PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E
MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 08 novembro de 2014.
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 08 novembro de 2014.
Entrevista: Publicada aos sábados
no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
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http://blognassif.blogspot.com/
http://www.tribunatp.com.br/ENTREVISTADA: AUREA PAVAN
Aurea Pavan nasceu a 22 de abril
de 1930, no Bairro dos Godinhos, a oito quilômetros da Vila Rezende. Filha de
Santo Pavan e Amélia Rossi Pavan, que tiveram mais uma filha Hermira Pavan. Ela
diz: “Quando eu nasci o meu pai trabalhava na zona rural, no sítio de
propriedade do meu avô. Depois ele ingressou na Escola de Agronomia, foi
trabalhar como prático de laboratório, seu chefe era Dr. Jairo Ribeiro de
Mattos”.
A senhora estudou no Bairro dos Godinhos?
Não. Comecei no Grupo Escolar
Prudente de Moraes que funcionava onde hoje é o Museu Prudente de Moraes. Ali
funcionava uma escola, onde fiz o curso primário. Minha primeira professora foi
Julieta Araujo, depois no segundo ano foi Dona Bene, esposa do diretor da
escola. Dona Mariana foi minha professora nos dois anos seguintes. Chamava-se Grupo
Escolar Dr. Prudente, éramos chamadas de “galinhas carijós”, por causa da saia
xadrezinha de branco e preto, e a blusa branca.
Quantas alunas estudavam nessa escola?
Cada classe devia ter de trinta a
quarenta alunas. Era uma classe de cada série. Acredito que havia aulas no
período da manhã e da tarde. Brincávamos no páteo, no fundo havia o Centro
de Cooperação, ali tinha muitos livros, esses livros que as pessoas compravam e
não queriam mais, eram doados. Nós líamos todos aqueles livros, quem quisesse
poderia tirar, como uma biblioteca. Acredito que o Centro de Cooperação deveria
ter outras atividades que no momento não me lembro.
Após concluir o primário no Grupo Escolar Prudente de Moraes a senhora foi para qual
escola?
Fui estudar o ginásio no Colégio
Assunção, situado na Rua D.Pedro I esquina com a Rua Alferes José Caetano. Ali
funcionou o Externato São José. As alunas do Internato São José estudavam
também ali, embora estivessem morando onde hoje é o Colégio Dom Bosco Assunção.
Elas estudavam em salas separadas, até mesmo na hora do recreio havia a
separação de alunas do Internato São José conosco. Elas não se comunicavam
conosco, era regra. Ali estudei até a quarta série. Eram só classes femininas.
Havia a parte masculina, mas em período diferente das meninas. Uma parte ia à
tarde outra ia pela manhã. O Colégio era administrado pelas Irmãs de São José, sendo que algumas
davam aulas, lembro-me de Irmã Maria Angélica, Irmã Jesus Crucificada, havia
também professores que vinham dar aulas e não seguiam a carreira religiosa.
Toda semana tínhamos uma instrução religiosa, reuníamos todas as classes,
recebíamos orientação religiosa.
Ali o uniforme já era diferente?
A saia era pregueada, escura, azul marinho, blusa branca
de manga comprida e gravata azul marinho! Sapato escolar, fechado, preto. Meias
compridas ou três quartos.
A senhora morava em que local da cidade?
Morei em diversas casas, nessa época eu morava na Rua
Regente Feijó, bem ao lado onde é hoje o Grupo Prudente de Moraes. Nessa época
começaram a construir casas na Agronomia, para os agrônomos e funcionários mais
classificados. Passei a morar lá, com meus pais.
Como a senhora fazia para ir até a escola?
Ia de bonde! Naquele tempo todo o mundo andava de bonde.
Não havia carro. Quando queria um carro só com motorista de praça, o taxi de
hoje, para poder ir a casamentos, festas. Os primeiros carros que apareceram na
Escola de Agronomia foram do Dr. Accorsi e do Dr. Felipe Cabral. O Dr. Accorsi
nunca morou lá, mas o Dr. Felipe Cabral morou lá. O Dr. Accorsi sempre nos dava
carona quando estávamos esperando o bonde no ponto. Os agrônomos eram poucos,
conheci todos. E todos me conheciam, meu pai era uma pessoa muito estimada na
Escola de Agronomia.
