PROGRAMA PIRACICABA
HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado , 11 de fevereiro de 2023.
Entrevista:
Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços
eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
BLOG DO NASSIF Piracicaba
RINALVA CASSIANO SILVA
Com passos firmes, coluna ereta, sem auxílio de óculos, uma senhora abre
a porta do seu apartamento. Convidados a entrar, observo que em um espaço
reservado há um microcomputador ligado. O local é extremamente agradável,
decorado com muito bom gosto, funcional. Aparentando
bem menos do que seus profícuos 90 anos, a Dra. Rinalva Cassiano Silva que
sempre trabalhou com uma pesada carga horária e carregando uma enorme
responsabilidade sobre milhares de pessoas, ao longo da conversa deixa
transparecer que além de amar o seu trabalho sempre teve muita fé e dedicação
aos semelhantes.
Rinalva Cassiano Silva é natural de Garanhuns, Pernambuco, onde nasceu a
13 de maio de 1932. São seus pais: Antonio Cassiano da Silva e Amália Correia
da Silva, que tiveram 12 filhos e adotaram mais um.
Qual era a atividade
profissional do pai da senhora?
Em Garanhuns, ele foi administrador de
uma fazenda muito grande, chamada Fazenda Monteiro. Depois na cidade, passou a
ser comerciante, ele adquiria açúcar da família de Fernando Collor de Mello,
levava para Maceió, através do transporte ferroviário. E de Maceió ele trazia
peixes, queijos, frutas. Éramos uma família grande, mas muito unida. Meus pais
não tinham tido a oportunidade de irem à escola. Meu pai converteu-se e ingressou
na Igreja Batista, adquiriu uma Bíblia, aprendeu a ler para poder conhece-la.
Mais tarde, ele tornou-se um pregador do Evangelho, sem ser pastor.
A senhora estudou em
Garanhuns?
Fiz o curso primário, o ginásio e o
curso científico. Aos 6 anos de idade eu já estava matriculada no colégio
particular “15 de Novembro”, era um colégio presbiteriano, cuidado por
missionários americanos. Minha primeira professora foi Dona Almerinda. Depois
veio a dona Noemi. Aos 17 anos fui
estudar em uma escola de obreiras cujo nome era Escola de Treinamento Cristão
(ETC) que preparava obreiras para a obra missionária. Era anexa ao Seminário
Batista do Norte, em Recife. Lá permaneci por dois anos. Após o término do
curso fui para João Pessoa. Lá realizei a minha primeira experiência no
magistério, lecionando no Colégio Batista de João Pessoa. No Colégio Estadual
concluí o 2º e 3º anos do Curso Científico. Logo em seguida ingressei na
Universidade Federal da Paraíba, onde cursei Bacharelado e Licenciatura em
História e Geografia.
Qual foi a etapa seguinte?
Ao término do meu curso superior, minha
família já havia saído de Garanhuns, mudando-se para Goiás. Eu continuava em
João Pessoa, onde morei por sete anos. Meu pai e irmãos ficaram na cidade de
Anápolis (GO), por um ano ou dois, em seguida foram para Brasília. Meu pai foi
um “candango” na época da construção dessa cidade, depois ele passou a ter um
armazém de cereais, em seguida dedicou-se a construção e venda de casas.
Por que a família decidiu
sair de Garanhuns?
Meu irmão mais velho era advogado e
morava em Anápolis, ele convenceu meu pai a sair de Garanhuns. Anápolis
oferecia melhores condições de crescimento. Com a construção de Brasília, havia
uma forte demanda de pessoal para essa cidade. Já estabilizado, meu pai, que
nunca perdeu o espírito patriarcal, disse-me que eu deveria ficar junto a nossa
família. Mandou-me uma passagem de avião de João Pessoa para Brasília.
Qual empresa aérea a
senhora usou?
