sábado, maio 23, 2009















WILSON ROBERTO TIETZ



PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS

JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com
Sábado, 23 de maio de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
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ENTREVISTADO : WILSON ROBERTO TIETZ


O memorável jornalista Geraldo Nunes, já falecido, trabalhou por muitos anos no Jornal de Piracicaba. Um empresário de Piracicaba, também já falecido, estava comemorando o seu aniversário em uma chácara e resolveu convidar Geraldo Nunes para o almoço festivo, isso foi em um sábado. Após encerrar suas obrigações junto ao jornal, o jornalista estendeu o convite a um jovem recém-admitido para também ir á festa. Outras duas pessoas juntaram-se, formando um grupo de quatro convidados para o almoço. Na época Geraldo Nunes tinha uma Caravan, a estrada ainda era de terra. Ao chegarem à porta de entrada da chácara avistaram a maior festança. Por um ato de rebeldia a Caravan resolveu encalhar. Imediatamente os convidados deixaram á festa e foram resgatar o veículo, sem permitir que seus ocupantes descessem. Uma demonstração de extrema cortesia. Com tantas mãos empurrando, logo o automóvel estava em seu leito natural. O jovem jornalista olhou com profundo respeito para Geraldo Nunes e soltou: “-Puxa Seu Geraldo! Eu não sabia que o senhor é uma pessoa tão importante!” Do alto da sua experiência e sabedoria Geraldo respondeu: “-O Jornal de Piracicaba é importante! No dia em que eu não trabalhar mais no jornal e estiver andando a pé, pode ser que qualquer uma dessas pessoas nem me ofereça carona.”. O jovem jornalista se calou. E nunca mais se esqueceu dessa história. O nome desse jovem jornalista é Wilson Tietz. Hoje ele acumula uma longa folha de serviços prestados, vereador eleito em cinco eleições consecutivas exerceu os cinco mandatos na Câmara de Charqueda, em um período de 22 anos. Atualmente é vice-prefeito de Charqueda, Presidente do Conselho de Curadores da FUMEP - Fundação Municipal de Ensino de Piracicaba, Gerente Comercial do Jornal de Piracicaba onde começou a trabalhar no dia 10 de outubro de 1978.

