quinta-feira, maio 14, 2009


MNOEL PEDRO LOUÇA
PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com
Sábado, 09 de maio de 2009.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/ http://blognassif.blogspot.com/ ENTREVISTADO: MANOEL PEDRO LOUÇA


Durante a nossa vida, aparecem uns cavalos selados. Tem vezes que aparece um só. Tem gente que monta e vai embora, tem gente que deixa passar, esperando outro, um melhor, quem sabe outro... Sorte indica casualidade e é muito usada para justificar frustrações quando não alcançamos nossas metas, dizendo que não fomos agraciados com ela ou, pior ainda, dizendo que aqueles que alcançaram seu intento o fizeram por “pura sorte”. Sorte não existe com essa conotação e o cavalo selado é uma boa metáfora para mostrar que quando estamos devidamente preparados, as oportunidades aparecem e temos que ser rápidos para percebê-las e aproveita-las, mas com certeza esse cavalo não é único e nem tampouco raro. O cavalo selado das boas oportunidades pode passar inúmeras vezes ao longo de nossa carreira profissional, porém é importante saber que sua passagem é proporcional ao nível de atenção que estamos dando ao nosso desenvolvimento. Só espere por sorte, oportunidade ou cavalo selado se você estiver trabalhando duro na construção de sua carreira. Você é o responsável por sua boa sorte. Manoel Pedro Louça é um exemplo vivo de quem soube preparar-se para o cavalo selado. Nasceu em 24 de outubro de 1956, almeidense, natural de Conceição do Almeida, localizada no Recôncavo Baiano. Conforme informações do IBGE em 2007 moravam 17.684 habitantes no município. Filho de Bernadete dos Santos Louça e Antonio Pedro Louça, têm ao todo 12 irmãos. Pedro afirma com um sorriso que pode ter o orgulho de ter dois pais, isso porque tem um pai biológico e o padrasto a quem sempre se refere como pai, com orgulho e respeito.
Pedro, o seu treinamento em capoeira é uma volta ás origens?
Na Bahia o pessoal joga capoeira, talvez com a mesma freqüência, como as pessoas residentes em Piracicaba praticam o futebol. É comum a reunião em qualquer espaço disponível para brincar, jogar a capoeira. Eu comecei a praticar a capoeira com 48 anos de idade, hoje eu tenho 53. Fiz apenas três anos de capoeira, mas ainda tenho força de vontade para voltar! É uma excelente atividade física, movimenta todo o corpo, ao som do berimbau a descontração é muito grande. A história da capoeira atingiu essa grandiosidade difundindo a cultura brasileira pelo mundo, graças á atuação de Mestre Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha) e Mestre Bimba (Manoel dos Reis Machado).
Você é um apreciador da culinária baiana?
Trata-se de uma cozinha com tempero mais forte. Usa-se coentro, o azeite de dendê adicionado ao leite de coco é um laxante natural. Quem não está habituado deve tomar certo cuidado, o segredo para quem experimenta e gosta é consumir com moderação, até o organismo ir adaptando-se. A moqueca de peixe é um prato que utiliza azeite de dendê e leite de coco. O acarajé é outra delicia baiana. Existe uma variedade enorme de doces, aqueles que usam coco, milho, mandioca. Bolo de mandioca é muito bom. A tapioca é servida hoje em café da manhã até nos hotéis mais requintados da Bahia.

