terça-feira, março 04, 2008

Expressões latinas

• Et alii - "E outros" - Expressão utilizada em bibliografia para indicar que além do autor indicado existem co-autores
• Et caterva - "E o bando" - Pode ser usado como sinônimo de et cetera, mas com tom pejorativo.
• Et cetera - "E as demais coisas" - Também abreviado em etc.
• Etiam per me Brasilia magna - "O Brasil é grande por mim também" - Divisa de Jundiaí/SP
• Et nunc et semper - "Agora e sempre"
• Et reliqua - "E o restante" - Expressão utilizada para encerrar uma enumeração
• Et semel emissum volat irrevocabile verbum - "E a palavra, uma vez lançada, voa irrevogável" - Horácio
• Et tu, Brute fili! - "Também tu, meu filho Bruto!" - Expressão de César após ser apunhalado, entre outros conspiradores, por Bruto, a quem cumulara de benefícios


Free Counter

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

FLATULÊNCIA - TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO

Gases na Justiça
O TRT da 2a região teve de enfrentar, recentemente, o caso de um flatulento trabalhador demitido. O desembargador Ricardo Artur Costa e Trigueiros debruçou-se sobre o tema, aspirando cada um dos argumentos. Em sua decisão, que bem pode se considerar um tratado sobre o tema, ele explica que "expelir gases é algo absolutamente natural e, ainda por cima, ocorre mais vezes em pessoas que adotam dietas mais saudáveis". Segundo o magistrado, "estrepitosos ou sutis, os flatos nem sempre são indulgentes com as nossas pobres convenções sociais". Ademais, ele lembra que "disparos históricos têm esfumaçado as mais ilustres e insuspeitadas biografias".
Flatulência
Gases intestinais podem causar grande desconforto porque provocam distensão abdominal. Além disso, em determinadas circunstâncias, podem trazer constrangimento social.
O ar engolido ou os gases formados no aparelho digestivo podem ser expelidos por via oral (arroto) ou via anal (gases intestinais ou flatos). A maior parte deles, no entanto, é produzida no intestino por carboidratos que não são quebrados na passagem pelo estômago. Como o intestino não produz as enzimas necessárias para digeri-los, eles são fermentados por bactérias que normalmente ali residem. Esse processo é responsável pela maior produção e liberação de gases.
Em alguns casos, por fatores genéticos ou porque adotaram uma dieta saudável com pouca gordura, mas rica em fibras e em carboidratos, algumas pessoas podem produzir mais gases. No entanto, a maioria das queixas parte de pessoas que produzem uma quantidade que os gastrenterologistas considerariam normal. Estudos demonstram que, em média, um adulto pode expelir gases vinte vezes por dia"


Consoante explicações supra, depreende-se que expelir gases é algo absolutamente natural e, ainda por cima, ocorre mais vezes em pessoas que adotam dietas mais saudáveis. Desse modo a flatulência tanto pode estar associada à reação de organismos sadios, sendo sinal de saúde, como indicativa de alguma doença do sistema digestivo, como p. exemplo o meteorismo. De qualquer forma, trata-se de reação orgânica natural, sobre a qual as pessoas não possuem, necessariamente, o controle integral. O organismo tem que expelir os flatos, e é de experiência comum a todos que, nem sempre pode haver controle da pessoa sobre tais emanações. Não se justifica assim, aplicação de punição de advertência à reclamante pelo ato de expelir gases no ambiente de trabalho, sob a presunção do empregador de que tal ocorrência configura conduta social a ser reprimida, ou de alguma forma atentatória contra a disciplina contratual ou os bons costumes. Certamente agride a razoabilidade a pretensão de colocar o organismo humano sob a égide do jus variandi, punindo indiscretas manifestações da flora intestinal sobre as quais empregado e empregador não têm pleno domínio.

Estrepitosos ou sutis, os flatos nem sempre são indulgentes com as nossas pobres convenções sociais. Disparos históricos têm esfumaçado as mais ilustres e insuspeitadas biografias.