Como a família Tietz foi para a região de Charqueada?
A família Tietz estabeleceu-se na região abrangente pelo hoje município de Charqueada, isso foi em 1885. Naquela época os imigrantes ao adquirir um terreno consideravam a água existente no local como fator decisivo para a compra. As casas eram construídas próximas á bica de água, onde houvesse uma nascente. Eles entendiam que havendo água em abundancia o resto eles iriam conseguir. Formava-se uma horta, plantavam frutas, faziam vinho. Havia a cultura de subsistência, plantava-se arroz, feijão milho. O meu bisavô, Júlio Tietz foi o patriarca da família Tietz, o primeiro a vir para o Brasil, a minha bisavó é da família Bombazaro, cujo patriarca chamava-se Jacob Bombazaro, Vieram em uma colonização, deixaram a Europa, onde havia uma crise muito acentuada. Na região de Campinas, em Helvécia, Julio e Jacob conheceram-se, permaneceram por algum tempo, e logo em seguida houve a oportunidade de comprarem uma área de terras no Córrego da Onça. A família Bombazaro adquiriu uma parte e a família Tietz adquiriu outra parte.
Que língua eles falavam?
O Júlio falava alemão. Os Bombazaro eram de origem italiana, em pouco tempo passaram a se entenderem. Moravam próximos, compartilhavam a mina de água, que existe até hoje. No acordo da compra do sítio ficou determinado que mesmo situando-se no sítio dos Tietz os Bombazaro tinham a cessão de uso dessa mina, fato que serviu para a aproximação das duas famílias.
As casas em que moravam eram construídas por eles mesmos?
Seu Júlio era carpinteiro, tinha uma facilidade muito grande em lapidar a madeira. A base para as estruturas das casas era feita com pedras, lavravam a madeira que podia ser cabriúva, araruva. A peroba e o jequitibá eram mais utilizados para fazer as janelas, o acabamento da casa. Os troncos tinham a base maior, arredondado, assim como era encontrado na natureza, essa parte ficava junto ao solo, era então feito um patamar e lavrando a madeira deixavam as suas paredes em forma de vigota com quatro faces semelhantes entre si. As casas eram construídas sem nenhum prego, nem arame, todo o travamento era feito através de encaixes, com um formão realizavam um corte de tal forma que a madeira ao se encaixar já ficava travada. As casas eram feitas de barrote, as paredes utilizavam em sua parte interior o bambu. No ponto em que o tronco deixava a sua forma arredondada para ter cantos retos, era encaixado o madeiramento do assoalho, sempre acima do solo, uma forma de proteção contra a ação de agentes naturais e climáticos.
Qual é o nome dos seus pais?
Sou filho de Antonio Tietz e Geni Balarim Tietz, nasci em 3 de janeiro de 1960. O meu pai trabalhava no Departamento de Estradas de Rodagem. Era uma pessoa que lia muito jornal, ouvinte da Hora do Brasil. Talvez seja um habito adquirido por hereditariedade, Rodolpho Tietz, filho de Júlio Tietz, recebia uma vez por mês o exemplar de um jornal alemão, esse jornal vinha em navio e depois era trazido pelo trem até a estação de Paraisolândia. (N.J. A estação de Paraizo foi inaugurada em 1888, por volta de1940, teve o nome alterado para Paraisolândia). Após retirar o jornal, Rodolpho Tietz reunia-se com as pessoas moradoras no sítio, sentava-se em um tronco de cabriúva, que era uma tora, denominada por eles de banco, ele lia as notícias trazidas pelo jornal alemão.
Houve muitos casamentos entre os membros das famílias Bombazaro e Tietz?
A família Tietz teve muitos filhos homens, e formam uma geração grande, a famlia Bombazaro teve mais mulheres como descendentes, com isso o sobrenome Bombazaro é visto em menor número de pessoas, em decorrência da tradição de prevalecer o sobrenome do pai. A família Tietz é enorme. Houve muitos casamentos entre Bombazaro e Tietz.
Em que escola você iniciou seus estudos?
Estudei na Escola Mista do Bairro Córrego da Onça. É interessante observar que essa escola surgiu quando Rodolpho Tietz cedeu metade de sua casa para ser escola, sem ônus algum para a localidade. Mais tarde, seu filho João Semmler Tietz doou o terreno para a construção de uma nova escola. Ali estudei até o quarto ano, em seguida fiz o ginásio e o colegial em Charqueada, na Escola Estadual Benedito Dutra Teixeira.
Como se deu o seu ingresso na faculdade?
