PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E
MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 18 de fevereiro de 2017.
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 18 de fevereiro de 2017.
Entrevista: Publicada aos sábados
no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
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ENTREVISTADO: HÉLIO POMPEU
Hélio Pompeu narra um pouco da
sua história, dos anônimos que enquanto a cidade dormia, eles trabalhavam para
o bem estar da comunidade. Nascido em Campinas, a 11 de setembro de 1943, filho
único de Zélio e Angelina. Fez seus primeiros estudos no Grupo Escolar Orozimbo
Maia, em Campinas, a Rua Andrade Neves.
Em que bairro de Campinas o
senhor morava quando era criança?
Eu nasci e vivi uma parte da
minha vida a Rua Ferreira Penteado, no centro de Campinas. Morávamos com o meu
avô a sua pensão chamava-se Pensão Colombo. Ele sempre teve bar ou pensão em
torno da Estação da Estrada de Ferro Companhia Paulista em Campinas. Entre os
parentes do lado paterno havia muitos ferroviários, com isso havia os “passes”
eu tinha facilidade em viajar de trem, ia muito passear em diversas cidades:
Rio Claro, Birigui, Araçatuba, meus parentes do lado paterno moravam nessas
cidades. Meu avô paterno chamava-se Rafael Sanches e Maria Garcia, meu avo
materno chamava-se Adolfo Pompeu e minha avó materna Maria Orlando.
O meu avô Rafael e a minha avó
Maria Garcia, tinham muitos clientes que ficavam na pensão, eram pessoas que
ele tinha conhecido em Araçatuba e região e vinham para consultas e tratamentos
no Instituto
Penido Burnier. Naquela época já era uma clínica famosa.
Ao terminar o curso primário o
senhor continuou os estudos?
Como fui um dos três melhores
alunos da classe, ganhei dois anos de bolsa integral no Colégio D.Pedro II para
estudar na Escola de Comércio D.Pedro II, a noite. Fiz o curso de datilografia.
Como eu necessitava trabalhar, deixei a escola.
Qual foi o primeiro emprego do
senhor?
Fui trabalhar em uma tapeçaria de
propriedade de Hugo Carcani, casado com Dona Irene, quem conseguiu esse emprego
para mim foi meu tio chamado Alfredo Roque, eu tinha uns 12 anos. Com uns 14 a
15 anos mudei-me para Capivari. Isso na época em que havia os cinemas Politeama
e Íris. O Cine Iris acabou e fizeram o Cine Vera Cruz, que existe até hoje. Em
Capivari algumas pessoas da família estavam pensando em me colocar para
trabalhar na roça. Foi quando decidi trabalhar em padaria.
O senhor começou o ofício de
padeiro em qual padaria?
Comecei em Capivari na então
“Padaria de Pedra” dos irmãos Roque, ficava na esquina próxima ao Cine Vera
Cruz. O prédio onde era a padaria também permanece, só a padaria que não existe
mais.
Que atividades o senhor tinha a
fazer quando entrou na padaria?
Quando comecei, ia buscar os animais
no pasto, comecei a trabalhar a noite, sem ganhar nada, para aprender a
profissão. Eu ganhava para ir buscar, tratar dos animais e carregar os
carrinhos com pães. Eram sempre três, no máximo quatro carrinhos.
Eram carrinhos com carroceria de
chapa, com tampa. As rodas eram de madeira com um aro de ferro em volta. As
ruas eram de paralelepípedo, o barulho que fazia de madrugada era alto. Cada
carrinho era tracionado por um único animal. Eram éguas, tinha a Neguinha, a
Pinhona, a Calçada que tinha os quatro pés brancos, ela trotava muito bem. Elas
acostumaram-se comigo. No inicio foi um desacerto, no pasto havia outros
animais de outras padarias, tinha que trazer na mangueira, jogava o cabresto em
uma delas, montava e trazia as outras. No inicio eu trazia, às vezes debaixo de
chuva, de vez em quando a um quarteirão da padaria uma delas desembestava as
demais acompanhavam. Eu chegava a sentar na guia e chorar quando aquilo
acontecia. Naquela época era um trabalho comum. Carregava os carrinhos, eu saia
com um pela cidade para entregar pão. Descia correndo, com os pães em uma
cestinha, o condutor do carrinho ia para um lado eu ia para outro lado,
entregando pães nas casas. O animal era ensinado, já conhecia a freguesia, ia
andando sozinho. Nós batíamos a tampa que cobria a carroceria, após retirar os
pães, o animal andava e parava logo adiante.
Esses animais eram acostumados a
fazer sempre o mesmo roteiro?
Era difícil quando pegava uma
égua que fazia outra freguesia, quando nós batíamos a tampa ela saia em
disparada. Nesse caso tinha que trabalhar com rédea comprida, onde um de nós
ficava segurando senão o animal desembestava. Ia parar na freguesia que estava
acostumada a fazer.
Dentro dessa caixa de metal aonde
eram acondicionados os pães, quantos pães cabiam?
Eu calculo que filão pequeno, bem
arrumadinho, cabia uns mil.
Não era muito peso?
Para o animal não era. Mil
filões, se considerarmos 50 gramas cada um, são 500 quilos. Essa éguinha, a
Negrinha, na subida de Rafard ela parava no lugar certinho, sem se mexer, meu
patrão batia com o cabo do reio na guardinha de madeira que existia no
carrinho, ela saia sem dar um solavanco. Do lugar em que ela parava ela saia.
Era impressionante a força que ela tinha. Tinha animal que quanto mais peso
você colocava, mais valente ele ficava. Eram animais ensinados.
A seu ver, eles tinham algum tipo
de raciocínio, ou seja, pensavam?
