo em Administração e Negócios JurídicosData de Início do curso: 18/09/09Local dos encontros presenciais: Rio de JaneiroMBA Executivo em Marketing Data de Início do curso: 25/09/09Local dos encontros presenciais: Rio de JaneiroGV Med - Gestão para MédicosData de Início do Curso: 01/08/2009Local dos encontros presenciais: São PauloGV Odonto - Gestão para Cirurgiões-DentistasData de Início do Curso: 01/08/2009Local dos encontros presenciais: São Paulo
“ESALQ realiza Palestra e Prática sobre Poda”

A Casa do Produtor Rural, em parceria com o Grupo de Práticas em Fruticultura, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ) promovem, no dia 08/08, das 09h00 às 17h00, a “Palestra e Prática sobre Poda”. O evento, que será realizado no Anfiteatro Heitor Montenegro, tem o objetivo orientar o público sobre os conceitos básicos da poda e os procedimentos em plantas arbustivas e arbóreas, utilizando como exemplo árvores frutíferas.
A poda compreende um conjunto de operações que se efetuam na planta e que consistem na supressão parcial do sistema vegetativo lenhoso (sarmentos, cordões e, excepcionalmente, tronco) ou herbáceo (brotos, inflorescências, cachos, bagas, folhas, gavinhas). Os objetivos da poda são, entre outros, limitar o número de gemas para regularizar e harmonizar a produção e o vigor, uniformizar a distribuição da seiva elaborada para os diferentes órgãos da planta e proporcionar uma forma determinada que se mantenha por muito tempo e que facilite a execução dos tratos culturais. Na jardinagem, poda é o ato de se retirar parte das plantas, arbustos, árvores cortando-se folhas, ramos e galhos com o objetivo de modificar sua aparência estética, o que pode ser periódico e que favorece o seu crescimento, renovando a mesma.
Informações sobre inscrições pelos telefones (19) 3429-4433 e 3429-4178 (falar com Maria de Fátima ou Marcela)

domingo, julho 19, 2009











PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com
Sábado 18 de julho de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
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ENTREVISTADO: JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA

