sexta-feira, março 20, 2009

PRÊMIOS SANTANDER DE EMPREENDEDORISMO E DE CIÊNCIA E INOVAÇÃO TÊM INSCRIÇÕES ABERTAS ATÉ 23 DE AGOSTO
Destinado a graduandos, pós-graduandos e pesquisadores-doutores, os Prêmios têm como objetivo estimular a atitude empreendedora e a pesquisa científica no meio acadêmico, revelando novos talentos e projetos que beneficiarão a sociedade brasileira e contribuirão para o desenvolvimento sustentável do PaísO orientador com o maior número de projetos finalizados no Prêmio de Empreendedorismo recebe uma bolsa para estudar na Babson College, eleita a 10ª escola de negócios do mundo, pelo ranking do jornal Financial Times, em 2008Todos os orientadores dos projetos vencedores do Prêmio de Empreendedorismo ganham um curso de espanhol, em uma universidade na cidade de SalamancaSão R$ 400 mil em prêmios, sendo que cada premiado é contemplado com R$ 50 mil para investir em seu projetoA partir de hoje, estão abertas as inscrições para a 5ª edição dos Prêmios Santander de Empreendedorismo e de Ciência e Inovaçã (www.universia.com.br/premiosantander). Realizados pelo Santander Universidades, com o desenvolvimento e a gestão do Universia Brasil, os prêmios visam a estimular a atitude empreendedora e a pesquisa científica no meio acadêmico, revelando novos talentos que irão beneficiar a sociedade brasileira com a implementação de seus projetos empreendedores e de suas pesquisas científicas. O prazo final de inscrição é o dia 23 de agosto.Para o Prêmio de Empreendedorismo, poderão se inscrever estudantes de graduação e/ou pós-graduação e, no de Ciência e Inovação, pesquisadores-doutores, ambos participando tanto individualmente como em equipe, de Instituições de Ensino Superior parceiras do Universia Brasil e/ou do Santander Universidades. Os vencedores de cada categoria (ao todo, são oito), de ambos os prêmios, receberão R$ 50 mil para viabilização do projeto, totalizando R$ 400 mil em premiações. Para Jamil Hannouche, vice-presidente do Santander Universidades, "os Prêmios Santander reforçam a importância da aliança estratégica entre a iniciativa privada e o mundo das universidades, contribuindo com a transferência de conhecimento e tecnologia do campus para a sociedade. É a potência dessa parceria que permite transformar idéias em projetos e ações concretas, criando novas oportunidades de desenvolvimento para os jovens e de intervenção efetiva na sociedade"."Os Prêmios contribuem para que excelentes trabalhos de pesquisadores e empreendedores, até então conhecidos apenas no meio acadêmico, ganhem projeção necessária e patrocínio para que os projetos sejam desenvolvidos, beneficiando, assim, milhares de pessoas no futuro. Em cada edição, propostas inovadoras nos campos científico e tecnológico esperam uma oportunidade para contribuir com a sociedade e transformá-la. Esta é a essência dos prêmios: impulsionar o conhecimento no País", afirma Alina Correa, Diretora Geral do Universia Brasil.NovidadesEste ano, os Prêmios apresentam sete novidades: quatro em empreendedorismo e três em ciência e inovação. A 5ª edição oferece um reconhecimento especial para os orientadores dos projetos inscritos no Prêmio de Empreendedorismo, já que todos que orientarem candidatos finalistas receberão uma placa de menção honrosa nas cerimônias regionais. O orientador com o maior número de projetos finalizados recebe uma bolsa para aprofundar seus conhecimentos em empreendedorismo na Babson College, nos Estados Unidos, eleita em 2008 a 10ª escola de negócios, pelo ranking do jornal Financial Times. E todos os orientadores dos projetos vencedores do Prêmio de Empreendedorismo ganham um curso de espanhol, que será realizado em uma universidade na cidade de Salamanca. Também serão aceitos projetos de empreendedorismo em pré-incubação.Já para o Prêmio de Ciência e Inovação foi criada a categoria Saúde, que atende a projetos que englobem todos os processos de investigação das conseqüências clínicas, econômicas e sociais da utilização das tecnologias em saúde, tais como medicamentos, equipamentos e procedimentos técnicos, de informação e de suporte, por meio dos quais a atenção e os cuidados com a saúde são prestados à população. A implantação da nova categoria foi uma solicitação da comissão avaliadora e julgadora, que atentou para o crescimento de pesquisas realizadas na área de Saúde. E na categoria Tecnologia da Informação e Comunicação, já existente, poderão ser inscritos, também, projetos de Educação. Também serão aceitos pesquisas científicas em pré-incubação.ServiçoAs inscrições deverão ser realizadas no portal Universia, no endereço: www.universia.com.br/premiosantanderNo hotsite desenvolvido especialmente para esta edição, será possível acessar informações das quatro edições anteriores dos Prêmios Santander - 2005, 2006, 2007 e 2008 -, como histórico dos projetos vencedores, banco de imagens, matérias publicadas na imprensa, entre outras. Cerimônias Além da etapa final, com a entrega dos prêmios, em novembro, na capital de São Paulo, haverá também a realização de etapas regionais, onde serão anunciados os nomes dos candidatos finalistas que concorrerão ao prêmio. Os eventos regionais ocorrerão em: São Paulo (SP), com semifinalistas do Sudeste; Recife (PE), com semifinalistas do Norte, Nordeste e Centro-oeste; e Porto Alegre (RS), com semifinalistas de toda a região Sul.Cada etapa regional contará com a participação de até 24 semifinalistas (3 candidatos de cada categoria), dos quais até 8 finalistas serão destacados, em cada cerimônia, e concorrerão à premiação de R$ 50 mil na etapa nacional, em novembro, na cidade de São Paulo. Todos os projetos, independente da categoria escolhida, devem ser de interesse da sociedade brasileira, ou seja, que resultem do envolvimento dos cidadãos, empresas, órgãos governamentais e/ou demais fatores sociais que visem a minimizar os efeitos da exclusão social e/ou impliquem no desenvolvimento sustentável da sociedade.Os números A visibilidade dos Prêmios cresce a cada ano com o aumento do número de participantes. Entre as quatro edições, 29 projetos já foram contemplados, com mais de 5.400 inscrições, e premiações no valor total de R$ 1,5 milhão. Em 2005, foram 897 inscrições, das quais 691 com trabalhos voltados para Empreendedorismo e 206 para Ciência e Inovação. No ano seguinte, a segunda edição somou 1.085 inscrições, das quais 840 projetos foram de Empreendedorismo e 245 de Ciência e Inovação, com sete projetos vencedores. Em 2007, o número de inscritos cresceu 40% em relação ao ano anterior, foram 1.522 inscrições, divididas em 1.177 para Empreendedorismo e 345 para Ciência e Inovação. Ano passado, os Prêmios bateram recorde: reuniram 1.912 inscrições - 1.550 empreededorismo e 362 ciência e inovação.