Essa égua preta tinha que comer
amarrada e separada dos demais. Ela era pequena, acaba de comer o embornal
dela, vinha, metia o pé em outro animal, tirava-o do lugar, comia o embornal do
outro, fazia assim sucessivamente. Tinha algumas pessoas que ela não suportava,
eu entregava pão em Rafard, tinha uma vendinha onde eu parava para entregar.
Naquele tempo havia muito caminhão que levava o pessoal para cortar
cana-de-açúcar, o chamado “caminhão de turma”. As ferramentas iam junto,
inclusive na época havia os machadeiros. Uma pessoa carregando o machado
caminhou em direção a Negrinha, do outro lado, onde eu estava entregando o pão
presenciei a cena. Quando ela ia morder, você percebia que ela murchava a
orelha. Ela estava em posição de morder, a pessoa encostou o machado junto a
cabeça dela e disse: “-Morda! Morda!”. Devagarzinho ela foi erguendo a orelha,
ela entendeu a mensagem. Eu tinha uns quinze anos, lembro-me disso até hoje.
Ela era danada, não havia cerca que a segurasse, conseguia passar o chamado mata-burro.
As ferraduras eram trocadas de
quanto em quanto tempo?
Quando havia o paralelepípedo,
gastavam mais, as ferraduras eram trocadas a cada um mês mais ou menos.
No paralelepípedo, quando chovia,
não era difícil andar com o carrinho, os animais não escorregavam?
O pior eram as estradas, o barro!
Com as rodas de ferro ainda! Ficava o dobro do peso. Chegava a encostar o eixo
da carroça no chão. Tinha que descer do carrinho e ir ajudar, fazia força para que a roda
virasse, empurrando com as mãos os raios da mesma.
Vocês sempre entregavam os pães
em duas pessoas ou era um entregador apenas?
No inicio eu saia ajudando a
entregar os pães, depois passei a ter um carrinho, ficou uma freguesia para
mim.
O senhor deixava os pães nas
chamadas vendas, hoje substituídas por supermercados, e deixava os pães em
casas particulares. Como era feito o pagamento?
A maioria das entregas era em
casas particulares. O acerto das contas era mensal, uns acertavam diretamente
com o entregador, outros acertavam na padaria. O cliente marcava e o entregador
marcava também, eram duas marcações. Era muito difícil dar alguma diferença.
Havia um pessoal que saia do
baile, passava, via o pão fresquinho, apanhava, o cliente reclamava que o pão
não tinha sido entregue?
Isso existia, vim ver muito disso
aqui em Piracicaba. Lá em Capivari era muito difícil. Uma característica muito
comum era quando íamos entregar pão, já sentíamos o cheiro de ovo e lingüiça
fritos. Já estavam aguardando o pão. Algumas casas esperavam o padeiro chegar
já com o café pronto. Diziam: “- O cafezinho está pronto padeiro!”. Os padeiros
em benquistos. Entregávamos pães na Santa Casa de Capivari, a cozinheira, uma
senhorinha, quando entrávamos para deixar os pães já tinha duas canequinhas com
café nos esperando! Era muito bom, um café quentinho na madrugada gelada. A meu
ver, naquele tempo a vegetação ocupava um espaço maior, isso fazia o frio ficar
mais intenso.
A que horas vocês começavam a
trabalhar?
A entrega de pães começa às três horas,
três e meia continuava após o serviço da noite inteira. Só mesmo o pessoal que
tinha freguesia é que chegavam só para entregar. Nós fazíamos o pão e íamos
entregar isso foi no começo. Quando eu peguei uma freguesia teve um período em
que eu fazia o pão e ia entregar. Depois teve uma época em que mudei de
padaria, fui trabalhar na Panificadora Moderna na Rua XV de Novembro, quando eu
entrei era do Palhares, quem montou a padaria foi um senhor de nome João
Casellhas, que depois se mudou para São Paulo. Lá eu trabalhava de madrugada e entregava
pão após o almoço. Eu saia com o carrinho, tinha uma buzina, geralmente um
freguês fazia parar. Parava, apertava a buzina, vinha a quadra inteira. Ali já
tinha a massa doce, o famoso pão doce, levava produtos diferentes. Algumas
pessoas encomendavam doces. Quando eram encomendas para festas elas
encomendavam na padaria. Começaram a aparecer os doces chamados de cremes, a
bomba. Trabalhei na linha de fornecimento por uns dois ou três anos. Decidi
parar de fazer a linha e ficar trabalhando só a noite. Entrava às nove e meia,
dez horas da noite e saia às sete horas da manhã.
“Desmanchava”, ou seja, usava,
quantos sacos de farinha de trigo por noite?
Em média quatro a cinco sacos. Na
segunda padaria em que entrei já tinha modeladora. Nas outras padarias o
filãozinho era feitos todos na mão ainda. Trabalhávamos em bastantes padeiros
em volta da mesa. Um ia picando e os demais iam fazendo.
Como era calculado o peso do
filãozinho?
A medida era feita na mão. Tem
que prestar a atenção na massa, se ela está mais fina,, mais grossa.
A qualidade do trigo influencia
muito?
A qualidade do trigo antigamente
era muito boa. A farinha de trigo vinha do Uruguai, Argentina, União Soviética,
esta última por sinal uma das melhores.
Quais eram os ingredientes utilizados
para fazer o pão?
Trigo, sal, açúcar, fermento e
água. Atualmente usam também o chamado “reforço”.
E o Bromato de Potássio?
O Bromato de Potássio é uma substância química que era
utilizada por alguns padeiros para fazer o pão crescer. Esta substância é
proibida pela ANVISA por causar câncer. Para pesar o Bromato tinha que ir à
farmácia, precisava de uma balança de alta precisão. Em um litro de água
colocava-se de 20 a 30 gramas de Bromato de Potássio, ele é em pó. A cada dois
sacos de farinha de trigo colocava-se um copinho, daqueles utilizados como
doses de aguardente. Imagine a força que o Bromato tem. Esse litro de água
durava a semana inteira.
