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sábado, agosto 08, 2020

Antonio de Padua Salmeron Ayres

 

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado O8 de Agosto de 2020.

Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:

http://blognassif.blogspot.com/

http://www.tribunatp.com.br/

http://www.teleresponde.com.br/ 

O entrevistado de hoje pelo jornalista João Umberto Nassif é Antonio de Pádua Salmeron Ayres.

ENTREVISTADO: Antonio de Padua Salmeron Ayres




Antonio de Padua Salmeron Ayres nasceu a 10 de maio de 1959 (dia das mães, naquele ano). Filho de Antonio de Padua Aguiar Ayres (rio-pedrense) e Thereza Virginia Salmeron Ayres (piracicabana) que tiveram dois filhos: Maria Cristina e Antonio. Antonio de Padua Salmeron Ayres é casado em segundas núpcias com Adriana Pantoja Huppert Gisele Ayres. Pai de Elisa e Fabio Augusto e avô de Ana Carolina. Bacharel em Administração (1982) e Mestre em Engenharia de Produção (2001), ambos pela Universidade Metodista de Piracicaba. Pós-graduação lato sensu em Economia de Empresas. Professor convidado da Fundação Getúlio Vargas e seus conveniados, em dezenas de praças no território nacional e algumas no exterior. Professor Mestre junto à Universidade Metodista de Piracicaba, onde atua desde 1990, incluindo elaboração, implementação e coordenação de cursos lato sensu em Gestão e Negócios, notadamente em Logística & Gestão da Cadeia de Suprimentos. No período lecionou em dezenas de cursos de graduação e dezenas de disciplinas, nas áreas de atuação, em 3 campus. Autor/coautor de 6 livros acadêmicos. Acumula experiências em EAD como autor, apresentador e tutor. Carreira em empresas privadas de grande porte, em diversos ramos (metalúrgico, metalomecânico de precisão, manufatureiro, serviços em saúde, alimentício, químico, operação logística & transportes, etc.). Fundador de empresa de consultoria e treinamento, onde atua como consultor desde 1988. Diversas viagens de estudo e trabalho na Europa, Américas, África e Japão completam o perfil. 




Você chegou a ter como colega o indicado por Jair Bolsonaro para ser Ministro da Educação?

 

O professor Carlos Alberto Decotelli da Silva e eu já viajamos, almoçamos, tivemos longas conversas.

O seu pai trabalhava com o que?

O meu pai teve uma profissão que não existe mais: Oficial de Farmácia. Em Rio das Pedras. Ele acabou sendo o dono da farmácia.

Essa farmácia ficava em que rua de Rio das Pedras?

Era a “Farmácia Agrícola” situada na Rua Prudente de Moraes, 139. Onde hoje funciona uma casa lotérica, ao lado tem um prédio conjugado, onde funciona uma loja, era anteriormente uma casa, ali vivi os meus dois primeiros anos de vida. Fica quase em frente a Drogaria Rio-pedrense, ao lado tem o Telécio, e logo em seguida, na esquina, era a Padaria do Giovanini, era um casal, uma das filhas, a Catarina, foi a minha pajem, eu a vi depois, quando tinha meus vinte anos. O irmão da Catarina, Guido Giovanini, o Lino, foi meu professor de desenho no curso ginasial do Instituto Sud Mennucci Eu adorava comer o mantecal que era produzido nessa esquina. Foi o melhor mantecal que já comi até hoje. No local em que existe a Caixa Econômica era um supermercado, o dono era o Ganassin. Ao lado da Favorita Calçados, ainda na Rua Prudente de Moraes, tem uma galeria, em baixo tem salas comerciais e em cima tem apartamentos, lá mora um grande amigo do meu pai o Carlos Abreu. O filho dele é o Carlos Sérgio Abreu, reconhecido fotógrafo, ele foi meu colega na Philips, em Piracicaba, sua esposa é da família Parisi.