Verdade ou engenho literário, em "O Xangô de Baker Street" Jô Soares relata comprometedora ventosidade de D. Pedro II, prontamente assumida por Rodrigo Modesto Tavares, que por seu heroísmo veio a ser regalado pelo agradecido monarca com o pomposo título de Visconde de Ibituaçu (vento grande em tupi-guarani).

Apesar de as regras de boas maneiras e elevado convívio social pedirem um maior controle desses fogos interiores, sua propulsão só pode ser debitada aos responsáveis quando comprovadamente provocada, ultrapassando assim o limite do razoável. A imposição deliberada aos circunstantes, dos ardores da flora intestinal, pode configurar, no limite, incontinência de conduta, passível de punição pelo empregador. Já a eliminação involutária, conquanto possa gerar transtornos sociais, embaraços, constrangimentos e, até mesmo, piadas e brincadeiras, como ocorreu com a reclamante, não há de ter reflexo para a vida contratual. De qualquer forma, não se tem como presumir qualquer má-fé por parte da empregada, quanto ao ocorrido durante o expediente laboral, de modo a ensejar a aplicação de advertência, que por tais razões, revelando-se injusta e abusiva a penalidade pespegada à obreira.



Free Counter

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Curioso

"Curioso é verificar que quase todos os homens que valem muito têm modos simples e que, na maioria das vezes, os modos simples são considerados indícios de pouco valor"
Giacomo Leopardi


Free Counter

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

E O SAMBA DEU O TROCO ( by Jayme )

... E o samba deu o troco

Acusada de ser uma cópia do jazz, a bossa nova acabou salvando-o da extinção
por ROBERTO MUGGIATI*




Free Counter


Antônio Nery/ Divulgação









“Santíssima Trindade”: Vinicius de Moraes, Tom Jobim e João Gilberto, no auge do movimento bossa-novístico


Um acentuado sentimento de inferioridade em relação aos Estados Unidos marcava a cultura brasileira em meados do século vinte. Na literatura, ainda éramos colonizados pela Europa, mas, de repente, com o rolo compressor das indústrias fonográfica e cinematográfica, passamos a viver sob a influência direta de sons e sonhos fabricados pelas gravadoras americanas e por Hollywood.

A “política da boa vizinhança” do governo Franklin Roosevelt nos deu uma caricatura do brasileiro por Walt Disney, o papagaio Zé Carioca, e a explosão de Carmen Miranda, a Brazilian Bombshell. Em troca, cedemos aos americanos a base aérea de Natal, o “Trampolim da Vitória”, e nossos pracinhas serviram de bucha de canhão para os Aliados na sangrenta frente italiana. Mas saímos da guerra com uma reserva monetária que daria para antecipar em uma década os “50 anos em 5” de JK. Nosso desenvolvimento perdeu-se na política econômica do governo Dutra, que privilegiou as empresas estrangeiras e facilitou a importação de quinquilharias. O Brasil entrou na Era do Plástico e viveu aqueles anos sob o signo cultural do ioiô.

A incômoda influência americana foi exorcizada através da música. Já em 1940, Carmen Miranda se defendia em “Disseram que Eu Voltei Americanizada” (Luís Peixoto-Vicente Paiva):

“E disseram que eu voltei
americanizada
Que não suporto mais o
breque de um pandeiro
E fico arrepiada ouvindo
uma cuíca
Que já não tenho molho,
ritmo, nem nada...”

Em 1948, numa letra mais bem humorada, “Adeus América” (Haroldo Barbosa, Geraldo Jacques, Janet de Almeida) batia na mesma tecla:

“Eu digo adeus ao
boogie-woogie, ao woogie-boogie
E ao swing também,
Chega de hot, fox-trotes e
pinotes
Que isso não me convém.
Eu vou voltar pra cuíca,
bater na barrica, tocar tamborim,
Chega de lights e all rights e
de fights, good nights,
Isso não dá mais pra mim.
Eu quero um samba feito
só pra mim.”