Vim pela VARIG. Desci em Brasília, era
uma cidade pequena, não tinha asfalto. Isso foi na década de 50. O Juscelino (Presidente
Juscelino Kubitschek de Oliveira) chegou a ser amigo do meu
pai. De Brasília vim para Anápolis, trabalhar no Colégio Couto Magalhães,
fundar junto com o diretor, o missionário norte-americano, Prof. Richard Edward Senn a Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras Bernardo Sayão e logo depois
as Faculdades de Direito e de Odontologia, que formariam o complexo de
Faculdades Integradas, hoje a UniEVANGÉLICA. Em 1970 o Prof. Richard Edward
Senn me chamou para conhecer Piracicaba. Vim, olhei a cidade, gostei e o Prof.
Senn disse-me: “Venha para cá! Venha me ajudar, vamos criar uns cursos de nível
superior! ”.
Quando a senhora veio?
Em 01 de agosto de 1971 eu vim! Comecei a trabalhar. Era
uma loucura da gente. Queríamos criar cursos. Eu e o Copatto. Trabalhávamos dia
e noite. A Dona Irene Macedo era a secretária que também trabalhava nesse
projeto. Já tinham os cursos de Administração de Empresas, embora ainda não
estivesse reconhecido, tinha o curso de Direito e existia o de Pedagogia. Eu
viajei muito, porque o Conselho Nacional de Educação era no Rio de Janeiro. Viajei
muitas vezes ao Rio para ver a papelada no Ministério que se chamava Conselho
Federal. Depois mudou-se para Brasília. Conseguimos reconhecer o curso de
Administração. Naquela época o Ministro Jarbas Passarinho estava incentivando o
crescimento do ensino. Dr. Senn falou: “Vamos aproveitar a hora criando os
Cursos Básicos.” Todos os alunos tinham que fazer pelo menos um ano todo mundo
junto. No Colégio Piracicabano foi criado o Curso de Educação Física, o Curso
de Língua Portuguesa e Inglesa, Estudos Sociais e História. O Curso de Educação
Física começou a crescer, não tinha mais condições de permanecer onde estava,
era muita gente. Não sei como, o Dr. Senn conseguiu o terreno do Taquaral.
A senhora acompanhou a construção do prédio
do Taquaral?
Acompanhei, mas quem pode informar melhor é a Irene. Eu
acompanhava com o Francisco e o Antonio Carlos Copatto, que foi um dos melhores
amigos que tive aqui. Trabalhamos muito. Quando fui para os Estados Unidos ele
ficou responsável pelas minhas obrigações no Brasil.
Onde a senhora fez o seu mestrado?
Comecei fazendo o mestrado na PUC de São Paulo e fiz
minha transferência para a Unimep quando ela abriu esse curso, concluindo-o
dessa forma. O meu mestrado era em História da Educação, fiz a minha
dissertação sobre a correlação entre educação e poder econômico. Pesquisei na
USP, na ESALQ, na Câmara Municipal.
Em que ano a senhora foi para os Estados
Unidos?
Fui em agosto de 1982 para Nashville, capital do Estado
do Tennessee, onde morei por quatro anos e meio. Por seis meses, me concentrei
no estudo de inglês. Após o domínio da língua, iniciei meu doutorado como
bolsista da da Coordenação de
Aperfeiçoamento de pessoal de Nível Superior (CAPES), na Vanderbilt University,
e ao final retornei à Unimep .
Em Nashville a senhora morava aonde ?
Morava dentro do campus, em um edifício
só para estudantes estrangeiros, um dos motivos era praticarem o inglês e não
ficassem apenas falando o idioma do país de origem.
Na época não era tão comum
quanto atualmente, a pessoa ir fazer um curso em país estrangeiro?
Na época em que fui, tinha 23
brasileiros. Quando nos encontrávamos, fazíamos uma festa. No prédio em que eu
morava não tinha nenhum brasileiro. Isso fazia parte do projeto de treinamento.
A sua experiência foi
muito rica nesse período em que esteve lá?