O empresário, diretor da Acipi, vicentino, José Carlos de Oliveira ainda muito novo passou a freqüentar a Igreja Sagrado Coração de Jesus, mais conhecida como Igreja dos Frades. Isso no tempo em que os coroinhas eram os acólitos na celebração da missa. Quando assistimos a uma cerimônia litúrgica, percebemos que o sacerdote utiliza, durante a cerimônia, uma série de objetos, e usa diversas vestes particulares, às vezes muito ricas e bonitas. Para a maioria das pessoas, estas coisas passam despercebidas, e elas nunca se perguntam qual o significado de tantos objetos diferentes. O cálice é o vaso sagrado. A patena, o nome vem do latim e significa prato. Ela acompanha sempre o cálice, e serve para receber a Hóstia consagrada durante a Santa Missa. Já no ofertório, o padre a utiliza para oferecer o pão, deixando-a de lado até o Pai Nosso, quando a toma novamente para realizar sobre ela a fração, ou seja, para partir a hóstia e retirar dela o pedacinho que será jogado no cálice. Depois da comunhão o padre deve purificá-la muito bem, ou seja, deixar cair no cálice todas as minúsculas partículas da hóstia. As galhetas são recipientes onde se colocam a água e o vinho que serão usados para a consagração. O turíbulo é um pequeno fogareiro suspenso por correntes no qual se queima o incenso utilizado nas cerimônias religiosas. O incenso já era utilizado pelos judeus como símbolo da oração que se eleva à Deus com suave odor. É usado na bênção e nas orações que o padre reza enquanto incensa o altar. Usa-se também o incenso como gesto de honra às pessoas. Por isso o padre e os fiéis são incensados durante a missa. A naveta é a caixinha de metal, em forma de nau, onde se guarda o incenso que será utilizado no turíbulo. A caldeirinha é o vaso onde se leva a água benta utilizada nas cerimônias. Panos litúrgicos ou panos de altar são panos confeccionados com linho ou cambraia de linho utilizados nas celebrações litúrgicas. São três as toalhas que devem cobrir o altar, sendo que a última deve cair até o chão nas laterais. Todas devem ser de linho e bentas antes de serem usadas. Genuflexão é o ato de dobrar o joelho, ajoelhar-se. Presbitério é o lugar da igreja onde ficam os celebrantes e auxiliares. Sacristia é a sala anexa à igreja, onde são guardados os paramentos e objetos religiosos. Sacrário é o lugar em que se guardam as hóstias consagradas ou as relíquias dos santos. Deve estar num local de destaque na igreja e, perto dele, uma lâmpada acesa: sinal de presença de Cristo Eucarístico ali. Em alguns lugares é chamado tabernáculo. Foi nesse ambiente, rico de tradições religiosas, composto por frades com notável sabedoria, que José Carlos cresceu e viveu até a sua juventude. Nascido em Piracicaba em 17 de junho de 1952, é filho de Leonardo de Oliveira e Ercília Lourdes de Oliveira.
Quantos filhos seus pais tiveram?
Foram nove filhos, eu sou o quinto na ordem de nascimento. Os fomos nascidos e criados na Paulicéia, na Avenida São Paulo, cem metros abaixo da então Padaria Pansa, que nessa época ainda era uma pequena padaria, um bar que vendia pão e foi crescendo. Ainda não era da família Micheletti. Na época a Avenida São Paulo não era asfaltada, era terra nua, não havia mão única, subia-se e descia-se pela avenida. As casas construídas ficavam bem acima do nível da rua. Onde hoje existe a Fábrica de Balas Atlante era uma chácara. A Rua Fernando Lopes terminava uns trezentos metros antes da Rua Dona Lica. Morava no final da Rua Fernando Lopes o motorneiro do bonde, o Bortoletto. Os nove filhos nasceram em casa a, parteira vinha até a nossa casa. Lembro-me do posto existente na época, hoje denominado Posto São Jorge, onde íamos buscar querosene a granel. Não havia energia elétrica nas casas. Nós fizemos a preparação para a Primeira Comunhão na casa da família Pompermayer. Minha irmã que foi freira era empregada doméstica da família Pompermayer, da Dona Ivone, Seu Heitor. O filho dele é médico e foi quem cuidou da minha mãe até ela falecer.
Qual era a atividade do seu pai?
Inicialmente ele trabalhou em Saltinho, com algodão, com a família Maluf. Depois ele veio para Piracicaba trabalhar com calcáreo, próximo ao Senai também de propriedade da família Maluf. Minha mãe trabalhava como doméstica. Quando meus pais saiam para trabalhar ficava um irmão tomando conta do outro. Minha irmã mais velha foi para o convento, tornou-se freira. Infelizmente ela faleceu há uns oito anos.
Essa vocação religiosa da família tem sua origem onde?
É difícil dizer. Meus pais não era assíduos freqüentadores de igreja. Eles estimulavam a nossa ida á igreja. Meus pais sempre foram muito rígidos.
Você lembra-se do bonde?
Eu ia á Igreja dos Frades, só que não tinha dinheiro para pagar o bonde, as cinco e meia da manhã pegávamos o bonde, que sai da garagem, ia até a Igreja dependurado no estribo. Passava pela Padaria Cruzeiro, havia na Avenida Dr. Paulo de Moraes um bebedouro de água para os cavalos utilizados na tração de carrinhos, havia um cano, com um furinho em cima, tampava-se a ponta do cano de água e ela saia pelo furinho onde bebíamos a água. Nessa época eu entregava marmita na Itelpa, que ficava na Rua Moraes Barros, próximo á Avenida Armando Salles de Oliveira, onde hoje há uma loja de artigos para cama.
As marmitas de quantas pessoas você levava?
Para doze pessoas. Levava as marmitas de pessoas que morava na Paulicéia Pegava a marmita na casa de cada um deles. Nós não podíamos mudar o caminho, senão ficávamos perdidos. Descíamos a Rua da Glória, não era ainda aberta a passagem pela rua, então subíamos, atravessávamos a linha do trem, descíamos, e seguíamos pela Rua José Pinto de Almeida até a Avenida Armando Salles. Onde é hoje o Teatro Municipal era tudo pasto. O SAMDU, Serviço Médico de Urgência ficava no mesmo prédio da rodoviária.
Alguma vez você fez com que disparasse o sinal de aviso da passagem do trem?(Risos). Alguma vez fiz isso! Pegávamos o papel laminado que vinha dentro das embalagens de cigarros, nas emendas próximas ao sinal colocava-se aquele papel com uma pedra em cima, disparava o sinal. Os veículos paravam e ficavam esperando a passagem do trem que não existia. Fomos mais de uma vez dispersados pelo juizado de menores, tempo do Ludovico Trevisam, do Rubinho, Mário.
Lembra-se do Bar Maravilha?
Ficava na Rua XV de Novembro, quase esquina com a Avenida Armando Salles de Oliveira, onde hoje há um ponto de táxi.
Você estudou em que escola?
Estudei na Escola Antonio de Mello Cotrin. Estudava na volta da entrega das marmitas. Nós éramos tão pobres que pertencíamos ao que se denominava nas escolas de “caixa”. Recebíamos material escolar, lanches, tudo doado pela escola. Depois passei a estudar na parte da manhã e a trabalhar na casa da Dona Aracy Cunha Lara.
Qual era o seu trabalho na casa da Dona Aracy?
(Risos) Eu era empregado doméstico! Arrumava cozinha, varria a casa, cuidava de uma horta, tomava conta das galinhas. Eu era um “faz-de-tudo”. Depois dos meus pais devo tudo a ela. Foi ela quem me ensinou a escrever, foi com ela a minha primeira leitura, meu primeiro trabalho.
Como você chegou á Igreja dos Frades?
A minha irmã estimulou a minha ida para a igreja. Na época não existia coroinha negro dentro da Igreja dos Frades. As missas eram celebradas em latin. (José Carlos passa a relembrar um pouco da missa em latin). Eu usava calças curtas, suspensórios, calçava alpargatas. Existiam as alpargatas de cores azul e marrom, sendo que se convencionou que as azuis era mais usadas pelas mulheres.
Quando você ajudou pela primeira vez, a celebrar uma missa?
Foi um ano depois. Frei Reinaldo é quem dava as instruções, e só depois de muito bem preparados é que íamos ajudar na celebração. No lado direito da sacristia havia uma porta onde em uma pequena sala ficavam as batinas dos coroinhas. Havia batinas de três cores, a vermelha para dias festivos, marrom era o tradicional durante a semana e a batina azul que era para ajudar a celebrar casamentos. Por cima da batina colocávamos o chamado roquete.
Na realização de uma solenidade, havendo um maior número de coroinhas, eram escolhidos aqueles que iriam ajudar diretamente na celebração. Isso ocasionava uma disputa pela função principal?
Tudo era importante. Na hora da consagração se toca o sino, na Igreja dos Frades o sino era composto por quatro campainhas. Era uma briga entre os coroinhas, tirava-se o par ou impar para tocar o sino. O turíbulo era preparado pelo Frei Clemente, girava-se cerca de 360 graus para que ficasse aceso mais rapidamente. Houve acidentes, no girar bater-se na parede e virar tudo no chão. Isso bem na hora em que o padre estava aguardando. Dava-se o desespero, pegar mais brasa.
Quando havia casamento na igreja era preparado um tapete?
Era um tapete vermelho, colocado sobre ma máquina manual, um grande carretel, onde era desenrolado e enrolado o enorme tapete, que ia da porta até o altar, cobrindo o chão por onde o casal iria passar. Eu gostava muito de mexer com isso.
Durante a comunhão o coroinha segurava a patena?
O uso da patena permanece até hoje, alguém um pouco distraído poderá deixar cair á hóstia. Hoje o próprio povo pode tocar na hóstia, antigamente não, só o padre tinha essa autoridade.
Algumas vezes o vinho que era utilizado durante a missa não era consumido totalmente?
Toda criança é curiosa, muitas vezes quando sobrava um pouco de vinho, no caminho para guardar acabávamos experimentando. Em determinada época o vinho consumido na Igreja dos Frades era confeccionado lá mesmo.
Os coroinhas jogavam o denominado pingue-pongue?
Dentro do próprio convento, tínhamos uma sala que funcionava como sede dos coroinhas. Lá tínhamos uma mesa onde eram disputadas as partidas de tênis de mesa, ou como chamávamos na época, de pingue-pongue. O patrono era São Tarcísio. Após ajudar a missa, tomávamos café com leite, comíamos pão com manteiga e jogávamos. Frei Basílio era muito bom em pingue-pongue.
Havia dois cachorros no convento?
Tinha o Bob um vira lata de estimação e o Lobo que era um pastor alemão.
Em frente a Igreja dos Frades há uma construção onde eram projetados filmes?
É o salão da Ordem Terceira.
Após permanecer como funcionário do convento por três anos você foi trabalhar onde?
Em 1966 a Ótica e Relojoaria Rubi abriu uma segunda loja, o Jorginho que trabalhava lá, me convidou. Era uma loja situada na Rua Governador Pedro de Toledo, ao lado da Porta Larga.
Ao lado da Igreja dos Frades, há um local onde eram realizadas festas juninas?
Existe sim. Lá tínhamos muita diversão, as latinhas que formavam uma pirâmide e era derrubadas por bolas lançadas pelos jogadores, espingardinhas de pressão, o famoso coelhinho, que era o carro chefe, tinha comes e bebes. Ao lado tem o prédio da Assistência Social Mariana.
Você chegou a ver a artista Clemência Pizzigatti, quando pintou no muro do convento, cenas com motivos franciscanos?
Diga-se de passagem, eu fui modelo em uma das pinturas. Bem no meio do muro, pelo lado interno existe o que chamamos de capelinhas, que são oratórios, em uma dessas capelas, pelo lado externo, a Dona Clemência perguntou-me se eu queria ser modelo da pintura, ficar parado em uma posição. Eu fiquei. Ela pintou um negro, meio inclinado, segurando uma enxada. Isso foi no tempo em que o Colégio Jorge Coury era na Rua Alferes José Caetano.
Havia missas fúnebres?
Era costume celebrar missa de corpo presente. A urna mortuária com o corpo do falecido permanecia no corredor, próximo ao altar. Em determinado momento da cerimônia tínhamos que nos dirigir até próximo ao corpo do falecido. O coroinha tinha que segurar um pequeno balde que continha água benta, eu fazia de tudo para não olhar para o finado.
De que local vinham as hóstias?
Eram feitas pelas freiras do Lar Escola Maria Nossa Mãe. Constantemente eu ia buscar. Era um trabalho que eu gostava de fazer, as irmãs tinham os retalhos de hóstia que davam para nós comermos.
O cargo de coroinha era revestido de certa importância?
Aos olhos dos fiéis era visto quase como um segundo padre. Era respeitado.
Você foi seminarista?
Fui por oito meses, no Seminário Seráfico São Fidelis. Mais uma vez a influência da minha irmã, que era freira, fez com que eu tomasse essa decisão. Só que eu percebi que não era essa a minha vocação.
Lembra-se dos nomes de alguns frades da Igreja Sagrado Coração de Jesus?
Lembro-me de alguns, Honório, Clemente, Reinaldo, Flaviano, Augusto, Paulo, Evaristo, Liberato, Basílio.
Os coroinhas gostavam de ajudar as missas do Frei Crispim?
Gostavam! Era uma missa muito rápida, cerca de quinze minutos! Nenhum coroinha podia jogar pingue-pongue, jogo de dama, se não tivesse ajudado a celebrar uma missa. Todos queriam ajudar a missa do Frei Crispim para sobrar tempo para brincar!
Havia passeios que os frades proporcionavam?
Eles levavam os coroinhas em uma perua para passear até a Rua do Porto, levavam doces para nós. Lembro-me das missas que ajudávamos nas capelas e igrejas dos sítios. Nós, coroinhas, éramos recebidos com muita cortesia.








