domingo, novembro 08, 2015

JURANDIR BERTONCELOS



PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 07 de novembro de 2015.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
http://www.teleresponde.com.br/
ENTREVISTADO: JURANDIR BERTONCELOS



Jurandir Bertoncelos é filho de Ernesto Bertoncello e Inês Campeão Bertoncello que tiveram 11 filhos: Antonio, Maria, Jurandir, Maria Helena, Ernesto, Humberto, Nivaldo, Marisa, Márcia, Silvana e José que faleceu ainda muito movo.
O senhor nasceu em que cidade?
Nasci em Piracicaba, na Avenida Rui Barbosa, onde mais tarde demoliram a nossa casa e construíram um banco. Ficava bem na esquina, logo após a Farmácia Droga Vila, a “Farmácia do Zézinho”. Meu umbigo está enterrado ali! Nasci a 22 de março de 1947. Na época em que nasci a Avenida Rui Barbosa era chão de terra. Já havia o bonde. Conheci a venda do Papini, ficava em frente ao jardim que existe até hoje, no local mais tarde foi uma filial da PANSA- Padaria Nossa Senhora Aparecida, no nosso tempo já existia o jardim em frente a Matriz da Vila Rezende. Eu ia até o Papini buscar compra para a minha nona (avó). As moças da Vila Rezende quadravam o jardim. Nós ficávamos esperando elas passarem. Na Avenida Rui Barbosa havia o boche do Papini, os famosos pastéis da Gigeta. Na época na Avenida Rui Barbosa quase não tinha comércio. Conheci a fábrica de vassouras do Gianetti e do Paulo Sega. Sua irmã Anita Sega é a pessoa responsável por trazer para Piracicaba a entidade AA - Alcoólicos Anônimos. Eu pregava latinhas em volta de um determinado tipo de vassoura que ele produzia. Meu irmão Antonio pintava cabos de vassouras na Fábrica de Vassouras Elefante, onde um dos proprietários era o Giovanni (Joanne) Vassoureiro. A palha da vassoura vinha da Argentina, pelo trem da Sorocabana chegava até Piracicaba.
Só podia quadrar aquele jardim quem morava na Vila Rezende?
Quem era de outro bairro e passava pela ponte iria enfrentar uma guerra. Era briga na certa. Inclusive o pessoal dos próprios bairros da Vila Rezende, Paieiro com a Bimboca, Nhô Quim com Bimboca não se entendiam.
Logo passando o Grupo Escolar José Romão, existe uma baixada, qual é o nome correto dessa baixada?
Ali é o Nhô Quim! Na verdade é bairro São Luiz, mas foi apelidado de Nhô Quim. A Bimboca é acima da Igreja São Luiz. E lá para cima é o Paieiro.
O senhor conheceu o Mario Areas Witier, popularmente conhecido como “Mário da Baronesa”?
Minha irmã Maria Conceição, foi pajem da Isa, sua filha caçula. Eu vivia na casa do Mário jogando futebol. Sua filha mais velha, a Ana, casou-se com o Mauro. A Nice é casada com o Mazzonetto.
Quantos filhos o Mário teve?
Teve a Ana, a Nice, o Mário e a Isa. O Mário teve muita proteção da Baronesa de Rezende. Ele começou trabalhando como uma espécie de carteiro, ou mensageiro, do Barão de Rezende. O Mário considerava o Barão e a Baronesa como se fossem seus pais. Eles eram pessoas muito simples. Éramos tratados como se fossemos da família. Os franceses já eram proprietários do Engenho Central. Meu pai trabalhou na casa de um dos franceses.
O senhor chegou a freqüentar escola?
Não. Aprendi a ler e a escrever como autodidata. Comecei a trabalhar muito novo, com seis a sete anos de idade já ia marrar feixes de cana para a minha mãe, que cortava a cana. 
Qual era a área pertencente a Mário Witier?
Ela ia de onde hoje é o Hospital dos Fornecedores de Cana até a beira do Rio Piracicaba. Abrangia toda aquela região onde hoje é a Nova Piracicaba, Jardim Monumento. A beira do Rio Piracicaba pertencia ao Engenho Central.  Do Nhô Quim em diante era tudo brejo, na época quando pisávamos ali parecia areia movediça, o pé afundava na terra preta. Ali foi plantado muito eucalipto, a idéia era que o eucalipto absorvesse a água.
O senhor conheceu o bairro do Pitá?
Morei lá quando nem luz não havia, era tudo lamparina.
Havia duas linhas de trem, uma do Engenho Central e outra da Sorocabana. O senhor ouviu falar de uma tragédia ocorrida com um maquinista do Engenho Central?
Ocorreram várias, uma que o povo comentava era sobre um maquinista, negro, que trabalhava para o Engenho Central, sua casa era ao lado da linha, quando passava por ela reduzia ao máximo a velocidade da locomotiva, corria até sua casa que ficava ao lado da linha, tomava um café e voltava dirigindo a máquina. Até que um dia escorregou e perdeu uma perna quando uma das rodas da locomotiva passou sobre ela. Presenciei atropelamentos. O Antonio Matavelli era parente nosso, ele foi maquinista do Engenho Central durante muito tempo.
O bairro Areão fica exatamente onde?
Fica ali perto do Oratório São Mário, da atual Faculdade de Odontologia de Piracicaba, para cima, é o Areão. Inclusive onde se localiza o Shopping Piracicaba. Era tudo mato. Onde é o Shopping Piracicaba era despejado os resíduos da laminação Dedini, foram inúmeros caminhões de resíduos industriais que foram depositados ali para soterrar e nivelar o terreno, era depositada areia que havia sido utilizada na fundição.
Após ajudar a sua mãe qual foi outra profissão que o senhor exerceu?
Fui trabalhar como aprendiz de sapateiro, com o Juca Santin, na Rua Dona Francisca. Na época sapatão fazíamos com prego normal e com torno (prego de madeira), para lugar alagado tinha que ser o prego de madeira senão não durava nada. O couro usado era a vaqueta. O mais fino era o sapato de cromo alemão. Só milionário que usava. Quem tinha ficava sempre limpando com um lencinho! Aprendi a fazer sapato com cromo.
E a sua carreira artística quando começou?
Comecei a cantar em 1957 na Rádio Difusora de Piracicaba, no programa patrocinado pelo Café Morro Grande, o apresentador era o Atinilo José. Na época ali havia um auditório na rádio. Éramos muito pobres, o cachê era um pacotão de Café Morro Grande e um pacotão de Bolachas Júpiter, a embalagem era amarela e azul. Toda semana eu ganhava.
Que estilo de música você cantava?
Na época as músicas de Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto. Canto até hoje, só que agora canto seresta. Na época formei uma banda, a “Geniais”. Em outro local mais boêmio da cidade a mesma banda era conhecida como “Os Apaches”. Havia um certo preconceito por parte dos clubes, onde tínhamos que nos apresentarmos como “Geniais”. Nós tocávamos onde o pessoal pagasse, até em velório se fosse necessário, embora isso nunca tenha ocorrido. No Clube de Campo de Piracicaba fizemos um contrato para nos apresentarmos por um ano, éramos os “Five Boys”. Quem compunha a banda era eu, o Marcos Cavalari, artista plástico, era o guitarrista, Jamil Ravelli, o Tutão, trabalha na Hima, é um baterista muito bom, Gilberto Zen, tocava o teclado, Alvaro de Castro tocava o baixo, eu era o vocalista. Eu tinha uma voz que se destacava, era muito considerado na região, cheguei a ganhar um troféu como melhor vocalista no “Brinco de Ouro”, que é o ginásio da Guarani de Campinas. Na época participava o Gilson de Souza, aquele que cantava “Poxa, como foi bacana te encontrar de novo...”.





