PROGRAMA
PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 29 de abril de 2020.
Sábado 29 de abril de 2020.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo
da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
http://www.teleresponde.com.br/
ENTREVISTADO: JOÃO CARMELO ALONSO
ENTREVISTADO: JOÃO CARMELO ALONSO
João Carmelo
Alonso, nasceu em Araras a 1 de junho de 1970, filho de Luiz Jannuário Alonso
Garcia e Dirce Coser Alonso Garcia, os quais tiveram os filhos João, Pedro e
Sueli. Seu avô paterno imigrou da Espanha, região de Almeria, foi para Conchal,
a cerca de 40 quilômetros de Araras. Sua avó paterna tem ascendência italiana.
O seu pai conservou o idioma espanhol, muitas vezes falava com ele e, com seus
irmãos, em espanhol. Joao Carmelo Alonso recebeu o título de
Cidadão Piracicabano.
O senhor nasceu e morou
em Araras por muitos tempo?
Nasci em
Araras, onde estudei, passei em um concurso na UNIMEP – Universidade Metodista
de Piracicaba, vim para Piracicaba em 2000.
Qual era a atividade do
seu pai?
Meu pai
tinha duas atividades: músico, tocava violão e tinha excelente voz. Ele tinha
uma dupla sertaneja, gravou CDs, LPs, gravou comerciais de televisão, meu pai
tinha uma dupla sertaneja, “Os Folgazões” era o nome da dupla, o nome artístico
dele era “Jeca”. (João Carmelo apanha em um móvel farto material que ele
conserva, LPs, CDs, fitas gravadas”. Em pesquisa na internet, vemos muitas
referências elogiando-o como um grande artista, além de gravações que podem
serem vistas e ouvidas. Segundo os comentários dos fãs e conhecedores, um
talentoso artista). Meu filho herdou do avô a veia musical, hoje ele toca
violão.
Nessa época a música
trazia retorno financeiro expressivo?
Meu fazia a
música por lazer. Ele foi proprietário de um açougue, evoluiu para um
minimercado.
Era muito natural os descendentes
de espanhóis terem um açougue.
Era muito
comum, a família toda era votada para essa área. Inclusive meu avô materno.
Isso tudo em Araras. Depois tiveram frigorífico, chamava-se “Irmãos Coser”
Em Araras o senhor
estudou em qual escola?
Estudei na Escola Estadual Senador César Lacerda de Vergueiro,
de Araras e depois dei continuidade em outra escola, a Escola Estadual Dr. Cesário Coimbra uma vez a Escola Dr. Vergueiro não tinha todo o
ciclo de ensino. Nesta escola, meu tio, José Luiz Coser, irmão da minha mãe foi
Diretor da Escola.
Qual era o sentimento como sobrinho do
Diretor da Escola?
Na época ele era rígido. Ele está
aposentado, mas na época era muito bom. Tinha uma excelente formação
pedagógica, o nível de ensino na Escola
Pública era muito diferente. Primava pela qualidade, em geral mais exigente do
que as escolas particulares.
A seu ver, os alunos,
desde o curso primário deveriam ter uma noção básica da Constituição Federal?
Essa matéria
deveria estar no currículo escolar. Lembro-me de que nos colégios que estudei,
tínhamos que regularmente cantar o Hino Naciona, Hino á Bandeira. Havia a
matéria Estudos Sociais, eram abordagens sobre a nossa naciolidade: Direitos,
Deveres, Obrigações.
A pessoa que conhece a
Constituição Federal, têm em mãos um manual de cidadania, essencial ao seu
comportamento social. Isso é desestimulado por determinadas classes que querem
ter o pleno domínio da população, por isso há uma pressão para não colocar no
plano de ensino?
Já mudou
muito, a nossa cultura está mudando! Tivemos uma situação de um país
extremamente rigoroso, com determinadas questões políticas, institucionais, passamos
para um lado democrático, dentro dessa democracia, criou-se um liberalismo,
abriu-se demais, o que foi bom até certo ponto. Até um determinado segmento.
Agora estamos tentando recuperar um princípio básico em um país, ´R dessa forma
que eu vejo, estabelecer um equilíbrio. Temos nossos princípios familiares, se
perdemos esses princípios, dentro das nossas casas, perde-se totalmente o
controle. O conceito de família deixa de existir. A modernização é inevitável,
mas assusta!
