sábado, fevereiro 25, 2012

HORA DA CORNETA

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 21 de janeiro de 2012
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/
Da esquerda para a direita
Márcio Antonio Barbon, Rodney Albert Roston, Fernando José Vitti, Marcel Guarda, Armando Thomaziello Jr, Wilson Macchi, Marcelo de Jesus Sá. 


ENTREVISTADO: HORA DA CORNETA - Márcio Antonio Barbon, Rodney Albert Roston, Fernando José Vitti, Marcel Guarda, Armando Thomaziello Jr, Wilson Macchi, Marcelo de Jesus Sá.
A primeira vista um grupo de amigos realiza performances que lembra um pouco programas populares de humor, como Pânico, CQC e outros que seguem as mesmas diretrizes. O que torna esse grupo diferente dos milhares de outros que se reúnem nas mesmas condições, é que a criatividade do conjunto é muito grande, riem de si próprios, e rir de si mesmo é algo muito comum na vida da maioria das pessoas, que tem senso de humor. O riso tem uma extraordinária capacidade de liberar, curar e também, não deixa de ser um ato de entrar em contato consigo mesmo, surgindo, uma percepção mais aguçada perante as situações da própria vida. Pode-se dizer que cada reunião do grupo Hora da Corneta é uma sessão de terapia coletiva. Buscando a origem do grupo, descobre-se que surgiu de forma natural e espontânea. O bate papo descompromissado de quem está degustando uma cerveja gelada, passou a reunir os amigos, entre muitas risadas, com o XV de Novembro de Piracicaba sendo tema obrigatório, já que todos são quinzistas, alguns participam diretamente da administração do time. A conversa animada, muitas vezes atraía a atenção de mesas vizinhas quando o grupo se reunia em uma mesa de bar. Descompromissadamente decidiram gravar o bate papo e colocar no You Tube, um site que permite que seus usuários carreguem e compartilhem vídeos. A boa repercursão animou o grupo, que passaram a alimentar o site com suas gravações. O grupo é formado por sete amigos:
Márcio Antonio Barbon, Funcionário Público Municipal, nascido em 10 de outubro de 1970.
Rodney Albert Roston Gerente Comercial, nascido em 16 de março de 1968
Fernando José Vitti corretor de seguros, nascido em 21 de abril de 1976,
Marcel Guarda, fisioterapeuta, nascido em 15 de agosto de 1982,
Armando Thomaziello Jr, diretor de empresa de Recursos Humanos, nascido em 10 de agosto de 1966.
Wilson Macchi engenheiro agrônomo nascido em 17 de março de 1968;
Marcelo de Jesus Sá. Radialista e jornalista, nascido em 20 de novembro de 1979. Com muito bom humor narram fatos engraçados, atitudes ousadas como de dois elementos do grupo que praticaram a chispada, que é o ato de correr nu em lugar público por um rápido período de tempo, os praticantes se esconderam em algum lugar, despiram-se onde ninguém os via, e apareceram quando ninguém percebeu, correndo o mais rápido que podiam, em pleno local onde estava ocorrendo o churrasco. A prática foi desenvolvida na década de 1970 como um passatempo, ocorreu de forma acentuada nos EUA, era denominada de Streaking.
Wilson Macchi, como surgiu o grupo Hora da Corneta?
Em função do XV de Novembro de Piracicaba, todos do grupo são torcedores do XV, começamos a fazer reuniões ás terça feiras, geralmente em bares frequentado por famílias. Além do XV surgiram outros assuntos, começaram a sair algumas “borrachas” (bobagens), chegou um momento em que percebemos que se gravassemos nossos bate papos teríamos um programa. Calhou do Marcelo Sá ser profissional da área de comunicação, fizemos um programa piloto, com ele conduzindo.
Marcel Guarda reafirma que tudo surgiu a partir de conversas informais, o Armando sugeriu que gravassemos, isso ocorreu em um dia muito frio, gravamos na sua casa, com equipamento totalmente improvisado. Tinhamos uma mesa de som e um microfone apenas, aqueles de lapela, a melhor sensação que tivemos após realizar esse primeiro programa foi o prazer de ter feito de fato o que haviamos pensado. Apesar da precariedade dos recursos técnicos, demos muitas risadas, colocamos na internet, agradou muitas pessoas, com isso fomos dando prosseguimento ás gravações dos nossos bate papos.
Fernando Vitti complementa, cada programa tem uma hora , dividida em blocos de quinze minutos. Eu não participei dos seis primeiros programas, ( um dos integrantes em tom de falso sarcamo comenta à voz alta: “-Foram os melhores”).
Rodney Albert Roston a partir do sétimo programa migramos para uma tradicional casa de lanches de Piracicaba, com isso começamos a fazer o programa gravado, porém com platéia, até então eram feitos na casa do Armando, nós e as nossas esposas.
Fernando Vitti, é feita uma pauta para realizar o programa?
É sim, acredito que a hetereogeneidade do grupo é que dá a liga do programa. Cada um tem uma característica pessoal, o Armando é o elemento simples, o Marcelo é o chato, que coloca ordem na casa, eu sou um dos liberais, o Marcel rí de tudo, não é risada provocada, é natural, expontânea.
Rodney Albert Roston Nós faziamos o programa no início na casa do Armando, com a presença das nossas esposas, dos amigos que passaram a ir até lé. Passamos a fazer em uma lanchonete, gravavamos e colocavamos no You Tube, um dia olhamos em volta de nós e tinha umas 60 pessoas nos acompanhando, rindo muito. Nós damos risadas de nós mesmos. Uma caracterísca é que um é alvo de piada do outro, isso entre os sete componentes do grupo. O detalhe muito importante é que não existem personagens, cada um é ele próprio, sem se caracterizar como uma personagem. Foi muito importante termos já realizado 18 programas, hoje estamos em condições de apresentá-lo em rádio.
O grupo irá colocar o programa no ar através de uma emissora de rádio convencional?
Estaremos entrando no ar no dia sete de fevereiro de 2012, pela Rádio Educadora 1060 Khertz, AM, terça feira, ás 21 horas. Todo programa gostamos de trazer um convidado, o primeiro convidado nosso foi o presidente do XV de Novembro, o Luiz Beltrame, já participaram o deputado Roberto de Moraes, o Rico Veneno, a Adriana Passari, a Madalena.
Fernando Vitti: Geralmente eu. Crio a pauta, usamos muito o Skype, ficamos todos ligados no mesmo bate papo, a pauta é feita de forma virtual. É lançada uma idéia, desenvolvemos durante a semana, no dia da gravação todos já vêm com idéias sobre o que poderá dizer. Se bem que na verdade a maioria dos assuntos surge em nosso bate papo no Skype. Um exemplo: montamos uma pauta, “Sou do tempo que...” e ai aparece a colaboração de cada um, Sou do tempo em que conjuntivite se chamava “dordólho”. Outro fala “Sou do tempo em óleo de cozinha se vendia a granel e era engarrafado na hora, no vasilhame do cliente”. Nós temos muitos programas focados no pobre e seus hábitos. Tivemos o “Dia das Mães do Pobre”; “Natal de Pobre”.
Vocês entrevistaram muitos pobres para fazer esses programas?
Em coro o grupo responde: “-São experiências próprias!” Uma ouvinte, cuja filha ouvia nosso programa, e a partir daí ela passou a ouvir também, a filha colocou no facebook que a sua mãe havia jogado 80% das suas coisas porque tudo que nós falávamos ela tinha na casa dela. (a realidade é que quando o grupo se refere a pobre pode entender-se como proprietários de artigos de gosto duvidoso, os chamados bregas, e não a condição financeira de quem os possui). O nome dessa senhora é Solange, portanto o momento de se falar de pobre é o “Momento Dona Solange”. Procuramos manter um nível em que não se crie constrangimentos de qualquer ordem, político, religioso. Uma das nossas entrevistadas foi a Madalena. Já entrevistamos entre outros: Rico Veneno, Adriana Passari, Mário Luiz, o goleiro Anderson, do XV, o Luiz Beltrame, o Carlinhos Fernandes que ajudou bastante. Quando ele não pode ir o seu filho Vitor Mandi nos ajuda. O Netão de Laranjal Paulista nos ajuda nas pautas. A esposa do Rodney é quem fazia as fotos do grupo.
Todos os componentes são casados?
Dois são solteiros, um é divorciado e outros quatro são casados.
O que as esposas desses quatro componentes do grupo acham a respeito dos seus maridos participarem?
Elas os acompanham. Gostam. Principalmente porque não estamos fazendo personagem. O que nós fazemos na Hora da Corneta é só juntar os sete componentes que já são assim no cotidiano.
Vocês fazem fofocas?
Muitas, aliás, criamos um termo para isso é “pipinguim”.
Marcelo de Jesus Sá diz: o pessoal está comedido nesta entrevista está “pegando leve”.
Rodney Albert Roston vamos aproveitar a ocasião para dizer que animamos casamentos, velórios, batizados, festas de debutantes. Quando estamos juntos, apenas o grupo, fazemos brincadeiras uns com os outros, que só nós aguentamos. Se entra alguém de fora do grupo ele possivelmente não aguentará a pressão
Quando apenas o grupo está reunido o bate papo entre seus componente é uma terapia coletiva?
Acaba sendo!
Qual será o formato do programa na rádio?
Rodney Albert Roston responde que será na Rádio Educadora de Piracicaba, o diretor da rádio, Jairinho Mattos, mostrou seu contentamento, dizendo que estamos fazendo algo totalmente diferente, um trabalho que ele buscava ha muito tempo para ser feito em uma rádio. Na sua opinião as Rádios AM e porque não citar a FM também, são monotonas, os programas são muito repetitivos. Segundo ele nos afirmou, está buscando alguém com o nosso espírito. Ele está dando total apoio e liberdade para o nosso grupo, é lógico que em uma rádio aberta existem algumas regras. E nós só estamos indo para lá por causa dessa liberdade de trabalho que nos foi dada.
Marcelo de Jesus Sá Fizemos 18 programas, foram editados, na rádio será sem cortes, ao vivo. Após gravarmos o quinto programa tivemos um convite para gravar em uma televisão local. Conversamos, e o grupo achou que naquele momento não seria ideal para nós, a fórmula que fazemos é mais direcionada ao rádio. Profissionais da área sempre afirmaram que deveríamos compartilhar esse programa com os ouvintes de uma emissora de rádio. Na internet quem nos ouve é um pessoal ligado a nós, a cada 100 elogios vinha uma crítica. A abrangência no rádio é em torno de um milhão de pessoas, da mesma forma que virão elogios, virão críticas.