Em que ano você chegou a São Paulo?
Foi em 1959, eu estava com três anos de idade. Meu pai tinha a função de vigilante em uma indústria, o registro de sua carteira profissional denominava a atividade na época como guarda-noturno. Minha mãe trabalhava como doméstica. Quando chegamos á São Paulo fomos morar em uma casa na Rua Pinheiros. Depois mudamos para Vila Madalena, que ainda não tinha o glamour que tem hoje! Ali eu permaneci até meus oito anos de idade, cursei a Escola Brasílio Machado. Mudamos para o Bairro Ferreira, vizinho á Vila Sônia, nas proximidades dos bairros Caxingui, Morumbi, isso no tempo em que a Avenida Francisco Morato tinha o leito carroçável ainda sem calçamento, era terra nua. Quando nós passávamos pela ponte que cruzava o Rio Pinheiros víamos o pessoal pescando, onde hoje é o Shopping Eldorado não existia nada, era tudo mato! Estou no Estado de São Paulo há 50 anos, sendo que vivi 30 anos em São Paulo e há 20 anos estou em Piracicaba. Quando mudamos para esse bairro havia uma valeta onde corria o esgoto a céu aberto, existia um pedaço de tábua que usávamos como ponte para passar sobre essa valeta e chegarmos á nossa casa.
Aos oito anos de idade você já trabalhava?
Eu comecei a vender cocada na feira livre. Minha formação e tino comercial surgiram dali. Minha mãe como baiana fazia uma cocada muito boa, meu pai quebrava, descascava o coco. Eu mal sabia fazer troco, o próprio cliente fazia e ás vezes deixava até dinheiro a mais para mim. O dinheirinho que permitiu a compra de alguma coisa a mais para casa surgiu dessa atividade minha. Surgiu então á idéia de vender coxinhas, salgadinhos. Passei a ter além de vender a cocada em outro horário vendia os salgadinhos. No bairro onde morávamos existiam muitos terrenos baldios onde nascia abóbora, chuchu, eu colhia, colocava em um carrinho de pedreiro e colocando um pano na cabeceira da feira livre, fazia montinhos com unidades de chuchu, pedaços de abóbora e vendia. Na época de festas de São João eu vendia bombinhas, abastecia-me no Bairro de Pinheiros. Comprava uma caixa de fogos e vendia para a garotada, com uma taboa colocada no portão de casa, improvisei um balcão que ficava á altura do peito dos meninos. Com pouca idade já era um pequeno empreendedor, era á vontade e a necessidade de ter uma vida melhor. Tudo que eu ganhava eu guardava. Eu era muito econômico, gastava muito pouco.
Você também soltava fogos?
Eu era criança, tinha vontade, mas assim mesmo era econômico.
O menino que vendia bombinhas tinha apelido?
Tinha sim. Até hoje me surpreendo quando alguns parentes me chamam de Néquinha, uma corruptela de Manoel.
Em algum momento sentiu-se infortunado, injustiçado?
De jeito nenhum! Sinto-me um privilegiado e abençoado por Deus. Minha esposa chama-se Edna Giacomini Louça, temos três filhos, Marcelo, Sandra e Érica estão estudando em boas escolas. A Érica, que é a mais velha, pretende cursar Terapia Ocupacional. Minha vida é uma vida de realizações.
O fato de começar a trabalhar muito pequeno ainda, trouxe algum prejuízo á você?
Pelo contrário! Foi ali que eu aprendi que trabalhando eu poderia conquistar alguma coisa na minha vida. Eu não tinha nada, e através da venda de cocada, do salgadinho, carregando carrinho com abóbora, chuchu, eu obtinha os recursos que necessitava. Se hoje estou trabalhando no comércio, eu tenho um comércio de cópias, a Cópias & Cia., em Piracicaba, acredito que tudo é devido a minha formação. Trabalhar nunca me fez mal nenhum, nunca me senti uma criança triste, sempre sobrava um tempinho para brincar. Fui trabalhar com oito anos de idade, hoje isso seria considerado como exploração de menor. Ia para a escola e ao trabalho.