 Noriel Vilela que fez muito sucesso com a música que cantava: 
                                          ZECA PAGODINHO


                                          NORIEL VILELA SÓ O OME
 Você compunha músicas?
Eu compunha e vendia as letras. Eu, um amigo da Vila Boyes, o Paulo Batateiro, o Bebeto Surian, que inclusive teve musica gravada pelo Roberto Carlos. Na época era muito difícil gravar um disco.
Qual música sua fez muito sucesso?
Não está em meu nome, mas é a musica Tijolinho: “Sei que se esperar mais um pouquinho, Meu amor e meu carinho a você voltar” Nós a compomos e depois a vendemos, quem a gravou foi Boby De Carlo. Depois o grupo “Polegar” também gravou. 




Você tem quantos filhos?
Do primeiro casamento com Maria Luiza Ventura tenho três filhos, do segundo com Suzilaine tenho um filho com 16 anos.
Além da banda você trabalhava no que?
Eu tinha uma sapataria na Bimboca. Na esquina da Rua Dona Santina com a Rua Dr. Eulálio. Lá eu trabalhava só com conserto de calçados.
Além do Clube de Campo, você tocou em outro lugar famoso em Piracicaba?
Toquei no Jardim da Cerveja. Teve um período em que nomes de projeção nacional estiveram no Jardim da Cerveja. Nos intervalos a minha banda tocava. Quem me ensinou a manusear com a técnica correta o microfone foi Agnaldo Timóteo. Minha voz era bem alta, existe toda uma técnica para que o som saia de forma perfeita. Tive a oportunidade de cantar com ele no Clube Cristóvão Colombo, na Rua Governador Pedro de Toledo, no então “Palácio de Cristal”. Tem uma musica dele que gosto muito: “o véu da noite vai chegar e docemente vai nublar”. 