Nós éramos senão em grande
parte, mas em um grau bem elevado, conduzidos, induzidos, até mesmo de forma
subliminar pelos veículos de comunicação, a tecnologia trouxe a velocidade o
fácil aceso às informações. Isso a seu ver nos torna melhor informados?
No tocante a
Internet, a Rede Mundial de Computadores poderá ser utilizada tanto para o lado
bom como para o lado ruim. Hoje tenho dois filhos, João Vitor e Maria Luiza,
como falar que eles não usam internet? Estabeleço limites de uso. É da natureza
humana querer conhecer o desconhecido. E esse desconhecido pode trazer consigo
problemas. Da mesma forma que dizer para uma criança: “Você vai passar uma hora
estudando”. Ou dizer: “ Você irá passar uma hora brincando”.
Com educador, o senhor
recomenda o uso do bom senso para com os filhos? Alguns pais transformaram os
jogos eletrônicos, celulares em “babás eletrônicas”?
Isso ocorre
muito em viagens, restaurantes, A tecnologia é inevitável, mas temos que ter um
cuidado constante para o uso dela pelas crianças e adolescentes.
Retornando ao período em
que o senhor estudou, havia a opção de fazer o Curso Colegial ou o Curso
Científico, qual foi a sua opção?
Fiz o Curso Colegial.
Quais eram os meios de diversão para um jovem naquela
época?
Jogar bola, basquete. Meu irmão, Pedro Alonso, foi
jogador profissional de futebol. A minha esposa, Lucilei Medeiros Alonso, jogou
muito basquete e joga até hoje. Ela jogou no time do BCN aqui em Piracicaba. Na
minha infância e adolescência, andava de bicicleta, não tinha perigo, soltava
pipa, pião, bolinha de gude. Eram brincadeiras inocentes. Atualmente temos uma
realidade diferente, onde tomamos cuidados redobrados. Perdemos a confiança em
questões do cotidiano. O tempo mudou, a cidade cresceu.
O senhor acredita que isso irá retroceder?
Não acredito.
Nós temos diferenças
sociais e econômicas muito expressivas, alguns afirmam que essas diferenças
promovem a violência. Outros afirmam que é inerente ao indivíduo, em
decorrência de diversos fatores.
Diferenças sociais sempre existiram,
desde a época de Jesus Cristo ! Isso sempre existiu. O nosso país apresenta
dentro do contexto internacional uma desigualdade muito acentuada. O Brasil é
extenso demais! Cabe a Europa dentro do nosso território! Isso torna a situação
de solução muito difícil. Estive conversando com o vice-presidente da Segunda
Região do TRT – Tribunal Reginal do Trabalho de São Paulo, o desembargador
Carlos Husek, justamente no período em que surgiu a Reforma Trabalhista. Como
será aplicada a Reforma Trabalhista para alguns estados extremamente carentes?
É impossível!
Na Copa Mundial de 1970 o hino oficial
exaltava os 80 milhões de habitante, Em 2020 temos cerca de 210 milhões de
habitantes. Ou seja, em 50 anos a população não teve um crescimento e sim uma
explosão populacional?
O país explodiu, sem a devida
infraestrutura. Veja quanto nós crescemos por década! O Brasil não acompanhou
esse crescimento! Crescemos em população! Nós inchamos! Não crescemos na mesma
proporção em estruturas, na área social. Com isso nossa qualidade de vida
piorou. Não temos estrutura para tudo isso!
Em seu ponto de vista qual é a saída?
O princípio básico é a educação! A
educação é um ponto em que é necessário trabalhar, melhorar, gradativamente.
Essa mudança não será brusca.
Em sua análise, os nossos detentores
dos poderes políticos, estão preocupados ou envolvidos nesse projeto de
educação para a população?
Não vejo a preocupação ou empenho necessário. Estamos
preocupados mais com questões politicas. Fazer um pré-julgamento de
determinadas instituições não é bom, Hoje vejo nossas instituições jurídicas
não mais preocupadas com o bem estar do povo. Temos que prestar muita atenção
com relação a isso. È necessário haver uma mudança. O que nós faremos com mais
de 13 milhões de desempregados? Será que os nossos governantes têm de fato
ciência da quantidade de pessoas que estão desempregadas?
O que se comenta é que muitos
sobrevivem trabalhando na informalidade.
Se todos trabalharem na informalidade
como ficam algumas regras? O nosso maior problema de uns tempos para cá é a
corrupção! Isso é fato!
