segunda-feira, julho 13, 2009

SHOW RECOMENDADO


Caneta Bic

Marcel Bich, depois de trabalhar em uma empresa de tintas durante a Segunda Guerra Mundial .Em 1949 ele comprou uma pequena fábrica de canetas esferográficas. As canetas vazavam tinta e sujavam os dedos, mas faziam sucesso, e Bich decidiu investir no produto. Procurou seu inventor, Ladislao "Laszlo" Biro, comprou a patente e iniciou a fabricação da caneta Bic, cujo modelo é praticamente o mesmo até hoje. Atualmente, são vendidas 10 milhões de canetas por dia. A novidade chegou ao Brasil em 1961, e, durante algum tempo, era proibido assinar documentos e cheques com esferográficas. Mesmo assim, a Bic vendeu 3,6 milhões de unidades em seu primeiro ano no país.

Alunas da ESALQ ganham bolsas para estudar na Europa

A Universidade de São Paulo (USP) e o Grupo Santander possuem um acordo de cooperação que oferece bolsas de estudo em universidades da América Latina, Portugal e Espanha. A edição 2009 do Programa de Mobilidade Internacional do Santander, que inclui ‘Bolsas Luso-Brasileiras’ e ‘Bolsas de Países Ibéricos’, contemplou duas graduandas da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ). As alunas, que optaram por estudar em Portugal, partirão para a Europa em agosto.
Natália Zancan, aluna do 3º ano do curso de Ciências Econômicas, seguirá para a Universidade do Porto. A estudante, que aqui vem desenvolvendo na iniciação científica uma pesquisa sobre biodiesel, se entusiasma com oportunidade da permanência por seis meses na Europa. “Pretendo aperfeiçoar meus conhecimentos, ganhar uma visão diferente do mundo. Acho que pode ser interessante dar seqüência aos estudos na área de agroenergia, uma vez que na Europa as pesquisas relacionadas ao tema vem ganhando espaço”.
Valquíria Prezotto Ximenes, também aluna do 3º ano do curso de Ciências Econômicas, tem como destino a Universidade de Coimbra (Portugal). Nas disciplinas a cursar, a estudante aprofundará conhecimentos em economia internacional, marketing e teorias do crescimento. “Eu venho desenvolvendo pesquisas na área de economia internacional, com ênfase em barreiras fitossanitárias e ter contato com esta temática em nível global será uma ótima oportunidade”.
Na USP este programa é coordenado pela Pró-reitoria de Graduação, com apoio da Comissão de Cooperação Internacional (CCInt) e na ESALQ, pela Comissão de Atividades Internacionais (CAInt) por meio da Seção de Atividades Internacionais (SCAInt), com apoio da Comissão de Graduação.
O Programa de Mobilidade Internacional
Fora lançado um edital oferecendo 45 bolsas para toda a Universidade e os alunos interessados enviaram histórico escolar, carta de interesse, plano de estudos com as matérias pretendidas e universidade de destino. A permanência nas instituições de ensino superior estrangeiras é de seis meses, para tanto, cada aluno ganha uma bolsa de 600 Euros mensais e mais mil Euros para a passagem. A USP vem empreendendo esforços no sentido de aprofundar a internacionalização de suas ações, aspecto considerado de suma importância na formação do corpo discente e também docente, bem como na produção e divulgação de conhecimentos. O objetivo do programa é possibilitar aos alunos de graduação, regularmente matriculados, cursar disciplinas de graduação em instituições estrangeiras de ensino superior, durante o período de até um semestre.

sábado, julho 11, 2009

SERINGUEIRAS PLANTADAS EM 1954 - NA REGIÃO CENTRAL DE PIRACICABA






















LAURINDO BERTINATTO



PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS

JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista

joaonassif@gmail.com
Sábado 11 de julho de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana

As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/



ENTREVISTADO : LAURINDO BERTINATTO


Quem passa pela Rua Luiz de Queiroz admira as colossais árvores que dominam com sua imensidão o espaço da praça ali existente, popularmente conhecida como Praça da Boyes. Sentado em um banco, embaixo das seringueiras, Laurindo Bertinatto distrai-se com a movimentação da rua. Homem e natureza completam-se. Naquela rua ele nasceu, trabalhou, conheceu sua esposa, constituiu a sua família. As suas raízes e as da seringueira estão naquele pedaço de chão. Bem próximo, existe uma construção do século XIX, uma das realizações de Luiz Vicente de Souza Queiroz, conhecida como “Solar”, ou “Palacete Luiz de Queiroz”, hospedou figuras ilustres que passaram pela cidade, entre tantos, Joseph Rudyard Kipling escritor britânico, nascido em Bombaim, na Índia, Prêmio Nobel de Literatura. Próximas ao Salto do Rio Piracicaba, tanto a fábrica como a residência foram vendidas á Companhia Boyes, passando a casa ser conhecida como “Palacete Boyes”. O Rio Piracicaba, a chamada Casa do Povoador, o Palacete, a Fábrica Boyes, o antigo parque infantil que cedeu espaço para a construção do Hotel Municipal, a Chácara Lara Campos, do falecido Conde Rodolpho de Lara Campos, onde hoje está o Clube de Campo de Piracicaba, o Engenho Central, com suas locomotivas próprias, projetadas pelo genial João Botene, o trem da Sorocabana, o bonde da Vila Rezende, é nesse cenário que Laurindo nasceu, cresceu e desfruta a vida com muito boa disposição. Nascido em 22 de agosto de 1930.
O senhor é piracicabano?
Sou piracicabano da gema, filho de Carlos Bertinatto e Ema Oian Bertinatto. Nasci em uma casa situada próxima á Ponte do Mirante, a denominação popular para a Ponte Irmãos Rebouças. Meu pai tinha um barzinho na esquina da Rua Saldanha Marinho com a Rua Luiz de Queiroz, o prédio existe até hoje, havia um jardim com um parque na época, parte da área foi utilizada para a construção do Hotel Municipal. O produto que era mais comercializado no barzinho era peixe frito, os pescadores pescavam no Rio Piracicaba, forneciam ao meu pai, que os vendia. Eu tinha cinco a seis irmãs, elas ajudavam na cozinha. A casa e o bar era de propriedade do Sr. Marino Mantoni, pai do Mário Mantoni.
Quantos filhos seus pais tiveram?
Nove filhos. Eu sou o penúltimo dos nove filhos.
Na época em que o senhor era criança a Rua Luiz de Queiroz era terra nua?
Era sim, na época passava boiada por aqui, iam para o matadouro. Eu tinha uns treze anos de idade, tínhamos que fechar as portas do bar, senão corria o risco do boi entrar. Quando “estourava” a boiada, os bois iam para todos os lados. Na Fábrica Boyes não havia alambrado, era comum cair boi no córrego da Boyes. Os boiadeiros laçavam e davam um jeito de puxar o boi para fora da água.
Não existia a Avenida Renato Wagner?
O leito carroçável continuava depois da ponte, no sentido bairro-centro. Existia uma casa de fabricar farinha, era de propriedade de um senhor de sobrenome Eiras.
O parquinho infantil ficava onde?
No local ocupado pelo hotel, tinha brinquedos como balança, gira-gira. O jardim era grande, ia da Rua Luiz de Queiroz até a Rua Tiradentes, quando moleque eu ia caçar passarinho lá. Era uma vegetação fechada.
O Rio Piracicaba tinha muito peixe?
Tinha os peixes: dourado, mandi, corimbatá, lambari, cascudo, era uma beleza o rio. Na época onde hoje é o mirante havia só uma casinha, onde ficava um senhor tomando conta. De lá se avistava o rio e via os peixes nadando, brilhando no sol. Vi muito pescador pegar peixes grandes, até dourado de 18 quilos.
O senhor pescava?
Ás vezes ia pescar, gostava de pescar mandi Eu nasci na beira do rio, mas não aprendi a nadar. Via a criançada nadar, alguns tiravam as roupas deixavam na beira do rio, algum outro moleque escondia a roupa deles! Isso eu cheguei a ver. Não havia a Avenida Beira-Rio. O terreno que fazia parte do Palacete Boyes ia até a beira do Rio Piracicaba. Depois foi desapropriada a parte onde fizeram a Avenida Beira Rio.
O senhor estudou em que escola?