AGNALDO TIMÓTEO - MAMÃE
Em sua opinião qual é a melhor voz que você admirava?
Em minha opinião era a de um cantor que era gago: Nelson Gonçalves. Ele é pai de uma empresária famosa a Lilian Gonçalves. Eu a conheci no Programa do Bolinha, o Edson Coury. Houve uma época em que quem não tinha a carteira da Ordem dos Músicos não podia cantar. O Maestro Vicente Gimenes era o representante da Ordem dos Músicos em Piracicaba. Eu consegui obter a carteirinha de musico profissional. Quando o Bolinha esteve em Piracicaba fui classificado, mas pelo fato de ter a carteira de cantor profissional não podia participar do show de calouros do Edson “Bolinha” Coury em São Paulo, na televisão. Isso foi em 1971. Aqui em Piracicaba só teve um calouro classificado, cujo apelido era Dori Ruspioso. O Bolinha era uma pessoa muito coerente, o que ele era no palco era fora do palco. Sempre tratou a todos com muito respeito. Conheci o Wanderley Cardoso. Conheci também o Wilson Simonal, era bem vaidoso, em compensação o Jair Rodrigues sempre tratou a todos da mesma forma. Sempre rindo, sempre contente, alto astral.
As suas roupas de apresentação como artista eram feitas por quem?
Eu desenhava e minha tia costurava. Uma ocasião fui tocar no Oratório São Mário, o Padre Nery doou uma peça de tecido preto, mandei fazer camisa para o conjunto todo, eram camisas pretas com renda branca. Eu tinha uma Lambretta ano 1957, vermelha e branca.
O conjunto permaneceu até que ano?
Permaneceu até 1973 a 1974.
Você conheceu Armando Dedini?
Fiz a churrasqueira da chácara dele. O Armandinho tinha um coração que não era dele, era uma pessoa boa demais. Ele trazia Altemar Dutra pare cantar em seu rancho. Cheguei a conversar com Altemar. Nos anos 60 eu fazia a programação para o Ciro Ambrosano na Rádio Educadora de Piracicaba, ele tinha um programa às terças feiras das 20 às 22 horas. Tocava música só dos anos 60. Altemar Dutra faleceu nos Estados Unidos, a primeira rádio a dar a notícia em Piracicaba foi a Rádio Educadora, eu tinha ouvido a notícia em outra rádio.
Você conheceu o famoso radialista Titio Luiz?
Conheci! Fui catequista com ele na Matriz da Vila Rezende. O pai dele trabalhava no Engenho Central. Nós éramos crianças, íamos buscar açúcar mascavo no Engenho Central, era de graça e era o único doce que tinha. Mais tarde Titio Luiz começou a trabalhar como torneiro mecânico no Dedini. De lá ele saiu e entrou na Rádio Educadora de Piracicaba. Eu participei do movimento jovem TLC - Treinamento de Liderança Cristã. Conheci Babico Carmignani, Humberto D `Abronzo, Romeu Ítalo Ripoli. Fui diretor do XV de Novembro, em 1976 quando o XV ficou vice-campeão fazia parte do conselho do XV.
Você desempenhou outras profissões?
Tive outras atividades, uma delas foi ser serralheiro, profissão pela qual me aposentei. Trabalhei na Auto-Pira cujo proprietário era Luiz Holland.
Você nessa época tinha uma motocicleta?
inha uma Leonette. Tive três Leonetttes, uma de farol quadrado, mais antiga e duas de farol redondo, mais moderna.


 Fui três anos à Pirapora de Leonette, sozinho, estrada de terra, sem capacete. Levei umas seis horas para chegar lá. Fui de Lambretta, de Jawa 250 cilindradas, sem farol. Entrei na Auto-Pira sem conhecer nada, aos poucos fui aprendendo, até que com o Zezo Simioni aprendi a interpretar desenho mecânico. No fim cheguei a ser encarregado. Meu compadre João Desuó saiu da Dedini e convidou-me para montar uma serralheria. Após algum tempo vendi minha parte para ele mas continuei trabalhando com ele.  Até que sofri um acidente de carro e fui aposentado. Fiquei vários dias em coma, Dr. Walter Gravena que me atendeu.
Você desfilou em carnaval?
Fui puxador de samba na Avenida Armando Salles. Era o tempo em que havia cordão, tinha o cordão da Neidona, lá do Pitá. Eu freqüentava a Sociedade Treze de Maio, meu pai era cacifeiro do baralho, era quem vendia fichas, servia café. Piracicaba era pequena, Taquaral, Santa Rosa, era tudo fazendas. Por muito tempo cantei em uma boate, a “Brinco de Ouro” em Santos, perto do cais, ficava na General Câmara. Ganhava bem, morava na boate, tinha muitos estrangeiros que freqüentavam. Quando vim embora eu tinha um automóvel Simca Chambord Três Andorinhas, novo. 



Fui gerente do hotel de propriedade de Clarício de Jesus, o Cruz, ficava na Rua José Pinto de Almeida.Em 1992 meu filho apareceu com nove cartelas para o jogo da sena. Preenchi, ele jogou na Lotérica Copa 70, comecei a olhar, na época o salário mínimo era 42.000 cruzeiros, ganhei na quina dois milhões seiscentos e cinqüenta e oito mil cruzeiros. Comprei uma mobilette zero, comprei um jogo de sofá, uma televisão a cores, um vídeo cassete, fui com meus filhos para a Argentina, o resto do dinheiro estourei com a minha molecada! Passamos um mês na Argentina, onde tinha um casal amigo. 


História do TLC

 

 


Em 1964 chega ao Brasil Pe. Haroldo J. Rahm (SJ) vindo de El Paso, Texas, onde já trabalhava com o Cursilho de Cristandade. Ao chegar ao Brasil, participou do 40 Cursilho realizado em Campinas, S. Paulo. A partir deste encontro, Pe. Haroldo começou a atuar como um dos diretores espirituais do Cursilho no Brasil. Por volta de 1967, Pe. Haroldo junto com um grupo de leigos (jovens e adultos), decidi criar uma espécie de Cursilho para jovens. Combinando técnicas dos exercícios espirituais de St. Inácio, da Congregação de Maria, da Legião de Maria, da Ação Católica, documentos do Concílio Vaticano II e do movimento Search for Christian Maturity, surge o TLC. A partir da sua criação, o TLC se espalhou rapidamente por todo o Brasil. Pe. Haroldo e todo o grupo eram freqüentemente convidados a participar de TLCs do Amazonas ao Rio Grande do Sul. Hoje, além de participar do TLC, Pe. Haroldo faz um forte trabalho de recuperação e de prevenção de dependentes químicos na Fazenda do Senhor Jesus em Campinas, enquanto o projeto AE (Amor Exigente) trata da melhora de relacionamento entre pais e filhos, prevenindo assim o surgimento de futuros dependentes químicos. Objetivo O T.L.C. objetiva ser essencialmente um movimento de evangelização, de chamado dos mais afastados da Igreja, de levar as palavras de Cristo a todos em todos os níveis ("Ide pelo mundo e pregai o evangelho a toda a criatura" Mc 16,15). Ele também objetiva despertar uma verdadeira liderança cristã dentro das pessoas, através de uma conversão lenta porém constante. Hoje, mais do que nunca, as palavras de Mc 16,15 ressoam dentro da Igreja Católica. Às portas do Jubileu de N. Senhor Jesus Cristo, tantas e tantas pessoas nunca ouviram falar de Cristo nem conhecem a fundo os seus ensinamentos. Não conhecem a importância dos sacramentos, da Família e da oração. Por isso, leigos de boa vontade, se juntam para levar a um maior número possível de pessoas esses ensinamentos, esta alegria de Cristo. O T.L .C. é um grande e maravilhoso instrumento de evangelização. Durante dois dias completos, leigos de vivência se reúnem para falar das coisas de Deus, para mostrar uma Igreja alegre, viva, entusiástica. O T.L.C. se propõem a isso, através de nosso testemunho no dia a dia (em nossa casa, no trabalho, na escola, etc...) transmitir o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo. N. Senhora de Guadalupe, Padroeira do T.L.C., Rogai por nós, e olhai por todos os T.L.C.'s do Brasil. O T.L.C. só faz sentido se estiver a serviço da Igreja em todos os níveis (Diocesano, Vicarial e Paroquial). Por isso o TLC deve, e sempre caminhará, em sintonia com as diretrizes da Igreja Católica e de seus pastores. É isso que nós pretendemos com o TLC, fazer um trabalho conjunto de evangelização pelo crescimento do Reino de Deus ("Por melhor que eu seja, eu nunca serei tão bom ou tão eficiente quanto todos nós juntos" - Pe. Harold). Por Cristo, com Cristo e em Cristo. Alegria.... Sempre mais Alto !