Qual era a função do Bromato de Potássio?
Era estufar o pão. Se enfiasse o dedo ele atravessava o pão.
O pão feito com Bromato esfarelava muito. Foram feitos estudos, colocaram mais
açúcar na massa para deixar mais macio.
O senhor ficou na Panificadora Moderna, em Capivari,
até quando?
Até ser dispensado de servir no
Tiro de Guerra. A minha mãe de Campinas foi trabalhar em São Paulo como
doméstica na casa do juiz Sebastião Caboto Carreta, da família Carreta da
cidade de São Pedro. Minha mãe disse-me que viria morar em Piracicaba. Eu tinha
dois anos e meio quando meu pai faleceu. Até hoje mantemos os laços familiares
com as minhas tias e tios, irmãos do meu pai. Minha mãe foi trabalhar como
doméstica na casa do médico Dr Ben-Hur
Carvalhaes de Paiva. Eu vim para Piracicaba, para passear, disse à minha mãe:
“Angelina! Vou sair de Capivari!”. Eu a chamava pelo nome. Ele disse-me que se
quisesse vir para Piracicaba havia como me alojar. Minha tia e meu tio que era
aposentado do Engenho Central concordaram. Nisso Benedito Mateus, mais
conhecido como Dito Botinha, parecia àquele personagem Amigo da Onça, Morava
próximo a minha casa, na Vila Monteiro. Morávamos na Rua Alexandre Herculano.
Ele morava descendo a Rua João Bacchi, na primeira casa da Rua da Paz. Ali era
tudo mato nos anos 60. Nem asfalto não tinha, a energia elétrica tinha chegado
a pouco tempo ali. Minha mãe foi à Capivari e disse-me que o Seu Dito tinha me
convidado para vir trabalhar com ele quando eu quisesse. Na realidade em
Piracicaba havia uma falta enorme de padeiros.
O senhor veio conversar com o
Dito Botinha?
Vim! Fui até a casa dele,
sentamos, conversamos generalidades, ele disse-me; “Apronte-se que a noite eu
passo e levo você comigo para a padaria”. Fomos de ônibus, naquela época pegava
o Ônibus Circular no Cemitério. Lá para baixo, onde morávamos, não havia
ônibus.
Em qual padaria vocês foram
trabalhar?
Na Padaria Brasileira, situada a
Rua Alferes José Caetano, 701. O proprietário era José Ieda, casado com Dona
Lucy Cardinalli. Ele não tinha chegado ainda. Entrei, fiquei esperando, dali a
pouco ele chegou, o Dito me apresentou, aquela noite mesmo já comecei a
trabalhar. No terceiro dia ele disse-me para levar a carteira de trabalho, para
registrar. No dia 6 de janeiro de 1963 eu peguei a mão no cilindro. Perdi o
dedo polegar após dois meses de tratamento. Fiquei afastado do trabalho por
quatro meses. Voltei a trabalhar. No inicio foi difícil, eu tinha 19 anos,
andava com a mão no bolso. Um dia o nosso chefe Ernesto Rampazzi comunicou-nos
que o Pitangueira, que era o forneiro, ia sair da padaria. Eu disse: “Seu
Ernesto, onde eu morava, eu enfornava pão!. Só não tinha essa pilha de
tabuleiros de pães!”
Na Padaria Brasileira vocês
“desmanchavam” quantos sacos de farinha de trigo por noite?
Em média uns doze sacos! Era
bastante, era tabuleiro ainda de madeira, pesados. A padaria tinha dois fornos,
um bem grande e outro menor. Quando a pilha de tabuleiros começava a aumentar
muito, alguém saia da mesa e vinha enfornar no segundo forno, que era menor.
Funcionavam os dois a noite inteira. Comecei trabalhando no forno menor, na
folga do forneiro eu passava a trabalhar no forno maior. No fornão iam 12
tabuleiros com 25 bengalas cada um. Eram 600 bengalas a cada enfornada.
Uma bengala equivale a quantos
filões de 50 gramas?
Em média cada bengala pesava 250
gramas, equivale a cinco filões.
O forno era a lenha, quem
colocava a lenha?
Nós mesmos! Era forno continuo.
Trabalhava dia e noite. Enquanto outras padarias tinham forno de descanso.
O que é forno de descanso?
O forno de descanso você tem que
queimar ele durante o dia, por exemplo, queima a manhã inteira, até quando
chega lá pelas duas horas da tarde. Acabou de queimar, você fecha o forno. A
noite você o limpa por dentro, retira a cinza que sobrou da lenha queimada,
coloca de três a cinco latas com água, essa água vai evaporar dentro do forno,
ai passa a enfornar até o próximo dia pela manhã. Aos poucos ele vai
enfraquecendo, então é colocado mais açúcar na massa para corar o pão. A lenha
é colocada de novo só no dia seguinte a fornada. O forno que usávamos na
Padaria Brasileira já tinha o marcador de temperatura. A maior produção da
padaria era bengala e filãozinho.
Como era feita a entrega dos pães
feitos na Padaria Brasileira?
Na época já eram três peruas
Kombi. Havia um ou outro “frangueiro” que ia buscar pães para negociar na zona
rural, mas eram poucos.
A padaria Vosso Pão situava-se
onde hoje é o Edifício Canadá, era gerenciada por uma senhora?
Era a Dona Augusta, que foi
proprietária da Padaria Inca, muito tradicional. Ela foi proprietária da
Fábrica de Bolachas Júpiter, uma indústria alimentícia que marcou época.
Quando o senhor saiu da Padaria
Brasileira foi trabalhar em qual padaria?