Foi uma grande experiência de vida! Fui
muito bem recebida na Igreja Metodista, eu já não estava na Igreja Batista. Um
casal, os Hendersons , me adotou como se fosse filha. Tive o maior apoio também
do engenheiro da Caterpillar que se chamava Ken. Ele aposentou-se em Piracicaba
e foi morar em Chicago. Juntamente com sua esposa, Dona Sarah, mantivemos uma
grande amizade. Sempre que podiam vinham de Chicago para Nashville para me
visitar. E muitas vezes eu fui de Nashville para Chicago.
A senhora além de fazer o
doutorado, chegou a trabalhar nos EUA?
Por três anos trabalhei dentro do
campus, na biblioteca da universidade. A maioria dos bolsistas foi trabalhar em
serviços domésticos. Eu nunca fui. Tinha um americano que falava português muito
bem. Em momentos distintos, ele nos encaminhou , eu e o Davi Ferreira Barros ,
para trabalharmos na biblioteca. Após um período, o Davi foi trabalhar com o
transporte de alunos especiais. No ano em que eu cheguei o Davi voltou.
Segundo o falecido prefeito
Adilson Benedito Maluf, o Dr. Richard Edward Senn esteve com ele na sede
mundial da Caterpillar, em Peoria, com o Presidente Mundial da Caterpillar, que
veio à Piracicaba para escolher a área de transferência da empresa de São Paulo
para Piracicaba.
A Universidade Metodista de Piracicaba –
UNIMEP foi reconhecida em 1975. Dr. Richard Edward Senn teve uma atuação
marcante. Após sua gestão, vieram os reitores Elias Boaventura, Almir Maia,
Gustavo Jacques Dias Alvim, Davi Ferreira Barros e Márcio de Moraes. Nessa
época eu assumi a vice-reitoria de Educação na parte de cursos. O reitor era o
Davi. Fui a Vice-Reitora Acadêmica.
Como a senhora vê a atuação
da UNIMEP para a educação de Piracicaba e região?
O ambiente da Universidade, o ensino,
foram muitos bons. Isso atraía muita gente. Cheguei a ver um grande número de
ônibus trazendo estudantes que vinham das cidades próximas de Piracicaba.
Quando eu saí de lá, em 2009, devia ter
uns 12.000 alunos. Havia um bloco só para o curso de pós-graduação. O Davi trabalhava
com o Reitor Almir na UNIMEP e ele foi convidado para ser reitor da UNESP –
Universidade Metodista de São Paulo. Após ter aceitado o convite, ele me disse:
“-Rinalva! Vai comigo! ” Não me desliguei da UNIMEP, fui com licença. O Reitor
Almir me licenciou. Permaneci por quatro anos morando em São Bernardo do Campo.
Após quatro anos tive que optar, ou ficava em São Bernardo ou Piracicaba.
Decidi ficar em Piracicaba.
A senhora é casada?
Eu digo a todo mundo: “Eu casei com a
UNIMEP”! Eu ia para lá às sete horas da manhã e voltava às 22:00 horas!
A senhora tem mais saudade
da unidade central ou do Campus do Taquaral?
Do Taquaral! Vivi a maior parte do tempo lá. O local é
muito bonito, tínhamos um restaurante na “Fazendinha”! Eu almoçava lá. O dia em
que saía mais cedo eram 17:00 horas.
Passava o dia todo trabalhando. A maior parte dos dias eu saía às 22:00 horas,
isso porque também lecionei na pedagogia à noite, por três anos.
A senhora se locomovia
como?
