segunda-feira, setembro 07, 2009

sábado, setembro 05, 2009

SECADOR DE CABELO PORTÁTIL DÉCADA 60


ALBERGUE NOTURNO - PIRACICABA

OSMIR VALLE

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS


JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista


joaonassif@gmail.com
Sábado 05 de setembro de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/




ENTREVISTADO: OSMIR VALLE - (ALBERGUE NOTURNO)

Um prédio situado a Rua Prudente de Moraes, 1900 tem escrito sobre a sua entrada: “Albergue Noturno”. A pergunta que vem em seguida é como funciona? Quem dirige? Quem freqüenta? Uma janela com grade, tem escrito bem acima “RECEPEÇÃO”. Exibe um pouco mais acima um aviso em letras bem visíveis: “1ª Noite das 19:00 ás 23:00 hs. 2ª e 3ª noite chegar ás 19:00 hs.” Separado por um traço, o mesmo aviso diz: “A cada 3 meses (90) dias o migrante terá o direito a pousar 3 noites (consecutivas).” Ao lado, na altura da janela outro cartaz adverte: “NÃO RECOLHEMOS PESSOAS ALCOOLIZADAS”. Para que tudo fique bem claro já na entrada do albergado o Núcleo Espírita Vicente de Paula, Albergue Noturno de Piracicaba coloca o seu regulamento, frisando que o mesmo deve ser seguido por todos que o freqüentam: diretores, funcionários, voluntários e colaboradores, visitantes e freqüentadores de trabalhos religiosos. E segue-se uma série de recomendações. O local em si impressiona o visitante pelo seu tamanho, pelo excelente estado de conservação. Em todos os detalhes, são notados muito zelo, higiene e ordem. Os quartos são espaçosos, arejados e compostos por três camas individuais. A cozinha tem seus utensílios muito bem cuidados, o alumínio brilha como novo, embora se perceba que já é bastante utilizado. As alas são distintas, femininas e masculinas, bem como os banheiros. A individualidade dos homens e das mulheres é preservada, sendo o refeitório a única área que pode ser utilizada em comum. A construção foi sendo feita ao longo dos anos com doações. O fundador foi Osmir Valle, que nasceu em Capivari, em 11 de agosto de 1932, hoje com 77 anos de idade, advogado com 33 anos de profissão. Osmir foi criado em Porto Feliz, aos 18 anos de idade mudou-se para Piracicaba. Seu pai João Valle casou-se com sua mãe Sebastiana Herrerias Valle. Eles tinham um sítio, depois montaram uma modesta empresa de artefatos de borracha que funcionou de 1949 até 1996. Sua ultima denominação social foi Irmãos Valle Indústria de Artefatos de Pneus Ltda., aqui em Piracicaba. Osmir Valle é casado com Nadir de Bertolla Antonietti Valle. O Albergue Noturno durante o período de funcionamento tem a necessidade de uma figura chave?
O Albergue sem a presença de um guarda civil não funciona! Recebemos pessoas das mais diversas origens, e só a presença de uma autoridade oficial impõem o respeito no processo de triagem. A Prefeitura Municipal de Piracicaba tem dada a devida atenção, e particularmente o atual prefeito Barjas Negri tem sido muito atencioso conosco. Desde o prefeito Francisco Salgot Castillon nós temos a presença de um guarda durante o expediente aos abrigados. Aqui foi a primeira sede da Guarda Civil em Piracicaba.
Estamos em um salão bastante amplo ele é utilizado para outras atividades?
Entre outras funções, ele é utilizado para um curso sobre educação alimentar. Com o objetivo de levantar recursos alugamos também para ser utilizado como salão de festas. Promovemos chás beneficentes, cujas prendas vão para a nossa Feira da Economia. Tudo é feito para levantarmos os fundos necessários ao funcionamento do Albergue.
Atualmente quem preside a entidade?
A nossa presidente é Teresinha Ott Vale. O marido dela é o engenheiro civil Nelson Valle que se dedicou muito para que o albergue tenha a situação atual de instalações físicas.
Qual é o objetivo principal do Albergue Noturno de Piracicaba?
É assistencial. Em média atende 350 pessoas por mês.
Como foi a origem do Albergue?
Fundado em 1948, tínhamos pensado em construir um sanatório espírita. Começamos a construir um salão com essa finalidade, com a criação do albergue foi afastada a possibilidade de se criar o sanatório. Os quartinhos para os albergados começaram a ser construídos em 1964. Hoje são oito dormitórios masculinos com três camas individuais para cada um e três dormitórios femininos também com camas individuais.