 

 

 Quando nasci o meu pai já havia iniciado a construção de uma casa em Piracicaba, quando eu tinha um ano e meio a casa ficou pronta. Meu pai mudou-se para Piracicaba, transferiu a farmácia para Piracicaba, ela ficava na Rua Benjamin Constant esquina com

a Rua Joaquim André. Ficava quase em frente a Foto Fuji. Ao lado da Foto Fuji havia um mercado, a farmácia do meu pai era atravessando a rua. Depois que fechou a farmácia, foi instalada uma loja de calçados. Meu pai manteve essa farmácia até 1967. Continuou com mesmo nome: “Farmácia Agrícola”. Naquela época existia o Curso Técnico de Oficial de Farmácia. Havia até um Conselho dos Oficias de Farmácia. O meu avô paterno João Baptista de Mello Ayres também era Oficial de Farmácia. Meu avô foi prefeito de Rio das Pedras, isso no tempo em que o prefeito não tinha nenhuma remuneração, era indicado pelo Governador. Ele passou pelo Poder Executivo duas vezes.  Meu pai foi Vice-Prefeito de Rio das Pedras também, só que muito tempo depois.

Rio das Pedras tem uma dívida de gratidão com a sua família?

Talvez nem lembrem mais, mas se você for até o Hospital de Rio das Pedras, se não retiraram, deve ter uma placa, pelo menos tinha, eu cheguei a ver e devo ter fotografado, é uma placa de reconhecimento do município ao meu avô porque boa parte da verba utilizada para construir aquele hospital saiu do bolso do meu avô! Eu já era pré-adolescente quando meu avô me disse que esse era o maior orgulho da vida dele! Ele morreu pobre, mas ajudou de forma bastante marcante com a edificação e funcionamento do Hospital de Rio das Pedras. 

O que levou o seu pai a fechar a farmácia?

Com a regulamentação a partir de 1967, o Oficial de Farmácia não poderia mais ser responsável por farmácias como era até então. Como a farmácia era pequena, uma farmácia de bairro, ela não comportava que meu pai pagasse um farmacêutico, profissão nova no Brasil, isso em 1967, para que esse farmacêutico ser o responsável pela farmácia. Seria inviável. Esse foi um dos motivos dele ter fechado a farmácia.

Em Piracicaba você e sua família vieram residir em que bairro?

Fomos morar na Avenida Independência, 308, esquina com a Rua Santa Cruz. Hoje em frente ao Teatro Municipal, na época era em frente a um depósito de lixo. Hoje funciona nesse prédio a Academia da Polícia do Estado de São Paulo.

Em qual escola você iniciou seu aprendizado?

Fiz o curso primário no Grupo Escolar Barão do Rio Branco situado na Rua Ipiranga esquina com a Rua Governador Pedro de Toledo. Isso foi entre 1966 a 1969. O diretor era Mário Chorilli, era uma pessoa fantástica. Nos dois primeiros anos 1966 e 1967 ele foi o diretor, depois ele foi substituído naquele educandário por José Wander Parsia, irmão de um grande amigo meu, Alcides Parsia, autor da marcha carnavalesca do Clube Cristóvão Colombo. Minha primeira professora foi a foi Dona Adeneide, a segunda foi Dona Dinah, a terceira foi Dona Alice de Aquino, no quarto ano foi Dona Elza Romano. Após concluir o quarto ano prestei o exame de admissão para o ginásio na Escola Estadual Sud Mennucci, Por acaso fui o terceiro colocado. Cursei todo o ginásio no Sud Mennucci. Ao término do ginásio, hoje 8ª série, ai tinha o “Vestibulinho” para o colegial, prestei, por acaso também entrei em terceiro lugar. Cursei o colegial no Sud Mennucci também, Só para fechar os terceiros lugares, foi com essa colocação que entrei na FGV – Fundação Getulio Vargas, na graduação, que eu não cursei, e entrei também na UNIMEP em 1977, quando fiz a minha primeira graduação. Eu tive uma coletânea de terceiros lugares em concursos acadêmicos. No ginásio e no colégio tive como professores Marly Therezinha Germano Perecin, José Canuto Marmo ele nos dava aula de Astronomia no ginásio, Demostenes Santos Corrêa dava aula de química, orgânica aprendi com ele a Composição Centesimal dos Corpos. Otávio de Almeida lecionava matemática, o icônico José Salles, fui aluno de Joana Flordeliz de Aguiar, tive aula de francês com ela, depois ela tornou-se diretora do Sud Menncci. Tenho até hoje o livro de francês que era adotado, é um livro de capa vermelha chamado “ Le Francais Courant. Tem algumas lições que eu sei de cor até hoje. No ginásio não se aprendia inglês, só francês. Fui aluno ainda do Gilberto Lage que dava aula de química. Outra pessoa que se tornou um grande amigo, Gilson Alberto Novaes, foi presidente da Câmara de Santa Barbara D´Oeste várias vezes, foi deputado estadual. Era redator da “Edição Barbarense” periódico bissemanal, cujo proprietário era José Naidelice. Eu fiz alguns trabalhos para eles na década de 70. O Gilson foi meu professor de Geometria Descritiva. Nessas voltas que a vida da ele foi meu aluno no MBA, Na Primeira Turma de MBA de Logística da UNIMEP em 1995, antes de eu ser coordenador desse curso. Continuando as voltas que a vida dá, o Gilson foi o meu principal colaborador em uma indústria em que trabalhamos. Hoje ele é dirigente do Mackenzie. Eu sei que a gestão dele deve envolver Campinas e talvez uma parte de São Paulo. É uma amizade que cultuamos desde o começo da década de 70 até hoje. Ele ainda mora em Santa Barbara D`Oeste. Antes da Professora Joana Flordeliz de Aguiar assumir a direção, o diretor era Benedito Evangelista Costa.

