quarta-feira, setembro 12, 2007

EDUCAÇÃO

Conferência na Esalq, 10.9.2007 Samuel Pfromm Netto
Psicólogo e pedagogo. Professor aposentado do
Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo

Aprendi nos anos 40, na Sud Mennucci, com José Rodrigues de Arruda, Jethro Vaz de Toledo, Antônio Martins Belmudes de Toledo e Laudelina Cotrim de Castro, que educar significa ensinar e aprender. Que educação é a passagem da herança cultural de uma sociedade à sua geração jovem pela geração adulta. Desde então, o mundo deu muitas voltas, mas esse significado essencial da educação não mudou. Educar, educação: reverberam na minha alma, hoje e sempre, os versos singelos do Adeus, escola que Honorato Faustino compôs e Benedito Dutra Teixeira nos ensinou a cantar: versos que falam da velha escola “onde aprendemos sábias lições e ensinamentos. Onde solícitos colhemos a flor de puros sentimentos”... Mas é evidente que quem nos educa não são apenas os professores incumbidos da nossa educação formal. São, primeiro, os nossos pais. Os nossos familiares. Os vizinhos, parentes e amigos. São os companheiros de folguedos na infância. É a mídia sob a forma de livros, jornais e revistas, rádio e televisão, e agora a Internet. Crescemos respirando educação nesta nossa espaçonave chamada mundo, e respirando o ar puro (ou viciado) do que todos esses agentes nos ensinam, formal ou informalmente, de modo intencional, deliberado, ou sem que nos apercebamos que estamos aprendendo e que os outros estão ensinando. Geralmente associamos à palavra educação um sentindo positivo de aprendizagem do que é bom, belo e verdadeiro, que nos ajude a compreender os demais, o mundo, a ciência e as técnicas, as artes, a prática da profissão e os valores morais e espirituais. Tendemos a esquecer que, infelizmente, o roubo, o crime, o ódio, o cinismo, o desrespeito, a velhacaria, o despudor, a desfaçatez, o opróbrio são igualmente passíveis de aprendizagem e ensino, intencionais ou não. Ao longo da minha vida de pesquisador em psicologia e educação, de mais de meio século das minhas pesquisas científicas nesses domínios –, tenho continuamente repetido as palavras amargas de Lee De Forest, o inventor do triodo que resultou no rádio e na televisão, em uma homenande aprendemos sTeixeira nos ensinou a cantar: versos que falam da velha escola " ensinar e aprender. gem que lhe prestaram nos anos cinqüenta, quase ao fim da sua vida: “O que vocês fizeram com meu filho? Criei um veículo eletrônico para uma forma superior de ensino e entretenimento, para tornar melhores, mais cultas, mais sensíveis e mais responsáveis as pessoas... E vocês, no entanto, o converteram nisso que aí esta, um instrumento degradante, nauseabundo, de envilecimento humano desde a mais tenra idade!” Mal podia imaginar o inventor e cientista De Forest, “pai do rádio e avô da televisão”, que igualmente desempenhou papel pioneiro na sonorização dos filmes cinematográficos, e que viveu de 1873 a 1961, mal podia ele supor que chegaríamos neste início do novo milênio a essa espécie de dejetos impressos, falados, cantados e mostrados na mídia de agora. Um lixo imenso, que penetra com toda a desfaçatez nos lares e nas mentes e corações das pessoas – notadamente nas mentes e nos corações da faixa mais frágil da espécie humana, a que se compõe de crianças e adolescentes.
Recorro à massuda Penguin Encyclopedia publicada pelos ingleses – são cerca de 1700 páginas na edição que tenho, datada de 2004 –, recorro a ela, em busca de uma boa definição contemporânea de educação. Diz a enciclopédia que “educação é o que ocorre quando seres humanos aprendem algo a partir dos outros, mas às vezes a partir de si próprios. Isto pode se dar durante o dia em prédios especialmente construídos para tal finalidade, com professores qualificados, em consonância com cursos estruturados e aprovados, baseados em livros, equipamentos e atividades; ou, mais informalmente, longe de instituições específicas, nos lares, ruas e locais nos quais as pessoas se reúnem. Não é confinada às matérias escolares tradicionais, como matemática ou história, muito embora estas igualmente constituam uma parte importante dela. Não é oferecida somente por professores remunerados para isso, já que pais e irmãos e irmãs mais velhos podem igualmente desempenhar um papel central nesse sentido. Cada vez mais a educação é encarada como algo que deve desenvolver a pessoa como um todo, e não apenas como um preparo acadêmico estrito. Dessa forma, em ampla variedade de locais, no mundo inteiro, desde edifícios ricamente equipados com os mais recentes equipamentos de laboratório até simples cabanas nas regiões mais pobres, crianças e adultos estão aprendendo as habilidades básicas de leitura, escrita e aritmética, estão desenvolvendo qualidades valiosas para a vida adulta no lar ou no trabalho, e em muitos casos submetendo-se a programas de retreinamento por causa das transformações ocorridas no trabalho para o qual foram originalmente preparadas”. A descomunal amplitude de tudo quanto se acha compreendido neste vocábulo de oito letras originário do latim condena, de partida, ao malogro qualquer tentativa de abranger em menos de uma hora tamanha riqueza de significados. Educação formal ou informal? Educação entendida como tarefa de que se incumbem os pais e notadamente as mães das crianças, ou entendida como ensino e aprendizagem nas escolas? Em classes de educação infantil ou no ensino fundamental, no ensino médio, ou no ensino superior? Em cursos formativos gerais ou em cursos especializados, ligados a diferentes áreas de atuação profissional? Se nos limitarmos apenas à educação de nível superior, trata-se de graduação ou se trata de cursos pós-graduados? Mestrado, doutorado ou pós-doutorado? E em que área? Agronomia, direito, medicina, teologia, música, astronomia, ciência da computação? Estás e tantas outras – são muitas e muitas dezenas de domínios do conhecimento e da prática profissional que se escondem por trás do rótulo do ensino superior, cada um deles com as suas singularidades, seus distintos enfoques metodológicos e conceituais, suas exigências específicas. Mais e mais estou desconfiado de que, nesse genérico e pomposo ensino superior, o que temos é uma verdadeira arca de Noé, e que já é tempo de levar muito mais a sério o que singulariza cada um desses domínios, o que os faz diferentes um do outro, opondo-nos, assim, a uma uniformização que encara a formação de médicos, advogados, agrônomos, músicos, teólogos, técnicos esportivos etc. enquadrando-os a todos no