É uma história interessante! Pelo fato do meu pai ler muito, acompanhar os fatos pelos noticiários veiculados pelo rádio, ser uma pessoa muito atenta ao campo da comunicação, o negócio dele era sintonizar o rádio em esportes e noticias, sempre acompanhou os fatos ocorridos na política mundial. Ele incentivou muito para que estudássemos, e o seu sonho era que fossemos jornalistas, ele sempre foi um defensor da profissão de jornalista. Com seu rádio modelo Transglobo onde através de suas faixas de Ondas Médias, Curtas, Longas sintonizava inúmeras rádios no mundo, até em Moscou, ou na Bélgica, onde houvesse sintonia. Ele sempre foi um entusiasta da comunicação! Em 1977, meu pai estava ouvindo a Rádio Difusora de Piracicaba, isso no Dia do Jornalista, o apresentador Edirley Rodrigues estava fazendo uma entrevista com o já falecido jornalista José ABC. Discorrendo sobre a profissão de jornalista, José ABC enalteceu as maravilhas da profissão. O locutor e jornalista Edirley perguntou a José ABC qual era a sua impressão sobre os aspectos financeiros da profissão. Zé ABC, como todos os chamavam informalmente, disse então que ser jornalista é mais uma missão, existe casos de algumas pessoas que ganharam muito dinheiro, mas a grande maioria trabalha por amor a camisa, por paixão, um abnegado. Foi então que ele disse estar surgindo uma profissão nova na área de comunicação: a Publicidade e Propaganda, onde ele via um espaço muito grande, o profissional estaria em contato com o mercado. Na época nem se falava marketing, dizia-se que ia trabalhar com “reclame” (N.J.: Anúncios publicitários). Depois disso, meu pai disse mim e para o meu primo José Edvaldo Tietz o que tinha ouvido no rádio, e que deveríamos conversar com o Zé ABC. Na época éramos garotos, tínhamos 17 anos de idade. Com o ônibus da Viação Trevisan, viemos os três para Piracicaba, e fomos conversar com o Zé ABC. Assim ingressamos na área de publicidade. Prestamos o vestibular na Unimep, fomos aprovados e passamos a estudar. Em 10 de outubro de 1978 vim para Piracicaba.
Ao mudar-se para Piracicaba, qual foi a forma encontrada para manter-se em comunicação com a família que havia ficado no sítio em Charqueda?
No sítio não havia telefone, em Paraisolândia tinha um telefone daqueles que usavam manivela, pedia-se para a telefonista fazer a ligação. Correio era um meio muito precário. O meu primo Edvaldo que também veio para Piracicaba, o seu pai havia conseguido para ele um emprego de empacotador nas Lojas Riachuelo. Fui até a Rádio Difusora, falei com o apresentador Ary Pedroso, disse-lhe que precisava arrumar um trabalho para poder pagar a faculdade. Ele passou a anunciar através do rádio a minha disponibilidade para trabalhar. Eu ficava na Praça José Bonifácio esperando. E assim foram semanas de espera. Um dia passou pela praça um amigo de Charqueada e disse que a Caterpillar estava precisando admitir funcionários. Foi o período de implantação da empresa em Piracicaba. O Gallani estava entrevistando os candidatos, fui selecionado e passei a trabalhar na Caterpillar como ajudante de montagem, seis meses depois eu estava na inspeção de máquinas. Eu precisava fazer horas extras e a Caterpillar valorizava muito as pessoas que trabalhavam aos sábados, domingos. Nesse tempo eu morava com a minha tia Pina. O meu primo Edvaldo foi trabalhar no jornal “O Diário”. Nós já nos tratávamos um ao outro chamando de “compadre”. Ele me disse:
“-Compadre, tem uma vaga no Diário”! Fiz um teste, passei, e então surgiu uma grande interrogação da minha vida, eu estava ganhando o suficiente para pagar a escola, sobrava um pouco, só que no jornal estaria trabalhando no campo que estávamos estudando. Consultei meu pai, ele deixou a decisão por minha conta. Quando fui pedir a minha demissão recebi uma contraposta muito interessante, bastante atraente. Acabei indo trabalhar no Diário, de onde saí alguns meses depois. Decorridos algum tempo, fui trabalhar como porteiro no Edifício Orsini. Eram seis horas de jornada no prédio, a noite fazia a faculdade, sobrava um tempo. Fui até o Jornal de Piracicaba, onde encontrei Salmeirão Aires, o “Psiu”. Ele trabalhava na Philips e aos sábados coordenava a área de assinaturas. Ele disse-me que precisava realizar uma ação de vendas de assinaturas do Jornal de Piracicaba em Charqueada. Aceitei o desafio e fiz um bom número de assinantes na cidade.