Eu tinha carro. O meu primeiro carro eu
trouxe de Anápolis. Era um Fusca muito bonito, branco. Eu deixei onde hoje é a
sala de ginástica do colégio. Ali era o estacionamento. Quando voltei, tinham
roubado o meu carro! Fiquei desesperada, todo carro branco que eu via imaginava
que poderia ser o meu! Meu pai disse: “
Não adianta! Vamos comprar outro! ”. Comprei o segundo carro. Era horrível! Cor
de abóbora! Esse não roubaram, mas também eu não gostei. Fiquei uns seis meses
com esse carro e vendi. Comprei um Opala LSE, o Eliezer Barreto era Vice-Reitor
do Reitor Almir Maia. Viajei muito com o Eliezer, íamos muito às Igrejas
Metodistas para fazer trabalho de Curso de Preparação. Passei para a linha
Ford, cuja agência ficava na Rua Benjamin Constant esquina com a Rua Floriano
Peixoto. Fiquei muito amiga daquelas pessoas, passei a ficar só com carro da
Ford.
A senhora dirigiu nos EUA
no período em que morou lá?
Lá eu dirigi também. Quando chegávamos fazíamos o curso de preparação
para dirigir, era muito simples. As professoras eram muito carinhosas. Elas
também se sentiam responsáveis pela aluna, estavam sempre muito atentas. O meu
carro era do mesmo modelo que eu tinha tido no Brasil, era um veículo pequeno,
acho que era da Ford. Dirigi por todo lugar, não tinha medo de nada. Nos Estados
Unidos é fácil dirigir, todo mundo respeita.
Com a vasta experiência da
senhora, em sua opinião o ensino no Brasil melhorou com o passar do tempo?
Se olharmos o ensino no Brasil, de uma
forma geral, acredito que antes havia um compromisso maior, havia mais
dedicação. Muita coisa importante passou para segundo plano. Na minha opinião,
nas décadas de 70,80 e até 90 o ensino cresceu e era responsável. A UNIMEP
continuou com um bom ensino, mas tinha concorrência.
A senhora está com um
computador de mesa, aberto, funcionando. Isso significa que a sua evolução
acompanha os tempos modernos?
Quando eu estava nos Estados Unidos
aprendi um pouco o uso dessa ferramenta, mas era naqueles computadores grandes.
Eu precisava escrever a minha tese de doutorado. Às vezes, eu escrevia a mão.
Outras vezes ia na biblioteca, no computador. Tinha uma americana que só
trabalhava com revisão, e foi ela que fez a revisão da minha tese. Eu tinha um
professor de filosofia que era fã de Paulo Freire. Ele determinou que cada
aluno iria fazer um seminário, e eu deveria fazer um seminário sobre Paulo
Freire. Eu fiz a leitura do primeiro livro de Paulo Freire: “Pedagogia”. Preparei
o seminário e ele ficou encantado! Ele falou: “Paulo Freire é tudo! ” Eu falei:
“Eu não acho! ”
A senhora frequentou muito
a Igreja Metodista do centro de Piracicaba?
Eu frequentei a Igreja Metodista da
Paulista por muito tempo. Quando voltei dos EUA fui morar perto da Igreja
Metodista Central. Dentro da Igreja trabalhei sendo presidente da Sociedade
Metodista de Mulheres e também na Escola Dominical. Fui professora por muito
tempo, ajudava na Igreja em tudo.
A senhora conhece o
Professor Doutor Victor Hugo Tejerina Velázquez ?
Conheço! É Professor de Direito! Eu
conheço tanta gente, vez por outra saio na rua encontro ex-alunos que me dizem:
“ Oi! É a professora? ” Quando respondo que sou eu mesma, a pessoa diz: “
Nossa! Fui sua aluna! ” Por sinal, aconteceu um fato curioso. Eu tinha uma
amiga chamada Inalda, ela era secretária do Reitor Elias Boaventura. Ela
faleceu. Um dia eu estava conversando com uma amiga que disse: “ Rinalva, posso
te falar uma coisa, você não ficará zangada? ” Disse-lhe que podia dizer o que
desejasse. Ela então falou: “ Eu achei que você tinha morrido! ” (Risos).
Hoje com o
computador à sua disposição, o que mais encanta a senhora?