mesmo figurino, nas mesmas normas, no mesmo formato de preparo em nível superior. Não é isso o que ocorre nos países onde o ensino superior se acha mais avançado. Estes não são obviamente o lugar nem o momento adequados para trabalhar a problemática de uma educação superior básica ou geral e a sua articulação com cursos específicos em cada uma das múltiplas áreas de cultura e atuação profissional diferenciadas. Passemos, pois, a outros planetas desta galáxia que é a educação. Por exemplo, o da formação de professores para o ensino elementar, que se fazia em escolas normais com seus cursos básicos e de especialização até 1970, e que de um momento para outro foram extintos – as normais e seus cursos –, incumbindo-se, desde então, as universidades e faculdades dessa formação. Com resultados, nesses quase quarenta anos, que considero verdadeiramente catastróficos. Para reparar o mal feito, foram criados a trouxe-mouxe os cursos normais superiores. Há três anos atrás, existiam 1373 cursos superiores de pedagogia e 765 cursos normais superiores no país, mas uns e outros não parecem dar conta do recado, se considerarmos os recentes indicadores de que qualitativamente não vai nada bem o ensino elementar no Brasil. Além disso, desabaram sobre o nosso ensino esses incríveis parâmetros curriculares concebidos por certos luminares caboclos ou importados, que não têm a mínima idéia do que é uma sala de aula do ensino elementar ou médio, do que é ensinar de fato e aprender de fato. A calamidade é tamanha que, quando surgiram, apelidei-os de “burrâmetros curriculares nacionais”... E o preparo dos professores para o nosso ensino médio? Os indicadores aqui também são alarmantes. No nº. 1224 da revista Educação, correspondente ao mês de agosto, lê-se que, em relatório recente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, esta se refere a um “apagão do ensino médio” e pede “providências urgentes”. Em anos recentes, de acordo com a mesma revista, havia uma demanda estimada de cinqüenta e cinco mil e duzentos professores de física para o ensino médio, mas só se licenciaram efetivamente em física pouco mais de 7 mil professores, que correspondem apenas a mais ou menos uns 13% do total necessário de professores de física no país.
Há uma boa porção de outras facetas ou modalidades de educação que não foram mencionadas até aqui, como a educação de adultos, herdeira do ensino supletivo do passado, os cursos de cunho técnico, a educação a distância, os cursos como os do Senai e Senac, os programas para a terceira idade, a educação do excepcionais, a miríade de cursos de idiomas, cursos de computação, cursos das escolas de enfermagem, cursos de cabeleireiros, corte e costura e assim por diante. Tentar juntar num só saco essa miríade de modalidades, instituições e desafios acobertados pelo rótulo genérico de educação é algo, de partida, fadado ao fracasso, algo desalentador. Temos, além disso, que considerar tanto a educação de que se incumbem as escolas públicas como a das escolas particulares, em todos os níveis e modalidades de ensino.
Frente a essa desnorteadora multiplicidade de instituições, aspectos, problemas e perspectivas, centremo-nos em algo que talvez nos ajude a trilhar uma clareira na floresta da educação. Recorramos a uma imagem singela que talvez facilite essa caminhada. Somos nós, seres humanos, dotados de duas pernas e é graças a ambas que permanecemos de pé, andamos, corremos, pulamos, dançamos, praticamos inúmeros esportes. Que tal pensarmos nas duas pernas da educação? Uma delas é a perna do passado. Assim como não precisamos inventar novamente a roda nem o avião, educar crianças, jovens e adultos está sodidamente alicerçado em tradição, em passado, em conquistas que a nossa espécie fez desde o início da aventura humana sobre a face da terra, que, diga-se de passagem, teve início no solo africano. À luz das evidências que dispomos, tal como assevera a inscrição nos portais do museu da Smithsonian Institution nos Estados Unidos, dentro de cada um de nós, seres humanos, sem exceção, corre o sangue africano herdado dos nossos mais remotos ancestrais. Acho tão bonito esse reconhecimento, e a lição de tolerância, de congraçamento, de fraternidade que encerra – o reconhecimento de que, afinal de contas, geneticamente somos todos africanos! Tradição, passado, herança cultural, tesouros acumulados de conhecimento, sensibilidade, valores, habilidades etc. vêm sendo, ao longo de todo esse passado envolto nas brumas dos tempos pré-históricos e históricos, uma das pernas de sustentação da nossa espécie – e uma das pernas da educação. Parte disso integra o patrimônio comum dos seres humanos. Outras partes dizem respeito ao nosso patrimônio mais específico da cultura ocidental, e da tradição dos povos lusíadas que nos une aos nossos avós portugueses no idioma, na religião, nos costumes, na arquitetura e assim por diante. Faz igualmente parte dessa nossa perna de passado na educação o que nos singulariza como brasileiros, como paulistas, como piracicabanos. Incomoda-me um bocado e me entristece sobremaneira ver como essa fabulosa, essa riquíssima herança vem sendo mal cultivada nas nossas crianças e nos nossos jovens brasileiros, paulistas, piracicabanos. É necessário, com urgência e de modo competente, cultivar na meninada de hoje e de amanhã essa riquíssima fortuna cultural que existe no nosso idioma, na matemática, nas ciências, nas técnicas, nas festas tradicionais, nos nossos modos de pensar, de fazer, de sentir e de ser.
Como não somos sacis capengando em uma perna só, mas temos duas pernas, passo agora ao segundo apêndice que, tal como a perna anatômica, nos serve de suporte e deslocamento no âmbito da educação. Essa segunda perna da humanidade é o futuro. Não como o tempo em si, mas como as coisas que virão, como as “novas realidades” de que falava Peter Drucker. O tempo dos futurólogos, da proação, da evolução, da prospectiva. Uma educação verdadeiramente digna desse nome faz uso competente das suas duas pernas: a da tradição e a das possibilidades, riscos, desdobramentos e responsabilidades, individualmente e como espécie humana, a perna do futuro, levando em conta indícios, tendências e perplexidades que se manifestam no presente. Se no quadro genérico da educação brasileira não vai nada bem a perna da tradição – referindo-me, é claro, não a um razoável percentual de brasileiros que se mostram destros no emprego dessa perna, mas à maior parte da população e mais particularmente ao seu segmento infanto-juvenil e de jovens adultos – se essa perna da tradição não está dando conta do recado e corre o risco de gangrenar pelo mau uso ou pelos abusos, o estado da outra, da perna do nosso preparo para o amanhã, não é menos inquietador. Creio que está faltando em boa parte do que se faz, do que se diz, do que se pensa e sente nestes brasis, essa presença efetiva de um preocupar-se com o amanhã, um sintonizar-se com esse amanhã a partir das dicas e constatações que nos ajudam a ver, a entender e a lidar com o amanhã a curto e médio prazo. Mais uma vez, não estou me referindo aos “happy few”, à pequena parcela dos que, previdentes e proativos, se preparam para viver e conviver bem neste mundo em transformação nos próximos 2010, 2015, 2020, 2025 – para nos limitarmos aos dezoito anos que virão e que se esboçam, que sinalizam esperanças e medos, promessas e desafios. Refiro-me não a esses felizardos, mas aos brasileiros de todos os quadrantes, ai de nós, armados de estilingue ou de espingarda tico-tico na melhor das hipóteses, para penetrar na “jungle” do amanhã, para se ajustarem a mudanças que, queiramos ou não, vão acontecer e poderão pegar em cheio milhões de cidadãos despreparados, desprevenidos, fragilizados nas suas convicções ingênuas de que “o futuro a Deus pertence”. Há aqui lugar, aliás, para distinguir entre, de um lado, tolices e charlatanismos de bolas-de-cristal, tarôs, quiromancia e assemelhados, e de outro, antecipações inteligentes, bem fundamentadas e com apoio em metodologia sólida, do que nos espera e do que precisamos fazer, ao longo dos próximos anos. Uma bela contribuição brasileira nesse sentido é o livro de Ethevaldo Siqueira intitulado 2015. Se ainda não o leram, comecem logo a leitura desse livro notável. Tenho certeza de que irão até as páginas derradeiras, nessa incursão bem urdida, bem instigante e bem norteadora da nossa caminhada num amanhã que precisamos trilhar de modo competente, bem informado e responsável.
Preocupam, e muito, a miopia, a superficialidade, a lerdeza e a irresponsabilidade que pesam tanto, e tanto, na educação brasileira de agora, da pré-escola à pós-graduação, nas escolas, nos lares, na sociedade, na mídia eletrônica. Uma educação brasileira de qualidade não é compatível com professores mal preparados, mal selecionados, mal conduzidos e pessimamente remunerados. Nem com essa enxurrada de literatura pedagógica, psicológica e sociológica que só serve para iludir e confundir, com sua superficialidade, suas propostas de rebeldia romântica e seus blá-blá-blás intermináveis e estéreis. Uma educação de qualidade demanda pessoal, instalações, equipamentos e recursos que não existem, na maioria das nossas escolas. Demanda uma reengenharia urgente de organismos que, nos âmbitos federal, estadual e municipal, têm a ver diretamente com o ensino e as escolas. Requer gestores atualizados em administração de organizações, que dominem muito bem as idéias e as práticas da B.A. das empresas de hoje. Requer computadores em larguíssima escala, disponíveis para todos os alunos, docentes e pessoal administrativo e auxiliar. E deve combater sem tréguas os analfabetismos e semi-analfabetismos múltiplos que estão desgraçando o Brasil. Analfabetismo e semi-analfabetismo em leitura, escrita e cálculo, em conhecimentos e gerais, em economia e política. Analfabetismo e semi-analfabetismo em ciência e tecnologia. Analfabetismo e semi-analfabetismo em civismo, em ética, em cultura, em artes, no domínio de pelo menos um idioma estrangeiro – como o inglês, o francês, o italiano, o alemão. Analfabetismo e semi-analfabetismo em matéria de higiene, saúde e prevenção de doenças. Já é o tempo de termos uma educação que acabe, de uma vez por todas, com essa tragédia de três quartos de analfabetos e semi-analfabetos nessas e em outras áreas, no Brasil dos nossos dias. Buckminster Fuller advertia-nos, há tempos, de que nesta nossa gigantesca espaçonave Terra, não somos passageiros, somos tripulantes, todos igualmente responsáveis.
Não vão nada bem, no seu conjunto, as nossas pré-escolas e as escolas de ensino fundamental e médio. No ensino superior, amargamos a classificação humilhante de país com um percentual muito baixo de jovens em idades de freqüentá-lo que efetivamente o fazem. Segundo o Book of the year da Enciclopédia Britânica de 2007, nossos magros 21% contrastam terrivelmente com os 74% da Argentina, os 42% do Chile, os 40% da Venezuela, os 37% do Uruguai. Até o Paraguai nos supera, com 27%. Temos só 21%. A Finlândia tem 88% e a Coréia 85%. Tanto os Estados Unidos como a Suécia tem 83%. Na Austrália e também na Nova Zelândia são 74%. No Reino Unido, 64%. Em Portugal 56%. E nós brasileiros amargamos esses esquálidos 21%: apenas um em cada cinco jovens com cerca de 18 a 21 anos de idade estuda em curso superior no Brasil. Uma espécie de tsunami cultural e educacional brasileiro parece cada vez mais ameaçador, gerando bem fundadas apreensões sobre o nosso futuro como povo, como nação e como pessoas responsáveis, cultas, sensíveis, preocupadas com o bem comum e desejosas de viver uma vida verdadeiramente civilizada e sadia – física, mental e moralmente sadia. Sou, contudo, incuravelmente adepto de uma crença na nossa capacidade de resolver problemas, de engendrar soluções criativas, de buscar caminhos novos, de enfrentar desafios – com as bênçãos de Deus. Prova disso é o Brasil-nação de hoje, quando comparado com o Brasil dos séculos 16 a 19, um país que amadureceu em meio às suas incontáveis vicissitudes, às turbulências da sua história nestes 507 anos. Nossos avós diziam que não há bem que não se acabe, mas diziam igualmente que não há mal que sempre dure. Que lateje em cada um de nós essa parte final da frase. Dêem-me um ponto de apoio e uma alavanca e moverei o mundo. O ponto de apoio é a gente brasileira, em sua maioria: essa gente batuta, generosa e simples que vive seu dia-a-dia de trabalho, família, criação de filhos, religiosidade, convívio sadio, companheirismo solidário, que cultiva alegrias antigas e ingênuas de cururus, rodas de samba, futebol, cantigas bonitas, peixadas, festas do Divino, pamonha e pipoca. O ponto de apoio é, pois, esse nosso povo bom e sofrido. A alavanca? A educação. Uma educação bem concebida, bem conduzida, vigorosa e responsável, liberta de figurinos e cantos de sereia políticos e ideológicos. Centrada em excelência. Em competência. Em ensino-aprendizagem de fato, às crianças e aos jovens, de conhecimentos, idéias, habilidades, práticas, sentimentos, valores e atitudes que os façam verdadeiramente humanos.