Rodney Albert Roston conforme a apreciação do diretor artístico Jairinho Mattos, nós estamos muito bem preparados para fazer programa em rádio
Marcel Guarda formato do programa mais próximo do que estamos fazendo é o do Danilo Gentili, que integrou o CQC e hoje apresenta um programa na Band.
Marcelo de Jesus Sá o Danilo não utiliza as vinhetas tradicionais, pré-gravadas, por exemplo, musica de suspense, a banda que o acompanha, Ultraje a Rigor faz na hora. Isso nós também fazemos, não usamos aquela risadinha gravada, rimos ao vivo, na hora. Nosso programa deu certo assim. Vinheta para o Giro de Notícias, o Marcel faz na hora. Na semana seguinte essa vinheta sairá diferente. Com isso você quebra aquela coisa tradicional em rádio. O Wilson faz a risada sarcástica, saímos do tradicional, mostramos ás pessoas coisas que são nossas, ninguém tem igual. O humor que nós apresentamos é uma coisa nossa.
Márcio Antonio Barbon os erros de dicção que eu tenho faz parte da personagem. (O grupo explode em uma gargalhada).
Marcelo de Jesus Sá Vale a pena realçar que começamos o programa com seis pessoas, eu, Armando, Wilson, Marcel, Fernando e Rodney. Depois do sexto programa o Wilson precisava viajar muito, com isso ele faltou do sétimo e do oitavo programa, ai nós colocamos o Márcio, que já no começo deveria ter iniciado conosco. Lançamos a idéia de que ele era o estagiário. Pegou. Podemos dizer que o Márcio é o único personagem do programa. A forma como ele faz o estagiário é ele em sua naturalidade. Quando sai alguma coisa errada dizemos: “Tinha que ser o estagiário”.
A provocação é imediata, pedem ao estagiário que fale “Flamengo”, imediatamente ele diz “Framengo”. Explodem as risadas.
Marcelo de Jesus Sá pede que o estagiário repita “O clássico Fla-Flu”. Ele diz: “O crássico Fra-Fru”. Dificil mesmo é fazer com que ele repita a palavra “edredom”. Simplesmente não sai. As gargalhas tomam conta do local.
O interessado em participar do programa de vocês o que deve fazer?
Terá que entrar na fila temos muitos políticos, esportistas, pessoas da sociedade em geral, que aguardam para participarem do programa. Vamos fazer uma homenagem especial ao presidente do XV, Luiz Beltrami, foi ele quem alavancou o nosso programa. Um dos componentes do grupo afirma que também faz entrevista com ex-dirigentes do XV, já falecidos, ele psicofona. (uma alternativa a quem psicografa).
Rodney Albert Roston Nosso programa tem uma curiosidade, várias pessoas que já citamos faleceram. O único que resiste é um famoso arquiteto centenário.
Qual é a proposta da Hora da Corneta?
É a descontração do grupo, ficar milionários e irmos trabalhar na Rede Globo! Apesar de não fazermos nada planejado, esse passo de migrar da internet para a rádio é de forma improvisada. Depois da rádio vamos ver o que irá acontecer. É um pequeno passo para a humanidade, mas um grande passo para a Hora da Corneta. Juntos é uma piada, e sozinhos também. Possivelmente teremos um problema no estúdio da rádio, um elemento do grupo tem pré-disposição para eliminar gazes intestinais, recentemente ele fez um cruzeiro em um navio, adquiriu a passagem em uma luxuosa cabine, mas tornou a convivência interna da mesma quase impossível. Dizemos que toda mulher se casa vestida de noiva, a esposa dele se casou de escafandro.
Quais as coisas mais esquisitas que vocês já fizeram?
Divertimo-nos muito com situações peculiares, muitos se calam diante de certos absurdos do cotidiano. Nós expressamos aquilo que todos gostariam de dizer. Um dos componentes da Hora da Corneta pediu um lanche para levar para casa, o atendente perguntou: “-Você irá levar agora?” A resposta do nosso amigo foi fulminante: “Não, eu venho buscar amanhã cedo!”. Em outra ocasião esse mesmo integrante pediu uma cerveja em um dos estabelecimentos de Piracicaba, a atendente perguntou-lhe: “Você quer um copo?”. Imediatamente ele disse-lhe: “ Não, eu quero uma xícara!” E o pior é que ela trouxe e ele bebeu a cerveja em uma xícara! Em outra ocasião, em um famoso barzinho, o mesmo elemento perguntou ao garçom: “O senhor tem provolone?”. O mesmo disse que tinha, e perguntou-lhe: “-O senhor quer uma porção?”, ao que nosso amigo respondeu: “- Traga a peça inteira, eu corto aqui mesmo!”. O que as vezes ocorre, é quando estamos reunidos, em um barzinho, ao passar por nós alguma moça muito bonita, que esteja com as amigas, ou seja sem acompanhante que possa interpretar mal nosso gesto de carinho, nós a aplaudimos, porém de forma muito discreta, dizemos por exemplo: “-É aniversário de fulano.” E aplaudimos.
Houve uma ocasião em que dois elementos do grupo estavam em um churrasco em determinada associação em Piracicaba, e dado ao alto teor etílico de ambos, ousaram tomar uma atitude diante de uma platéia estupefata?
Um dos integrantes em uma festa de casamento fez pole dance também conhecida como dança do cano. (Há uma interrupção, mencionando uma razão qualquer, fortes aplausos homenageiam a bela moça que passa, ela estava sentada com um grupo de amigas e dirigia-se a toalete. Ela retribui com um sorriso). Outros dois elementos do grupo estavam de fato nesse churrasco, um deles sugeriu que fizesse a famosa chispada, despiram-se e saíram correndo entre os quiosques onde as pessoas estavam. Com o esforço da corrida, o efeito de algumas cervejas baixou bastante, no final do trajeto tiveram a consciência de que deveriam retornar para vestirem-se. Decidiram ficar sentado em um gramado aguardando que alguém fosse levar suas roupas, fato que não ocorreu. Voltaram andando normalmente, como se tivessem vestidos. Outro fato curioso que ocorreu com dois integrantes do grupo, foi durante um jogo de futebol entre Brasil e Holanda, pelo campeonato mundial , as ruas estavam vazias, todos tinham parado para assistir o jogo, em plena tarde, os dois amigos colocaram uma mesa no leito carroçável de uma das mais movimentadas vias da nossa cidade, a Dr. Paulo de Moraes, e passaram a jogar baralho no meio da avenida, próximo ao prédio da Prefeitura Municipal. Não aparecia um veículo sequer. Como estava tudo muito quieto, decidiram praticar a chispada. Em um jogo amistoso entre o XV e o time da Força Sindical, em pleno Estádio Barão de Serra Negra, um dos componentes do grupo levanta-se, grita com toda força dos seus pulmões, questionando a honestidade de determinado dirigente sindical, após dizer tudo que queria, identificou-se, meu nome é fulano de tal, dando não o seu nome, mas o do amigo do grupo. Um ex-presidente do XV, de tanto pegarem no pé dele, disse que iria tomar providências como impedir a entrada deles no estádio, e nos dias de jogo estabelecer um limite onde no raio de três quilômetros do Estádio Barão de Serra Negra eles não poderiam permanecer. Um dos elementos do grupo mora a 500 metros do estádio, sua preocupação era como iria chegar em casa nos dias de jogo. “Cada um de nós, individualmente, tinha como motivação torcer pelo XV, até que decidimos participar ativamente da administração do XV, hoje temos vários integrantes que são conselheiros do XV”.
Vocês aplaudiram dissimuladamente a passagem de uma bela moça que saiu da mesa de suas amigas e dirigiu-se á toalete. Existe o contrario de aplausos (que seriam vaias)?
O contrário de aplausos para nós é aplaudirmos na linguagem do surdo e mudo a LIBRAS, que é assim. (Demonstram, erguendo as mãos para o alto e balançando-as).
Vocês se consideram pessoas normais?
Rodney Albert Roston diz: Todos nós somos normais, temos famílias, sutentamos nossas familias com o nosso trabalho, todos trabalham, saimos da “normalidade” no momento em podemos. Somos malucos com responsabilidade. Ninguém aqui rasga dinheiro, nem corre atrás de avião.
De certa forma vocês cultivam a alegria da infância?
Exatamente! Embora alguns tenham trinta, quarenta anos, somos umas crianças. Fazemos campeonato de jogo de taco, uma brincadeira típica de crianças e adolescentes. O cotidiano é estressante, em todos os locais em que cada um de nós trabalha.
O que os filhos de você pensam a respeito dessas brincadeiras que vocês fazem?
Rodney Albert Roston Meu filho me acha um palhaço, assim como meus pais. Temos que deixar evidente que todos que compõem o nosso grupo são amigos, pertencem a uma classe social comum ao grupo.
Márcio, você que tem um cargo público, qual é a reação dos conhecidos?
Até as 18 horas eu sou funcionário, depois tenho a minha vida privada.
Quais são as perspectivas do programa Hora da Corneta que passará a ser apresentado pela Rádio Educadora?
Esperamos contar com a audiência daqueles que nos acessam pela internet, inclusive já falamos para nossas familiares e amigos ligarem, cada um já tem uns 15 nomes diferentes. Vamos ter enorme audiência entre os profissionais da noite, como guarda noturno, porteiros de prédios, caminhoneiros que passam pela região. Com absoluta certeza vamos ter maior audiência do que a Voz do Brasil ultrapassando a audiência da Voz do Brasil já estaremos satisfeitos. Somos gratos ao Carlinhos Fernandes, seu filho Mandi. A Hora da Corneta é uma nova opção para quem fica na internet, na TV a cabo, ou não agüenta mais ver novela, Big Brother. Estamos achando que com a entrada do programa Hora da Corneta no ar, irá cair a audiência da Globo, ela corre o risco de ter traço em sua audiência. Uma das primeiras coisas que iremos fazer será contar os capítulos das novelas, iremos antecipar tudo que irá acontecer durante a semana.
Rodney Albert Roston Sabemos que sempre tem um louco que gosta de ouvir o que nós falamos, e se algum deles quizer participar com patrocinio, sou do departamento comercial da Hora da Corneta, poderá entrar em contato através do telefone 91502073, 24 horas por dia. Não queremos rasgar dinheiro.


