TALONÁRIO DE ZONA AZUL Revista Consultor Jurídico - O Estado de S. Paulo -
Dever de Vigilância
Quem paga Zona Azul tem direito à segurança do carro 'Optando o Poder Público pela cobrança de remuneração de estacionamentos em vias públicas de uso comum do povo, tem o dever de vigiá-los, com responsabilidade pelos danos ali ocorridos'. Assim, a empresa que administra a Zona Azul de São Carlos, foi condenada a pagar indenização no valor de R$ 18,5 mil ao motorista Irineu Camargo de Souza de Itirapina/SP, que teve o carro furtado quando ocupava uma das vagas do sistema de Zona Azul da cidade de São Carlos, serviço explorado pela empresa. A decisão é da 1ª Câmara de Direito Civil do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmando sentença da comarca de Itirapina.Agora já existe jurisprudência firmada !Para se exercer a plecidadania, é imprescindível a informação.
INDEPENDENTEMENTE DO SEGURO PARTICULAR, AGORA PODEREMOS EXECUTAR AS PREFEITURAS !!!!
Vamos aproveitar e exercer o nosso direito de cidadania.
(Colaboração E.B.)



quinta-feira, março 19, 2009

EXPOSIÇÃO PLANTAS MEDICINAIS E AROMÁTICAS

Evento mostrará aspectos morfo-botânicos e incentivará o resgate do conhecimento tradicional de uso de plantas aromáticas e medicinais


Os aspectos morfo-botânicos das plantas medicinais e aromáticas, bem como a percepção dos aromas e gostos, diversidade na forma e cores, serão apresentados, diferenciados e depois sentidos pelo público que participar da exposição “Plantas medicinais e aromáticas – Uma viagem de conhecimento botânico e interativo”, evento didático cultural que será realizado no período de 30 de março a 30 de abril, no Museu e Centro de Ciências, Educação e Artes “Luiz de Queiroz”, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ).

A exposição, que conta com dois momentos distintos, o de contemplação e o de interação, certamente despertará o interesse dos aficcionados no tema. Com apoio do conhecimento científico, o público conhecerá as maneiras de identificar e reconhecer a importância das plantas e de órgãos vegetais para utilizá-las, além de noções da toxidade de algumas delas. Por outro lado, o público em geral será estimulado a respeitar as plantas e a natureza e, ainda, incentivado quanto ao resgate do conhecimento tradicional de uso de plantas aromáticas e medicinais.

O horário para visitação é de segunda a sexta-feira, das 08h00 às 11h30 e das 13h30 às 17h00.



Em Quixeramobim, Ceará, no ano de 1991, o vereador José Filho enviou à Câmara um projeto de lei para que fossem pintados de amarelo fosforescente, com tinta idêntica à utilizada na sinalização rodoviária, "todos os rabos de bovinos, ovinos e caprinos do município", para evitar que fossem atropelados. O vereador Rocólio Fernandes apresentou emenda ao projeto, prevendo a pintura de todos os cascos e chifres dos animais supracitados, e, nos animais não-cornos, as orelhas. Infelizmente, a proposta vazou antes da aprovação e não pôde ser votada.
É só começar a fazer songbook que o cara falece. Esse negócio de biografia também é um pé na cova.
(Tim Maia)
Seja qual for o caminho escolhido, mesmo o de palhaço, a pessoa tem que estudar muito.
(Renato Aragão)
José Maria Alkimim encontra-se com dona Lia Salgado, famosa soprano mineira:

— Mas como a senhora está jovem, dona Lia.
— Qual o que, dr. Alkimim, já sou até avó.
— A senhora pode ser avó por merecimento. Jamais por antigüidade.

