domingo, novembro 16, 2014

LUIZ ANGELO ZAIDAN CASTILHO (CHUPETA)


 
PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 15 novembro de 2014.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
 




ENTREVISTADO:  LUIZ  ANGELO ZAIDAN CASTILHO (CHUPETA)
 
Luiz Ângelo Zaidan Castilho, conhecido como Chupeta, nasceu a 7 de agosto de 1957 em Piracicaba. Seus pais Luiz Castilho e Idória Zaidan Castilho tiveram seis filhos: Roseli, Moacir, Célia, Antonio Carlos, Ivone e Luiz Ângelo. Luiz Castilho trabalhava na zona rural, seu pai imigrou da Espanha e tinha uma propriedade rural no Bairro do Serrote, veio para a cidade trabalhar. Foi revolucionário da Revolução Constitucionalista de 1932, serviu no posto de cabo, no primeiro batalhão que saiu da Praça da Catedral em Piracicaba e dirigiu-se até a Estação da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, com destino a cidade de São Paulo. Toda a documentação como revolucionário encontra-se no Museu Histórico e Pedagógico Prudente de Moraes. Anualmente o presidente da Câmara de Vereadores de Piracicaba, João Manoel dos Santos, presta homenagem aos revolucionários de 1932 e entre os homenageados está Luiz Castilho que é sempre representado por Luiz Ângelo Zaidan Castilho
Ao voltar da Revolução de 1932 qual foi a ocupação do seu pai?
Ele foi trabalhar como motorista na Viação Piracicabana, dirigindo a famosa “jardineira”. Ele chegou a trabalhar quando o ponto de partida dos ônibus da Viação Piracicabana era ao lado da Catedral de Santo Antonio, alí é conhecido como “prainha” quase na esquina com a Rua XV de Novembro. Naquela época atrás da catedral existia um chafariz. O bonde passava ao lado. Piracicaba tinha poucos bairros, além dos bondes alguns onibus também embarcavam e desembargavam passageiros naquele local. É conhecido como “abriguinho”. Meu pai trabalhou também no Expresso Piracicabano que era transporte de cargas. A viagem até São Paulo era muito demorada, a estrada era de terra. Os veículos quebravam com mais facilidade. Depois ele passou a trabalhar como chofer de taxi, dirigia o famoso “biriba”, era um automóvel Mercedes-Benz a diesel. Depois ele adquiriu um Simca Chambord, usava quepe, tinha uns blasers, sobretudo, tinha que trabalhar assim, inclusive com gravata. Na época usava-se muito o sapato tipo Luiz XV. Era o padrão exigido para ser considerado “chofer de praça”. Na época não havia taximetro e sim uma tabela de preços que variava conforme o destino do passageiro.
 

Em que local ficava o ponto de taxi em que seu pai trabalhava?
O ponto oficial dele era o Ponto Rádio-Brasserie, ficava em frente ao restaurante Brasserie da família Lescovar, o Zica, Gilberto, João, a Magali. Ao lado havia o restaurante Alvorada de Oscar Nishimura. Ao lado havia a Leiteria Brasil, o Juca do Chalé do Juca, que tinha um filho chamado Levi. Eram muito amigos do meu pai. Tinha o Bar do Tanaka, a Baiana, Café Haiti. A Nova Aurora, que servia lanches, estava localiza onde hoje é o Bradesco, em frente ao Poupa Tempo. Ao lado havia o Cine Polyteama, a Bomboniere do Passarella, a Escola Cristóvão Colombo, conhecida como “Escola do Zanin”. Eu ia ao Cine Polyteama ou ao Boadway. Lembro-me do filme “Os Dez Mandamentos” com Charlton Heston, foi um dos melhores filmes que assisti em minha vida. Assistia filmes de bang-bang, seriados, Os Tres Patetas, Charles Chaplin, esse era filme mudo. Eu era garoto, ia com minha irmã, meu irmão, ficavamos quietinhos prestando atenção. Frequentei o Cine Colonial, na Rua Benjamin Constant, quase na esquina com a Rua Prudente de Moraes.
Em que escola você estudou?
Comecei a estudar no Grupo Escolar Moares Barros, minha primeira professora foi Dona Inês Provenzano. No segundo ano foi Dona Yone. A mãe do Deputado Federal Antonio Carlos de Mendes Thame, Dona Carolina Mendes Thame foi minha profesora no terceiro ano, no Grupo Escolar Moraes Barros. O quarto ano fiz com a Dona Therezinha Rapetti. Continuei a estudar na Escola Estadual Professor Elias de Mello Ayres a seguir estudei no SENAI, fiz o curso de torneiro mecânico, fresador. Lá tive entre os professores o Chico Gobbo, o Lucafó. Por um curto período estudei na Escola Indústrial, tive como professor Danilo Sancinetti. Meu pai faleceu a 24 de janeiro de 1967.

O Chalé do Juca ficava em que local da Praça José Bonifácio?
Quase embaixo da Rádio Difusora havia a agência de jornais e revistas, o Balacini tinha o Café do Bule, o Chalé do Juca foi bem antes do Balacini. Na esquina da Rua São José com a Praça José Bonifácio era a Leiteria Brasil, ao lado era o Chalé do Juca, antes de chegar na Rádio Difusora. Onde hoje é o Banco Safra, na Rua Prudente de Moraes esquina com a Praça José Bonifácio era o Bar e Sorveteria Paris antigamente. Eu frequentava ali quando já estava trabalhando na Rádio Difusora. Tinha um pastel muito gostoso. Do outro lado da calçada tinha a loja Eletro-Rádio Calcedoni. A padaria Vosso Paão era na esquina, onde hoje é o Edifício Canadá, o prprietário era o Seu Alvaro Azevedo, eu entrava na Rádio Difusora às cinco e meia da manhã, passava ali, comprava pelo fundo da padaria dois ou três pães, ia comer na rádio.
Você lembra-se de que havia uma fonte luminosa na Praça José Bonifácio?
Com certeza! Tinha um chafariz, era muito bonita. Pelo fato do meu pai trabalhar ali, as vezes para não ficar sozinho em casa meu irmão me levava até aquela praça linda, maravilhosa. Com belas àrvores, bancos confortáveis. Alí tem o Monumento dedicado aos Voluntários de 1932, meu irmão brincava comigo, dizia que uma daquelas estátuas era a imagem do meu pai.
Qual era a sua idade quando sua mãe faleceu?
Eu tinha oito meses de vida, ela faleceu em abril de 1958. Fui criado pelo meu pai, pela minha tia Rosires Rolin, pela família. A medida em que meus irmãos cresceram passaram a ter uma profissão. Morávamos na Rua Treze de Maio, entre Rua Vergueiro e Rua Tiradentes, nas proximidades da Fábrica Boyes.