sexta-feira, fevereiro 24, 2012

BARBARA BRIEGER

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 25 de fevereiro de 2012
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/

ENTREVISTADA: BARBARA BRIEGER
O espírito de cidadania, desprendimento, uma escala de valores humanos elevada, são fatores que fizeram com que no passado um grupo de cidadãos de Piracicaba tornasse esta uma cidade muito especial, com alto nível educacional e cultural entre eles Dr. Nelson Meirelles, Dr. Friedrich Gustav Brieger, Fortunato Losso Neto, Da. Vivica, Hélio Manfrinato, e muitos outros. A semente em solo fértil, decorrido o tempo necessário, deu seus frutos. Hoje espalhados pelo planeta, estrelando nos melhores e mais afamados conservatórios musicais, centenas de piracicabanos provam que um trabalho quando feito com seriedade e profissionalismo dá excelentes resultados. O Brasil sempre alegou não ter verba para a cultura musical clássica. Com sua ascensão a um patamar de pais com recursos financeiros, a mentalidade de gastar muito dinheiro e de forma indiscriminada permanece. Investimentos maciços são feitos em prédios, equipamentos de última geração, que geralmente permanecem encaixotados por falta de pessoa especializada em seu uso, isso sem falar no batalhão de pessoal administrativo, que com raras exceções são escolhidos pelo grau de afinidade familiar ou ideológica, desprezando completamente a competência profissional, enquanto isso verdadeiro valores artísticos sobrevivem com pouco mais do que um óbolo. Elefantes e mastodontes arquitetônicos construídos em caráter emergencial, dispensando os trâmites legais, depois serão demolidos como castelos de areia. Muito dinheiro vai para o ralo sem a menor cerimônia. A burocracia para incentivo à cultura é extremamente rigorosa com alguns, enquanto contempla milhões à medalhões, alguns com obras culturais questionáveis, enquanto trabalhos de excelente qualidade sobrevivem a custa única e exclusiva do autor. È uma realidade nacional. Com isso forçosamente exportamos talentos, cérebros, valores, pois se aqui permanecessem estariam em sérias dificuldades para sobreviverem. Muitos afirmam que o que falta ao nosso país é vontade política para que se torne uma grande nação de fato. Barbara Brieger é piracicabana, nascida em 10 de maio, filha de Anneliese Brieger e Friedrich Gustav Brieger. Brieger aceitou um convite para vir ao Brasil e iniciar uma cátedra de Citologia e Genética na "Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz" em Piracicaba. Friedrich Gustav Brieger pode ser considerado o pai da genética no Brasil, que de uma matéria totamente desconhecida iniciou seus experimentos em vegetais Atualmente procedimentos na área médica que tem salvado milhares de vidas são decorrentes desses primeiros passos. Tudo começou na Esalq Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Friedrich Gustav Brieger merece um estudo aprofundado sobre o seu trabalho. O que foi escrito é diminuto face a grandeza da sua obra.
Onde seus pais se conheceram ?
Foi na Alemanha, meu pai é de Breslau e minha mãe de Berlim. Meu pai já era cientista, minha mãe era secretária chefe do instituto hoje denominado Max Planck, ela era secretária de um departamento de cientístas. Ele foi visitar o chefe desse departamento e conheceu a minha mãe, ele deveria ter uns 25 anos e ela 24.
Foi amor a primeira vista?
Eles contanvam uma história que parece ter sido, após uns dois anos se casaram e passaram a morar em Berlim, isso foi em 1929. Meu pai nasceu em 11 de outubro de 1900 e minha mãe nasceu em 13 de agosto de 1901.
Como foi a convivência deles com a Primeira Guerra Mundial?
Foi dificil, meu pai não combateu na guerra.
Nessa época a Europa vivia um clima de incertezas?
Sim, havia esse clima, e isso contribuiu para que ele tomase a decisão de vir para o Brasil. Nessa época meus pais tinham um filho. Vieram de navio, aportaram em Santos. Em agosto de 1936 eles chegaram em Piracicaba, um domingo, de muito calor, as ruas totalmente desertas. Hospedaram-se no Hotel Central, mais tarde demolido dando lugar para uma garagem vertical automática.
Em Berlim eles permaneceram até que ano?
Em 1933 meu pai recebeu um convite para ir para a Inglaterra, aceitou o convite para trabalhar no "Instituto John Innes de Horticultura de Londres Ela já era genetecista, permaneceram em Londres até 1936. Nessa época ele recebeu um convite para vir trabalhar em Piracicaba, o Dr. Mello Moraes o convidou, ele queria fundar na agronomia o departamento de genética. Ele percorreu o mundo todo a busca de pessoas capazes, jovens e com vontade de vir para o Brasil. iniciar uma cátedra de Citologia e Genética na "Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz" em Piracicaba.Meu pai aceitou um convite para ir ao Brasil e iniciar uma cátedra de Citologia e Genética na "Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz" em Piracicaba. Ele não só foi precursor do estudo de Genética em Piracicaba, criando o Instituto em 1958, mas também consolidou e aperfeiçou a "crítica" sobre agricultura tropical. Sua obra nos campos da Genética vegetal, Citologia e Ecologia, permitiu que as pesquisas mudassem radicalmente a qualidade, quantidade e hábitos de consumo dos brasileiros. Quando o Brasil sofreu dificuldades, devido à 2ª guerra mundial, em importar sementes, ele desenvolveu excelentes cultivos de couve-flor, alface, tomate e espinafre as sementes européias não suportavam bem o verão tropical do Brasil, mas variedades desenvolvidas por ele sim. Assim como o desenvolvimento de variedades de milho de maior qualidade nutritiva. transformou muitas áreas, antes improdutivas, em locais apropriados para produção de grãos. Foi especialista na classificação e melhoramento de orquídeas, criando e exportando numerosos híbridos. Autor de inumeráveis publições. Desde 1971 consolidou a Faculdade de Genética da Universidade de Campinas.
Como se deu a comunicação com os piracicabanos?
Antes de virem eles fizram um curso de português. Sabiam falar o básico. Logo em seguida mudaram-se para a Rua Governador Pedro de Toledo, em uma casa existente até hoje, funciona como clínica médica. Poucos anos depois eu nasci, meus pais já estavam aclimatados em Piracicaba. Meu pai fazia experências com milho e um aspecto técnico muito importante é que no Brasil pode-se plantar mais vezes durante o anos. Na Alemanha dava para se plantar uma vez, colhia-se e depois vinha neve. Em casa participávamos do seu trabalho, sem contudo entrar em detalhes científicos.
A senhora nasceu em Piracicaba?
Poucos anos depois eu nasci em Piracicaba, passei a estudar no Colégio Piracicabano, desde o jardim de infância até o colegial. Aos oito anos comecei a ter aulas de piano com Dona Maria Dirce de Almeida Camargo. Gostei muito do piano, aos onze anos passei a ter aulas com o professor e pianista Fritz Jank em São Paulo, ele morava no Bairro Pacaembu. Ia acompanhada de um adulto, geralmente minha mãe, pelo trem da Companhia Paulista. Eram quatro horas de ida e mais quatro horas de volta, isso a cada duas semanas. O professor me ajudou muito, lecionava geralmente no sábado, com isso eu não faltava na escola e tinha mais tempo disponível. Em Piracicaba todos os meses tinhamos concertos com artistas internacionais, era muito bom, esses concerto eram realizados no Clube Coronel Barbosa. Piracicaba tinha uma cultura musical classica muito expressiva.
Esses concertos eram elitistas?
No ínicio eram realizados no Teatro Santo Estevão, depois foi para o Clube Coronel Barbosa, eram frequentados por sócios da Cultura Artística, o auditório ficava repleto, pessoas das mais diversas classes sociais.
A senhora tinha a perspectiva de fazer um curso superior?
Nunca pensei no que queria fazer. Fui tocando, estudando e tendo aula. Enquanto estava fazendo o científico comecei o conservatório em São Paulo, no Conservatorio Musical Carlos Gomes, cujo diretor era Armando Bellardi. Meu pai sempre dizia às visitas que iam em casa: “- A Barbara vai estudar agronomia”. Fazendo lobby. Eu dizia, “-Não, não.” Fiquei sempre na música, sem pensar se ia fazer carreira, se iria viver de música. Sempre continuei. Depois que acabei o conservatório, após 11 anos de estudo sendo que dois anos foram de virtuosidade, onde temos que tocar peças mais difíceis.
Com a conclusão no curso colegial qual foi o próximo passo que a senhora realizou?
Essa época ja existia a Escola do Maestro Ernst Mahle, eu passei a dar aulas no conservatório, quando fundou a Escola de Musica fui aluna, na época chamava-se Seminário Livre de Música. Eu tinha quinze anos quando abriu a escola, comecei a lecionar piano aos 17 ou 18 anos. Era também aluna. Permaneci por um ano, quando terminei o conservatório. Em seguida fui para Munique na Alemanha com bolsa de estudo. Lá fiquei um ano hospedada em uma casa de estudante, sentindo muito o frio do lugar. Estudava das 8 da manhã até as 10 horas da noite, assistia todas as óperas que podia, eu sabia que era um ano em que tinha que assimilar tudo que me ofereciam. Eu sou interprete, pego a partitura e procuro interpretar. Após um ano em Munique voltei para Piracicaba, onde passei mais um ano dando aulas voltei para o Rio de Janeiro. Fui aluna de Hans-Joachim Koellreutter, compositor, professor e musicólogo alemão. Mudou-se para o Brasil em 1937 e tornou-se um dos nomes mais influentes na vida musical no País, fundou escolas em São Paulo, em Piracicaba, no Rio de Janeiro e na Bahia, em Salvador. Fiquei na Pró Arte no Rio de Janeiro, como aluna e como professora, acompanhava as classes de campo, de violino. Permaneci no Rio de Janeiro por quatro anos, morando no Bairro Copacabana.
Qual era a opinião dos seus pais a respeito da carreira que a senhora escolheu?
Meus pais sempre me incentivaram. Estudando e levando as coisas de uma forma muito séria sempre tivemos o apoio deles.
Após quatro anos em Copacabana, qual foi o passo seguinte?
Sempre temos cursos de férias em Teresópolis, organizado pela escola Pró Arte, eles convidavam professores internacionais da Alemanha, Estados Unidos, e veio um professor da Alemanha para fazer um curso de Orrff, é um curso que aumenta e desafia a musicalidade pessoal, bem como as questões pedagógicas. Após quatro anos no Rio ganhei outra bolsa de estudo no Intercâmbio Acadêmico (DAAD), uma organização financiada com dinheiro público independentes das instituições de ensino superior na Alemanha. Esse professor só falava alemão, eu com descendência alemã tive facilidade em me comunicar com ele.
A senhora fala quantos idiomas?
Falo vários: português, alemão, italiano, espanhol, francês. Fiz as traduções dos cursos para ele, assim fiquei conhecendo-o melhor, ele me disse que eu sendo pianista deveria ir para a escola onde ele era professor. Pedi bolsa e fui para a Alemanha, em uma cidade denominada Trossingen, é uma cidade bem pequena, mas tem uma universidade de música aonde hoje vai gente de todo mundo para estudar. O bom é que é uma cidade pequena e não tem muito para se distrair, estuda e não tem nenhuma outra distração. Estudei lá dois anos, pretendia voltar para o Rio de Janeiro. Na faculdade conheci meu marido, Peter Ungelenk isso foi em 1966, musico, contrabaixista, maestro de coral, maestro de orquestra. Na Alemanha existe escalas de musicas que chamam de escalas de músicas juvenis. São jovens de 3 anos que podem seguir estudando até 25 anos. È permitido tocar qualquer instrumento que o aluno queira, e é paralela a escola, não dá um diploma, o aluno vai por ter vontade de tocar um instrumento. Não é um curso profissionalizante. Depois você pode se preparar, continuar estudando. Meu marido foi diretor de uma dessas escolas. Quando conheci meu marido eu pensava em voltar para o Rio. Ele não conhecia o Brasil, mas queria vir. Viemos, fomos á escola, eu disse aos diretores que estava voltando e que tinha mais um professor, que tocava contrabaixo, piano, maestro. Eles disseram que estava difícil, porque sempre música foi um campo difícil no Brasil. Ele já tinha uma posição definitiva nessa escola onde ele depois foi diretor. Eu não tive mais argumento, tive que voltar para a Alemanha onde permaneço lá até hoje.
Chegaram a ter filhos?
Tivemos três filhos.
A senhora deu concertos em vários países?
Dei concerto pela Europa toda. Meu marido sabia improvisar, eu só sabia tocar musica clássica
Se na Alemanha houvesse o clima que existe no Brasil a musica teria o mesmo grau de qualidade?
Uma boa pergunta! Há certa razão de ser, no Brasil há muito musico que compõem aqui, o Mahle que reside aqui é um compositor extraordinário. Há muitos bons compositores no Brasil. Villa Lobos por exemplo. Na Europa o que temos é a tradição, essa é a parte mais importante, lá já tinha música a partir de 800. No Brasil o que tínhamos em 800? Essa tradição evoluiu, veio o canto gregoriano, a parte renascentista, o barroco, o Bach.Mozart. É toda uma tradição que foi criando esse canto.
O que significa a música para o ser humano?
Música é a vida, é a alma. Mesmo pessoas analfabetas fazem música. Não tocam Mozart, mas fazem a música deles. O pessoal do choro, o pessoal da música popular. É a vida, é a inspiração, é a manifestação de Deus.
A música é elaborada de acordo com a capacidade intelectual de quem a executa?
Pode ser que sim e pode ser que não. As músicas mais elaboradas são compostas por pessoas que possuem uma capacidade intelectual maior
Trazem um grau de satisfação maior?
Eu não diria. A pessoa que faz música popular, que não é doutor em música, sente a mesma paixão, quem sabe até mais, por fazer com mais alma.
A música é a celebração da alegria de viver?
Com certeza.
Quem patrocina suas atividades artísticas?
Na faculdade onde leciono sou catedrática como professora de piano. O estado paga uma parte e a cidade paga outra parte.
A senhora é privilegiava, conhece a música do Brasil e da Alemanha, qual paralelo traçaria entre elas?
Acho que o conceito de música na Alemanha é mais profundo. Não só por parte do povo alemão, mas do povo europeu, a Alemanha tem uma tradição incrível em música.
A senhora é mães de três filhos, como se virava com marido, três filhos, e tendo que estudar e dar aulas?
Quando as crianças começaram a ir ao jardim de infância eu as levava à escola, ia correndo até a faculdade, dava aula, voltava para casa, cozinhava, fazia bife, que era mais rápido, batata, alemão gosta de batata, uma salada, e pronto. Ficava em casa, cuidava dos filhos, das roupas. Não tinha diarista. Punha as crianças na cama, lavava roupa, Nessa época contava com máquinas, até de lavar pratos. Sentia falta do cafezinho brasileiro, por isso tomo aqui bastante. Acontece que a água de lá é diferente, fazíamos o Café Morro Grande lá, não era tão bom por causa da água. Estudava das dez horas da noite até as duas da madrugada.
Como a senhora vê o carnaval no Brasil?
Sempre pulei muito carnaval aqui. Não perdia uma brincadeira dançante no clube, levava lance perfume, que na época era permitido. Usava fantasias. Vivi também a empolgação do carnaval no Rio de Janeiro. O que tenho visto é que nos últimos anos o carnaval virou um empreendimento comercial, perdeu a pureza e espontaneidade. As fantasias estão mais exóticas. Perdeu a naturalidade.
No seu tempo de jovem era comum os passeios no jardim da Praça José Bonifacio, a senhora participava?
Eu fazia footing (passeios), na famosa “Calçadinha de Ouro” situada na Praça José Bonifácio, ia com a Regis e Ednéia, ia ao cinema, passava na Bomboniere do Passarela, comprava balas.
A senhora crê em Deus?
Deus existe, está sempre nos dando uma força. A música é uma forma de nos comunicarmos com Ele. Acho que Santo Antonio é o meu padroeiro.
Seus filhos já se casaram?
Sim, inclusive tenho netos.
A senhora interpreta musicas populares?
Muito pouco, na minha época tínhamos que nos dedicarmos exclusivamente aos clássicos. Sei tocar bossa nova, sambinha.
A senhora sabe sambar?
Sei, inclusive toco pandeiro.
A senhora promove intercambio entre alunos alemães e brasileiros, têm algo em andamento?
O próximo grupo de alunos alemães já está esperando para vir ao Brasil.
Como o jovem alemão vê o Brasil?
Como um país maravilhoso, todo mundo quer vir,