Quando a senhora morou na Agronomia tinha uma visão
privilegiada da natureza.
Tinha! Aqueles lagos, as pessoas iam fazer turismo,
visitar.
Após concluir o ginásio no Colégio Assunção a senhora foi
estudar em que escola?
Fui estudar no Instituto Sud Mennucci. Ia de bonde.
Muitas vezes ia a pé, íamos a pé a todos os lugares, mesmo quando íamos a
bailes, voltávamos dos bailes de madrugada, a pé, e os guardas municipais com
suas bicicletas acompanhavam-nos, protegendo-nos. Éramos um grupo de moças e
rapazes.
No Sud Mennucci a senhora fez a escola normal?
Quando eu entrei já tinha esse nome, Escola Normal Sud
Mennucci. Quando fiz o exame para entrar na primeira série Erotides de Campos
foi o professor que me examinou, fez o exame oral. Conheci o professor Jethro Vaz de Toledo, professor Arruda, que dava aulas de psicologia, para mim
foram muito importantes os professores Benedito Dutra e João Dutra professores de musica e
desenho. A orquestra do Professor Benedito Dutra foi maravilhosa. Na minha
formatura a sua orquestra é que se apresentou, foi no Teatro São José. Eu me
formei professora aos 18 anos.
Até os 18 anos a senhora tinha uma vida social em Piracicaba?
Um grande amiga era a Nely de Oliveira Camponês do
Brasil, o pai dela era diretor de escola e a sua mãe era professora. Ela tinha
um irmão cinco anos mais velho do que ela e uma uma irmã cinco anos mais nova,
que ainda mora na mesma casa que era dos pais dela e eu frequentava, na Rua
Tiradentes esquina com a Rua Rgente Feijó.
Vocês iam ao cinema?
As quinta feiras havia a Sessão das Moças, em todos
os cinemas. Naquela época todos os filmes eram românticos. Todo enredo de filme
tinha: sonho,romance e poesia! As famílias iam, os pais, filhos, todos
gostavam.
Tinha algum ator que chamava em especial a atenção da senhora?
Dependia do desempenho. Bonito tinha o Tyrone Power.
Jà era o tempo do cinema falado. O meu avô paterno, Napoleão Pavan chegou a
tocar em cinema mudo. Nossa família sempre gostou de musica, meu pai tocava
clarinete, meus tios tocavam bateria. Eu comecei a tocar piano, percebi que não
iria dedicar minha vida inteira ao piano, se não me dedicasse não seria uma boa
pianista. Vendi o piano.
A senhora é uma pessoa muito determinada?
Eu sabia o que eu não queria, o que eu queria eu não
sabia, só que Deus sabia. Fui encaminhada para o lado certo e tive uma vida muito
feliz.
A senhora é religiosa?
Sou católica, até hoje, pelo fato de morar na Escola
de Agronomia ia muito a Igreja São Judas Tadeu, que é a mais próxima. Quando
chovia, ali era tudo terra, ficava um lamaçal. Só com a administração de
Luciano Guidotti que muitas ruas foram asfaltadas, inclusive ali. Eu pegava o
bonde e ia até a Igreja da Catedral, mas eu gostava muito de ir até a Igreja
Sagrado Coração de Jesus conhecida como Igreja dos Frades. Descia do bonde da
Escola Agricola e embarcava no bonde da Paulista, ia até a Igreja dos Frades.
Muitas vezes ia a pé mesmo, para nós tudo era perto. Naquela época era comum
andar muito.
Como eram os bailes do Clube Coronel Barbosa?
Eu frequentava o Clube Coronel Barbosa, que era
considerado o clube da elite na época. Em 1948, quando me formei, havia muitos
bailes de formaturas de escolas. Depois começaram as brincadeira dançantes com
musicas tocadas em discos. Íamos ao cinema na primeira sessão, mulher não podia
ficar na rua após as dez horas da noite, ficava comentada. Os homens podiam
ficar, as mulheres não.