Como esse pessoal chega até o albergue?
O nosso atendimento é voltado só para o migrante. O morador de rua já tem um órgão da prefeitura que o acolhe. O migrante vem á procura de trabalho, muitas vezes não tem recursos para se hospedar em uma pensão.
Quais são os procedimentos para a entrada do albergado?
Eles devem ter os documentos pessoais. Na falta desses a delegacia de polícia emite uma declaração atestando a idoneidade do albergado.
Como é que os interessados descobrem a existência do albergue?
O fato de já existir a muitos anos torna-o conhecido. Também recebem a orientação da Assistência Social da Prefeitura, a própria Guarda Municipal os encaminham.
O albergado passa pela triagem e a seguir quais os procedimentos?
É feito o registro de entrada do albergado, a maioria são homens sozinhos. Há também a vinda de famílias. As crianças menores, e as moças, permanecem com a mãe, os filhos maiores permanecem com o pai. Ao entrar tomam um banho quente, recebem chinelos, um pijama limpo, que é lavado diariamente, a roupa de cama e as toalhas também são lavadas diariamente. Os pertences que eles trazem são deixados em local próprio, não são levados para o quarto. É servida uma sopa, suculenta, com carne, em seguida alguns permanecem por um pouco tempo no pátio e em seguida vão dormir.
Os que de fato são casados podem ocupar o mesmo quarto?
A regra é manter a individualidade dos homens e das mulheres, para não criar constrangimentos aos demais abrigados. Portanto as alas são distintas: masculina e feminina. Ás vezes eles acham ruim a existência dessa regra.
As roupas que os abrigados usam no cotidiano quem lava?
São eles mesmos. Fornecemos o sabão. Para dormir, eles recebem as roupas de propriedade do albergue, limpas e passadas, toalha, sabonete.
Tem algum horário para dormirem?
Depois de jantaram, lá pelas nove ou dez horas eles costumam se recolherem.
Assistem á televisão?
Há uma pequena televisão que ás vezes alguns assistem.
A que horas eles acordam?
Ás seis horas da manhã eles tem que levantar. O guarda bate na porta. Alguns já se levantam antes. Acordam, levantam-se, fazem a higiene pessoal no lavatório, em seguida tomam o café da manhã, com pão, manteiga, leite. Em seguida vão para a rua.
Qual é o perfil mais comum do abrigado?
A maioria, conforme as palavras de uma assistente social da prefeitura são pessoas que andam pelo mundo. Já recebemos também famílias, uma delas composta pelo casal e cinco crianças. Vieram do Mato Grosso e permaneceram em Piracicaba onde se dedicaram com afinco ao trabalho, constituindo uma nova vida. No início dormiram algumas noites aqui no albergue, em seguida compraram um barraco na saída para Botucatu, e aos poucos se estabeleceram. Outro caso de família que se hospedou aqui foi uma que veio do norte, e também conseguiram vencer os obstáculos.
Há casos de pessoas embriagadas que desejam passar a noite no albergue?
Tem muito disso. Só que pessoas alcoolizadas não podem ser recebidas, causam todo tipo de confusão. Há casos em que o guarda civil é obrigado a recorrer à vinda de viatura para a remoção do indivíduo que algumas vezes torna-se agressivo. Há até alguns que tem contas a ajustar com a justiça.
A origem do albergue foi iniciativa de um casal?
São pessoas importantes, que eu sempre admirei, foi o casal fundador do albergue, Álvaro Mesquita Filho e sua esposa Dona Aurora dos Santos Mesquita, eles se empenharam na construção de diversas entidades em várias cidades, radicaram-se em Piracicaba. O prefeito Luciano Guidotti ajudou muito ao albergue.
A sociedade piracicabana colabora com o albergue?
Recebemos donativos, roupas, camas, cobertores.
Qual é o período de funcionamento do albergue?
Todos os dias do ano, inclusive Natal e Ano Novo. Nós temos a presença de uma assistente social, funcionária da prefeitura, que está presente todas as noites aqui na instituição.
O abrigado paga alguma coisa para o Albergue?
Não pagam absolutamente nada. Tudo é gratuito.
Quais são os problemas mais comuns entre os abrigados?