terça-feira, fevereiro 21, 2012

EDUARDO SPERANZA MODESTO

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 18 de fevereiro de 2012
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/
http://blognassif.blogspot.com/


ENTREVISTADO: EDUARDO SPERANZA MODESTO
O prefeito da estância Turística de São Pedro Eduardo Speranza Modesto nasceu em 29 de outubro de 1969, é o filho primogênito do casal Margarida Terezinha Speranza Modesto e Walmy Modesto, pais de mais duas filhas: Heloisa e Ana Tereza. Walmy foi comerciante em São Pedro, mudou-se para São Paulo onde trabalhou como redator no Diário de São Paulo, voltou para São Pedro, foi funcionário público, prefeito, aposentou-se e passou a atuar como pecuarista. Eduardo é casado com a Dra. Simone Rennó Junqueira, são pais de três filhos: Luiza, Sofia e Adriano.
O senhor estudou em São Pedro?
Fiz meus estudos no GT e no JAP. O jardim de infância, pré-primário e o primário fiz no GT (Gustavo Teixeira) o ginásio fiz no José Abílio de Paula (JAP). O colegial estudei em Piracicaba, fui da primeira turma do Anglo de Piracicaba, tempo em que o professor Dorival Bistaco tinha um automóvel Passat nacional. Saíamos todos os dias de Sâo Pedro às 5:50 e vínhamos para Piracicaba. Fiz a Faculdade de Direito na PUC em Campina, era a única faculdade de direito em Campinas. Em paralelo aos estudos prestei um concurso para ingressar no fórum, fui admitido e trabalhei como escrevente por um período de três anos. Morei em república e depois morei sozinho em um apartamento. Nessa república chegamos a morar em 15 estudantes, ficava a duas quadras do Estádio Moisés Lucarelli pertencente à Associação Atlética Ponte Preta, assisti Palmeiras X Ponte, Palmeiras X Guarani.
Como foi o ingresso do senhor na política?
No último ano da faculdade em 1992, houve as eleições municipais. Sempre estive no meio político, já fazia cola de trigo para colar cartazes de candidatos, não me recordo um ano da minha vida em que direta ou indiretamente não estivesse envolvido na política. Meu pai foi prefeito de São Pedro por 10 anos, além de ter sido vereador, presidente da Câmara Municipal. A família Modesto sempre teve atuação política. Na eleição de 1992 senti que deveria participar na condição de candidato, até mesmo para definir se deveria caminhar nessa área. Assim em 1992 decidi lançar-me como candidato a vereador. Fui eleito vereador, posso afirmar que foi uma experiência muito forte, sinto saudades do tempo em que exerci a vereança. Gosto muito. Uma ação de um vereador pode ser muito positiva para a cidade, é um engano imaginar que um vereador não pode fazer muito, pode sim! Gostei muito da minha experiência na Câmara Municipal. Para que a ação de um vereador seja positiva ele não pode abrir mão da sua liberdade. Ele pode fazer um bom projeto de lei, indicar boas obras, a matriz da ação positiva de um vereador é ser interlocutor de uma comunidade “é ver a dor”, sentir as prioridade de uma comunidade e ser o porta voz da mesma.
Uma parcela da população rotula alguns vereadores como o indivíduo que vai para tomar cafezinho, dar nome de rua e fazer assistencialismo. Como o senhor vê isso?
Infelizmente nós sabemos que existem pessoas que diminuem a altivez do cargo, isso ocorre no Brasil todo. São indivíduos eleitos por circunstâncias diversas e diminuem a altivez do cargo. Um vereador pode sim, tem condições, de ser porta voz eficiente da comunidade. Levar à Câmara, levar para o debate, para a discussão as prioridades da sua comunidade.
Quando o senhor foi eleito quantos vereadores existiam na Câmara Municipal de São Pedro?
Éramos 13, hoje são 9. A projeção é para voltar para 11.
O prefeito de qualquer cidade tem que receber o apoio da câmara municipal, o senhor tem esse apoio?
Eu não me sinto no direito de fazer qualquer queixa com relação a isso. Evidentemente surgem circunstâncias onde existem divergências. Mas isso é salutar, na medida em que existe uma crítica erra-se menos. Quem escuta mais erra menos. Não só a crítica da câmara municipal, mas é importante que São Pedro viva em um ambiente de oxigenação, de transparência.
Como vereador o senhor exerceu o mandato por quanto tempo?
Exerci por 4 anos: 93 94,95 pelo PSDB, que é o único partido que tive até hoje, e participo dele desde o seu nascimento. Em 1996 comuniquei aos meus pares de que não seria candidato a reeleição como vereador. Não se trata de nenhum desgosto pelo legislativo, muito pelo contrário, eu acreditava que tinha encerrado o meu ciclo naquela casa, o que eu tinha que contribuir considerava que havia feito. Em 1997 assumiu a prefeitura o prefeito José Franzin, que me convidou para assumir a Secretaria de Cultura, aceitei, permaneci na secretaria por dois anos. Em fevereiro de 1999 sai, com o sentimento de ação cumprida pelo que conquistamos na época, graças também ao apoio do então Secretário de Estado Marcos Mendonça, a partir da saída desse secretário as ações concentraram nos grandes centros, o interior do estado deixou de receber a atenção que ele dava. Deixei a secretária já com a intenção de disputar a prefeitura municipal. Em 2000 disputei a convenção do PSDB em São Pedro, no entanto sai derrotado, perdi a indicação. A prefeita Antonieta permaneceu no cargo até 2004. A partir desse momento lancei a minha candidatura, foi uma eleição inédita em São Pedro, tivemos seis postulantes ao cargo. Fui eleito,e reeleito.
O senhor será candidato ao Legislativo Estadual?
Posso responder com toda franqueza, não sei! Estou muito focado em concluir bem os projetos que iniciamos no nosso governo, isso não é apenas uma conversa agradável de político, mas um compromisso da nossa gestão. É um ano que passa rápido demais, e efetivamente para os prefeitos, os projetos a serem concluídos tem que serem lançados no máximo a 60 dias, não há mais tempo. Pretendo participar do processo eleitoral em São Pedro, penso que seria uma irresponsabilidade da minha parte em não participar desse processo, não apresentar conta do que foi feito. Espero apresentar um horizonte bom para o futuro da cidade.
Qual é a população de São Pedro?
Pelo censo do IBGH temos 33.000 habitantes. São Pedro tem uma característica interessante, como Roma tem o Vaticano dentro do seu território, São Pedro tem Àguas de São Pedro dentro do seu território, um município independente com outro prefeito. Ambas as estâncias tem por obrigação trabalharem com uma boa sintonia. Estamos próximos ao carnaval, a população de São Pedro deverá dobrar, isso envolve rede hoteleira, pousadas, chácaras de recreio. A frota de caminhão de lixo é dimensionada para a população constante, quando ocorre um evento desses temos que locar mais recursos para atender a demanda. Teremos que colocar mais médicos no plantão de atendimento. Temos que planejar a cidade para o período ordinário, mas também para o período em que se agrega um maior número de pessoas, isso é inerente a uma estância turística. No Estado de São Paulo temos 67 estâncias turísticas, balneárias, climáticas. Em 1979, durante o mandato do meu pai como Prefeito municipal, São Pedro tornou-se Estância Turística. Isso agrega um valor ao município. O turismo é um dos pilares da economia de São Pedro, a rede hoteleira que São Pedro tem está entre as cinco melhores e maiores do Estado de São Paulo.
São Pedro também é conhecido pelos seus bordados
O famoso ponto cruz é uma referência para São Pedro, que hoje se apresenta na condição de arte, assim como na condição de emprego e desenvolvimento. Existe um trabalho da prefeitura em conjunto com a Associação Comercial a I Expo São Pedro, para abrir as possibilidades da cidade. Turismo é ótimo, queremos desenvolve-lo. Por ano em São Pedro 1.000 jovens completam 18 anos, é necessário que se crie uma abertura de possibilidades para esses jovens. Lançamos nosso projeto empresarial. Em São Pedro havia um mito arraigado que agora que começamos a vencê-lo. Dizia-se que pelo fato de São Pedro ser estância estava descartada a possibilidade de ter um pólo empresarial. São Pedro é aberto para a possibilidade de investimentos empresariais. Evidentemente que sempre cumprindo as normas de regulamentação ambiental, em local adequado. Lançamos o novo parque empresarial, na rota da alça de contorno de Àguas.
No Sul do país temos cidades como Granado, Canela, que praticamente vivem do turismo, ao que tudo indica, a divulgação dessas cidades foi muito importante. Parece que São Pedro por um período de tempo desejou não crescer muito.
Estive em Gramado, lá durante o ano todo há um movimento turístico constante. Esse é o objetivo. Turismo não deve ser visto apenas como festa da comunidade, tem que ser visto como oportunidade de geração de renda. Tem que atrair para a cidade pessoas com recursos financeiros. A Espanha é um exemplo onde se vê efetivamente o turismo como indústria. Turismo não se resume na iniciativa da prefeitura em realizar festas, tem que ser visto como iniciativa empresarial. São Pedro está entre os cinco maiores parques receptivos do Estado de São Paulo. O turista vem buscar coisas diferentes. O show de uma artista famosa é bom? Claro que é, mas não será diferente em qualquer cidade que se apresente. Temos que mostrar a cultura local. Hoje temos o Museu de São Pedro, que é uma referencia no Estado São Paulo, estamos organizando outro museu da literatura e poesia paulista, que irá ser outra referência cultural e turística, Em 31 de março vamos inaugurar o Parque Turístico no Alto da Serra, na antiga pedreira. Vários decks estão á disposição para apreciar uma vista maravilhosa. Organizamos a União dos Municípios da Região do Vale do Itaquiri, essa questão turística passa por essa questão regional, hoje o turista é muito rápido, quando ele vem para uma região ele quer em pouco tempo conhecer o maior número de lugares. É preciso ter essa articulação regional para trabalhar no princípio ganha-ganha, onde todas as localidades ganham com a presença do turista.