terça-feira, março 17, 2009

Sextas-feiras 13

As origens da relação entre o azar e as sextas-feiras 13 vêm de tempos antigos. Supostamente, teria começado na época bíblica, já que o décimo terceiro convidado na última ceia de Jesus Cristo o teria traído. Na era medieval, tanto as sextas-feiras quanto o número 13 eram considerados portadores de desgraças. Atualmente, algumas variações da superstição permanecem.
Seguem alguns fatos interessantes sobre a sexta-feira 13:
O medo compulsivo de sextas-feiras 13 – um dos mais populares mitos científicos – é chamado de parascavedecatriafobia. Triscaidecafobia é o medo do número 13.
Muitos hospitais não possuem quartos numerados “13”. Alguns edifícios, como hotéis, também “pulam” o numeral “maldito” do 12 diretamente para o 14, em sua contagem de andares. Até mesmo alguns aeroportos tem o costume de ignorar a existência do 13 quando numeram seus terminais aéreos.
O presidente americano Franklin Roosvelt nunca viajava em nenhum dia 13 (não importando em que dia da semana caísse). Também nunca permitia que 13 pessoas se sentassem à sua mesa em uma refeição. Outros famosos que temiam o número são Napoleão e o outro presidente americano Herbert Hoover.
Mark Twain, o famoso escritor, foi, certa vez, o décimo terceiro convidado em uma festa. Um amigo
o aconselhou a não ir ao evento. Quando voltou, Twain confirmou ao amigo que, realmente, ir à festa foi má sorte: “eles só tinham comida para 12 convidados”. Em Paris, se uma pessoa supersticiosa for oferecer um jantar e tiver 13 convidados, ela pode contratar um “quatorzieme”, um décimo quarto convidado profissional.
O número 13, misticamente falando, é considerado portador de azar porque vem logo após o 12 – que representa um número completo. Há 12 meses no ano, 12 signos do zodíaco, 12 deuses do Olimpo, 12 apóstolos de Jesus, 12 tribos de Israel, 12 trabalhos de Hércules e, estranhamente, 12 ovos em uma dúzia.
A crença de que números estão conectados com a vida
e com eventos do mundo físico é chamada de numerologia, e tem uma longa história.
“Ela vem desde Pitágoras e seus seguidores, que acreditavam que tudo no universo poderia ser traduzido em números” explica o astrofísico Mario Livio, autor de “The Equation That Couldn´t Be Solved” (algo como “a equação que não poderia ser resolvida”). Pensadores que vieram após Pitágoras usaram suas idéias e as adaptaram para explicar a realidade que os cercava, de acordo com Livio.
Atualmente, a numerologia virou uma “paraciência”, assim como a astrologia.
“As pessoas são atraídas, inconscientemente, para números específicos, porque sabem que precisam das experiências, atributos e lições associados a eles, que estão contidos em sua energia” declara a numerologista Sonia Ducie. “A numerologia pode dar clareza aos pensamentos e atitudes de uma pessoa, identificando qual é o número do ciclo em que ela se encontra” conclui.
Matemáticos, no entanto, desacreditam da numerologia e declaram que a prática não é uma ciência.
Livio não apóia a numerologia. Para ele, coincidências envolvendo números sempre irão aparecer, se as pessoas as buscarem.

segunda-feira, março 16, 2009

Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem. A noite era quente e calma, e eu estava em minha cama, quando, sorrateiramente, te aproximaste. Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu, sem o mínimo pudor! Percebendo minha aparente indiferença,aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos.Até nos mais íntimos lugares. Eu adormeci.Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão.Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite.Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama, te esperar. Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força. Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos. Só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo.Só assim, livrar-me-ei de ti, pernilongo Filho da Puta!!!!
Carlos Drumond de Andrade



"Na vingança e no amor a mulher é mais bárbara que o homem."
(Friedrich Nietzsche)





CRÔNICA DA LOUCURA
Luis Fernando Veríssimo
O melhor da terapia é ficar observando os meus colegas loucos. Existem dois tipos de loucos. O louco propriamente dito e o que cuida do louco:o analista, o terapeuta, o psicólogo e o psiquiatra. Sim, somente um louco pode se dispor a ouvir a loucura de seis ou sete outros loucos todos os dias, meses, anos. Se não era louco, ficou. Durante quarenta anos, passei longe deles. Pronto,acabei diante de um louco, contando as minhas loucuras acumuladas. Confesso, como louco confesso, que estou adorando estar louco semanal. O melhor da terapia é chegar antes, alguns minutos eficar observando os meus colegas loucos na sala de espera. Onde faço aminha terapia é uma casa grande com oito loucos analistas. Portanto, a sala de espera sempre tem três ou quatro ali, ansiosos, pensando na loucura que vão dizer dali a pouco. Ninguém olha para ninguém. O silêncio é uma loucura. E eu, como escritor, adoro observar pessoas, imaginar os nomes, a profissão, quantos filhos têm, se são rotarianos ou leoninos, corintianos ou palmeirenses. Acho que todo escritor gosta desse brinquedo, no mínimo, criativo. E a sala de espera de um 'consultório médico', como diz a atendente absolutamente normal (apenas uma pessoa normal lê tanto PauloCoelho como ela), é um prato cheio para um louco escritor como eu. Se não, vejamos:
Na última quarta-feira, estávamos:
1. Eu
2. Um crioulinho muito bem vestido,
3. Um senhor de uns cinqüenta anos e
4. Uma velha gorda.
Comecei, é claro, imediatamente a imaginar qual seria oproblema de cada um deles. Não foi difícil, porque eu já partia do principio de que todos eram loucos, como eu. Senão, não estariam ali, tão cabisbaixos e ensimesmados. O pretinho, por exemplo. Claro que a cor, num país racista como o nosso, deve ter contribuído muito para levá-lo até aquela poltrona de vime.Deve gostar de uma branca, e os pais dela não aprovam o namoro e não conseguiu entrar como sócio do 'Harmonia do Samba'. Notei que o tênis estava um pouco velho. Problema de ascensão social, com certeza. O olhar dele era triste, cansado. Comecei a ficar com pena dele. Depois notei que ele trazia uma mala. Podia ser o corpo da namorada esquartejada lá dentro.Talvez apenas a cabeça. Devia ser um assassino, ou suicida, no mínimo. Podia ter também uma arma lá dentro. Podia ser perigoso. Afastei-me um pouco dele no sofá. Ele dava olhadas furtivas para dentro da mala assassina. E o senhor de terno preto, gravata, meias e sapatostambém pretos? Como ele estava sofrendo, coitado. Ele disfarçava, mas notei que tinha um pequeno tique no olho esquerdo. Corno, na certa. E manso. Corno manso sempre tem tiques. Já notaram? Observo as mãos. Roía asunhas. Insegurança total, medo de viver. Filho drogado? Bem provável. Como era infeliz esse meu personagem. Uma hora tirou o lenço e eu já estava esperando as lágrimas quando ele assoou o nariz violentamente, interrompendo o Paulo Coelho da outra. Faltava um botão na camisa. Claro, abandonado pela esposa. Devia morar num flat, pagar caro, devia ter dívidas astronômicas. Homossexual? Acho que não. Ninguém beijaria um homem com um bigodedaqueles. Tingido.
(4) Mas a melhor, a mais doida, era a louca gorda ebaixinha. Que bunda imensa. Como sofria, meu Deus. Bastava olhar no rosto dela. Não devia fazer amor a mais de trinta anos. Será que se masturbaria?Será que era esse o problema dela? Uma velha masturbadora? Não! Tirou um terço da bolsa e começou a rezar. Meu Deus, o caso é mais grave do que eu pensava. Estava no quinto cigarro em dez minutos. Tensa. Coitada. O que deve ser dos filhos dela? Acho que os filhos não comem a macarronada dela há dezenas e dezenas de domingos. Tinha cara também de quem mentia para o analista. Minha mãe rezaria uma Salve-Rainha por ela, se a conhecesse. Acabou o meu tempo.Tenho que ir conversar com o meu psicanalista.Conto para ele a minha 'viagem' na sala de espera.Ele ri, ri muito, o meu psicanalista, e diz:
- O Ditinho é o nosso office-boy.
- O de terno preto é representante de um laboratóriomultinacional de remédios, lá no Ipiranga, e passa aqui uma vez por mês com as novidades.
- E a gordinha é a Dona Dirce, a minha mãe.
- E você, não vai ter alta tão cedo...