Fui para a Padaria Nossa Senhora
Aparecida – PANSA, situada na Avenida São Paulo. Na época era uma padaria com
uma portinha só. Quem montou a padaria foi o Benzico, que era motorista de
praça (taxista). Ele vendeu para José
Micheletti casado com Dona Domingas, eles tinham uma família grande, muitos
filhos, todos trabalhavam muito na padaria. A PANSA “desmanchava” em média 15 a
16 sacos de farinha de trigo por dia. Eram 4.500 bengalas por dia. Por um longo
período foi a padaria mais conceituada da cidade. Eram muito detalhistas e
cuidadosos com os produtos que fabricavam. Eles contrataram um mestre italiano
para fazer biscoitos de polvilho. Criaram uma fama enorme com o biscoito de
polvilho.
Quantos forneiros trabalhavam na
PANSA?
Tinha dois forneiros que
trabalhavam regularmente, um terceiro forneiro que era o folguista, cobria a
folga de um dos forneiros, dois cilindreiros, um masseiro, um mestre e um
ajudante.
A que horas abria a PANSA ?
Às cinco e meia da manhã e ficava
aberta até as dez horas da noite. Nós que trabalhávamos na produção chegávamos
para trabalhar com o balcão aberto ainda, as dez horas da noite e trabalhava
até as seis, sete horas da manhã.
A parte de confeitaria o senhor
nunca fez?
Nunca gostei! Em Capivari, na
esquina da Igreja Santa Cruz tinha o Bar da Bepa que só fazia doces caseiros:
mamão verde, abóbora, batata doce, uma grande variedade, era só pegar algum
dinheiro e o pessoal corria para o Bar da Bepa. De bar não tinha nada, só tinha
doces, um mais gostoso do que o outro.
O senhor trabalhou na padaria Jacareí?
Trabalhei, o proprietário era o
Adão Roque, a esposa dele era professora no Colégio Piracicabano.
É muito comum o padeiro sair e
voltar a trabalhar em determinadas padarias?
É bastante comum, eu trabalhei em
poucas padarias, porém entrei e sai várias vezes. Houve uma época em que o
Faganelllo adquiriu as padarias Bom Jesus, Jacareí e Takaki e deixaram para o
João Jorge administrar. Com isso eu passava uma semana em cada padaria.
A Padaria Jacareí é uma das mais
antigas de Piracicaba?
Das padarias antigas que ainda
estão abertas, acho que a Jacareí e a Central são as mais antigas. A Padaria
Popular, no inicio trabalhava só como confeitaria. O José Ieda não se
conformava de confeiteiro ficar junto com padeiro, saia muita briga, por causa
do uso de forno. Os dois queriam usar o forno ao mesmo tempo. Ele abriu a
Padaria Popular, mandava pão para lá e trazia doces para a Padaria Brasileira.
Quem entregou pão com carrinho de tração animal, por muito tempo, foi o filho
do dono da Padaria São José situada na Avenida Madre Maria Teodoro esquina com
a Rua MMDC, o Alexandre Sacchi e seu irmão Roberto Sacchi. Depois foram donos
da Pão Quente, da Padaria Independência.
Atualmente é mais fácil fazer
pão?
Tem muita facilidade para fazer.
É só jogar a farinha, água e fermento já faz pão!
A sua vida sempre foi em função
de proporcionar a alimentação à população?
A minha vida sempre foi essa. E
continua até hoje. Amanhã cedo mesmo eu vou trabalhar. Já faz 12 anos que me
aposentei na Padaria Delicia, do Castilho.
O senhor ainda faz uns biquinhos
por prazer?
Eu gosto de trabalhar na minha
profissão! Antigamente o saco de farinha era de 60 quilos, hoje tem de 50 e de
25 quilos. Logo acaba o de 50 quilos. Era saco de tecido, hoje é de plástico.
Antigamente quanto saco vazio eu vendi na Vila Monteiro para as pessoas fazerem
lençóis, camisa, piquá (bolsa) para as crianças levarem material escolar.
O senhor tinha alguma forma de
laser?
Tinha! Fui praticante de futebol.
meia esquerda. Em Capivari cheguei a disputar o Campeonato Amador. Primeiro no
infantil e juvenil do Capivariano Futebol Clube depois o time dispersou, fui
parar no Rossi onde fui bi-campeão. Quando vim para Piracicaba comecei a
brincar um pouco no Lusitano, da Vila Monteiro. A bola era pesada, matava ela
no peito ficava a marca!
CAPIVARIANO FUTEBOL CLUBE
CAPIVARIANO FUTEBOL CLUBE
Qual outra atividade o atraia?
Eu gostava muito de cinema, de
bailes, musica. Clássicos como Casablanca, E o Vento Levou, Ben-Hur,
quando era criança gostava dos filmes mexicanos da PELMEX-Películas Mexicanas com Libertad Lamarque. Assisti Marcelino Pão e Vinho,
depois de dois dias estava passando em Capivari, levei a minha avó para
assistir no Cive Vera Cruz, que existe até hoje. Assisti muitos filmes
fantásticos, como Amar é
Sofrer . Têm pessoas que não gostam de filmes brasileiro, eu gosto muito de
filme brasileiro. Principalmente da Atlântida Cinematográfica e Vera Cruz.
Dificilmente teremos outro ator como Milton Ribeiro. Tornou-se conhecido por suas
interpretações de homem mau do cinema brasileiro, vai ser dificil surgir um
canastrão como ele interpretava. Um dos maiores sucessos do cinema brasileiro,
que encontra-se na galeria mundial da fama é O Pagador de Promessas um filme brasileiro de 1962, um drama escrito e
dirigido por Anselmo Duarte e baseado na peça teatral de Dias Gomes.Conheci
Anselmo Duarte, ele era de Salto. A família Duarte é grande, ele tinha vários
primos em Capivari.
O senhor conhece a história que Anselmo
Duarte contava em suas palestras, sobre o milésimo gol do Pelé?