Mesmo as mulheres acompanhadas?
Só se você fosse a determinado lugar, mas ir ao
cinema e ficar pela rua só era admitido na época de Natal. As famílias iam para
a igreja, os filhos ficavam pelas ruas, tomando algo nos cafézinhos.
A senhora saía em turma?
Nessa época saíamos em quatro, era a Nely de
Oliveira Camponês do Brasil, a Elzinha, que depois casou-se e saiu de
Piracicaba, Abigail Frota Andrade, eramos colegas que estudávamos juntas no
ginásio.
A senhora formou-se professora e foi lecionar?
Seis meses fiquei por aqui na Escola Honorato
Faustino, que existe até hoje, na época era na vilinha da Vila Boyes. Depois
fui lecionar na zona rural onde nasci, eu tinha parentes que moravam junto a
escola. Naquela época não havia ônibus que ia para lá. Na zona rural ganhava-se
mais ponto para poder ingressar mais rápido. Eu morava lá e voltava para casa
aos finais de semana. Tinha um onibus que só servia o bairro era da família
Angeli. Eles traziam o pessoal do bairro para Piracicaba pela manhã e voltavam
a tarde. Quem tinha que ir para lá pela manhã não tinha condução. Eu ficava na
casa dos meus tios, e a minha prima ficava na minha casa em Piracicaba. No ano
seguinte peguei uma classe como substituta eu ia com os professores que pagavam
o aluguel de um carro, que nos levava e trazia todos os dias. Fiquei um ano lá,
no ano seguinte ingressei e fui para Rancharia. Ia até Botucatu, pegava um trem
, andava horas e horas, Rancharia estava subordinada a delegacia de ensino de
Presidente Prudente. Econtrava com muitos piracicabanos desde o começo até o
fim da linha. Vinhamos à Piracicaba nos feriados, férias.
Em Rancharia a senhora morava onde?
Eu morava em casa de família, Lecionava 55
quilômetros distante de Rancharia. Ìamos duas vezes ao mês até Rancharia, uma
para assistir a reunião e outra para receber o ordenado. Ali fazíamos amizades,
naquela época professor era considerado uma autoridade, Logo que cheguei nessa
vilinha, foram convidados missionários católicos para virem, ficarem durante a
semana, para pregar os ensinamentos católicos. Foram convidados para almoçar e
os professores também foram convidados para ficarem almoçando junto com eles,
èramos considerados autoridades.
Quanto tempo a senhora permaneceu em Rancharia?
Fiquei dois anos e pouco, de lá vim para Elias
Fausto, em uma estaçãozinha para frente chamada Cardeal. Lá permaneci um ano,
depois vim fazer um ano de aperfeiçoamento comissionada, algo que tinha sido
criado no Sud Mennucci naquele ano. Tinha cinco vagas, prestei o exame e
passei.Isso foi em 1954. Em 1955 voltei para Cardeal. Em 1956 fui para
Americana. No começo eu ia de ônibus,como de Piracicaba à Americana não havia
estrada asfaltada naquela época no barro o onibus encalhava. Eu perdia a hora
para lecionar. Fui morar na casa de uma amiga que era professora na mesma
escola em que eu lecionava, meu pai tinha falecido, minha mãe abriu uma pensão
para poder tocar a vida. Fiquei morando em Americana mais um ano. Depois disso
eu vim trabalhar na Delegacia de Ensino em Piracicaba. Era onde atualmente é o
Museu Prudente de Moraes. Ali eu estudei no primário e no mesmo local trabalhei
já como funcionária da Delegacia de Ensino. As dependências ficaram quase todas
tomadas pela Delegacia de Ensino. Restou um comodo ou dois para os pertences do
Museu de Prudente de Moraes. Ali tinha sido a casa de Prudente de Moraes. A
Delegacia de Ensino é que teve que sair, na época o Delegado era Benedito
Ferreira da Costa. Por 29 anos permaneci na Delegacia de Ensino.
Nas brincadeiras dançandtes do Clube Coronel Barbosa que tipo de música era
tocada?