Assim você passou a ser um elemento comercial do Jornal de Piracicaba?
Comecei a vender assinaturas para o Jornal de Piracicaba. Ganhava o suficiente para integralizar a mensalidade da faculdade. Mudei meu horário como porteiro no prédio, da meia noite até as seis da manhã, entrava na faculdade ás sete horas da noite e saía ás onze horas da noite. Tinha um apartamento vago no décimo terceiro andar, colocava um colchãozinho e dormia. Comia no Restaurante do Peixinho que ficava em frente ao prédio. Durante o dia vendia assinaturas do Jornal de Piracicaba. Era uma jornada louca! Isso foi por uns seis meses. Em outubro de 1978 passei a trabalhar como funcionário na área de publicidade.
Como funcionário efetivo, qual foi um dos primeiros trabalhos realizado por você?
O José ABC estava trabalhando em cima da edição de Natal. Comecei a trabalhar junto aos comerciantes do Mercado Municipal. Bolei uma foto da fachada do mercado, fiz um layout, e saí vendendo. O primeiro anuncio vendi na Banca da Maria Portuguesa. Por duas semanas trabalhei no mercado e fechei a página. Parti para uma outra de auto-escolas, fiz outra página com postos de gasolina, eram segmentos que não havia ninguém trabalhando. Criei um segmento. Para a edição de Natal consegui vender várias páginas. Fiz o “Palpitão” no jornal, que era o resultado da loteria esportiva. Fui criando e agregando. No final de 1978 trouxe o Edvaldo para o Jornal. Ele criou um meio de publicidade segmentado, fez o comércio da Rua Boa Morte. Trabalhamos como sócios, dividíamos as nossas comissões! Trabalhamos por mais de quinze anos juntos.
Até hoje vocês se tratam por “compadres”?
Nós éramos compadres por brincadeira, depois passamos a sermos compadres de verdade, ele até foi meu padrinho de casamento. Em batizados de nossos filhos um foi o padrinho do filho do outro.
Como foi o seu ingresso na vida pública?
Entrei através do Ari Pedroso, do Tim que é o Antonio Vicentim Neto lá de Charqueada. O Tim sempre foi um estudioso de política. Ele tinha uma lojinha, e ali era o comitê político da cidade, lá estiveram o João Hermann Netto, Orestes Quércia, Ari Pedroso. Alguns detalhes chamavam a atenção no Tim: tinha uma visão muito precária, era estrábico, além de ser surdo e gago! E era político! Foi o meu grande mentor político. Ele me ensinou muito. Lembro-me de uma passagem bastante interessante. O Tim como presidente do diretório político cuidava de todas as documentações do partido. Na época o seu partido era o MDB. Era uma época em que se aproximava a eleição para prefeito e vereadores, elegia-se um vereador com 130 votos. Um dia chegou um cidadão, com sotaque dos naturais do nordeste do país e disse para o Tim: -“Eu queria ajudar um candidato, tenho uma família grande, são 150 votos! Só que preciso construir uma casinha, necessito que esse candidato me ajude a construir uma casa!” O Tim, gago, perguntou-lhe se realmente tinha os 150 votos, e se queria construir uma casinha, porque ele tinha um negócio melhor para ele. Tim entrou por uma porta em direção ao fundo da casa. Eu fiquei lá na lojinha, junto com o cidadão. O homem estava todo entusiasmado, devia estar pensando que o Tim fora tomar alguma providencia para concretizar a sua oferta. Logo depois o Tim voltou, com o livro de ata e as fichas de filiação. E disse ao detentor dos possíveis 150 votos: “Você tem 150 votos, você está eleito! É só assinar a ficha e sair candidato! Você não precisa ajudar ninguém!”. Na verdade não havia voto nenhum, fora tudo fruto da imaginação daquele sujeito.
Como eram os pronunciamentos do Tim?
Ele tinha um carisma muito grande. Tinha muito conhecimento, sabia como redigir um ofício, foi ele quem me ensinou a solicitar as primeiras reivindicações. Ele foi por diversas vezes vereador em Charqueada, inclusive o plenário da câmara eu sou o responsável por ter dado o seu nome, Antonio Vicentim Neto. Nos seus pronunciamentos ele gaguejava, e isso criava uma expectativa pelos seus pronunciamentos. Ele colocava os termos de uma forma muito hábil. Tinha os admiradores do conteúdo da sua fala. Foi um grande mestre da política em Charqueada.