Você superou muitas barreiras?
Na época em que viemos para São Paulo havia muita discriminação. Imagine chegar á cidade, baiano, sem dinheiro, filho de negro! O meu pai Antonio Pedro é negro, a minha mãe é branca. Era um desafio. Havias as brincadeiras e muitas vezes para me sentir inserido ao grupo, fingia que não estava ouvindo. Mas foram acontecimentos que só serviram para me fortalecer. Hoje não sinto nenhum tipo de discriminação, nem preconceito, sinto-me muito a vontade. Piracicaba é maravilhosa. Quantas pessoas que assim como eu vieram de outras localidades e encontraram-se aqui.
Você professa alguma religião?
Sou católico. Procuro ir á igreja para agradecer mais do que pedir. Só tenho a agradecer, Deus já fez tudo para nós, dando-nos saúde, sabedoria. O resto nós temos que ir atrás. E agradecer. Cabe a nós decidirmos o nosso destino. Temos o livre arbítrio.
Trabalhando você conseguiu ainda continuar com os estudos?
Apesar da origem humilde meus pais sempre me dirigiram para os estudos. Com quatorze anos de idade além de freqüentar a escola publica fui aconselhado pelo meu pai a fazer um curso de datilografia que existia perto da minha casa.
Você fazia a feira, vendia bombinhas, ia para a escola e foi fazer um curso de datilografia, o tempo era suficiente para isso tudo?
E sobrava ainda! Tinha tempo para jogar “taco” na rua. É um jogo com um circulo em cada extremidade do espaço limitado pelos participantes, dentro desse circulo havia três pauzinhos formando uma pirâmide. O objetivo era derrubar esses três pauzinhos arremessando uma bolinha. Assim que eu terminei meu curso de datilografia fui tirar a minha carteira profissional. Voltando para a minha casa, um ponto antes do meu ponto de descida do ônibus, eu vi uma placa onde estava escrito: “Precisa-se menor”. Era uma fábrica de reatores para luminárias, a Helfont. Isso era na hora do almoço, eu estava com uma fome danada. Pensei, estou com uma carteira profissional, e tem uma placa anunciando que precisa de um menor. É meu isso aí! Desci no ponto onde deveria descer, fui até a minha casa, almocei. Almoçando e pensando naquela placa.
Você já sabia que não deveria fazer nenhum negócio com fome?
Eu acho que não passaria pela entrevista! Logo após o almoço, dei uma melhoradinha na minha roupa, alguma coisa me dizia que deveria estar apresentável. Dava para ir a pé, fui até a indústria, onde fizeram uma pequena entrevista comigo. Preenchi uma ficha e me contrataram. A resposta da empresa foi na hora. Na minha carteira foi colocada a função de Aprendiz de Apontamentos. Isso foi no dia 2 de janeiro de 1973.
Ao saber que tinha sido aprovado para a vaga, qual foi a sua reação?
Cheguei á minha casa, falei com a minha mãe e com o meu pai, ele trabalhava a noite e durante o dia ficava em casa. Disse-lhes que tinha conseguido a vaga, e dois ou três dias eu comecei a trabalhar. O que eu não sabia era que no primeiro eles iriam me colocar um macacão, usado, cheio de graxa, eu fui trabalhar no chão de fábrica mesmo. A minha função era varrer a parte de ferramentaria, limpar os tornos, fresas, plainas. Os cavacos produzidos pelos tornos e pelas plainas principalmente, saem enroladinhos. No processo de usinagem é utilizado o óleo de linhaça, o contato da mão com os cavacos produz cortes superficiais, o óleo de linhaça faz com esses cortes fiquem expressivos. Se alguém olhasse a minha mão veria os cortes superficiais com os pequenos riscos pretos marcados pelo óleo de linhaça. Eu não imaginava a importância daquilo na minha vida. Tornei-me projetista industrial por ter trabalhado no meio de torneiros, ferramenteiros, fresadores. Fazendo a limpeza de cada seção conversava com eles, conhecia as diversas funções de cada profissão. Até que um dia decidi que iria ser ferramenteiro. Os ferramenteiros ganhavam muito bem. Um deles, o Ortiz disse para que não me tornasse ferramenteiro. Ele mostrou a amputação de parte de um dedo, que ele tinha perdido em seu trabalho. O torneiro Alvacir foi quem me levou para a Escola Protec de São Paulo, na unidade que se situava na Avenida Liberdade, para fazer um curso de desenho mecânico. A Protec tinha unidades ainda na Rua Augusta, no Brooklin e na Rua Conde de São Joaquim. O meu chefe na Helfont chamava-se Gevair Salgado de Castro, um grande homem. Foi ele quem viu que eu tinha o curso de datilografia e me colocou para fazer apontamentos. Continuei varrendo a seção, mas já marcava hora por peças, por máquina, para efeito de calculo de custos das peças. Depois eu mesmo passei a calcular os custos. Aos poucos fui progredindo.
