sábado, novembro 26, 2011

PADRE EDVALDO DE PAULA DO NASCIMENTO Paróquia e Santuário de Nossa Senhora dos Prazeres

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
Sábado 26 de novembro de 2011
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
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ENTREVISTADO: PADRE EDVALDO DE PAULA DO NASCIMENTO

O que faz uma igreja católica atrair tantos fiéis, centenas, até milhares, que se aglomeram inclusive do lado de fora da porta do templo? Qual é a motivação para 300 crianças irem assistir a uma missa de domingo? Fiéis procurando estarem mais próximos do altar levam suas próprias cadeiras e colocam á frente das enormes fileiras de bancos da própria igreja, ás nove horas da manhã já tem pessoas levando suas cadeiras para assistirem a missa das 16 horas. Fiéis de outros municípios, alguns a mais de 100 quilômetros, comparecem semanalmente á celebração de missas. Por melhor que seja a oratória do celebrante, esse verdadeiro fenômeno não seria tão duradouro apenas pelo dom da palavra. Algo muito forte move essa multidão em torno da Paróquia e Santuário de Nossa Senhora dos Prazeres, em Piracicaba. O seu pároco e grande responsável pelo enorme afluxo de fiéis é o Padre Edvaldo de Paula do Nascimento. Nascido em Osasco, em 11 de outubro de 1967, são seus pais Vicente de Paula do Nascimento e Maria de Lourdes do Nascimento. Aos dois anos de idade a família mudou-se para Cruzeiro, onde permaneceram por 12 anos até mudarem-se para Pindamonhangaba. Padre Edvaldo tem apenas uma irmã, Elaine. Começou seus estudos em Cruzeiro, em Pindamonhangaba concluiu o ensino regular seguindo sua formação no Seminário Diocesano de Taubaté. Concluiu sua jornada de estudos em São Paulo e em 17 de junho de 1995 foi ordenado na Igreja Nossa Senhora do Paraíso em São Paulo.

A convite de Dom Eduardo Koiak veio para a Diocese de Piracicaba, na cidade de Santa Barbara D´Oeste na Igreja Matriz, onde passou a ajudar o saudoso Padre Mário. Existia já o projeto de criar mais uma paróquia, pois aquela já estava muito grande. Após nove meses, em setembro de 1997 foi criada a nova paróquia, assumindo como Primeiro Pároco da Paróquia de São Judas em Santa Bárbara D`Oeste, onde permaneceu por 10 anos.

Como ocorreu a vinda do senhor á Piracicaba?

Nosso Bispo atual, Dom Fernando Mason me procurou, perguntando se eu queria fazer uma mudança, quando se ordena padre se põe a serviço de Jesus Cristo e da Igreja. Havia a necessidade de fazer essa transferência, eu disse a Dom Fernando que estava disposto a aceitar. Seria doloroso para o povo da paróquia e também para mim, pelo trabalho que eu estava realizando naquela paróquia.

O senhor veio para a Paróquia e Santuário de Nossa Senhora dos Prazeres em que ano?

Cheguei aqui em fevereiro de 2008. Esta paróquia foi recriada, na realidade Nossa Senhora dos Prazeres foi a primeira padroeira de Piracicaba, só que o povoador de Piracicaba, Antonio Correa Barbosa tinha como santo de sua devoção Santo Antonio, ele preferiu dedicar a cidade a Santo Antonio e assim permaneceu. A Igreja era na margem esquerda do Rio Piracicaba e a imagem de Nossa Senhora dos Prazeres foi encontrada á margem direita do Rio Piracicaba (Atual Bairro Nova Piracicaba). Existia um barracão, sob os cuidados do Monsenhor Jorge. O Padre D`Elboux veio para criar a Paróquia, foi ele quem criou toda a estrutura existente hoje.

Chama a atenção de quem entra pela primeira vez na Igreja o fato muito raro de ser uma Igreja Católica com ar condicionado.

O pároco antigo e eu conversamos muito a respeito da igreja ser muito quente, talvez pelas características da própria construção em concreto e vidro. Um ano e meio após ter chegado aqui conversei com o povo sobre a necessidade de realizar esse empreendimento. Teve um pouco dessa polêmica: ”- É luxo!” “Não é luxo”. Eu comentava com o povo: “- Nós gostamos de estar aqui, desenvolvemos neste local a coisa mais preciosa que é a nossa fé em Deus, a certeza de que Ele é o motivo da nossa vida. É Ele quem nos conduz e nos abençoa, estamos vindo aqui para buscá-lo, vivenciá-lo. As celebrações são diferenciadas, eu nunca sigo folheto de missa, sempre temos um tema diferente, uma proposta que mexe com a vida das pessoas. É preciso que haja um certo conforto ao estar aqui. A temperatura muito elevada interfere na concentração, minhas missas são reflexivas, gosto que as pessoas prestem atenção na argumentação. Trago elementos do texto original, a palavra de Deus é eterna, foi escrita para aquela época mas permanece para sempre. Procuro trazer essa palavra para o momento presente, como isso toca na minha vida. Antes de uma resposta, que coloca o individuo em uma situação passiva, eu prefiro realizar a provocação, para que a pessoa possa sair e buscar, movimentar sua vida em direção aquilo que é bom. Deus nos coloca em movimento. Quando a pessoa está bem ela está movimentando e quando não está bem tem que se movimentar para sair daquela situação ruim.