O fator tributário, extremamente
elevado, determina a corrupção?
Considero que a corrupção é inerente
ao ser humano. Ela existe no mundo inteiro. Só que no Brasil ela é bem mais
acentuada, isso para sermos benevolentes. É por isso que chamo a atenção de que
as instituições precisam olhar para esse tipo de fenômeno: Corrupção e Poder. Existem
várias obras escritas sobre isso, não sou que falo, os livros estão aí! Temos
aquele ditado: “Para conhecer a pessoa, dê-lhe o poder ou dinheiro! ”. Não
tenho como afirmar exatamente quando tudo desandou, mas infelizmente, hoje
todos querem levarem vantagens! Isso impregnou no ser humano! Na sociedade! Não
tem como ter controle do comportamento humano, a não ser aquele dado pelo princípio
familiar, que é o básico de tudo! Se você ensinar errado para o seu filho ele
vai caminhar errado até o final. Irá aprender errado, será um adolescente
errado, será um jovem fazendo algo errado. Os frutos disso voltarão aos pais.
Confesso que fui um privilegiado em minha vida. Meu pai viveu até os 84 anos. Posso
dizer abertamente à todos, quando ele disse-nos: “ Nós não temos dinheiro, mas
eu tenho uma situação que eu posso lhes dar, educação e estudo”.
O fator financeiro ao seu ver muda o
caráter do indivíduo?
A riqueza, o fato de você ter ou não
uma situação financeira diferenciada do seu amigo, do seu colega, não muda o
caráter do ser humano. Caráter é o principal ponto. Nome. Sãos os valores que
de fato pesam na existência do indivíduo. Seu caráter. O que o seu nome representa.
Graças a Deus tenho esses valores.
O senhor é religioso?
Bastante. So católico, devoto de Santa
Rita de Cássia, tenho as minhas particularidades espirituais, respeito qualquer
outra crença religiosa, Há até uma citação que mostra como muitos agem negando
a própria fé, dizem: “Sou ateu. Graças a Deus! ” Isss nada mais é do que um
descompasso entre seu íntimo e suas palavras. Sou muito católico, vou a igreja
sempre que posso, aos domingos faço questão de ir com a minha família. Faço as
minhas orações, procuro passar isso para os meus filhos.
O senhor faz parte de alguma entidade?
Não pertenço a nenhuma entidade.
Procuro auxiliar as pessoas de forma anônima. Já pertenci a algumas entidades,
fui presidente do Rotary Club Piracicaba Povoador , no
período 2010-2011. Tive convites para também pertencer a outras entidades. Para
ser integrante de qualquer entidade há a necessidade de dedicação, tempo
disponível. O meu tempo é dedicado à minha família, ao meu trabalho e a minha
vida acadêmica. Gosto de escrever, de publicar artigos.
Quantos livros o senhor já tem escritos?
Já participei de cinco obras, tenho um
livro recém-lançado, na USP- Universidade de São Paulo, da qual faço parte,
participo de grupo de estudos.
Voltando um pouco no tempo, quando o
senhor concluiu o colegial, qual foi o passo seguinte?
Logo após concluir o Curso Colegial,
sofri um acidente de motocicleta, fraturando tíbia e perônio. Na época eu tinha
uma motocicleta Honda CB 400, fiquei praticamente seis meses com restrições de
mobilidade. Sempre trabalhei, desde criança. Em araras tinha o Clube dos Engraxates,
dos 12 aos 14 anos, colocava a minha caixinha verde nas costas, ia para a
praça, engraxar sapatos. Eu mesmo engraxo até hoje os meus sapatos.
O senhor dava aquela batidinha na
caixa quando o cliente tinha que trocar o pé, para engraxar o outro sapato?
Sim! Era de praxe! (Risos). Usava graxa Nugget ou ODD, preta e
marrom. Papai tinha um açougue, trabalhamos com ele por muito tempo.
O cinema era uma das atrações?
Eu ia ao cinema! Assistia muito os
filmes dos “Trapalhões”, que na época estavam no auge. Na época havia dois
cinemas em Araras. Meu pai permitia que eu saísse desde que as 10 horas da
noite estivesse em casa!
Araras é uma cidade com boa qualidade
de vida?
Muito boa. Hoje ela deve estar com
150.000 habitantes. É uma cidade bem organizada.