Quando surgiu a bossa nova, o grande debate foi determinar até que ponto os brasileiros estavam “copiando” a música americana. Para os críticos mais ferrenhos, tudo beirava o plágio. A precursora “Copacabana” lembrava a melodia de “I’ll Remember April”; “Este Seu Olhar” era calcado na frase inicial de “Love Walked In”, do álbum Chet Baker with Strings; uma frase de “A Ballad”, de Gerry Mulligan, fora enxertada no “Desafinado”; o “Samba de Uma Nota Só” nada mais era do que a introdução do “Night and Day” de Cole Porter; o próprio Carlos Lyra, em seu mea culpa famoso, brincava com duas conhecidas canções americanas: “Indian Love Call” (do musical Rose Marie) e “You Were Meant For Me” (do filme Cantando na Chuva).
A protofonia do Guarani
“Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim,” rezava a letra, mas o clima no estúdio era de “brigas sempre mais” que marcava a relação yin/ yang entre João e Tom. Foram várias sessões tumultuadas e a data que entrou para a História foi a do take definitivo de “Chega de Saudade/Bim-bom”, 10 de julho de 1958. Um dos focos da confusão foi a exigência de João de ter quatro homens na percussão: Milton Banana (bateria), Rubens Bassini (bongôs), Juquinha (triângulo) e Guarany (caixeta). Tudo isto para uma música que durava nada além de dois minutos. E usava ainda uma orquestra completa. A inclusão de Guarany Nogueira (1928 - 1980) na gravação seminal da bossa nova revela a grandeza do seu talento. Principalmente se levarmos em conta o fato de que o curitibano, vítima da paralisia infantil, usava aparelho e só tinha movimento numa perna, um handicap terrível para um baterista. Em sua temporada carioca, além de brilhar nos círculos da bossa nova, Guarany freqüentou o circuito clássico e o maestro Eleazar de Carvalho o queria preparar para timpanista da Sinfônica do Rio. Hélcio Milito, do Tamba Trio, disse dele: “É um grande percussionista, talvez um dos melhores do Brasil. Se assim não fosse, João Gilberto não teria exigido sua presença para gravar várias faixas do seu primeiro LP.” A pesquisadora musical Marília Giller, em trabalho de 2007, O Jazz Curitibano dos Anos 1950, cita o pianista Gebran Sabbag, com quem Guarany tocou muitos anos no Ludus Tertius, completado por Norton Morozowicz ao baixo: “O Guarany merece muita consideração. Apesar de não poder dispor do pé esquerdo, ele tocava a melhor bateria de jazz de todos os tempos nesta cidade, e até fora dela, com muito suingue, muito balanço.” (RM)
Na verdade, ninguém copiava nada: o velho samba e o samba-canção começavam a se inserir no irreversível processo de modernidade do pós-guerra. O próprio jazz se cansara da fórmula repetitiva do swing e fazia a revolução do bebop — a improvisação sobre os acordes modificados de conhecidos standards e do blues. Atenta para a novidade, a rapaziada da bossa introduziu no velho samba as blue notes e passou a criar seus temas sobre a grade harmônica de canções conhecidas, tornando-as irreconhecíveis.

O que Jobim fez com o samba, Piazzolla fez com o tango e Michel Legrand fez com a chanson francesa; e outros menos conhecidos fizeram o mesmo mundo afora — lembrando que Brasil e Estados Unidos contavam ainda com o reforço da consangüinidade afro-americana. Os detratores da bossa puxaram do fundo da cartola um último trunfo: a bossa nova fora fabricada num estúdio de Los Angeles em 1953, e lançada no álbum Brazilliance, com o violonista brasileiro Laurindo Almeida e o saxofonista americano Bud Shank. Aquele híbrido, alegavam, era o protótipo da bossa nova. Brazilliance – Laurindo e Shank gravaram um segundo volume em 1958 – era um crossover brasileiro-americano, mas não chegava a ser bossa nova. A diferença principal era de natureza rítmica: e aí é que entra a contribuição notável da bossa, a sua “batida”. Na bateria elástica de Milton Banana, no violão minimalista de João Gilberto, nas notas respingadas do piano de Jobim — aquela era a grande viagem do balanço que nenhum gringo conseguiria jamais copiar.