Gosto de escrever! Eu escrevi seis
livrinhos, chamados de “Reflexões” da Igreja. Eu imprimia e dava de presente
para a Sociedade de Mulheres da Igreja. Elas podiam vender e o dinheiro era
delas. Uso o e-mail.
Conversa com
o pessoal dos EUA?
Não
mais! Eu perdi muito do inglês! Após uns quatro anos, fui lá visitar um casal
de amigos. Eu falava assim: “-Meu Deus! Acho que não sei falar mais.”. Quando
cheguei lá não tive problema!
A senhora
teve uma participação muito ativa na Igreja Metodista brasileira, inclusive
junto a esfera internacional da Igreja Metodista?
Fui a primeira e única mulher a representar o Conselho Mundial das
Igrejas Metodistas, por quatro anos. Depois o Prof. Dr. Gustavo Jacques Dias
Alvim assumiu. Nesses quatro anos, viajei muitas vezes, para Portugal,
Inglaterra, conheci a casa onde John Wesley morou , viajei para a Itália, fui ao Vaticano, não
pude entrar na capela porque estava usando calça cumprida, tinha que usar
vestido e um véu. Fui para a França, fiquei na cidade de Galé, junto com Davi e
a sua esposa. Uma das últimas viagens foi para Hong Kong , por causa do Conselho Mundial. Viajava como
representante do Brasil. Por minha iniciativa fui para a China, porque era
perto de Hong Kong (Ainda estava sob jurisdição inglesa). Passei uma semana na
China, sob minhas expensas. Mais tarde fiz uma viagem turística para Cancún.
A senhora acredita que a
Igreja tem a mesma importância que tinha a algumas décadas passadas?
Foram criadas tantas
igrejas, com tantos nomes! Cada esquina tem uma igreja! As Igrejas tradicionais
são a Batista, a Presbiteriana e a Metodista. Esse fenômeno de proliferação dos
mais variados ramos de Igreja é mundial. A crise religiosa é mundial.
O avanço da tecnologia,
especialmente da informática, com a disseminação dos mais variados tipos de
informações tem influência nessas mudanças?
Tem! Sofremos uma
influência muito grande da mídia eletrônica. Temos que filtrar as informações e
até mesmo ignorar as que não nos acrescentam nada. Uso o WhatsApp e e-mail.
Utilizo o computador para escrever. E tenho vontade de reduzir contatos no WhatsApp,
é tanta gente que manda mensagens! Aos 90 anos a gente começa a ficar muito
dependente. Estou com desgaste no joelho, o ortopedista disse-me que achava
melhor eu comprar uma bengala. Eu disse-lhe: “Por que? Eu ando bem! ”. Então
ele disse-me que eu poderia cair, e se caísse teria que ir para o hospital.
Comprei a bengala. Vez por outra eu esqueço a bengala!
Alguma coisa que a senhora
queira acrescentar sobre a UNIMEP?
Não sei porque, mas na minha cabeça e em
meu coração sinto que a UNIMEP vai superar suas dificuldades. Não sei quando
nem como. Tenho fé em Deus de que a UNIMEP vai se levantar.
Talvez não no Taquaral. Mas certamente por aqui.
A relação entre aluno e
professor mudou com o passar do tempo?
Acho que de forma geral, os professores
perderam o estímulo, infelizmente o respeito para com o professor mudou muito, em
outros países não sei dizer, mas no Brasil isso ocorreu em todos os lugares. A
própria ANPAE – Associação Nacional de Política e Administração da Educação,
que é uma entidade maravilhosa, tornou-se um grande centro político. Por quatro
anos trabalhei para a ANPAE.
Qual é o sentimento que
domina a senhora hoje?
Sinto-me realizada! Foram 50 anos de
trabalho dedicados à educação. Para mim foi uma honra, uma benção que Deus me
deu. Faria tudo que fiz novamente. Do mesmo jeito. Amei o que fiz!