As pessoas mais conservadoras não criaram obstáculos, alegando motivos de saúde, para o fato inusitado em nossa cidade de uma igreja católica ter ar condicionado?

Quando se trata de um numero muito grande de pessoas nem sempre a opinião é unânime. Às vezes alguém diz “ Está muito frio!” ou “Está calor, não ligaram o ar!” Nós temos grande facilidade de nos acostumarmos com o que é bom, confortável.

Embora o tema ar condicionado seja banal, ele abrange um aspecto em que o fiel julga ser necessário suportar o forte calor, até mesmo sacrificar-se, em louvor á Deus.

Eu não acredito nesse Deus! Não acredito em um Deus que queira que o ser humano sofra! Essa religião do sacrifício leva aonde? Ela se impôs pelo medo, isso que é bom? Isso leva a que lugar? A escravizar as pessoas? Eu não quero que as pessoas voltem aqui por que tem medo, quero que voltem porque gostaram.

É comum a presença de pessoas que normalmente são avessas a freqüentarem igreja, em particular elementos do sexo masculino, em idade produtiva, qual é o motivo?

A proposta é diferente! Não é para a pessoa ao chegar ao final da sua vida e refletir sobre quanta coisa horrível ela fez em sua vida, á beira da morte ter medo do inferno, sentir que precisa se converter e realizar práticas religiosas. É muito bom viver, podemos viver agora mantendo princípios do evangelho, a palavra que Deus tem para nós é a palavra de vida. Na África quando a pessoa está perdida, ela grita em seu dialeto, que traduzindo para o português significa: “Mãe, ou mamãe, eu estou perdido!”. Ele chama pela mãe. Todas as pessoas que eu atendi na hora da morte, chamaram pelas suas mães. Fico imaginando que todos têm a necessidade de um colo de mãe, Deus é esse colo.

A missa que o senhor celebra tem quanto tempo de duração?

Essa é uma questão interessante. Se a missa antecipa o céu, o céu não tem tempo! Aos finais de semana celebro seis missas, duas no sábado e quatro nos domingos. Ás sexta feiras celebro a Missa da Saúde, ás 16 horas, ás segunda feiras ás sete horas da manhã celebro a Missa dos Trabalhadores, eles vem pedir a benção de Deus para começar a sua semana. A missa das 18 horas do domingo eu termino ás dezenove e dez, para começar outra missa ás dezenove e trinta. Quem vem à missa aos domingos não tem a mesma pré-disposição de quem vem á missa ás quarta feiras. A missa de quarta feira eu denominei de Missa Temática, isso porque a cada quarta feira trabalho um tema. Começa as 19 horas e trinta minutos, costuma durar duas horas ou duas horas e meia. Quem vem já sabe que irá permanecer bastante tempo na igreja. E sai satisfeito.

Como o senhor vê esse afluxo de fiéis?

Eu quis ser padre, mas nunca imaginei o que Deus faria com a minha vida. Nunca imaginei estar em Piracicaba. Ainda criança, vivia em Pindamonhangaba, muitas vezes estudando escutava um carro passar pela rua anunciando: “-Pamonhas, pamonhas, pamonhas de Piracicaba!”. Eu pensava onde será essa Piracicaba? O que tem lá? Tenho um amigo. o escritor Rubem Alves, ele tem uma história muito interessante: “A Menina e o Pássaro Encantado”, que conta sobre o encanto da liberdade, com o qual me identifico. A proposta da missa de quarta feira é de que quem vem, venha para experimentar, que faça diferença na vida das pessoas.

A realidade é que o senhor não realiza milagres.

