quinta-feira, novembro 26, 2009

Marcelo de Castro Meneghin



                                          Marcelo de Castro Meneghin







PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 21 de novembro de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
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ENTREVISTADO: Marcelo de Castro Meneghin
Esse é um ano especial para a Faculdade de Odontologia de Piracicaba, que comemora o centenário do nascimento do Prof. Dr. Carlos Henrique Robertson Liberalli, instalador e primeiro Diretor dessa instituição de ensino. O dentista Marcelo de Castro Meneghin é vice-diretor da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – FOP, unidade integrante da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e professor da área de odontologia preventiva e saúde pública, do Departamento de Odontologia Social. Formado pela FOP, fez a pós-graduação, mestrado e doutoramento na Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP.
O senhor é natural de qual cidade?
Sou nascido em Botucatu em 11 de maio de 1965, vim para Piracicaba em 1986, como calouro da FOP.
Os seus pais tinham alguma relação com a odontologia?
Não. Meus pais não cursaram o ensino superior, fui aluno dos bons tempos da escola pública até a oitava série. Tive a oportunidade de fazer o colegial no Colégio Arquidiocesano, após concluir o colegial fiz o exame da FUVEST e tive a honra de vir para Piracicaba. Foi aqui que encontrei Zuleica Pedroso, na época também aluna da FOP, hoje minha esposa e mãe das nossas três filhas.
Como estudante onde o senhor morou?
Inicialmente morei em república onde permaneci até a minha formatura. Passei a trabalhar no meu consultório, e morava no consultório. O dinheiro era curto, nesse inicio ingressei no setor público como dentista. Trabalhava na clínica privada e no setor público, isso me ajudou muito no desenvolvimento das minhas atividades na FOP, por ter a oportunidade de trazer a experiência do setor público para dentro do ambiente acadêmico. O desenvolvimento das atividades de pesquisa dentro da academia foi importante, para sustentar a dinâmica com os alunos, o relacionamento com o setor público. Diversos convênios sou eu quem discute com o Dr. Fernando Cárdenas, com o Prefeito Barjas Negri.
O que o levou a escolher a profissão de dentista?
A escolha não tem um motivo muito definido. Não tenho ninguém na família que tenha sido cirurgião dentista. Sempre gostei muito da área de biológicas como um todo. O que me encantava na profissão de dentista é a questão do sorriso, da estética do ser humano. Hoje a minha área é para preservar, recuperar através de um trabalho estético, como se fosse uma plástica. O sorriso como um cartão de visita das pessoas me instigava. Na escola fui descobrindo a importância da prevenção com relação á saúde. Essa pergunta é interessante, porque sou natural de Botucatu, onde há uma das melhores escolas de medicina do país e meus pais nunca esconderam que gostariam que eu seguisse a carreira de medicina. Só que eu tinha o sonho de fazer a odontologia. Até hoje, meus pais dizem de forma carinhosa: “Você tinha conquistado os pontos necessários para formar-se como médico”. Eu acho que fiz uma boa escolha, formei uma família bonita, escolhi uma boa cidade. Entendo que estou em uma posição bem situada profissionalmente.
O receio do paciente com relação á ida ao dentista é uma característica que ainda persiste?
Esse receio existe por diversos fatores, o próprio desenvolvimento tecnológico da profissão. Antigamente os equipamentos utilizados pelo profissional não eram equipamentos confortáveis ao paciente. Nem mesmo a cadeira oferecia conforto. O receio surge também pela própria dinâmica dos materiais utilizados. O processo de anestesia não tinha a eficiência que hoje existe. A nossa cultura sempre fez a ligação do profissional com um problema existente, e geralmente acompanhado de dor. O tratamento a ser feito não era fácil, era traumático, onde o paciente sofria. Nós temos uma política de saúde bucal a partir da ultima constituição, de 1988. Até então tínhamos o dentista que atendia nas escolas, sendo que muitas vezes era dito ao aluno mais travesso: “-Se você não se comportar eu te mando para o dentista!”. Era uma ameaça, com isso o dentista não era uma figura ligada á questão de saúde. Nesse aspecto abro parênteses, o Professor Miguel Morano Júnior já há 20, 25 anos, falava na questão da preservação da saúde, dentro da sua disciplina Educação Para a Saúde. O resgate do cirurgião dentista como profissional de saúde vem sendo feito aos poucos. Hoje a situação já está se tornando mais agradável, você vai ao dentista para preservar a saúde. É feita uma manutenção da saúde, um diagnóstico precoce de algum problema, o que resultará em tratamento sem o sintoma doloroso. Seguramente deverá levar ainda alguns anos para que essa mudança ocorra de forma mais abrangente.
A popularização do aparelho ortodôntico é positiva?
Como fator estético eu encaro de maneira positiva, enquanto o fator estético não atrapalhe a função saúde. Trabalho na periferia de Piracicaba e vejo a preocupação do jovem sobre a necessidade de usar um aparelho ortodôntico. Muitas vezes eles esquecem que se prevenirem uma carie dentaria terão uma aparência estética muito boa. Aproveito para associar a essa preocupação com a estética indicando um clareamento dental. Sempre que você devolver a auto-estima, confiança a uma pessoa, com seu sorriso bonito, isso será muito importante. Tudo isso deve ser sempre muito bem indicado e controlado.
Há uma faixa da população que luta muito para obter o mínimo necessário á sua sobrevivência. De que forma imagina-se que ele consiga cuidar da sua saúde bucal?
Essa questão é interessante porque muitas condições são oferecidas para que eles cuidem de sua própria saúde. Nossos alunos fazem estagio em um projeto desenvolvido junto com a prefeitura de Piracicaba, com o Ministério da Saúde, sendo que os 80 alunos do curso de graduação estão envolvidos nesse projeto. Muitos dos alunos de pós-graduação também estão envolvidos nesse processo. É importante salientar que entre os alunos de pós-graduação temos alunos de diferentes áreas: farmacêuticos, fonoaudiólogos, psicólogos. O curso é o Programa de Pós-Graduação em Odontologia, abrange algumas áreas específicas desse programa: bioquímica onde há a área de cariologia, de fisiologia, de saúde coletiva, de odontopediatria. Cada um desenvolve a sua linha de pesquisa de uma forma. Temos linhas de pesquisas na área de epidemiologia, que é o estudo da saúde publica. Temos a oportunidade de desenvolver estudos como, por exemplo, quanto um problema de desigualdade ou exclusão social interfere na questão de ter mais chances de desenvolver mais caries. Com relação aos cuidados da saúde bucal, a prefeitura tem seus programas de distribuição de escovas, pasta dental, palestras. O nosso foco é melhorar as condições de acolhimento, ou seja, como conseguir fazer com que essas pessoas procurem o serviço. O paciente idoso tem uma dificuldade maior em procurar o serviço. Uma adolescente gestante a partir do momento em que ela tem o nenê entra toda uma parte odontológica. Os pacientes diabéticos aumentam o risco de desenvolverem certas doenças, se estiver junto com o seu médico uma equipe odontológica é possível desenvolver ações para minimizar ou até evitar transtornos odontológicos. Ajudamos também na questão de organizar e qualificar as demandas, qual é o paciente que deve ser chamado com mais urgência. Qual é o setor que devemos dedicar maior atenção para os problemas não se agravarem. Encaminhamentos para unidades de especializações, um tratamento de canal para onde pode ser encaminhado.
No antigo prédio da faculdade de odontologia funciona uma clinica?
Desde 1998 funciona uma clínica grande onde atendemos uma média de 2.000 crianças por ano. É um projeto em conjunto com a prefeitura de Piracicaba, a Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas, a Fundação Belgo do Grupo Arcelor Mittal. O trabalho é realizado com as crianças das escolas municipais de Piracicaba. Com as crianças da escola estadual algumas incursões estão ligadas á área da Educação Para a Saúde do Departamento de Odontologia Social, onde atuam o Professor Fábio Luiz Mialhe e Professor Miguel Morano Junior.
A Unicamp e o CNPq têm um projeto em conjunto?
É o Programa de Iniciação Científica Júnior, que nós chamamos de PIC Jr., temos 25 jovens do ensino médio que fazem iniciação cientifica, o Prof. Miguel Morano Jr. é que coordena mais essa ação. Recebem aulas e treinamento em diferentes setores da faculdade, e recentemente dentro do Congresso Internacional de Odontologia da FOP apresentaram trabalhos de pesquisas desenvolvidos por eles, foram muito bem avaliados. É um segmento nosso de despertar nesses jovens o interesse pela academia, pela pesquisa, pelo o que é ciência, sem a pretensão de que eles sigam nem a área odontológica ou a área de pesquisa, mas sim despertar essa curiosidade que irá auxiliá-los em suas vidas. Eles recebem uma bolsa do CNPq, estão vinculados á FOP e também a Pró-Reitoria de Pesquisa da Unicamp.
A saúde bucal reflete no estado geral de saúde do indivíduo?
O que está claramente estabelecido é que a boca não é uma estrutura, um órgão separado do corpo humano. Há uma relação de saúde bucal com saúde geral. Algumas pesquisas já estabeleceram a relação da saúde bucal com a saúde de outros órgãos do ser humano, inclusive com o coração. Na há como ignorar a saúde bucal. Antigamente parecia um curso natural ter os dentes, e ao passar do tempo perdê-los. Isso não é um curso natural, é conseqüência de uma doença! Ao cuidar da saúde bucal estará sendo cuidada a saúde geral.
Quando o dentista deve ser procurado?
Vai depender de como a pessoa mantém a sua saúde bucal. Quais são os riscos de cada indivíduo. Uma pessoa diabética tem mais chances de ter uma doença na gengiva, então deve fazer um acompanhamento com o seu dentista. Quem tem pouca salivação aumenta a chance de desenvolver alguma doença. Quem pode orientar é o dentista, ele irá indicar a medicação e procedimentos necessários. Algumas pessoas precisam escovar mais vezes os dentes. Outras têm uma raiz exposta, é um local mais sensível para desenvolver uma carie. Há aqueles que têm os dentes mais agrupados, isso dificulta a higienização, aumenta a chance de desenvolver alguma doença. O retorno ao dentista que era pré-estabelecido de seis em seis meses, pode variar muito de individuo para individuo.
Qual é o numero ideal de escovação a cada dia?
O ideal é que seja sempre após as principais refeições diárias. E também antes de dormir, por ser um período onde há diminuição do fluxo salivar.
A escovação da língua é importante?
É importante como mais um meio de se fazer uma higienização. Temos que observar que a carie está no dente, á placa bacteriana forma-se no dente. Portanto escovar a língua sem escovar o dente não irá resolver nada. O consumo inteligente, controlado do açúcar, é importante. Há mães que para cessar o choro de uma criança mergulham a chupeta em açúcar e dão para que o choro termine isso proporciona o risco dessa criança desenvolver a carie. Ou mesmo os produtos líquidos como leite, achocolatados, que são oferecidos para essas crianças, com muito açúcar, para ficar bem docinho, é uma forma de carinho, só que aumenta o risco do aparecimento de carie.
Qual é a importância do flúor na água?
Os últimos levantamentos realizados no Estado de São Paulo mostram que as cidades que utilizam flúor na água têm menos caries do que aquelas cidades que não utilizam flúor. Bem controlado, essa é a questão, o flúor não traz nenhum tipo de problema. Piracicaba tem um histórico muito positivo nesse controle. A água traz um benefício direto para a população de baixa renda, é mais um veículo barato, que traz um resultado significativo. A FOP tem um mérito muito importante, é na questão da quantidade do flúor na pasta de dente.
Quando irá acabar o barulho do motorzinho no consultório dentário?
Boa pergunta! Um bom engenheiro poderia responder por que não acaba esse barulho!
A raça negra é conhecida no conceito popular por ter dentes bons. Isso é folclore?
É folclore! A estrutura de mineral é a mesma. Se forem submetidas ás mesmas condições terão idênticos desenvolvimentos. O dente dentro do ambiente da boca tem um equilíbrio dinâmico.