Santos é um exemplo de revitalização turística?
Tenho Santos como paradigma. O foco de Santos sempre foi a praia, e continua com sua importância. Hoje Santos valorizou o centro, com o café que atrai milhares de pessoas, o bondinho, essa parte cultural é que faz a diferença. O que buscamos em São Pedro é isso, o turista ao chegar conheça coisas novas, que só irá ver ali.
Quem é Gustavo Teixeira?
É o nosso poeta maior, dá seu nome a nossa praça central, nasceu em São Pedro em 4 de março de 1881, faleceu em 22 de setembro de 1937, na cidade de São Pedro. Conhecido como o Poeta das Rosas, estudou suas primeiras letras em sua própria casa com a mãe, que era professora, com o pai, um ex-seminarista, tendo também influências dos irmãos mais velhos. Aos 12 anos começou a fazer versos. Em 1898 atuou como professor particular, aos 17 anos de idade, para moradores da Fazenda Campestre. Seus versos foram parar em Portugal, sendo ainda traduzidos para o sueco, e publicados em jornais de Estocolmo. Fizera amizades com poetas como Martins Fontes e Amadeu Amaral, além do futuro político brasileiro Júlio Prestes. Em julho de 1937 foi eleito à revelia para a Academia Paulista de Letras, como sucessor de Paulo Setúbal, passando a ocupar a cadeira de número 10, cujo patrono é Cesário Mota Jr. Tenho uma ligação desde muito jovem com os poemas de Gustavo Teixeira, declamava-os na escola. A primeira poesia que declamei de Gustavo foi Segredo Revelado. Depis declamei Renuncia. Construmos o Centro paula Souza que se chama ETEC Gustavo Teixeira, construimos um novo prédio ondee pasou a funcionar a Escola Gustavo Teixeira, deixando o prédio original como Museu Gustavo Teixeira.
São Pedro teve um período onde ocorreu a prospecção de petróleo?
Ainda hoje logo pós o portal, existe uma propriedade do DNPM, Departamento Nacional Nacional de Produção Mineral, todo o arquivo da prospecção permanece lá. O acervo da prpspecção é propriedade do DNPM. Em São Pedro existe o bairro Querosene, lembrança do tempo em que aflorou combustível. O escritor e nacionalista Monteiro Lobato cita São Pedro de maneira muito forte, como uma possibilidade de ser fornecedor de petróleo para o Braisl. Recentemente a Petrobrás comemorou 100 anos, houve uma forte divilgação sobre o assunto junto a mídia. Um idoso que se apresentava como funcionário 01 da Petrobrás, é Seu Eugenio Antonelli, de São Pedro. A história do Petróleo no Brasil passa por São Pedro com certeza.
Como prefeito o senhor chegou a entrar em contato com a Petrobrás com referência a possibilidade de existência de petróleo em São Pedro?
Permaneço em contato com o DNPM, Exite um projeto já em andamento, entre a Prefeitura, o Ministério da Educação e DNPM para que possamos aproveitar esse espaço.na entrada da cidade. A possíve existência e petroleo no local talvez não exista na escala dita como economicamente viável. Se essa prospecção fosse de fato algo viável o próprio governo seria o primeiro a viabilizar essa exploração. O que buscamos é o reaproveitamento desse espaço em atividades voltadas à comunidade como uma escola Técnica Federal, ligada a minerção, ao uso medicinal da àgua, e também um espaço para que as pessoas conheçam esse acervo do período de prospecção do petroleo.
São Pedro e Àguas de São Pedro são cidades com limites geográficos singular?
São Pedro tem 596 quilômetros quadrados, faz divisa com diversos municipios, inclusive um trecho do Rio Piracicaba banha São Pedro, a Hidrovia Tiete Paraná irá impactar muito fortemente o municipio, tanto com a possibilidade do desenvolvimento da navegação turística, como também empresarial. Àguas tem três quilômetros quadrados.
O acesso à Aguas de São Pedro tem uma qualidade de pavimento que destoa da caprichosa preservação da cidade.
Foi anunciado oficialmente pelo Governador Geraldo Alkimin a etapa de duplicação que vai de Artemis até a entrada do Terras Regional, a melhoria com a duplicação de terceira faixa no trecho entre São Pedro e Àguas, e a alça de contorno ligando a Rodovia 304 e a Rodovia 191. Essa alça de contorno passará a ser um trecho rodoviário, de transito pesado, o trecho entre São Pedro e àguas passará a ser de uso doméstico e turístico. Isso possibilitará colocar em prática o projeto de uma avenida entre São Pedro e Àguas, como existe em Gramado e Canela.
Prefeito, o que o senhor pode falar sobre o jaracatiá?
Desde que entrei na prefeitura em 2004, 2005, acabou a minha festa de fazer doce de jaracatiá, e olhe que estamos em plena safra de jaracatiá. Em janeiro, fevereiro sou quem faço o doce de jaracatiá, diz-se em São pedro que quem nunca comeu doce de jaracatiá não é sãopedrense. Eu gostava muito de fazer esse doce, ele é muito bom. Esse doce fez com que eu me apresentasse no programa da Ana Maria Braga, na Rede Globo, conheci o Louro José. Isso foi em 2002, tinha sido feita uma matéria para a EPTV, a reporter Cristina Maia chegou um domingo em São Pedro, subimos a serra, lá não tinha sinal de celular, fizemos uma extensa matéria sobre o jaracatiá, era para essa reporter cobrir uma célebre rebelião que havia eclodido naquela manhã, mas graças a falta de sinal fizemos a matéria completa sobre o jaracatiá. Alguns dias depois fui procurado pela produção do programa da Ana Maria Braga, levei o doce em suas diversas fases de processamento, desde in natura até ele totalmente pronto para consumo. Fui chamado para entrar em cena e explicar o que era de fato jaracatiá, uma fruta desconhecida pela grande maioria. Foi uma matéria enorme, mostrou São Pedro, houve uma verdadeira corrida ao doce, vinda das mais diversas partes do país. Eu ia às fazendas buscar jaracatiá, o pessoal me dava nem cobrava, uma frutinha que nem suinos gostavam e passarinhos não comiam, da noite para o dia teve seu preço altamente inflacionado em decorrência da demanda impulsionada pela apresentação na televisão.
São Pedro oferece muitos pontos para visitação, com cacteísticas próprias?
Nósd temos desde a parte literária até as partes de esportes e aventuras. São raros os municipios que tem rampas de voo livre tão privilegiadas como São Pedro. Temos o Rio Piracicaba. Monteiro Lobato fala muito de São Pedro. Dentro do Museu Gustavo Teixeira temos a sala com os primeiros bordados da Dona Joaninha, introdutora dessa arte em São Pedro.
O Brasil ainda não se deu conta da imensidão do seu portencial turítico?
Com o surgimento desses mega eventos como Olimpíadas, Copa, recebemos uma atenção maior. Mas nós temos deficienciencias em infra estruturas, os aeroportos são exemplos bem claros. O governo federal que era reticente optou pela privatização de uma série de aeroportos para poer oferecer um mínimo de estrutura. O receptivo brasileiro ainda é muito falho, não se aproveita a possibilidade de desenvolvimento que o turismo oferece.
O senhor recebe estrangeiros em São Pedro?
É muito comum recebermos estrangeiros não só no turismo de lazer, como também no turismo de convenções. As convenções internacionais trazem para São Pedro um grande número de estrangeiros.
Um dos grandes problemas de Piracicaba é o limite para se realizar mega convenções, São Pedro tem instalações apropriadas para receber mega convenções?
Têm hoteis com foco nessas convenções de grandes proporcões, por isso esse trabalho de regionalização é importante. Uma cidade tem que dar cobertura para outra nos aspectos em que há deficiemcias. No final de semana seguinte a 9 de julho já se tornou tradicional o encontro nacional de motociclistas em São Pedro. Esse encontro agrega valor a rede hoteleira da cidade.
O Caminho do Sol é um atrativo ao turista?
É um elemento forte no turismo, tem uma força de mídia muito grande. Temos visto ser diviguldado no Brasil e no exterior., há um elo construido com Santiago de Compostela. Esses grandes eventos que o Brasil estará realizando nas área de esportes pode ser o despertar do Brasil para o potencial turístico do Brasil e as possibilidades de enorme fonte de renda que significa o turismo permanente.
Trechos do Caminho do Sol:
1) Santana de Parnaíba a Pirapora - 13km
2) Pirapora do Bom Jesus a Cabreúva - 24km
3) Cabreúva ao Haras do Mosteiro (Itu) - 24km
4) Haras do Mosteiro a Fazenda Vesúvio (Salto) - 19km
5) Fazenda Vesúvio a Elias Fausto - 23km
6) Elias Fausto a Fazenda Milhã (Capivari) - 21km
7) Fazenda Milhã a Mombuca - 20km
8) Mombuca ao Clube Arapongas - 24km
9) Clube Arapongas a Monte Branco - 24km
10) Monte Branco a Artemis (Piracicaba) - 24km
11) Artemis a Águas de São Pedro - 24km
Total do Percurso: 241km