Antonio Rudolfo Oaxaca, vindo do México, encantou o mundo com os personagens marcantes que interpretou em Hollywood e na Europa.
Não conhece?
Nunca ouviu falar do Rudolfo Oaxaca?
Pois saiba que um dos personagens mais famosos por ele interpretado foi Zorba, o grego, sob o nome artístico de Anthony Quinn. Que, aliás, era também um conceituado pintor. De telas.


NADA NA VIDA ACONTECE POR ACASO
Na quinta feira, dia nove, entre uma reunião e outra, o empresário aproveitou para ir fazer um lanche rápido em uma pizzaria na esquina das ruas Yafo e Mêlech George no centro de Jerusalém. O estabelecimento estava superlotado. Logo ao entrar na pizzaria, Moshê percebeu que teria que esperar muito tempo numa enorme fila, se realmente desejasse comer alguma coisa - mas ele não dispunha de tanto tempo. Indeciso e impaciente, pôs-se a ziguezaguear por perto do balcão de pedidos, esperando que alguma solução caísse do céu. Percebendo a angústia do estrangeiro, um israelense perguntou-lhe se ele aceitaria entrar na fila na sua frente. Mais do que agradecido, Moshê aceitou. Fez seu pedido, comeu rapidamente e saiu em direção à sua próxima reunião. Menos de dois minutos após ter saído, ele ouviu um estrondo aterrorizador. Assustado, perguntou a um rapaz que vinha pelo mesmo caminho que ele acabara de percorrer o que acontecera. O jovem disse que um homem-bomba acabara de detonar uma bomba na pizzaria Sbarro`s... Moshê ficou branco. Por apenas dois minutos ele escapara do atentado. Imediatamente lembrou do homem israelense que lhe oferecera o lugar na fila. Certamente ele ainda estava na pizzaria. Aquele sujeito salvara a sua vida e agora poderia estar morto. Atemorizado, correu para o local do atentado para verificar se aquele homem necessitava de ajuda. Mas encontrou uma situação caótica no local. A Jihad Islâmica enchera a bomba do suicida com milhares de pregos para aumentar seu poder destrutivo. Além do terrorista, de vinte e três anos, outras dezoito pessoas morreram, sendo seis crianças. Cerca de outras noventa pessoas ficaram feridas, algumas em condições críticas. As cadeiras do restaurante estavam espalhadas pela calçada. Pessoas gritavam e acotovelavam-se na rua, algumas em pânico, outras tentando ajudar de alguma forma. Entre feridos e mortos estendidos pelo chão, vítimas ensangüentadas eram socorridas por policiais e voluntários. Uma mulher com um bebê coberto de sangue implorava por ajuda. Um dispositivo adicional já estava sendo desmontado pelo exército. Moshê procurou seu 'salvador' entre as sirenes sem fim, mas não conseguiu encontrá-lo. Ele decidiu que tentaria de todas as formas saber o que acontecera com o israelense que lhe salvara a vida. Moshê estava vivo por causa dele. Precisava saber o que acontecera, se ele precisava de alguma ajuda e, acima de tudo, agradecer-lhe por sua vida. O senso de gratidão fez com que esquecesse da importante reunião que o aguardava. Ele começou a percorrer os hospitais da região, para onde tinham sido levados os feridos no atentado. Finalmente encontrou o israelense num leito de um dos hospitais. Ele estava ferido, mas não corria risco de vida. Moshê conversou com o filho daquele homem, que já estava acompanhando seu pai, e contou tudo o que acontecera. Disse que faria tudo que fosse preciso por ele. Que estava extremamente grato àquele homem e que lhe devia sua vida. Depois de alguns momentos, Moshê se despediu do rapaz e deixou seu cartão com ele. Caso seu pai necessitasse de qualquer tipo de ajuda, o jovem não deveria hesitar em comunicá-lo. Quase um mês depois, Moshê recebeu um telefonema em seu escritório em Nova Iorque daquele rapaz, contando que seu pai precisava de uma operação de emergência. Segundo especialistas, o melhor hospital para fazer aquela delicada cirurgia fica em Boston, Massachussets. Moshê não hesitou. Arrumou tudo para que a cirurgia fosse realizada dentro de poucos dias.Além disso, fez questão de ir pessoalmente receber e acompanhar seu amigo em Boston, que fica a uma hora de avião de Nova Iorque. Talvez outra pessoa não tivesse feito tantos esforços apenas pelo senso de gratidão. Outra pessoa poderia ter dito 'Afinal, ele não teve intenção de salvar a minha vida: apenas me ofereceu um lugar na fila Mas não Moshê. Ele se sentia profundamente grato, mesmo um mês após o atentado. E ele sabia como retribuir um favor. Naquela manhã de terça-feira, Moshê foi pessoalmente acompanhar seu amigo - e deixou de ir trabalhar. Sendo assim, pouco antes das nove horas da manhã, naquele dia onze de setembro de 2001. Moshê não estava no seu escritório no 101º andar do World Trade Center Twin Towers. (Relatado em palestra do Rabino Issocher Frand)