Obs: Texto retirado da Home Page do Secretariado do TLC do Rio de Janeiro

Pe. Haroldo

 

 

 
O Padre J. Rahm em 1978, juntamente com Professor Osvaldo Cândido Ferreira e a socióloga Núbia França, fundam a entidade filantrópica então denominada Associação Promocional Oração e Trabalho. Muito antes disso, já desenvolvia trabalhos sociais nos Estados Unidos, país onde nasceu com jovens marginalizados na fronteira com o México. No Brasil desde 1965, naturalizou-se brasileiro em 1986. Já ministrou dezenas de cursos, recebeu diversos prêmios e até hoje ministra o curso de Yoga Cristã e apresenta um Programa de TV na Rede Vida de Televisão. O FUNDADOR Padre Haroldo Rahm, SJ, um iluminado, criativo, obstinado, amoroso e Terrível Jesuíta!

 Trabalhos Realizados: 

Autobiografia: Este terrível jesuita - Rahm, Harold – Ed. Loyola. Nasceu em 22 de fevereiro de 1919 em Tyler, Estado do Texas nos EUA.

1952-1964 - Trabalhou com jovens e adolescentes marginalizados na Zona Chamizal na cidade de El Paso e fundou o “Our Lady’s Youth Center”, que funciona até hoje.

1964 – Chegou ao Brasil e veio para Campinas.

1965 – Criou o Movimento de Liderança Cristã – TLC que se espalhou pelo Brasil todo e chegou à Itália e até hoje trabalha na formação e desenvolvimento de jovens lideranças cristãs – TLC de Campinas.Fundou o Centro Social Presidente Kennedy em Campinas que tem dado formação profissional a dezenas de milhares de jovens e adolescentes até hoje.

1972 - Fundou o movimento da Renovação Carismática no Brasil - RCC.

1978 - Fundou em Campinas a Comunidade Terapêutica Fazenda do Senhor Jesus para o tratamento e recuperação de adultos dependentes químicos e de álcool.

1984 - Implantou o Movimento “Amor Exigente”, adaptação ao Brasil do Movimento “Tough Love” dos Estados Unidos e que hoje está presente em todo Brasil, Argentina, Uruguay, através da FEAE trabalhando a prevenção e apoio às famílias Amor Exigente.
Fundou o CEPROMM - Centro de Estudos e Promoção da Mulher Marginalizada no Jardim Itatinga em Campinas CEPROMM Centro de Estudos e Promoção da Mulher Marginalizada - CEPROMM

1990 - Co-fundador da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas – FEBRACT

1992 - Fundou a Federação Latina Americana de Comunidades Terapêuticas - FLACT

2000 – Encabeçou a Campanha da Fraternidade: “Por um mundo sem drogas” gerando um alerta nacional e dentro das comunidades religiosas para a questão da drogadicção. Fundou a Pastoral da Sobriedade - uma ação concreta da Igreja católica que evangeliza pela busca da Sobriedade como um modo de vida www.sobriedade.org.br.

2006 – Iniciou a Campanha de Prevenção às drogas através da Espiritualidade um movimento ecumênico que chamou-se “Fé na prevenção” e gerou uma cartilha de orientação a religiosos e famílias publicada pela SENAD (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas).

2007 – Iniciou cursos de Yoga Cristã, levando esta prática a várias cidades do Brasil. Yoga significa união com Deus, com a natureza e consigo mesmo.

2010 - Fundou o Programa Além da Rua em parceria com a Prefeitura Municipal de Campinas para enfrentamento à situação de rua com serviços de abordagem de rua e serviços de acolhimento de meninos e meninas que estão vivendo nas ruas da cidade.