quinta-feira, novembro 19, 2009

CORCOVADO ANTES DO CRISTO REDENTOR


RARIDADE: FOTO DO CORCOVADO ANTES DO CRISTO REDENTOR
by J. Eduardo
Independente da coloração política, todo trabalho sério merece o apoio da população, em especial do eleitor. Transcrevemos aqui a mensagem do Veredor, militar reformado do Exército Nacional, que tem buscado exercer seu mandato de forma efetiva:
"Na enquete que realizamos no mês de outubro contamos com a participação de 1.600 amigos internautas, dos quais, 864 (54%) responderam que a segurança é o fator que mais preocupa a população, nos dias de hoje.
Na primeira quinzena de novembro, em uma nova enquete, contamos com a participação de 891 participantes, dos quais, 222 (25%) responderam que o desemprego é o fator que mais reflete na violência, seguidos da falta de ensino (25%) e da impunidade (21%).
Pois bem, nesta segunda quinzena de novembro, em uma nova enquete perguntamos se o internauta já foi vítima de algum tipo de violência.
Nesta nova enquete que é fundamental para o relatório que apresentaremos as autoridades governamentais (municipais, estaduais e federais) responsáveis pela segurança da nossa população.
Aos amigos internautas desde já, agradecemos a participação na enquete que está no nosso site
www.camarapiracicaba.sp.gov.br/capitaogomes
Ao término desta relevante pesquisa encaminharemos o nosso relatório final.
Capitão Gomes - Vereador"





sábado, novembro 14, 2009

Traditional Jazz Band

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 07 de novembro de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
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ENTREVISTADOS: Traditional Jazz Band




Alcides de Oliveira Lima “Cidão”