Brasileiro faz piada com português, por não entender que os dois povos têm lógicas diferentes. O português mais literal cultiva um preciosismo de sintaxe. Vejam só:

Uma conhecida dirigia por Portugal, quando viu um carro com a porta de trás aberta. Solidária, conseguiu emparelhar e avisou:
- A porta está aberta!
A mulher que dirigia conferiu o problema e respondeu irritada:
- Não, senhora. Ela está mal fechada!

Outro brasileiro, conhecido nosso, estava em Lisboa e numa sexta-feira perguntou a um comerciante se ele fechava no sábado. O vendedor disse que não. No sábado o brasileiro voltou e deu com a cara na porta. Na segunda-feira, cobrou irritado do português:
- O senhor disse que não fechava!
O homem respondeu:
- Mas como vamos fechar se não abrimos?

Trata-se realmente de um povo admirável, que tem mais cuidado com a língua pátria do que com a lógica das piadas.

Um amigo jornalista hospedou-se há um mês num hotel em Évora. Na hora de abrir a água da pia se atrapalhou, pois na torneira azul estava escrito "F" e na outra, preta, também "F". Confuso, quis saber da camareira o porque dos dois "efes".
A moça olhou-o com cara de espanto e respondeu, como quem fala com uma criança:
- Ora pois, Fria e Fervente.

Acrescento o acontecido com o meu amigo Pompilho.

Em Lisboa, a passeio, resolveu comprar uma gravata. Entrou numa loja do Chiado (bairro de lojas finas) e, além da gravata, comprou ainda um par de meias, duas camisas sociais, uma pólo esporte, um par de luvas e um cinto. Chorou um descontinho e pediu para fechar a conta. Viu então que o vendedor pegou um lápis e papel e se pos a fazer contas, multiplicando, somando, tirando porcentagem de desconto, e ele, intrigado, perguntou:
- O senhor não tem máquina de calcular?
- Infelizmente não trabalhamos com electrônicos, mas o senhor pode encontrar na loja justamente aqui ao lado...

Meu irmão morou por um ano em Estoril e contou-me que lá, num certo dia, meio perdido na cidade perguntou ao português:
- Será que posso entrar nesta rua para ir ao aeroporto?
- Poder o senhor pode, mas de jeito algum vai chegar ao aeroporto...