Estudei no Grupo Moraes Barros. Lembro-me de um professor chamado Perpétuo. Tive aula com a Professora Odila Lopes Fagundes, esposa do Sr. Virgilio Fagundes, proprietário de uma fábrica de cordas.
Qual é o nome da sua esposa?
Vilma Gaiad Bertinatto, ela é tia do jornalista e radialista Carlos Eduardo Gaiad.
Na Rua Luiz de Queiroz, existiam casas de funcionários da Boyes?
Existia sim. Onde hoje há um terreno vazio havia uma casa na esquina e duas casas ao lado. Eram casas dos mestres. Lembro-me do Sr. Domingos Oss, Oswaldo Novaes que era motorista da companhia, bem na esquina havia um senhor que morava na parte superior e embaixo havia um salão grande, o José Renzi, mais conhecido como Tico Renzi, tinha ali o seu gabinetinho de dentista.
O senhor é católico?
Sou. Fiz a minha primeira comunhão quando tinha treze anos de idade aqui na Igreja Nossa Senhora Aparecida. Essa igreja é bem antiga.
Com que idade o senhor começou a trabalhar?
Eu ajudava o meu pai a partir dos meus dez anos de idade. Lavava os copos, servia os clientes. Por volta de 1937 meu pai adquiriu o imóvel onde montamos outro bar. Eu acredito que antigamente deve ter sido um imóvel só, que por ser muito grande foi desmembrado. A nossa família toda veio morar aqui.
O senhor chegou a trabalhar na Boyes?
Com dezesseis anos de idade comecei a trabalhar na Boyes, onde permaneci por uns dois anos. Trabalhava na preparação de fios para colocar nos caixões. Havia o horário das 5 horas da manhã até as 13 horas e 30 minutos, outra turma entrava ás 13 horas e 30 minutos e saía ás 10 horas da noite. O horário era alternado semanalmente. Havia uma terceira turma das 10 horas da noite até as 5 horas da manhã. A fábrica funcionava dia e noite, só parava aos domingos. Fabricava tecido de algodão, e muita sacaria para açúcar, ela que fornecia os sacos para açúcar para o Engenho Central. Não vencia produzir. Na época diziam que era o melhor produto do mercado, chegou a ter quase 2.000 funcionários. Para almoçar eu só atravessava o jardim e vinha comer em casa. Naquele tempo nem jardim existia, eram pés de maravilha, eles tinham dois metros de altura, faziam o carreador e saiam no bosque, às pessoas chamavam de bosque a mata que havia atrás do Palacete Boyes, havia uma passagem da Rua Luiz de Queiroz para a beira do Rio Piracicaba. Essas seringueiras que hoje estão enormes, eu vi plantar. Reformaram tudo, eu vi plantarem o jardim inteiro, isso foi no ano de 1954. Essas seringueiras têm 55 anos. Na Rua do Porto havia pouca coisa, era mais o pessoal que tirava areia do Rio Piracicaba. Com um batelão tiravam areia do rio e colocavam á margem do rio, era usada em construções. Já existia o Largo do Pescador, e também o bar que fica na esquina. Onde hoje é a Arapuca do Hélio, ficava a olaria do Pecorari. Tinha mais para frente uma olaria que fazia telhas, cheguei a comprar telhas deles.
O senhor saiu da Boyes e veio trabalhar no bar?
O meu pai ficou doente, meu cunhado assumiu o bar, eu vim para ajudá-lo. Na época fazíamos sorvetes de massa e de palito. Sorvete de massa havia o corinto, era leite com açúcar e uva passa. Fazíamos sorvete de ameixa, milho verde, morango tudo natural. De palito havia o de groselha, coco queimado, limão, coco.
Trabalhei na Companhia de Força e Luz um ano, ficava no prédio que existe até hoje, ao lado da catedral. Eu trabalhava como leiturista, entregava avisos.
Aonde o senhor ia passear?
Nessa época eu era moço, ia passear na Praça José Bonifácio, quadrar o jardim.
Foi lá que o senhor conheceu sua esposa?
Ela trabalhava na Boyes também. Ela vinha com as amigas para tomar sorvete. E foi assim que a conheci. Casamos em 1954, casamos na catedral. Em 1953 eu comprei o bar do meu cunhado, permaneci até 1983, são 30 anos!
Onde fica a famosa Rua do Sabão?
É a rua logo abaixo, a Antonio Correa Barbosa, ela sai do escritório da Boyes até a prefeitura. Mesmo com calçada em tempo de chuva as pessoas escorregavam nela, porque ela tinha inclinação acentuada. Pelo menos é o que falavam.
Quem abastecia o comércio do senhor com pães?