O que é Jazz? Ainda que muitos dicionários e estudiosos tentem definir, talvez a melhor definição esteja na frase atribuída a Louis Armstrong: "Se você pergunta o que é jazz, você jamais saberá o que é". De 1618 até 1808, quando foi legalmente proibida á comercialização de escravos na América, milhões de africanos foram trazidos, sendo a maioria levada aos estados do sul dos Estados Unidos. Grande parte dos escravos vieram do oeste da África e trouxeram fortes tradições da música tribal. No porto de Nova Orleans, estivadores negros ficaram famosos pelas suas canções de trabalho. Essas canções mostravam complexidade rítmica, na tradição africana eles tinham uma linha melódica com o padrão pergunta e resposta. No começo do século XIX, um número crescente de músicos negros aprendiam a tocar instrumentos do ocidente, particularmente o violino. A música era vibrante, quase sempre, improvisada. Diferente do nosso samba, também de origem afro, o jazz sempre se notabilizou, principalmente, por seus instrumentos clássicos: sax, trompete, piano, bateria, trombone, baixo Enquanto no Brasil era permitido aos negros cantarem e dançarem nas senzalas, o mesmo não acontecia nos Estados Unidos. Várias bandas marciais foram formadas, aproveitando a disponibilidade dos instrumentos usados nas bandas do exército. Um pianista negro não podia ser aceito em salas de concertos, mas poderia ser encontrado tocando na igreja ou tinham oportunidades de trabalho em bares, clubes e bordéis. Diversas bandas marciais, encontraram serviço particularmente em funerais luxuosos. Neles, se tocava música solene no caminho do cemitério. Alcides de Oliveira Lima, carinhosamente chamado de “Cidão” relata um pouco da história desse fenomeno musical brasileiro que já dura 45 anos, o Traditional Jazz Band, ou TJB para os seus admiradores.
Cidão você nasceu em que cidade?
Nasci em Sorocaba no dia 7 de julho de 1940, estou com 69 anos de idade mas com um corpinho de 68 anos! Cursei o Primário no Grupo Escolar "Visconde de Porto Seguro" minha primeira professora foi Dona Messias, era muito boazinha. Depois fiz a OSE. Eu fazia teatro amador em Sorocaba, fizemos a peça “Eles Não Usam Black-Tie” de Gianfrancesco Guarnieri. O Guarnieri foi assistir, gostou da minha atuação e me convidou para substituir o Flávio Migliacio que hoje está na Rede Globo. Era para fazer o papel do Chiquinho na peça. Fui, gostei da experiência e com 18 anos de idade, incompletos, eu mudei-me para São Paulo para fazer teatro. Fiz algumas peças, mas vi que a coisa era difícil para manter uma vida financeiramente estável. Acabei concluindo meus estudos e me formei em economia indo trabalhar na indústria automobilística.
Logo que você mudou-se para São Paulo foi morar onde?
Fui morar no bairro Ipiranga. Minha tia tinha a Padaria Silva Bueno, ficava perto do Grupo Escolar Visconde de Itaúna, quando tinha de 11 a 13 anos de idade , ia com meu irmão passar as férias na padaria. Era a minha diversão! As minhas férias mais maravilhosas era ajudar a minha tia na padaria. Eu tenho um carinho especial pelo bairro do Ipiranga.
Em qual escola você formou-se?
Fiz a Escola de Administração de Negócios na FAAP Fundação Armando Álvares Penteado, do Largo São Francisco. Eu já tinha feito contabilidade na OSE Organização Sorocabana de Ensino.
Você já tocava algum instrumento musical nessa época?
Eu tocava bateria desde os 16 anos de idade. Na Orquestra Irmãos Cavalheiro formada por quatro irmãos eu tocava bongô, como se dizia na época eu era “de menor”. O Comissário de Menores ia até o local do show para ver se havia algum menor presente. Os músicos eram pessoas com altura superior a um metro e noventa, eles ao perceberem a presença da autoridade, ficavam em pé e com isso ninguém me via. Dava-se o inusitado acontecimento do “bongô mágico”, ouvia-se o som do instrumento sem que soubessem quem era o artista que estava tocando! Depois passei a tocar tumbodora, que são dois bongôs maiores, juntos. A banda explorava um show de meia hora durante o baile, era um show de chá-chá-chá, mambo. Estava no auge! Passei a tocar tumbadora, maraca, durante o show eu usava aquelas roupas todas coloridas. Com isso passei a ter cada vez mais ritmo. O baterista, João Cavalheiro disse que iria me ensinar a tocar bateria. Aos 16 anos de idade comprei a minha primeira bateria, nacional, marca Gope. Logo depois adquiri uma bateria Pingüim. Um dia o João Cavalheiro me disse: “Cidão, você está pronto para apresentar-se como um bom baterista, já tem 18 anos de idade. Eu gostava muito de um tema do filme “O Homem do Braço de Ouro” é um tema específico para bateria, fiz, e no final chorei de emoção por ter realizado aquele solo.
Em seguida você mudou-se para São Paulo?
Cheguei a São Paulo para fazer teatro, fui fazer a peça “Arena Conta Zumbi”, e nessa peça precisava fazer uns batuques, umas músicas meio misteriosas da África. Disseram-me: “- Batuque você pode fazer, mas precisamos de um clarinete, saxofone, algo assim”. Deram-me uma indicação de que o Tito Martino tocava clarineta, ele já fazia jazz em um quarteto. Ele me convidou para fazer parte de um grupo de jazz. Disse-lhe: “- Só que não tenho bateria, eu vendi a minha quando vim para São Paulo”. Ele então respondeu: “- Vamos até o bairro Ipiranga, tem uma pessoa que tem uma bateria, ele pretende ser o baterista, mas acho que não reúne as condições necessárias”. Fomos até lá, peguei a bateria, passei a tocar, a impressão é de eu já a tocava por uns quinhentos anos! A pessoa emprestou a bateria, eu fazia teatro ao mesmo tempo. Estava concluindo meus estudos, passei a trabalhar no meu primeiro emprego, foi na Ford. Logo depois comprei a minha própria bateria e começamos a tocar.
Você é filho único?
Somos quatro filhos: meu irmão mais velho, com 10 anos a mais do que eu, falecido, outro é o Armando de Oliveira Lima, jornalista em Sorocaba, foi professor de filosofia pura na Faculdade de Filosofia. Outro irmão, nascido dois anos antes de mim, e que é promotor público aposentado. Eu sou o irmão caçula!
Como é o nome dos seus pais?
Meu pai é  Antenor de Vieira Lima e minha mãe Amélia Marchesini Lima.
Seu pai era músico também?
Só o meu tio Agenor, irmão do meu pai é que tocava violão. Mais ninguém na família era músico. Não tenho essa veia musical da família, acho que a inaugurei! Meu filho já toca bateria.
E o músico que faz parte do TJB, o Carlos Lima, é seu parente?
Não é meu parente, mas é meu compadre! Tive o prazer de batizar o filho dele.
Em que ano você casou-se?