 
Com quantos anos você começou a trabalhar?
Ainda muito novo passei a ajudar trabalhando, entregava carne para um açougue, com uma bicicleta Monark, daquelas que tinha um cesto na frente. Trabalhava no açougue do Seu João(Nani)Bissoli, ficava na Rua Treze de Maio esquina com a Rua do Vergueiro. Esse açougue existe até hoje. Eu entregava carne na casa das familias Aldrovandi, Dedini, Ricciardi. Eles sabiam que eu ia entregar naquele horário, eu abria o portão colocava junto a porta e ia embora, logo algum funcionário recolhia.
Isso no tempo em que a carne era embrulhada em jornal?
Primeiro era embrulhada em um papel celofane, em seguida, embrulhava em um jornal.
Qual era a carne mais vendida naquele tempo?
Era denominada carne de vaca. Era artigo de luxo. Eu só entregava em casa de pessoas ricas. O pobre chegava no açougue com um ou dois cruzeiros e comprava carne moída de segunda, ou então aquela carne que já tinha sido separada da melhor parte da peça. Tanto depois da guerra , como depois da Revolução de 1964, o país passou por uma crise difícil. Quem era filho de rico permaneceu rico, o filho de pobre ficou mais pobre ainda. Na Rua do Vergueiro existia, não sei se ainda existe, uma feira livre, nós íamos comprar óleo comestível de amendoim, algodão, que era vendido a granel. Havia uma bomba e uma manivela no tambor de 200 litros e adquiria-se conforme o dinheiro disponível. O óleo que vinha em lata, marcas famosas como Salada, Sol Levante, era para pessoas abastadas. Em casa o fogão era a lenha. Comprava lenha na lenhadora situada a Rua Treze de Maio, da família Bovi.
No fogão a lenha o fogo permanecia sempre aceso?
Acredito que sim. Lenha não era muito caro na época. Geralmente colocava-se um toco grande e ele fica lá o tempo todo aceso. O meu pai fazia muitas corridas (viagens) aos sítios, para ir daqui até o Anhembi era uma dificuldade, a estrada era de terra. Nessa época ele tinha na praça aqueles carros antigos, Ford ou Chevrolet. Era comum o carro ferver o radiador, furar pneu. Em época de chuva o carro encalhava, tinha que colocar correntes de aço em volta do pneu. Muitos faziam alguma encomenda ao meu pai, ele ia entregar, nós íamos juntos. As vezes tinha que ficar dois a três dias para consertar o carro que tinha quebrado na estrada. Muitas vezes ia a pé até o destino para avisar que o carro tinha quebrado, ou até a casa mais próxima. Vinham com a carroça para auxiliar. Algumas vezes tinha que esperar chegar a peça, que nem em Piracicaba tinha, vinha de São Paulo. Eram carros importados. As pessoas que moravam em colônias em sítios, fazendas, faziam pedidos ao meu pai. Produtos mais específicos como enxoval, por exemplo, meu pai adquiria em São Paulo. Aproveitava a viagem e trazia todo tipo de produto que era encomendado. Ele era um misto de taxista e comerciante. O nome do meu pai é Luiz Castilho, mas no sítio apelidaram-no de Moacir. Então diziam: “-Moacir, preciso que na semana que vem você traga tal coisa!” Levava muito querosene que o pessoal pedia. Chegava ao sítio, a pessoa as vezes falava: “- Moacir leve aquele porco!” ou “-Leve tantas galinhas, ovos !”.
Após ajudar a entregar carne no açougue  onde você foi trabalhar?
Fui trabalhar em uma oficina de tratores, como lavador de peças na Ritamil de propriedade de José Alexandre Zanin, Nelson Rios e Irineu Ambrozano. Eles trabalhavam muito com os tratores “URSUS” A Ritamil ficou representante da CBT do Brasil, permaneci lá até por uns quatro anos. Tinha que lavar a peça primeiro com óleo diesel,  batia um jato de água, deixava secar, lavava novamente com gasolina, depois dava um banho de glicerina. Eu deixava a peça do jeito que eles queriam. 
Como é que você passou a frequentar o rádio?
Naquela época poucos tinham televisão, as coisas gostosas aconteciam no rádio. Meu pai trabalhava no ponto de taxi em frente a Rádio Difusora de Piracicaba PRD-6. O João de Oliveira, que é o nosso técnico aqui na Rádio Educativa de Piracicaba, trabalhava na rádio Voz Agrícola do Brasil, a noite. Havia um programa de um amigo meu, o Domingos Almeida Alves Costa, o Bolinha, era uma rapaz muito bacana, um dia me convidou para ir até o seu programa. Passsei a ir. Um dia ele me deu um gravador enorme, e disse-me: “-Vamos ver se você passa em teste de rádio!”. Mandou-me ir até a Escola Estadual Monsenhor Jerônymo Gallo entrevistar alunos, professores e o diretor que era o Professor Lineu Cardoso. Fui todo empolgado. Eu devia estar com uns 15 a 16 anos. Foi ai que comecei a trabalhar em rádio. Acabei sendo o reporter estudantil, fiz uns quatro ou cinco programas, fazia ótimas perguntas. Era mais direcionado aos alunos. Eu ia até o Jerônymo Gallo de bonde. Pegava o bonde em frente a Casa Oliveira, na esquina da Rua Prudente de Moraes com Rua do Rosário, descia nas proximidades da Tatuzinho, fábrica de aguardente. De lá ia a pé até o colégio. Eu estava muito empolgado, só que não ganhava nada. Nessa época meus pais já tinham falecido, eu morava com meus irmãos. Meu irmão mais velho, Moacir, o Tidinho, já tinha a propria oficina auto-elétrica, consertava velocimetros, limpadores de parabrisas. Hoje ele é o eletricista de automóvel mais antigo de Piracicaba. Atualmente ele tem oficina na Rua D.Pedro, ao lado do China-In-Box. Um outro irmão, o Antonio Carlos, montou o Peru Auto-Elétrico.
Você continuava a frequentar a rádio?
Eu comecei a frequentar a Rádio Difusora, isso por volta de 1973. Em 1974 passei a trabalhar na Rádio Difusora como operador. Em 1 de janeiro de 1975 fui registrado como Operador de Som da Rádio Difusora. A proprietária era Dona Maria Conceição Figueiredo. José Roberto Suave era o diretor. Luiz Hercoton era o gerente da rádio. Trabalhava com disco de acetato, em 78 rotações, 45 rotações. Quando entrei na Difusora uma das primeiras coisas que fui fazer foi com o Luigi Américo Martani que era o técnico geral da Rádio Difusora e o Arildo José Pelligrinotti que era seu ajudante, fui aprender no estúdio da rádio a gravar em acetato. Gravava publicidade em acetato. Trabalhavamos com quatro pratos de toca-discos, dois trabalhavam na rotação 45 rpm e 78 rpm (rotações por minuto).E outros dois em 33,45 e 78 rpm. A publicidade não era tão simples como é feita hoje, tinhamos que acertar tudo aquilo rapidamente. Era uma loucura! Alí que nascia o técnico bom, o sonoplasta do rádio. Depois é que veio o gravador de rolo, trabalhei com 4000DS AKAI, AKAI 4000D, com todos os modelos da AKAI que você possa imaginar. Quando comecei a trabalhar na Rádio Difusora tive a oportunidade de trabalhar com esporte e jornalismo. A transmissão do jogo do XV de Novembro, a equipe da Rádio Difusora, composta por Ary Pedroso, Erotides Gil, Nadir Roberto, Benedito Hilário, Luiz Gomes de Oliveira, que era o plantonista junto comigo, Rubens de Oliveira Bisson, Orlando Murillo, Dalgo Migliolo, Ulisses Mike, Jamil Netto, Idalicio Castellani, Waldemar Bília.
Qual é o seu conceito sobre o trabalho em rádio?
Não é você que escolhe trabalhar no rádio, é o rádio que escolhe você. É um trabalho diferenciado. . Você pode fazer todo tipo de curso, se o rádio não escolher, a pessoa não irá trabalhar em rádio.
Quanto tempo você permaneceu na Rádio Difusora?
Trabalhei de 1974 a 1979 na Rádio Difusora de Piracicaba. Fiz alguns trabalhos para a empresa SETA Serviços de Reflorestamentos, de propriedade de João Hermann Netto. Naquela época o salário em rádio eu acho que era até melhor do que hoje, O João Hermann gostava muito de mim, quando foram inaugurar o Teatro Municipal, o Teatro Losso Netto, o João me disse: “Você quer continuar trabalhando ainda em rádio? Tem uma vaga no Teatro Municipal para sonoplasta. O teatro tinha acabado de ser inaugurado eu entrei, foi em 1979. A primeira peça em que trabalhei foi “Gota D`Agua”. Foi uma coisa tão linda! No fim eu fazia sonoplastia, iluminação, contra-regra. Tinha que participar dos ensaios. Quando vinha uma peça de fora, passavam o roteiro, ensaiava, na hora do espetáculo estava tudo em ordem.
Você nunca sentiu vontade de ir para o palco?
Muitas pessoas me perguntam: “- Você nunca sentiu vontade de ser locutor?” Respondo: “-Não! Eu prefiro fazer a minha parte nos bastidores”. Acho muito gostoso o trabalho de bastidor. Quem aparece no trabalho é o locutor, mas atrás do locutor tem que ter um grande técnico. Sonoplastas, eu acredito que em Piracicaba são raros,  o João de Oliveira, eu, são os que conheço. Os demais são operadores de som, operador de áudio, operador de mesa de som, nós dois trabalhamos sem roteiro, da forma artesanal. Hoje é muito comum a pessoa sentar à mesa com um roteiro, um mapa, Com o tempo o locutor e o técnico entendem-se apenas com o olhar, sinais. Alguns técnicos nem imaginam o que seja um BG, que é o fundo musical. ( BG é derivada de background é descrito como um pano de fundo, ou seja, alguma coisa que está em segundo plano, mas que é perceptível). Eu admiro muito a diretora da Rádio Educativa Municipal, ela fez uma transformação na tecnologia da rádio, quem não acompanhar as novidades que ela trouxe para nós, simplesmente a pessoa está fora do mercado.  Atualmente temos que estarmos atento aos computadores da emissora, o tempo todo, temos que trabalhar com previsão do que irá acontecer após a apresentação imediata.
A Rádio Educativa passou por muitas mudanças?
A diretora da Rádio Educativa de Piracicaba, Jaqueline Santana, ao assumir a rádio revolucionou todas as áreas. Colocou equipamento de ponta, reciclou o treinamento do pessoal, Nossa internet era acessada por 50 pessoas ao dia. Hoje são 10.000 pessoas que acessam diariamente. Hoje a nossa rádio é ouvida no mundo todo.
 