Era na maior parte bolero. Tínhamos um bloquinho de
amizades, principalmente no Clube Coronel Barbosa quem não tivesse amizades não
dançava.
E a famosa “tábua” que era a recusa para dançar?
No inicio eram as mulheres que davam, depois as mulheres
passaram a ser mais atrevidas e convidar os rapazes, e havia alguns que davam
tábua. Formávamos grupos de amigos, às vezes uma mulher estranha vinha tirar
algum rapaz para dançar ele não aceitava.
Se o rapaz excedesse na ingestão de bebida nenhuma moça
queria dançar com ele?
Já havia aqueles famosos que a família até proibia a moça
de dançar com ele. Eram rapazes que já tinham criado uma fama negativa.
A senhora conheceu o Teatro Santo Estevão?
Conheci e freqüentei também. Assisti a diversas peças.
Era um teatro simples, mas era no centrinho da cidade. A frente do Teatro Santo
Estevão ficava voltada para a catedral, o fundo ficava voltado para a Rua
Prudente de Moraes.
No térreo do Edifício Luiz de Queiroz (Comurba) havia o
Cine Plaza, a senhora chegou a assistir algum filme naquele cinema?
Assisti, era interessante que às vezes ouvíamos estalos
de madeira, muitos diziam que eram gatos andando no andar superior.Vinha
escrito no jornal que eram gatos que andavam por lá. Durante a sessão de cinema
uma ou duas vezes ouvi estalos. Era um cinema luxuoso. No que o prédio caiu, eu
estava trabalhando onde hoje é o Museu Prudente de Moraes. Estava com a janela
aberta, naquele exato momento eu saí da minha sala, outra funcionária, Saluá
Simão, irmã do Dr. Salim Simão, estava trabalhando comigo, ela viu a queda do prédio,
ficou paralisada, sem palavras. Imediatamente levantou uma poeira danada,
tivemos que fechar as janelas para não sermos asfixiados, eu saí na Rua Santo
Antonio, vi o João Chiarini que ia passando em frente a Delegacia de Ensino.
Disse-me: “- Ruiu o prédio, mas não aconteceu nada, foi caindo por partes!”. Ele morava na Rua Santo Antonio esquina com a
Rua Voluntários da Pátria. Minha amiga Janete Bassinello trabalhava no Banco da
Bahia, localizado bem na esquina da Rua São José com a Praça José Bonifácio, em
frente ao Clube Coronel Barbosa. Ela estava dentro do carro, ia dar partida
para rodear o jardim, iria passar por lá naquela hora, ela viu o prédio cair,
instintivamente deu marcha a ré, sorte que não havia ninguém atrás dela.
Estávamos bem pertinho no momento em que aconteceu tudo isso. Depois fomos
acompanhando pelo jornal o que estava acontecendo. Eu tinha uma costureira que
ia trabalhar nas casas particulares, ela trabalhava por dia, ela tinha o pai e
o irmão trabalhando no prédio nessa hora. O pai estava de um lado e o filho do
outro. O pai resolveu sair para tomar um cafezinho, convidou o filho que estava
no outro lado. O filho não aceitou nesse momento o prédio ruiu do lado em que
estava o filho. Ele faleceu e o pai foi salvo.
Na opinião da senhora
nada acontece por acaso?
Eu acredito que não. É você que plantou anteriormente.
Com seu pensamento errado. Quem nos comanda é o subconsciente. Ele pode ser
mudado.
Como o ser humano muda o subconsciente?
Eu mudei o meu e tento mudar tudo que vou percebendo.
Faço isso através da Seicho-No-Ie.
Uma pessoa que não conheça a Seicho-No-Ie pode mudar o
comportamento mental?
Pode! A pessoa pode mudar sua maneira de pensar, então
ela muda também o seu destino. É uma palavra bíblica: “Seja-te feito conforme
crestes”. A sua vida é como você crê. Se você acreditar que é uma pessoa
infeliz, desgraçada, irá cada vez mais para o fundo do poço. A nossa função é
essa, acreditar que só existe o bem. Deus é amor, você tem que agir com amor,
não julgar, se você julgar também irá ser julgado. O que pensar dos outros irá
voltar para você. Deus fez todo mundo a sua imagem e semelhança, perfeita.