Com um pai rígido como ele permitiu
que o senhor adquirisse uma motocicleta potente?
Na realidade meu irmão também tinha
uma semelhante!
Vocês eram os “donos” da cidade!
Motocicleta nessa época era para poucos!
Meu pai sempre teve um ditado: “Quem
tem comércio nunca vai faltar dinheiro no bolso! ” Trabalhávamos em família, eu
levantava as 4 horas da manhã para trabalhar. Eu saía para comprar boi as 4
horas da manhã! Ia de Kombi. Não ia dirigindo porque não tinha a carta de
habilitação. Com 18 anos, quando tirei minha carteira de habilitação, ia
dirigindo. Iam negociava no frigorífico, carregava, descarregava, a vida era
sempre agitada. O conceito de açougue, atualmente mudou muito. Hoje açougue é
uma boutique onde são vendidos inúmeros produtos. O mercado nessa época, não
vendia pão, não vendia leite, não vendia carne, não vendia remédios, não vendia
sapatos. Poso afirmar que na minha infância nunca faltou nada. Meu pai sempre
teve uma vida simples, em uma situação confortável. Nunca foi de esbanjar. O
que o meu gostava de fazer era música, viola!
Na casa dos seus pais eram feitas
“migas”, prato típico espanhol?
Minha mãe sempre junto com o meu pai
fazia “miga”. Era um alimento muito consistente, poderia passar o resto do dia
sem comer nada. Além de ser um prato muito saboroso. Minha mãe sempre foi aquela
mãezona, colocava todos os filhos embaixo das suas asas. Ela e meu pai eram
muito religiosos. Por muito tempo tivemos fogão a lenha, depois adquirimos o
fogão a gás, mas mantendo o fogão a lenha por um bom tempo. Minha mãe fazia
linguiça, colocava para defumar. Erra uma vida muito boa. Tanto que o primeiro
LP que o meu pai gravou tinha como título: “Vida Boa”. Uma das frases da música
“Vida Boa”: “A vida é boa é preciso ter coragem”.
O Curso de Graduação em Direito o
senhor fez onde?
Eu morava e trabalhava em Araras e a
noite fazia o curso na Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP, isso foi
em 1992, o curso ainda era de 4 anos, me formei em 1996. Vinha e voltava para
Araras todos os dias, de ônibus, era um percurso em torno de 1:40 horas.
Saíamos as 18:00 horas, quando era 19:15 estávamos chegando aqui. Todos
cansados, dentro do ônibus o silencio era absoluto. Às sextas-feiras é que
relaxávamos um pouco, mesmo assim no sábado eu tinha que trabalhar com papai no
mercado. Uma regra que sempre papai dizia: “Primeiro a obrigação, depois a
diversão”. Eu adorava, adoro até hoje carnaval.
O senhor saiu fantasiado alguma vez?
Sai nos clubes em Araras! Éramos um grupo de jovens! Os
famosos blocos! Em período de carnaval só voltávamos quando o baile acabava, 4
ou 5 horas da manhã. Chegava em casa, tomava um banho e ia trabalhar no
mercado, onde trabalhava até as oito da noite. Descansava. No início chamava-se
Casa de Carnes Bom Jesus, depois passou a se chamar Mercado Bom Jesus.
Qual foi a reação do seu pai, quando o
senhor decidiu estudar Direito?
Ele apoiou! Todos os filhos concluíram
curso superior. Formado em Direito só eu. Em 1997 e 1998 fiz um curso de
especialização na Universidade, Comecei outro
curso na Universidade, quando em 2000 abriu um concurso. Fiz o concurso,
fui aprovado como docente, nesse meio tempo saiu da Especialização e entrei no
mestrado, em 2002 defendi o meu mestrado e já estava praticamente dentro da
Universidade até hoje.
A sua opção pela área Trabalhista tem
um fator de motivação?
Tem ! Essa opção pela área trabalhista
foi quando eu comeceia estagiar no escritório doo Dr. Luiz Cressoni Della Coletta, em
Araras, isso na época em que o estágio não era remunerado. Fiz o estágio após
ter me formado, no inicio de 1997 até 2001 fiz estagio com ele. Quando eu já estava na Universidade, como
docente, o Dr. Coletta disse-me: “Alonsinho! O espaço nosso aqui é pequeno para
nós dois! Você tem muito! Pode crescer
demais! Eu vou te dar a sala ao lado, você vai me pagar daqui a seis
meses. O número da OAB dele era 14.000 ! Ele era fantástico, Eu estava na minha
fase de juventude, tinha 28 anos, o escritório
dele ficava no centro, aos sábados , eu voltando dos restaurantes,
bares, as quatro horas da manhã, a luz estava acesa, o Dr, Coletta estava
trabalhando!