Em uma partida amistosa,
realizada em uma longa excursão do Santos pela Europa, o time era uma máquina
de fazer gols, até que com uma celebre goleada sobre o adversário o técnico
brasileiro atendeu o apelo do time que estava passando por um vexame em sua
própria casa e tirou Pelé do campo, durante a partida. O ator Anselmo Duarte (que viajava com os
santistas, numa espécie de cicerone do elenco), entrou em campo e marcou um
gol!!!! Para não dar problemas com a CBD, o SFC informou que o gol tinha sido
de Pelé. Isso foi narrado pelo próprio Anselmo Duarte em palestra proferida no
SESC de Piracicaba. Essa excursão ele fez com o Santos já promovendo o filme “O
Pagador de Promessas”. O filme já estava pronto, ele não tinha mandado para o
festival ainda. ‘O Pagador de Promessas’, dirigido por Anselmo Duarte,
conquistou o prêmio máximo do Festival de Cinema de Cannes, na França. A Palma
de Ouro em 1962.
O senhor gosta de ler?
Gosto muito, um livro que gostei muito é
Os Fantoches de Deus, de Morris West, Gosto de Jorge Amado, adoro as poesias de Pablo
Neruda.
Assim que cheguei o senhor estava ouvindo una
musica muito bonita.
Eu não sou musico, mas gosto de
boa música. Estava ouvindo o show do Andrea Bocelli na Toscana,
Itália. Ele montou um teatro em meio das montanhas na Itália.
O senhor toca algum
instrumento?
Instrumento de couro eu bato bem
sim. Já sai na escola de samba Unidos da Cidade Alta, era cordão depois passou
a ser escola de samba, eu tocava tamborim, surdo. Conheci Bonga, Nardão. Gostava muito de sair no coro dos puxadores de
samba. Comecei a cantar em escola de Samba quando morava ainda em Capivari,
saia na escola Pedrinho Motta.
O senhor vive momentos distintos,
a arte de trabalhar com alimentos e o amor pela arte, com uma predileção
intelectual muito seleta.
Na padaria, os meus colegas
ficavam loucos com isso. Enquanto eles cantavam ou ouviam músicas do gosto
popular, geralmente impostas pela mídia, eu chegava e cantava, por exemplo,
Chico Buarque, Milton Nascimento, Ivan Lins, destoando totalmente doa
preferência da maioria. Diziam: “-Esse rapaz está louco!”.
O senhor estava adiante do seu
tempo!
Minha mãe dizia que eu estava além
do meu tempo. E eu a considerava um pouco além do tempo em que ela vivia.
Uma análise do mundo atual e de
uns 30 anos passados, o mundo mudou muito?
Mudou para pior! A tão decantada
tecnologia eu não sei aonde irá nos levar. O povo brasileiro já não tem
história. Tudo que aprendemos na escola foi desmitificado agora! Tiradentes não
era o que disseram que era! A História que nos contaram não era a verdadeira!
Tivemos um herói na Guerra do Paraguai que não saiu do Rio de Janeiro!
Fabricamos um herói! Um país sem história, sem memória não é um país. Uma
cidade que preserva sua história é a cidade de Itu. Lá você encontra história.
Há a preocupação da cidade em preservar a sua memória. O Engenho Central, o Lar
dos Velhinhos, estão onde se encontram graças a coragem de homens que lutaram e
lutam pela sua preservação. A ambição sem escrúpulos e especulação desenfreada
já teriam alterada a geografia da cidade.
NOTAS:
Cervejaria Columbia
Publicado 21/05/2014 por lcs2308
O italiano Ângelo Franceschini, veio da Itália para o Brasil em 1875 e, em 1880 junto com Ângelo Belluomini, seu sócio, fundou sua primeira fábrica de cerveja, a fábrica de Cerveja Guarany, na Rua Cônego Scipião (antiga Rua Vinte e Quatro de Maio), n. 19, prédio que até 1988 ainda resistia ao tempo.
Em 22 de agosto de 1885, o jornal Gazeta de Campinas, publicou que foi realizada nos salões da Faculdade de Direito, em São Paulo, a Exposição Provincial e que obtiveram prêmios nessa exposição diversos expositores de Campinas. Entre os produtos premiados constava a cerveja branca de A. Franceschini & A. Belluomini.
Em 1906, através de seu fundador Ângelo Franceschini, a fábrica de cerveja e “Gelo Columbia”, começou a funcionar no prédio de tijolo da Avenida Andrade Neves, 103. Esse prédio construído em 1873 para abrigar a Cia. MacHardy, primeira fundição de Campinas. Foi comprado pela Columbia quando a Cia. MacHardy enfrentou problemas financeiros no final do sécu lo 19 e se transferiu para próximo de sua concorrente, a Fábrica Lidgerwood.
O capital empregado foi de 1,727:091$736 (1 milhão, 727 mil, 91 contos e 736 reis), todos os produtos eram elaborados com matéria-prima alemã£. Seus produtos receberam medalhas de ouro e diploma de honra nas exposições de Torino em 1911 e em Roma em 1913.
Fabricava entre outras, as cervejas: Franciscana, Duqueza, Colúmbia, Negrita e ainda o Guaraná Cristal.
A produção anual de cerveja, refrescos, gasosas, água mineral e xaropes eram de 15 mil hectolitros. Seu movimento era de cerca de 1500 contos por ano. A fábrica utilizava 70 empregados e tinha importação anual de 100:000$000 (cem mil contos de reis).
Acima o edifício da fábrica na Avenida Andrade Neves, números 80 e 82;
Acima laboratório químico, vendo-se os Srs. Ângelo Franceschini, proprietário; Guido Franceschini, auxiliar; Luiz Helmpel, diretor técnico
Acima seção de engarrafamento
Acima a seção de pasteurização, rotulagem e selagem
Acima seção de fabricação de gelo.