Começa aí a segunda parte da história e participei dela no melhor estilo Forrest Gump. Inicialmente em Curitiba, meados dos anos 1950, na redação da Gazeta do Povo, ponto de encontro das almas perdidas da cidade, saindo para noite com Raul de Souza — o Raulzinho da banda da Base Aérea do Bacacheri, com seu trombone de pisto, dando canja pelos dancings e boates; adorando o piano de Gebran Sabbag, com seus ecos de Tatum, Cole e Garner; ouvindo o vibrafonista e acordeonista gaúcho Breno Sauer no La Vie en Rose; e um estranho cantor de boleros de Itaiópolis (SC), chamado Airto Guimorvan Moreira. Raul, Breno e Airto em pouco tempo seriam jazzistas famosos nos EUA. Nas minhas incursões cariocas ouvi certa noite num apartamento de Copacabana um garoto de Niterói que era uma fera do piano: Sérgio Mendes em pouco tempo ficaria milionário nos EUA. Nas jam sessions dominicais na boate do Hotel Plaza, ouvia os irmãos Castro Neves. Em São Paulo, na boate do Hotel Comodoro, curtia o bop esperto dos irmãos Peixoto, Moacyr (piano) e Araken (trompete); na Baiúca, ficava colado ao piano de Dick Farney; havia ainda o João Sebastião Bar, sucursal paulista do Beco das Garrafas.

Pouco depois, em Londres, eu vivia a emoção de comprar em primeira mão os álbuns Quiet Nights, de 1962, com Miles Davis e a orquestra de Gil Evans, que incluía “Corcovado” e o velho samba-canção “Aos Pés da Cruz”; e Getz/Gilberto, de 1963 (que fez de “Garota da Ipanema” um hit internacional e de Astrud Gilberto uma nova diva do cool jazz). Eram tantos lançamentos que produzi um programa semanal no Serviço Brasileiro da BBC chamado Jazz-Samba, o nome que os americanos deram à sua apropriação da bossa. Na onda de discos, destacavam-se o do flautista Herbie Mann e o do veterano saxofonista Coleman Hawkins; ambos estiveram no Brasil em 1961, na temporada do American Jazz Festival, um grupo itinerante patrocinado pelo Departamento de Estado dos EUA, que viu no jazz um arma de propaganda anticomunista nos anos da Guerra Fria. Os brasileiros retribuíram com o concerto do Carnegie Hall de Nova Iorque em 1962, que, apesar das intrigas da oposição, ajudou a consolidar a penetração da bossa nos Estados Unidos.

Àquela altura, o jazz vivia uma crise de identidade e de mercado, por conta da explosão do rock e da beatlemania. Na bossa, muitos jazzistas encontraram uma nova linguagem e um novo filão comercial. Muitos daqueles que insistiram no discurso radical do free jazz ficaram sem ouvinte e sem emprego. Moral da história: a bossa nova salvou da extinção o jazz, de que era acusada de ser uma cópia. Caberia até uma paródia da letra de Carlos Lyra: “Pobre do meu jazz/ Volta pro Harlem e pede socorro onde nasceu (...) Vai ter que se virar pra poder se livrar/ Da influência do samba.”

* Curitibano, Roberto Muggiati começou na Gazeta do Povo em 1954, estudou Jornalismo em Paris, trabalhou na BBC de Londres, foi editor das revistas Manchete, Veja e Fatos e Fotos. É autor dos livros Mao e a China (1968) e Improvisando Soluções: o Jazz como Estratégia para o Sucesso (a sair em 2008), entre outros títulos.

domingo, fevereiro 17, 2008

Paredes de vidro

Free Web Site Counter

Free Counter

Se os matadouros tivessem paredes de vidro todos seriam vegetarianos."
(Paul e Linda Mc Cartney) by Ivana Maria

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

"Há dois caminhos na vida : um é limitado e o outro imenso ; um morre onde o outro começa ; o primeiro é o da paciência e o outro da ambição."
A. de Musset