O alcoolismo é um dos fatores graves aqui. A assistente social procura dar um atendimento profissional, orientação, isso é necessário, muito importante. Tem passado por aqui pessoas que chegamos até a admirar. Filósofos, pessoas com profundo grau de conhecimento espiritual.
Os abrigados recebem aqui algum tratamento de saúde?
Existem órgãos de saúde da prefeitura que cuidam desse aspecto. Aqui recebemos as pessoas em boas condições de saúde. No caso de alguma eventualidade, há a remoção do albergado, com transporte apropriado, para um dos centros de saúde municipal, sempre acompanhado da assistente social.
Quais são os cargos compõe a diretoria do albergue?
Presidente, vice-presidente, primeiro secretário, segundo secretário, primeiro e segundo tesoureiro, um estatuto muito bem elaborado.
Há algum tipo de remuneração para a diretoria?
É um trabalho voluntário, ninguém recebe nada.
Hoje basicamente o abrigado é o migrante, como isso é visto por algumas facções da cidade?
Infelizmente não é visto com muita simpatia por alguns setores. Alguns imaginam que esse trabalho incentiva a vinda de migrantes. Alguns se sentem incomodados.
Se o migrante for bem recebido aqui ele poderá trazer outros?
Eles se comunicam!
(N.J. o direito de ir e vir é cláusula pétrea na Constituição Federal, o que significa dizer que não é possível violar esse direito. Todo o brasileiro tem livre acesso em todo o território nacional).
Existe a possibilidade de utilizar as instalações no período em que não há a ocupação pelos albergados, principalmente nas dependências onde há um espaço disponível?
Sacrificamos tempo da nossa vida pessoal para dedicarmos no cuidado com a manutenção do albergue. Pelo fato de ser um albergue noturno facilita a conciliação das nossas atividades profissionais com a dedicação ao trabalho voluntário. Se nos dedicarmos a outras atividades diárias deixaremos de lado o trabalho que nos sustenta.
Há uma tendência para o fechamento dos albergues noturnos?
Há uma tendência nesse sentido.
Os membros do Centro Espírita que congregam nas dependências do albergue realizam alguma reunião periódica?
Toda terça feira nos reunimos em nossa sala de reunião, a partir das oito horas da noite, para o estudo do evangelho, realizamos as nossas preces, é totalmente aberta ao público.
Qualquer cidadão pode dormir no albergue?
Se tiver um motivo relevante é possível pernoitar aqui. Já aconteceu. A triagem é que pode dar o aval final.
Como é a noite de Natal no albergue?
Geralmente tem poucas pessoas. Fazemos uma comida diferente, como uma ceia, com macarronada, frango.
Tem troca de presentes?
Não!
Maria Helena Medinilha Niquito participa da diretoria do Albergue. Como é que a senhora vê o abrigado?
Nos três dias regulamentares que eles permanecem aqui procuramos oferecer conforto, carinho humano.
Os albergados retribuem?
Tem pessoas muito boas.
O guarda responsável pela portaria passa situações delicadas?
Todos aqui passam por situações difíceis. Ser firme sem humilhar é difícil. Principalmente quando a pessoa chega muito embriagada e sua entrada é barrada. Alguns querem entrar durante o dia, o que não é permitido pelo nosso regulamento.
Há quantos anos a senhora está aqui?
Já faz mais de 30 anos.
Seu Osmir, qual é a satisfação que o senhor sente com o Albergue?
O ensinamento espírita, de Alan Kardec, nos ensina: quem somos de onde viemos, e para onde vamos. A partir desse conhecimento a pessoa passa a pensar no próximo. Fora da caridade não há salvação. O espírita abraça isso com muito empenho, ele sabe quem ele é. O espírita não se ilude com aquilo além de necessário para a sua sobrevivência. É o meio e não um fim. Passamos a sentir mais o sofrimento do próximo, e queremos ajudar da melhor forma possível.
Após firmarem-se em uma nova vida, o migrante retorna ao albergue para agradecer?
Já houve vários casos, falam muito bem de nós.
Seu Osmir qual é a mensagem que o senhor gostaria de enviar á comunidade piracicabana?
Quero agradecer a colaboração que recebemos do povo piracicabano, agradecer a prefeitura que nos tem ajudado desde o tempo do prefeito Francisco Salgot Castillon. Pedimos que todos que possam, colaborem conosco, a entidade tem uma história. Estamos aqui de braços abertos.