Como foi seu desempenho na escola Protec?
Primeiro fiz o curso de desenho e depois o de projetos de ferramentas. No primeiro dia de aula de projetos de ferramentas, o diretor entrou na sala de aula e disse para a classe que os melhores alunos seriam convidados para dar aulas na escola. No ultimo dia de aula eu fiquei sabendo que tinha sido aprovado com uma boa nota (Pedro tinha tido a melhor nota da turma), mas não havia sido convidado para ser assistente e ter a possibilidade de ser efetivado na escola. Senti-me injustiçado e fui reclamar os meus direitos na diretoria. O cargo não era remunerado, após três meses se fosse aprovado como assistente ganharia uma ajuda de custo. Talvez até para se livrarem da minha queixa, acabaram me colocando como assistente de um professor muito bravo, rigoroso, mas didaticamente um dos melhores professores. Ele fazia questão de ser bravo. Nós chamávamos a sala de Maracanãzinho, era uma sala 90 alunos. O assistente tinha que trabalhar muito, os alunos usavam pranchetas de desenho, o assistente circulava entre elas. O professor permanecia na frente da classe. No primeiro mês de aula esse professor adoeceu, havia falta de professores na época, a diretoria me convidou e eu assumi a sala. Como ninguém gostava do professor, os alunos eram meus amigos. Os alunos me ajudaram a dar aulas. Ao voltar já restabelecido o professor viu que a matéria estava em ordem, ele se transformou em um grande amigo meu, graças ao seu apoio eu fui efetivado nessa escola, onde ocupei todos os cargos até chegar a ser coordenador de ensino. Vim para Piracicaba abrindo uma filial.
Como seus pais viam a sua trajetória?
Com muito orgulho. Meu pai reside em Goiânia, dia 14 de maio ele fará 95 anos. Lúcido, saudável, não bebe, não fuma, dorme cedo e vive com um sorriso no rosto.
A unidade de Piracicaba surgiu como?
O Comendador Dr. Francesco Provenza era o dono da escola, italiano, muito exigente, muito bravo, de uma honestidade e competência singulares. É mais uma das pessoas que influenciaram muito a minha vida. Ele me conduziu, me moldou, ensinou. Quando disse que gostaria de abrir uma filial dele no interior de São Paulo, para beneficiar aos alunos do interior que tinham que viajar aos sábados para fazer o curso em São Paulo, ele me deu carta branca para abrir essa filial. A minha intenção era abrir em Limeira, porque lá havia muitas indústrias. Fui para lá, ao pegar a lista telefônica vi o nome: Piracicaba. Resolvi conhecer melhor Piracicaba. Fiquei hospedado no Hotel Beira Rio, á noite o barulho das águas do rio era gostoso. Acho que foi esse barulho que me convenceu a abrir a escola em Piracicaba. Isso foi em 1988. Abrimos no Sisal Center, depois abrimos na Rua Prudente de Moraes, 623.
Como surgiu um novo negócio para você?
Quando veio o auto-cad (desenho por computador) o desenho de prancheta, que era o meu forte começou a cair. Um desenhista de auto-cad substituía seis desenhistas de prancheta. A procura pelo curso diminuiu. Cheguei a trazer um engenheiro de São Paulo para dar o curso de auto-cad. O valor da mensalidade do curso era muito alto. Eu tinha na secretaria da escola uma maquina de cópias que era utilizada para confeccionar provas, material didático. O aluno pedia para tirar cópias, o professor pedia para tirar cópias, os vizinhos pediam para tirar cópias. Passei a cobrar pelas cópias, para não ter prejuízo. A partir do momento que passei a cobrar outras pessoas vieram. Um dia a maquina quebrou. Um cliente muito, mas muito bravo, me ofendeu um pouquinho porque a máquina estava quebrada. Fiquei muito triste, estragou meu dia. Esse cliente não voltou mais, eu até gostaria de encontrá-lo para agradecer. Graças á reclamação desse cliente, resolvi comprar uma outra máquina usada, ambas as máquinas eram Nashua. Com duas máquinas resolvi colocar uma placa na frente do prédio, com os dizeres “Xérox aqui”. E aí não parou mais!




