Escrevi uma carta para agraciar a coluna em que João Umberto Nassif me presenteia toda semana, através da Tribuna Piracicabana (eu, uma ávida leitora). Está no anexo e gostaria muito que vocês a publicassem. Obrigada!
Ana Marly de Oliveira Jacobino
Carta para João Umberto Nassif
Ler é uma fonte de prazer! Boas leituras, então, abrem portas para o discernimento, além de... nos fazer viajar na máquina do tempo da nossa memória. Fui convidada a prefaciar o livro de uma escritora, eu, a conheci num momento inusitado, enquanto, descascava maçãs para um evento solidário. Ela, ali quieta, e, eu, ao seu lado descascando caixas de maçãs. Silêncio! Perguntei o seu nome. Ela me responde em castelhano. Para que, a conversa fluísse, questiono se nasceu na Argentina. Delicada me conta que é nicaragüense. Confesso para ela a minha grande admiração por um poeta da sua terra Ernesto Cardenal Martinez, pela sua participação junto à resistência à ditadura feroz de Somoza. Conversa vem, conversa vai ... o mundo literário nos envolvendo... declaro amor a outros poetas da sua terra... Ruben Dario, leitor de Machado de Assis, a quem Dario conheceu pessoalmente, e, por conseqüência, escreveu um lindo poema-homenagem ao nosso Bruxo do Cosme Velho. Enfim, conto de como, muito jovem tomei uma forte admiração pelo “Movimento Revolucionário da Nicarágua”. A coragem dos seus membros de lutar contra uma ditadura sangrenta explorava o meu ideal juvenil.
Bem! Abri o boneco do seu livro... impactante! Não parei de ler! Ali estava a história moderna da Nicarágua, desde a ocupação britânica até as ditaduras que mancharam o seu solo, com o sangue do seu povo, marcado a ferro e fogo e catástrofes... as mortes aumentaram com o terremoto de 1970... Eu tinha uma preciosidade diante dos meus olhos... um livro pronto para tornar-se um filme cinematográfico. E, a escritora, agora, uma grande amiga foi personagem de toda essa história.
Na Tribuna de 01 de Dezembro de 2012 (sábado) encontro um pouco desta história escrita por João Umberto Nassif, e, como ele foi feliz ao contá-la. Detalhes preciosos da vida de uma mulher de coragem, abraçada a causa solidária do seu povo, massacrado por ditadores... “Lágrimas e Risos”, o seu livro foi marcado na sua coluna com competência de quem sabe a importância da história da América Latina forjada por Golpes e Ditaduras ferozes, alimentadas muitas vezes pelas mãos da CIA (Serviço Secreto Americano). Parabéns, João Umberto pela sua entrevista com Minia de Los Angeles Reyes Ramires, a nossa Angelita, uma heroína de carne e osso... nos dando a honra de residir aqui na nossa Piracicaba! Parabéns, a Tribuna Piracicabana por publicar a cada semana as histórias desses heróis da modernidade, que vivem tão perto de nós. Parabéns, João Nassif e Tribuna por estes valiosos resgates históricos!
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