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VERSÃO TÍPICA DE PIRACICABA

(by Roberto)



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quarta-feira, setembro 02, 2009

Professores e alunos alemães visitam ESALQ

Um grupo de 19 alunos de graduação e pós-graduação, além de 4 professores da Universidade Técnica de Munique (Alemanha), campus Freising, visita a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), durante essa semana, para trocar conhecimento nas áreas de fitopatologia e ciências florestais. Os pesquisadores alemães chegaram ao Brasil no último domingo (30/8) e ficaram até esta terça-feira na Estação Experimental em Itatinga (SP), onde professores e alunos da Escola mantém pesquisas na área florestal. O, que conhecerá a estrutura dos cursos de graduação e dos programas de pós-graduação, permanece em Piracicaba até a próxima sexta-feira. Na Escola, participa de uma série de palestras abordando a produção de etanol, doenças de plantas.



Na parte da tarde, o grupo fará uma visita à Usina Costa Pinto. No dia 3/9, a delegação irá para o município de Matão (SP), para conhecer a produção de citrus e café e, na sexta feira (4/9), os integrantes seguem para os estados de Minas Gerais e Paraná, sempre participando de visitas técnicas no setor florestal.



Na ESALQ, essa ação é coordenada pelos professores Sérgio Florentino Pascholati, do departamento de Fitopatologia e Nematologia (LFN) e José Leonardo Moraes Gonçalves, do departamento de Ciências Florestais (LCF). Da instituição alemã, coordena o grupo o professor Wolfgang Osswald.



Programação



(September 02, 2009 - Wednesday)



8:00 – 8:10 – Welcome (Room Ferdinando Galli – Plant Pathology Section)

8:00 – 8:30 - Producing energy from sugarcane (ethanol) in the state of Sao Paulo

(Prof. Dra. Heloisa L. Burnquist – Esalq/USP)

8:30 – 8: 50 – Energy production by biogas and others in Germany (TUM)

8:50 – 9:10 – The New Bachelor and Master in Forestry at the TUM (TUM)

9:10 – 9:40 – Main diseases of woody plants in the state of Sao Paulo (Prof. Dr. Edson Furtado – UNESP, Botucatu)

9:40 – 10:00 – Main Phytophthora diseases of woody plants in Europe (TUM)

10:00 – 10:20 – Coffee break

10:20 – 10:50 – Producing “clean” citrus plants in nurseries (Pq C Dr. Eduardo Feichtenberger – Apta / Sorocaba)

10:50 – 11:20 - Use of stable isotope in environmental studies in Amazon” (Prof. Dr. Plínio B. de Camargo – CENA/USP)

11:20 – 12:40 – Lunch at Esalq (Professor´s restaurant)

12:40 – Departure from Esalq to Costa Pinto mill

13:00 – Arrival at “Usina Costa Pinto” – sugarcane and ethanol mill

17:30 – Leave Costa Pinto Mill

18:30 – Barbecue with Brazilian and German students / professors at Sinfesalq


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terça-feira, setembro 01, 2009

"A diferença entre o dinheiro miúdo e o dinheiro graúdo é que este, naturalmente, fala mais alto."
Millôr Fernandes

“Pesquisa propõe sustentabilidade ambiental em pólo moveleiro”

A partir da estruturação dos
Arranjos Produtivos Locais (APL) Madeira-Móveis em diversas regiões do país, as indústrias moveleiras começam a se articular para discutir os principais desafios comuns
que precisam enfrentar para elevar o crescimento do setor. Dentre eles, a questão da sustentabilidade ambiental como valor corporativo tem sido indicado como
um dos mais importantes, tanto para reduzir as perdas e os riscos na atividade, como para aumentar a rentabilidade e atingir
novos segmentos de mercado.

Com objetivo de mapear o processo de desenvolvimento de produtos no setor moveleiro, a
designer Patrícia Azevedo concluiu a pesquisa. “Estratégias e requisitos ambientais no processo de desenvolvimento de produtos na indústria de móvel sob encomenda”. Orientada pelo
professor Geraldo Bortoletto e com a co-orientação da professora Adriana Nolasco do departamento de Ciências Florestais da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Patrícia fez um estudo de caso em
18 empresas do pólo moveleiro de Itatiba/SP.