segunda-feira, fevereiro 20, 2012

IRMÃ HILDA ZANCHETTA

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 04 de fevereiro de 2012.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
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http://www.tribunatp.com.br/
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ENTREVISTADA: IRMÃ HILDA ZANCHETTA
As Irmãs Terceiras enfrentando as dificuldades próprias do início de qualquer obra, tudo fizeram para que se tornasse realidade o “Asilo Coração de Maria” hoje “Lar Escola Coração de Maria Nossa Mãe”. Na bênção de inauguração, aos 02 de fevereiro de 1898, Frei Luiz assim se expressou, intuindo o Carisma da Congregação: “Daqui em diante, em Piracicaba, as meninas pobres, órfãs e desvalidas não chorarão mais a lágrima da orfandade, porque o Coração de Maria nossa Mãe oferece auxílio e agasalho maternais”.
Da inspiração de Irmã Cecília e da profecia de Frei Luiz, a 30 de setembro de 1900, contando com 7 Irmãs, nasceu em Piracicaba a “Congregação das Irmãs Franciscanas do Coração de Maria”. Enfrentando não poucos obstáculos, gradativamente a Congregação foi se expandindo. Foram abertas outras casas, para se dedicar no cuidado: da criança, do jovem, da família, do doente, do idoso. O Governo Geral da Congregação das Irmãs Franciscanas do Coração de Maria, quando de sua fundação em setembro de 1900 teve inicialmente sua sede na mesma casa no Lar Escola Coração de Maria Nossa Mãe,em Piracicaba. Aqui permaneceu até o início de julho de 1930, quando por proposta do Bispo Diocesano transferiu-se para a Rua Barão de Jaguara, 190, em Campinas, instalando-se no mesmo prédio onde até hoje funciona a Escola Franciscana Ave Maria. Com o passar do tempo, o Governo Geral definiu pela construção de uma sede própria no mesmo terreno da Escola, transferindo-se para o novo prédio em 2 de julho de 1955. O Governo Geral é o principal responsável pela dinamização da Espiritualidade e Carisma em toda a Congregação, promovendo Reuniões, Cursos, Retiros, confraternizações e realizando visita às Províncias, para manter vivos e atuais a herança espiritual dos fundadores. Manoel Ferraz de Camargo, presidente do então Asylo de Velhice e Mendicidade de Piracicaba em 1917 deu as Irmãs Franciscanas da Congregação do Coração de Maria a condução da rotina do que mais tarde veio se denominar Lar dos Velhinhos de Piracicaba, ou Primeira Cidade Geriátrica do Brasil. Quase um século se passou e tanto a Congregação das Irmãs Franciscanas do Coração de Maria como o Lar dos Velhinhos nessa feliz parceria tem realizado uma grande obra levando conforto espiritual e material aos seus abrigados. Uma figura de proa nesse contexto á do seu presidente, Jairo Ribeiro de Mattos, que no Lar dos Velhinhos faz o seu apostolado, um visionário de pés no chão, soube ver que só um teto, alimentação e medicamentos não bastavam, com isso o Lar dos Velhinhos foi ousado e tornou o seu ambiente motivo de orgulho á quem vive e a quem visita a instituição. As edificações são verdadeiras galerias estampando em obras de arte, o cotidiano dos moradores. O Lar dos Velhinhos é uma galeria de arte. A freira gaúcha Hilda Zanchetta é um dos pilares onde se apóia essa instituição. Nascida em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul a 13 de março de 1933, Irmã Hilda Zanchetta é filha de filha de Eliseu Zanchetta e Pierina Buffon Zanchetta, que tiveram 10 filhos. A família residia em uma localidade rural denominada Linha Paulina, eram agricultores cultivavam uva e trigo. Até os 12 anos ela ia á escola e na volta ajudava nos afazeres domésticos. Seus pais eram muito severos com relação a freqüência á missa aos domingos, não permitiam que nenhum membro da família perdesse a missa na Igreja Nossa Senhora do Carmo, situada bem próxima da casa onde residiam. A ocupação do Vale do Rio do Peixe, intensificou-se a partir da construção da estrada de ferro ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul, entre 1908 e 1910. As terras férteis da região e as perspectivas de progresso com o transporte ferroviário atraíram um grande número de imigrantes das colônias de Caxias do Sul e Bento Gonçalves, dando início a criação de um núcleo, onde situa-se hoje o município de Lacerdópolis. Em 1961 a vila passou à categoria de distrito de Capinzal, recebendo a denominação de Lacerdópolis, em homenagem ao Governador do Estado de Santa Catarina Jorge Lacerda, que faleceu em acidente aéreo na década da constituição do Município, emancipou-se e foi instalado como município, em 3 de fevereiro de 1964. Irmã Hilda trabalhou no Hospital Santa Cruz em São Paulo, a mais antiga e importante instituição beneficente da cooperação nipo-brasileira ainda em plena atividade, está instalado em um terreno adquirido em 1926, dezoito anos depois do início da imigração japonesa para o Brasil, foi inaugurado em 1939, em uma campanha da qual participaram toda comunidade nikkei e os governos japonês e brasileiro, foi considerado um dos mais modernos da América Latina. Nele atuaram consagrados médicos brasileiros, sendo talvez o mais conhecido o cirurgião Euriclides de Jesus Zerbini.
A família da senhora sempre morou no Rio Grande do Sul?
Quando eu tinha doze anos, a nossa família mudou-se para Lacerdópolis próximo a Joaçaba em Santa Catarina, as irmãs abriram um colégio, o Educandário São José, elas eram professoras e passaram a lecionar no seminário aos alunos da primeira série até o colegial. Lá eu continuei estudando, a nossa casa era muito próxima. Duas irmãs de Campinas foram visitar as irmãs daquele colégio, perguntaram se eu não gostaria de ir para São Paulo, conhecer melhor a ordem, eu tinha 15 anos. Eu buscava uma vida em que não estivesse nem solteira e nem casada, pedia que Deus me mostrasse o caminho. Essa ida das irmãs foi a abertura da porta para essa nova realidade. Quando as irmãs chegaram lá, as conheci e gostei muito da vida delas. Elas participavam de terço, da missa. Quando comuniquei à minha família que gostaria de conhecer as irmãs, meu pai disse-me: “- Você pensa que é brincadeira ser religiosa?”. Eu respondi que iria experimentar. A minha mãe também não gostou muito da minha decisão, mas ambos foram juntos até o colégio das irmãs, não chegava a um quilômetro de distância da nossa casa.
Para que cidade do Estado de São Paulo a senhora veio?
Vim para Campinas, naquela época o trem era o nosso meio de transporte, de Lacerdópolis até Campinas viajamos por três dias e duas noites de trem. Quando chegamos estávamos em um estado miserável. Tínhamos trazido alimentos para comer durante a viagem, porém nunca foi o suficiente. Passei a ser aspirante no Colégio Ave Maria, na Rua Barão de Jaguara, 190, observando como era a vida religiosa praticada pelas freiras. Um dia a superiora geral disse-me: “Você não gostaria de passar para o noviciado?”. Eu era grande, gorda e forte, com o passar do tempo minha altura foi diminuindo. Respondi para a superiora que gostaria de permanecer mais um pouco de tempo para realmente saber se era essa a vida que gostaria de seguir.
Em que dia a senhora recebeu o habito?
Foi no dia 2 de agosto de 1952. Em 1954 fiz os votos de pobreza, castidade e obediência. Tenho que agradecer a Deus pelo fato de ter sido escolhida para a vida religiosa. Em nossa família poderia ter sido outra pessoa a ser escolhida. Rezo muito, pela minha família, ofereço a missa diariamente, meus sobrinhos são todos casados, constituíram suas famílias. Tenho uma irmã que se casou e mora em Campinas, ela me visita com freqüência. Hoje fui almoçar com ela no Shopping Piracicaba.
Quando foi a sua primeira visita á sua família após ingressar na vida religiosa?
Após 10 anos em que deixei a minha família, minha mãe faleceu. Recebi um telegrama anunciando o seu falecimento, fazia três dias que tinha ocorrido. Com isso quando ao vir para Campinas, no dia em que tomei o trem, foi a nossa despedida, nunca mais a vi. Após receber o telegrama fui para Lacerdópolis com outra irmã, o tempo em que fiquei lá foi muito triste.
A senhora permaneceu em Campinas?
Voltei para Campinas, e fui enviada para Bandeirantes, no Norte do Paraná, onde fui tomar conta das crianças. Naquele tempo Bandeirantes era pequena, ruas de terra, quando chovia era um barro só, para ir a missa tinha que ir pisando barro. Lá permaneci por um ano. Voltei para Campinas onde permaneci por mais um ano, em seguida fui designada para ir á Penápolis, onde permaneci por mais um ano. Regressei á Campinas onde fiz os votos. A Superiora Geral Madre Angelina perguntou-me se eu gostaria de trabalhar em hospital. Respondi-lhe: “- Nunca trabalhei, mas posso experimentar”. A Escola de Enfermagem Coração de Maria em Sorocaba era dirigida pelas nossas irmãs, que lá lecionavam também. Fiz o curso de Auxiliar de Enfermagem, voltei á Piracicaba onde fui trabalhar na Santa Casa de Piracicaba, designada para trabalhar na enfermaria onde estavam internados 60 pacientes do sexo masculino, permaneci ali por uns três anos.
De lá a senhora foi para onde?