Você frequentou muito o Clube Cristóvão Colombo?

Frequentei o “Palácio Encantado da Governador! ” Fui dirigente do Cristóvão por muito tempo.



Você chegou a andar de trem?

Sim! Tanto trem da Companhia Paulista como da Estrada de Ferro Sorocabana. A Sorocabana nos levava à Rio das Pedras. Meu pai teve a farmácia em Rio das Pedras até 1961, no começo de 1962 ele mudou-se para Piracicaba, só que ainda tinha vínculos com Rio das Pedras. O prédio onde era a farmácia ainda era nosso. Nessa época não era comum ter automóvel, nós não tínhamos. Íamos de trem. Eu tinha um tio que morava em Bauru, íamos até Rio Claro e depois embarcávamos no trem de aço da Companhia Paulista. Eu tive um problema de saúde viral, na minha primeira infância, eu fazia tratamento com um especialista chamado Marcelo Pio da Silva, ia de trem da Companhia Paulista para realizar as consultas periódicas a cada seis meses em São Paulo. Eu deveria ter uns 4 anos de idade.

Você passou a juventude em Piracicaba, acredito que deve ter frequentado todos os cinemas da cidade.

Frequentei os cinemas Paulistinha, Broadway, o Palácio, que depois passou a se chamar Rivoli, o Politeama, Colonial. Conheci também um cinema que foi relâmpago o Cine Grande Otelo, que ficava no prédio do Teatro Municipal.

N época o cinema era talvez, a diversão mais popular.

Eu me associei ao Clube Cristóvão Colombo em 1976, quando existia uma categoria de sócio chamada Aspirante, a pessoa precisava ter 16 anos, quando completei 16 anos e algumas horas acabei me associando ao Cristóvão. Eu tinha verdadeira paixão por aquele clube, passei a frequentá-lo de maneira bastante intensa foi assim até 1984. Ia quase todos os dias, participava de todos os eventos, atuei junto a Diretoria Social por algumas gestões, independentemente de chapa, minha afinidade era com o clube, não com a chapa. Na época participei da sede de campo, quando me associei o clube nem sonhava com a sede de campo.

O Clube Coronel Barbosa era muito ativo na época.

Na verdade, eu frequentava todos os clubes da cidade. Embora fosse associado só do Cristóvão, eu tinha bastante afinidade com os clubes Coronel Barbosa, Palmeiras, Regatas onde fui diretor, Clube Ítalo Brasileiro. O Atlético eu também frequentava muito, lá eu tinha muita amizade com a diretoria. Especialmente com o lendário Diretor Social Alberto Pinto Fonseca, o Bertinho. O Clube Coronel Barbosa conheci antes deles encamparem o Teatro São José.

Você é o que chamam Pé de Valsa?

Reconheço que todas as minhas parceiras de dança gostavam de dançar comigo, algumas das quais viraram namorada, as conheci em um ambiente musical, dançando. Realmente gosto de dançar, aprendi isso praticamente com a minha mãe, meu pai não era chegado na arte, mas a minha mãe era. Reconheço que evolui bastante nessa atividade!

Você recomenda que as pessoas dancem?