E ainda tem aquela, famosa, do escritor Luiz Fernando Veríssimo. Chegando em Lisboa bem no final da tarde, pegou um táxi e, indo para o hotel, travou o seguinte diálogo com o motorista:
-"A que horas escurece em Lisboa?" E o motorista respondeu:
-"Em Lisboa não escurece!" E o Veríssimo, curioso:
-"Não? Por que?" E o luso:
-"Porque ao escurecer acendemos as luzes..."


by Jayme


Um alemão, um francês, um inglês e um brasileiro apreciam um quadro de Adão e Eva no Paraíso.
O alemão comenta:

- Olhem que perfeição de corpos: ela, esbelta e espigada; ele, com este corpo atlético, os músculos perfilados... Devem ser alemães.
Imediatamente, o francês contesta:

- Não acredito. É evidente o erotismo que se desprende de ambas as figuras... Ela, tão feminina... Ele, tão masculino... Sabem que em breve chegará a tentação... Devem ser franceses.
Movendo negativamente a cabeça, o inglês comenta:

- Que nada! Notem a serenidade dos seus rostos, a delicadeza da pose, a sobriedade do gesto. Só podem ser ingleses.
Depois de alguns segundos mais, de contemplação silenciosa, o brasileiro declara:
- Não concordo. Olhem bem: não têm roupa, não têm sapatos, não têm casa, tão na m... Só tem uma única maçã para comer. Mas não protestam, ainda estão pensando em sacanagem e pior, acreditam que estão no Paraíso.
Só podem ser brasileiros!


segunda-feira, julho 13, 2009

Sobrenomes usados por cristãos novos processados pela Inquisição


O que toda essa história tem a ver com você?
Estima-se que cerca de um décimo (1/10), da população brasileira seja de descendentes de judeus cristãos-novos - alguns historiadores afirmam que na verdade essa proporção é de 35%. Isso equivale, na menor das estimativas, a 17 milhões de pessoas. Segue-se uma lista retirada do livro "As raízes judaicas no Brasil", de Flávio Mendes de Carvalho, com os sobrenomes de cristãos-novos, brasileiros ou residentes no Brasil, condenados pela Inquisição nos séc. XVII e XVIII e que constam nos arquivos da Torre do Tombo em Lisboa. A sua família pode estar citada aqui. É bom lembrar que os judeus, por ocasião da conversão forçada e para esconder suas raízes e evitar a perseguição, adotaram muitos sobrenomes de cristãos-velhos. Assim o fato de um sobrenome estar na lista não nos garante dizer que todas as pessoas que o carregam são descendentes dos cristãos-novos. Por outro lado, o fato de outro sobrenome não estar, não quer dizer que não seja de origem judaica, posto que a pesquisa de Flávio Mendes não abrangeu todo o período de atuação da Inquisição e ainda que muitas famílias conseguiram manter-se em segredo. Na obra do historiador, também descendente de cristãos-novos, constam os nomes e na maioria das vezes a naturalidade, o parentesco e residência dos judaizantes - termo como eram chamados os conversos descobertos praticando o judaísmo. Há vários casos em que muitos dos membros de uma mesma família foram condenados e torturados para delatar a sua própria gente.

Nota sobre os nomes de árvore como sobrenome judaico
Corre pelo Brasil uma certa crença de que todos os sobrenomes com nomes de planta e de animais são sobrenomes de cristãos-novos. Isso é um mito porque muitos desses nomes são bastante antigos e usados igualmente por famílias cristãs-velhas. Ainda há, como pode ser visto na lista, diversos outros tipos de sobrenomes também adotados pelas famílias de conversos, como os de origem geográfica (p. ex. Toledo, Évora), os de alcunha (p. ex. Moreno, Bueno), os de profissões (p. ex. Ferreira), os derivados de nomes de pessoas (p. ex. Henriques, Fernandes), entre outros.
AAbreu Abrunhosa Affonseca Affonso Aguiar Ayres Alam Alberto Albuquerque Alfaro Almeida Alonso Alvade Alvarado Alvarenga Álvares/Alvarez Alvelos Alveres Alves Alvim Alvorada Alvres Amado Amaral Andrada Andrade Anta Antonio Antunes Araujo Arrabaca Arroyo Arroja Aspalhão Assumção Athayde Ávila Avis Azeda Azeitado Azeredo Azevedo
B
Bacelar Balão Balboa Balieyro Baltiero Bandes Baptista Barata Barbalha Barboza /Barbosa Bareda Barrajas Barreira Baretta Baretto Barros Bastos Bautista Beirão Belinque Belmonte Bello Bentes Bernal Bernardes Bezzera Bicudo Bispo Bivar Boccoro Boned Bonsucesso Borges Borralho Botelho Bragança Brandão Bravo Brites Brito Brum Bueno Bulhão C
Cabaco Cabral Cabreira Cáceres Caetano Calassa Caldas Caldeira Caldeyrão Callado Camacho Câmara Camejo Caminha Campo Campos Candeas Capote Cárceres Cardozo/Cardoso Carlos Carneiro Carranca Carnide Carreira Carrilho Carrollo Carvalho Casado Casqueiro Cásseres Castenheda Castanho Castelo Castelo Branco Castelhano Castilho Castro Cazado Cazales Ceya Céspedes Chacla Chacon Chaves Chito Cid Cobilhos Coche Coelho Collaço Contreiras Cordeiro Corgenaga Coronel Correa Cortez Corujo Costa Coutinho Couto Covilhã Crasto Cruz CunhaDDamas Daniel Datto Delgado Devet Diamante Dias Diniz Dionisio Dique Doria Dorta Dourado Drago Duarte Duraes
EEliate Escobar Espadilha Espinhosa Espinoza Esteves Évora
FFaísca Falcão Faria Farinha Faro Farto Fatexa Febos Feijão Feijó Fernandes Ferrão Ferraz Ferreira Ferro Fialho Fidalgo Figueira Figueiredo Figueiro Figueiroa Flores Fogaça Fonseca Fontes Forro Fraga Fragozo Franca Francês Francisco Franco Freire Freitas Froes/Frois Furtado GGabriel Gago Galante Galego Galeno Gallo Galvão Gama Gamboa Gancoso Ganso Garcia Gasto Gavilão Gil Godinho Godins Goes Gomes Gonçalves Gouvea Gracia Gradis Gramacho Guadalupe Guedes Gueybara Gueiros Guerra Guerreiro Gusmão Guterres
H/I Henriques Homem Idanha Iscol Isidro Jordão Jorge Jubim Julião LLafaia Lago Laguna Lamy Lara Lassa Leal Leão Ledesma Leitão Leite Lemos Lima Liz Lobo Lopes Loucão Loureiro Lourenço Louzada Lucena Luiz Luna Luzarte MMacedo Machado Machuca Madeira Madureira Magalhães Maia Maioral Maj Maldonado Malheiro Manem Manganes Manhanas Manoel Manzona Marçal Marques Martins Mascarenhas Mattos Matoso Medalha Medeiros Medina Melão Mello Mendanha Mendes Mendonça Menezes Mesquita Mezas Milão Miles Miranda Moeda Mogadouro Mogo Molina Monforte Monguinho Moniz Monsanto Montearroyo Monteiro Montes Montezinhos Moraes Morales Morão Morato Moreas Moreira Moreno Motta Moura Mouzinho Munhoz NNabo Nagera Navarro Negrão Neves Nicolao Nobre Nogueira Noronha Novaes Nunes OOliva Olivares Oliveira Oróbio PPacham/Pachão/Paixão Pacheco Paes Paiva Palancho Palhano Pantoja Pardo Paredes Parra Páscoa Passos Paz Pedrozo Pegado Peinado Penalvo Penha Penso Penteado Peralta Perdigão Pereira Peres Pessoa Pestana Picanço Pilar Pimentel Pina Pineda Pinhão Pinheiro Pinto Pires Pisco Pissarro Piteyra Pizarro Pombeiro Ponte Porto Pouzado Prado Preto Proença QQuadros Quaresma Queiroz Quental RRabelo Rabocha Raphael Ramalho Ramires Ramos Rangel Raposo Rasquete Rebello Rego Reis Rezende Ribeiro Rios Robles Rocha Rodriguez Roldão Romão Romeiro Rosário Rosa Rosas Rozado Ruivo Ruiz SSa Salvador Samora Sampaio Samuda Sanches Sandoval Santarém Santiago Santos Saraiva Sarilho Saro Sarzedas Seixas Sena Semedo Sequeira Seralvo Serpa Serqueira Serra Serrano Serrão Serveira Silva Silveira Simão Simões Soares Siqueira Sodenha Sodré Soeyro Sueyro Soeiro Sola Solis Sondo Soutto Souza
T/U Tagarro Tareu Tavares Taveira Teixeira Telles Thomas Toloza Torres Torrones Tota Tourinho Tovar Trigillos Trigueiros Trindade Uchôa V/X/ZValladolid Vale Valle Valença Valente Vareda Vargas Vasconcellos Vasques Vaz Veiga Veyga Velasco Velez Vellez Velho Veloso Vergueiro Viana Vicente Viegas Vieyra Viera Vigo Vilhalva Vilhegas Vilhena Villa Villalão Villa-Lobos Villanova Villar Villa Real Villella Vilela Vizeu Xavier Ximinez Zuriaga