Foi em 1964, na cidade de Santos. A minha esposa Vera Lúcia é de Santos. Tudo começou quando fui com um dos meus irmãos fazer uma palestra, eu estava no palco, com meu irmão, na platéia estava a Vera. Olhei para ela e um ano e nove meses depois casamos. Foi em 19 de dezembro de 1964. Dia 19 de dezembro próximo estaremos completando 45 anos de casados. Um único casal completar esse período de tempo casados é marcante. Casar diversas vezes e somar esse tempo de casado é fácil. Temos três filhos maravilhosos: Miriam, Márcia e Marcelo.
Você continua viajando muito ainda?
Trabalho em uma empresa de consultoria, eu visito as distribuidoras Toyota. Acabei de chegar de Feira de Santana. Isso sem falar que viajo com a banda.
Quem fez o logotipo da banda?
Foi João de Deus Cardoso, ele é um artista gráfico. O piston é um instrumento líder da banda e o verde e amarelo são as cores do Brasil. Viajamos bastante com a banda para o exterior.
Como a sua esposa Vera encara a sua profissão de músico?
Quando nos casamos eu já era músico. Voltava tarde para casa, ela foi muito compreensível, sei que não foi fácil para ela, ter um marido que chegava de madrugada. Quando as crianças nasceram, o intervalo de tempo de nascimento entre uma e outra foi próximo. Da Miriam para a Márcia foram 18 meses, da Márcia para o Marcelo foram 13 meses. Com isso eu fiquei afastado da música por um período de sete anos.
Você pratica algum esporte?
Lá no passado, bem no passado, eu joguei futebol na posição de meia-direita, jogava bem mal. Joguei o que chamávamos de pingue-pongue, hoje tênis de mesa. Pouca gente sabe, mas eu fui campeão paulista de futebol de botão! Na Ford tínhamos um clube dos funcionários, cheguei a ser diretor social desse clube e começamos a fazer competições com times de outras indústrias automobilísticas. Existia a Federação Paulista de Futebol de Mesa, envolvendo uma série de outros clubes.
Além do jazz você gosta de outro tipo de música?
Gosto de todas as músicas, para mim só existem dois tipos de música: de boa qualidade e de má qualidade.
Grandes nomes da música nacional estão movimentando-se para diminuir a carga tributária que incide sobre as mídias (CD, DVD), com o intuito de tornar mais acessível para o grande público as obras gravadas. Qual é a sua opinião a respeito?
O problema que existe no Brasil é de natureza cultural. Nós estamos disponibilizando os nossos CDs na internet, no portal UOL. Praticamente paramos de gravar CDs para a venda. Na minha opinião, mesmo diminuindo a carga tributária não irá resolver o problema.
Você ja escreveu algum livro?
Não. Ainda não. Estamos com o projeto de escrever.
O que você sente ao executar uma música de jazz?
Eu não sei explicar. Na primeira vez em que estive em New Orleans me senti em casa. Com essa sensibilidade, quando faço jazz me sinto transportado para essa época, 1910, 1912, 1915, 1930. Acho que sempre fui jazzista e não sabia disso. Executando jazz sinto que preencho a minha vida, não consigo me imaginar sem o jazz tradicional. Quando eu parei de tocar por sete anos, disse para mim mesmo, agora pretendo não parar nunca mais. Após trabalhar por 35 anos na indústria automobilística, me aposentei. Disse a minha mulher: “- Vera! Vou fazer o que eu gosto!”. E comecei a trabalhar com música, 90 dias depois eu estava tocando, fazendo música e infeliz! Perguntei a Vera o que estava acontecendo. Ela disse-me: “- Você precisa fazer uma coisa diametralmente oposta a música para que você possa merecer a música!”. As mulheres são sabias. Passei a trabalhar com consultoria, nunca mais tive esse tipo de problema. Merecendo a música, eu me transportava de novo!
Qual foi a sua mais grata surpresa?
A minha mais maravilhosa surpresa são os meus netos! Filho é maravilhoso, mas netos...
Quantos netos você tem?
Sou um avô babão, tenho três netos, uma menina de 12 anos, a Priscila, um menino de 10 chamado Henrique e uma pequenininha, o nosso encanto, chamada Isabella, que fez um ano em 13 de novembro. No mundo musical a grata surpresa é nós da banda termos conseguido realizar 70 por cento da escola jazzistica.
Qual foi o show mais contagiante?
Existem vários, citar especificamente um é dificil. Um muito marcante foi quando fomos tocar para um hospital nos Estados Unidos, eram crianças com necessidades especiais, montaram tudo para nós, fizeram botons, lembro-me perfeitamente que ao término do show uma criança com um braço muito fininho começou a carregar a cadeira para guardar no lugar correto. Eu quiz ajudar, ao que a menina respondeu: “- Você fez a sua parte muito bem feita, agora é a minha parte!”. Isso foi tocante.
Durante um show sempre tem o indivíduo incoveniente. Você lembra-se de algum?
Tem! Há uma história de tres mulheres incovenientes. Adoro fazer trocadilhos, é um humor inteligente. Nós estavamos tocando no Opus 2004 e dissemos assim: “-Vamos fazer 15 minutos de intervalo e voltaremos mais bebados do que nunca!”. Diziamos isso em tom de brincadeira. Os 15 minutos de músicos não deve ser levado a sério. Foram 35 minutos! Quando voltamos, peguei o microfone, tinha três senhoras, aquelas de tailleur, aspecto de executivas, uma delas passou a mão no meu microfone, não pediu licença e disse para mim: “-Olha, nós consumidores estamos sendo enganados! Esta figura que está aqui no palco mentiu para nós! Disse que o intervalo seria de 15 minutos, eu marquei no relógio exatos 37 minutos! Isso é uma afronta! Eu de posse do microfone disse-lhe: “A senhora tem razão! Em homenagem a senhora daqui para frente vamos fazer menos pausa!” O público não se conteve! Temos também os chatos de plantão.
Tem aquela figura que pede para tocar uma música que não tem absolutamente nada a ver com jazz?
Têm! A música que esse tipo sempre pede é o “Parabéns Á Você”! Nós tivemos até que fazer um arranjo especeial. Dizem: “-Toca poque hoje estou com a minha namorada e é aniversário dela! Ou é a mãe, a sogra. Fazemos jazzisticamente o “Parabéns Á Você”. Os que não entendem de jazz pedem músicas que estão nas paradas de sucesso! Isso nós não fazemos. Em Nova Iorque pediram que fizesemos um sambinha. O Edo Callia sugeriu que fizessemos o “In the Mood” que é o “Edmundo”, a letra em português. Saimos durante o dia, fomos comprar tamborim, pandeiro, e a noite apresentamos. Acabamos incluindo em nossos shows até hoje.
Onde foi o local mais exótico onde vocês tocaram?
Foi em Porto Velho, em um restaurante que ficava em cima de uma árvore. Colocaram entre duas árvores um tabladão, era um restaurante, tocamos lá. Outro local exótico foi dentro do avião da VASP.
Em New Orleans há a tradição de uma banda de jazz acompanhar um enterro. Já ocorreu isso com vocês no Brasil?
Já acompanhamos três enterros e uma missa de sétimo dia. Dois enterros foram no Cemitério da Consolação. Outro falecido deixou em testamento que fosse enterrado nos moldes dos funerais de New Orleans.