quarta-feira, maio 06, 2009

Cuidado com os ladrões...
Cabralzinho, líder estudantil em Campina Grande, foi passear em Sobral, no Ceará. Chegou em dia de comício. No palanque, longos cabelos brancos ao vento, o deputado Crisanto Moreira da Rocha, competente orador da província :
- Ladrões !
A praça, apinhada de gente, levou o maior susto.
- Ladrões ! Ladrões, porque vocês roubaram meu coração !
Cabralzinho voltou para Campina Grande, candidatou-se a vereador. No primeiro comício, lembrou-se de Sobral e do golpe de oratório do deputado, fechou a cara, olhou para os ouvintes com ar furioso :
- Ladrões !
Ninguém se mexeu. Cabralzinho sabia que política em Campina Grande era briga de foice no escuro. Queria o impacto total.
- Cambada de ladrões !
Foi uma loucura. A multidão avançou sobre o palanque. Pedra, pau, sapatos. O rosto sangrando, acuado, Cabralzinho implorava :
- Espera que eu explico ! Espera que eu explico !
Explicou. Ao médico, no hospital.
A historinha é narrada por Sebastião Nery.



Número de rins
No Curso de Medicina, o professor dirige-se ao aluno e pergunta:

-Quantos rins nós temos?
-Quatro! Responde o aluno.
-Quatro? - Replica o professor, arrogante, daqueles que têm prazer em gozar sobre os erros dos alunos.
Traga um molho de feno, pois temos um asno na sala - ordena o professor ao seu auxiliar.
-E para mim um cafezinho! - Replicou o aluno ao auxiliar do mestre.
O professor ficou irado e expulsou o aluno da sala.
O aluno era, o humorista Aparício Torelly Aporelly (1895-1971).
Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre:
- O senhor perguntou-me quantos rins 'nós temos'.
'Nós' temos quatro: dois meus e dois seus. Tenha um bom apetite e delicie-se com o feno.


terça-feira, maio 05, 2009

Provérbios da Era Digital

A pressa é inimiga da conexão

Para bom provedor uma senha basta

Não adianta chorar sobre arquivo deletado

Quem com vírus infecta, com vírus será infectado

Quem não tem banda larga, caça com modem

Quem nunca errou, que aperte a primeira tecla



Viva como se fosse morrer amanhã.
Aprenda como se fosse viver para sempre.
(Mahatma Ghandi)


Operários acham garrafa com bilhete de 1944 em Auschwitz


Operários acham garrafa com bilhete de 1944 em Auschwitz
Mensagem foi escrita por jovens prisioneiros do campo de concentração nazista.
Operários que trabalhavam perto do local onde funcionou o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, encontraram uma garrafa contendo um bilhete deixado por prisioneiros dos nazistas há quase 65 anos.
A garrafa estava escondida em uma parede de concreto no porão de uma escola abandonada que era usada como armazém pelos militares nazistas,a algumas centenas de metros de distância do campo de concentração.
Acredita-se que os militares tenham obrigado os prisioneiros a reforçar as paredes para também usar o local como abrigo antiaéreo.
Segundo um representante do Memorial e Museu de Auschwitz-Birkenau, a mensagem foi escrita a lápis em 9 de setembro de 1944. Nela, estão os nomes, as cidades-natais e os números de prisioneiro de sete detentos - seis poloneses e um francês.
"Todos têm idades entre 18 e 20 anos", diz a frase final do bilhete.
Escondida
"Os autores eram jovens que estavam tentando deixar algum rastro de sua existência", disse o porta-voz do museu.
Ele informou ainda que pelo menos dois deles sobreviveram à sua passagem pelo campo, mas não deu mais detalhes.
A mensagem deixada na garrafa teria sido escrita em um pedaço de saco de cimento.
Cerca de 1,1 milhão de pessoas morreram em Auschwitz sob o regime nazista.
A maioria delas era de judeus europeus, mas também havia poloneses não-judeus, ciganos e outros.