No velório de Jânio (1992), apareceu um homem aos prantos. Jurava que, muitos anos antes, estava no alto de um prédio disposto a se matar quando Jânio, então um jovem vereador, gritou : "não faça bobagem." Ele explicou que ia pular porque a esposa o traíra. Jânio dissuadiu o suicida : "o que tua mulher te arrumou foi um par de chifres, não um par de asas. Desça daí já!". Salvou o homem




Justiça carioca impede Banco Itaú de cobrar tarifa de renovação de cadastro

A juíza Adriana Marques dos Santos Laia Franco, em exercício na 7ª vara empresarial da capital, convoca, por meio de edital de intimação, os interessados em intervir como litisconsortes no processo 2009.001.001650-4, no qual foi decidida a suspensão, em todo o território nacional, da eficácia da cláusula contratual que permite ao Banco Itaú cobrar de seus clientes a tarifa para renovação de cadastro, no valor de R$ 39, parcelada em três vezes.
A decisão determina também que o banco se abstenha de cobrar a tarifa no prazo de 24h a contar da intimação, sob pena de multa diária de R$ 1 mil por evento.
Segundo o Ministério Público do Rio, autor da ação civil pública, trata-se de prática abusiva e não traz qualquer benefício ao correntista, na medida em que não há contraprestação de serviço pela instituição bancária. O réu alegou que a tarifa tem como fato gerador a atualização de dados cadastrais para atendimento da regulamentação acerca da política "conheça seu cliente".
Ainda de acordo com o banco, esses procedimentos visam a manter atualizadas as informações necessárias ao relacionamento da instituição e seus consumidores, independentemente da concessão de crédito, caracterizando efetiva prestação de serviço. Segundo a juíza, porém, ao abrir a conta, o correntista já realizou o pagamento da tarifa de abertura, bem como a referente à confecção de cadastro, quando se tornou cliente do banco.
"A manutenção atualizada dos dados fornecidos é obrigação da instituição financeira perante o Banco Central, sendo certo que a não observância desta determinação enseja sanções ao banco réu. Situação diferente dar-se-ia se o consumidor solicitasse um crédito e, para sua concessão, fosse cobrada uma tarifa para avaliação da liberação ou não do dinheiro. Nesta última hipótese, o consumidor teria uma contraprestação - ou ao menos a expectativa de uma - ao pagar pelo serviço", explicou a juíza.
Ainda de acordo com ela, "se o banco tem a obrigação perante o Banco Central de manter atualizados os dados cadastrais de seus clientes - o que certamente contribui para a proteção das atividades e do próprio sistema financeiro como um todo - esta responsabilidade é própria da parte ré e inerente à administração do serviço por ela prestado".
O edital de intimação para terceiros interessados foi publicado no dia 26 de janeiro de 2009, na página 11 do Diário Oficial do Judiciário. A 7ª Vara Empresarial da Capital está localizada na av. Almirante Barroso, 139, sala 608, Centro.



Riqueza semântica


Um político que estava em plena campanha chegou a uma cidadezinha, subiu em um caixote e começou seu discurso:

- Compatriotas, companheiros, amigos! Nos encontramos aqui convocados, reunidos ou ajuntados para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou assunto, o qual é transcendente, importante ou de vida ou morte. O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou ajunta, é minha postulação, aspiração ou candidatura à Prefeitura deste Município.

De repente, uma pessoa do público pergunta:

- Escute aqui, por que o senhor utiliza sempre três palavras para dizer a mesma coisa?

O candidato responde :

- Pois veja, meu senhor: A primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como poetas, escritores, filósofos etc. A segunda é para pessoas com um nível cultural médio como o senhor e a maioria dos que estão aqui. E a terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele bêbado ali jogado na esquina.

De imediato, o bêbado se levanta cambaleando e responde:

- Senhor postulante, aspirante ou candidato! (hic) O fato, circunstância ou razão de que me encontre (hic) em um estado etílico, bêbado ou mamado (hic) não implica, significa, ou quer dizer que meu nível (hic) cultural seja ínfimo, baixo ou ralé mesmo (hic). E com todo o respeito, estima ou carinho que o Sr. merece (hic) pode ir agrupando, reunindo ou ajuntando (hic), seus pertences, coisas ou bagulhos (hic) e encaminhar-se, dirigir-se ou ir diretinho (hic) à leviana da sua genitora, à mundana de sua mãe biológica ou à p...q...p...!



"As grandes dívidas são privilégio da riqueza."
Georges Duhamel



Pérolas Futebolísticas

'Chegarei de surpresa dia 15, às duas da tarde, vôo 619 da VARIG.'