Era a Padaria Brasileira, que ficava na Rua Alferes José Caetano, 701, de propriedade do Sr. José Yeda. Comprava bolachas da Júpiter, que ficava ao lado da igreja Bom Jesus. Tinha outra fábrica de bolachas, a Cacique. Doces eu comprava do Martini. Balas eu adquiria do Nechar, da Atlante. Vendia muita lingüiça do Airton Mondini. Eu ia buscar lingüiça na Saldanha Marinho, logo após onde existiu o Posto Oásis. A casa bonita da esquina pertencia ao Ulisses Rodrigues, ele era dono de um ferro-velho.
O senhor além de bebidas quentes, refrigerantes, vendia muita cerveja?
Barbaridade como vendia! Naquele tempo praticamente só existia meu bar por aqui. No Natal e no Ano Novo vendia 50 dúzias de cerveja. Deixava no freezer, geladeira, em tambor com gelo. Ia até o Jorge Maluf que tinha uma fábrica de gelo em frente ao Cine Broadway, na Rua São José, comprava barras de gelo, quebrava bem quebradinha, colocava um pano em cima, no outro dia estava mais gelada do que na geladeira.
O senhor chegou a conhecer o Terêncio Galesi?
Meu pai foi funcionário dele. O Terêncio Galesi tinha um depósito de açúcar, naquele mesmo local, na Rua Prudente de Moraes, onde hoje funciona o HSBC. Meu pai era bem jovem quando começou a trabalhar lá, e permaneceu por bastante tempo.
O senhor conheceu o Conde Rodolpho de Lara Campos?
Conheci! Nós íamos com o meu pai buscar laranja, a chácara começava aqui na Ponte do Mirante e ia até no Asilo (Lar dos Velhinhos). Abrangia onde está onde hoje é o Clube de Campo. Já existia um caminho na direção onde hoje é a Avenida Torquato Leitão. Do lado direito de quem sobe a avenida, era a Chácara do Basaglia. Nós também íamos buscar muita laranja lá. Onde tinha o Estádio Roberto Gomes Pedrosa era a chácara do Pedro Ricco.
O senhor é quinzista?
E como sou! Eu não saia de lá! Joguei bastante futebol. O nome do meu bar era Estrela Dalva, e o nome do clube que eu jogava era também Estrela Dalva. Nós mandávamos os jogos no campo da Vila Boyes. Eu jogava como centro-avante, o Hermes era goleiro, Nelson Renzi irmão do Tico Renzi, jogava de beque central, Marino Dal Pogetto, Hélio Spolidório, centro-médio, o Rubens Costa, médio-esquerdo.
Qual era a cor do uniforme?
A camisa era branca com uma Estrela Dalva no peito, e o calção era azul. Chuteira era daquelas bem simples, mas tinha.
Quem lavava o uniforme do time?
Minha irmã! Acabava o jogo, enfiava no saco e trazia o uniforme do time inteiro. Não tinha máquina de lavar, era no tanque mesmo. Passava, guardava e no dia de jogo levava.
O time pagava alguma coisa para os jogadores?
O jogador pagava para jogar. O Campo da Vila Boyes ficava ao lado do Clube de Campo, no começo da Rua Dona Eugênia. Depois foi loteado.
Como era a Vila Boyes?
Era tudo mato. A Boyes mandou fazer 108 casas, quem construiu foram os pedreiros da Boyes. Na época os operários da empresa foram morar lá, e pelo que eu sei não pagavam nada pela moradia. Era um orgulho pertencer á Boyes.
O senhor chegou a freqüentar o Teatro Santo Estevão?
Fui, gostava muito das companhias de comédia, assisti Procópio Ferreira, cantores como Carlos Galhardo, Orlando Silva, Nelson Gonçalves.
Conheceu o médico Dr. Samuel Neves?
Conheci, era um homem muito bom, não cobrava nada dos pobres. Conheci Dr. Cera, Dr. João José Correa. A Santa Casa ficava na Rua José Pinto de Almeida.
Conheceu Nhô Lica?
Conheci, eu trabalhava na Força e Luz, ele vinha com um saco cheio de pedras e jogava em cima do balcão. Ele queria vender as pedras, imaginava que eram diamantes, pedras preciosas.
O senhor ia para Rio das Pedras de trem?
Quando eu me casei, a minha sogra Dona Cristina Gaiad mudou-se para Rio das Pedras, eu ia visitá-la de trem, isso aos domingos, a locomotiva era a Maria Fumaça.
Algumas pessoas conhecidas na cidade visitavam o Bar Estrela Dalva?
O Comendador Humberto D`Abronzo, o Salgot, Bento Dias Gonzaga, Francisco Antonio Coelho.
O senhor jogou em Jundiaí?
Nós combinamos um jogo, e foi o time todo de trem pela Companhia Paulista, para jogar futebol em Jundiaí. O Alan Perches do Nascimento era o presidente do nosso clube.
Quem eram os maiores times adversários do Estrela Dalva?
O Jaraguá Futebol Clube, o MAF. O nome MAF são as iniciais do presidente do time, Manoel Ambrosio Filho, que cheguei a conhecer.