Sobrenomes latinos estão entre os dez mais comuns nos EUA

Dois sobrenomes de origem hispânica --García e Rodríguez-- aparecem pela primeira vez na lista dos dez mais comuns nos Estados Unidos, segundo um estudo publicado pelo Censo americano.Os sobrenomes ocupam, respectivamente, as posições de número oito e nove na pesquisa, acima de nomes típicos norte-americanos, como Wilson, que ficou com a décima posição. Os resultados confirmam a crescente influência da comunidade hispânica nos EUA.O levantamento foi feito com base nos dados do censo de 2000, que ouviu 270 milhões de americanos. Além de García e Rodríguez, outros cinco sobrenomes hispânicos estão na lista dos 30 mais comuns: Martínez, Hernández, López, González e Pérez.Os sobrenomes hispânicos representam cerca de 12% da amostra analisada pelo estudo.Segundo os autores do estudo, o objetivo do levantamento é "proporcionar uma melhor compreensão da distribuição dos sobrenomes na população e dar uma idéia da relação entre o sobrenome e certas características demográficas como sexo e etnia".O levantamento oferece alguns dados sobre a relação entre sobrenome e etnia. O estudo revela, por exemplo, que 90% das pessoas com sobrenome Washington são de etnia negra. Já 96% dos Schmitts e Kruegers são brancos e 59% dos Huang, Cho e Li são de origem asiática.Segundo os resultados da análise, os Estados Unidos têm seis milhões de sobrenomes, dos quais 151 mil são levados por mais de cem americanos. Ainda de acordo com a pesquisa, há quatro milhões de sobrenomes que pertencem a apenas uma pessoa.O sobrenome mais comum nos Estados Unidos continua sendo Smith. São 2,3 milhões de pessoas que levam este sobrenome nos EUA.
("BOL - FolhaOnline - Mundo")

Leite Moça

À princípio utilizado como bebida (reconstituído com água), o leite condensado podia ser armazenado por muito tempo, o que era importante em períodos de escassez. Somente durante a Segunda Guerra Mundial donas de casa passaram a utilizá-lo em doces e sobremesas. O leite condensado começou a ser importado pelo Brasil em 1890 e era uma alternativa ao leite fresco, cujo abastecimento era problemático. O produto da The Nestlé and Anglo Swiss Condensed Milk Company era vendido nas drogarias e, inicialmente, seu nome era Milkmaid. Mas a jovem da embalagem, uma camponesa suíça do século XIX, inspirou os compradores, que pediam o "leite da moça".Quando a Nestlé abriu sua primeira fábrica no país, em 1921, na cidade de Araras (SP) e começou a produzir o produto, optou pelo nome criado espontaneamente.

O juiz Sérgio Divino Carvalho, da 12ª vara cível de Goiânia, determinou à Universidade Católica de Goiás - UCG - que efetue a matrícula da estudante Marcela de Oliveira Rady, de apenas 15 anos, no curso de Direito, embora não tenha concluído o 2º grau. A garota, representada pelo advogado Edilberto de Castro Dias, atualmente cursa o 3º ano do ensino médio. Ao conceder a liminar, Sérgio Divino lembrou que o pedido é baseado no artigo 208 da CF/88 que - assim como os artigo 54 do ECA (lei 8.069/90 - ) e 4º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei 9.394/96 - ) - garante que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um. "A aprovação da requerente no vestibular da instituição de ensino superior demonstra, de forma inequívoca, a sua capacidade devendo, portanto, ser facilitado o seu acesso ao ensino superior", avaliou, citando a fumaça do bom direito (fumus boni iuris) como um dos requisitos para deferir o pedido. O juiz argumentou também que, de acordo com a lei 9.394/96, a classificação em qualquer série ou etapa, com exceção do ensino fundamental, pode se dar independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola que defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada. O juiz Sérgio Divino Carvalho, da 12ª vara cível de Goiânia, determinou à Universidade Católica de Goiás - UCG - que efetue a matrícula da estudante Marcela de Oliveira Rady, de apenas 15 anos, no curso de Direito, embora não tenha concluído o 2º grau. A garota, representada pelo advogado Edilberto de Castro Dias, atualmente cursa o 3º ano do ensino médio. Ao conceder a liminar, Sérgio Divino lembrou que o pedido é baseado no artigo 208 da CF/88 que - assim como os artigo 54 do ECA (lei 8.069/90 - ) e 4º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei 9.394/96 - ) - garante que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um.