(Mengálvio, ex-meia do Santos, em telegrama à família quando em excursão à Europa)





Lula - Obama
Sobre o encontro de Lula com Obama, os jornais do fim de semana minimizaram a importância do ato. Trouxeram nos acepipes as coisas engraçadas que foram ditas, desprezando o prato principal. Para uma boa análise do quadro geopolítico, fugindo dos veículos pátrios, vejamos como o encontro repercutiu, por exemplo, na Argentina. Para os jornais portenhos, Lula se consagrou como a referência regional para a Casa Branca. Sem deixar de dar uma alfinetada nitidamente enciumada, o jornal La Nacion disse que "fue evidente que a Lula le salía la satisfacción por los poros ante el significado político del momento". O jornal Clarín, por sua vez, relatava que Obama de fato escolheu Lula como líder da América Latina, e que para evitar melindres teria telefonado no sábado para Cristina Kirchner. "En un claro gesto hacia la Argentina, Obama llamó a la presidenta Cristina Kirchner el viernes, un día antes, para evitar susceptibilidades." Gostando-se ou não do presidente Lula, não é na diplomacia que deve aparecer a politicagem. Mal comparando, não é por existir uma disputa entre sócios de uma empresa que seus produtos não serão vendidos lucrativamente. Sendo assim, os jornais Argentinos traduzem muito melhor do que os nossos o que foi o encontro Lula-Obama. Em síntese, o Clarín disse que "Lula logró que el trato con el presidente Obama sea de igual a igual, algo que muy pocos presidente logran con un colega estadounidense", e o La Nacion observou que "por debajo de eso, hay uma estratégia de años de diplomacia y de atención a las relaciones internacionales."



Não me certifiquei da veracidade dos fatos, apenas recebi o seguinte e-mail, e por ser inusitado o transcrevo:

"CARTA DE UM CALOTEIRO

Segue carta de um devedor, caloteiro e ainda muito cara-de pau, mas,engraçada, publicada na Folha. Esta carta é verídica e foi divulgada pelo próprio Clube de Dirigentes Lojistas. A correspondência abaixo foi enviada por um devedor a uma das várias lojas credoras, conforme ele mesmo informa na sua correspondência."

"Prezados Senhores, Esta é a oitava carta jurídica de cobrança que recebo de Vossas Senhorias. Sei que não estou em dia com meus pagamentos. Acontece que eu estou devendo também em outras lojas e todas esperam que eu lhes pague. Contudo, meus rendimentos mensais só permitem que eu pague duas prestações no fim de cada mês. As outras, ficam para o mês seguinte. Estou ciente de que não sou injusto, daquele tipo que prefere pagar esta ou aquela empresa em detrimento das demais. O corre o seguinte... Todo mês, quando recebo meu salário, escrevo o nome dos meus credores em pequenos pedaços de papel, que enrolo e coloco dentro de uma caixinha. Depois, olhando para o outro lado, retiro dois papéis, que são os dois " sortudos" que irão receber o meu rico dinheirinho. Os outros, paciência.Ficam para o mês seguinte. Firmo aos senhores, com toda certeza, que sua empresa vem constando todos os meses na minha caixinha. Se não os paguei ainda, é porque os senhores estão com pouca sorte. Finalmente, faço-lhes uma advertência: Se os senhores continuarem com essa mania de me enviar cartas de cobrança ameaçadoras e insolentes, como a última que recebi, serei obrigado a excluir o nome de Vossa Senhoria dos meus sorteios mensais.
Sem mais, Obrigado."



sábado, março 14, 2009

Aparecida de Jesus Pino Camargo

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com
Sábado, 07 de março de 2009.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/ http://blognassif.blogspot.com/ ENTREVISTADA: Aparecida de Jesus Pino Camargo