 

 

 

 


sexta-feira, outubro 30, 2015

AURORA UNBEHAUN

Entrevista realizada a 27 de outubro de 2015
PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 31 de outubro de 2015.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
http://www.teleresponde.com.br/ 




ENTREVISTADA: AURORA UNBEHAUN

Aurora Unbehaun nasceu a 24 de setembro de 1942, na cidade de São Paulo, na Maternidade São Paulo. A família residia no bairro Jabaquara, seu pai ainda solteiro já tinha adquirido o terreno onde mais tarde construiu a casa onde a família morava. Seu pai teve duas filhas em seu primeiro casamento: Aurora e Inês. Das segundas núpcias nasceram os filhos: Roberto, Olga e Pedro Ernesto. Sua mãe faleceu quando ela tinha seis anos, seu pai casou-se em segundas nupcias quando ela tinha 10 anos. Ele faleceu quando Aurora tinha 23 anos.
Em qual escola você iniciou seus estudos?
Naquele tempo nem tinha escola no bairro Jabaquara. Era chão de terra, não havia asfalto. Para chegar ao bairro Jabaquara embarcava-se no ônibus “12” da CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos que vinha da Praça João Mendes até o Jabaquara passava na rua paralela a da minha casa, logo acima.




Mais tarde ele passou a ir ate mais para frente, quando fizeram a garagem. Antes ele parava em frente a um comércio que tinha duas portas, um era açougue outro era um mercadinho. Estudei com uma professora que lecionava na sua própria casa, Dona Maria Amélia, na parte da manhã dava aula para os terceiros e quartos anos. Na parte da tarde as aulas eram para os primeiros e segundos anos. Era um bairro novo,  a escola um lugar pequeno, devia ter uma dúzia de alunos em cada período. Isso foi no ano de 1949. Eu estudei até o equivalente a primeira série do ginásio. Nesse meio tempo já havia a Escola Paroquial São Judas Tadeu e abriu o Grupo Escolar Almirante Barroso. Fiz o ginásio no Centro da Juventude do Cambuci, o colegial fiz no Curso Anglo Latino.


Qual era a profissão do seu pai?
Meu pai era marceneiro Todos os móveis do seu primeiro casamento foram feitos por ele. Ele trabalhou com móveis sob medida, depois passou a trabalhar na Movelar – Móveis para o Lar. Eles faziam móveis para televisão Philco, RCA Victor, antes era de madeira, assim como os móveis de rádio-vitrola, tínhamos uma em casa. Toda aquela caixa de madeira era feita pela Movelar. Meu pai cuidava da marcenaria, o Seu Oswaldo era amigo dele, era quem cuidava da pintura a revolver. Diziam que a Philco era muito exigente, tinha fama mundial pela qualidade. Aos 53 anos meu pai estava preparando-se para aposentar-se, quando sofreu um acidente , foi atropelado e faleceu. Na época eu tinha 23 anos, era a irmã mais velha.
Aquela região era praticamente desabitada?
Quando meu pai adquiriu o terreno lá no Jabaquara disseram a ele: “Você vai morar aonde tem os macacos?”. Isso porque havia a mata do Estado, onde há o zoológico. Mas era longe de onde ele havia adquirido. O chefe geral da empresa em que meu pai trabalhava tinha adquirido um terreno ao lado, chamava-se Ernesto Kaiser.
Em que ano seus pais se casaram?
Foi no final de 1941 e eu nasci em 1942. Eles casaram-se na Igreja Santa Generosa, era na praça ainda, onde hoje é o Centro de Controle Operacional do Metro. Era a Praça Rodrigues de Abreu, em frente a Catedral Metropolitana Ortodoxa.
Naquela época ali no bairro Paraíso já  tinha água encanada?
Nem pensar! Era água de poço! Tinha que tirar com manivela mesmo. A bomba para tirar a água do poço foi colocada quando eu tinha uns cinco ou seis anos. Nós morávamos no lado alto da rua, o poço ficava no fundo, e a fossa séptica ficava na frente da casa, para evitar contaminação do poço. Muitas pessoas tinham poço contaminado iam buscar água na nossa casa. 