Sem dúvida! É extremamente saudável. Só tem um problema, embora eu não me considere velho, encontro dificuldades em encontrar ambientes saudáveis para dançar. Gosto de dançar todo ritmo musical, inclusive tango, recentemente pude me apresentar em um evento cujo foco era a pratica do tango. Não sou um exímio dançarino e nem acrobata de tango, mas trata-se de uma dança muito interessante. Danço bolero, xaxado, samba, samba-canção, samba de breque, danço tudo isso! Frequentei por muito tempo o Clube do Saudosista também. A grande dificuldade é encontrar bons grupos musicais. Tenho muita saudade. já dancei muito ao som da orquestra Som Brasil de Itu, Super Som T.A., Orquestra Luis Loe, Placa Luminosa, até os nossos regionais, Rudras, Embalo C-8, Super Som 7, RG Sons. Musical Opus cujo mentor é o Souza, inclusive tocou no meu casamento. O Souza é um pistonista marcante, gosto muito dele. Ele mesmo lamenta: “Olha, Ayres, não existe mais eventos como antigamente! ”  Eram bailes em que Pé de Valsa como eu começava a dançar ao primeiro toque da orquestra e ia até acabar o baile, geralmente 4h:30 da manhã. Isso não existe mais no Brasil. Recentemente estive em Portugal, Viena, fo onde encontrei bailes lindos. Participei de bailes de formatura da ESALQ, eram noites de sonho! Hoje já não existem mais. É uma barulheira terrível, você sai com dor de cabeça, músicas de péssima qualidade. Perdeu-se a classe, a elegância, houve uma banalização do corpo feminino, roupas inapropriadas para o momento e para o local. Questão de bom senso. Eu frequentava também clubes da região, os bailes em São Pedro na ADRS- Associação Desportiva e Recreativa de São Pedro. Eram bailes muito bons, inclusive faziam bailes de debutantes. Participei de muitos bailes de debutantes.



Você deve ter sido um carnavalesco muito animado!

Confesso que sim! Com relação a bem animado, já terminei alguns carnavais, no palco, tocando! Na minha pré-adolescência tive uma iniciação musical com piano, eu tinha piano em casa, isso me proporcionava uma certa facilidade em executar músicas. Sempre tive afinidade com música. Tanto que os meus dois filhos hoje têm outras funções, costumo falar que são “sinfônicos”. Os dois tocaram em orquestra, a menina já tocou em coral. Tocaram mais de um instrumento, tanto ela como ele. Sempre os incentivei a isso. Já adulto aprendi a tocar saxofone, tenho dois: o tenor e o sax alto, que é o “mi bemol”. De vez em quando “sopro meus cachimbos”. Na verdade, eu já participei de dois grupos informais. Um deles era um quinteto de saxofone, já toquei com alunos da UNIMEP no Restaurante Tambatajá, localizado na Rua XV de Novembro.

Você participou de alguma Scuderia quando Piracicaba viveu essa fase?

No final dos anos 70 desfilei por uma delas, foi na Eky-Pelanka ou Eky-Pexato. Os tempos eram outros. Eu cheguei a vir a pé do Atlético, lá no início da estrada que vai para São Pedro até a minha casa em frente ao teatro na Avenida Independência depois que terminou o baile. Estávamos em três, um deles é o Antonio Piselli, tínhamos 18 a 19 anos.

Você já pescou no Rio Piracicaba?

Já! Gosto de pescar. Eu remava no Rio Piracicaba, com sandolim. Os sandolins ficavam no Clube de Regatas. Antigamente tinha um trampolim no Rio Piracicaba, ficava em frente ao Largo dos Pescadores, eu saltei desse trampolim, mergulhando no Rio Piracicaba. O trampolim tinha dois estágios, o de baixo era para principiante e o mais alto para quem já sabia saltar. Comecei pelo mais baixo, depois saltava do mais alto. Assim como já saltei também na piscina do trampolim do Nauti Clube, também eram dois estágios. Eu tinha dois tios, irmãos da minha mãe, que tinham um rancho na altura do Nauti Clube do outro lado do rio. Na margem esquerda do Rio Piracicaba. Nesse sítio tinha um lago. Quando queríamos pescar para comer pescávamos no lago, quando queria pescar para divertir pescava no Rio Piracicaba. Fiz minhas pescarias no Mato Grosso, na barranca do Rio Paraná. Participei de um grupo de amigos, nós pescávamos no mar. Alugávamos da empresa Mykonos ou da sua concorrente um saveiro, em Caraguatatuba, São Sebastião, pecávamos de saveiro em alto mar. Fizemos isso em Santos também, Já pesquei, pernoitei dentro da embarcação na Ilha dos Alcatrazes. Era um grupo extremamente saudável e unido que infelizmente o exercício profissional de cada um acabou separando. Fizemos essas pescarias umas 10 a 12 vezes.

Você pescou algum, peixe que impressionou pelo tamanho?