A mulher conquista cada dia mais o espaço que antes era um privilégio exclusivo dos homens. Se antes ela ficava com as tarefas domésticas, hoje ela já participa efetivamente nos mais diversos setores da sociedade. Com isso obtém a sua realização pessoal, beneficia a coletividade e põem por terra o paradigma de que lugar de mulher é na cozinha. Em Piracicaba temos muitos exemplos de mulheres ocupando cargos de toda natureza, e fazendo seu trabalho com distinção. A entrevista de hoje é com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Piracicaba e Saltinho: Aparecida de Jesus Pino Camargo. Nascida em Piracicaba, no dia 17 de maio de 1956, é filha de Francisco Pino Rodrigues e Isabel Garcia Pino.
A senhora nasceu em que bairro?
Nasci no Bairro da Floresta. Estudei na Escola de Emergência do Bairro da Floresta, depois fui para escola do Monte Branco, onde havia a quarta série. Íamos todo dia a pé, a distancia era de quatro quilômetros na ida e quatro quilômetros na volta. Eu e um primo meu íamos juntos. As outras crianças não quiseram enfrentar a estrada. Era perigoso porque tinha vaca na estrada, tinha cana, capim molhado, nós chegávamos á escola molhados de orvalho quando era tempo de cerração. Entravamos as oito da manhã, mas saiamos de casa antes da sete horas. No Monte Branco tive como professora a Dona Therezinha. Na Floresta fui aluna da professora Maria José, Joana Sato, Luciana.
Ao retornar da escola para casa quais eram as atividades das crianças?
Não era como na cidade onde estão todas as casas agrupadas. Eram quatro irmãos que moravam perto e a criançada ia brincar com os primos. Brincadeiras como pular corda, bola, boneca de pano, queimada, brincar de balanço. Meus pais eram muito zelosos para que não brincássemos com pessoas que não fossem da nossa família. O pessoal era muito reservado, as crianças não iam até a casa de outras pessoas.
Quando os adultos conversavam as crianças também davam opiniões?
Os pais ou pessoas mais velhas nunca deixaram. A criança ouvia e ficava quieta. Geralmente era recomendado que a criança fosse fazer determinada tarefa ou lazer, para que saísse do ambiente onde os adultos conversavam. Na época havia políticos que de vez em quando visitavam os bairros. Lembro-me de um deles: Francisco Castillon Salgot. A reuniõ não era em minha casa, era em uma fazenda, onde todos os moradores se dirigiam para lá.
Tem mesmo floresta nesse bairro?
Muita. É um bairro cercado por serras. A propriedade pertencente ao meu pai existe até hoje. Quando eu era jovem, cultivávamos lavouras e hortaliças. Havia plantações de milho, arroz, vassoura, algodão. Plantávamos muita cebola e alho, além de vagem, abobrinha, pepino, produtos que eram cultivados o ano todo. A princípio vendíamos o que colhíamos no entreposto municipal, na época ficava no prédio do então Matadouro Municipal, hoje restaurado e utilizado para outros fins. As vendas realizadas ali foram transferidas para o Ceasa de Piracicaba.
Existia igreja perto?
A igreja da Floresta ficava a uns três quilômetros e a do Monte Branco a uns quatro quilômetros. Freqüentávamos a igreja da Floresta, mas eram poucos os eventos realizados. Uma festa por ano, na quaresma havia a via sacra, que era o período em que mais freqüentávamos a igreja. A igreja está vinculada a Paróquia São José de Piracicaba, cujo pároco Monsenhor Luiz Giuliani ia até lá. Frei Romário também ia celebrar as atividades religiosas. Uma vez por ano havia quermesse. Eu ia aos bailes, que eram realizados duas vezes por ano.
A senhora foi casada?
Casei-me em 1979, com Luiz de Camargo, ele possuía uma horta no bairro Nova Suíça.
Em 1991 fiquei viúva com uma criança de 10 anos de idade. Eu e meu filho continuamos trabalhando. Embora meu filho fosse ainda uma criança, o serviço leve ele ajudava a fazer. Na ocasião tínhamos a horta e a banca no varejão que ocorria na Vila Rezende, no Centro e na Avenida Raposo Tavares. Quando o meu marido faleceu, eu achei muito arriscado continuar com essa atividade, porque tudo é feito durante a madrugada, principalmente com uma criança de 10 anos. No início tive o auxilio de uma pessoa para dirigir a nossa kombi. Embora fosse habilitada não dirigia regularmente. Mediante a necessidade, passei a dirigir um automóvel e a vender cheiro verde, uma mercadoria que não tinha tanto volume como as demais. Fiz as entregas com o carro.
Como foi que a senhora conheceu o seu marido?
No trabalho. Conhecemo-nos no Ceasa. Casamos na Igreja dos Frades em 17 de novembro de 1979.
O contato da senhora com a roça vêm desde a infância?
Lembro-me que ainda muito pequena, minha mãe acompanhava o meu pai na roça e deixava-nos embaixo de uma árvore. Levava as marmitas, a espiriteira que era usada para esquentar o leite, os alimentos. Pela manhã, ao levantarmos era servido café, pão feito em casa ou bolinho de chuva doce ou salgado. O bolinho de chuva salgado é feito com ovo, sal, óleo, trigo, leite ou água, bate, põe fermento e frita.
O frangueiro era uma figura presente na vida rural?
Chamávamos esse comerciante de frangueiro porque ele fazia a barganha dos produtos. Ele levava todas as miudezas necessárias para uma casa. Desde tecido xadrez para fazer camisas, calças para a roça, linha, botão, macarrão, massa de tomate, produtos básicos. Até hoje não tem nenhuma venda, ou armazém, no Bairro da Floresta. Quando a minha mãe queria fazer uma roupinha pedia para o frangueiro: “-Traz um paninho assim.” Quem escolhia a nossa roupa era o frangueiro! Vestíamos aquilo que o frangueiro levava! Ele era o nosso estilista! Nós barganhávamos esse tecido por ovo, frango, os produtos que tínhamos no sítio. O frangueiro mais fiel que nós tivemos era o João Wolff, desde que nasci ele estava lá. Eu casei-me e ele continuou a ir. Ele por muitos anos percorreu aquelas estradas com seu carrinho de tração animal.
A vinda para a cidade era feita em ônibus?
Vínhamos de ônibus. Tinha que ir da Floresta até o Bairro Monte Branco com carrinho de tração animal. Lá deixávamos o carrinho e tomávamos o ônibus. Outra forma era combinar com alguém do bairro que tinha condução, geralmente era um caminhão que trazia todo mundo.
Quais eram as formas de diversão praticadas no sítio?
A energia elétrica passou a existir na minha casa só depois que eu casei. Antes eu conhecia a energia elétrica na casa dos parentes da cidade. A noite era utilizado o lampião, lamparina, rádio de pilha. Não havia televisão, geladeira. O alimento tinha que ser feito e consumido, não havia como armazenar. A única exceção era a carne suína que era conservada em latas de banha.