LEITURAS SUGERIDAS

Bransford JD, Brown AL, Cocking RR, org. 2007. Como as pessoas aprendem: cérebro, mente, experiência e escola. São Paulo: Senac
Castro CM. 2005. Crônicas de uma educação vacilante. Rio de Janeiro: Rocco
Delors J. 1999. Educação: um tesouro a descobrir. 3ª ed. São Paulo/Brasília: Cortez/Mec-Unesco
Gross ML. 1999. The conspiracy of ignorance: the failure of American public schools. New York: HarperCollins
Heinich R e col. 1999. Instructional media and technologies for learning. Upper Saddle River: Prentice Hall
Morin E. 2000. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2ª ed. São Paulo/Brasília: Cortez/Unesco
Morrison GR, Ross SM, Kemp JE. 2004. Designing effective instruction. 4ª ed. Hoboken: Wiley
Niskier A, Nathanael P. 2006. Educação, estágio e trabalho. São Paulo: Integrare
Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos/Ball C, Kelly AE, org. 2003. Compreendendo o cérebro – Rumo a uma nova ciência da aprendizagem. São Paulo: Senac
Pfromm Netto S. 1987. Psicologia da aprendizagem e do ensino. São Paulo: Epu/Edusp
Pfromm Netto S. 2001. Telas que ensinam. 2ª ed. Campinas: Alínea
Siqueira E. 2005. 2015 – Como viveremos. São Paulo: Saraiva
Terry WS. 2003. Learning and memory. Boston: Allyn and Beacon
Zuffo JA. 2003-4. A sociedade e a economia no novo milênio. 3 vol. São Paulo: Manole

segunda-feira, setembro 10, 2007

"J'ai rarement ouvert une porte par mégarde sans découvrir un spectacle qui me fît prendre l'humanité en pitié, en dégoût ou en horreur."
(Raramente tenho aberto uma porta por engano sem ter deparado com um espetáculo que me fez sentir pela humanidade compaixão, nojo ou horror.)
Anatole France (1844-1924)

REFLEXÕES

Entre a brutalidade para com o animal e a crueldade para com o homem, há uma só diferença: a vítima.
Lamartine
Nada beneficiará tanto a saúde humana e aumentará as chances de sobrevivência da vida na terra quanto a evolução para uma dieta vegetariana. A ordem de vida vegetariana, por seus efeitos físicos, influenciará o temperamento dos homens de uma tal maneira que melhorará em muito o destino da humanidade.
Albert Einstein
Quanto mais o homem simplifica a sua alimentação e se afasta do regime carnívoro, mais sábia é a sua mente.
George Bernard Shaw
Os animais são meus amigos...e eu não como meus amigos.
George Bernard Shaw (Nobel 1925)
A proteção dos animais faz parte da moral e da cultura dos povos.

Victor Hugo

Enquanto o homem continuar a ser destruidor impiedoso dos seres animados dos planos inferiores, não conhecerá a saúde nem a paz. Enquanto os homens massacrarem os animais, eles se matarão uns aos outros. Aquele que semeia a morte e o sofrimento não pode colher a alegria e o amor.
Pitágoras
Se experiências em animais fossem abandonadas, a humanidade teria tido um avanço fundamental.
Richard Wagner

Sinto que o progresso espiritual requer, em uma determinada etapa, que paremos de matar nossos companheiros, os animais, para a satisfação de nossos desejos corpóreos.
GandhiEu não tenho dúvidas que é parte do destino da raça humana, na sua evolução gradual, parar de comer animais.