Fui para o Hospital Santa Cruz, localizado na Rua Santa Cruz, na Vila Mariana, onde permaneci por três anos. Voltei à Piracicaba, fui trabalhar na Santa Casa de Misericórdia de Piracicaba, na pediatria, coma as crianças carentes, eram cerca de 60 crianças. Chegavam em péssimas condições de saúde, desidratados. Naquela época nós fazíamos tudo. Participei de um congresso das enfermeiras em Curitiba, hospedei-me na casa das Irmãs Missionárias. Fui designada para o Hospital Santa Lídia em Ribeirão Preto, onde permaneci por quase três anos, era um hospital infantil, quando fui não tinha quase nada, começamos a receber funcionários e pacientes, crianças com defeitos físicos que necessitavam de intervenções cirúrgicas. Dois anos depois voltei para o Hospital Santa Cruz, em São Paulo, onde permaneci trabalhando no quarto andar, olhando também a maternidade. Voltei á Piracicaba, na Santa Casa fiquei na pediatria Monsenhor Rosa, onde fiquei até 1973. Voltei ao Hospital Santa Cruz, onde permaneci por uns 10 anos. Aposentei-me e em 01 de fevereiro de 1994 vim para o Lar dos Velhinhos, fui trabalhar no Pavilhão Vargas, a irmã Virginia passou a ser superiora, ela pediu que eu tomasse conta do Pavilhão Lula, com o passar do tempo passei também a tomar conta do Pavilhão Madalena, estou até hoje tomando conta de dois pavilhões. Agora ainda estou dando uma cobertura na parte espiritual do pavilhão masculino, dando a unção dos enfermos, levando a comunhão. Vou aos flats também, vejo as pessoas que querem receber a comunhão.
Como é o dia da senhora?
Levanto bem cedo, umas 3 horas e 45 quarenta e cinco da manhã. Faço uma hora de oração. Em seguida faço uma ronda pelos pavilhões, para ver os acontecimentos ocorridos à noite. Às 6 horas vou a Santa Missa, em seguida tomo o café da manhã, volto aos pavilhões onde os funcionários fazem o seu trabalho, acompanho, almoço por volta das 11h30min, em meia hora faço a refeição e já volto aos pavilhões. Acompanho a saída de quem entrou pela manhã. Às vezes algum funcionário falta, tem providenciar quem fica. Tenho uma 15 pessoas residentes nos pavilhões. Quem dá o banho não pode servir a copa.
Após o almoço a senhora não descansa?
Por enquanto não tenho a necessidade de fazer isso, pode ser que um dia tenha que fazer.
Seu trabalho implica também em ter que fazer a higiene pessoal da pessoa abrigada?
Se precisar faço, cuido, carrego. Ajudo em tudo. Às três horas tomo um lanche e volto ao pavilhão sem saber à que horas vou sair. Normalmente saio entre 19 e 19h30min, vou para o meu quarto, sempre assisto o Jornal Nacional, faço questão em assistir, quando termina, já deito e durmo.
A senhora entrou em algum cinema em sua vida?
Nunca. Fui até a praia, mas nunca entrei nas águas do mar, fui com a Cionéia, para conhecer a colônia do Lar dos Velhinhos, os funcionários que tinham ido diziam que era uma beleza, fiz questão de ir. Achei uma maravilha, gostei demais.
A senhora dirige veículos?
Tirei carta de motorista em São Paulo. Em São Paulo fiz o Curso Técnico de Enfermagem, Administração Hospitalar, Técnico em Raio X. Trabalhava e com licença da administração saía de casa às 4 horas da tarde e retornava a meia noite, uma hora da manhã. Fiz curso de enfermagem junto ao Hospital São Camilo, no bairro Pompéia. Ia de metrô. até Santana, lá tomava o ônibus e ia para o São Camilo. Eu morava no quinto andar do Hospital Santa Cruz. Trabalhei também no Instituto Penido Burnier em Campinas, permaneci lá por um ano substituindo uma irmã que tinha ficado doente.
Qual era o carro que a senhora dirigiu para tirar carta?
Era um Fusca. Tudo começou quando a Madre Superiora Irmã Aurora de São Francisco reuniu as irmãs e disse que tinha ganhado uma televisão e que estava pensando em fazer uma rifa, conseguir fundos para adquirir um automóvel Volkswagen, para facilitar as idas e vindas até a rodoviária e facilitar pequenas saídas dentro da cidade de São Paulo. Éramos em 12 irmãs, como ninguém disse nada, eu disse: “- Se a senhora quiser eu posso experimentar, se eu for bem ao volante continuo.” E assim passei a ter aulas de direção, nos dias em que ela estava disponível ela ia comigo. Tinha que treinar sob todas as condições, á noite, dias de chuva. Prestei o exame e passei logo na primeira vez. Eu usava aquele hábito comprido, branco, um véu branco na cabeça, e lá estava naquela fila de umas quinhentas pessoas candidatas a habilitação. Isso no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Lembro-me de um homem que chorava por não ter sido aprovado, ele dizia que tinha que dirigir um caminhão, precisava da carteira de motorista. Depois de 10 dias o instrutor foi ao Hospital Santa Cruz levar a minha carta de habilitação. A Madre superiora comunicou que iríamos á agencia de veículos, no vizinho Bairro Saúde para ver se tinha um Volkswagen á venda. Assim passei a dirigir, ia até a rodoviária, e atendia as necessidades das irmãs se locomoverem nas imediações.
O que dá essa força, essa vontade de trabalhar tanto?
Eu acho que enquanto posso devo dar tudo de mim, procuro estar sempre com essa disposição, a nossa vida aqui na terra é tão curta. Dizem que os mais fortes chegam aos oitenta anos. (Irmã Hilda cita que em Salmos 90 a Bíblia diz: “Só vivemos uns setenta anos, e os mais fortes chegam aos oitenta, mas esses anos só trazem canseira e aflições. A vida passa logo, e nós desaparecemos.”). Muitos vivem de ilusões, temos que aproveitar e trabalharmos enquanto temos saúde. Chega uma época em que a pessoa fica doente, não tem mais vontade nem de rezar, nem de se alimentar. Quando parar de comer pode esperar que não irá muito longe.
A senhora em seu trabalho junto a hospitais conviveu próxima a muitas pessoas que faleceram?
Não se acostuma com o falecimento de pessoas, mas temos que conviver com isso, temos que fazer algo, ajudar.
Uma das doenças mais em moda é a depressão, como a senhora vê isso?
A pessoa perde a coragem para fazer qualquer coisa, as vezes perde até o apetite. Muitas vezes ela se deixa levar por acontecimentos, a pessoa se entrega.
Se fosse necessário, a senhora faria tudo que fez novamente?
Acho que com mais perfeição, sinto que perdi muito tempo, não aproveitei tanto quanto poderia ter aproveitado, viver com mais intensidade a vida consagrada à Deus.
As coisas devem ser perfeita no seu ponto de vista?
Isso! Tudo direitinho. Não me sinto bem quando vejo algo fora do lugar.
Já disseram que a senhora é rigorosa?
Falaram sim. Rigorosa no sentido de deixar tudo organizado. Trazendo organizado não dá dor de cabeça para ninguém, inclusive para mim. É mais fácil administrar.
A senhora tem titulo eleitoral?
Tenho sim, a cada mudança de cidade transferia o título, pela televisão acompanhava o perfil, desempenho do candidato em quem eu iria votar, além disso, analisava os comentários a respeito feito por outras pessoas.
Do tempo em que a senhora saiu da casa da sua família até hoje as coisas mudaram muito, no seu ponto de vista foi para melhor ou pior?
Em parte para melhor, principalmente em termos técnicos, de desenvolvimentos, é um ângulo bem nítido essa melhora. Antigamente havia mais rigor, mais respeito, havia mais orações, agora é mais trabalho do que oração. Muitos não aproveitam seus próprios valores, não fazem esforço para sair daquilo que a prejudica. Acham que um presente muitas vezes resolve, não resolve.
Qual atividade agrada-lhe muito?
Gosto de ter meu tempo de oração e união com Deus, por isso me levanto bem cedo, para fazer essa parada, nessa hora que carrego as baterias. Durante o dia o trabalho me envolve muito.
A senhora faz curativos?
Fiz muitos! Antigamente fazíamos tudo, desde colocar soro para um doente até ajudar o médico na cirurgia. Muitas vezes levantei-me á noite, de madrugada, para auxiliar o médico, após a cirurgia tinha que limpar a sala, deixar tudo em ordem para o dia seguinte. À noite não havia quem fizesse, a não ser as irmãs. Sou Técnica em Raio X, levantei-me muitas noites para atender as urgências.
Quantos cursos a senhora fez?
Muitos tudo que aparecia eu aproveitava e fazia, nesta parte estou tranqüila, procurei fazer o máximo que pude.
O que é mais difícil cuidar do paciente ou de seus parentes?
Acho que com a família do paciente, algumas compreendem a situação, o momento. Outras são mais difíceis. Temos que ter muita paciência. Com paciência se consegue tudo.
A senhora tem bastante paciência?
Procuro ter, de vez em quando também perco a paciência. Faço muito esforço para não chegar a perder a minha paciência.
A senhora é devota de quais santos?
Peço muito á Mamãe Cecília, como costumamos chamar a Madre Cecília, ao Coração de Maria. Ultimamente tudo que peço a Mamãe Cecília me dá. Uma das irmãs outro dia perguntou-me se eu tinha rezado para passar o temporal, disse-lhe que sim, sem dúvida.
Mamãe Cecília ainda não foi santificada?
Ela é considerada Serva de Deus. O processo de santificação está se desenvolvendo.
Será que a senhora também não poderá se tornar uma santa?
Não sou não, trabalho bastante para me santificar, isso sim. Faço sacrifícios, penitências para que Deus tenha misericórdia. Assisto a Santa Missa todos os dias, com chuva, tempestade.
No Lar dos Velhinhos aconteceu alguma vez de alguém trazer seu pai ou mãe e não retornar para visitá-lo?
Vários filhos e filhas já fizeram isso. Coloca-os, e depois falam que virá para visitar, mas nunca aparecem. A pessoa idosa fica naquela expectativa enorme, os familiares não aparecem, uma palavrinha dos familiares ou qualquer coisinha que traga, faz com que a pessoa abrigada aqui fique mais alegre. Sentem que são lembrados. Muita gente não é lembrada.
Isso é um fator cultural?
Penso que se aconteceu alguma coisa, não é para se deixar levar pelo acontecido e deixar o idoso naquela situação.
A pessoa deve esquecer algum fato acontecido no passado e tocar em frente?
Isso mesmo, só que a pessoa não tem a força que deveria ter. Muitas vezes o idoso pela idade, pelas doenças, lembra-se muito do passado, fica remoendo isso tudo.
A senhora toca algum instrumento?
Sempre gostei muito de piano, violino. Toquei piano. A música eleva, parece que eu já estou subindo. Não só a música, mas a Santa Missa, a transformação. Aqui no Lar dos Velhinhos estou em um paraíso terrestre.