LUIZ ANDRÉ FILHO

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com
Sábado, 30 abril de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/ http://blognassif.blogspot.com/
ENTREVISTADO: LUIZ ANDRÉ FILHO


Desde quando José de Anchieta, por volta de 1550, dedicou-se a transmitir novos conhecimentos aos naturais da terra, ensinar é mais uma vocação do que um fim. Nos dias atuais, são imensos os desafios encontrados a quem se dedica a esse ofício. Se Anchieta recorreu a música para poder transmitir melhor seus ensinamentos, hoje a tecnologia está a serviço do aprendizado. Os instrumentos tradicionais e seculares como o giz, a “pedra” como por longos anos foi assim chamada a tradicional lousa, aos poucos vão cedendo seu grau de participação para telas de computadores, transmissões de aulas por satélite. E para o espanto de muitos, uma pesquisa recentemente divulgada pelo conceituado jornal O Estado de São Paulo, o aproveitamento dos alunos através de novos métodos de ensino é muito superior aos alunos que ainda praticam as formas de ensino tradicionais. Luiz André Filho um dia teve que fazer uma opção, entre um emprego que oferecia estabilidade, status e um bom salário, como funcionário do governo ou buscar novos desafios. Deixar de assumir um cargo desse nível, obtido após realizar um concurso, parecia uma temeridade. A sua opção pessoal hoje reflete na vida de muitas pessoas, que buscam conhecimento nos estabelecimentos de ensino que estão sob sua supervisão. Natural da cidade de São Paulo, nascido no bairro da Mooca, em 24 de maio de 1946, passou sua infância na Vila Formosa, morava em uma rua de nome bastante peculiar: Rua Dedo de Deus. Luiz André Filho é o novo presidente do Clube de Campo de Piracicaba, empossado no dia 1º de Maio de 2009.
Qual era a principal diversão do senhor na época da sua infância e juventude?
Futebol! Sempre fui ligado em jogar bola. Naquela época havia a denominação de “ponta-direita”, nessa posição é que eu “corria atrás da bola”! Cheguei a brincar um pouco no campo do Juventus, na Rua Javari. Mas nunca fui um exímio jogador de futebol, embora mantenha o habito de praticar o esporte até hoje.
O senhor estudou em colégio particular?
Estudei no Colégio Sagrado Coração de Jesus, junto a Igreja da Vila Formosa. Lá cursei o ensino fundamental. Todos os dias antes de iniciarem-se as aulas os alunos faziam uma oração. Cheguei a ter aula de latim. Em Piracicaba cursei o ensino Técnico de Contabilidade na Escola Cristovão Colombo, a “Escola do Zanin”. Ficava na Praça José Bonifácio, a lado do Cine Politeama. Depois fiz Administração de Empresas na Unimep e posteriormente formei-me como bacharel em Direito pela Unimep. No período em que cursava Administração, participei do escritório contábil Perecin e Godoy. Eu me especializei em Direito Tributário. O escritório tinha cada elemento executando uma área de especialização. Atendia não só as empresas de Piracicaba como também as empresas da região. Foi na época em que prestei concurso para Auditor (Fiscal) Federal e fui aprovado. No auge da minha juventude, tinha uma vontade muito grande de dar continuidade ao desenvolvimento do escritório, fato que já estava ocorrendo.
Mais tarde senhor deixou essa sociedade e montou seu próprio escritório?
Exatamente! Foi quando montei o meu próprio escritório, chamado Fisconsult. Isso no tempo de copiar o diário na gelatina. O diário era todo datilografado em um papel próprio para esse processo, e depois se aplicava uma gelatina já especifica para esse fim, dessa forma era realizada a “impressão” do diário sobre o livro!
Com quantos anos de idade o senhor mudou-se para Piracicaba?