Henry David Thoreau

O destino dos animais é muito mais importante para mim do que o medo de parecer ridículo.
Émile Zola

A compaixão para com os animais é das mais nobres virtudes da natureza humana.
Charles Darwin

A civilização de um povo se avalia pela forma que seus animais são tratados.
Humboldt

Muito pouco da grande crueldade mostrada pelos homens pode ser atribuída realmente a um instinto cruel. A maior parte dela é resultado da falta de reflexão ou de hábitos herdados.
Albert Schweitzer

Tempo virá em que os seres humanos se contentarão com uma alimentação vegetariana e julgarão a matança de um animal inocente como hoje se julga o assassínio de um homem.
Leonardo da Vinci

Se o homem aspira sinceramente viver uma vida real, sua primeira decisão deve ser abster-se de comer carne e não matar nenhum animal para comer.
Leon Tolstoy

Há muito de verdade no dito de que o homem se torna aquilo que come. Quanto mais grosseiro o alimento tanto mais grosseiro o corpo.
Ghandi
A carne é o alimento de certos animais. Todavia, nem todos, pois os cavalos, os bois e os elefantes se alimentam de ervas. Só os que têm índole bravia e feroz, os tigres, os leões etc. podem saciar-se em sangue. Que horror é engordar um corpo com outro corpo, viver da morte de seres vivos.
Pitágoras
O destino dos animais tem muito maior importância para mim do que o medo de parecer ridículo: está indissoluvelmente ligado ao destino do homem.
Emile Zola

Se quisermos nos libertar do sofrimento, não devemos viver do sofrimento e do assassínio infligidos a outros animais.
Paul Carton

Sempre que alguém diz 'não devemos ser sentimentais', entenda-se que está prestes a fazer algo cruel. E se acrescentar: 'temos que ser realistas', significa que vai ganhar dinheiro com isso.
Brigid Brophy

O homem implora a misericórdia de Deus mas não tem piedade dos animais, para os quais ele é um deus. Os animais que sacrificais já vos deram o doce tributo de seu leite, a maciez de sua lã e depositaram confiança nas mãos criminosas que os degolam. Ninguém purifica seu espírito com sangue. Na inocente cabeça do animal não é possível colocar o peso de um fio de cabelo das maldades e erros pelos quais cada um terá de responder.
Gautama Buda

A estrutura do homem, externa e interna, comparada com a de outros animais, mostra-nos que as frutas e os vegetais suculentos constituem sua alimentação natural.
Lineu

Que luta pela existência ou que terrível loucura vos levou a sujar vossas mãos com sangue — vós, repito, que sois nutridos por todas as benesses e confortos da vida? Por que ultrajais a face da boa terra, como se ela não fosse capaz de vos nutrir e satisfazer?
Plutarco

Os vegetais constituem alimentação suficiente para o estômago e, no entanto, recheamo-lo de vidas valiosas.
Sêneca

A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados.
Mahatma Gandhi

Se eu tivesse outra vida, dedicá-la-ia inteiramente à luta contra a vivissecção.
Bismark(Vivissecção = operação feita em animais vivos para estudo de fenômenos fisiológicos).

Se fôssemos capazes de imaginar o que se passa, constantemente, nos laboratórios de vivissecção, não poderíamos dormir em paz e em nenhum dia estaríamos felizes e tranqüilos.
Dr. Ralph Bircher

Ninguém pode se queixar da falta de um amigo, podendo ter um cão.
Marquês de Maricá
Falai aos animais, em lugar de lhes bater.

Tolstoi
Não me interessa nenhuma religião cujos princípios não melhorem nem levem em consideração as condições dos animais.
Abraham Lincoln
O erro da ética até o momento tem sido a crença de que só se deva aplicá-la em relação aos homens.
Dr. Albert Schweitzer
São Francisco de Assis os chamava de nossos irmãos inferiores, porém, inferiores somos nós quando não os estimamos.
Clóvis Hugues
Por que é que o sofrimento dos animais me comove tanto? Porque fazem parte da mesma comunidade a que pertenço, da mesma forma que meus próprios semelhantes.
Émile Zola

Virá o dia em que a matança de um animal será considerada crime tanto quanto o assassinato de um homem.
Leonardo da Vinci
Enquanto estivermos matando e torturando animais, vamos continuar a torturar e a matar seres humanos - vamos ter guerra. Matar precisa ser ensaiado e aprendido em pequena escala.
Edgar Kupfer-Koberwitz

Enquanto prendermos animais em gaiolas, teremos prisões, porque o ato de prender precisa ser aprendido em pequena escala.
Edgar Kupfer-Koberwitz

Enquanto escravizarmos os animais, teremos escravos humanos, porque escravizar precisa ser aprendido em pequena escala.
Edgar Kupfer-Koberwitz
Atrocidades não deixam de ser atrocidades quando cometidas em laboratórios e chamadas de pesquisa médica.
George Bernard Shaw (Nobel 1925)
Não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais nas suas faculdades mentais...os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento.
Charles Darwin
A não- violência leva-nos aos mais altos conceitos de ética, o objetivo de toda evolução. Até pararmos de prejudicar todos os outros seres do planeta, nós continuaremos selvagens.
Thomas Edison
Como zeladores do planeta, é nossa responsabilidade lidar com todas as espécies com carinho, amor e compaixão. As crueldades que os animais sofrem pelas mãos dos homens está além do nossa compreensão. Por favor, ajude a parar com esta loucura.
Richard Gere

Se você pudesse ver ou sentir o sofrimento, certamente não pensaria duas vezes. Preserve a vida. Não coma carne.
Kim Basinger