Uma iguaria muito apreciada é o chouriço, difícil de ser elaborado, e que exige muito cuidado na sua elaboração. A senhora sabe fazer essa iguaria?
Eu faço um chouriço muito bem feito. Coloco o sangue fresco, ovos, farinha de rosca ou arroz cozido, cheiro verde, bastante cebola refogada, toucinho feito com o couro da barriga do porco, sal, pimenta e um pouco de cravo e canela. Um prato que faço e as pessoas gostam é a galinha caipira com batata.
O fogão a lenha deixou saudades?
Gosto do fogão a lenha. O problema é fazer aquele fogão esquentar. Não pode ter pressa. Depois de quente é bom porque conserva, faz uma comida gostosa. O ferro de passar roupa era com brasa. Quem trabalhava na roça passava a roupa aos fins de semana. Sábado e domingo era para fazer a faxina pesada na casa e passar roupa. Lavava roupa na vertente. Usava sabão feito em casa.
A senhora continua residindo no sítio?
Moro ainda até hoje.
Como despertou essa vocação da senhora pelo sindicalismo?
Sinto que tenho um espírito de liderança. É uma característica natural. Quando meu marido faleceu fui convidada a fazer parte da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Piracicaba e Saltinho. Nós já éramos sócios. Comecei como suplente. Isso foi em 1992 a 1993. De suplente fui para secretária, depois vice-presidente. Nunca fiz nada com muita pressa. Tudo aconteceu naturalmente. O presidente da época não ia mais continuar, formamos uma chapa, isso foi em 2003. Após 4 anos a mesma chapa concorreu de novo e ganhou.
Qual são os objetivos do sindicato?
Oferecemos facilidades de atendimento médico odontológico, jurídico e trabalhista para os associados. Defendemos os legítimos interesses á que a classe tem direito legal. O trabalho rural é classificado em três classes: o empregado assalariado, a agricultura familiar, onde em uma pequena propriedade o trabalho é exercido apenas pela família, e a propriedade maior onde há empregado registrado, quando o agricultor torna-se também patrão. O sindicato abrange as duas primeiras classes: o assalariado e aqueles que trabalham com agricultura familiar. Essas duas faixas geralmente têm dificuldades de acessar o ensino e complementar seus estudos, isso faz com que permaneçam no meio rural. Meu trabalho é ter profissionais competentes, cada um ocupando uma função importante, para que o sindicato possa oferecer o melhor possível ao associado.
O pequeno agricultor deve buscar alternativas de plantio?
Principalmente aqueles que praticam a agricultura familiar. Eles não possuem grandes recursos. Devem procurar diversificar, ter de tudo. Quando um produto está no final da colheita outro estará iniciando. Deve haver uma rotatividade de plantações, onde ele tenha sempre a disponibilidade de recursos. Se ele plantar só arroz para o inicio do ano, o resto do tempo ele irá ficar sem ter o que fazer. O sítio tem que ter rotatividade de cultura.
Existe alguma possibilidade do sindicato envolver-se mais com os alunos da Esalq, com o objetivo de melhorar o pequeno agricultor?
Nós nunca fomos procurados por eles. Caso haja interesse da parte deles estamos abertos para criarmos planos que beneficiem os associados. Existe a Casa do Agricultor, a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – CATI, que apóiam o pequeno agricultor. Isso não impede que os alunos possam realizar trabalho de campo nas hortas, orientando os trabalhadores e eles também coletando informações, isso está disponível.
Comparando o tempo em que a senhora era menina e hoje, a variedade da fauna e flora sofreu mudanças?
No Bairro da Floresta, que ainda está rodeada de matas, existe seriema que vem na porta de casa. Na Nova Suíça existia codorna, nhambu. Hoje eu não vejo mais.
O homem do campo é uma pessoa de aparência simples, mas dono de uma sabedoria muito grande?
Muitas vezes uma pessoa de aparência humilde é dona de muita sabedoria. Na prática eles sabem mais do que pessoas que tiverem uma educação formal nas escolas. Hoje há um culto pelo computador, algumas pessoas julgam que ali irão obter qualquer tipo de informação necessária para a vida. Ao passo que uma pessoa que tem pouco acesso ás informações, muitas vezes não teve a oportunidade de estudar, ela quando ouve um conselho de uma pessoa, a pratica que essa pessoa realizou para obter um resultado, isso ficará gravado na memória de quem não tem acesso ás modernidades atuais. Fica gravado na memória. Ele analisa as poucas informações que recebe e as retém.
Hoje o pessoal da zona rural tem contato com televisão, computador?
Tem. A televisão teve influencia na zona rural. Hoje a primeira vista, pelas roupas, maneira de comportar-se não se vê muita diferença entre o pessoal da zona rural e da zona urbana. Ninguém mais sabe quem mora no sítio ou na cidade. Houve uma uniformização. Hoje há ensino completo do segundo grau, até o colegial. Todo mundo tem seu carro.
Quando a senhora entrou no cinema pela primeira vez?
Entrei quando eu já era casada para levar o meu filho assistir Os Trapalhões.
Qual é o seu lazer preferido?
Eu adoro mesmo é ir para a praia. A primeira vez que eu fui devia ter mais de quarenta anos de idade, fui para a Praia Grande. O mar me dá uma paz muito grande.
O sindicato recebeu visitas internacionais?
Recebemos de vários países. Da Alemanha, Inglaterra, França. Pelo fato da Cosan ser o maior grupo açucareiro de álcool, e a matriz é em Piracicaba, toda atenção volta-se para Piracicaba. Eles geralmente nos visitam em grupos grandes. Muitos nem conheciam cana de açúcar. Nunca tinham visto. Eles vêm para ver o processo, qual é a idoneidade da empresa, não ter trabalho escravo.
Os trabalhadores que vem de outra região para trabalhar no corte de cana em Piracicaba tem uma melhor condição de trabalho hoje?
Eles têm que serem transportados do local de alojamento para o local de trabalho em um ônibus em bom estado, tem um toldo com mesa, sanitário químico. Tem que ter um depósito com água fresca. Quando vem para Piracicaba já saem da região de origem registrados e com seguro de vida.
Essa mão de obra que vem de outros estados concorre com a mão de obra local?
Não concorre, porque o pessoal residente em Piracicaba já não se submete a esse tipo de trabalho. Fazem qualquer outra coisa, menos cortar cana.



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