sábado, novembro 07, 2009

A presença masculina no ballet

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 07 de novembro de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
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Legenda da Fotografia:
Da esquerda para a direita:
Sentadas: Cinthia Andriota Corrêa, Giulia Achek Torquetto, Mariana Etezarife de Toledo Ferreira. Logo atrás seus pares: Danilo Chiodi, Cesar Augusto Stenico da Silva, John Albert Almeida Machado da Silva. Em pé os professores: Marcelo Rodrigues de Moraes, Jussara Maria Siqueira Sansígolo e Dayane Keller Ribeiro . Foto: João Umberto Nassif.
ENTREVISTADOS: ALUNOS DO BALLET CLÁSSICO JUSSARA SANSÍGOLO
(A presença masculina no ballet)
Em Piracicaba a escola Ballet Jussara Sansígolo se empenha em desmistificar o balé para os rapazes. É emocionante ver a compenetrada Mariana Etezarif dançando com o pequeno John Albert. A dupla formada por e Giulia e Cesar Augusto parece estar dançando em meio a nuvens, hipnotizam a atenção de quem assiste. A sincronia de movimentos precisos, técnica perfeita da dupla Cinthia e Danilo mostra uma dança de muita expressão, grande vigor, fruto de provavelmente muitas horas de ensaio. Os professores de ballet Dayane e Marcelo formam um belo casal, já na fase dos preparativos para o casamento, entreolham-se de forma apaixonada na vida real, retratando o que ocorre no palco. John Albert Almeida Machado da Silva nasceu em 28 de julho de 2001 em Salvador, Bahia, é soteropolitano como faz questão de afirmar. Em poucos instantes percebe-se que é um garoto espontâneo, desinibido. Cesar Augusto Stenico da Silva nasceu em Piracicaba em 13 de abril de 1995, está em plena fase de adolescência. Danilo Chiodi é natural de Piracicaba, nascido em 8 de março de 1992, já planeja seu futuro com todas as opções que visualiza.
John Albert você é um bom aluno?
Sou! Estudo na segunda série. Sou capoeirista, jogo futebol no Pinta de Craque, onde sou meio de campo. Terça-feira meu time ganhou de 3 a 1, eu fiz 2 gols. Sou surfista, tenho uma prancha de um metro e meio, ela é vermelha e branca. Pratico o surf quando vou á praia, costumo freqüentar Iguape. Treino judô também.
O que você pensa em ser quando crescer?
Jogador de futebol da Seleção Brasileira, e pretendo continuar a dançar ballet.
Cesar Augusto como você descobriu o ballet?
Eu fazia dança de salão, quando a minha amiga e colega de escola, Luana, começou a falar sobre ballet. Faço a oitava série do estudo fundamental.
Danilo quando você conheceu o ballet?
Eu já nasci dançando! Desde que me conheço por gente eu já dançava, em casa, era só tocar uma música eu já estava dançando. Minha mãe conta que ainda muito pequeno eu gostava de dançar. Praticamente dançava dentro do berço! A minha atenção despertou para o ballet quando eu tinha 15 anos de idade, ao assistir a uma apresentação pela televisão. Passei a procurar uma escola de ballet, estou aqui com a professora Jussara já faz um ano. Estudo no terceiro ano colegial. Quando estou praticando o ballet despejo toda a pressão, stress do dia-a-dia. Se eu ficar uma semana sem ensaiar passo a me sentir estressado. A minha relação com o ballet é muito intensa. Eu trabalho dançando! É só estar tocando uma música que eu gosto e passo a ensaiar algum passo, não de forma tão explicita como na escola de ballet. Ao ouvir uma música posso criar um passo, e naquele exato momento tento ensaiar esse passo, se não fixar no momento exato mais tarde é difícil de lembrar. Isso as vezes pode ocorrer em meio a uma multidão!
Ao ouvir uma música sertaneja você acompanha os compassos da música dançando ballet?
Acompanho! Não que seja a minha música preferida para dançar, mas sou bem eclético.
Danilo, nessa fase da sua vida, existem inúmeras opções de carreiras a seguir, você já definiu alguma?
Há um leque de opções, tenho alguns planos. Para tomar a decisão acertada tem que ser fruto de uma análise cuidadosa. Trabalho em uma empresa já há dois anos.
Danilo, você percebe algum tipo de preconceito pelo fato de praticar ballet?
É interessante observar que da parte dos jovens da minha idade eu não sinto um preconceito efetivo, isso não significa que foi totalmente eliminado, mas as manifestações de preconceito são quase inexpressivas. Houve uma evolução da cultura, a geração atual está mais liberal. Algumas pessoas de gerações anteriores ainda conservam certos conceitos da sua época, onde havia um forte preconceito em relação ao ballet.
Cesar você recomenda o ballet como atividade física?
Para quem gosta de dançar eu recomendo. Para mim o ballet é mais do que uma dança.
Quando pratico o ballet me desligo bastante dos problemas do cotidiano.
Você já se pegou distraidamente ensaiando algum passo em plena rua?
Já! E bastante. Quando eu saio da aula de ballet, vou embora á pé, caminho ainda “viajando”!
Quando você está em casa, ao surgir uma cena de dança na televisão seus familiares o chamam para ver?
Esses dias em uma novela a Ana Botafogo, primeira-bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro estava participando. Minha avó e meu pai me chamaram para ver a apresentação dela.
John quem foi a primeira pessoa que você viu dançando ballet?
A minha mãe, que é professora de ballet. Eu disse que também queria dançar, isso foi em Salvador, só tinha eu como aluno, o resto da turma era formada por meninas.
Você achou bom em ser o único garoto entre tantas meninas?
Achei. Elas falavam que eu era bonitinho.
Quando você realizou sua primeira apresentação pública?
Eu tinha três anos de idade, foi “Soldadinho de Chumbo”. Dançar ballet me deixa muito feliz.
É fácil apoiar-se nas pontas dos dedos dos pés?
É só ficar na ponta dos dedos dos pés e ter postura, deixar á costa reta.
Mariana Etezarife de Toledo Ferreira, você nasceu em 1 de agosto de 2002, hoje tem sete anos de idade.
O John é seu parceiro de dança, qual é sua opinião sobre ele?
Ele é legal, muito divertido, acompanha meus movimentos.
Giulia Achek Torquetto você nasceu em Piracicaba em 18 de março de 1999. Quando você descobriu o ballet?
Eu sempre gostei muito de dança, a minha mãe freqüentava um curso, comecei a fazer-lhe companhia, foi quando vi uma moça dançando ballet. Curiosa, perguntei que dança era aquela. Logo depois passei matriculei-me na escola Jussara Sansígolo, e estou aqui já faz sete anos. Estudo na quarta série escolar.
Como é o Cesar Augusto como parceiro de dança?
Muito legal! Uma simpatia imensa.
O que as suas amigas acham do fato de você dançar ballet?
Todas as minhas amigas praticam algum tipo de dança. Elas me prestigiam bastante, vão assistir ás minhas apresentações.
Você faz algum tipo de regime alimentar?
Não faço nenhum tipo de regime. Como de tudo.
Você recomenda o ballet para manter a forma física?
Recomendo!
Cinthia Andriota Correa, você nasceu em Piracicaba a 31 de março de 1989, é parceira de dança do Danilo. Qual faculdade você freqüenta?
Estou cursando o terceiro ano de Direito.
Seus colegas de faculdade sabem que você dança ballet?
Sabem, eles adoram! Sempre me perguntam quando será a minha próxima apresentação.
Você pretende exercer a profissão de advogada?
Quero atuar na área, mantendo a também a minha dedicação ao ballet, pretendo ser professora de dança.
Em sua opinião, a atuação masculina no ballet tem alguma descriminação?
Acredito que o fator cultural influencia muito, mas vejo que há um preconceito, são pessoas que falam de um assunto que não conhecem.
Como é o ambiente com a participação dos rapazes?
É uma delícia! A cada dia sentimos sentimo-nos em uma família. Somos amigos em todos os momentos, nos dias felizes, em nossos desabafos.
Seu namorado não é uma pessoa que pratica ballet. Qual é a opinião dele?
Ele me apóia muito.
Qual é a sensação de se apresentar em um palco como bailarina?
É uma sensação inexplicável. Sinto tudo ao mesmo tempo, medo de errar, alegria, cada coreografia passa um sentimento.
A vida de uma bailarina é disciplinada?
Os hábitos devem ser os mais saudáveis possíveis. O consumo de álcool e o uso do tabaco são totalmente excluídos. Durmo cedo. O ballet reflete o estado de saúde da pessoa.
Como é o Danilo, seu parceiro de dança?
Faz tudo certinho! Ele tem uma estatura ótima para dançar com um metro e oitenta e cinco centímetros de altura.
Marcelo Rodrigues de Moraes, você é nascido em São Paulo, em 28 de novembro de 1973. Você chegou a Piracicaba quando?
Minha família veio residir em Piracicaba quando eu tinha 3 anos de idade. Fiz os estudos básicos, fui aluno da escola Sud Mennucci, fiz o curso de Tecnólogo em Sistemas Produtivos, conclui o curso de pós-graduação na área.
Como você conheceu o ballet?
Houve uma apresentação para os funcionários do então Banespa, no Teatro Municipal de Piracicaba, a minha tia era funcionária do banco e me convidou para assistir o espetáculo. Eu gostei do desempenho do artista, saltando, girando, até então eu tinha praticado caratê, jogava futebol. O que me despertou a atenção foi o fato de perceber que não era apenas uma seqüencia de movimentos mecânicos, a pessoa colocava a alma naquilo que estava apresentando. É inexplicável. Em 1992 iniciei o curso de ballet, em 1995 a Jussara precisava de um bailarino e eu vim para esta escola.
No inicio, passou pela sua cabeça o fato de haver quase que só mulheres como alunas?
No começo, que foi em outra academia, eu não comprei nenhum dos itens necessários á prática de ballet. Eu queria ter a certeza de que era isso mesmo que eu queria. Após 3 meses, percebi que o ballet estava me beneficiando, fui fazendo aulas, gostando. Em 1992 o preconceito era muito mais pesado do que é hoje, nem se compara. Senti isso até por parte do meu pai. Ele dizia que isso não é coisa que homem faz.
Isso é coisa que homem faz?
É. Qualquer coisa é permitida ao ser humano realizar. Temos mulheres dirigindo ônibus, jogando futebol. Para a pessoa fazer sua opção sexual ela não tem a necessidade de dançar ballet.
Dayane Keller Ribeiro com quantos anos você iniciou o ballet?
Eu tinha seis anos de idade, foi em 1985. Meu tio que também era meu padrinho me fez estudar ballet clássico, violão, depois me matriculou no curso de piano. Aos dez anos de idade ele achou que eu deveria fazer uma opção, pois eu estava já com muitas atividades simultâneas. Eu escolhi o ballet clássico. Meu inicio já foi na Academia Jussara Sansígolo.
O ballet é uma atividade que exige muita disciplina?
O ballet motiva tudo: disciplina, postura, educação. Amo o ballet, a minha terapia é a dança. Limpa o corpo, a alma. Não é apenas dançar, tem que ser trabalhado o corpo e a mente, é necessário o uso do raciocínio. Ballet é saúde, paz de espírito.
Você e o Marcelo são professores da escola, como é conviver com essas idades tão diferentes que freqüentam os cursos?
Eu dou aula para pequenos como o John, para adolescentes, e é interessante observar que os adolescentes que são nossos alunos não se enquadram na denominação “aborrecentes”. Isso dentro e fora da escola.
Quando você conheceu o Marcelo?
Foi em 1995, quando ele foi convidado para dançar aqui na academia, eu fazia o papel principal e era necessário ter um bailarino. Na época ele tinha uma namorada. Em 1996 dançamos o ano todo juntos, no final do ano, em novembro ele deixou a namorada. Até então éramos apenas bons amigos. No dias 26,27 e 28 de novembro de 1996 dançamos juntos. Em 1997 começamos a namorar.
Marcelo como você idealiza a cerimônia do seu casamento com a Dayane?
Nós queríamos dançar Pas de Deux de Quebra Nozes no Teatro Municipal. Hoje existe uma burocracia na igreja que impede a vinda do padre até o local. Há também a questão financeira relativa á locação do teatro. Nem que seja necessário ensaiar por seis meses, eu desejo realizar meu sonho.