Na época eu tinha 14 anos de idade. A família da minha mãe é daqui de Piracicaba. A família do meu pai tem suas raízes em São Manoel. Conheceram-se aqui em Piracicaba, casaram-se e tiveram cinco filhos: Cecília, André, Bernadete, Lucia, Tarcísio. Nós sempre vínhamos passear em Piracicaba, e um detalhe interessante é que a estrada de São Paulo á Piracicaba não era asfaltada. O leito carroçável era de terra, na época meu pai usava um “guarda-pó” sobre a roupa, para preservá-la da poeira. Ele era proprietário de uma fábrica de móveis estofados, foi em um período em que houve uma grande procura por esse tipo de móvel. Na época a fabrica ficava no bairro Belém. Quando ele mudou-se para Piracicaba, continuou com a mesma atividade. A fábrica chamava-se Móveis Brasília, ficava na Rua Bom Jesus esquina com a Rua Treze de Maio. A inspiração veio da então fundação da capital federal, tanto que o logotipo da empresa tinha os célebres traços do Palácio do Planalto, obra de Oscar Niemeyer. Em Piracicaba fazíamos não só móveis estofados, mas como todo tipo de móveis. O pessoal que ia casar mobiliava a casa toda. Até hoje existe móveis feitos naquela época.
Qual era o tipo de sofá mais procurado na época?
Era o sofá-cama, revestido por curvim.
Aqui em Piracicaba vocês chegaram a ter uma caminhonete que até recebeu um nome próprio?
Era a Dengosa. Uma caminhonete que por muitas vezes dei a partida nela usando a manivela. Era verde-escura.
Vocês criaram um modelo de sofá muito curioso?
Isso foi na fase em que eu tinha 18 a 19 anos de idade. Tinha uma turma de amigos que gostava muito de muito de sair, fazer seresta: o Japão, o Magrão, entre outros. Criamos na época o sofá-cama já com toca discos embutido. Ficava no braço do sofá. Abria-se uma tampa e saia o toca discos, no braço do lado oposto do sofá ficavam os discos de vinil a serem tocados. A caixa de som ficava embaixo do sofá! Isso foi no tempo em que os Beatles faziam sucesso! Vendemos para vários estados do Brasil.
Qual era o nome desse engenhoso produto?
Temos que conhecer um pouco melhor as circunstâncias. Meu apelido era Dumbo, não por causa das orelhas, mas por ser considerado inteligente. Nós então denominamos essa linha de sofás como Dumboflex! Chegamos a gravar um jingle onde o mote era: “Dumboflex! Dumboflex...Dumboflex! Infelizmente não preservei nenhuma cópia dessa propaganda. Já procurei, mas não encontrei.
O senhor toca algum instrumento?
Não. Apesar de gostar muito de música, ficava só aplaudindo. Meu pai tocava violino, por um bom tempo tocou violoncelo, minhas irmãs tocam piano. Fiz algumas tentativas, mas não evoluíram.
Qual é a origem do nome André?
A origem é italiana, o nome original é Andreello. Meus avós paternos eram italianos, ele chamava-se Mansuetto Antonio Andreello, e ela Lucia Bertoncini Andreello. Meu pai é Luiz André e minha mãe é Ana Barbosa André. Estou fazendo uma correção, o sobrenome André é uma corruptela de Andreello.
Seus avós maternos moravam em que local da cidade?
Moravam na Rua Benjamin Constant, próximo onde passava o trem da Sorocabana. Uma das coisas que deixou muitas saudades eram as pescas realizadas no Rio Piracicaba, quando peixes do tipo dourado eram pescados. Os peixes brilhavam quando expostos ao sol.
Para conseguir a qualificação de pessoal especializado na área de escritório contábil que medida foi tomada?
Montamos um centro de treinamento de pessoal. Funcionava no Edifício Kennedy na Praça José Bonifácio. Passamos a ministrar aulas de noções de contabilidade tributária, fiscal e pessoal. Os alunos que se destacavam eram encaminhados para o nosso escritório ou para os escritórios dos nossos clientes. Nesse mesmo edifício havia a Escola de Datilografia Presidente Kennedy, que acabamos adquirindo. Muitas pessoas da cidade de Piracicaba foram alunas da Escola de Datilografia Presidente Kennedy.
O cipoal de leis que existe na época atual já existia naquele tempo?
Lamentavelmente sempre foi assim!
A pressão do Estado e seus agentes sobre o chamado “contribuinte” já havia?
Sempre houve. O leão sempre foi muito faminto. Nós tivemos muito sucesso com o nosso escritório por termos criado a administração tributária. Como economizar tributos legalmente. Hoje a empresa precisa pensar exatamente nisso. Não deve haver sonegação, mas descobrir uma alternativa mais inteligente de trabalhar, pagar os impostos, sem pagar em duplicidade. Essa gestão de uma empresa é fundamental. Tem que agregar valores para que o empresário tenha um resultado mais satisfatório para o seu negócio.
Além do futebol, o senhor tem algum outro hobby?