Os animais dividem conosco o privilégio de terem uma alma.
Pitágoras

Não haverá justiça enquanto o homem empunhar uma faca ou uma arma e destruir aqueles que são mais fracos que ele.
Isaac Bashevis Singer (Nobel - 1978)
Os cães amam seus amigos e mordem seus inimigos, bem diferente das pessoas, que são incapazes de sentir amor puro e têm sempre que misturar amor e ódio em suas relações.
Sigmund Freud
Se os matadouros tivessem paredes de vidro, todos seriam vegetarianos. Nós nos sentimos melhores com nós mesmos e melhores com os animais, sabendo que nós não estamos contribuindo para o sofrimento deles.
Paul e Linda McCartney
Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante.
Albert Schwweitzer (Nobel da Paz - 1952)
Nada beneficiará mais a saúde da humanidade e aumentará as chances de sobrevivência da vida na Terra quanto a dieta vegetariana.
Albert Einstein (Nobel - 1921)
Matar um animal para fazer um casaco é um pecado. Nós não temos esse direito. Uma mulher realmente tem classe quando rejeita que um animal seja morto para ser colocado sobre os seus ombros. Só assim ela será verdadeiramente bela.
Doris Day
Primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação a natureza e aos animais.
Victor Hugo

Minha doutrina é esta: se nós vemos coisas erradas ou crueldades, as quais temos o poder de evitar e nada fazemos, nós somos coniventes.
Anna Sewell

Eu temo pela minha espécie quando penso que Deus é justo.
Thomas Jefferson

A compaixão pelos animais está intimamente ligada a bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem.
Arthur Schopenhauer

Por trás da bela pele há uma história. Uma história sangrenta e bárbara.
Mary Tyler Moore

Em termos de evolução, bem maior é o débito da Humanidade para com os animais do que o crédito que lhes temos dispensado para seu bem-estar e progresso.
Eurípedes Kühl

Quando me tornei vegetariano, poupei dois seres, o outro e eu .
Prof. Hermógenes

Quando o homem aprender a respeitar até o menor amor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante.
Albert Schweitzer - Nobel da Paz de 1952

Não comer carne significa muito mais para mim que uma simples defesa do meu organismo; é um gesto simbólico da minha vontade de viver em harmonia com a natureza. O homem precisa de um novo tipo de relação com a natureza, uma relação que seja de integração em vez de domínio, uma relação de ser dentro dela e vez de possuí-la. Não comer carne simboliza respeito à vida universal.
Pierre Weil
Não creia que os animais sofrem menos do que os seres humanos. A dor é a mesma para eles e para nós. Talvez pior, pois eles não podem ajudar a si mesmos.
Dr. Louis J. Camuti
O que não concebo é degolar um cabrito, asfixiar uma pomba, cortar a nuca de uma galinha, ou dar punhaladas em um porco para que eu coma seus restos. Não é por uma questão de química biológica o motivo de eu ter me passado para as fileiras do ovo-lacto-vegetarianismo, mas pelo imperativo moral de que minha vida não seja mantida às custas da vida de outros seres.
Dr.Eduardo Alfonso, médico naturista espanhol

Os animais do mundo existem para seus próprios propósitos. Não foram feitos para os seres humanos, do mesmo modo que os negros não foram feitos para os brancos, nem as mulheres para os homens.
Alice Walker
Aquele que matou um boi é como aquele que matou um humano.
Isaías, profeta bíblico
Os animais que você come não são aqueles que devoram outros, você não come as bestas carnívoras, você as toma como padrão. Você só sente fome pelas criaturas doces e gentis que não ferem ninguém, que o seguem, o servem, e que são devoradas por você como recompensa de seus serviços.
Jean-Jacques Rousseau em "Emile"

É somente pelo amaciamento e disfarce da carne morta através do preparo culinário, que ela é tornada suscetível de mastigação ou digestão e que a visão de seus sucos sangrentos e horror puro não criam um desgosto e abominação intoleráveis.
Percy Bysshe Shelley
Um homem é verdadeiramente ético apenas quando obedece sua compulsão para ajudar toda a vida que ele é capaz de assistir, e evita ferir toda a coisa que vive.
Albert Schweitzer
Incêndios propositais e crueldade com animais são 2 dos 3 sinais na infância que sinalizam o potencial de um assassino serial.
John Douglas, analista do FBI que estuda o perfil de assassinos

quinta-feira, setembro 06, 2007

WINSTON CHURHILL

"Politics are almost as exciting as war, and quite as dangerous. In war you can only be killed once, but in politics many times."

(A política é quase tão excitante como a guerra, e não menos perigosa. Na guerra a gente só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes.)


Winston Churchill (1874 - 1965)

sábado, agosto 18, 2007

Ao desconcerto do Mundo

Ao desconcerto do Mundo
Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim, que só para mim,
Anda o Mundo concertado.
Luís de Camões

terça-feira, agosto 07, 2007

IDADE MÍNIMA

"A matrícula nos cursos jurídicos exigia a idade mínima de quinze anos completos, e aprovação em língua francesa, gramática latina, retórica, filosofia racional e moral, e geometria."
Spencer Vampré
(in "Memórias para a Histórica da Academia de São Paulo",
SP, 1924, Vol. I, Saraiva e Cia Editores)

quarta-feira, agosto 01, 2007

MARCO ABREU


MARCO ABREU
A MÚSICA QUE EMBALA NOSSOS SONHOS...

PARA DEPRESSÃO LEVE OU PROFUNDA,
PARA DORES EM GERAL
DE CABEÇA, DE CALO, DE BOLSO, MALES DA CORCUNDA
UM TÔNICO FENOMENAL

SEM CONTRA INDICAÇÕES
MUITO INDICADO SE ESTIVER ACOMPANHADO
DE UMA SAUDADE QUALQUER
OU DE UMA LINDA MULHER

NÃO SE ACANHE, OUÇA POR DIA UMA HORA
DESSA MUSICA MARAVILHOSA
QUE SÓ O CORAÇÃO TOCA
SÓ A ALMA SENTE
ESSE REMÉDIO EFICIENTE DE MARCO DE ABREU!




EU VOU BEM, OBRIGADO...