Deus pode realizar milagres, é possível desde que as pessoas queiram. Jesus quando curou alguém disse: “- Vai, tua fé te salvou!” É uma força de Deus que está dentro de nós. Existem inúmero testemunhos, escritos, falados. Nós ouvimos falar: “Deus está entre nós.”. Sentimos a curiosidade de ver sua imagem, a humanidade tem necessidade de uma divindade, e se ele está entre nós, a tradição judeu-cristã fala em Deus que vem visitar o ser humano, o primeiro momento da Bíblia é o momento do Êxodo, acontece quando Deus vem visitar o povo para tira-lo da escravidão. É um Deus que não suporta a escravidão. Quando Deus vem entre nós, o encontramos em um menino, deitado entre os animais. (Nesse momento o Padre Edvaldo mostra-se profundamente tocado pela imagem de Menino Jesus na manjedoura). A figura de Deus é o rosto de uma criança, pura e inocente, indefesa. Ele entrou na história da humanidade pelo porão de uma casa. A manjedoura é o andar de baixo da casa, os animais ficavam embaixo para aquecer os donos que ficavam em cima. O único lugar que encontraram foi na manjedoura junto aos animais. Que casa é essa que acolheu essa mulher grávida? Pode ser a nossa! Essa é a nossa proposta deste Natal. Quando cresceu, Ele disse: “Olhem para mim, vocês se parecem comigo!” Jesus não é o Pai, é o Filho, mas diz: “Quem me viu, viu o Pai”. O filho é a imagem do Pai, e nós nos parecemos com Ele. No coração Dele tem gravado o meu nome, a minha imagem. Não posso sair dessa igreja me sentindo desanimado tenho que sair e dizer: “Vale a pena!”.

Padre, quantas pessoas costumam freqüentar suas missas?

Temos a capacidade para 800 pessoas sentadas. Às quarta feiras as pessoas vem logo cedo colocar banquinhos e cadeiras delas mesmas, para reservar lugares próximo ao altar. Já houve a contagem de 2.000 pessoas na quarta feira. E um fato interessante, foi dito uma vez que só as mulheres vêm à igreja, temos a presença de muitos homens, de todas as faixas etárias.

Chama muito a atenção é o fato de no fundo da igreja ter uma caixa, blocos de papel e uma caneta.

É para colocar os pedidos de oração. Está escrito na caixa: “Deus Proverá”. Essa frase é do livro do Genesis, dita por Abrahão, o pai das três maiores religiões do mundo: o judaísmo, islamismo e o cristianismo que tem Abrahão como referência. Abrahão era um homem que não podia ter filhos ele e Sarah, só que era um homem que sonhava, desejava, rezava para ter filhos. Note bem: sonho, desejo e oração. O encontro dessas três vertentes é absolutamente poderosíssimo. O milagre vem do encontro dessas três vertentes. Deus não deixa de responder quem sonha quem deseja e quem reza. Pode ser que a resposta não esteja onde a pessoa está procurando. A pessoa pode colocar-se diante de um desejo ou diante de uma situação que chegou muito perto dela. (Nesse momento Padre Edvaldo levanta-se e encosta a face junto a um armário) dizendo: “Se eu chegar muito perto deste móvel, eu não consigo ver o que está ao lado, eu tenho que alargar o meu horizonte, Deus criou o infinito para que a vida seja mais. Não posso ficar olhando para o chão, tenho que olhar adiante. Quando mais adiante olhar melhor será a minha amplitude de visão. Abrahão sonha, deseja e reza por um filho, ele e Sarah eram nômades, ele vê três homens vindos de longe, sai ao encontro deles. Sonho, desejo e rezo, para isso é preciso sair do status quo (estado atual das coisas) movimentar, sair do medo que me paralisa. Abrahão disse aos três homens:” Fiquem comigo em minha tenda, vocês estão cansados, e disse para Sarah: “Prepare o melhor que nós temos”, oferecendo para os três um banquete. No final os homens dizem para ele: “-O que você mais deseja vai acontecer. O ano que vem voltaremos e haverá o choro de uma criança em sua casa, você vai ter um filho!”. Abrahão pula de alegria, porque o fato dele sair para acolher aqueles homens foi um gesto que faltava para acolher um filho. Apesar de sonhar, desejar e rezar, mesmo ainda não tendo o filho ele não foi tomado pela amargura. O impedimento nos amargura, e isso nos impede do movimento seguinte, nos paralisa. Na verdade você se afunda mais. Quanto mais amargurado mais afundado você está. Você deixa de acreditar nas forças de Deus que está em você. “A tua fé o salvou”, é absolutamente necessário que você acredite! E que tenha o mínimo, o mínimo que seja de força de vontade, de esperança. Abrahão cortava árvores para fabricar berços, para as vizinhas grávidas. Ele embalava o seu sonho de ter um menino. Alguém poderá dizer: “Mas ele é um masoquista, não podia ter filhos e fabricava berços!” Não, é que ele não era um derrotista! Não era um amargurado, não deixou que o impedimento tocasse nele para que ele deixasse de fazer o movimento, ele faz o movimento. Inclusive o movimento de fabricar berços.

O que chama muito a atenção são crianças escrevendo nesse pequeno papel e colocando-o em uma caixa, escrito logo acima: “Deus Proverá”. Na hora vem a imagem do Muro das Lamentações.