 
 

domingo, novembro 09, 2014

AUREA PAVAN


PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 08 novembro de 2014.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
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ENTREVISTADA: AUREA  PAVAN

 

Aurea Pavan nasceu a 22 de abril de 1930, no Bairro dos Godinhos, a oito quilômetros da Vila Rezende. Filha de Santo Pavan e Amélia Rossi Pavan, que tiveram mais uma filha Hermira Pavan. Ela diz: “Quando eu nasci o meu pai trabalhava na zona rural, no sítio de propriedade do meu avô. Depois ele ingressou na Escola de Agronomia, foi trabalhar como prático de laboratório, seu chefe era Dr. Jairo Ribeiro de Mattos”.

A senhora estudou no Bairro dos Godinhos?

Não. Comecei no Grupo Escolar Prudente de Moraes que funcionava onde hoje é o Museu Prudente de Moraes. Ali funcionava uma escola, onde fiz o curso primário. Minha primeira professora foi Julieta Araujo, depois no segundo ano foi Dona Bene, esposa do diretor da escola. Dona Mariana foi minha professora nos dois anos seguintes. Chamava-se Grupo Escolar Dr. Prudente, éramos chamadas de “galinhas carijós”, por causa da saia xadrezinha de branco e preto, e a blusa branca.

Quantas alunas estudavam nessa escola?

Cada classe devia ter de trinta a quarenta alunas. Era uma classe de cada série. Acredito que havia aulas no período da manhã e da tarde. Brincávamos no páteo, no fundo havia o Centro de Cooperação, ali tinha muitos livros, esses livros que as pessoas compravam e não queriam mais, eram doados. Nós líamos todos aqueles livros, quem quisesse poderia tirar, como uma biblioteca. Acredito que o Centro de Cooperação deveria ter outras atividades que no momento não me lembro.

Após concluir o primário no Grupo Escolar Prudente de Moraes a senhora foi para qual escola?

Fui estudar o ginásio no Colégio Assunção, situado na Rua D.Pedro I esquina com a Rua Alferes José Caetano. Ali funcionou o Externato São José. As alunas do Internato São José estudavam também ali, embora estivessem morando onde hoje é o Colégio Dom Bosco Assunção. Elas estudavam em salas separadas, até mesmo na hora do recreio havia a separação de alunas do Internato São José conosco. Elas não se comunicavam conosco, era regra. Ali estudei até a quarta série. Eram só classes femininas. Havia a parte masculina, mas em período diferente das meninas. Uma parte ia à tarde outra ia pela manhã. O Colégio era administrado pelas Irmãs de São José, sendo que algumas davam aulas, lembro-me de Irmã Maria Angélica, Irmã Jesus Crucificada, havia também professores que vinham dar aulas e não seguiam a carreira religiosa. Toda semana tínhamos uma instrução religiosa, reuníamos todas as classes, recebíamos orientação religiosa.

Ali o uniforme já era diferente?

A saia era pregueada, escura, azul marinho, blusa branca de manga comprida e gravata azul marinho! Sapato escolar, fechado, preto. Meias compridas ou três quartos.

A senhora morava em que local da cidade?

Morei em diversas casas, nessa época eu morava na Rua Regente Feijó, bem ao lado onde é hoje o Grupo Prudente de Moraes. Nessa época começaram a construir casas na Agronomia, para os agrônomos e funcionários mais classificados. Passei a morar lá, com meus pais.

Como a senhora fazia para ir até a escola?