Os cálculos
trabalhistas ele mesmo fazia?
Muita coisa ele pedia para que eu fuzesse,
outras ele mesmo fazia, e também mandava para o contador calcular. Ele fazia os cálculos a mão. Sem auxilio de
máquina calculadora. O que eu admirava
nele é a capacidade intelectual daquele homem. Ele tinha uma biblioteca de
cerca de 5.000 livros! Você olhava os livros, com aqueles papeizinhos, todos
marcados. Ele dizia-me: “Alonsinho! Pega tal caixa no arquivo, quero tal pasta,
tal nome.” Eu pegava a escada puxava a pasta, olhava, batia a data, o nome,
batia tudo! Eu pensava comigo mesmo: Esse homem está de brincadeira comigo!”.
Ele tinha uma secretária, a Andréia, trabalhou 20 anos com ele. Hoje Dra. Andréia, formou-se também. Eu criei
esse habito de fazer biblioteca com ele. Ele dizia: “Pega tal Lex, veja na
página tal vê se esta falando tal coisa. Entrava na biblioteca, entrava no meio
do arquivo, tinha um papel. Eu
imaginava: “Não é possível que esse homem vai acertar de novo!”. Isso me chamou
muito a atenção! Fui criando esse habito. Ele só fazia trabalhista. Era raro
ele fazer divórcio, separação, despejo. Ele dava muita assessoria para empresas,
companhias agrícolas, fazendas, em
Araras tinha muitas fazendas, praticamente ele me ensinou tudo. Tenho um ditado
que levo comigo, até hoje falo dentro do meu escritório, para todos da minha
equipe: “ Se você quer ser igual, está cheio. Se quiser ser diferente, são
poucos”. Escutei isso depois de muitos anos, do meu professor na USP, Prof. Dr. Nelson Mannrich
O caminho para ser
igual é o mais usual. Para ser diferente, existe alguma “receita”?
Eu procuro fazer tudo
o que realmente gosto! Primeiro você precisa se identificar com aquilo que você
gosta. A Humildade e o Caráter são os primeiros passos. Todas as profissões tem
os seus problemas. Todas as pessoas podem falar bem ou mal. Mas, somente você e
Deus sabem o que realmente faz. Se voce esta com a consciência tranquila, tudo
irá dar certo.
O Direito Trabalhista
é visto como uma área muito sensível a mudanças?
O Direito Trabalhista
tem dois lados: o lado do empregado e o lado da empresa, do empregador. Sem
nenhum demérito, o lado do empregado a Justiça do Trabalho faz o processo para
ele. Nesse caso, a peça mais importante no processo é a petição inicial. Se ele não fizer uma boa
petição inicial, ele irá perder o processo. Nós temos em Piracicaba, muito bons
advogados que só fazem as iniciais, e lutam pelo trabalhador. Como eu vim de um
escritório que sempre trabalhou com empresa, posso afirmar que o lado da empresa
é um pouco mais complicado. Se você fizer algo de errado, o passivo que você pode
dar para a empresa é grande.
As mudanças ocorridas
na legislação trabalhista trouxeram muitos impactos?
Acho que ainda está
muito cedo, mesmo com dois anos de mudanças trabalhistas da nova CLT, vamos ter
muitas mudanças, inclusive agora foi nomeada a primeira mulher do Superior
Tribunal do Trabalho, atual Presidente do Tribunal Superior do
Trabalho é
a Ministra Maria Cristina Peduzzi, ela disse que vai ocorrer novas reformas.
Acho que o TST precisa se posicionar em determinados assuntos. É o que venho
falando em sala de aula, tem assuntos que o TST não pode fugir mais. Precisa enfrentar. Os advogados, tanto do lado do
empregado como do lado do empregador, estão
sem saber como é que fazem. Colocam as opiniões, você pode interpretar de um jeito eu interpreto de outro. O direito
não é matemática, não é uma ciência exata. O seu direito termina quando? Quando
começa o meu!