Acho que é um lugar de oração, de pedidos, como essa igreja é. Ali são colocados seus desejos, necessidades e alegrias. Os pedidos são colocados durante a missa, não são lidos, possivelmente devem existir coisas que não devem ser lidas.

O senhor realiza confissões?

Realizo, são atendimentos, nós não temos mais confessionários nesta igreja. Pelo fato de ser muito procurado acabo tendo que fazer uma fila de espera.

O senhor é o único padre desta igreja?

Sou o único. Conversando com um padre meu amigo, disse-lhe que somos três: O Padre Edvaldo, o Padre De Paula e o Padre Do Nascimento, e a Força de Deus.

O senhor realiza alguma atividade física?

Realizo caminhadas, gosto de correr.

Em média o senhor dorme quantas horas?

Seis horas por noite. Gosto muito de ler, escrever.

O senhor escreve suas memórias, elas serão publicadas algum dia?

Talvez, acho que publicarão.

Póstumas?

Acho que sim, serão interessantes.

A Igreja Santuário Nossa Senhora dos Prazeres tem um sistema muito interessante de velas.

A vela é um elemento interessante, de fé, religiosidade, de prática religiosa, acompanha a história da humanidade, é bonita, enfeita e tem o fato da manifestação pessoal. Faço viagens com peregrinos daqui a santuários do mundo, percebemos que é muito presente o uso da vela, só que temos a questão da segurança, na maioria dos santuários, no mundo todo estamos tendo essa substituição, da antiga vela por esse velário, que é mais seguro, a pessoa faz uma oferta mínima, coloca uma moedinha e acende uma vela. Encontrei aqui no Brasil em uma loja. E foi muito bem vindo.

Percebe-se que o senhor é muito bem atualizado.

Não tenho rede social, acho a internet fantástica, necessária. Meu sonho é colocar no santuário monitores de video, para que as pessoas possam participar melhor.

O que chama muito a atenção é a freqüência de crianças no Santuário.

A missa das nove horas do domingo nós não denominamos de “Missa das Crianças”, porque a missa é de Jesus Cristo, da comunidade toda. É uma imprecisão litúrgica dizer “A Missa de Formatura”, “A Missa de Sétimo Dia”, “Missa de Aniversário”, a missa é de Jesus! Prefiro não rotular, não criar situações onde há missa para alguns, mas não existe para outros. A missa das nove horas do domingo é uma missa com a participação dos jovens da catequese, tem uma equipe de catequistas, uma psicóloga, uma mãe, e o pessoal da musica, nós nos reunimos todas as quintas feiras á tarde para prepararmos essa missa. Nós olhamos para missa, vamos levantar situações que se possa trabalhar com as crianças, para que a criança se sinta acolhida. Tem coisas que eu não posso mexer, mas aquilo em que posso para atingir melhor as crianças, para me comunicar com elas, é feito. Temos uma média de participação no domingo de 300 crianças. Em algumas ocasiões chega a 500 a 600 crianças. Em junho estive em Fátima, Portugal, junto com um grupo de peregrinos, eu sempre quero levar todos, a caixa “Deus Proverá” vai comigo, disse ás pessoas, escreva o nome das pessoas da sua família, aquelas que você ama que queira que eu leve até o Santuário de Fátima. Este ano levamos para a Terra Santa e foi colocada na Igreja do Monte Tabor, onde Jesus Cristo se transfigurou. Foi fantástico, porque sem que soubéssemos da existência, ao entramos na igreja havia uma cavidade no chão com uma grade, e ali as pessoas depositam os nomes para a oração. Oramos e eu me ajoelhei e depositei ali os papéis com os nomes que havia levado em uma sacola, aqui do nosso santuário. Eu queria trazer alguma coisa para as crianças, conversei com uma senhora que as fornecia e ela me perguntou quantas medalhas eu desejava, disse-lhe que pelo menos 500. Ela ficou abismada pela quantidade de crianças em uma só missa, teria que somar toda a freqüência de crianças no período de um ano para chegar a esse numero na sua paróquia. No domingo que antecedeu o dia das crianças entreguei a cada uma a medalha em um cordão branco. As crianças freqüentam o nosso santuário, e gostam, porque tem uma resposta. As pessoas correspondem se você as provoca, para o mal e para o bem. As crianças vão percebendo o valor da oração.

Há muitos voluntários servindo o Santuário?

Existem mais de 350 pessoas exercendo o ministério, são pessoas que se dedicam ao trabalho. Temos a Comunidade Nossa Senhora dos Navegantes, na Avenida Cruzeiro do Sul, A Comunidade da Igreja de São Francisco, o Mosteiro das Irmãs e o Santuário.