Ia de bonde! Naquele tempo todo o mundo andava de bonde. Não havia carro. Quando queria um carro só com motorista de praça, o taxi de hoje, para poder ir a casamentos, festas. Os primeiros carros que apareceram na Escola de Agronomia foram do Dr. Accorsi e do Dr. Felipe Cabral. O Dr. Accorsi nunca morou lá, mas o Dr. Felipe Cabral morou lá. O Dr. Accorsi sempre nos dava carona quando estávamos esperando o bonde no ponto. Os agrônomos eram poucos, conheci todos. E todos me conheciam, meu pai era uma pessoa muito estimada na Escola de Agronomia.

Quando a senhora morou na Agronomia tinha uma visão privilegiada da natureza.

Tinha! Aqueles lagos, as pessoas iam fazer turismo, visitar.

Após concluir o ginásio no Colégio Assunção a senhora foi estudar em que escola?

Fui estudar no Instituto Sud Mennucci. Ia de bonde. Muitas vezes ia a pé, íamos a pé a todos os lugares, mesmo quando íamos a bailes, voltávamos dos bailes de madrugada, a pé, e os guardas municipais com suas bicicletas acompanhavam-nos, protegendo-nos. Éramos um grupo de moças e rapazes.

No Sud Mennucci a senhora fez a escola normal?

Quando eu entrei já tinha esse nome, Escola Normal Sud Mennucci. Quando fiz o exame para entrar na primeira série Erotides de Campos foi o professor que me examinou, fez o exame oral. Conheci o professor Jethro Vaz de Toledo, professor Arruda, que dava aulas de psicologia, para mim foram muito importantes os professores Benedito Dutra e João Dutra professores de musica e desenho. A orquestra do Professor Benedito Dutra foi maravilhosa. Na minha formatura a sua orquestra é que se apresentou, foi no Teatro São José. Eu me formei professora aos 18 anos.

Até os 18 anos a senhora tinha uma vida social em Piracicaba?

Um grande amiga era a Nely de Oliveira Camponês do Brasil, o pai dela era diretor de escola e a sua mãe era professora. Ela tinha um irmão cinco anos mais velho do que ela e uma uma irmã cinco anos mais nova, que ainda mora na mesma casa que era dos pais dela e eu frequentava, na Rua Tiradentes esquina com a Rua Rgente Feijó.

Vocês iam ao cinema?

As quinta feiras havia a Sessão das Moças, em todos os cinemas. Naquela época todos os filmes eram românticos. Todo enredo de filme tinha: sonho,romance e poesia! As famílias iam, os pais, filhos, todos gostavam.

Tinha algum ator que chamava em especial a atenção da senhora?

Dependia do desempenho. Bonito tinha o Tyrone Power. Jà era o tempo do cinema falado. O meu avô paterno, Napoleão Pavan chegou a tocar em cinema mudo. Nossa família sempre gostou de musica, meu pai tocava clarinete, meus tios tocavam bateria. Eu comecei a tocar piano, percebi que não iria dedicar minha vida inteira ao piano, se não me dedicasse não seria uma boa pianista. Vendi o piano.

A senhora é uma pessoa muito determinada?

Eu sabia o que eu não queria, o que eu queria eu não sabia, só que Deus sabia. Fui encaminhada para o lado certo e tive uma vida muito feliz.

A senhora é religiosa?

Sou católica, até hoje, pelo fato de morar na Escola de Agronomia ia muito a Igreja São Judas Tadeu, que é a mais próxima. Quando chovia, ali era tudo terra, ficava um lamaçal. Só com a administração de Luciano Guidotti que muitas ruas foram asfaltadas, inclusive ali. Eu pegava o bonde e ia até a Igreja da Catedral, mas eu gostava muito de ir até a Igreja Sagrado Coração de Jesus conhecida como Igreja dos Frades. Descia do bonde da Escola Agricola e embarcava no bonde da Paulista, ia até a Igreja dos Frades. Muitas vezes ia a pé mesmo, para nós tudo era perto. Naquela época era comum andar muito.

Como eram os bailes do Clube Coronel Barbosa?

Eu frequentava o Clube Coronel Barbosa, que era considerado o clube da elite na época. Em 1948, quando me formei, havia muitos bailes de formaturas de escolas. Depois começaram as brincadeira dançantes com musicas tocadas em discos. Íamos ao cinema na primeira sessão, mulher não podia ficar na rua após as dez horas da noite, ficava comentada. Os homens podiam ficar, as  mulheres não.

Mesmo as mulheres acompanhadas?

Só se você fosse a determinado lugar, mas ir ao cinema e ficar pela rua só era admitido na época de Natal. As famílias iam para a igreja, os filhos ficavam pelas ruas, tomando algo nos cafézinhos.

A senhora saía em turma?

Nessa época saíamos em quatro, era a Nely de Oliveira Camponês do Brasil, a Elzinha, que depois casou-se e saiu de Piracicaba, Abigail Frota Andrade, eramos colegas que estudávamos juntas no ginásio.

A senhora formou-se professora e foi lecionar?

Seis meses fiquei por aqui na Escola Honorato Faustino, que existe até hoje, na época era na vilinha da Vila Boyes. Depois fui lecionar na zona rural onde nasci, eu tinha parentes que moravam junto a escola. Naquela época não havia ônibus que ia para lá. Na zona rural ganhava-se mais ponto para poder ingressar mais rápido. Eu morava lá e voltava para casa aos finais de semana. Tinha um onibus que só servia o bairro era da família Angeli. Eles traziam o pessoal do bairro para Piracicaba pela manhã e voltavam a tarde. Quem tinha que ir para lá pela manhã não tinha condução. Eu ficava na casa dos meus tios, e a minha prima ficava na minha casa em Piracicaba. No ano seguinte peguei uma classe como substituta eu ia com os professores que pagavam o aluguel de um carro, que nos levava e trazia todos os dias. Fiquei um ano lá, no ano seguinte ingressei e fui para Rancharia. Ia até Botucatu, pegava um trem , andava horas e horas, Rancharia estava subordinada a delegacia de ensino de Presidente Prudente. Econtrava com muitos piracicabanos desde o começo até o fim da linha. Vinhamos à Piracicaba nos feriados, férias.

Em Rancharia a senhora morava onde?

Eu morava em casa de família, Lecionava 55 quilômetros distante de Rancharia. Ìamos duas vezes ao mês até Rancharia, uma para assistir a reunião e outra para receber o ordenado. Ali fazíamos amizades, naquela época professor era considerado uma autoridade, Logo que cheguei nessa vilinha, foram convidados missionários católicos para virem, ficarem durante a semana, para pregar os ensinamentos católicos. Foram convidados para almoçar e os professores também foram convidados para ficarem almoçando junto com eles, èramos considerados autoridades.

Quanto tempo a senhora permaneceu em Rancharia?