Fazer um cd com choros do Abel Ferreira, sempre foi um sonho...
A clarineta, meu primeiro instrumento, me fez ouvir e admirar muito o Abel.
Conheço quase todos os seus discos, e esses choros foram escolhidos por uma afinidade com os solos, além de um que de nostálgico.
Me fez relembrar meus tempos de república em Tatuí, onde graças á dois amigos que dividiam comigo um quarto, fiquei ainda mais apaixonado pelo som do Abel.
Com certeza, não me atreveria a fazer um cd cover dele, mas sempre procuro fazer uma leitura próxima.
Dele gravei os ótimos, Haroldo no Choro, Chorinho do Bruno, Chorando Baixinho, Chorinho do Norte.
Poderia gravar outras também, já que gosto de toda a sua obra, mas gravei algumas sonoridades que tenho na cabeça, como o Pedacinhos de Céu (Waldir Azevedo), com Clarineta e Clarone, em duo com o meu afilhado e ” irmão Richard”.
Esse solo já tocamos há anos, e foi um arranjo do violonista Alessandro Penezzi.
O “Choro chorado pra Paulinho Nogueira” (Toquinho/P.Nogueira/V.Moraes) é outro clássico do choro moderno, e que eu pude explorar Clarone, Violoncelo, Clarineta/Sax-Alto, e a cozinha que sempre me acompanha Samuel G. Neto, André Grelha (piano), Marcos Vinicius de Moraes (violão/cavaco), Marcos Godoy (violão de 7 cordas), Rafael de Barros (cavaco/bandolim), Tito (pandeiro) e a participação especial de Lello Bittencourt (bateria). Violoncelo participação do meu amigo professor Raul Gobeth, e contrabaixo acústico Álvaro Damazzo, Luis Fernando Dutra, Andréia Maria de Almeida (Chorando Baixinho), Jacqueline de Oliveira (violinos em faixas alternadas), a flauta fica a encargo do flautista e professor Rafael Gobeth.
Tive a honra de ter a participação especial de: Cláudio Borici (piano), Fabiano Nunes e Silva (contrabaixo acústico), João Paulo Martins (violão), Eliezer Roberto da Silva (trompete e flugel horn), Elóy Porto Neto (trombone), no choro Ponto de Partida.
Procurei fazer alguns arranjos camerísticos (sem perder o balanço), procurando valorizar as canções escolhidas, e unir duas linguagens que costuma criar celeumas, o erudito e o popular.
Ouvindo os arranjos, cheguei a seguinte conclusão: bem vinda as diferenças, se é que as tem...
Elas se completam de tal forma, que o resultado só poderia ser esse.... (excelente).
Composições minhas: Eu vou bem, obrigado..., Quando a saudade aperta, Pisando Macio, Vera’s Bossa, Mais uma Bossa e Ponto de Partida (único arranjo com quinteto de metais).
Sou avesso á rótulos, pois isso limita a atuação do artista...
O choro eu vejo como um irmão do jazz, cada qual com seu sotaque, unindo duas Américas antagônicas.
As interpretações e intenções contidas neste cd, vem da minha influência e admiração por Benny Goodman, Art Pepper, Coleman Hawkins,Charlie Parker, Joe Lovano, Paquito D’Rivera, Phill Woods, John Coltrane, que por sua vez influenciaram meus favoritos brasileiros Severino Araújo, Luis Americano, K.Ximbinho Paulo Moura, Zé Bodega, Proveta, Paulo Sérgio Santos, Vinicius Dorim, Marcelo Martins...
Agradecimentos especiais aos meus amigos: João Paulo Martins (Estúdio Mr. Onda, que produziu, mixou e vestiu a camisa de 4 músicas que complementaram o cd), e ao meu amigo Arnóbio Costa (ASK Gravadora), que cedeu tempo e vontade, para que pudessem finalizar este trabalho.
Dedico este cd, ao meu amigo Bandória, clarinetista e também aos companheiros músicos do Clube do Choro de Piracicaba, e meus companheiros de Cd.
O título do Cd, é uma homenagem ao meu avô, que quando estava mal humorado, e as pessoas lhe perguntavam como vai, ele respondia: eu vou muito bem, ás minhas custas.
Como homem bem criado, eu respondo...
EU VOU BEM, OBRIGADO...

MARCO ABREU TALENTO RARO


"There's no social differences - till women come in."
(Não há diferenças sociais - enquanto as mulheres não entram em cena.)
H. G. Wells (1866-1946)

quinta-feira, julho 26, 2007

Hoje, 26 de julho, é comemorado o dia dos avós. É a devoção aos pais de Nossa Senhora, Sant'Ana e São Joaquim. Com efeito, o culto de Sant'Ana, mãe da Virgem Maria e avó de Jesus Cristo, remonta ao século VIII. Na Idade Média, seu culto se tornou popular. Em 1584, o Papa Gregório XIII fixou a data da festa de Sant'Ana em 26 de Julho, tendo o Papa Leão XIII, em 1879, estendendo-o para toda a Igreja. Por fim, como São Joaquim era comemorado, inicialmente, em dia diverso ao de Sant'Ana, o Papa Paulo VI associou num único dia, 26 de julho, a celebração dos pais de Maria Santíssima. É, assim, o Dia dos Avós.

"Vater werden ist nicht schwer, Vater sein dagegen sehr."
(Tornar-se pai não é difícil, difícil é sê-lo.)
Wilhelm Busch (1832-1908)

domingo, julho 22, 2007

EM 1930 FORD 1929 FOI O PRIMEIRO CARRO MOVIDO A ÁLCCOL NO BRASIL

JOÃO BOTTENE

Entre 1.940 e 1.942 foram construídas em Piracicaba pelo brasileiro João Bottene, duas locomotivas a vapor inteiramente nacionais, na Usina de Açúcar Monte Alegre, de propriedade da família Morganti,

A primeira locomotiva, Nº 1 com o nome Fúlvio Morganti tinha bitola de 600mm e funcionou nessa usina por muitos anos no transporte de cana de açúcar, lenha, álcool, açúcar e outros.