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

MATRÍCULA E RECEPÇÃO DE 390 INGRESSANTES NA ESALQ

MATRÍCULA E RECEPÇÃO DE 390 INGRESSANTES NA ESALQ

A Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ) realiza, nos próximos dias 11 e 12, matrícula de 390 novos alunos, aprovados pelo vestibular da Fuvest 2007. Eles preencherão as vagas dos cursos de Engenharia Agronômica (200), Engenharia Florestal (40), Ciências Econômicas (40), Ciências dos Alimentos (40), Ciências Biológicas (30) e Gestão Ambiental (40).
Com o objetivo de promover uma boa interação, uma equipe especialmente preparada receberá pais e filhos no 1º andar do Edifício Central da Escola. Enquanto os filhos efetuam a matrícula na sala do CTA., os pais poderão se dirigir ao Salão Nobre, local onde encontrarão um atendimento personalizado que consta de informações e orientações sobre os serviços disponíveis na Escola, como alternativas de moradia, alimentação, além de atividades acadêmicas, esportivas e culturais.
No domingo anterior ao início das aulas, 24 de fevereiro os alunos serão recebidos pelo diretor, Antonio Roque Dechen, pelo prefeito do Campus, José Otávio Brito, pelo presidente da Comissão de Graduação, Quirino Augusto C. Carmello e pelos coordenadores de cursos, para uma apresentação da Escola e dos cursos existentes.

O TEMPO PASSA O TEMPO VOA E DONA LAURA CONTINUA NUMA BOA...

by F.Buelo



Free Counter

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

"(...) Cinco vezes
abriu a bolsa, e numerou a prata !
fez diversas porções, que num momento
tornou a confundir; não d'outra sorte.
o menino impaciente e cobiçoso,
quando alcança o que há muito lhe negavam,
repara, volta, move, ajunta, espalha,
e nesse giro o seu prazer sustenta. "
Silva Alvarenga
, in "O Desertor"

CARRO FORTE


terça-feira, fevereiro 05, 2008

S.FERRAZ ENTROU PARA A HISTÓRIA DE PIRACICABA

Foto by J.U.Nassif
Homenagem dos valorosos bombeiros á S.Ferraz
Faleceu no dia 01 de fevereiro o jornalista Sebastião Ferraz, que assinava S.Ferraz. Inovador, sempre buscou investir em tecnologia voltada ao benefício do homem. Nasceu em Araras a 7 de outubro de 1916, veio para Piracicaba na década de 50. Inovou o parque gráfico de “O Diário”. Homem de espírito inovador atuou em campanhas para modernizar a cidade. Uma das suas lutas mais aguerridas foi para trazer á Piracicaba o Corpo de Bombeiros, inexistente na cidade até então. Ferraz com seu inseparável cachimbo, tinha um porte britânico. Até atuou como ator em peça teatral! Possuía humor refinado, espírito arguto, foi um homem á frente do seu tempo. Se muitos o esqueceram, com certeza a Corporação dos Bombeiros de Piracicaba, soube reconhecer o seu valor. Por ordem do seu comandante fez a sua última homenagem no momento do sepultamento. Pode-se dizer que a velha e conhecida frase “Deixou a vida para entrar na história” é mais do que válida para S.Ferraz.

quarta-feira, janeiro 30, 2008

REI MOMO "SARADO"

Após provocar a ira dos gordinhos e de ter o título de Rei Momo de Salvador/BA cassado pela Justiça, o comerciante Clarindo Silva, 65, de 1,70 m e 58 kg, deve voltar a reinar no Carnaval deste ano.
A escolha de Silva foi contestada por quatro candidatos de mais de 120 kg que haviam feito um regime de engorda. Para o Ministério Público, a eleição do comerciante quebrou "uma tradição secular".
O advogado da Federação das Entidades Carnavalescas da Bahia, Alano Frank, diz : "Essa história de que Rei Momo tem de ser gordo está no inconsciente coletivo. No Rio, por exemplo, esta tradição foi quebrada há seis anos."
Segundo ele, Silva vai trazer "notoriedade" ao Carnaval de Salvador. "Ele é muito conhecido porque representa o negro, o compositor, o sambista, o Pelourinho. As pessoas vão querer vê-lo como Rei Momo."