Sabão Omo

O sabão em pó Omo foi criado pelo grupo inglês Unilever na década de 1930. Seu nome é a abreviatura da expressão "Old Mother Owl" ("Velha Mãe Coruja"). Na primeira embalagem, havia uma coruja estilizada. As letras "o" eram seus olhos, enquanto o "m" formava o nariz e o bico. A marca de sabão em pó foi lançada no Brasil em 1957.

SHOW RECOMENDADO


Caneta Bic

Marcel Bich, depois de trabalhar em uma empresa de tintas durante a Segunda Guerra Mundial .Em 1949 ele comprou uma pequena fábrica de canetas esferográficas. As canetas vazavam tinta e sujavam os dedos, mas faziam sucesso, e Bich decidiu investir no produto. Procurou seu inventor, Ladislao "Laszlo" Biro, comprou a patente e iniciou a fabricação da caneta Bic, cujo modelo é praticamente o mesmo até hoje. Atualmente, são vendidas 10 milhões de canetas por dia. A novidade chegou ao Brasil em 1961, e, durante algum tempo, era proibido assinar documentos e cheques com esferográficas. Mesmo assim, a Bic vendeu 3,6 milhões de unidades em seu primeiro ano no país.

Alunas da ESALQ ganham bolsas para estudar na Europa

A Universidade de São Paulo (USP) e o Grupo Santander possuem um acordo de cooperação que oferece bolsas de estudo em universidades da América Latina, Portugal e Espanha. A edição 2009 do Programa de Mobilidade Internacional do Santander, que inclui ‘Bolsas Luso-Brasileiras’ e ‘Bolsas de Países Ibéricos’, contemplou duas graduandas da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ). As alunas, que optaram por estudar em Portugal, partirão para a Europa em agosto.
Natália Zancan, aluna do 3º ano do curso de Ciências Econômicas, seguirá para a Universidade do Porto. A estudante, que aqui vem desenvolvendo na iniciação científica uma pesquisa sobre biodiesel, se entusiasma com oportunidade da permanência por seis meses na Europa. “Pretendo aperfeiçoar meus conhecimentos, ganhar uma visão diferente do mundo. Acho que pode ser interessante dar seqüência aos estudos na área de agroenergia, uma vez que na Europa as pesquisas relacionadas ao tema vem ganhando espaço”.
Valquíria Prezotto Ximenes, também aluna do 3º ano do curso de Ciências Econômicas, tem como destino a Universidade de Coimbra (Portugal). Nas disciplinas a cursar, a estudante aprofundará conhecimentos em economia internacional, marketing e teorias do crescimento. “Eu venho desenvolvendo pesquisas na área de economia internacional, com ênfase em barreiras fitossanitárias e ter contato com esta temática em nível global será uma ótima oportunidade”.
Na USP este programa é coordenado pela Pró-reitoria de Graduação, com apoio da Comissão de Cooperação Internacional (CCInt) e na ESALQ, pela Comissão de Atividades Internacionais (CAInt) por meio da Seção de Atividades Internacionais (SCAInt), com apoio da Comissão de Graduação.
O Programa de Mobilidade Internacional
Fora lançado um edital oferecendo 45 bolsas para toda a Universidade e os alunos interessados enviaram histórico escolar, carta de interesse, plano de estudos com as matérias pretendidas e universidade de destino. A permanência nas instituições de ensino superior estrangeiras é de seis meses, para tanto, cada aluno ganha uma bolsa de 600 Euros mensais e mais mil Euros para a passagem. A USP vem empreendendo esforços no sentido de aprofundar a internacionalização de suas ações, aspecto considerado de suma importância na formação do corpo discente e também docente, bem como na produção e divulgação de conhecimentos. O objetivo do programa é possibilitar aos alunos de graduação, regularmente matriculados, cursar disciplinas de graduação em instituições estrangeiras de ensino superior, durante o período de até um semestre.

sábado, julho 11, 2009

SERINGUEIRAS PLANTADAS EM 1954 - NA REGIÃO CENTRAL DE PIRACICABA






















LAURINDO BERTINATTO



PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS

JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista

joaonassif@gmail.com
Sábado 11 de julho de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana

As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/



ENTREVISTADO : LAURINDO BERTINATTO


Quem passa pela Rua Luiz de Queiroz admira as colossais árvores que dominam com sua imensidão o espaço da praça ali existente, popularmente conhecida como Praça da Boyes. Sentado em um banco, embaixo das seringueiras, Laurindo Bertinatto distrai-se com a movimentação da rua. Homem e natureza completam-se. Naquela rua ele nasceu, trabalhou, conheceu sua esposa, constituiu a sua família. As suas raízes e as da seringueira estão naquele pedaço de chão. Bem próximo, existe uma construção do século XIX, uma das realizações de Luiz Vicente de Souza Queiroz, conhecida como “Solar”, ou “Palacete Luiz de Queiroz”, hospedou figuras ilustres que passaram pela cidade, entre tantos, Joseph Rudyard Kipling escritor britânico, nascido em Bombaim, na Índia, Prêmio Nobel de Literatura. Próximas ao Salto do Rio Piracicaba, tanto a fábrica como a residência foram vendidas á Companhia Boyes, passando a casa ser conhecida como “Palacete Boyes”. O Rio Piracicaba, a chamada Casa do Povoador, o Palacete, a Fábrica Boyes, o antigo parque infantil que cedeu espaço para a construção do Hotel Municipal, a Chácara Lara Campos, do falecido Conde Rodolpho de Lara Campos, onde hoje está o Clube de Campo de Piracicaba, o Engenho Central, com suas locomotivas próprias, projetadas pelo genial João Botene, o trem da Sorocabana, o bonde da Vila Rezende, é nesse cenário que Laurindo nasceu, cresceu e desfruta a vida com muito boa disposição. Nascido em 22 de agosto de 1930.
O senhor é piracicabano?
Sou piracicabano da gema, filho de Carlos Bertinatto e Ema Oian Bertinatto. Nasci em uma casa situada próxima á Ponte do Mirante, a denominação popular para a Ponte Irmãos Rebouças. Meu pai tinha um barzinho na esquina da Rua Saldanha Marinho com a Rua Luiz de Queiroz, o prédio existe até hoje, havia um jardim com um parque na época, parte da área foi utilizada para a construção do Hotel Municipal. O produto que era mais comercializado no barzinho era peixe frito, os pescadores pescavam no Rio Piracicaba, forneciam ao meu pai, que os vendia. Eu tinha cinco a seis irmãs, elas ajudavam na cozinha. A casa e o bar era de propriedade do Sr. Marino Mantoni, pai do Mário Mantoni.
Quantos filhos seus pais tiveram?
Nove filhos. Eu sou o penúltimo dos nove filhos.
Na época em que o senhor era criança a Rua Luiz de Queiroz era terra nua?
Era sim, na época passava boiada por aqui, iam para o matadouro. Eu tinha uns treze anos de idade, tínhamos que fechar as portas do bar, senão corria o risco do boi entrar. Quando “estourava” a boiada, os bois iam para todos os lados. Na Fábrica Boyes não havia alambrado, era comum cair boi no córrego da Boyes. Os boiadeiros laçavam e davam um jeito de puxar o boi para fora da água.
Não existia a Avenida Renato Wagner?
O leito carroçável continuava depois da ponte, no sentido bairro-centro. Existia uma casa de fabricar farinha, era de propriedade de um senhor de sobrenome Eiras.
O parquinho infantil ficava onde?
No local ocupado pelo hotel, tinha brinquedos como balança, gira-gira. O jardim era grande, ia da Rua Luiz de Queiroz até a Rua Tiradentes, quando moleque eu ia caçar passarinho lá. Era uma vegetação fechada.
O Rio Piracicaba tinha muito peixe?
Tinha os peixes: dourado, mandi, corimbatá, lambari, cascudo, era uma beleza o rio. Na época onde hoje é o mirante havia só uma casinha, onde ficava um senhor tomando conta. De lá se avistava o rio e via os peixes nadando, brilhando no sol. Vi muito pescador pegar peixes grandes, até dourado de 18 quilos.
O senhor pescava?
Ás vezes ia pescar, gostava de pescar mandi Eu nasci na beira do rio, mas não aprendi a nadar. Via a criançada nadar, alguns tiravam as roupas deixavam na beira do rio, algum outro moleque escondia a roupa deles! Isso eu cheguei a ver. Não havia a Avenida Beira-Rio. O terreno que fazia parte do Palacete Boyes ia até a beira do Rio Piracicaba. Depois foi desapropriada a parte onde fizeram a Avenida Beira Rio.
O senhor estudou em que escola?
Estudei no Grupo Moraes Barros. Lembro-me de um professor chamado Perpétuo. Tive aula com a Professora Odila Lopes Fagundes, esposa do Sr. Virgilio Fagundes, proprietário de uma fábrica de cordas.
Qual é o nome da sua esposa?
Vilma Gaiad Bertinatto, ela é tia do jornalista e radialista Carlos Eduardo Gaiad.
Na Rua Luiz de Queiroz, existiam casas de funcionários da Boyes?
Existia sim. Onde hoje há um terreno vazio havia uma casa na esquina e duas casas ao lado. Eram casas dos mestres. Lembro-me do Sr. Domingos Oss, Oswaldo Novaes que era motorista da companhia, bem na esquina havia um senhor que morava na parte superior e embaixo havia um salão grande, o José Renzi, mais conhecido como Tico Renzi, tinha ali o seu gabinetinho de dentista.
O senhor é católico?
Sou. Fiz a minha primeira comunhão quando tinha treze anos de idade aqui na Igreja Nossa Senhora Aparecida. Essa igreja é bem antiga.
Com que idade o senhor começou a trabalhar?
Eu ajudava o meu pai a partir dos meus dez anos de idade. Lavava os copos, servia os clientes. Por volta de 1937 meu pai adquiriu o imóvel onde montamos outro bar. Eu acredito que antigamente deve ter sido um imóvel só, que por ser muito grande foi desmembrado. A nossa família toda veio morar aqui.
O senhor chegou a trabalhar na Boyes?
Com dezesseis anos de idade comecei a trabalhar na Boyes, onde permaneci por uns dois anos. Trabalhava na preparação de fios para colocar nos caixões. Havia o horário das 5 horas da manhã até as 13 horas e 30 minutos, outra turma entrava ás 13 horas e 30 minutos e saía ás 10 horas da noite. O horário era alternado semanalmente. Havia uma terceira turma das 10 horas da noite até as 5 horas da manhã. A fábrica funcionava dia e noite, só parava aos domingos. Fabricava tecido de algodão, e muita sacaria para açúcar, ela que fornecia os sacos para açúcar para o Engenho Central. Não vencia produzir. Na época diziam que era o melhor produto do mercado, chegou a ter quase 2.000 funcionários. Para almoçar eu só atravessava o jardim e vinha comer em casa. Naquele tempo nem jardim existia, eram pés de maravilha, eles tinham dois metros de altura, faziam o carreador e saiam no bosque, às pessoas chamavam de bosque a mata que havia atrás do Palacete Boyes, havia uma passagem da Rua Luiz de Queiroz para a beira do Rio Piracicaba. Essas seringueiras que hoje estão enormes, eu vi plantar. Reformaram tudo, eu vi plantarem o jardim inteiro, isso foi no ano de 1954. Essas seringueiras têm 55 anos. Na Rua do Porto havia pouca coisa, era mais o pessoal que tirava areia do Rio Piracicaba. Com um batelão tiravam areia do rio e colocavam á margem do rio, era usada em construções. Já existia o Largo do Pescador, e também o bar que fica na esquina. Onde hoje é a Arapuca do Hélio, ficava a olaria do Pecorari. Tinha mais para frente uma olaria que fazia telhas, cheguei a comprar telhas deles.