Nossa Senhora é uma só, porque recebe várias denominações?

Porque é mãe. Minha mãe é amiga, às vezes ela me corrige, às vezes é educadora, às vezes é a mulher prendada que faz crochê, a minha mãe às vezes faz frango com quiabo, que eu adoro. Maria é às vezes as muitas faces da mesma mulher.

Qual é a origem do nome Nossa Senhora dos Prazeres?

É uma devoção de Portugal, por causa de uma vitória em uma batalha, um navegador teve uma visão da vitória.

Qual é a mensagem de Natal do Santuário de Nossa Senhora dos Prazeres?

É que as pessoas acreditem nesse Deus que vem nos visitar. Que o Natal é uma época de troca de presentes, festas, mas não se esqueçam do aniversariante. Marque a sua casa para esperar esse Deus que vem de novo. O nosso lema neste ano é: “Sim Jesus Tem Lugar em Nossa Casa” As pessoas vão receber aqui um selo para colocar na porta da sua casa com essa frase.

















quinta-feira, outubro 13, 2011

ANTONIO JOSÉ QUARTAROLO (TONY JOSÉ)

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
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ENTREVISTADO: ANTONIO JOSÉ QUARTAROLO (TONY JOSÉ)
A voz marcante é a própria identidade de Tony José. Ele é tido como um dos monstros sagrados do rádio esportivo brasileiro. De origem humilde, com sua determinação atingiu um patamar de fama e glória, sem, contudo perder a humildade, preserva suas amizades. Nascido em 29 de março de 1953, filho de Aléssio Quartarolo e Arlinda Todeschini Quartarolo, natural do bairro Barreirinho, pertencente á hoje cidade de Saltinho, na época era um distrito de Piracicaba. Seu avô tinha um sítio logo após o famoso Bairrinho, célebre pelos fumos “de corda”. Filho mais velho do casal, são seus irmãos: Maria Bernadete, Luiz Carlos Quartarolo, Camilo Irineu Quartarolo, Aparecida Quartarolo, Aléssio Quartarolo e Fernando Quartarolo. Quando era muito jovem ainda, sua família se mudou do Bairrinho para o local denominado Glebas Califórnia, região onde havia muitas chácaras, mais tarde uma parte dessa região deu origem ao Bairro Jupíá O menino Antonio estudou em uma escola que hoje não existe mais, ficava no Bairro dos Marins, próxima ao Córrego dos Marins, junto a uma olaria. A escola não oferecia estudos até o quarto ano primário, era necessário freqüentar outra escola, Antonio José estudou na Escola Francisca Elisa da Silva, situada nas esquinas da Rua XV de Novembro com a Rua Antonio Correia Barbosa.
No Barreirinho qual era atividade principal dos seus pais?
Eles trabalhavam na produção de fumo de corda, eu ainda muito novo ajudava, na época não havia a proibição de criança trabalhar, considero que essa lei que proíbe o trabalho da criança está equivocada, caso a criança queira ela deve trabalhar. Como se dizia antigamente: “Serviço de criança é pouco, mas quem perde é louco!” Com 6 a 7 anos comecei a ir para a roça. Não havia outra opção. Eu tinha prazer em ajudar o meu pai, a “virar cambito” fazer corda de fumo. Essa onda de criança não poder trabalhar é um cuidado exacerbado. A criança deve trabalhar de acordo com sua capacidade física, com 14 anos eu carregava saco de 60 quilos, com isso desenvolvi minha musculatura. Como se dizia na época “peguei no guatambu”, puxei enxada, fiz tudo isso sem problema nenhum. O que mais me incomodava era a mesmice de sempre, Piracicaba era pequena demais. Não havia a facilidade de sair daqui como existe hoje.
Na área cultivada pelo seu pai nas Glebas Califórnia, o que mais se plantava?
Meu pai sempre foi interessado em buscar novidades, ele conheceu um japonês que lhe passou determinadas técnicas para o plantio de mamão. Ele plantou mil pés de mamão na chácara, eu o ajudei. Depois ele arrendou um terreno que ficava no alto da pedreira situada na Estrada do Bongue. Era um local com uma vista muito bonita, mas terrível para trabalhar, a inclinação do terreno era muito acentuada. Para o mamão era ótimo: a geada não pegava, o arejamento era fantástico, um terreno pedregoso, justamente o que o mamão queria. Para plantar o mamão tinha que fazer a cova, cercar com pedras, colocar pó de serragem, jogar as sementes e o pé de mamão nascia e crescia. Quando ocorria uma geada ela derrubava as folhas e o mamão amadurecia muito rápido, gerando grande oferta no mercado e caindo muito o preço pago ao produtor.