Grandes
reformas trabalhistas foram realizadas no período do Governo Getúlio Vargas, e
muitas até hoje não mudaram, O senhor considera essas reformas positivas?
Para a época
foram!
O senhor lançou
em São Paulo, na Faculdade de Direito da USP o livro “Reforma Trabalhista: Reflexões e Criticas” sob a coordenação de
Nelson Mannrich, editado pela LTr. (Nesse momento, relumbrando a trajetória de
superação e vitória a emoção domina).
O
senhor tem uma relação muito próxima com a USP-Sãp Paulo?
A Universidade
de São Paulo em suas áreas de atuação é uma grande referência.
Há
uma grande expectativa quanto a referencia trabalhador-empresa, o senhor
acredita que deve haver mudanças?
Vai modificar!
Acredito que o trabalhador terá que fazer uma requalificação.
FORMAÇÃO
ACADÊMICA
Mestre em Direito – UNIMEP/SP – 2002 a
2005 - Área de Direito das Relações Sociais: Direito do Trabalho - orientação
da Prof.ª Dr.ª Dorothee Suzanne Rudiguer - título da dissertação: Competência
Material da Justiça do Trabalho nos litígios de dano moral em decorrência do
acidente de trabalho. Ø Especialização em Direito Processual Civil e Direito Civil – UNIMEP/SP
– 1999 a 2001 – titulo do trabalho: Contratos na Área do Direito Comercial Ø Graduação – Universidade Metodista de
Piracicaba – 1992/1996. Advogado com inscrição na OAB/SP sob n. 169.361.
Coordenador da Escola Superior de Advocacia (ESA – Subseção Piracicaba/SP) –
2013/2014; Diretor Jurídico Esporte Clube XV de Novembro (Piracicaba): de 2008
a 2012; Coordenador do Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Direito do Trabalho
e Processo do Trabalho - UNIMEP; Advogado – Procuradoria do Município de
Piracicaba – área de concentração:Direito do Trabalho: De 2006 a 2008; Membro
Participativo na Fundação da AATRAL (Associação dos Advogados Trabalhistas e
Araras, Leme e Região) – Ano 2001/2003; Comissão do Jovem Advogado – OAB/SP –
Subseção Araras – 2001 a 2002 Membro de Grupo de Estudo em Direito do Trabalho
– GETRAB/USP; Membro do IPOJUR – Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas em
Ciências Politicas e Jurídicas.
Professor da UNVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA/SP – UNIMEP
Tempo Integral – desde Agosto de 2000.
Coordenador do Curso de Pós Graduação em Direito do Trabalho e Processo do
Trabalho – UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA/SP – UNIMEP – Desde 2006.
Professor Orientador de Estágio – Atividade Extrajudicial – JUIZADO ESPECIAL
CÍVEL – ANEXO – UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA/SP – Desde 2002 .
Professor – “Damásio Cursos Jurídicos” – Unidade Piracicaba – Curso Preparatório para Exame da OAB/SP – De 2009 a 2010 - Direito
do Trabalho, Direito Processual do Trabalho. Professor: MBA em Gestão
estratégicas de Pessoas. 2009. (Curso de curta duração
ministrado/Especialização) – UNIMEP/SP – Disciplina: Direito do Trabalho; Comissão do Jovem Advogado – OAB/SP –
Subseção Araras – 2001 a 2002 Membro de
Grupo de Estudo em Direito do Trabalho – GETRAB/USP; ØØ Membro do IPOJUR – Instituto
Brasileiro de Estudos e Pesquisas em Ciências Politicas e Jurídicas.
TRABALHOS PUBLICADOS:
As Inovações
Tecnológicas no ambiente do Trabalho: Melhoria ou Perigo? Jornal de Piracicaba,
Cidade de Piracicaba/SP. 2014. As atuais
mudanças no aviso prévio imposto pela Lei 12.506/2011. Jornal de Piracicaba,
Cidade de Piracicaba/SP. 2013. A crise econômica e o Direito do Trabalho.
Revista Nacional de Direito do Trabalho, v. 01, p. 01-04, 2010. A ampliação da
Nova Lei de Licença Maternidade. Revista Nacional de Direito do Trabalho, v.
01, p. 01-04, 2009. A Ampliação da Competência da Justiça do Trabalho e seus
Efeitos com a Promulgação da Emenda Constitucional nº. 45/2004. Revista
Nacional de Direito do Trabalho, v. 123, p. 11-16, 2008. O Direito do Trabalho
sob a Ótica do Novo Código Civil. Cadernos de Direito (UNIMEP)), v. 1, p.