Sim! Pesquei um robalo de bom tamanho, devo ter até a fotografia, pesou por volta de 8 a 9 quilos, foi um peixe bastante considerável. Veio no anzol, é raro pegar um peixe desse tamanho e dessa espécie em anzol mas deu certo. Foi no entorno da Ilha dos Alcatrazes, no Litoral Norte de São Paulo. Depois pesquei pintado, dourado, no Rio Piracicaba. Tenho uma parte de uma propriedade rural em Tupi, onde tem um tanque com um espelho d`agua de quase 5000 metros. Por uns anos cultivei consorciado pintado com tucunaré, sendo que com autorização do IBAMA eu trouxe do Acre o tucunaré-açu, é aquele grande. Criei isso consorciado com tilápia que na verdade usava para pasto do tucunaré.  Esse lago tem nascente nessa propriedade que alimenta o lago e está integrada a Bacia do Rio Piracicaba. Apareceu Dourados lá. Até imagino porque, a corredeira, o dourado é um peixe que sobe com muita facilidade, a questão de uns seis meses, um amigo pegou um dourado de pouco mais de quatro quilos. É difícil pegar dourado em cativeiro. Tenho foto, posso até mandar por WhatsApp!

Esportes, além do sandolim você praticou algum outro?

Eu tive sucesso com o basquete, apesar da minha estatura mediana, sempre me identifiquei com basquete, joguei nos Jogos Regionais.

Qual era o nome do time?

Joguei no “Pé na Cova”. Outro foi o Catimba`s era só de basquete, formou-se no Sud Mennucci e com o Catimba`s disputamos o Campeonato Regional.

Você é motociclista?

Nesse momento não tenho moto. Mas tive moto desde os 17 anos, sem que meus pais soubessem, era uma CG125, no Brasil não tínhamos motos maiores. Tive todo tipo de moto: Turuna. Depois tive a linha toda da Yamaha: 50, 75 cilindradas, fazia uma fumaceira enorme, o motor é de dois tempos, tive 125, RT 180, RX 180. RD  350 (Conhecida como Viuvai Negra), a moto mais bonita que tive foi uma Suzuki GT 380 quatro tempos, comprei uma CB400 que era a moto da moda. Tive CB400 four.  Harley 175, na idade adulta tive CB 450, XL 250. Já na idade madura acabei optando por moto estradeira. Virago 535, Virago 1200, Shadow 600, Shadow 750, a minha última moto foi uma Dragstar vendi por mera falta de utilização.

O que faz você ter essa sua disposição extremamente ativa?

Não tenho uma resposta objetiva! Diria que é da minha natureza. Sempre fui desse jeitão. Sempre me propus a fazer coisa não muito usuais. Inovar.

Quantos livros você já publicou?

Estou trabalhando no que provavelmente será o meu oitavo livro. É o primeiro livro não acadêmico, mas não é biográfico não. É um livro até certo ponto técnico, mas não em gestão.

Você conhece o Brasil todo praticamente?

O único Estado em que não pisei até hoje foi Roraima. Em todos os outros já estive, principalmente lecionando. Entre 1997 e 2017, nesses 20 anos, lecionei para a FGV como professor convidado e também seus conveniados espalhados pelo país, já lecionei em 46 cidades. Desde Rio Branco no Acre, várias vezes, até Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Manaus estive muitas vezes, cheguei a morar em Manaus. Ainda lecionei em cidades de outros países, lecionei em Angola, Cabo Verde. Na Argentina em Buenos Aires, Córdoba. Lecionei em Lisboa. Não é sistemático, mas geralmente ia para o exterior lecionar em julho ou em dezembro, nunca comprometi minhas atividades acadêmicas aqui no Brasil, especialmente da UNIMEP. A título de curiosidade, lecionei no Primeiro Curso de Mestrado oferecido no país Angola. Foi um mestrado direcionado apenas para pessoas do governo. Lecionei para 8 ministros de Estado, para 4 ou 5 prefeitos, foi uma experiência inédita, o país ficara independente há 20 e poucos anos. Acho que era há 23 ou 24 anos, dos quais os primeiros 21 a 22 anos o país tinha mergulhado em uma intensa e sangrenta guerra civil. Quando acabou a Guerra Civil em Angola eu apareci lá. Junto com uma turma de brasileiros, para lecionar no Primeiro Mestrado. Foi como encontrar um pais recém-saído de um contexto colonial. Recém independente. Foi uma experiência sem dúvida marcante. De certa forma não foi muito alegre pois o país estava devastado. A vivencia social nesse ambiente talvez me fez sentir como se tivesse voltado dois séculos na História do Brasil. Vivi isso, foi muito interessante.