A água encanada chegou ao bairro quando eu tinha entre 12 a 15 anos. O nosso bairro, Jabaquara, era constituído de muitos estrangeiros: japoneses, alemães, eram cidadãos que não tinham representação pelo voto. Havia bairros mais humildes que já tinham esses melhoramentos, representavam um bom número de eleitores. Aos políticos o que contava era o número de votos que poderia ter em determinado bairro. Depois veio o asfalto.
Você gostava de estudar?
Gostava muito! Meu sonho era ser professora. Percebi que tinha que trabalhar para ajudar no sustento da casa. Disse ao meu pai que iria trabalhar. Ele concordou sem questionar se eu queria continuar os estudos. Eu tinha 13 anos, fui aprender corte e costura. Aprendi em uma escola próxima cuja proprietária era Toshi Fuji. Lá aprendi a costura básica. Com quase 16 anos fui trabalhar na Rua 25 de Março, em uma camisaria  chamada Lewis. No inicio fui ajudar na embalagem, eu queria era trabalhar na máquina de costura. Fiquei pouco tempo, arrumei outra empresa na Liberdade, situada na Rua Conde de Sarzedas, travessa da Rua Conselheiro Furtado, onde se fabricava camisa esporte mas com mais requinte. Meu serviço era fazer a barra do bolso, fazia a barra da camisa. Vinha tudo cortado. Como eu já estava trabalhando, meu desejo era estudar a noite, fui dissuadida pela minha madrasta de continuar os estudos. Após algum tempo fui trabalhar nas Confecções Jamil na Rua Carlos Petit, Vila Mariana, próximo a caixa d`água, próxima a Rua Joaquin Távora era uma travessa da  Rua Inácio Uchoa. Era confecção de lingerie, fazia camisolas, peignoar, fazia muito conjuntos para noivas. O tecido utilizado era o nylon.
A costura com nylon é trabalhosa?
É um tecido muito mole, escorrega fácil. As peças já vinham todas cortadas. Chegou uma fase que cansei de tomar ônibus. Abriu uma fábrica de lingerie perto de casa, fui trabalhar lá. Nessa época que meu pai faleceu atropelado por um Volkswagen vermelho, dirigido por um engenheiro que estava com muita pressa para ir dar aulas. 
A senhora é católica?
Sou. Tinha uma amiga que freqüentava a Igreja Nossa Senhora das Graças, ela trabalhava na Pull Sport, ele disse-me que estavam precisando de costureiras. Diziam na época que Bradesco e Pull Sport eram duas empresas que faziam muita propaganda. A Pull Sport era uma empresa enorme. Começou em um fundo de quintal. Ficava na Rua Pires da Motta, Aclimação, entre as Rua Castro Alves e Rua José Getúlio, o comecinho era a Rua Antonio Prudente, em um prédio de quatro andares, logo depois eles adquiriram um terreno ao lado e construíram mais um prédio com sete andares. Ficava próximo ao Hospital do Câncer Antonio Prudente, hoje Fundação Antônio Prudente Hospital A. C. Camargo Cancerologista, quando eu trabalhava ali, se descesse na Avenida 23 de Maio, vinha a pé pela Rua São Joaquim, era muito grande o número de ambulâncias do interior que iam levar pacientes ao Hospital Antonio Prudente. No fundo do hospital havia acomodações para pacientes que estavam em tratamento e seus familiares.
Quanto tempo a senhora trabalhou na Pull Sport?
Foram doze anos e meio. Comecei como costureira. Era roupa 'prêt-a-porter', em termos de moda, quer dizer pronto para levar, pronto para vestir e usar. Fazia muito redingote (Casaco ou paletó longo) predominava a cor azul marinho. Tailleur, traje feminino composto por casaco e saia, é muito difícil de ver. Era uma moda bonita, elegante. A Pull Sport na época era só de confecção feminina. Eu fazia uma cópia do que vinha da modelagem para dar para costureiras terceirizadas. Trabalhei na modelagem, lá eu fazia a primeira peça.  Trabalhei com Dona Eva, uma italiana que era modelista, estilista, aprendi muito com ela. Fernando José estava em começo de carreira, não era famoso ainda, trazia seus desenhos, o Seu Sidnei que era o chefe da seção o ensinava. Eles desenham, mas parece que a mulher é uma tabua. A proprietária era Milla Libermann, os pais dela que começaram a empresa. Ela casou-se com David Zeiger, proprietáro das Capas Goomtex, capas de gabardine. 
















TIME Magazine, Brazil's President Costa e Silva, 21/04/1967Em 1967, a revista norte-americana Time publicou uma reportagem de capa, com a foto do presidente Costa e Silva. A matéria focalizava no progresso da economia brasileira, e citava exemplos de lideres em vários campos de atividade. Nela, David Zeiger foi apresentado como industrial exemplar.


TIME Magazine, Brazil's President Costa e Silva, 21/04/1967

Em 1967, a revista norte-americana Time publicou uma reportagem de capa, com a foto do presidente Costa e Silva. A matéria focalizava no progresso da economia brasileira, e citava exemplos de lideres em vários campos de atividade. Nela, David Zeiger foi apresentado como industrial exemplar.


Na Pull Sport fiquei até 1979, eu já ensinava o serviço de ampliação, antes era tudo manual, hoje tudo é feito pelo computador. Uma amiga saiu, logo depois também sai, fomos trabalhar em uma empresa no Brás. Eram produtos de qualidades inferiores. Permaneci lá uns seis meses. Uma amiga que tínhamos trabalhado juntas na Pull Sport, inclusive foi quem me ensinou o serviço de ampliação, estava precisando de uma ajudante. Assim fui trabalhar na Malhas RM situada na Rua Clímaco Barbosa, no Cambuci. Lá permaneci por três anos e meio. Isso foi em 1983. A costura realiza quem a faz, você sente que fez aquela peça. Sempre fui muito minuciosa. Procurava não errar, era um ponto de honra. Quando a Pull Sport encerrou suas atividades naqueles prédios, em um deles passou a funcionar a Rádio Eldorado, na Rua Pires da Mota, 820.
Da RM a senhora foi para onde trabalhar?
Fui trabalhar com alta costura, com Conceição Vigas. Na época ela estava na Rua Mello Alves. Depois ela abriu uma confecção na Rua Pinheiros. Ai ela foi para uma casa grande na Rua Gabriel Monteiro da Silva, Jardins. Era uma mansão muito bonita. Eu fazia o molde e cortava. Ela que tirava as medidas e passava para mim.
A senhora chegou a trabalhar com Clodovil, Dener?
                                                                   DENER