domingo, fevereiro 19, 2012

CARLOS MORAES JÚNIOR

JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 12 de fevereiro de 2012
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/

ENTREVISTADO: CARLOS MORAES JÚNIOR
O Brasil vive um momento em que a necessidade de mão de obra qualificada tornou-se um gargalo para o seu desenvolvimento, o valor da educação salta aos olhos. Piracicaba é denominada como Ateneu Paulista, embora alguns façam referência a Atenas Paulista, uma forma de dizer que é considerada uma cidade privilegiada pelo número de estabelecimentos de ensino. O ensino público por décadas foi considerado superior ao ensino privado, até surgir reformas como a aprovação continuada, que hoje causa grande polêmica, o princípio estabelecido era louvável, mas na prática é desastroso. Há quem diga que os estudantes muitas vezes concluem o ciclo de ensino com a qualificação de analfabeto funcional. Houve um grande desenvolvimento tecnológico, mas o aprendizado árduo, que requer empenho por parte de alunos e mestres, foi em muitos casos relegado a um segundo plano. Historicamente pode acontecer que um percentual pequeno de alunos que se dediquem ao aprendizado serão líderes naturais em detrimento àqueles que têm o título, mas não estão capacitados. Nessa grande massificação de cultura, emergem ilhas de grupos intelectuais. Piracicaba mais uma vez se destaca, instituições voltadas às Artes Plásticas, Musica, Literatura formam grupos de pessoas interessadas em desenvolverem seu potencial. O Jornalista Carlos Moraes Júnior é o responsável pelo Clube dos Escritores, uma entidade que tem cerca de 600 associados no Brasil todo, classificados em grupos distintos, cada associado recebe denominação referente á cadeira que ocupa. Carlos Moraes Júnior nasceu em Tatuí, no dia 16 de dezembro de 1948 são seus pais Professor Carlos Moraes e Professora Dirce Avalone de Moraes. Carlos é o primogênito dos quatro filhos que o casal teve. A esposa de Carlos é Maria Clarice Alves da Silva Moraes, ambos são pais de Luis Emiliano.
Quem nasce em Tatuí geralmente toca algum instrumento.
Minha mãe era formada em piano. Estudei música por quatro anos, só que como bolsista fui designado a tocar um instrumento com o qual não tinha nenhuma simpatia, o violino, eu queria na realidade estudar piano, só que não tinha bolsa de estudos para piano. Minha mãe era formada em piano. Um dia eu estava tão enfadado daquele instrumento que o joguei em cima de um caminhão que passava, o motorista o trouxe de volta, na época eu deveria ter uns treze anos, estudava teoria musical e tocava violino. Com o decorrer do tempo passei a tocar piano, violão, órgão, escaleta, só não toco sanfona, tenho mais de 30 músicas compostas por mim, geralmente com parceria de alguém que compunha a música e eu fazia a letra. Gosto de música sertaneja, não posso ouvir músicas de Roberto Carlos, acabo chorando, principalmente as músicas da época da Jovem Guarda, eu vivi aquilo. Prefiro a fase mais antiga do cantor, não me identifico com as musicas recentes dele. Acho que Erasmo Carlos mantém-se mais fiel a sua origem.
Quando você compôs a sua primeira poesia?
Foi em 1962. Em Tatuí havia um jornal estudantil, nele eu publiquei as minhas primeiras poesias. Com 13 anos eu já tinha lido Monteiro Lobato, Érico Veríssimo, Machado de Assis, Castro Alves. Jorge Amado eu não tinha acesso. Meu pai dava-me os livros. Na idade entre 13 e 14 anos eu já havia lido mais de 50 poetas, inclusive de outros países. Eu lia muito, na minha cidade não tinha o que fazer, conheci televisão quando tinha 12 anos, ia até a casa de um vizinho que tinha televisão para assistir o desenho do Pica Pau que passa até hoje. Tinha um programa chamado “I Love Lucy”, outro programa com Eva Wilma e John Herbert. Eu adorava o “Grande Teatro Tupi”. Não gostava de futebol, mas era campeão de natação. Eu gostava mesmo era de ler e escrever poesias. Mais tarde é que passei a escrever crônicas, tenho mais de 3000 crônicas escritas e publicadas. Tive a coluna diária chamada “Temática” era publicada pela Tribuna Piracicabana, permaneceu por cinco anos. Simultaneamente eu publicava no Jornal de Piracicaba. Às vezes republico na Gazeta de Piracicaba uma crônica que escrevi há 20 anos e que está dentro do contexto atual. Quero ver se nestas festividades dos 50 anos faço uma exposição dos meus desenhos, tenho dezenas deles.
Em que ano você e sua família vieram morar em Piracicaba?
Foi em 1966, fomos morar na Avenida Armando Salles de Oliveira, entre a Rua Rangel Pestana e D.Pedro II, a casa existe até hoje. Ainda circulava o trem a vapor, a famosa Maria Fumaça, dia e noite escutávamos a movimentação de term. Fomos estudar no Sud Mennucci, no curso científico fui aluno de Argino Cecarelli, do professor Demóstenes que lecionava química.
Nessa época você já trabalhava?
Em 1967 fui trabalhar como revisor no Jornal de Piracicaba, no prédio da Rua Moraes Barros, Dr. Losso Neto era o diretor. Lembro-me do Nelson (Tuca) Barreiro, José ABC era o editor. A primeira poesia que publiquei no Jornal de Piracicaba foi na coluna social do Lino Vitti. Fiquei no Jornal de Piracicaba até 1972, só que ai já estava escrevendo, fazendo Mobral Em Revista, eu era Supervisor no Mobral, Movimento Brasileiro de Alfabetização, eu dava aula no G. E. Olivia Bianco, no Jaraguá, era monitor, depois passei a supervisor. Nessa época escrevia a coluna Temática. O jornalista Geraldo Nunes me convidou para ir fazer reportagem em “O Diário”, em 1972 fiz meu ingresso. A primeira matéria que fiz foi Bandeirantes Modernos, sobre o projeto Rondon, que ocorreu em Rio das Pedras. “O Diário” era um jornal combativo, suas páginas criavam polemicas, fiz muitas reportagens buscando sempre defender os interesses da população. Fazia notas policiais, horóscopo. Apareceu a oportunidade de trabalhar no Jumbo Eletroradiobrás, que se instalava em Piracicaba, fui para São Paulo, fiz um treinamento em seguida inaugurei as lojas da Casa Verde, Aeroporto, Guarulhos, Botucatu, Santos, Campinas e viemos inaugurar a loja de Piracicaba onde me tornei Gerente de Promoção de Unidade, permaneci no Jumbo por dois anos e seis meses.
Como era a liberdade de imprensa no período do Regime Militar?
Em 1967 tinha a sala do censor, dentro do jornal. Fui convidado a explicar uma crônica minha. Tive que explicar linha por linha. O trecho censurado era: “O resto eu não posso contar, tem um gato no telhado, sinhozinho”. O Senhor Censor disse que tinha coisa perigosa na minha crônica. Veja as coisas como eram, o livro “A Capital” de autoria de Oscar Niemayer, sobre a construção de Goiânia era considerado livro de filosofia comunista, um enorme imbróglio com “O Capital” de Karl Marx.
As agências de publicidade já atuavam em Piracicaba?
Trabalhei na Agencia de Publicidade LH, ficava próxima á Porta Larga, eu fazia redação publicitária, só que o trabalho não tinha o reconhecimento monetário que hoje existe.
Você teve a necessidade de trabalhar em algo mais promissor?
Fui trabalhar com atendimento médico no INPS como concursado. O critério de atendimento aos pacientes adotado pela chefia me deixou descontente, saí de lá, percebi que aquele estado de coisas não me fazia bem. Fiz concurso para Fiscal de Rendas Municipal, passei em segundo lugar, ingressei e após 33 anos de trabalho,em 1997, me aposentei. Quando fiz o concurso o prefeito era Homero Paes de Athayde.
E a poesia?
Eu fazia poesia de qualquer coisa. Uma ocasião eu estava no ônibus, em pé, segurando no corrimão, de repente surgia “Na ponte do meu amor você é a longarina...” Quando cheguei nas proximidades da minha casa, na Rua João Botene, eu estava com a poesia inteira na minha cabeça, só não estava escrita ainda, se alguém falasse comigo eu perderia tudo. Vinha decorando-a. Quando cheguei à minha casa. Pronto saiu! Eu pegava o dicionário e lia página por página, procurando decorar as palavras. Lí a Bíblia umas quatro vezes. Como fiscal eu sempre fui um peixe fora da água. Nunca tive a índole de penalizar o contribuinte, mas sim de orientar. O que eu fiz foi amizade com todo mundo, ganhei muitos amigos sinceros. Basicamente eu fiscalizava ISS, Imposto Sobre Serviços, incidente a todos os prestadores de serviços. Fiscalizava desde construções até usinas de açúcar, ficávamos procurando os locais onde pudesse haver irregularidades. Fiscalizava as empresas que realizavam eventos, se estavam com a documentação em ordem, algumas vezes chegamos a parar bailes em pleno andamento, as empresas não estavam devidamente legalizadas, sequer emitiam nota fiscal de prestação de serviços, nem tinham um talão de notas, eram empresas clandestinas.
Em que ano foi fundado o Clube dos Escritores?
Foi em 1995. Em 1986 já estávamos pensando em criar um clube, entre outros esse grupo era composto por Fuzato, Edsel Clemente, Clemente Nelson de Moura, José Moraes. Achávamos que era necessário criar uma coisa nova. Sou um dos fundadores da Academia Piracicabana de Letras, a minha cadeira era a número 4, com as mudanças ocorridas na mesma, fui determinado a ter a cadeira 38. A fundação da APL foi feita pelo João Chiarini, Sacconi, Haldumont Nobre Ferraz, Homero Anéfalos, mais dois integrantes residentes em outras cidades. As reuniões eram feitas no escritório de João Chiarini, na Galeria Brasil. A Academia Piracicabana de Letras tinha mais de 600 cadeiras. Chiarini nunca cobrou anuidade de ninguém. Ele conseguia verbas com empresas da cidade. As sessões magnas eram com mais de 500 pessoas, sendo a maioria de outras cidades, ele realizou essas sessões no Teatro São José, no Clube Cristóvão Colombo, no então Cine Palácio, no auditório da Unimep, da Câmara Municipal. Os participantes dessas sessões eram pessoas de elevado nível intelectual. Em menos de três anos a Academia era conhecida no Brasil todo. Pertenciam á Academia entre outros, Jorge Amado, Juscelino Kubistchek, Ivens Gandra Martins. Chiarini era compadre de Jorge Amado.
Como foi o declínio da Academia?
Com o falecimento de João Chiarini ela entrou em uma fase descendente, o sucessor não administrou com a mesma orientação dada por Chiarini. Henrique Cocenza assumiu a Academia já em uma fase muito difícil.
O Clube dos Escritores nasceu de que forma?
Nós tínhamos o programa Clube dos Escritores na Rádio FM Municipal, isso em 1995. Anteriormente chamava-se Poesia na Madrugada, era levado ao ar da meia noite até meia noite e meia, aos sábados. Eu escrevia o programa, era apresentada a biografia de um escritor, o tempo em que viveu e exemplos de suas obras. Apresentamos 378 programas. Com a mudança de prefeito toda a diretoria da rádio foi mudada, logo em seguida nosso programa deixou de ser apresentado naquela emissora. Fomos para a Rádio Educadora de Piracicaba, a diretora da rádio, Professora Ana Maria Meirelles de Mattos adorava o programa. Ela e o radialista Celso Melotto faziam um bate bola, declamavam poesias. Ela era exímia declamadora. Alícia Pedrassi era outra participante que declamava muito bem. O programa era apresentado no sábado a meia noite. Dona Ana gravava as suas declamações no período da tarde. Permanecemos na Rádio Educadora de 1995 até 1999. Em 16 de outubro de 1995 fundamos na Brasserie o Clube dos Escritores, estavam presentes 23 pessoas.
Escrevi um livro chamado O Poeta Piracicabano abrangendo os anos de 1800 a 1970, encontrei 106 poetas nesse período.
A seu ver quem é o maior poeta piracicabano?
Para mim é Francisco Lagreca.
Como surgiu o nome de um de seus livros “Nem Tambores, Nem clarins”?
Eu tinha um livro pronto, disse ao Henrique Cocenza que precisava de um nome para o mesmo. Ele então me perguntou: “-Seu livro tem tambores? Tem clarins? Então pode ser Nem tambores, Nem clarins!” esse livro foram duas edições. Estávamos tentando descobrir uma forma acessível para escrever e publicar livros, era caríssimo. Em 1986 montamos uma cooperativa, a Coopia, Cooperativa Independente de Autores. Eram 10 pessoas, cada um pagava uma mensalidade, e saia um livreto por mês. Com o passar do tempo os integrantes do grupo dispersaram. Para escolher de quem seria o livro a ser publicado era feito um sorteio. Passamos a fazer literatura alternativa, eram impressos livretos com 10 a 12 páginas. Conseguíamos anúncios publicitários para todas as páginas. Fiz 389 livretos, meus, totalizando 35.000 exemplares, eram distribuídos gratuitamente. Fiz uma oficina de literatura alternativa na Casa do Povoador, isso em 1986. Ensinava como compunha, montava um livreto. Essa coleção eu doei para a Biblioteca Municipal.Publiquei 1200 poesias minhas, em 12 volumes, com ilustrações na capa, feitas por mim. Fiz o livro Poeta Piracicabano que vendeu 1.500 exemplares, o dinheiro, fruto da venda do livro, doei ao Crami. Em outubro deste ano estarei completando 50 anos de carreira, de jornal, poesia. A primeira sessão magna do Clube dos Escritores foi feita no Mirante, foi estrondoza, tinha mais de seiscentas pessoas. Tarciso Mascarim e Antonio Altafin foram homenageados.
Como são designados os associados do Clube dos Escritores?
Existe o Membro Titular Fundador, Membro Titular Emérito, o Conselho, o Decano do Conselho, em seguida temos o Colegiado Acadêmico e Preclaro. Temos sócios honorários, assim como assinantes da revista. No início, juntamente com Haldumont Nobre Ferraz, o Tiquinho, criamos três categorias: Cidadão Prestante, Cidadão Emérito e Magna Persona, esses foram os três primeiros diplomas que demos, conforme lei municipal e registro em cartório. Todos os títulos que mencionei são frutos de lei e tem registro em cartório. Criamos mais três: Magno Mérito Cívico Cultural, Medalha Cientifica Walter Radamés Accorsi e Escritor Honoris Causa.
O Clube dos Escritores conta com quantos membros atualmente?
São 740 membros, em 189 cidades localizadas em 20 estados. Duas vezes por ano realizamos sessão magna, este ano de 2012 será dia 27 de julho e 26 de outubro, na Câmara Municipal. O titulo de Honoris Causa só concedemos um até hoje, foi para um associado do Rio Grande do Norte, ele veio até Piracicaba para receber o título. Há associados que em função de diversos fatores não tem como se locomover até Piracicaba. Em novembro do ano passado realizamos uma sessão magna contando com associados de 32 cidades. Atualmente a nossa revista é enviada por e-mail. www.cclubedos escritores.comunidades.net, temos uma comunidade no facebook.
O Clube dos Escritores proporciona á você grandes alegrias?
Tenho muita satisfação quando entra em contato com o clube alguém de uma cidade da qual só conheço o nome, algumas eu nem sabia que existia, como Vanini no Rio Grande do Sul, é muito grande a alegria de estar conversando com a pessoa que se idêntica com o clube. O Clube dos Escritores em determinadas categorias abrange além de textos, também artes e ciências.
Há mais homens ou mulheres participando do Clube dos Escritores?
A presença feminina é maior. Há poetisas com um talento espetacular. Assim como cronistas, como uma de Porto Alegre.
Você sente-se orgulhoso em levar o nome de Piracicaba á todas essas cidades?
Nós fazemos o que o João Chiarini fazia. Acedito que o pensamento de João Chiarini está correto, escritores não se resume nos 40 grandes nomes, há escritores de todo porte, excepcionais, escritores mais fracos, outros são medianos, iniciante. A nossa academia que é de Ciencias, Artes e Letras, e só não se chamou Academia Piracicabana de Ciências, Artes e Letras, por resistência de alguns integrantes de outra academia, que no entender deles seriam duas academias concorrentes, o que de fato não é realidade.
O membro da Academia de letras é denominado de imortal, isso ocorre com os membros do Clube dos Escritores?
O integrante do Clube dos Escritores é considerado imortal, cada um tem um patrono, que são pessoas de Piracicaba, temos vários que eram membros da academia, faleceram e hoje poderão dar seus nomes à cadeiras.
O Clube dos Escritores recebeu alguma homenagem?
Devemos ter umas 10 moções de aplauso feitas em diversas épocas. A nossa medalha de colegiado está exposta em Brasília, onde em um local mantido por militares ficam expostas medalhas do país inteiro. A figura estampada na medalha nós desejamos que fosse de São Paulo, o santo. Haldumont Nobre Ferraz tinha o sonho de fazer o Colar de Mérito Literário. Em 2012 será o terceiro ano que concederemos o colar. O Clube dos Escritores conta com 189 delegados espalhados pelo Brasil.
O brasileiro lê?
O brasileiro lê, o problema é o que ele está lendo. O que está acontecendo nos últimos dez anos, tenho visto isso nas bienais do livro espalhadas pelo Brasil, é a quantidade de crianças procurando livros. Isso é importante. Estou completando um ciclo da minha vida, 50 anos dedicados à literatura.









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