domingo, novembro 01, 2009

PALESTRA IMPERDÍVEL

Dia 28 de Novembro, palestra de Jean-Claude Relegieux tendo como tema: “Engenho Central e Presença Francesa na Região de Piracicaba”



Local: Museu Pedagógico Prudente de Moraes, Rua Santo Antonio, 641


Horário: 9:00 horas da manhã. Entrada Franca.


                                          PEDRO CALDARI



PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 31 de outubro de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/
http://blognassif.blogspot.com/

ENTREVISTADO: PEDRO CALDARI

O presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, Pedro Caldari narra parte de sua trajetória desde o seu nascimento no bairro da Vila Rezende até os dias atuais. Pesquisador, escritor, cronista, carrega em sua memória os tipos e locais característicos de uma Vila Rezende que segundo ele afirma em sua apaixonada narrativa “por muito tempo foi a locomotiva de Piracicaba no aspecto econômico e financeiro”.



O umbigo de Piracicaba está na Vila Rezende?



Sim! Quando o Capitão Povoador Antonio Correa Barbosa veio á Piracicaba já existiam alguns moradores no local onde mais tarde foi construído o antigo Engenho Central. Eles aproveitavam as benesses do Rio Piracicaba, às facilidades ali existentes, entre elas as de pesca e caça.



A sua paixão pela Vila Rezende resultou nos seus dois volumes escritos sobre o bairro?



A minha paixão pela Vila é natural, eu nasci lá em 5 de setembro de 1938 sou filho de Catarina Furlan Caldari e Ricieri Caldari, ambos brasileiros e filhos de italianos. Sou formado em Contabilidade pela “Faculdade” do Prof. Antonio Zanin, a Escola Técnica de Comércio Cristóvão Colombo, nós dizemos que era uma faculdade porque a escola foi sempre um referencial na formação profissionalizante. Na época Piracicaba contava apenas com a Escola de Agronomia Luiz de Queiroz como curso de ensino superior, a faculdade de odontologia havia desaparecido para depois ser reinstalada. O curso primário eu fiz no Grupo Escolar José Romão, na época o diretor era o Prof. Leontino Ferreira de Albuquerque , mais tarde fomos companheiros de Rotary Club, ele no Rotary do centro e eu no Rotary da Vila Rezende, clube que ele foi um dos fundadores, junto com Losso Netto. Embora eu não tenha sido um dos fundadores do Rotary da Vila Rezende, eu fui um dos primeiros a serem admitidos no seu primeiro ano de existência. Aos dezessete anos de idade formei-me na Escola de Comércio. Um dos colegas de turma, de carteira escolar, é Tarcisio Mascarim, ele nasceu dois anos antes de mim, convivemos durante todo esse período até hoje como quase siameses. Ele trabalhou na Dedini eu trabalhei na filial ou filhote da Dedini, que é a Codistil. Permaneci na Codistil por 52 anos!