A partir de 1930, foi fabricada uma cerveja preta, criada em homenagem ao cavalo de nome “Mossoró” que ganhou o 1º Grande Prêmio do Brasil, no rótulo da garrafa de cerveja estava estampada a cara do cavalo campeão.
Em 1957, a fábrica foi incorporada pela Antarctica, transformando o prédio em deposito de sua fábrica que já existia ao lado. Gradativamente os produtos da Columbia deixaram de ser produzidos, a Antarctica ainda produziu por um certo tempo a cerveja preta Mossoró.
No dia 1 de outubro de 2004, envolvendo a Prefeitura, a Sanasa e a AmBev; O terreno que tem 2.736,30 m2, dos quais 1.691,20 m2 de área construída e que se encontra vazio e abandonado desde 1989, foi desapropriado por decreto, pela Prefeitura.
Cervejaria Columbia, e, 1921. Na foto da esquerda para direita: José Strazzacappa, Arthuro Santucci, Duílio Franceschini e Ângelo Franceschini.
Acervo Nelson Santucci Torres:
Theresa Gava Francheschini, Carolina Izabel Franceschini Santucci, Ida Franceschini Strazzacappa, Orestes Franceschini e Ângelo Franceschini (fundador da Cervejaria), por volta de de 1895/96:
Pequena história dos cinemas em Capivari
por Arnaldo F. Battagin, março 2015
Todos (ou quase todos ) conhecem a história do Cine Vera Cruz, inaugurado em 21.5.1955 e que constitui o único cinema em funcionamento atualmente na nossa cidade. Recomendo o vídeo especial de 50 anos para os que ainda não o viram.
Mas a história do cinema em Capivari começa muito antes. Em 10 de fevereiro de 1885, Capivari recebia a visita honrosa do grande republicano, Dr Prudente de Moraes Barros, que veio de Piracicaba. À noite, o ilustre deputado e futuro presidente da República, foi alvo de uma grande manifestação de apreço por parte de seus correligionários, oferecendo-lhe um lanche no Teatro Rinque (depois, Teatro São João). Em 1904, no dia 7 de fevereiro, inaugurou-se no Teatro São João a iluminação a gás acetileno. Esse fato concorreu para que o teatro, que ficava na praça central, na esquina das ruas XV de Novembro e Saldanha Marinho fosse palco das atividades cinematográficas em Capivari, por muitos anos. Foi sucedido em denominação por Cine Iris, que os capivarianos de mais de 70 anos, chegaram a conhecê-lo, como palco de diversão e muitos namoros. Assim noticiava a imprensa local: ”Em abril de 1908, tendo o Sr Amadeu Castanho adquirido em São Paulo um cinematógrafo, deu o primeiro espetáculo na noite de 23, tendo sido o primeiro cinematógrafo instalado definitivamente nesta cidade e que muito agradou ao povo, principalmente a revista cômica A PRANCHA, repetida mais de 20 vezes”. Outra noticia dava conta que em 1905, no dia 6 de fevereiro, tinha estreia no Teatro São João o cinematógrafo da empresa J.J. Martinelli. Em 29 de maio desse mesmo ano Capivari era brindada com o primeiro espetáculo de cinema falante, da empresa Candburg e assim reagiu a imprensa: De todos os cinematógrafos que vizitaram (sic) a nossa cidade, foi esse o mais aperfeiçoado, distinguindo-se os dois números ”Au Clair de la Lune” e “Ao telefone” Outra noticia, de 1909, mostrava empreendedores capivarianos dessa área. “ A 4 de abril de 1909, os senhores Benedito Pereira da Cunha(bisavô de Ricardo Cruzatto e ex prefeito) e Joaquim da Silva Jr instalaram no Teatro São João um cinematógrafo Pathé.( Essa empresa francesa, juntamente com a Lear e Melliés e outras americanas e inglesas ganharam o mundo a partir de 1895, quando Lumière “inventou” o cinema). Os primeiros espetáculos apanharam enchentes à cunha”. O equipamento não resistiu ao tempo, nem a gíria, que não entendemos mais. O empreendimento mudaria de mãos, conforme mostra anúncio de funcionamento em 1910 da empresa cinematográfica de Antonio Coelho, instalada no Teatro São João, com o nome de Cinema Brasil. Haveria ainda o Bijou Cinema, do mesmo Antonio Coelho, inaugurado em 27.8.1911 no local onde mais tarde foi construída a residência da Família Jarjura, na Rua XV de Novembro, logo abaixo da atual Prefeitura. Em 8 de janeiro de 1914, o Bijou Cinema passou a chamar-se Radium Cinema, sob a firma de Artur Afonso de Toledo, projetando a película Os Noivos, de Pasquali Film. O cine Politeama somente seria inaugurado em 12.10.1923.