Fiquei dois anos e pouco, de lá vim para Elias Fausto, em uma estaçãozinha para frente chamada Cardeal. Lá permaneci um ano, depois vim fazer um ano de aperfeiçoamento comissionada, algo que tinha sido criado no Sud Mennucci naquele ano. Tinha cinco vagas, prestei o exame e passei.Isso foi em 1954. Em 1955 voltei para Cardeal. Em 1956 fui para Americana. No começo eu ia de ônibus,como de Piracicaba à Americana não havia estrada asfaltada naquela época no barro o onibus encalhava. Eu perdia a hora para lecionar. Fui morar na casa de uma amiga que era professora na mesma escola em que eu lecionava, meu pai tinha falecido, minha mãe abriu uma pensão para poder tocar a vida. Fiquei morando em Americana mais um ano. Depois disso eu vim trabalhar na Delegacia de Ensino em Piracicaba. Era onde atualmente é o Museu Prudente de Moraes. Ali eu estudei no primário e no mesmo local trabalhei já como funcionária da Delegacia de Ensino. As dependências ficaram quase todas tomadas pela Delegacia de Ensino. Restou um comodo ou dois para os pertences do Museu de Prudente de Moraes. Ali tinha sido a casa de Prudente de Moraes. A Delegacia de Ensino é que teve que sair, na época o Delegado era Benedito Ferreira da Costa. Por 29 anos permaneci na Delegacia de Ensino.

Nas brincadeiras dançandtes do Clube Coronel Barbosa que tipo de música era tocada?

Era na maior parte bolero. Tínhamos um bloquinho de amizades, principalmente no Clube Coronel Barbosa quem não tivesse amizades não dançava.

E a famosa “tábua” que era a recusa para dançar?

No inicio eram as mulheres que davam, depois as mulheres passaram a ser mais atrevidas e convidar os rapazes, e havia alguns que davam tábua. Formávamos grupos de amigos, às vezes uma mulher estranha vinha tirar algum rapaz para dançar ele não aceitava.

Se o rapaz excedesse na ingestão de bebida nenhuma moça queria dançar com ele?

Já havia aqueles famosos que a família até proibia a moça de dançar com ele. Eram rapazes que já tinham criado uma fama negativa.

A senhora conheceu o Teatro Santo Estevão?

Conheci e freqüentei também. Assisti a diversas peças. Era um teatro simples, mas era no centrinho da cidade. A frente do Teatro Santo Estevão ficava voltada para a catedral, o fundo ficava voltado para a Rua Prudente de Moraes.

No térreo do Edifício Luiz de Queiroz (Comurba) havia o Cine Plaza, a senhora chegou a assistir algum filme naquele cinema?

Assisti, era interessante que às vezes ouvíamos estalos de madeira, muitos diziam que eram gatos andando no andar superior.Vinha escrito no jornal que eram gatos que andavam por lá. Durante a sessão de cinema uma ou duas vezes ouvi estalos. Era um cinema luxuoso. No que o prédio caiu, eu estava trabalhando onde hoje é o Museu Prudente de Moraes. Estava com a janela aberta, naquele exato momento eu saí da minha sala, outra funcionária, Saluá Simão, irmã do Dr. Salim Simão, estava trabalhando comigo, ela viu a queda do prédio, ficou paralisada, sem palavras. Imediatamente levantou uma poeira danada, tivemos que fechar as janelas para não sermos asfixiados, eu saí na Rua Santo Antonio, vi o João Chiarini que ia passando em frente a Delegacia de Ensino. Disse-me: “- Ruiu o prédio, mas não aconteceu nada, foi caindo por partes!”.  Ele morava na Rua Santo Antonio esquina com a Rua Voluntários da Pátria. Minha amiga Janete Bassinello trabalhava no Banco da Bahia, localizado bem na esquina da Rua São José com a Praça José Bonifácio, em frente ao Clube Coronel Barbosa. Ela estava dentro do carro, ia dar partida para rodear o jardim, iria passar por lá naquela hora, ela viu o prédio cair, instintivamente deu marcha a ré, sorte que não havia ninguém atrás dela. Estávamos bem pertinho no momento em que aconteceu tudo isso. Depois fomos acompanhando pelo jornal o que estava acontecendo. Eu tinha uma costureira que ia trabalhar nas casas particulares, ela trabalhava por dia, ela tinha o pai e o irmão trabalhando no prédio nessa hora. O pai estava de um lado e o filho do outro. O pai resolveu sair para tomar um cafezinho, convidou o filho que estava no outro lado. O filho não aceitou nesse momento o prédio ruiu do lado em que estava o filho. Ele faleceu e o pai foi salvo.

Na opinião da senhora nada acontece por acaso?

Eu acredito que não. É você que plantou anteriormente. Com seu pensamento errado. Quem nos comanda é o subconsciente. Ele pode ser mudado.

Como o ser humano muda o subconsciente?

Eu mudei o meu e tento mudar tudo que vou percebendo. Faço isso através da Seicho-No-Ie.

Uma pessoa que não conheça a Seicho-No-Ie pode mudar o comportamento mental?

Pode! A pessoa pode mudar sua maneira de pensar, então ela muda também o seu destino. É uma palavra bíblica: “Seja-te feito conforme crestes”. A sua vida é como você crê. Se você acreditar que é uma pessoa infeliz, desgraçada, irá cada vez mais para o fundo do poço. A nossa função é essa, acreditar que só existe o bem. Deus é amor, você tem que agir com amor, não julgar, se você julgar também irá ser julgado. O que pensar dos outros irá voltar para você. Deus fez todo mundo a sua imagem e semelhança, perfeita. Somos todos perfeitos, só que alguns não estão se manifestando em Deus.

Da forma como a senhora diz, parece que estamos vivendo em outro país, sem os problemas que temos no nosso.

Em todos os lugares existem problemas, só que você tem que procurar enfrentar esses problemas e procurar manter sempre a mente alegre, manifestar o amor e o que é certo. Se começar a resmungar e reclamar as coisas vão para o fundo do poço.

Se em um país não existir um governo que agrade a todos como a senhora encara o fato?

Eu encaro assim: “- Cada um tem o governo que merece!”.

A senhora acredita que se a pessoa se arrepender do mal praticado Deus ajuda?

Ai elimina tudo.

Isso não cria um circulo vicioso: “- Vou fazer uma coisa ruim, depois peço perdão e fica tudo certo?”.

Pedir perdão não é arrepender-se. Pedir perdão não significa nada. Você tem que sentir mesmo que estava errado e que nunca mais irá fazer aquilo. Então você se identifica com Deus. Cada um nasce com uma missão, quando a pessoa descobre a sua ela é bem sucedida. Tem o apoio de Deus. A vida não morre, é eterna. O corpo é uma vestimenta, que você usa como o escafandrista usa para ir ao fundo do mar. Em nosso subconsciente existe toda a história da nossa vida. Somos um prolongamento da vida de Deus. Tudo que Deus tem você tem também. A vida foi feita com capacidade infinita, amor infinito, tudo que tem de bom no infinito. O homem vê muito as coisas materiais, não fica ligado com Deus pedindo à Ele. Quando você se ligar com Deus pedindo orientação, você recebe. Se você desliga e só fica olhando as tragédias, fica gravando essas coisas em seu subconsciente. Você está pensando naquilo que Deus não criou isso é ilusão. Você tem força muito mais poderosa do que qualquer dificuldade, só que você precisa saber disso! Quando começar a vir pensamentos errados use pensamentos contrários, você muda a situação. É um esforço que você tem que usar no seu dia-a-dia para que não caia. As coisas estão ai para derrubar-nos. É necessário oração. Oração é você pensar só positivamente.