Com qual função o senhor entrou na Codistil?



Tanto eu como o Tarcísio entramos na mais humilde função, o que hoje se denomina office boy . Éramos entregadores de correspondência, ajudante de telefonista, naquela época ficávamos atrelados a telefonista. Os telefones eram muito poucos, precários. Não havia a profusão de ramais telefônicos como existem hoje. A telefonista era uma figura de proa dentro de uma empresa.



Com quantos anos de idade o senhor passou a trabalhar na empresa?



Eu tinha uns 10 anos de idade, usava calças curtas, pés descalços. Hoje falando que iniciei trabalhando dentro de uma oficina de caldeiraria de pés descalços, os defensores da política de erradicação do trabalho infantil encontrariam motivos para realizarem um tremendo processo. Essa postura dos que bradam contra o trabalho infantil é um grande mito. O trabalho sempre foi salutar e dignificante e continuará sendo.



Por quanto tempo o senhor trabalhou descalço?



Logo depois que entrei ganhei um par de alpargatas, porém continuava utilizando as calças curtas. Na naquela época a Vila Rezende era um bairro de operários, a hoje Avenida Rui Barbosa, era uma rua de terra, os trilhos dos bondes estavam assentados em dormentes a flor da terra, com pedriscos, pedregulhos. Sobre o leito da Avenida Rui Barbosa trafegava o bonde, logo abaixo existiam os trilhos da Sorocabana, e mais abaixo os dois trilhos da via férrea do Engenho Central.



Havia tempo para o lazer?



Para as crianças de hoje, rua é um perigo e os pais se preocupam muito com isso. No meu tempo de infância, a rua era a extensão da casa. Permanecíamos praticamente dia e noite na rua, com liberdade total. Era o local de convívio entre amigos e familiares. Nas noites de verão, em frente ás casas, nas calçadas ficavam rodas de famílias conversando, trocando idéias.



O senhor ainda criança nadou no Rio Piracicaba?



Nadei.



O senhor pertencia ao grupo que deixava as roupas á beira do rio, para não molhá-las e nadavam de forma naturalista?



Pertencia também!



Algum dia sumiu as suas roupas das margens do rio?



Isso era comum acontecer! Naquela época a criançada não se apertava muito, não havia nenhum atentado ao pudor. A Vila Rezende era um bairro operário.



Quando o senhor menciona Vila Rezende, na época como era delimitada?



Os traçados das principais avenidas permanecem até hoje, foram encomendados pelo próprio Barão de Rezende, isso permitiu com que a Vila Rezende surgisse como um bairro de Piracicaba e se desenvolvesse. Havia a Igreja Matriz, o Instituto Baronesa de Rezende ao lado, a igreja primitiva foi tristemente demolida. Era um monumento histórico. Eu mesmo ali fui batizado e ali também me casei. A maioria dos vilarezendinos teve a assistência religiosa do Monsenhor Gallo e depois do Monsenhor Jorge, nosso eterno Padre Jorge. Monsenhor Gallo morreu sendo chamado pela maioria dos fiéis como padre, uma questão de habito adquirido pela comunidade. São figuras que tiveram uma atividade espiritual e social muito acima da média, são verdadeiros exemplos.



Como surgiu essa sua vontade de escrever?



Sempre gostei de escrever, fazia meus artigos e publicava no Jornal de Piracicaba, do qual sou um dos mais antigos colaboradores. Em determinada ocasião fui solicitado pelo jornal para fazer uma matéria sobre a Vila Rezende. Fiz despretensiosamente um artigo sobre a Vila Rezende, nessa época eu já era integrante do Rotary Club, Diretor Financeiro e Administrativo da Dedini, á essa altura dos fatos eu já pertencia a diversas instituições de benemerência. O piracicabano tem muito dessa vocação de pertencer, integrar, participar de entidades de benemerência, filantropia, instituições culturais. Após escrever essa matéria, em trinta dias escrevi o primeiro volume de “Memória da Vila Rezende”, o primeiro volume foi publicado em 1980, depois de nove anos fiz o segundo volume. Mais dez anos completei o terceiro volume, ainda não publicado. Já está pronto para ser editado, e aí vem outra dificuldade, a de financiamento.



Como presidente do IHGP o senhor encontra dificuldade em ter seu livro publicado?



O meu livro passa uma enorme dificuldade em ser editado, e não poderá ser editado pelo IHGP, embora seja um livro histórico. Por uma questão de ética, não posso publicar um livro sob os auspícios do IHGP. Deverá levar a chancela do Instituto.



Esse princípio ético é aplicado á diretoria da gestão do senhor?



Não. O IHGP sob a minha presidência e graças aos companheiros de diretoria que tenho hoje, profissionais da mais alta competência, historiadores, escritores, de uma cultura bastante privilegiada, que bem dignifica e exemplifica o que é Piracicaba no meio cultural, nos permitiu instituir uma comissão de publicação, que rege e disciplina todas as publicações do IHGP. As matérias são passadas por um crivo de análise e avaliação feita por uma comissão. Com isso passamos a ter um alto nível nas publicações, aumentamos e consolidamos as obras editadas pelo IHGP. Quando se vê uma matéria com a chancela do Instituto, independente do autor pode ter-se a segurança de que se trata de um trabalho merecedor de crédito e será referencia bibliográfica a partir da sua publicação. Trata-se de um critério utilizado pelas mais conceituadas instituições do gênero.



Qual é a forma predileta do senhor escrever, utilizando máquina de escrever, computador?



É uma mania minha, faço tudo manuscrito. Prefiro escrever á lápis ou com caneta tinteiro. Sempre fui exímio datilógrafo, entrei para a Escola de Datilografia Moraes Barros aos 10 anos de idade, a professora era a Dona Rosinha do Canto Braga. Fui companheiro do Sr. Ricardo Ferraz de Arruda, hoje nome da nossa biblioteca municipal.



Ele era oficial maior, dono de cartório em Piracicaba, e não sabia datilografar! Embora já tivesse até sido prefeito de Piracicaba, á essa altura fomos colegas de escola de datilografia. Eu com meus dez anos de idade e ele com setenta e tantos anos de idade! O Sr. Ricardo era de uma personalidade marcante, que dá orgulho de sermos piracicabanos e lembrar esse episódio.



O senhor tem um livro de crônicas?