Somos todos perfeitos, só que alguns não estão se manifestando em Deus.
Da forma como a senhora diz, parece que estamos vivendo
em outro país, sem os problemas que temos no nosso.
Em todos os lugares existem problemas, só que você tem
que procurar enfrentar esses problemas e procurar manter sempre a mente alegre,
manifestar o amor e o que é certo. Se começar a resmungar e reclamar as coisas vão
para o fundo do poço.
Se em um país não existir um governo que agrade a todos
como a senhora encara o fato?
Eu encaro assim: “- Cada um tem o governo que merece!”.
A senhora acredita que se a pessoa se arrepender do mal
praticado Deus ajuda?
Ai elimina tudo.
Isso não cria um circulo vicioso: “- Vou fazer uma coisa
ruim, depois peço perdão e fica tudo certo?”.
Pedir perdão não é arrepender-se. Pedir perdão não
significa nada. Você tem que sentir mesmo que estava errado e que nunca mais
irá fazer aquilo. Então você se identifica com Deus. Cada um nasce com uma
missão, quando a pessoa descobre a sua ela é bem sucedida. Tem o apoio de Deus.
A vida não morre, é eterna. O corpo é uma vestimenta, que você usa como o
escafandrista usa para ir ao fundo do mar. Em nosso subconsciente existe toda a
história da nossa vida. Somos um prolongamento da vida de Deus. Tudo que Deus
tem você tem também. A vida foi feita com capacidade infinita, amor infinito,
tudo que tem de bom no infinito. O homem vê muito as coisas materiais, não fica
ligado com Deus pedindo à Ele. Quando você se ligar com Deus pedindo
orientação, você recebe. Se você desliga e só fica olhando as tragédias, fica
gravando essas coisas em seu subconsciente. Você está pensando naquilo que Deus
não criou isso é ilusão. Você tem força muito mais poderosa do que qualquer
dificuldade, só que você precisa saber disso! Quando começar a vir pensamentos
errados use pensamentos contrários, você muda a situação. É um esforço que você
tem que usar no seu dia-a-dia para que não caia. As coisas estão ai para
derrubar-nos. É necessário oração. Oração é você pensar só positivamente.
Como a senhora desenvolveu essa forma de pensar?
Comecei lendo dois livros de um pastor protestante que
escreveu só sobre o valor do pensamento positivo. Eu só lia. Não praticava
nada. Toda noite antes de dormir abria em uma página qualquer, escolhi dois
livros de cabeceira: “O Valor do Pensamento Positivo” e “O Poder do Pensamento
Positivo”. Por dois anos fiz isso, abria em qualquer página e lia um trecho.
Fui com duas amigas para São Paulo, um final de semana, no tempo em que não
havia metrô. Andávamos em São Paulo de taxi. Minhas amigas ficaram lá e na
segunda feira eu voltei. Fiquei sozinha, esperando um taxi. Passavam e não
paravam. Estavam com passageiros. Mudei de lado da avenida. Não adiantou nada.
Achei que iria perder o horário de embarque no ônibus. Nessa hora é que veio o
pensamento da leitura desses livros. Decidi por em prática para ver se
funcionava. Primeiro: Idéia Certa. Voltei ao lado da avenida em que estava
anteriormente. Segundo passo: Conversar com Deus como se fosse seu melhor
amigo. Para mim era Deus lá nas alturas e eu no fundo do poço. Pense, se tivesse
um amigo chamado Deus, a conversa seria essa: “ Olha aqui, Deus! Você pode
tudo, eu preciso de um taxi, necessito tomar o ônibus tal hora, você vai mandar
um taxi para mim e ele vai parar aqui.” . Imaginei o lugar em que eu queria que
ele parasse. Passo seguinte: esquecer o problema, entregar na mão de Deus e ele
resolva. Não passaram dois minutos, uma senhora vinha de taxi e parou
justamente ali! Onde imaginei originalmente. Quase cai de costas! Passei a
aplicar essas regras no meu serviço. Os resultados foram imediatos.