quarta-feira, maio 20, 2009

IMAGENS URBANAS







Solução para a crise econômica

Mês de agosto, às margens do Mar Negro.

Chovia muito e o vilarejo estava totalmente abandonado.

Eram tempos muito difíceis, e todos tinham dívidas e viviam de empréstimos.

De repente, chega ao vilarejo um turista muito rico.

Entra no único hotel do lugar, põe sobre o balcão uma nota de 100 euros e sobe as escadas para escolher um quarto.

O dono do hotel pega os 100 euros e corre para pagar sua dívida com o açougueiro.

O açougueiro pega o dinheiro e corre para pagar o criador de gado.

O criador pega o dinheiro e corre para pagar a prostituta do vilarejo, que, por conta da crise, trabalhou fiado.

A prostituta corre para o hotel e paga o dono pelo quarto que alugou para atender seus clientes.

Nesse instante, o turista desce as escadas após examinar os quartos, pega o dinheiro de volta, diz que não gostou das acomodações e vai embora.

Ninguém lucrou absolutamente nada, mas toda a aldeia vive hoje sem dívidas e cheia de esperança num futuro melhor.
by Jayme.





domingo, maio 17, 2009

JAIRINHO MATTOS

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com
Sábado, 16 de maio de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
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ENTREVISTADO: JAIRO MEIRELLES RIBEIRO DE MATTOS





