Lula - Obama
Sobre o encontro de Lula com Obama, os jornais do fim de semana minimizaram a importância do ato. Trouxeram nos acepipes as coisas engraçadas que foram ditas, desprezando o prato principal. Para uma boa análise do quadro geopolítico, fugindo dos veículos pátrios, vejamos como o encontro repercutiu, por exemplo, na Argentina. Para os jornais portenhos, Lula se consagrou como a referência regional para a Casa Branca. Sem deixar de dar uma alfinetada nitidamente enciumada, o jornal La Nacion disse que "fue evidente que a Lula le salía la satisfacción por los poros ante el significado político del momento". O jornal Clarín, por sua vez, relatava que Obama de fato escolheu Lula como líder da América Latina, e que para evitar melindres teria telefonado no sábado para Cristina Kirchner. "En un claro gesto hacia la Argentina, Obama llamó a la presidenta Cristina Kirchner el viernes, un día antes, para evitar susceptibilidades." Gostando-se ou não do presidente Lula, não é na diplomacia que deve aparecer a politicagem. Mal comparando, não é por existir uma disputa entre sócios de uma empresa que seus produtos não serão vendidos lucrativamente. Sendo assim, os jornais Argentinos traduzem muito melhor do que os nossos o que foi o encontro Lula-Obama. Em síntese, o Clarín disse que "Lula logró que el trato con el presidente Obama sea de igual a igual, algo que muy pocos presidente logran con un colega estadounidense", e o La Nacion observou que "por debajo de eso, hay uma estratégia de años de diplomacia y de atención a las relaciones internacionales."
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