                                                            CLODOVIL
Não trabalhei, mas era muito comum quem estava no meio saber como cada um deles procedia profissionalmente. A alta costura é um lugar de muito glamour. As roupas do filme “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura” foram todas feitas na Pool Sport. Possivelmente devo ter costurado algumas delas.
                                    ROBERTO CARLOS EM RITMO DE AVENTURA
O que é alta costura?
É a roupa mais fina, outra forma de costurar. Têm as roupas drapeadas, tudo com ponto feito a mão. O trabalho das costureiras é um trabalho mais fino.
Você conheceu a célebre Madame Rosita?
Não a conheci, só ouvi falar. Lembro-me de quando ela estava com a Maison Madame Rosita,na avenida Paulista quase na esquina com a Rua da Consolação. Ali era um local onde só freqüentavam carteiras muito bem recheadas. Trabalhei em algumas confecções pequenas, até ir trabalhar no Atelier Parisiense na Rua Major Diogo, o proprietário era o Seu André. Lá eu completei 30 anos de serviço, em 1994 aposentei-me. Depois de aposentada passei a trabalhar na Linea Laura. Lá trabalhei mais 15 anos, mesmo estando aposentada. Morava na Rua José da Fonseca Nadais, que tinha sido motorneiro de bonde, eu o conheci.
Porque a senhora escolheu Piracicaba para residir?
Eu já tinha duas amigas de São Paulo que tinham mudado para Piracicaba. Em março de 2010 eu trabalhava ainda em São Paulo, passava de quatro a quatro horas e meia no trânsito entre ir e voltar do trabalho. Cansava mais no trajeto do que no trabalho, além da tensão o tempo todo.
Quem é mais vaidoso, o homem ou a mulher?
Nos dias atuais está difícil afirmar, ambos estão vaidosos.
Até pouco tempo havia um cuidado em vestir com esmero. Este habito mudou?
Ao que parece quanto mais a vontade sentem-se melhor. Roupa furada, roupa rasgada. Acho que é relaxo. E são mais caras, dá muito trabalho Usam pedras para lavar a roupa e gastar o tecido. O cliente compra a roupa só com meia vida! O brim é um tecido duro, antigamente, logo que apareceu usavam-se calças bem duras.
Como você vê isso?
Quando começaram a usar a etiqueta da roupa á mostra, eu fiquei abismada, para mim era o fim do mundo. Estava acostumada a umas roupas tão clássicas.
A seu ver a exposição explicita do corpo feminino quebra a magia do romantismo?
Com certeza! Já está tudo a mostra, não há mais o que ver. Infelizmente a pessoa torna-se vulgar. A pessoa deveria preservar-se mais. Isso muitas vezes banaliza o que deveria muito importante na vida da pessoa. A convivência entre casais sem nenhum compromisso, onde não há um vinculo, torna-se fonte de frustrações sucessivas. Para ter-se uma família unida é necessário superar eventuais sacrifícios.
A forma de vestir reflete o espírito da pessoa?
Acho que sim. A gente não consegue vestir uma coisa que não aceitamos.
Sempre existiram pessoas bem vestidas, de ambos os sexos, porém de caráter e conduta duvidosos?
Isso sempre existiu.
O que mais chama a atenção do homem, o recato ou a exuberância?
A princípio a exuberância chama mais a atenção dos homens. Só que com o passar do tempo o homem de forma natural ou forçosamente percebe que era um engodo. A mulher inteligente usa o recato.
Essas questões têm muito a ver com moda, estilo, enfim o trato com qual a pessoa veste-se.
Eu trabalhei em lugares que produziam roupas consideradas como normais. Não conseguiria trabalhar em lugares cuja roupa explorasse a sensualidade feminina de forma acintosa e desrespeitosa. O bom gosto salienta a beleza feminina.
Você tem algum passatempo?

Gosto de ouvir rádio! Ouço “Os Comentaristas” da Rádio Educadora de Piracicaba, ouço “Radioatividade” da Jovem Pan. Às vezes consigo sintonizar a Rádio Nove de Julho de São Paulo. 


ROSA DE LIBMAN nasceu no dia 10 de maio de 1904, no Uruguai. Veio para o Brasil no início de 1935 acompanhada pelo seu marido, Sr. Max Libman.
Em outubro de 1935 inaugurou sua maison com o nome de "Madame Rosita" na Rua Barão de Itapetininga em São Paulo. Trabalhava principlamente com artigos de pele ; visons, martas, raposas e zibelinas.
Em 1942, no fechado mercado expositor internacional de peles do Canadá Mme. Rosita elegia as mais requintadas peles do mundo sendo a primeira griffe brasileira a entrar no mercado de peles do Canadá.
Fez o primeiro desfile profissional do Brasil em 1944. Mme. Rosita foi uma verdadeira pioneira da Alta Costura feminina no Brasil, apresentando roupas elegantes e muito bem acabadas que conquistou uma clientela fiel. Adaptava alguns modelos de costureiros europeus para a mulher brasileira realizados com exclusividade para suas clientes.
Sua oficina de costura dava trabalho a 50/60 pessoas aproximadamente.
Madame Rosita sempre foi a primeira a lançar toda e qualquer novidade que surgia na Europa nos importantes e badalados desfiles de moda que apresentava no Brasil, como por exemplo o desfile feito no Teatro Municipal de São Paulo no ano de 1938.
Sempre foi considerada a "primeira dama" da Alta Costura Brasileira e conquistou grandes prêmios e troféus tais como: "Sapatinho de Ouro", "Agulha de Ouro" e muitos outros. Também foi a primeira representante feminina da Alta Costura a ser membro da "Chambre Sindicale de la Haute Couture Francaise".


Quando a Barão de Itapetininga deixou de ser um ponto considerado chique na cidade de São Paulo, Madame Rosita mudou-se para a Av. Paulista, primeiramente no Conjunto Nacional e em 1965 a antiga "Peleteria Americana" situada no n. 2.295 passou a se chamar "Madame Rosita". Uma casa nos moldes de "Celina", em Paris, com tapetes orientais, cadeiras forradas de veludo, e antigos móveis.
As vitrinas expunham de forma tradicional e exibiam vestidos clássicos e uma malharia que lembrava muito Chanel.

Atualmente a oficina conta com oito costureiras, que fazem modelos exclusivos com tecidos, na maioria das vezes, importados.
Na linha prêt-à-porter, do "casual ao chique" as roupas são importadas, principalmente da etiqueta italiana "Emilio Pucci" enquanto representantes exclusivos no Brasil.

Rosa de Libman teve a assessoria de sua filha "Dorita" e sua neta "Suzana" que criou a "Mademoiselle Rosita" propondo uma moda mais jovem.