Como a senhora desenvolveu essa forma de pensar?

Comecei lendo dois livros de um pastor protestante que escreveu só sobre o valor do pensamento positivo. Eu só lia. Não praticava nada. Toda noite antes de dormir abria em uma página qualquer, escolhi dois livros de cabeceira: “O Valor do Pensamento Positivo” e “O Poder do Pensamento Positivo”. Por dois anos fiz isso, abria em qualquer página e lia um trecho. Fui com duas amigas para São Paulo, um final de semana, no tempo em que não havia metrô. Andávamos em São Paulo de taxi. Minhas amigas ficaram lá e na segunda feira eu voltei. Fiquei sozinha, esperando um taxi. Passavam e não paravam. Estavam com passageiros. Mudei de lado da avenida. Não adiantou nada. Achei que iria perder o horário de embarque no ônibus. Nessa hora é que veio o pensamento da leitura desses livros. Decidi por em prática para ver se funcionava. Primeiro: Idéia Certa. Voltei ao lado da avenida em que estava anteriormente. Segundo passo: Conversar com Deus como se fosse seu melhor amigo. Para mim era Deus lá nas alturas e eu no fundo do poço. Pense, se tivesse um amigo chamado Deus, a conversa seria essa: “ Olha aqui, Deus! Você pode tudo, eu preciso de um taxi, necessito tomar o ônibus tal hora, você vai mandar um taxi para mim e ele vai parar aqui.” . Imaginei o lugar em que eu queria que ele parasse. Passo seguinte: esquecer o problema, entregar na mão de Deus e ele resolva. Não passaram dois minutos, uma senhora vinha de taxi e parou justamente ali! Onde imaginei originalmente. Quase cai de costas! Passei a aplicar essas regras no meu serviço. Os resultados foram imediatos.

domingo, novembro 02, 2014

Temple Square | Salt Lake City, Utah


The Salt Lake City Utah Temple LDS-Mormon Temple HD


Handel: Messiah, Hallelujah Chorus( Mormon Tabernacle Choir )


IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS – ALA 5


 PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 01 novembro de 2014.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
 

ENTREVISTADO: IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS – ALA 5


 



 


Integrante do Sumo Conselho da Estaca Pedro Cesar Gianotti e
Bispo Vanderlei de Andrade Lira
 
 

Em Piracicaba a Igreja de Jesus Cristo Dos Santos Dos Últimos Dias dispõem de cinco prédios físicos. Existem ao todo oito, se considerarmos as sub-divisões determinadas administrativamente. Piracicaba é o que é denominada de Estaca, ela congrega as unidades. A Estaca tem uma presidência, primeiro e segundo conselheiro-secretário e doze homens que compõem a Estaca, o Sumo Conselho. Esses homens cuidam das unidades, supervisionam as unidades. Acima do Bispo está o Presidente de Estaca, Piracicaba tem as subunidades que a compõem em um espaço demográfico. O que sair dessa linha pertence à outra Estaca.  Para melhor compreensão, temos o Bispo, Presidente de Estaca, Presidência de Área, Quórum dos Setenta, Presidência dos Setenta, Quórum dos Doze Apóstolos, Primeira Presidência. Em entrevista concedida por autoridades e membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, cujos fiéis são conhecidos por mórmons, realizamos uma conversa descontraída, onde os princípios básicos foram expostos, no limite do tempo e espaço de que dispomos, para melhor entendimento dos que não integram essa crença. Presentes o Bispo Vanderlei de Andrade Lira, o integrante do Sumo Conselho da Estaca Pedro Cesar Gianotti, Elder Sullivan, Elder Gabriel. Os missionários recebem um nome, Elder, acompanhado do sobrenome da família. Elder é para os mórmons um sinônimo de missionário.

                                                                              
Bispo Vanderlei de Andrade Lira
 
 
Ao centro Bispo Vanderlei de Andrade Lira com seus auxiliares diretos
 
Qual é a função dos missionários?
Elder (Missionário) Gabriel responde: “- Nossa função é pregar o evangelho”. Seguimos a orientação que Cristo nos deixou em Marcos 16 : “-Ide e pregai o evangelho a toda criatura”.

 

Da esquerda para a direita: Pedro Cesar Gianotti, Elder Sullivan, Elder Gabriel e Bispo Vanderlei de Andrade Lira

 

 
Da esquerda para a direita: Elder Sullivan, Paulo Cesar Gianotti, Bispo Vanderlei de Andrade Lira e Elder Gabriel
 
 
 

Elder Gabriel, você é de Piracicaba?
 Sou de Aracruz, Espírito Santo.
Você nasceu em que dia?
Dia 26 de março de 1991.
Elder Sullivan você natural de qual localidade?
Nasci em St. George, Utah, Estados Unidos. Nasci a 26 de abril de 1996.


Da esquerda para a direita Elder Sullivan, Bispo Vanderlei de Andrade Lira, Paulo Cesar Gianotti e Elder Gabriel

 
Bispo Lira o senhor é natural de Piracicaba?
Nasci em São José de Piranhas, Paraíba, a 1 de junho de 1970, filho de José Tavares de Lira e Tereza Tavares Lira. Vim para São Paulo com 19 anos, fui morar no Parque Bristol, em um domingo fui visitar uma tia minha, ela convidou-me para ir até a igreja, foi assim que conheci a conheci a igreja com 22 anos. Em 1992 eu me batizei.

   
Elder Sullivan e Elder Gabriel


Como é esse batismo?
É como Jesus Cristo ensinou, por imersão. É realizado por uma pessoa que possua a autoridade de sacerdócio. É a mesma autoridade que Cristo possuiu quando estabeleceu seu Reino aqui na Terra. O sacerdócio hoje está entre os homens dignos da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Henry B. Eyring - Primeiro Conselheiro (E.U.A.)

Thomas S. Monson - Presidente (E.U.A.)
 
Dieter F. Uchtdorf - Segundo Conselheiro (E.U.A.)
 
O senhor fez esse trabalho missionário?
Fui para a missão como eles, com 23 anos. Fiz no Rio de Janeiro, minha primeira área foi Nova Iguaçu, depois fui para Realengo, Madureira, Bangu e terminei a missão em Petrópolis. Para nós o trabalho missionário é extremamente importante. Hoje é um dia muito especial para nós, um jovem da Ala 5 deu entrada no CTM, que é o Centro de Treinamento Missionário, que fica em São Paulo. Ele está indo para a missão onde ficará por dois anos e depois retorna. É praxe que os rapazes permaneçam em missão por volta de dois anos e as moças em torno de um ano e meio.