SANTA CEIA

Nosso presidente mais uma vez lançou mão de uma metáfora pra lá de exagerada ao comparar reunião ministerial com a Santa Ceia. O verdadeiro protagonista dessa história, ameaçador ou pouco compreendido, acabou do jeito que todo mundo já sabe. Martelos e pregos existem em abundância. Além de ter sentado-se á mesa o apóstolo Judas Iscariotes que o traiu por 30 moedas de prata. Segundo alguns estudiosos este seria não um traidor, e sim o apóstolo privilegiado que teria a missão de entregar o Mestre a fim de libertá-lo do corpo que o revestia e liberar a divindade que o habitava. (É melhor trocar a metáfora!!!)

domingo, janeiro 27, 2008

GUSTAVO JACQUES DIAS ALVIM

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
Rádio Educadora de Piracicaba AM 1060 Khertz A Tribuna Piracicabana
Sábado das 10 ás 11 Horas da Manhã Publicada ás Terças-Feiras

JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com

Entrevistado: Gustavo Jacques Dias Alvim




A primeira impressão que algumas pessoas têm ao conhecer o Dr. Gustavo Jacques Dias Alvim é de ser uma pessoa rígida, reservada, de poucas falas. Após algum tempo, descobre-se tratar-se de um daqueles seres humanos com raras qualidades, dos que nascem em pequeno número a cada século. A sua humildade, sua fé inabalável aos seus princípios religiosos, complementados pelo conhecimento acadêmico e experiência de vida, faz com que o piracicabano nascido em Vera Cruz, seja sempre muito respeitado, e estimado pelos que o conhecem. Graduado em Sociologia e Política, Direito, Administração e Jornalismo, além de Mestrado em Educação, Doutorado em Comunicação e Semiótica e Especialização em Administração Universitária. Advogado, jornalista, esportista, escritor. Ex-vereador e ex-presidente da Câmara de Vereadores de Piracicaba. Em maio de 1972, Gustavo Jacques Dias Alvim, assumiu a presidência do XV de Novembro de Piracicaba. Recebeu o título de Cidadão Piracicabano.Vice-presidente do Panathlon Clube de Piracicaba, Vice-diretor Geral do IEP de 1991 a 2006, Vice-reitor administrativo da Unimep de 1991 a 2002 Foi reitor da Universidade Metodista de Piracicaba de 2003 a 2006. É também membro da Academia Piracicabana de Letras, do Instituto Histórico Geográfico de Piracicaba e do Clube dos Escritores de Piracicaba.
Ao ouvir Dr. Gustavo cumprimentando o ouvinte foi impossível deixar de perguntar se ele tinha sido radialista.
Em um pequeno período da minha vida fiz comentários esportivos em jogos do XV de Novembro na Rádio Difusora de Piracicaba.
A sua aparência física é divergente da sua idade cronológica, o senhor não aparenta a idade que possui. Ao que o senhor atribui sua boa condição física?
Eu nasci em 27 de setembro de 1936, em uma querida e pequena cidade na Alta Paulista, próxima a Marília, chamada Vera Cruz. Meu pai Candido de Faria Alvim era médico e minha mãe Nair Dias Alvim foi professora. Acho muito difícil estabelecer uma fórmula única para que se tenha uma condição de vida saudável. Cada um tem a sua. A pessoa que tem uma vida regrada consegue controlar seu stress nas horas difíceis, mantém uma atividade física regular, e também entra como fator a questão genética que acaba influindo. É importante ter uma tranqüilidade de espírito.
Recentemente o senhor participou de um torneio de basquete?
Existe há mais de vinte anos no país um campeonato de veteranos! Reúne um grande número de equipes, nesta última tinha 89 equipes, mais de 800 atletas, que são divididos em faixas etárias: a partir de 35 a 40 anos, até os chamados “mais de setenta” que é a ultima categoria. Piracicaba tem uma forte tradição de basquete, existe um grupo que até hoje pratica o esporte apesar da idade. Tenho comparecido a esses torneios, em 2006 estivemos em Natal, jogando pelo Estado de São Paulo, na oportunidade voltamos campões! No ano passado o campeonato foi realizado em Caxias do Sul, dessa vez fomos classificados como terceiro colocado. Não conseguimos voltar com o bi-campeonato!
Seus estudos básicos foram feitos em Vera Cruz?