Minha esposa Regina Martinelli Galvão e eu gostamos muito de dançar. Dançamos um ritmo mais calmo, como bolero. Já tentamos dançar o tango, arriscamos até uma especialização no tema, em visita a Argentina, mas não deu muito resultado! Além de freqüentarmos o Clube de Campo, todos os sábados nós estamos no Clube do Saudosista de Piracicaba. Eu conheci a minha esposa em um baile de formatura no Teatro São José.
O senhor tem o habito de anotar fatos relevantes que vivenciou?
Tenho. Não é propriamente um diário, mas são anotações de situações que ocorreram, e que são determinantes. São registros que podem ser utilizados para o resgate da história da família, da empresa, da cidade. Ainda preservo a minha primeira máquina de escrever.
Como foi a migração para a atual empresa voltada ao ensino de informática?
Foi o próprio momento que determinou. A evolução da datilografia foi a digitação. Na época os equipamentos eram enormes. Ocorreu neste momento a lembrança de uma situação bastante curiosa. O pai de um candidato a aluno de datilografia ligou para a nossa escola. Perguntou ao atendente o que era fundamental para que seu filho aprendesse datilografia. A resposta do nosso atendente foi incisiva: “-Ele tem dedos?”. Nossas professoras de datilografia, a Dona Tita e a Dona Dirce, colocavam uma cobertura de madeira sobre o teclado, de tal forma que as mãos dos alunos ficavam livres para bater nas teclas, mas não era possível ver em que tecla estava colocando-se o dedo. Era um método de datilografar sem olhar para o teclado, que é o método correto.
Houve um crescimento da escola?
Ocorreu um crescimento muito rápido. Fizemos uma parceria com a Data-Pró Informática, voltada para o ensino de informática. Permanecemos por uns 7 a 8 anos. A partir daí, houve um crescimento no número de escolas na região. Isso proporcionou a formação de uma empresa chamada Data Brasil, que permanecemos trabalhando com ela até meados de 1999.
Em que ano aproximadamente o senhor passou a participar do Clube de Campo de Piracicaba?
Após o nascimento das minhas filhas, na década de 80. As crianças passaram a exercer atividades na piscina. Quando completei 35 anos de idade passei a freqüentar o futebol no quadro dos veteranos. Depois disso não parei mais.
Qual é a relação do formato clube, na década de 80 e nos dias atuais?
Em 1992 quando foi fundada a Associação dos Clubes Esportivos de Piracicaba era composta por 17 clubes. Hoje, os clubes que preenchem as obrigações estatutárias, devem ficar em torno de meia dúzia. Houve uma mudança significativa nesse processo. A própria família mudou. Hoje o número de sócios familiares, onde os pais e filhos são filiados, também reduziu. Hoje há o associado individual. Há uma procura muito grande pelos jovens, pelas mulheres, por pessoas preocupadas com a sua qualidade de vida. É uma tendência natural isso acontecer. Hoje manter bailes de carnaval em um clube implica em uma grande dificuldade. O reveillon também é diferente do que já foi há alguns anos. Todas essas implicações são tendências naturais de um novo cenário. A tecnologia colabora para isso.
O senhor já exerceu diversos cargos dentro da administração do Clube de Campo de Piracicaba?
Participando do futebol social, passei a ser Diretor de Futebol, na gestão seguinte passei a ser Diretor Geral de Esportes, Diretor de Sede. Por duas gestões seguidas exerci a função de Vice-Presidente. Atualmente sou Presidente do Conselho Deliberativo e a partir do dia 1º de Maio sou Presidente Executivo do Clube de Campo, um novo desafio. O Clube de Campo é um clube de serviço, buscamos nos associarmos a um clube como a extensão da nossa casa na área de esportes, lazer, cultura. São os três pilares que sustem os clubes de uma forma geral. O objetivo é proporcionar uma melhor qualidade de vida ao associado e sua família. Temos que incentivar a pratica esportiva, proporcionar reuniões sociais e recreativas para haver uma interação entre os associados, e agregar valores na área cultural, não só para os associados como também para a comunidade.


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