Os alimentos são armazenados em grandes quantidades(suficiente para um ano) com técnicas especiais de armazenamento. Aqui vemos o aproveitamento de embalagem descartável.
Há um controle rigoroso de qualidade e validade

Pedro Cesar Gianotti o senhor é natural de que localidade?
Nasci em Laranjal Paulista a 31 de agosto de 1954. Sou filho de João Demétrio Gianotti e Dalila Rodrigues Gianotti. Quando conheci a igreja eu tinha 27 anos, já era casado. Ser missionário é um privilégio de jovens que tenham de 18 até 25 anos. É uma questão de prioridade, nesse momento a prioridade deles é fazer a missão, não existe nada mais importante. Eles deixam tudo, estudos, relacionamentos, dedicam-se à missão. Após os 25 anos a prioridade passa a ser casamento, constituir uma família.
Elder Sullivan há quanto tempo você está no Brasil?
Estou a cerca de cinco meses aqui no Brasil.
Você que escolheu o país ou foi determinado que viesse?
É o chamado.

                                Igreja Mormon Avenida ProfessorFranciscoMorato, 2390 - Caxingui - São Paulo

Bispo Lira explica como é esse chamado.
Tenho cerca de dez rapazes que estão sendo preparados para a missão. Tudo é feito on-line.
Essa é uma característica fantástica da igreja, que em termos de tecnologia é extremamente avançada.
Com certeza. Como Bispo o primeiro passo eu libero uma ficha, cria-se uma conta e uma senha para o jovem que irá preenchendo por conta própria. Depois que eu faço esse primeiro passo, não consigo mais mexer no chamado dele, está nas mãos dele para ele preencher. É um formulário extenso, quando ele termina de preencher, ele me encaminha, ele já não terá mais acesso ao formulário, como Bispo faço minhas considerações, avalio diversos fatores pré-estabelecidos, após minhas considerações envio para o Presidente da Estaca, ele faz as mesmas observações e mais algumas, e envia para Salt Lake, em Utah, onde é a sede da igreja. Lá vai para o Profeta, o Quórum dos Doze, que são os responsáveis para designar esses jovens para o campo missionário. Todo missionário tem seu nome e dados avaliados pelo Profeta. Hoje temos mais de 85.000 missionários no mundo pregando o evangelho. Chegando o chamado, a ficha, o quórum dos Doze se reúne e faz a designação para esses jovens. Cada jovem que é designado é feita uma oração: “Senhor, para onde mando Elder Gabriel?”. Esses homens irão sentir no coração onde estão precisando de Elder Gabriel. Eu sei que os jovens que foram designados para o campo missionário foram assim designados por vontade do Senhor, não por desejo ou escolha do Bispo. O Presidente Thomas S. Monson assina o chamado, o missionário recebe esse chamado, abre e lê: “- Caro Elder Gabriel, você foi chamado para servir na missão Brasil, Piracicaba e servirá por um período de dois anos”.
Quantos fiéis da Igreja de Jesus Cristo Dos Santos dos Últimos Dias existem no mundo?
A Igreja já ultrapassou 15 milhões de membros. Só não estamos presentes em três ou quatro países: Coréia do Norte, China e na área de Jerusalém.
Elder Sullivan, quando você recebeu o seu chamado para Piracicaba, já tinha ouvido falar nesta cidade?
Foi uma grande surpresa, não tinha sequer ouvido falar no Brasil. Não tinha a menor idéia do que iria encontrar. Procurei me informar a respeito do Brasil. Quando se recebe o chamado é dito quando será a data de saída, já no primeiro dia vamos para um lugar chamado CTM, Centro de Treinamento de Missionários. Lá fiquei por seis semanas aprendendo a língua portuguesa.
Elder Gabriel, quando você veio à Piracicaba já conhecia a cidade?
Eu só conhecia a música “Rio de Lágrimas”! Eu queria atender ao chamado, mas tinha a intenção de ir para o nordeste brasileiro. Essas coisas não acontecem por minha vontade, e sim pela vontade do Senhor, através do Profeta Thomas S. Monson, ele jejua, consulta apóstolos. Ele não toma a decisão sozinho. Para mim foi um baque, quando abri o mapa e vi a área em que ia servir, todos os nomes eram diferentes, novos para mim: Pirassununga, Piracicaba, Jaú. É uma cultura de um povo diferente, de um povo humilde, muito receptivo. Acolhem-nos, querem nos receber. Claro que na vida de missionário existem momentos difíceis.
Vocês freqüentam muito não só a área abastada da cidade como também a periferia?
O Bispo Lira responde: “Não existe classificação em função da classe social, Piracicaba é coberta integralmente por duplas de missionários. Temos os Elderes e temos as Sisteres, que são as moças que pregam o evangelho, são chamadas de Sister. Minha esposa serviu missão também.
Os missionários andam em dupla, qual é o sentido desse comportamento?
Tem vários sentidos, um deles é que nas escrituras afirma-se que um irá testificar o outro. O próprio Senhor disse: “–Ide de dois em dois pregando o meu evangelho para que um testifique para o outro.”. É uma forma de proteção, segurança, evitar calunia. Eles não podem ficar longe um do outro. Não podem ficar só com uma moça ou mulher. O principio de andar em dupla é para segurança deles mesmos.
Piracicaba recebeu os mórmons em que ano?
A gênese foi na Rua Moraes Barros, entre as Ruas Governador Pedro de Toledo e Rua Benjamin Constant, em uma casa alugada. Isso na década de 60.
Uma das características da Igreja Mórmon é que ela proporciona aos interessados o curso de inglês.
Hoje mesmo aqui é oferecido o curso de inglês, a qualquer um, a igreja é aberta à comunidade. Sem custo nenhum.  A Igreja tem uma preocupação muito importante para com a sociedade. No dia 8 de novembro das 8 às 16 horas acontecerá um programa chamado “Mãos Que Ajudam” na Rua Humberto Venturini, 620, Santa Terezinha, nessa data acontecerá palestras, oficinas de armazenamento, é um programa aberto à comunidade, a Igreja tem parceria com o Centro Paula Souza, Corpo de Bombeiros, organizações que apóiam a igreja nesse serviço “Mãos Que Ajudam”. Nesse mesmo dia já são 140.000 voluntários em mais de 160 cidades brasileiras. Nesse dia especificamente estaremos realizado gratuitamente: corte de cabelo, emissão de carteira de trabalho, aferição de pressão arterial, orientação jurídica, teste de diabetes, genealogia (pesquisa de antepassados). Palestras, a própria OAB estará lá para dar orientação jurídica às pessoas. Oficinas, técnicas de Armazenamento de Alimentos. Prevenção de acidentes, ministrado pelo Corpo de Bombeiros. “Mãos Que Ajudam” é um projeto que começou no Brasil e hoje está sendo realizado no mundo.
Com relação ao armazenamento de alimentos qual é o fundamento disso?