O senhor saiu da Boyes e veio trabalhar no bar?
O meu pai ficou doente, meu cunhado assumiu o bar, eu vim para ajudá-lo. Na época fazíamos sorvetes de massa e de palito. Sorvete de massa havia o corinto, era leite com açúcar e uva passa. Fazíamos sorvete de ameixa, milho verde, morango tudo natural. De palito havia o de groselha, coco queimado, limão, coco.
Trabalhei na Companhia de Força e Luz um ano, ficava no prédio que existe até hoje, ao lado da catedral. Eu trabalhava como leiturista, entregava avisos.
Aonde o senhor ia passear?
Nessa época eu era moço, ia passear na Praça José Bonifácio, quadrar o jardim.
Foi lá que o senhor conheceu sua esposa?
Ela trabalhava na Boyes também. Ela vinha com as amigas para tomar sorvete. E foi assim que a conheci. Casamos em 1954, casamos na catedral. Em 1953 eu comprei o bar do meu cunhado, permaneci até 1983, são 30 anos!
Onde fica a famosa Rua do Sabão?
É a rua logo abaixo, a Antonio Correa Barbosa, ela sai do escritório da Boyes até a prefeitura. Mesmo com calçada em tempo de chuva as pessoas escorregavam nela, porque ela tinha inclinação acentuada. Pelo menos é o que falavam.
Quem abastecia o comércio do senhor com pães?
Era a Padaria Brasileira, que ficava na Rua Alferes José Caetano, 701, de propriedade do Sr. José Yeda. Comprava bolachas da Júpiter, que ficava ao lado da igreja Bom Jesus. Tinha outra fábrica de bolachas, a Cacique. Doces eu comprava do Martini. Balas eu adquiria do Nechar, da Atlante. Vendia muita lingüiça do Airton Mondini. Eu ia buscar lingüiça na Saldanha Marinho, logo após onde existiu o Posto Oásis. A casa bonita da esquina pertencia ao Ulisses Rodrigues, ele era dono de um ferro-velho.
O senhor além de bebidas quentes, refrigerantes, vendia muita cerveja?
Barbaridade como vendia! Naquele tempo praticamente só existia meu bar por aqui. No Natal e no Ano Novo vendia 50 dúzias de cerveja. Deixava no freezer, geladeira, em tambor com gelo. Ia até o Jorge Maluf que tinha uma fábrica de gelo em frente ao Cine Broadway, na Rua São José, comprava barras de gelo, quebrava bem quebradinha, colocava um pano em cima, no outro dia estava mais gelada do que na geladeira.
O senhor chegou a conhecer o Terêncio Galesi?
Meu pai foi funcionário dele. O Terêncio Galesi tinha um depósito de açúcar, naquele mesmo local, na Rua Prudente de Moraes, onde hoje funciona o HSBC. Meu pai era bem jovem quando começou a trabalhar lá, e permaneceu por bastante tempo.
O senhor conheceu o Conde Rodolpho de Lara Campos?
Conheci! Nós íamos com o meu pai buscar laranja, a chácara começava aqui na Ponte do Mirante e ia até no Asilo (Lar dos Velhinhos). Abrangia onde está onde hoje é o Clube de Campo. Já existia um caminho na direção onde hoje é a Avenida Torquato Leitão. Do lado direito de quem sobe a avenida, era a Chácara do Basaglia. Nós também íamos buscar muita laranja lá. Onde tinha o Estádio Roberto Gomes Pedrosa era a chácara do Pedro Ricco.
O senhor é quinzista?
E como sou! Eu não saia de lá! Joguei bastante futebol. O nome do meu bar era Estrela Dalva, e o nome do clube que eu jogava era também Estrela Dalva. Nós mandávamos os jogos no campo da Vila Boyes. Eu jogava como centro-avante, o Hermes era goleiro, Nelson Renzi irmão do Tico Renzi, jogava de beque central, Marino Dal Pogetto, Hélio Spolidório, centro-médio, o Rubens Costa, médio-esquerdo.
Qual era a cor do uniforme?
A camisa era branca com uma Estrela Dalva no peito, e o calção era azul. Chuteira era daquelas bem simples, mas tinha.
Quem lavava o uniforme do time?
Minha irmã! Acabava o jogo, enfiava no saco e trazia o uniforme do time inteiro. Não tinha máquina de lavar, era no tanque mesmo. Passava, guardava e no dia de jogo levava.
O time pagava alguma coisa para os jogadores?
O jogador pagava para jogar. O Campo da Vila Boyes ficava ao lado do Clube de Campo, no começo da Rua Dona Eugênia. Depois foi loteado.
Como era a Vila Boyes?
Era tudo mato. A Boyes mandou fazer 108 casas, quem construiu foram os pedreiros da Boyes. Na época os operários da empresa foram morar lá, e pelo que eu sei não pagavam nada pela moradia. Era um orgulho pertencer á Boyes.
O senhor chegou a freqüentar o Teatro Santo Estevão?
Fui, gostava muito das companhias de comédia, assisti Procópio Ferreira, cantores como Carlos Galhardo, Orlando Silva, Nelson Gonçalves.
Conheceu o médico Dr. Samuel Neves?
Conheci, era um homem muito bom, não cobrava nada dos pobres. Conheci Dr. Cera, Dr. João José Correa. A Santa Casa ficava na Rua José Pinto de Almeida.
Conheceu Nhô Lica?
Conheci, eu trabalhava na Força e Luz, ele vinha com um saco cheio de pedras e jogava em cima do balcão. Ele queria vender as pedras, imaginava que eram diamantes, pedras preciosas.
O senhor ia para Rio das Pedras de trem?
Quando eu me casei, a minha sogra Dona Cristina Gaiad mudou-se para Rio das Pedras, eu ia visitá-la de trem, isso aos domingos, a locomotiva era a Maria Fumaça.
Algumas pessoas conhecidas na cidade visitavam o Bar Estrela Dalva?
O Comendador Humberto D`Abronzo, o Salgot, Bento Dias Gonzaga, Francisco Antonio Coelho.
O senhor jogou em Jundiaí?
Nós combinamos um jogo, e foi o time todo de trem pela Companhia Paulista, para jogar futebol em Jundiaí. O Alan Perches do Nascimento era o presidente do nosso clube.
Quem eram os maiores times adversários do Estrela Dalva?
O Jaraguá Futebol Clube, o MAF. O nome MAF são as iniciais do presidente do time, Manoel Ambrosio Filho, que cheguei a conhecer.



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