Você foi a convite, como surgiu isso?

Esses programas em países africanos existiam, infelizmente não existem mais, eram a partir de um acordo internacional, capitaneado pela Universidade de Lisboa, pela Fundação Getúlio Vargas, que indicava os professores, e uma instituição africana, com sede em Angola, à princípio chamado IATA- Instituto de Atualização em Tecnologia Angolana que foi criada justamente posteriormente ao final da Guerra Civil daquele país. Essa entidade angariava recursos e organizava os cursos, organizou esse mestrado e outros mais, cheguei a voltar em Angola em outras situações. A Universidade de Lisboa cuidava de toda parte acadêmica-estrutural, e a FGV pela proximidade cultural com o povo angolano, a FGV entrava com o corpo docente. Fui convidado pela FGV por já lecionar disciplinas afins, no território brasileiro. Adaptei material à realidade angolana, e la fui ministrar Estratégia em Gestão Pública para um grupo de dirigentes públicos daquele Estado recém constituído. Foi muito prazeroso compartilhar experiência e conhecimentos com o povo angolano. Isso já faz alguns anos, mas até hoje tenho algumas relações de troca enfim ajudar um pais que tem um potencial muito grande pela frente.

Você lecionou em quantos países?

Dei cursos em seis países além do Brasil. Em português, em espanhol, língua que tenho fluência e em inglês já ministrei cursos de curta duração nos Estados Unidos. Em Chicago. Foi um curso técnico em uma área bastante específica, desvinculado de programa acadêmico. Relacionado em metodologias utilizadas em gestão. Foi um curso de uma semana e meia para alunos de graduação de duas universidades de lá.

O seu foco é gestão?

É Gestão Organizacional. Dediquei minha carreira toda a Logística e a Estratégias Empresariais. Como são áreas bastante amplas isso acaba requerendo conhecimentos de Marketing, de Gestão Financeira, de Planejamento Estratégico. De várias funções da administração, que é a minha primeira área de formação. Já na idade madura resolvi dedicar-me a mais um curso de graduação, quando já tinha 57 anos, sabendo que eu ia terminar o curso com 62 anos. Já estou matriculado no oitavo semestre. Isso faz parte daquele espírito que sempre tive.

Você começou a trabalhar ainda muito jovem?

Em 1° de agosto de 2020 completei 46 anos de carteira profissional assinada ininterrupta. Em dois terços desse período eu tive dois registros. Um deles trabalhando em indústria e outro trabalhando no mundo acadêmico. Na UNIMEP completei a minha terceira década ininterrupta. Entrei em 1º de março de 1990 completei minha terceira década em 1º de março último. De vida profissional comecei em 1º de agosto de 1974 empreguei-me ainda menor, na MAUSA onde eu era office-boy, onde permaneci até 1977. Lembro-me de uma festa em 1° de maio de 1976, foi uma festa que a MAUSA promoveu, no saudoso estádio “Roberto Gomes Pedrosa” o campo do XV que hoje é ocupado por um supermercado. Ali foi comemorado o dia do trabalhador, a empresa ofereceu um espetáculo circense para seus empregados e suas famílias. Quando terminei o curso na UNIMEP era empregado da Philips onde permaneci por mais de 10 anos. A partir do primeiro semestre de 2017 o meu único vínculo acadêmico e profissional é com a UNIMEP.

Você é aquele tipo de pessoa que dizemos que conhece metade das pessoas da cidade e a outra metade o conhece. Já foi convidado para entrar na política?

Nunca recebi um convite explícito, mas já me senti sondado para essa atividade. Em mais de uma ocasião. Prefiro continuar a minha trajetória em ambiente privado.

Você está com um livro no forno, pode adiantar o tema?

È sobre um assunto pelo qual sou apaixonado: vinhos. Posso afirmar que é um livro que faz uma abordagem inédita sobre o assunto. Alguns aspectos nunca foram abordados até hoje. Tenho me dedicado em determinados aspectos muito interessantes. Não me considero um enólogo, sou no máximo um enófilo. Recentemente, minha esposa, que é coautora do livro, estivemos na Europa fazendo um curso, pesquisando, os mais afamados locais produtores de vinho. Esse livro que publicaremos, imagino que será de grande utilidade para o produtor assim como para quem aprecia um vinho de qualidade. 

 

 

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