domingo, novembro 09, 2008

BANHO DE SOL

Foto J.U.Nassif




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Aleijadinho existiu?

Aleijadinho existiu? De acordo com o livro Aleijadinho e o aeroplano, de Guiomar de Grammont, a resposta é “não”. Aleijadinho não “existiu”. Quem existiu foi Antônio Francisco Lisboa, escultor pobre, que viveu em Vila Rica no século XVIII e teve uma vida muito mais prosaica do que a do mito consagrado na história. De acordo com Guiomar, existiram diversos “Aleijadinhos”, inventados à medida que se deu a construção nacionalista de uma imagem da “arte brasileira” em diferentes contextos, do século XVIII até hoje. Cada momento criou o seu Aleijadinho em diversos gêneros literários e científicos, segundo a autora, que é doutora em barroco mineiro e diretora do Instituto de Filosofia Artes e Cultura da Universidade Federal de Ouro Preto.“Aleijadinho tornou-se um monstro sagrado, espécie de Hefesto, deus coxo capaz de fabricar maravilhas, indefinidamente, em sua forja. Em minha opinião, a principal injustiça foi tomá-lo esse ser inumano, grotesco, deslocado do seu tempo. Grande parte das obras importantes do período levaria a assinatura de Aleijadinho, o que é inconcebível, uma inverdade histórica que desrespeita também a obra comprovadamente produzida pelo ateliê do talentoso artífice Antônio Francisco Lisboa. Seria necessário que o Aleijadinho tivesse tido dez vidas a mais para realizar tudo o que se lhe atribui”, explica Guiomar. Ao analisar os documentos reunidos sobre a história do artífice, a autora chega a conclusões absolutamente inéditas: não há prova de que Antônio Francisco Lisboa tenha sido filho de Manuel Francisco Lisboa ou de que ele tenha sido arquiteto, como afirmam os críticos que lhe atribuem o risco de diversas obras arquitetônicas, entre outros pontos polêmicos. Guiomar mostra como o mito foi reapropriado e tomado como evidência histórica, sem contestação, em diversos programas da história do pensamento sobre artes e letras no Brasil. Nos séculos XIX e XX, vários discursos interpretaram as obras atribuídas ao Aleijadinho a partir de noções raciais, ambientais, psicológicas, artísticas e políticas não existentes no tempo em que o personagem viveu.



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quinta-feira, novembro 06, 2008

"Viu dois séculos de chicote a lacerar carne e outros dois séculos de lágrimas, de gemidos e lamentos os uivos de dor. E viu a América ir saindo dessa dor, como a pérola, filha do sofrimento do molusco, nasce na concha..."
Monteiro Lobato, in "O presidente negro"




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quarta-feira, novembro 05, 2008

APLAUSOS INESPERADOS


Alguém me contou, não tive a oportunidade de fotografar o fato. O falecido Prefeito Luciano Guidotti, cuja memória é perpetuada pelos piracicabanos, foi um executivo muito dinâmico. Realizou obras de impacto na cidade. Mas também zelou por pequenos detalhes. Uma das suas manifestações de apreço aos sepultados no Cemitério da Saudade era de deixar o mesmo impecável para a visita que ocorria em grande número de familiares no Dia de Finados. Além de uma faxina rigorosa, pintava os muros, em ambas as faces, dentro e fora. Isso ás vezes exigia um esforço extra da equipe encarregada de realizar a exaustiva tarefa. Não raro, na véspera continuavam a trabalhar noite adentro até o raiar do sol. Sabiam que o Prefeito Guidotti iria fazer a vistoria pessoalmente. E também sabiam que apesar de ser um homem de um coração muito bondoso era também de pulso firme e falava o que pensava sem rodeios. Despertava um misto de grande admiração e respeito muito próximo ao temor. Exaustos, os funcionários estavam do lado de dentro do cemitério, concluindo os trabalhos para que dali algumas horas o cemitério passasse a receber os visitantes. A cidade era despertada por volta das 6 horas com o toque da alvorada, pela banda de música, justamente em frente ao cemitério, naquele dia de finados. É necessário que a banda realize um aquecimento dos instrumentos. Cada músico aquece, afina, enfim dedica-se a deixar o instrumento que vai utilizar em condições ideais de uso. O pessoal que fazia a faxina do cemitério aproximou-se do muro para ver o que estava acontecendo. E de lá ficaram algum tempo apreciando, aqueles uniformes com botões dourados. Os instrumentos musicais reluzentes. Com isso vários músicos foram se agregando, tocando trechos, muito mais para a afinação. Sem perceberem a presença dos operários observando-os. Acabaram tocando um pequeno trecho de uma música. Isso antes de raiar o dia. Ao final da “apresentação” os operários que estavam acompanhando de dentro do muro do cemitério aplaudiram calorosamente. Pegos de surpresa, ainda escuro, dizem que foi uma debandada geral dos músicos. Em ritmo acelerado. Coisa de Piracicaba!




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A TURMA DO RELÓGIO

Foto by J.U.Nassif

Praça José Bonifácio, centro de Piracicaba. Diz a lenda que há algumas décadas havia um grupo de conhecidos, em sua maior parte aposentados, que se reuniam todos os dias nessa praça. Alí ficavam a contar causos, comentar as notícias do dia, até chegar a hora de ir para casa almoçar. Como havia uma série de bancos para sentarem-se, escolhiam aquele em que o sol não atingia. Com o passar das horas, em determinado momento, os raios de sol acabavam penetrando entre os galhos das árvores. Então todos levantavam-se e sentavam-se em outro banco na sombra. Esse ritual tinha a mesma periodicidade dos ponteiros do relógio da catedral.
Com o tempo para saber aproxidamente as horas era só olhar em que banco eles estavam sentados! Línguas afiadíssimas passaram a chamar esses respeitáveis senhores de "A Turma do Relógio". Coisas de Piracicaba!



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BOLO DA VOVÓ


Foto by J.U.Nassif

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