Do dia 19 a 24, em de abril de 2009, ocorreu em Las Vegas, nos EUA. , o maior evento mundial de mídia eletrônica, nos padrões americanos. A feira reuniu elementos de tecnologia de televisão, rádio e cinema, produção e pós-produção de filmes/vídeos, áudio, novas mídias, internet, streaming, banda larga, serviços sem fio, via satélite e telecomunicações envolvendo empresas que atuam na área de multimídia eletrônica e telecomunicações. Composta por mais de 1.500 expositores em uma área de 900.000 m2, com a afluência de 300 mil visitantes oriundos de 65 países, reuniram-se ali os responsáveis por veículos de comunicação de todo o mundo. Diversas conferências também ocorreram em paralelo à feira. A NAB é a maior feira de Radiodifusão e Equipamentos, conhecida mundialmente como "National Association of Broadcasting". Jairinho Mattos, que ainda muito novo foi incentivado a estudar inglês, pela sua avó Dona Levica, é um dos piracicabanos que estiveram presentes ao evento. Para lá seguiram, seu pai, Dr. Jairo Ribeiro de Mattos, Luiz Antonio Copoli (Titio Luiz), considerado um dos maiores comunicadores do rádio piracicabano, acompanhado do seu filho Flavinho (Flávio Luiz Copoli). Além de se atualizarem com a tecnologia de última geração, o quarteto visitou locais históricos de Nova Iorque.
Jairinho Mattos, qual é a sua idade?
No dia 11 junho de 2009 eu estarei completando 42 anos de idade. Sou casado com Paula Rafaela, tenho uma filha, a Manuela. Sou filho do Dr. Jairo Ribeiro de Mattos e da Professora Anna Maria Meirelles de Mattos, ambos piracicabanos. Sou neto do Dr. Nelson Meirelles, um médico muito bem conceituado em Piracicaba, e que foi muito ligado á cultura da cidade, tendo sido um dos grandes apoiadores da Escola de Música de Piracicaba, a minha avó Maria Olívia Moratto Ferraz Meirelles (Levica), gostava de piano, uma admiração que se estendeu á minhas tias, que também executavam obras ao piano. Eles tiveram sete filhos, entre eles a minha mãe.
Quem foi á pessoa que o incentivou no estudo de inglês?
Foi a minha avó Levica! Ela morou por muito tempo na Rua XV de Novembro, ao lado da Rádio Educadora. Era lá que ela sempre me ensinava inglês, eu era ainda criança e comecei a gostar de estudar inglês por causa dela. Ela percebeu que eu tinha facilidade em aprender línguas, eu tinha uma habilidade natural em fazer redação. A vida é um contínuo aprendizado, hoje o pouco que sei da língua inglesa, devo á minha avó Levica que foi a minha grande incentivadora. Sou formado pela Pontifícia Universidade Católica-PUC de São Paulo, tenho a Pós-Graduação em Marketing pela Faculdade Getulio Vargas. Sou apaixonado pelo rádio, por comunicação.
Qual é a relação entre a Rádio Educadora e a Jovem Pan FM?
Na verdade a empresa Rádio Educadora tem a Rádio Jovem Pan FM, que era a Rádio Educadora FM. Afiliamos-nos a Jovem Pan no ano de 1994, foi o grande insigth (N.J.: compreensão súbita, capacidade de sentir o âmago das coisas ou situações, uma iluminação, um estalo), a grande idéia que nós tivemos, ficamos muito felizes em sermos a primeira emissora afiliada da Rede Jovem Pan. Hoje nós temos 48 emissoras em FM retransmitindo o sinal da Jovem Pan, esse sinal começou aqui em Piracicaba, na nossa emissora, na Jovem Pan 103,1 MHz em 4 de junho de 1994. No próximo dia 4 de junho estaremos completando 15 anos de Rádio Jovem Pan em Piracicaba, a Rádio Educadora fará 42 anos no mês de agosto próximo. A rádio em FM é um filhote da Rádio Educadora AM, que foi fundada pelo meu avô Nelson Meirelles e outras pessoas importantes da nossa sociedade como o Dr. Losso Netto, Dr. Ernesto Pereira Lopes, juntamente com o meu pai, meu tio Coriolano Moratto Ferraz Meirelles. Hoje temos na internet o site da Rádio Educadora (
http://www.educadora1060.com.br/), que é muito visitado, e acredito que havendo espaço estaremos agregando outros órgãos de comunicação.
Você pode citar alguns índices do site da Rádio Educadora?
