sexta-feira, setembro 23, 2005

Arma Zero

Arma Zero


Irmã mais nova da campanha Fome Zero, a campanha de desarmamento combate a violência em sua raiz: o perigoso cidadão armado. Trata-se de uma importante iniciativa concebida por mentes privilegiadas, fundamentadas em convincentes estudos realizados por instituições estrangeiras, que generosamente contribuem com moeda forte para organizações nacionais onde brilhantes cérebros tupiniquins, sem nenhuma pretensão de auto promoção dedicam-se a causas nobres, politicamente corretas e motivo de muito orgulho entre seus pares, familiares e conhecidos. São verdadeiros cavaleiros da paz e da verdade. Nada é mais prioritário do que desarmar o violento e perigoso cidadão brasileiro que tenha uma arma em seu domicilio. Trata-se de uma medida profilática, para erradicar de vez a violência. Uma prioridade absoluta. Um cidadão armado de um revolver calibre 38 pode ser mais perigoso do que:
- Nosso transito violento, regado a milhões de litros de álcool e toneladas de narcóticos.
- Nossos brilhantes políticos, homens sérios e acima de quaisquer suspeita.
- Desvios de verbas de cunho social para fins inconfessáveis.
- Pizzas assadas em gigantescos fornos de nobres parlamentares.
- Verbas enormes investidas em mega projetos que não chegam a saírem do papel, mas são depositadas em contas de bancos estrangeiros.
- Campanhas cancerígenas de indústrias tabagistas.
- Nossa polícia que recebe um salário digno dos riscos que corre.
- Nossos professores, tratados com dignidade e respeito, inclusive desfrutando de salários condizentes a atividade de formação do futuro do país: nossos jovens!
- Nossa justiça, célere como um coelho sem pés, que aplica com imparcialidade a lei.
- A rica diversidade de leis, temos leis para tudo, inclusive algumas de reserva para possíveis necessidades futuras.
- Nosso sistema de educação, altamente estruturado.
- Nossas favelas, onde corre a água límpida e cristalina, possuem rede de saneamento, atendimento social e acompanhamento médico, programas de reintegração á sociedade e fazem parte da justa distribuição de renda.
- Ao preço do barril de petróleo brasileiro que custa em torno de 6 dólares, mas é vendido ao preço de mercado internacional : 60 dólares. (Informação de Joelmir Beting em setembro de 2005, no Jornal da Band com Carlos Nascimento) Dando um lucro espetacular a nossa competente indústria, não importando o que isso significa para o país, engessando a economia.
- Nossos hábeis servidores públicos, bem treinados, bem remunerados, que dão ao cidadão um máximo prazer em procura-los em distintas repartições publicas.
Existem inúmeros fatos e situações que em momento algum se comparam ao perigo de um cidadão honesto armado.

Podemos ver a cada minuto, que a importância da campanha do desarmamento é somente comparável ao importantíssimo estojo de pronto-socorros que foi há algum tempo instituído como exigência legal em qualquer veiculo automotor.(Só não me lembro se trator também precisava ter esse utilíssimo estojo.)
Fontes da mais alta credibilidade deixaram vazar que a próxima campanha a ser lançada é destinada apenas aos “homens de bem” que comandam a sociedade. Trata-se da campanha Caneta Zero. Todos aqueles que cometem abusos, roubam, saqueiam, corrompem, burlam, mentem, enganam, terão que entregarem sua caneta (e similares como lápis, teclado de computador, mouse etc...) Essa campanha promete encontrar maiores resistências do que a do desarmamento. Sabemos que é mais fácil governar um povo sem armas. Mas quem governa não pode deixar de ter em sua caneta a mais poderosa das armas.
João Umberto Nassif é jornalista. Escreva, dê sua sujestão,use o endereço: joao.nassif@ig.com.br

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