Como era feita a trajetória da sua casa no Bairro dos Marins até a escola onde você estudava?
Ia a pé! Descia pela Estrada dos Marins, passava pela Cerâmica Piracicabana, nas proximidades de onde hoje é o Carrefour, passava pela Chácara do Morato, a Rua do Porto não fazia a trajetória que faz hoje, era bem mais curta, só existia o caminho á beira do Rio Piracicaba, era tudo terra batida. Passei a usar sapato aos doze ou treze anos, até então ia descalço mesmo. No alto das Glebas Califórnia existia a chamada Chácara do Limão, próxima a Chácara Espéria, onde era mato hoje é um condomínio. Do outro lado tinha a Chácara Nazareth que era do Pacheco Chaves, hoje é loteamento residencial. Não existia o Bairro Nova Piracicaba, era tudo plantação de cana.
Esse trajeto diário ás margens do Rio Piracicaba não era um convite á banhar-se no mesmo?
Não! Minha mãe colocava tanto terror á respeito que eu não me arriscava. Nadei um pouco no Ribeirão dos Marins, escondido, ia para casa todo molhado, no caminho esperava secar. Meu pai tinha carroça, com roda de madeira e aro de ferro, só mais tarde é que passou a ter um carrinho com pneu, um conforto danado. Com a carroça lotada de mamão, íamos ao Mercado Municipal, a ida era feita a partir das quatro horas da manhã.
Eu ficava tomando conta do carrinho com os mamões enquanto meu pai ia negociar com os compradores. No Moratinho, perto da Ponte do Morato, muitas vezes o caminho enchia de água, na época das chuvas, a água batia na barriga do animal, nós torcíamos para que a ponte estivesse ainda ali, pois só dava para ver as laterais da ponte. Subíamos pela Rua Rangel Pestana, ás quatro e meia, cinco horas da manhã, a carroça lotada de mamões, meu pai pulava, ia conduzindo a pé o animal.
A sua família mudou-se para outro local?
Viemos morar perto da antiga revenda de automóveis Colina, na Rua Silva Jardim com a Rua Campos Salles, tínhamos comprado um terreno ali, construímos uma casa e mudamos. Só que o meu pai teve dificuldade em conseguir um emprego, até que ele resolveu fazer feira, arrendamos uma área de quase um quarteirão nos fundos de uma agencia Volkswagen, a Vepira, não tínhamos equipamentos, por 15 dias meu pai e eu cavoucamos aquilo tudo, transformando em canteiros de horta o que era um pasto, isso foi em 1966. Nós molhávamos o pasto e usávamos o enxadão. Meu pai tinha conhecimento técnico para produzir rabanete com 15 dias de plantio, alface com um mês. Aos domingos ficávamos até as duas horas, duas horas e meia da tarde, porque as pessoas iam buscar verduras frescas. A família toda trabalhava nessa horta, preparava-se a verdura para vender no dia seguinte. Com o tempo meu pai passou a ter um armazém na feira, permaneci na feira até os meus18 a 19 anos.
Em que locais eram realizadas as feiras?
Na terça-feira no Largo Santa Cruz, quarta-feira na Vila Rezende, quinta-feira na Paulista, sexta-feira na Rua Riachuelo atrás da Santa Casa, aos sábados era em um terreno onde jogaram as lajes do antigo Comurba, onde mais tarde foi construído o Hipermercado Jumbo Eletroradiobrás e a feira mudou para uma rua ao lado, domingo era atrás da Estação da Paulista e na Vila Rezende perto do Clube Atlético Piracicabano.
Quais veículos vocês utilizavam para levar as mercadorias a serem vendidas na feira?
Inicialmente tínhamos uma Kombi, quando virou armazém tínhamos duas Kombis e um caminhão Ford 36, mais tarde trocamos esse caminhão por um Chevrolet 1957, o famoso “Marta Rocha”, depois adquirimos um caminhão Chevrolet Brasil. Eu aprendi a dirigir em um Ford 1929, o marcador de combustível era um nível, igual ao nível de pedreiro. Essa maravilha era do Fernando Cardinali, eu trabalhei para ele na feira por um período de um ano e pouco. Minha função era vender óleo comestível, vinha em um tambor, colocava-se uma bomba manual e realizava a venda conforme o pedido do cliente: um litro, meio litro. O vasilhame era trazido pelo próprio cliente. Lembro-me que levava um tambor de 200 litros por 50 metros feira a dentro, o comentário geral era: “Esse garoto é muito forte!”. Na realidade tudo se resume na forma como você conduz o tambor, basta colocá-lo de quina no chão, dar dois pequenos impulsos e o próprio conteúdo impulsiona o tambor. Basta controlar o tambor de quina, com os dedos, o próprio tambor se movimenta. Na época foi lançado um produto novo no mercado, o Cardinali vendia sete pedaços por uma unidade monetária da época (1 cruzeiro), era o sabão Ypê, pelo fato de ser amarelo o pessoal dizia que era feito de fubá.