Mas a história do cinema em Capivari começa muito antes. Em 10 de fevereiro de 1885, Capivari recebia a visita honrosa do grande republicano, Dr Prudente de Moraes Barros, que veio de Piracicaba. À noite, o ilustre deputado e futuro presidente da República, foi alvo de uma grande manifestação de apreço por parte de seus correligionários, oferecendo-lhe um lanche no Teatro Rinque (depois, Teatro São João). Em 1904, no dia 7 de fevereiro, inaugurou-se no Teatro São João a iluminação a gás acetileno. Esse fato concorreu para que o teatro, que ficava na praça central, na esquina das ruas XV de Novembro e Saldanha Marinho fosse palco das atividades cinematográficas em Capivari, por muitos anos. Foi sucedido em denominação por Cine Iris, que os capivarianos de mais de 70 anos, chegaram a conhecê-lo, como palco de diversão e muitos namoros. Assim noticiava a imprensa local: ”Em abril de 1908, tendo o Sr Amadeu Castanho adquirido em São Paulo um cinematógrafo, deu o primeiro espetáculo na noite de 23, tendo sido o primeiro cinematógrafo instalado definitivamente nesta cidade e que muito agradou ao povo, principalmente a revista cômica A PRANCHA, repetida mais de 20 vezes”. Outra noticia dava conta que em 1905, no dia 6 de fevereiro, tinha estreia no Teatro São João o cinematógrafo da empresa J.J. Martinelli. Em 29 de maio desse mesmo ano Capivari era brindada com o primeiro espetáculo de cinema falante, da empresa Candburg e assim reagiu a imprensa: De todos os cinematógrafos que vizitaram (sic) a nossa cidade, foi esse o mais aperfeiçoado, distinguindo-se os dois números ”Au Clair de la Lune” e “Ao telefone” Outra noticia, de 1909, mostrava empreendedores capivarianos dessa área. “ A 4 de abril de 1909, os senhores Benedito Pereira da Cunha(bisavô de Ricardo Cruzatto e ex prefeito) e Joaquim da Silva Jr instalaram no Teatro São João um cinematógrafo Pathé.( Essa empresa francesa, juntamente com a Lear e Melliés e outras americanas e inglesas ganharam o mundo a partir de 1895, quando Lumière “inventou” o cinema). Os primeiros espetáculos apanharam enchentes à cunha”. O equipamento não resistiu ao tempo, nem a gíria, que não entendemos mais. O empreendimento mudaria de mãos, conforme mostra anúncio de funcionamento em 1910 da empresa cinematográfica de Antonio Coelho, instalada no Teatro São João, com o nome de Cinema Brasil. Haveria ainda o Bijou Cinema, do mesmo Antonio Coelho, inaugurado em 27.8.1911 no local onde mais tarde foi construída a residência da Família Jarjura, na Rua XV de Novembro, logo abaixo da atual Prefeitura. Em 8 de janeiro de 1914, o Bijou Cinema passou a chamar-se Radium Cinema, sob a firma de Artur Afonso de Toledo, projetando a película Os Noivos, de Pasquali Film. O cine Politeama somente seria inaugurado em 12.10.1923.
Vinicio Stein de Campos, no seu livro Menino de Capivari II, edição de 1982, nos conta interessante historia sobre as origens do Politeama. O motivo da construção do prédio para abrigar o cinema deveu-se à disputa dos dois partidos políticos capivarianos na década de 20: o Maragato e o Democrata. O cine Iris pertencia ao Maragato e a rivalidade se acirrou quando ficou pronto o novo cinema. Certo tempo depois houve um congraçamento entre os partidos, mas a disputa entre os cinemas continuou por muito tempo. Nas noites em que o Politema exibia um filme de estreia ou de melhor qualidade e, portanto se cobrava mais por isso, o Iris, projetava de suas janelas no paredão da Câmara Municipal, filmes mais populares, curta metragens, etc., sessões que eram chamadas de “Cine Reclame” Essa sessões grátis despertava grande interesse do público em detrimento das sessões mais caras do Politeama. O processo continuou, com sessões regulares às sexta feiras agora não mais com aquela característica de disputa e concorrência, até que resultou por desgaste no desaparecimento do chamado ”cine reclame”.Infelizmente nessa disputa só houve perdedores, pois o Iris “morreu” no início da década de 50 e o Politeama nos anos 70 ou 80 (não consegui apurar) O certo é que eles morreram em nome do “progresso”, juntamente com o Coleginho, a Câmara Municipal, o Mercado. Uma pena!
Sua primeira competição profissional foi em 1958, no Campeonato Paulista da Terceira Divisão (equivalente a atual Série A3), onde permaneceu até 1963 sem nenhum resultado expressivo.
A partir de 1964, o clube esteve por 11 anos licenciado, e retornou somente em 1976, na Segunda Divisão (Série A3). Em 1980, a nomenclatura dos campeonatos foi mudada e, a partir desse ano, o Capivariano disputou a Terceira Divisão (Série A3), onde permaneceu até 1984, quando foi campeão e promovido à Segunda Divisão (Série A2).
A equipe de Capivari permaneceu na Segunda Divisão até 1987, quando houve mais uma outra reordenação dos campeonatos e a "Segundona" passou a ser a Série Especial. Nesse ano, o clube foi rebaixado, disputando no ano seguinte o Campeonato Paulista da Segunda Divisão (que equivale à atual Série A3), conquistando o título e o acesso à Série Especial (Série A2), onde permaneceu até 1991.
Após ficar o ano de 1992 sem disputar competições profissionais, o Capivariano retornou em 1993 na Série A2 do Campeonato Paulista. Entretanto, caiu duas divisões e no ano seguinte esteve inscrito na Série B1A (equivalente a atual Segunda Divisão), onde permaneceu até 1997.
Também em 1997 foi novamente rebaixado, desta vez à B1B (quinto nível, sem equivalência no sistema atual), divisão que disputou até 1999. A partir daí, participou do Campeonato Paulista da Segunda Divisão B2 (quinto nível) até em 2005, quando houve nova reorganização na estrutura do futebol paulista e as então séries B1, B2 e B3 foram unificadas na atual Segunda Divisão Estadual.
No ano de estréia na nova Segundona, o Capivariano conseguiu avançar à segunda fase, mas acabou eliminada na seqüência. Também disputou a Segunda Divisão em 2006 (novamente eliminado na segunda fase), 2007 (eliminado na primeira fase) e em 2008 (eliminado na segunda fase), mas sem sucesso.
Ascensão e acesso à elite
Entre 2011 e 2012, o Capivariano conquistou um feito histórico, dois acessos consecutivos, em 2011 acesso à Série A3 de 2012 e em 2012, acesso à Série A2 de 2013.