O estudo promoveu uma análise descritiva e qualitativa fundamentada em ferramentas de ecodesign para o processo de
desenvolvimento de produtos (PDP). A análise abordou os três níveis de decisão nas empresas: diretoria (planejamento estratégico), designer (planejamento de projeto
) e gerente de produção (produção).

Segundo a pesquisadora, na década de 1980 Itatiba foi considerada a capital do móvel no Brasil e, de lá pra cá ela
perdeu essa característica por alguns fatores. “Os móveis produzidos ali são da linha colonial, utilizam madeira maciça, proveniente no norte e nordeste do
País. Com as mudanças na legislação ambiental, as empresas do Pólo de Itatiba passaram a enfrentar entraves legais no que se refere à extração e transporte do material”. Além
disso, a designer lembra que a massificação da produção moveleira, na qual temos um produto menos durável, feitos a partir de painéis de aglomerado
ou MDF, barateou a produção. “Há uma mudança de comportamento do consumidor, que passa a preferir móveis mais baratos, ainda que
sua durabilidade seja bem menor e mesmo que não apresente o viés da exclusividade”.

Os resultados da pesquisa
indicam que os fatores econômicos ainda ditam a forma das empresas responderem às questões ambientais, buscando continuamente adequação às leis e regulamentos ou a redução dos custos de
produção, principalmente por se tratarem de micro e pequenas. Além disso, a ausência planejamento de negócios ou uma organização administrativa estruturada dificulta a
inserção de requisitos ambientais no PDP. Além da falta de profissionais capacitados na área de desenvolvimento de produtos propiciando o aumento das dificuldades em estruturar o setor
. “Algumas acreditam que já fazem aproveitamento das sobras, confeccionando puxadores de gavetas, tábuas de carne e faqueiros, etc. Mas o bom planejamento
é aquele que considera o conceito da redução das sobras e não simplesmente continuar reaproveitando. O ideal é planejar para não sobrar”. O
baixo nível escolar desses profissionais é um fator que dificulta o aprimoramento das estratégias de planejamento e o aperfeiçoamento da produção. Há na maioria dos casos
apenas a reprodução de um desenho trazido pelo cliente em um recorte de revista, mas raramente existe um questionamento
do melhor uso da matéria prima. “É nessa falta de planejamento que se encontram as perdas. Pedaços de mogno usados em parte
estrutural, sendo pintados de branco e ou empregados em local em que não se aproveitaria o aspecto estético da madeira
maciça”, comenta Patrícia.

Como retorno aos produtores de móveis, a pesquisa propõe que as empresas passem a atuar dentro de uma estrutura
empreendedora e que empreguem requisitos ambientais em seu planejamento. Uma das questões levantadas foi a atuação do projetista. “Se o profissional responsável por essa função tiver a mínima
formação na área de desenvolvimento de produto, ele consegue perceber logo no projeto maneiras de interferir na idéia de modo a
reduzir perdas com um simples planejamento de corte dos painéis ou peças maciças, estudo da qualidade do material, do tipo
de encaixe ou junção, o emprego de adesivos químicos menos tóxicos”, pondera a autora do trabalho.

A pesquisa indica que
o planejamento estratégico daria subsídios para que os produtores se informassem de maneira clara sobre a minimização de sobras. “Uma das empresas, por
exemplo, faz doação das sobras para uma panificadora, mas acontece que nessas sobras encontramos MDF, que concentra substâncias tóxicas do seu processo de produção
e, ao ser queimado, acaba liberando essas toxinas a céu aberto”, conta Patrícia Azevedo.

Finalizando, a pesquisadora enviou um relatório individual para
cada empresa, tanto para as que contam com 180 funcionários, quanto para aquelas que tocam suas atividades apenas
com 3 pessoas da mesma família. “Nas informações repassadas procuramos destacar a importância de atuarem de forma planejada, avaliando todo o processo, desde a origem da
matéria prima até o descarte final. A intenção era trabalhar o conceito de que é possível obter o mesmo
rendimento a partir da preocupação com seu entorno e com o emprego de estratégias de sustentabilidade ambiental. Para esses produtores, essa é uma postura
que contribui inclusive com a imagem do seu empreendimento, podendo aumentar sua cartela de clientes. É possível criar benefícios
praticando apenas algumas alterações de conduta. Esse foi o grande desafio da pesquisa”.

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