Você fez o Tiro de Guerra?
Na minha época era obrigatório, hoje infelizmente não é. Servi aqui na Paulista, na Avenida Dr. Paulo de Moraes, servi com o Waltencir, o comandante era o Guatura. Acho que todos deveriam servir o exército, inclusive as mulheres. No exército se aprende a ter amor a Pátria, o exército prepara o individuo para a vida. Entra moleque e sai um homem, em qualquer parte do mundo sem disciplina não se chega a lugar nenhum.
Você prosseguiu seus estudos onde?
Fui estudar na Escola Industrial, na época estavam construindo o segundo prédio. Fiz os cursos de torno, fresa. Eu queria fazer o curso de medicina, mas não era possível, tinha que trabalhar. Surgiu a vontade de buscar algo que trouxesse resultados mais rápidos. Eu tinha facilidade em ler textos, interpretando-os. Apareceu um amigo, João Barreto, que era locutor oficial da estação rodoviária “nova” e que precisava de alguém que o substituísse aos sábados e domingos á tarde. Fui para lá e passei a anunciar as partidas de ônibus. Apareceu um japonês, DuarteYamanaka, criamos coragem e fomos falar com Francisco Silva Caldeira que tinha adquirido a Voz Agrícola do Brasil, na Rua Moraes Barros 1191. O Caldeira me aprovou, dizendo: “-Eu não tenho nem verba e nem horário! Se você quiser a partir das 16 horas pode vir para cá e ler os textos comerciais”. Na época não eram gravados, quem programava as musicas era o Cesar Floriano que um ou dois anos depois saiu da rádio. O programa seguinte era apresentado pelo Paulo Roberto, irmão do Jayme Luiz, que tinha saído da rádio, foi trabalhar em São Carlos. O Paulo Roberto deu seqüência ao programa que na época era coqueluche em Piracicaba, chamava “Show das Cinco”. Tinha a participação do ouvinte pelo telefone no ar, era novidade e tinha grande audiência. O Antonio Carlos Pedrassi saiu da rádio, era um locutor com uma característica interessante, normalmente era gago, ao entrar no ar passava a ser um locutor normal. O Caldeira me ofereceu o horário dele e o salário possível da época. O meu sonho sempre foi de comer no restaurante Brasserie, eu passava pela porta, mas nunca tive dinheiro para entrar. Ao receber o meu primeiro salário na Voz Agrícola fui comer um filé á parmegiana na Brasserie! Depois fiquei “duro” pelo mês todo! Mas feliz por ter comido o parmegiana na Brasserie. Ai apareceu o Marcio Terra que tinha um programa das 18 ás 19 horas, o Panorama Esportivo, ele me puxou para o esporte, quem escrevia o programa era o Rubens Righetto, alguns meses depois o Righeto saiu da rádio, eu passei a fazer o programa com o Márcio e alguma coisa também no programa Jornada Esportiva. Disse ao Márcio que meu irmão tinha concluído o curso de datilografia, poderia escrever os textos do programa, assim Luiz Carlos Quartarolo passou a ser redator da Voz Agrícola. Ele fez com grande competência, conhece e gosta de futebol. Fiquei um bom tempo na Voz Agrícola, nessa época chegou por lá Tarcísio Chiarinelli, também apareceu um indivíduo com um gravador enorme nas costas, era o Rogério Aquiles. Naquela época estavam lá: Dinival Tibério, Márcio Terra, Osvaldo Onofre. Eu tinha 18 a 19 anos, vi que aquilo não oferecia melhores perspectivas financeiras. Fui trabalhar como gerente de cine, foto e som da recém inaugurada Jumbo Eletroradiobrás. Em seis meses percebi que não era o que eu queria. Fui trabalhar com Silvio Gonçalves Motta que era atacadista da São Paulo Alpargatas, passei a viajar pelo estado todo. Vendi muitas alpargatas, congas, havaianas, calças e camisas USTOP. Casei-me com Maria Nilcéia Spada, em 24 de dezembro de 1976, na Matriz da Catedral. Na época o carro chefe de vendas era o Ki-Chute, um calçado que utilizava derivado de petróleo, com a crise mundial nesse setor a demanda era maior do que a produção, com jeans acontecia a mesma coisa. Tinha que cobrir cotas vendendo havaiana e conga cujo valor agregado era bem menor. Decidi ir á São Paulo em busca de algo melhor, minha esposa permaneceu em Piracicaba. O Carlinhos Libardi era gerente do Messias que tinha comprado um depósito da Skol que havia falido, ficava na Vila Mariana, na Rua Tutóia. O Carlinhos disse-me: “ – Só preciso de você aqui na parte da manhã, você circula a Avenida Paulista e a Rua Brigadeiro Luiz Antonio, tira os pedidos, faz as notas e depois está liberado”. Ele ainda me ofereceu um aposento no próprio depósito, onde coloquei uma cama e passei a dormir no depósito de cerveja. Comecei a visitar todas as rádios de São Paulo. O que me ajudou é que em Piracicaba eu já havia trabalhado na Voz Agrícola, na Rádio Educadora.