É muito claro. O Senhor sempre orientou seu povo a ser um povo precavido.  Um líder da igreja disse o seguinte: “- Use até acabar. Conserte. Ou viva sem”.  O principio do armazenamento é de que em dias difíceis não iremos depender de terceiros. A igreja ensina o princípio da auto-suficiência, em todos os sentidos, auto-suficiência temporal e auto-suficiência espiritual. Os membros da igreja são incentivados a trabalharem, a serem industriosos, criativos, a armazenarem seus alimentos, no Velho Testamento já havia a orientação da necessidade de armazenar alimentos para dias difíceis. Uma experiência muito grande foi quando José do Egito interpretou o sonho onde as vacas feias e magras comeram as sete vacas belas e gordas. O principio do armazenamento já vem daquele tempo. A Igreja é muito forte em termos de armazenamento.
Quantos membro a Igreja tem em Piracicaba?
São mais de dois mil membros. Percebemos que está acontecendo uma expansão. De julho do ano passado para este ano, foi criada a missão Brasil-Piracicaba. Diminuiu-se a àrea geográfica e aumentou a quantidade de missionários.
No total quantos missionários trabalham em Piracicaba?
Na missão Brasil-Piracicaba são 191 missionários, sendo que na cidade de Piracicaba são em torno de 46 missionários. Existem zonas, há uma hierarquia: Presidente, Assistente, Lider de Zona (LZ), Líder de Distrito (LD), Sênior e Junior. Gabriel é LD, Sullivan é Junior. Em Piracicaba tem um Presidente de Missão, ele preside não só os missionários que estão em Piracicaba, mas abrange esses 191 missionários. Dia 25 de novembro está para chegar mais 30 missionários. Piracicaba é o escritório, abrange cidades como: Piracicaba, São Pedro, Capivari, Botucatu, Sumaré, Limeira, Americana, São Carlos, Pirassununga, Rio Claro.
O Bispo afirma que sabe que é o Senhor que dirige o trabalho de distribuição do campo missionário.
Isso envolve uma logística, alguém que vai ver a casa onde os missionários irão morar, quem irá pagar o aluguel, qual é a mesada que irão receber para viajar, para transportes de ônibus dentro da cidade. Existe um grupo onde todos trabalham para dar esse conforto à eles.
Quantos missionários moram em uma casa?
Na Ala 5 temos quatro missionários, eles residem em uma casa.
Quem cuida dessa casa?
Eles mesmos! Fazem a faxina, cozinham, cuidam das próprias roupas. Eles almoçam na casa de membros, existe um programa local na ala que é de servir almoço aos missionários. Imagine dois jovens, deixarem suas famílias e ficarem permanentemente isolados? Eles têm um calendário onde sabem em que local irão almoçar todos os dias.
Bispo, o senhor disse que são armazenados alimentos, qual é a quantidade que cada membro tem que armazenar em casa?
É uma boa pergunta! Não existe uma quantidade pré-estabelecida. Não há uma regra ou norma. Eu, Bispo Lira, armazeno um ano de mantimentos para minha casa. A igreja estipula que você deve ter no mínimo um ano de reserva.
Quais são os produtos que vocês armazenam?
Tudo que você imaginar que possa ser armazenado. Existem técnicas que foram aprimoradas nos transcorrer dos anos. São armazenados grãos, cereais, carnes.
A carne é armazenada em geladeira?
Não! O principio do armazenamento é de não depender de algo. Para armazenar a carne na geladeira eu dependo de energia, se houver corte de energia eu fico sem a carne. Tudo que você possa imaginar a igreja tem técnicas para armazenar.
No caso de situação anormal para preparar um alimento qual é o procedimento?
Nem todos fazem da maneira que eu faço, mas em caso de emergência, tenho fogão a lenha, um dos propósitos é se houver necessidade eu utilizo.
Essa possibilidade de ter que recorrer aos alimentos armazenados, sob o ponto de vista do mórmon, está prevista nas escrituras?
As escrituras afirmam que haverá tempos difíceis. Além das escrituras, Thomas S. Monson para nós é um profeta que recebe revelações nos dias de hoje, ele pode falar que teremos dificuldades. Ele está falando: “-Pessoal, armazene!”. Ao lembrarmos-nos de Noé, lembramos também que por muito tempo ele disse: “- Vocês se preparem porque virá o dilúvio!”. As pessoas riam de Noé. O armazenamento é um procedimento que remonta muitos anos, desde suas origens. A Primeira Visão foi em 1820, do Profeta Joseph Smith, porém em 1829 a igreja foi restaurada oficialmente na Terra.
Há uma referência às placas de ouro, o que significam na verdade?
Hoje nós temos O Livro de Mormon, as placas são genealogia de povos que viveram antes aqui, foram chamados por Deus como Profetas nas Américas. Antigamente a Bíblia era escrita em pergaminhos, o Livro de Mormon foi escrito em placas de ouro, latão. Nesses registros consta a descendência das doze tribos, nós acreditamos que a tribo que está aqui é a tribo da vara de José do Egito. Lei recebeu uma ordem do senhor para que construíssem embarcações, atravessasse os oceanos e vieram aqui nas Américas. Isso há 600 anos antes de Cristo. Um fato interessante é quando Pedro Álvares Cabral chegou à Bahia, em Ilhéus, a terra já estava habitada. A mesma coisa aconteceu com Colombo na América Central. Os índios fazem parte desse povo de Lei, que era da tribo de José, aquele que tinha sido vendido ao Egito. O Livro De Mormon é um relato dos homens que saíram do Velho Mundo e vieram habitar as Américas. O relato começa com Lei, Jesus Cristo falava isso quando se reunia com os apóstolos: “- Eu tenho ovelhas que não são deste aprisco, com quem irei congregar”. Naquele momento ele estava falando que existiam povos em outra parte do mundo, que naquele momento não tinham comunicação.
A Igreja Mormon tem um banco de dados genealógico que é o mais completo do mundo, qual é o motivo?
Fica em Utah, nas Montanhas Rochosas. A genealogia cumpre uma profecia de Malaquias, no Velho Testamento, o profeta Elias viria nos últimos dias, iria fazer com que o coração dos pais voltasse aos filhos e o coração dos filhos voltasse aos pais. Se isso não acontecesse nos últimos dias a Terra seria destruída. Como o meu coração pode se voltar ao meu filho e o meu coração pode se voltar ao meu pai? Essa corrente é feita através da genealogia, para unir as gerações.
Qual é a origem dos recursos financeiros da igreja?
A igreja sobrevive da auto-suficiência. A igreja não cobra dos membros nenhuma publicação. Não cobra por cerimônias realizadas.
Vocês celebram casamentos?
Dia 13 de dezembro farei um casamento, civil com efeito religioso, e é interessante que não é de um membro da igreja, a irmã dela disse-me: “Bispo! Minha irmã vai casar e a pessoa quer cobrar quatrocentos reais pelo casamento! Será que o senhor não pode fazer o casamento?”. Disse-lhe: “ – Claro que eu posso!”.
Mesmo que a pessoa não seja mórmon pode casar na Igreja Mormon?
Pode! Com certeza! Eu mando o documento preenchido aqui e ele é lavrado no cartório.
Quanto custa um casamento em uma Igreja Mormon?
Nada!

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