Temos alguns índices que são interessantes. Percebemos que o ouvinte da AM é mais retraído para acessar o site, para ouvir a emissora on-line, no momento da transmissão de um programa. Percebemos que em alguns horários há um pico de audiência. Por exemplo, em uma transmissão do jogo do XV de Novembro tivemos um índice de ouvintes interessante. Isso nos deixa muito felizes, porque se a pessoa ouviu uma transmissão pela internet e deixou de ouvir a tradicional que é pelo aparelho de rádio, algum motivo ela teve para assim proceder. A transmissão pela internet tem uma qualidade de áudio muito boa, não sofre interferências, é transmitida diretamente no computador da pessoa. Há a possibilidade de o ouvinte sintonizar a rádio de qualquer lugar do planeta. Isso nos leva a creditar que a internet é uma mídia que vem somar ao rádio. Há um aumento de e-mails enviados pelos ouvintes para a rádio. Até hoje o contato principal entre o ouvinte e a rádio tem sido o telefone. Há uma limitação natural para o número de ligações telefônicas simultâneas. A vantagem do e-mail é que ele nunca estará ocupado! Podemos receber centenas de e-mails em uma pequena fração de tempo. Acreditamos que o e-mail irá ser a linha de comunicação entre o ouvinte e a rádio, e muito efetiva, e para nós, muito importante, porque teremos documentadas todas as mensagens que os ouvintes nos enviarem.
Há um perfil bem distinto dos ouvintes de rádio AM e FM?
O Rádio AM é uma mídia mais prestadora de serviço. O rádio FM, quando surgiu pela sua qualidade de som, atingiu mais o campo musical, de se tocar mais músicas, mais musical do que ocupado pela voz do locutor. O famoso som de elevador, o travesseiro noturno. O próprio locutor é mais tranqüilo. O rádio AM é mais voltado para a informação, para a utilidade pública, mensagens, jornalismo, transmissões esportivas. Como toda regra tem exceção, venho percebendo que o rádio FM tem invadido o campo do rádio AM Hoje a FM tem feito rádio-jornalismo, transmissões de futebol, transmissões de eventos, aproveitando a qualidade técnica do som. O rádio é um dos veículos mais acessíveis. O jornal tem que ser comprado para poder ser lido. A internet exige o uso de computador, isso quando não há a necessidade de assinar alguns sites para receber as informações. O público da Rádio Jovem Pan FM é segmentado. Ela é uma emissora voltada para um público qualificado e jovem, na faixa etária de 14 a 30 anos de idade. A Jovem Pan têm um diferencial, apesar de não ser uma rádio com música popular, o sertanejo e pagode, por exemplo, ela toca uma música mais jovem, mais balançada, hit-parade, ela consegue trazer um público mais adulto em função de dois programas: o Pânico, que é um programa muito engraçado, com muitas entrevistas, por incrível que pareça o Pânico é um programa informativo! E de manhã das seis horas até as sete e meia, nós temos a retransmissão do Jornal da Manhã, da Rádio Jovem Pan, que eu considero estar entre os dois melhores informativos do rádio brasileiro. É muito bem formatado, tem grandes locutores, uma rede de jornalistas cobrindo todo território nacional. Como afiliados temos essa linha direta, mandando informações de Piracicaba, somos verdadeiros correspondentes da Rede Jovem Pan. Com isso conseguimos ter uma audiência mais adulta. Costumo dizer que a idade da pessoa não é sua idade cronológica, é a idade da cabeça da pessoa. Há pessoas nascidas na década de 30 que com seus setenta e poucos anos de idade estão ouvindo a Jovem Pan, por terem uma alma jovem. Ela quer ouvir uma música moderna, ouvir uma informação, procura ouvir o programa Pânico em busca de humor. Digo sempre que a Rádio Jovem Pan é para quem está de bem com a vida, para quem gosta de uma programação bastante inovadora e moderna.
Você esteve recentemente nos Estados Unidos?
Foi uma viagem de cunho muito técnico. Fomos visitar a feira NAB, National Association of Broadcasting, ou seja, Associação Nacional dos Radiodifusores. Trata-se uma associação muito forte, que nessa feira em Las Vegas mostra os últimos lançamentos de equipamentos, softwares, novidades, invenções do setor de raiodifusão. Não é uma feira voltada só para o rádio. Essa feira é muito exigida por essas novas mídias digitais, que são a internet, o iphone, iphod. Existem muitas novidades para a televisão, para o rádio. Percebemos que o rádio está ficando cada vez mais automatizado. As televisões e a internet estão recebendo uma atenção muito grande, a internet tem apenas quinze anos de existência, é um meio ainda inexplorado, há um campo muito grande, para crescer muito. Fui acompanhado do meu pai, em 2007 estive acompanhado da minha mãe. Dessa vez convidei o Titio Luiz e o seu filho Flavinho, Titio Luiz é um locutor de grande expressão aqui em Piracicaba, foi uma viagem muito interessante, eles queriam muito conhecer os Estados Unidos. Foi uma oportunidade impar, entrar pela primeira vez no país, e já conhecer Las Vegas, no retorno permanecemos por três dias em Nova Iorque, que é considerada a capital do mundo, eles voltaram maravilhados. Meu pai me confessou que foi uma das melhores viagens que ele fez em toda a vida dele. Graças a Deus eu consegui com que eles me acompanhassem na feira, e eles foram muito companheiros após o final da feira. Foi uma viagem que aliou a parte profissional e cultural também.