Foram realizados no Grupo Escolar Castro Alves. A minha primeira professora foi a minha mãe! A relação era de professora e aluno na sala de aula. E não de mãe e filho. Eu vim para Piracicaba para fazer o ginásio, Vera Cruz era uma cidade pequena, para prosseguir nos estudos ou viajava de trem para Marília, uma viagem que oferecia algum risco, de acordo com o pensamento dos pais. Colocaram-me no Colégio Piracicabano como aluno interno. Morei no internato que ficava no único prédio que restou de toda aquela área que pertencia ao Colégio Piracicabano. É um prédio que foi reformado recentemente e fica exatamente aonde termina Rua D.Pedro II, na Rua do Rosário. Ali naquele prédio ficavam os meninos mais novos. Na época eu tinha 11 anos de idade. Aquela área toda tinha sido um clube, era uma praça de esportes, tinha piscina, quadra de basquete, campo de futebol, havia locais para a prática de vários esportes. Eu sempre gostei de esporte, desde criança, portanto achei o local muito interessante. Permaneci morando no internato por um período de um semestre. Em julho de 1948 os meus pais realizaram a sua mudança para Piracicaba. Consolidou-se a realização de um sonho antigo da minha mãe, porque a família da minha mãe, meus avós maternos residiam em Piracicaba. Eu continuei estudando no Colégio Piracicabano, só que na condição de aluno externo. Ao final desse período, acabei transferindo-me para o “Sud Mennucci” aonde completei o ginásio e o curso científico. Eu precisava fazer uma faculdade. Na época Piracicaba oferecia como opção o curso de agronomia, uma carreira fora do meu interesse. Assim fui para São Paulo.
Em São Paulo o senhor foi morar aonde?
A denominação “república de estudantes” era muito comum em Piracicaba. Em São Paulo a denominação era pensão! Era muito parecida com uma república porque morávamos sem que o proprietário residisse no local. Fui buscar um local próximo onde estava estudando: a Escola de Sociologia e Política de São Paulo era uma fundação complementar á USP, criada na década de 30. Existe até hoje a Fespsp (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo) é uma escola de renome. Ela nasceu quando uma liderança paulista pensava em preparar pessoas com capacidade para administrar o país. Tive aulas com professores de renome. Destaco a oportunidade inesquecível de ter sido examinado por professores como Sérgio Buarque de Holanda e tantos outros expoentes da intelectualidade brasileira. Residi sempre na região. Em um período de tempo morei na Rua Nestor Pestana quando a Associação Cristã de Moços inaugurou o prédio e alugou apartamentos. Fui um dos primeiros a mudar para lá, eu tinha um interesse muito grande em esportes. Curiosamente, enquanto morei lá por alguns meses, nunca pratiquei esporte! Pouco depois comecei o curso de direito no Mackenzie. Nessa época eu era funcionário do Banco do Brasil na Lapa, em São Paulo.
Na agência da Lapa o senhor teve uma grande idéia?
Naquela época a indústria automobilística brasileira estava se desenvolvendo. O sonho de todo mundo era ter carro. Mas era difícil. Ninguém tinha dinheiro para comprar um carro a vista. Não havia as facilidades que existem hoje. Fui uma das pessoas que participou da criação dessa idéia e acabei sendo o primeiro gerente desse grupo formado, a primeira pessoa que liderou esse processo. Na hora do nosso intervalo de trabalho estávamos sempre discutindo idéias. Como será que a gente consegue comprar um carro? O que nos inspirou foi o sistema de cooperativas habitacionais que existiam em Rio Claro e em Santos. A partir daquilo é que começamos a trabalhar a idéia do consórcio. Em um determinado dia anunciamos a possibilidade de iniciarmos o consórcio. Quando anunciamos, um grande grupo se entusiasmou com a idéia, mas na hora efetiva, apenas 21 assinaram. Com isso não havia sorteio todo mês! Chamava-se Cooperativa Lapa. Quando começaram a aparecer os primeiros carros o pessoal se entusiasmou com a idéia e passou a querer formar novos grupos. Formamos outros grupos. Juntamo-nos com os funcionários da agência do Bairro Luz e formamos o Laluz. Na época havia fila para adquirir um carro popular. O primeiro grupo foi de Volkswagen. O segundo grupo foi de Gordini.