Qual foi a primeira rádio em São Paulo em que você começou a trabalhar?
Certo dia fui a Rádio Gazeta, o Roberto Petri estava começando a comandar a equipe, entrou no lugar do Peruzzi que tinha saído. Ele precisava de alguém para ficar no lugar do Rui de Moura, lá encontrei Athayde Teruel que era de Santa Bárbara D`Oeste e já havia trabalhado em Piracicaba, isso deu uma certa empatia, foi ele quem me apresentou ao Roberto Petri. Athayde disse-lhe: “Esse é o cara que você precisa!”. Marcamos um teste para quinta feira. Eram 15 pessoas para uma vaga. Tinha um candidato do Mato Grosso, experiente, com um vozeirão. Outro de Jaú era fantástico. Mas deu certo, acabei sendo contratado. O Petri foi muito decente, disse-me que naquele mês e no mês seguinte ele só dispunha de metade da verba considerada o piso da categoria. Fiquei. No terceiro mês ele me deu mais do que o dobro de aumento. Na Rádio Gazeta fiquei de 1976 até 1982. O Petri saiu e o Flavio Araujo entrou no seu lugar, Darci Reis era o chefe na Rádio Bandeirantes, me chamou oferecendo um excelente salário, a Gazeta cobriu a oferta. O Darci Reis me chamou novamente, dobrando o meu salário. Em 18 de maio de 1983 fui á Bandeirantes onde permaneci até 1998. Quando o Darci Reis faleceu o Fiori Gigliotti assumiu a equipe, foi um grande chefe e amigo. Com o Eder Luis montamos uma equipe esportiva em FM, inicialmente para a Band FM, de lá fomos para a Transamérica, fiquei com o Eder até 2003. Dei uma parada, passei a fazer gravações de audiovisuais, apresentações de festas, comerciais, mestre de cerimônias, cheguei a fazer três formaturas no mesmo dia. Uma das cerimônias que fiz foi muito marcante, me contrataram para apresentar a cerimônia de ordenação de um padre. A duração foi de umas quatro horas, segui um script. João Thomaz, um amigo, é pai de uma menina portadora de Síndrome de Dow, ela sempre se motivou muito ao ouvir musica clássica, colocada em uma escola de ballet, hoje ela é a única portadora de Síndrome de Dow que realiza todos os movimentos de ballet, ela se apresenta no mundo todo. Na sua formatura fui convidado a narrar a sua apresentação.
Quando você retornou ao rádio?
O Deputado Roberto Moraes, em 2008 me convidou para ajudá-lo na apresentação de futebol aos fins de semana na Rádio Onda Livre, onde permaneci até maio deste ano, quando a Rádio Capital me chamou. Atualmente faço um programa diário das 20:00 ás 21:00 horas e faço futebol quarta, quinta, sábado e domingo. Em 1979 eu trabalhava na Gazeta aos finais de semana e a convite de José Roberto Soave vim para trabalhar na Difusora FM, que foi a primeira FM da cidade, eu e Olívio Pizzani já falecido, éramos as vozes oficiais da Difusora FM. Na Difusora AM eu fazia a parte policial. Quem faz futebol consegue improvisar no rádio. Quando um homem de rádio vai a campo, ele irá narrar geralmente mais de 90 minutos, o locutor tem que narrar tudo que está vendo, isso facilita o trabalho em festas, comerciais. Trabalhei em campo com o Faustão, quando ele fazia a Jovem Pan e depois a Globo, sendo que ele também trabalhava no Jornal O Estado de São Paulo. Naquela época não havia os recursos técnicos de hoje, no intervalo quando todo mundo ia comer um lanche ele ia ao orelhão passar matéria para a redação do jornal.
Você só se dedicou á área esportiva dentro do rádio?
A área esportiva me descortinou o Brasil e o mundo. Estive na América do Norte, Europa, Ásia. Em alguns países permaneci por mais de um mês, a trabalho. Consegui com o rádio ajudar alguns amigos: levei meu irmão Luis Carlos Quartarolo, foi trabalhar como plantão da Gazeta, logo depois foi o Roberto de Moraes, que voltou por ter deixado a noiva aqui, levei Tarcísio Chiarinelli, que depois voltou á Piracicaba, levei de Jaú o Luiz Carlos Bonzanini que também está de volta em Piracicaba.



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