Madame Rosita ou a Sra. Rosa de Libman faleceu em maio no ano de 1991.

É o Dr. Saul, seu filho, que cuida da parte administrativa e da importação a 10 anos e sua outra neta "Daniela Libman" que administra a parte comercial da "maison".

A "maison" mudou-se da Av. Paulista para a Alameda Jaú n. 1.725 onde continua até hoje.
Mantem disponível o serviço de armazenar trajes em pele para suas clientes em câmeras frigoríficas que conservam e protegem as "peles".
Os desfiles acontecem duas vezes por ano apresentando a coleção outono/inverno, em abril e primavera/verão em outubro e suas clientes são na maioria de classe alta, com uma faixa etária que varia de 30 a 80 anos. Na Mademoiselle Rosita encontram-se roupas para a faixa etária mais jovem.

David Zeiger, personalidade publica

David Zeiger (São Paulo, 21 de fevereiro de 1918 — São Paulo, 10 de maio de 1981) foi uma personalidade publica do século 20. Filantropo, industrial, colecionador de arte e paulistano inveterado, ele participou ativamente do desenvolvimento de São Paulo. Uma escola estadual e uma rua prestam homenagem ao cidadão de São Paulo.
Desde jovem David Zeiger demonstrou tendências progressistas. Apesar de criado e educado dentro de uma comunidade de imigrantes judeus no Bom Retiro, o David adolescente já mostrava um bom domínio da língua portuguesa e uma curiosidade pela cultura brasileira que o levou a procurar amizades for a do pequeno núcleo de europeus onde vivia.
Para atingir esse objetivo, ele se tomou sócio dos clubes Espéria, Floresta e Regatas do Tiete, no qual participou como remador em competições. Por ser naturalmente comunicativo David se tomava popular em qualquer ambiente que frequentava. Para aprimorar o seu estilo de escrita, ele se associou ao clube Portugália, que publicava um jornal com textos de autoria dos vários sócios. Em pouco tempo os seus textos de reportagem e ficção passaram a ser regularmente publicados sob a orientação do poeta Mario Gallo, que se tomou o seu mentor de gramática e estilo. Apesar de trabalhar em tempo integral no negocio de seu pai, David Zeiger finalizou a sua educação na Escola Técnica de Contabilidade.
Durante a segunda guerra mundial, os judeus exilados da Europa aceleraram seus esforços visando a criação do estado de Israel, para o qual se destinariam os refugiados sem cidadania. Em São Paulo, assim como em varias cidades do mundo foram criadas organizações que visavam arrecadar dinheiro para o sustento de judeus que já moravam na Palestina.
Uma vez criado o estado, novas contribuições continuaram a ser enviadas, para financiar a construção da infraestrutura. Foi nesse contexto que David Zeiger iniciou suas atividades filantrópicas, ajudando a arrecadar e contribuindo com seus próprios fundos.

Apesar desse foco inicial no exterior, a maioria de seus esforços por causas sociais se concentrou no Brasil. Ele participou habitualmente de bazares, reuniões e festas beneficentes. O ímpeto de David era mais voltado a saúde e ao acesso a instituições médicas de qualidade.
Para isso ele auxiliou D. Carmem Prudente no estabelecimento do Hospital do Câncer, e nas campanhas beneficentes que se seguiram.
Ele se distinguiu também como doador inicial do Hospital Israelita Albert Einstein.

Com os funcionários da fabrica e os empregados domésticos, ele aplicou os mesmos princípios de bem estar social provendo a todos acesso familiar a uma clinica medica.
m termos filosóficos, David Zeiger acreditava num Brasil que funcionasse no modelo de economia de mercado dos Estados Unidos, com uma vasta classe media, acesso geral a educação e serviços médicos.
Durante o governo Juscelino Kubitschek (1956 a 1961), ele encontrou um clima favorável para esse tipo de pensamento, que ajudaria o Brasil a sair do estado de uma economia agrária para se tornar um gigante industrial.

Nessa época David conheceu o deputado Antônio Sílvio Cunha Bueno, com o qual ele desenvolveu uma longa amizade, e através do qual começou a participar mais ativamente da vida política do Pais.
O Brasil experienciou um grande crescimento econômico nos anos 60, propulsionado por uma generosa injeção de capital dos Estados Unidos. Nesse clima de prosperidade, os negócios de David Zeiger prosperaram com velocidade, e a sua confecção (Cia Pullsport de Malharia) cresceu para dois prédios de sete andares e 500 funcionários.
Em 1967, a revista norte-americana Time] publicou uma reportagem de capa, com a foto do presidente Costa e Silva. A matéria focalizava no progresso da economia brasileira, e citava exemplos de lideres em vários campos de atividade. Nela, David Zeiger foi apresentado como industrial exemplar.

Apesar de todo sucesso, David tinha um comportamento despretensioso e afável, que se manifestava igualmente com os indivíduos mais humildes de sua empresa, ate as personalidades mais importantes que conheceu.
David Zeiger era um paulistano inveterado. Para ele, a cidade de São Paulo tinha o potencial de se tornar a metrópole mais importante da América Latina.
Para isso, ele participou desde o principio das feiras industriais estabelecidas por Caio de Alcântara Machado, dos painéis da Bienal Internacional de Arte de São Paulo] e de um projeto que visava integrar um centro cultural com teatros e salas de concerto no parque Ibirapuera.

Ávido colecionador de arte, para ele a cultura artística exprimia a verdadeira riqueza de urna sociedade. Ele não chegou a viver para ver a inauguração da escola com o seu nome[ , mas teria grande orgulho de estar associado com esta instituição.
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