Em Las Vegas vocês chegaram a jogar em algum cassino?
Jogamos um pouco. Tem que saber qual é o momento de parar. Poucas pessoas sabem, existe uma associação americana, que inclusive tem um site, essa associação atende por “Saber a Hora de Parar”. A pessoa torna-se compulsiva quando ao começar a jogar e ganhar imagina que a sorte está do seu lado. Ela esquece que as chances de ganhar gira em torno de 80 a 85 por cento a favor da banca! O jogador terá entre 15 a 20 por cento de chances para ganhar. Em Las Vegas enquanto você estiver em uma mesa jogando, poderá servir-se de qualquer drink gratuitamente. Há uma atendente para servi-lo. O cassino quer que você permaneça sentado na mesa de jogo. Dentro dos cassinos você não consegue descobrir que horas são. Não existe a oscilação de temperatura que ocorre nos períodos diurnos e noturnos. Não há janelas. Isso cria uma atmosfera positiva para você continuar jogando. O mais interessante é perceber que os vinte e poucos cassinos existentes em Las Vegas pertencem a quatro ou cinco companhias, são mega companhias que gerenciam quatro ou cinco cassinos. Os hotéis são temáticos, nessa viagem ficamos no Hotel Paris, ele tem dentro dele uma réplica da Torre Eiffel, do Arco do Triunfo, do Museu do Louvre, isso tudo em escalas norte americanas, enormes, muito luxo. Las Vegas é uma Meca do show business, eles conseguiram agregar a maior feira de rádio do mundo, os maiores shows de teatro, que se rivaliza com a Broadway, em Las Vegas. Na semana que estivemos lá tivemos shows com Britney Spears, Cirque du Soleil, Elton John. O entretenimento que você tem lá é muito grande. Trabalha-se durante o dia, fazem-se bons negócios nas feiras, e vai gastar um pouco do seu dinheiro á noite com cultura, restaurante, ou tudo que sua criatividade mandar.
A feira foi realizada onde?
No Las Vegas Convention Center, é humanamente impossível ver tudo o que existe nessa feira, procurarmos direcionar para o setor de rádio.
Qual é o idioma utilizado na feira?
Isso é um caso a parte! Se você tiver o domínio da língua inglesa, é melhor, isso porque há alguns termos em inglês, que muitas vezes a tradução para o português não é uma tradução literal. No setor do rádio existem muitos termos que só são aplicados no rádio. Como um jargão local. Se você não é americano e não entende inglês, nesse caso fica mais difícil de entender. A NAB não é apenas uma feira de americanos para o resto do mundo, nas últimas duas edições o Brasil tem um pavilhão, isso porque os americanos perceberam que os brasileiros são a segunda ou terceira maior delegação que visita a feira, são mais de 500 a 600 brasileiros. Eles perceberam que o Brasil ainda é um mercado muito pouco explorado, novos equipamentos, nova tecnologia, equipamentos digitais, com isso muitos brasileiros de São Paulo e Rio de Janeiro que representam empresas americanas estão lá na exposição, atendendo você. Procurei ir preparado, com visitas pré-agendadas. O crachá do visitante é um cartão magnético, ao passar o crachá em uma máquina de cada stand visitado eles de forma automática registram os seus dados pessoais. Algumas empresas gostam de também ter o seu cartão de visitas, para isso eles têm um pequeno aquário onde é colocado o seu cartão.
Quantos dias vocês freqüentaram a feira?
A feira começou efetivamente para nós no dia 19. Embarcamos em São Paulo no dia 18, em Cumbica, fizemos a entrada por Huston, onde passamos pela alfândega e quatro horas após fizemos um vôo para Las Vegas. O engraçado para mim é que fui com três pessoas muito agradáveis, mas que não tinham o domínio total da língua inglesa. O Flavinho já ia com a frase pronta: “No speak english!”. Ele me chamava, eu ia lá, traduzia. Fiquei muito feliz em saber que foi inesquecível a nossa presença nos Estados Unidos.


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