O senhor transferiu-se para Piracicaba como funcionário do Banco do Brasil?
Vim transferido para a agência do Banco do Brasil em Piracicaba. Eu tinha o objetivo de advogar. Não pensava em continuar trabalhando no banco. Em Piracicaba, já formado como advogado eu fiz uma espécie de estágio com o Dr. João Ribas Fleury, a quem devo uma gratidão muito grande, foi ele quem me deu uma mão nesse momento. Nessa época eu tinha uns 27 anos de idade, casei-me com Vera Baggio Dias Alvim. Na época o escritório do Dr. Fleury era um escritório muito conceituado. E ali as portas foram se abrindo para mim. O escritório trabalhava com o Grupo Dedini, e lá eu passei a me envolver também com questões administrativas, resolvi voltar á escola e fazer a graduação em administração.
O senhor a essa altura dos fatos ainda estava no Banco do Brasil?
Aqui em Piracicaba eu trabalhei por um curto período de tempo. Eu tinha um sonho e a determinação de chegar lá. Eu queria advogar! Ninguém concordava comigo. O pessoal achava que eu estava delirando, mas era isso que eu queria. Minha esposa me deu apoio, eu acreditei que ia dar certo. Nessa altura surge algo que me ajudou muito. A organização do primeiro curso superior em Piracicaba do que vem a ser hoje a Unimep. Fui convidado para lecionar sociologia. Quase concomitantemente passei a ser diretor da faculdade! Tive o privilégio de ser o primeiro diretor da primeira faculdade criada em Piracicaba pelo Instituto Educacional Piracicabano. Era um curso á noite, era uma atividade paralela, isso ao mesmo tempo em que me ajudava, também exigia um esforço muito grande. Trabalhava de manhã, á tarde, á noite, tinha que preparar as aulas, corrigir as provas.
O senhor permaneceu trabalhando como advogado por quanto tempo?
Na Dedini trabalhei por 17 anos, quando saí da Dedini montei escritório de advocacia. Depois disso fui trabalhar na Romi. Voltei depois a trabalhar mais 16 anos na universidade.
Como o senhor se envolveu com futebol?
Eu sempre gostei muito de esporte. E futebol é o esporte do brasileiro. Embora futebol eu jogue muito pouco, joguei mais vôlei e basquete. O cidadão tem que dar alguma coisa para as instituições da sua cidade, é necessário doar-se. Deve escolher a área que se julgue capaz, que se identifique mais, enfim tem que fazer uma escolha. Quando voltei á Piracicaba, fui parar no conselho do XV, na direção do conselho, e em uma crise muito forte que o XV teve, acabou deixando o time sem presidente. Ninguém queria ser presidente! Achei que deveria assumir a presidência do time, tendo como vice-presidente o professor Rubens Braga. A situação era calamitosa. Até os cabides do time estavam penhorados!
Mito, lenda, ou verdade, tinha um pessoal do time que gostava de assar papel?
(risos) Quando assumi a presidência, passado um pouco tempo, um dia um apareceu um rapaz no XV querendo falar comigo. Eu atendi. Ele me disse: “Vim aqui para perguntar se o senhor vai continuar usando o forno da padaria?” Eu perguntei: “O que o XV faz no forno da padaria?” Ele respondeu: “É que o pessoal costuma levar de tempo em tempo uns papéis para serem queimados no forno!”. Respondi que não teria necessidade. Na minha gestão os documentos foram preservados.
O senhor é uma pessoa de espírito irrequieto, deixando o cargo de Magnífico Reitor da Unimep, está se lançando em uma nova empreitada?
Depois de já maduro, fiz o bacharelado de jornalismo por prazer. Estabeleci uma empresa com impressão digital e uma editora. A grande novidade é que essa empresa tem a possibilidade de fazer pequenas edições. Uma pessoa que queira publicar um livro pode determinar a quantidade que desejar, nem que seja apenas um exemplar! A vantagem principal é que o escritor não imobiliza capital. A impressão digital é muito veloz, a máquina colorida faz 55 impressões por minuto, e a preto e branco, 110 impressões por minuto. É muito ágil.

Postagem em destaque

História do Brasil: Juscelino Kubitschek