203-208, 2004. Contratação de funcionários: direito ou violação?. Jornal de
Piracicaba, Cidade de Piracicaba/SP, p. A3 - A3, 22 jul. 2012. Regulamentação do Ponto Eletrônico. Jornal do
Terras, Piracicaba/SP, 02 abr. 2012. As
inovações tecnológicas no ambiente de trabalho: melhoria ou perigo?. Jornal de
Piracicaba, Piracicaba, p. 01 - 01, 30 abr. 2011. Ø Juizado Especial Cível e sua função
social. Tribuna do Povo, Araras/SP, p. 2 - 2, 03 out. 2002.
CAPITULOS DE LIVROS PUBLICADOS
: O Contrato de Estágio no Direito do
Trabalho: Relação de
Aprendizagem ou Relação de Emprego?. In: João Miguel da Luz Rivero; Luiz Antonio
Rolim. (Org.). Faculdade de Direito: direito e história 1970 - 2005.
01ed.Piracicaba: Printfit Soluções, 2005, v. , p. 167-174.
PARTICIPAÇÃO EM PALESTRAS –
PALESTRANTE LOCAL: TEATRO UNIMEP/SP
A
importância do Jovem advogado frente a advocacia. (Palestra – OAB/SP –
Piracicaba 2015). A Profissão do Futuro
para os Jovens no Ensino Médio (E.E.Cesário Coimbra/Araras/SP – 2015).Assédio
Moral. 2010. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra). Colisão de
Direitos Fundamentais no Direito Constitucional Brasileiro. 2005. (Apresentação
de Trabalho/Simpósio). Direito do
Trabalho e Direito Processual do Trabalho. 2002. (Apresentação de
Trabalho/Conferência ou palestra). O Advogado
e o
Mercado de Trabalho. 2000. (Apresentação
de Trabalho/Conferência ou
palestra). Palestra na abertura da Semana Jurídica da OAB/SP – Piracicaba –
2016; Palestra Na Câmera Municipal de Piracicaba/SP – A Reforma Trabalhista –
2017; Palestra na Câmera Municipal de Rio das Pedras/SP – A Reforma Trabalhista
e a Lei de Terceirização – 2017.ATIVIDADES COMPLEMENTARES: Jornada de Coordenadores e Docentes do Curso
de Direito. 2011. (Outra). Lei nº. 11.419/06 - Processo Eletrônico. 2007.
(Outra). 44º Congresso Brasileiro de
Direito do Trabalho. 44º Congresso Brasileiro de Direito do Trabalho. 2004.
(Congresso). III Encontro Nacional de Estágios. 2004. (Seminário). V Congresso
Nacional de Direito do Trabalho e Processual do Trabalho do TRT da 15ª Região.
2003. (Congresso).Terceiro Congresso Brasileira de Segurança e Saúdo no
Trabalho - Ambientes e Condições de Trabalho. Terceiro Congresso Brasileira de
Segurança e Saúdo no Trabalho - Ambientes e Condições de Trabalho. 2002.
(Congresso). Globalização e Direito do Trabalho.VIII Workshop. 2002. (Oficina).
Segundo Congresso Brasileiro de Segurança e Saúde no Trabalho - Condições e Ambiente
de Trabalho. Segundo Congresso Brasileiro de Segurança e Saúde no Trabalho -
Condições e Ambiente de Trabalho. 2001. (Congresso).Ensino Jurídico -
"Refletindo as práticas pedagógicas "Ensino Jurídico -
"Refletindo as práticas pedagógicas". 2001. (Seminário). Programa de
Integração Docente. Programa de Integração Docente. 2001. Seminário de Estudos
do Direito. Seminário de Estudos do Direito. 2000. (Seminário). Assistência
Judiciária Gratuita - Lei 1.060/50.Assistência Judiciária Gratuita. 2000. (Seminário).
OAB e Ampliação do Mercado de Trabalho e Dano Moral no Direito do
Trabalho.Palestras Jurídicas. 2000. (Encontro). 26ª Semana de Estudos
Jurídicos. O Direito e as consequencias da Modernidade. 1995. (Encontro). 24ª
Semana de Estudos Jurídicos. Direito do Trabalho. 1993. (Encontro). IDIOMAS :
Espanhol e Italiano