Meus amigos dizem que sou um bom cronista, embora eu me considere um aprendiz de cronista, e serei sempre. Foi quando escrevi “O Cantar Do Passarinho”. Revela o lado do cronista para os aspectos do cotidiano. Ao meu entender, o cronista é o historiador nato, ele é o grande colaborador da história de todo e qualquer povo. Retrata com uma sutileza fenomenal os aspectos do cotidiano. Capta aquilo que escapa para a maioria das pessoas, que vê, mas não enxerga. O cronista vê enxerga e sente, e passa para o papel essa sua visão.



Embora o senhor seja um homem de números, demonstra ter uma sensibilidade aguçada.



Á medida que você trabalha com números, surgem números que não são de expressão monetária. Esses números podem representar vidas humanas, feitos humanos.



O senhor publicou um quarto livro?



Foi sobre os 50 anos de vida do Clube de Campo de Piracicaba. Como sócio assíduo, fui convidado a escrever esse livro. Abordei não só os aspectos esportivos e recreativos, mas também os aspectos culturais do Clube de Campo de Piracicaba. Eu já tinha sido diretor cultural do clube, ocasião em que dei a minha contribuição ao clube com a realização de eventos e instituição de eventos que passaram a ser oficiais do clube. Tive o privilégio de me responsabilizar pela reconstrução e preservação do palacete do Conde Rodolfo Lara Campos.



Como era o Conde Lara Campos?



Foi um fazendeiro, um homem de posses, era carioca, estabeleceu-se em Piracicaba, casou-se por duas vezes, construiu esse palacete que é uma bela obra arquitetônica, com o apoio da diretoria procedemos ao tombamento do imóvel justamente para preservá-lo, para que não corresse o risco futuro de vir abaixo, como já houvera intenção nesse sentido, só não foi por intervenção nossa. Foi alegado que o espaço após a demolição seria útil para outro tipo de construção. Como lamentavelmente ocorreu com a casa do Barão de Rezende, antiga prefeitura, veio abaixo a troco de nada. Hoje o que existe naquele local? Um estacionamento ridículo, que fica ao lado da Câmara Municipal e atrás da Igreja Matriz de São Benedito. Colocou-se abaixo uma obra digna de ser tombada não só pelo patrimônio histórico de Piracicaba, mas do Estado de São Paulo.



Como artista plástico, quantos quadros o senhor já pintou?



Essa é outra faceta minha. Devo ter duas centenas!



As suas obras têm um tema central?



Sempre fui passarinheiro. Acho que todo vilarezendino por influência herdada dos próprios índios paiaguás tem gosto pela natureza. Os animais silvestres são a grande riqueza nacional. Todo piracicabano, e em especial o vilarezendino tem paixão pelo papa-capim. Para minha surpresa, um vereador, que não sei se é piracicabano, tomou a iniciativa de formalizar por lei municipal, elegendo a ave símbolo de Piracicaba o curió.

A derrubada de matas para dar lugar aos canaviais, e o uso indiscriminado de herbicida e inseticida, pôs fim a maioria dos animais silvestres.



Qual é a árvore símbolo de Piracicaba?



A árvore símbolo de Piracicaba chama-se Tamboril (N.J. Enterolobium contortisiliquum. Nome Popular: Tamboril, timburi, timbaúva, tambori, timbíba, timbaúba, timboúva, timbó, tambaré, ximbó, tamburé, tamboi, tambor, tamburil, tamburiúva, tambuvé, tambuvi, timbaíba, timbaúva, timbori, timboril, timboúba, timbuíba, timburil, timbuva). Madeira de lei, frondosa, historicamente foi umas das responsáveis pela fixação do povoamento de Piracicaba, porque essa madeira presta-se para a construção de barcos. Os próprios indígenas faziam suas embarcações dessa madeira. È uma árvore frondosa, imprópria para calçadas, mas ideal para praças públicas. A Dra. Waldiza Capranico, é ambientalista, nossa associada, proporcionou nosso primeiro contado com o Sedema, através do Dr. Rogério, presidente do Sedema e a bióloga do Sedema Dra. Gisele, e já em janeiro será iniciada uma campanha de plantio do tamboril, as mudas já estão reservadas.



Sob a presidência do senhor, o IHGP instituiu uma série de palestras pré-determinadas?



Eu e meus companheiros! Fiz questão de ao postular pela segunda vez a presidência do instituto que nós constituíssemos uma diretoria bastante aberta ao diálogo e transparente, para imprimir ao instituto uma idéia de atividade em grupo, desenvolvida coletivamente. Sem a individualidade de impor na condição de ser o presidente.



Embora tome dianteira a decisão do senhor nunca é a única?



Ao assumir a presidência a diretoria constituída passou a ser convocada em reunião permanente, os oitos diretores devem atuar determinar e deliberar as providencias a serem tomadas pelo IHGP.



Porque cultura tem dificuldades em obter recursos?



O primeiro aspecto é que não dá votos ao político! O nosso país está dirigido por grupos que não condiz com o anseio popular, anseio do brasileiro em si. Todos os escândalos que hoje se vê na política nacional, esta vergonha chamada Congresso Nacional, que incorpora o Senado e a Câmara dos Deputados Federais, a base da legislatura brasileira, passa por um período crítico da sua história. Nunca foi tão crítico como hoje! A corrupção que se ouvia antigamente eram migalhas, perto do que vemos hoje, em termos de valores, de efeito social, de mortalidade. Da desgraça da humanidade sai a riqueza de uma minoria. As grandes potências mundiais não estão preocupadas em erradicar os males que acometem o mundo. Grande parte de seus governos são corrompidos. As guerras no mundo não ocorrem por acaso.



Onde entra a cultura nessa história?



Á medida que o povo evolui culturalmente, á medida que se têm melhores escolhas melhores índices educacionais, profundidade na qualidade de ensino, incorpora-se tudo na cultura. Há interesse de quem prima pelas pequenas coisas que ocorrem no dia a dia, há interesse dos cidadãos responsáveis, conscientes, para quem deseja um mundo melhor.



Um psiquiatra da USP afirmou recentemente que o consumismo está empurrando os jovens em uma direção desenfreada enquanto um conhecido economista defendeu o consumo como maquina geradora do progresso. Qual é a visão do senhor?



Formei-me em Economia em 1967, na primeira turma da ECA, por oito anos fui professor de Introdução á Economia e Macroeconomia. Do ponto de vista econômico o consumismo é uma forte alavanca para o desenvolvimento econômico do país. Através do consumo movimenta-se a riqueza. O consumo não exagerado pode trazer benefícios á todos. A crise de 1929 foi saneada pelo Presidente Roosevelt da mesma forma que hoje é feito no Brasil: a distribuição de subsídios á população. Nada se cria tudo se copia.



CICLO DE PALESTRAS:



Hoje, sábado, 31 de outubro, palestra do médico oncologista DR. Rodrigo Ribas Dias Reis tendo como tema: “A Importância do Brasil nas Grandes Navegações do Século XV”.



Local: IHGP á Rua do Rosário, 781



Horário: 9:00 horas da manhã. Entrada Franca.











Dia 28 de Novembro, palestra de Jean-Claude Relegieux tendo como tema: “Engenho Central e Presença Francesa na Região de Piracicaba”



Local: Museu Pedagógico Prudente de Moraes, Rua Santo Antonio, 641



Horário: 9:00 horas da manhã. Entrada Franca.












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