Em 2013 na Série A2, o Capivariano fez uma boa campanha na fase inicial e terminou na 6ª posição, com 30 pontos, garantindo, assim, vaga no quadrangular final, num grupo com Portuguesa, Comercial e Catanduvense. Entretanto, no quadrangular final o Leão da Sorocabana fez uma campanha regular e terminou na 3° colocação do grupo com 7 pontos, o mesmo número de pontos do Comercial, porém a equipe de Ribeirão Preto ficou com o acesso por ter o saldo de gols maior: +5 a -1.
Em 2014, o Capivariano fez uma excelente campanha e conseguiu o acesso inédito para o Campeonato Paulista da Série A1 de 2015 com duas rodadas de antecedência em cima do Guarani, de virada por 2 a 1, gols de Silas aos 46 minutos do primeiro tempo e Rodolfo virando a partida aos 43 minutos do segundo tempo. O título veio na 19ª e última rodada, após bater em casa o Itapirense por 3 a 1, garantindo, de quebra, uma inédita vaga para a Copa do Brasil de 2015.
A agremiação já revelou diversos atletas que já jogaram e que estão jogando em grandes times, como por exemplo o goleiro Zetti, o meio-campista Amaral que retornou a equipe em 2015, o lateral-direito Cicinho (atualmente no Sevilla) e o zagueiro Dante (atualmente no Bayern de Munique).
Capivariano Futebol Clube
O Capivariano Futebol Clube é um clube brasileiro de futebol da cidade de Capivari, interior do estado de São Paulo. Fundado no dia 12 de outubro de 1918, suas cores são vermelho e branco e a mascote é o "Leão". Atualmente disputa a Série A2 do Campeonato Paulista. Fundado em 1918, o Capivariano Futebol Clube é uma das equipes mais antigas da Região da Sorocabana, que era abastecida pela Companhia Estrada de Ferro Sorocabana. A linha ligava a capital paulista ao Oeste do Estado, chegando até a divisa com o Mato Grosso. Nos anos 1950, o Capivariano, que foi um tradicional participante de competições amadoras, montou um verdadeiro esquadrão e se tornou praticamente imbatível nos campeonatos do Interior, vencendo 32 títulos zonais. Devido a este extraordinário desempenho, começou a ser chamado de “Leão da Sorocabana”, apelido pelo qual é conhecido até hoje.[2]
Durante muitos anos, o Capivariano mandou os seus jogos no Estádio Municipal Fernando de Marco, próximo à estação da Sorocabana, hoje desativada. Atualmente, o clube joga na Arena Capivari (antigo Estádio Carlos Colnaghi), inaugurado em dezembro de 1992, reformado em 2014 e que tem capacidade para suportar até 19 mil torcedores segundo contagem da Federação Paulista de Futebol.Sua primeira competição profissional foi em 1958, no Campeonato Paulista da Terceira Divisão (equivalente a atual Série A3), onde permaneceu até 1963 sem nenhum resultado expressivo.
A partir de 1964, o clube esteve por 11 anos licenciado, e retornou somente em 1976, na Segunda Divisão (Série A3). Em 1980, a nomenclatura dos campeonatos foi mudada e, a partir desse ano, o Capivariano disputou a Terceira Divisão (Série A3), onde permaneceu até 1984, quando foi campeão e promovido à Segunda Divisão (Série A2).
A equipe de Capivari permaneceu na Segunda Divisão até 1987, quando houve mais uma outra reordenação dos campeonatos e a "Segundona" passou a ser a Série Especial. Nesse ano, o clube foi rebaixado, disputando no ano seguinte o Campeonato Paulista da Segunda Divisão (que equivale à atual Série A3), conquistando o título e o acesso à Série Especial (Série A2), onde permaneceu até 1991.
Após ficar o ano de 1992 sem disputar competições profissionais, o Capivariano retornou em 1993 na Série A2 do Campeonato Paulista. Entretanto, caiu duas divisões e no ano seguinte esteve inscrito na Série B1A (equivalente a atual Segunda Divisão), onde permaneceu até 1997.
Também em 1997 foi novamente rebaixado, desta vez à B1B (quinto nível, sem equivalência no sistema atual), divisão que disputou até 1999. A partir daí, participou do Campeonato Paulista da Segunda Divisão B2 (quinto nível) até em 2005, quando houve nova reorganização na estrutura do futebol paulista e as então séries B1, B2 e B3 foram unificadas na atual Segunda Divisão Estadual.
No ano de estréia na nova Segundona, o Capivariano conseguiu avançar à segunda fase, mas acabou eliminada na seqüência. Também disputou a Segunda Divisão em 2006 (novamente eliminado na segunda fase), 2007 (eliminado na primeira fase) e em 2008 (eliminado na segunda fase), mas sem sucesso.
Ascensão e acesso à elite
Entre 2011 e 2012, o Capivariano conquistou um feito histórico, dois acessos consecutivos, em 2011 acesso à Série A3 de 2012 e em 2012, acesso à Série A2 de 2013.
Em 2013 na Série A2, o Capivariano fez uma boa campanha na fase inicial e terminou na 6ª posição, com 30 pontos, garantindo, assim, vaga no quadrangular final, num grupo com Portuguesa, Comercial e Catanduvense. Entretanto, no quadrangular final o Leão da Sorocabana fez uma campanha regular e terminou na 3° colocação do grupo com 7 pontos, o mesmo número de pontos do Comercial, porém a equipe de Ribeirão Preto ficou com o acesso por ter o saldo de gols maior: +5 a -1.
Em 2014, o Capivariano fez uma excelente campanha e conseguiu o acesso inédito para o Campeonato Paulista da Série A1 de 2015 com duas rodadas de antecedência em cima do Guarani, de virada por 2 a 1, gols de Silas aos 46 minutos do primeiro tempo e Rodolfo virando a partida aos 43 minutos do segundo tempo. O título veio na 19ª e última rodada, após bater em casa o Itapirense por 3 a 1, garantindo, de quebra, uma inédita vaga para a Copa do Brasil de 2015.