sábado, março 18, 2006

BAR DO JEGUE

A simpatia de Leonel Gomes dos Reis, que também é músico dos melhores, atrai a freguesia para o seu original Bar do Jegue. Alí na Rua José Pinto de Almeida, 1431 em Piracicaba.

quarta-feira, março 15, 2006

Cacareco agora é Excelência


Cacareco agora é Excelência O Cruzeiro - 24 de outubro de 1959
Dos 540 candidatos que “ofereceram suas vidas em holocausto ao bem-estar público” concorrendo às 45 cadeiras da Câmara Munipal de São Paulo, sòmente um - Cacareco - conseguiu empolgar, de maneira espetacularmente inédita o eleitorado paulistano. Sem prometer nada (êle não pode prometer: não sabe nem falar), sem partido politíco definido - sua legenda poderia ser objeto de confusões: PC (Partido Cacareco) e alguém ainda acabaria sem visto de saída para países da banda de cá do mundo - enfim, com sua candidatura lançada sòmente alguns dias antes do pleito, sua eleição está garantida. A soma de seus votos é um recorde nas eleições municipais de São Paulo, pois Cacareco, sozinho, totaliza muito mais do que a legenda mais poderosa. A média do seu eleitorado mantém-se firme, com 20 a 30 votos por urna, em todos os bairros, do mais pobre ao mais rico. Aliás, o fenômeno político encarnado por Cacareco é algo que sòmente poderia ser explicado por algum sujeito muito entendido em dialética: sua candidatura ganhou corpo no seio da massa, de maneira espontânea, conquistou o restinho da classe média que ainda não morreu de fome e atingiu as mais altas camadas da burguesia. Ainda assim, tudo foi tentado contra êle: as “forças ocultas que tentam combater as correntes populares” investiram, pelos jornais, rádios e TV, numa campanha ruidosa, com o objetivo precípuo de evitar o ingresso do “elemento perigoso ao regime” na versão paulista da Gaiola de Ouro. Tal campanha ficou sem resposta. Cacareco não tinha acesso às fontes de divulgação. Em compensação, êle também não se aborreceu: continuou sua vidinha de “playboy” pobre (o tal que não joga damas de nenhum andar, mas come e dorme e não faz nada). O seu comitê eleitoral continuou funcionando no Jardim Zoológico de São Paulo, e Cacareco sòmente se desnorteou quando um dos seus mais ferrenhos oponentes dedicou todo um editorial à sua candidatura, no jornal mais conservador da capital paulista. Depois Cacareco se zangou quando foi intentada (e conseguida) uma solução extralegal e antidemocrática para sua candidatura: a altura dos acontecimentos em que eleitor do Cacareco se portava como torcedor do Santos F. C. - peito estufado e ar de “já ganhou” - as “forças ocultas” conseguiram que o candidato popular fôsse “exilado”, dois dias antes da eleição, para o Rio de Janeiro. O “golpe” consumou-se na calada da noite, mas a coisa não foi tão calada assim: sem mais aquela, enfiaram-no num caminhão. Aí, sim, êle se danou. Ficou perigoso. Não só para o regime, mas (e principalmente) para quem estava por perto. Mas o “Povo” e as “Classes Oprimidas” foram magnificamente à forra e concederam, aproximadamente, cem mil votos a Cacareco. Êsse movimento orginal surgiu, agora se sabe, num bairro dos mais populosos de S. Paulo: Osasco. Êsse bairro crescera e desejava agora a sua autonomia. Um típico caso de gigantismo. Houve um legítimo movimento em prol da emancipação de Osasco. Com a proximidade das eleições paulistas, já subiam a 300 os candidatos do famoso bairro. Acontece que o Supremo Tribunal repudiou as pretensões dos cidadãos de Osasco. Daí a reação original: 100 mil cédulas foram impressas e tôdas com o nome do popular “Cacareco”, como candidato. Afirma-se agora que o movimento da gente de Osasco atingiu outras ruas e outros bairros. Virou candidatura nacional. Com isso, Cacareco virou “excelência”. Pode ser que êle não chegue a tomar posse, mas se transformou no vereador que mais come (sem aspas) no mundo. E quando Cacareco voltar do “exílio”, o PC (Partico do Cacareco, repetimos) “terá reservada para êle não uma simples vereança, mas uma cadeira de deputado”.
Cacareco agora é Excelência
Cacareco, um pacato rinoceronte, virou candidato de um bairro paulista que cresceu demais: Osasco. A história de uma autonomia (negada) e as 100.000 células para vereador.
Texto de NEIL FERREIRA Fotos de GEORGE TOROK(Do Bureau de “O Cruzeiro” em São Paulo)

O Cruzeiro on line é um trabalho de preservação histórica do site Memória Viva

sexta-feira, março 10, 2006

ESTAÇÃO DA PAULISTA

A estação de Piracicaba Paulista foi aberta em 1922, depois de mais de vinte anos de espera e promessas de chegada do ramal da Cia. Paulista à cidade, em terreno doado pelo sr. João Baptista da Rocha Conceição, dono da fazenda Algodoal, a nordeste da cidade, e que por causa dela se havia metido dez anos antes em uma briga jurídica com a Prefeitura por causa da construção do matadouro Modelo em terras de sua fazenda. O nome da estação tinha a terminação Paulista para diferenciá-la da estação da Sorocabana, situada a não mais de dois quilômetros dali, no centro da cidade. As linhas da Paulista e da Sorocabana não se encontravam; apenas se cruzavam (a da CP passando sobre uma ponte sobre a linha da EFS) um pouco antes de chegar à estação nova. A arquitetura da estação era a mesma da de Jaú, construída poucos anos antes no ramal de Jaú, da mesma CP. Como esta, Piracicaba Paulista era a estação terminal do ramal. Após a supressão dos trens de passageiros do ramal, em 1976, a estação ainda seguiu aberta até cerca de 1990, mas, com a supressão quase total dos cargueiros na linha, acabou sendo fechada. Atualmente está abandonada, e a linha idem. (Fontes: relatórios da Cia. Paulista; "Síntese Urbana (1822-1930)", de Marli T. G. Perecin, Piracicaba, SP).
Embora idealizado desde o fim do século XIX para ligar Limeira a Piracicaba, somente em 1916 o ramal de Piracicaba começou a ser construído pela Cia. Paulista, mas saindo de Recanto, estaçãozinha logo após Nova Odessa. Em 1917 chegou a Santa Bárbara para aí estacionar até 1922, quando se o prolongou até a estação terminal de Piracicaba Paulista. O ramal tinha bitola larga e não se ligava com o ramal do mesmo nome, da Sorocabana, cruzando-se na entrada da cidade em desnível. Em 1922, tencionava-se o prolongamento até Bauru, idéia abandonada em 1925 por causa das dificuldades das serras no caminho. Apesar disso, em 1969 voltou a se falar na ligação Piracicaba-Torrinha, que também não saiu. Em 1976, o tráfego de passageiros foi suprimido, e nos anos 90, o ramal foi abandonado.


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