Em 1961, foi vendida para a Cia. Brasileira de Cimento Portland Perús, recebendo o nº 18 onde trabalhou até os anos 70. Estando hoje aposentada em um galpão junto com outras locomotivas inativas, no Bairro de Gato Preto, na cidade de Cajamar – SP, estando com possibilidade de recuperação, embora mal conservada.

Primeira locomotiva construída no Brasil. De terno branco, seu construtor João Bottene
Segunda locomotiva construída no Brasil


A segunda locomotiva, nº 2 com o nome D. Joaninha, bitola 800mm funcionou na usina Tamoio, na região de Araraquara – SP, também de propriedade da família Morganti, no transporte de cana de açúcar por muitos anos e após este período foi transferida na Estrada de Ferro Cantareira.

Encontra-se hoje na Praça Quarto Centenário, em Guarulhos, na Grande São Paulo, estacionada em frente a uma réplica da Estação da Cantareira Transway, em bom estado de conservação.

Uma terceira locomotiva, foi projetada por João Bottene, em 1941, com dupla frente, movida por dois motores automotivos, transformados para consumir o álcool como combustível.

Também era utilizada no transporte de cana de açúcar e outros.

Um grande amigo deu a família Bottene a honra de publicar em seu site parte desta historia.

Locomotiva movida com dois motores automotivos, convertidos para consumir o álcool.


Também, em 1932, iniciou junto com seu amigo José Vizioli, professor da Escola de Agronomia de Piracicaba, inúmeros testes com adaptações de motores a gasolina para funcionarem com o Álcool. E que em 1932 alistou-se na Revolução Constitucionalista para transformar os motores dos automóveis e caminhões ao uso do Álcool como combustível.
Em 1940 voou em seu próprio avião um Piper Cub utilizando o álcool como combustível, com muito sucesso?
Este foi João Bottene, um Piracicabano nato!


JOÃO BOTTENE - O CONSTRUTOR DE LOCOMOTIVAS

Em 1.888, a família Bottene, imigrantes italianos, estabeleceu-se na cidade de Piracicaba, onde fundaram uma oficina mecânica onde eram fabricadas barcaças que trafegavam pelo rio Piracicaba, no transporte de lenha para a Usina Societê Sucrerie Brasiliene localizada nas margens do rio.

Nascido em 05 de Maio de 1892, João Bottene desde pequeno demonstrou interesse e facilidade de lidar com coisas mecânicas, tanto que aos 14 anos construiu um pequeno locomóvel para começar a entender as máquinas a vapor.

Em dezembro de 1926 leu em uma revista que o Brasil possuía 58 ferrovias, com milhares de quilômetros de trilhos implantados, sendo a maior delas a Rede da Leopoldina Railway Company.

Esta noticia despertou em João, a oportunidade de entrar neste ramo, e começou em sua oficina a reparação das locomotivas da Estrada de Ferro Sorocabana (1925 a 1930), tanto as pequenas como as gigantes, eram reformadas, saindo como novas.

Com a revolução de 1932, foram interrompidos os trabalhos por problemas políticos e a oficina Bottene & Filhos foi vendida para Pedro Morganti, proprietário da Usina Monte Alegre em Piracicaba.

Nesta época, José Vizioli e João Bottene já tinham descoberto o álcool como combustível e fizeram muitas experiências transformando os motores automotivos para o consumo. João já circulava com seu carro Ford 1929 convertido para uso do álcool.

Na revolução João alistou-se como voluntário para transformar os autos e caminhões do governo para o uso do álcool como combustível, criando o Combustível Constituição, uma mistura álcool e óleo de mamona como aditivo.

Foi uma pena não ter tido continuidade a evolução do álcool como combustível, sendo despertado apenas nestes últimos anos.

AS LOCOMOTIVAS:

Com a venda da Bottene & Filhos, João montou a oficina mecânica da Usina Monte Alegre, com seus maquinários e os ex-funcionários. Nesta oficina, em 1933 a 1942 foram fabricadas as primeiras locomotivas inteiramente brasileiras.

A primeira locomotiva nº 1 Fulvio Morganti em 1961 foi vendida para a Companhia Brasileira de Cimentos Portland Perus. Recebeu o nº 18.

Em 1970 foi restaurada conforme foto enviada pelo pesquisador da Estrada de Ferro Perus, senhor Nilson Rodrigues.

A segunda locomotiva nº 2 D. Joaninha trabalhou na Usina Tamoio de propriedade de Pedro Morganti, por muitos anos e depois foi vendida e hoje encontra-se na Praça 7 de Setembro em Guarulhos – São Paulo.

A terceira locomotiva Maria Helena foi construída com dois motores automotivos convertidos para uso do álcool como combustível e utilizada também para o transporte de cana de açúcar na Usina Monte Alegre.

Sobre as locomotivas a vapor construídas por João, as caldeiras foram fabricadas utilizando a solda elétrica com eletrodos Lincoln importados dos EUA, substituindo os arrebites de aço.

Este fato foi inédito para a época. João contratou os técnicos da fábrica de eletrodos Lincoln para fazer inspeção nas soldas, sendo todas aprovadas.

terça-feira, junho 26, 2007

Causo

Suicidem-me os senhores


Sessão do Congresso Constituinte, de 19 de novembro de 1890. Discute-se um artigo da futura Constituição, e César Zama, representante da Bahia, combate-o vigorosamente.
- Eu não dou o meu voto a essa disposição, - exclamava. - Houve um deputado que representava a minha província, o qual dizia...
E citando a frase do outro:
- Suicidem-me os senhores, porque, por minhas mãos, eu não me suicido!...

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História do Brasil: Juscelino Kubitschek