quinta-feira, julho 09, 2009

Nomes mais comuns na terra do Rio Grande do Sul (RS)
Esta pesquisa foi realizada em 1988, com a permissão da Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (PROCERGS), em que o autor (Luis Roque Klering) atuava como analista de sistemas, tendo acesso a grandes bancos de dados. Foi realizada em horas vagas, do autor e do equipamento de grande porte utilizado (envolvendo, na época, cerca de 200 horas de processamento de dados). O estudo utilizou como recurso a técnica da "pesquisa fonética*", e foi apresentado no I Seminário Nacional de Informática nas Ciências Sociais, patrocinado pela IBM, realizado na cidade de Recife-PE, entre os dias 7 e 9 de dezembro de 1988.
Na época, ocorreu grande interesse pela pesquisa, em nível regional e nacional. Mesmo transcorridos 12 anos desde sua realização, os dados permanecem bastante interessantes, atuais e úteis, que permitem conhecer um pouco melhor esta terra gaúcha; a recuperação dos resultados permite reavivar (ou rememorar) respostas para uma questão sempre candente, nas rodas de conversas (e de chimarrão): quais são os nomes mais comuns das pessoas do Rio Grande (do Sul)?
No transcorrer da sua história, uma sociedade vai registrando seu legado de cultura em obras físicas, como monumentos e edificações; em padrões de comportamento (no lar, nos espaços públicos, e nas organizações privadas e públicas); em linguagens, mitos, ritos; assim como em crenças (valores) e pressupostos mais consolidados e profundos, tidos como certos para cada época e lugar.
O costume de atribuir nomes a nascidos em famílias carrega, ou vem carregado, com vestígios desta herança ou cultura de um povo, numa época e lugar. Os nomes carregam influências sociais, culturais, religiosas e outras, dos próprios artífices da história.
Para estimar os nomes mais comuns existentes em 1988 no Estado do Rio Grande do Sul, a pesquisa utilizou uma amostra de 951.645 pessoas (10,72% da população total), fazendo ajustes, entre a amostra e a população, nos parâmetros de sexo e idade.
Dentre os sobrenomes de origem alemã, os mais comuns são: Schmidt, Becker, Wagner, Müller, Schneider, Weber, Klein, Scherer, Hoffmann, Rech, Schmitz, Kuhn, Mallmann, Diehl, Ritter, Bohn, Ruschel, Stein, Simon, Braun, Ludwig, Hoff, Jung, Finkler e Sperb.
Dentre os sobrenomes de origem italiana, os mais comuns são: Rossi, Ferrari, Medina, Basso, Piccolli, Zanella, Farina, Molina, Zanetti, Rossatto, Bolzan, Favero, Campello, Grazziottin, Carli.
O nome completo mais comum no RS é "João Carlos dos Santos", estimando-se existirem cerca de 242 pessoas com esse nome.
A atribuição de nomes, no decorrer do tempo, ocorre na forma de ondas; por exemplo, os nomes de família (Maria, Antônio, José e outros) eram muito usados em meados da década de 50 (do século passado), a reboque de movimentos religiosos comuns na época. O nome "Luiz" teve seu período áureo no início da década de 60, quando os movimentos relacionados à juventude estavam "na onda". Nomes de apóstolos (Lucas, Marcos, Mateus e outros) foram muito usados nas décadas de 70 e 80, a reboque do caráter mais evangelizador da Igreja Católica. Na década de 80, começaram a ser utilizados para mulheres nomes que eram de homens, como Bruna, Fernanda, Paula, Luiza e outros, acompanhando a idéia de maior autonomia e capacidade das mulheres.
Alguns nomes tiveram prestígio e queda bastante rápidos, como Everaldo no final da década de 60; Ieda, em meados da década de 60; Jocasta, no final da década de 80. O nome Roberto Carlos foi muito usado na década de 60 (curva ou onda maior), tendo depois outras recorrências (curvas ou ondas menores) de utilização.

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