PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E
MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 23 de novembro de 2013.
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 23 de novembro de 2013.
Entrevista: Publicada aos sábados
na Tribuna Piracicabana
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http://blognassif.blogspot.com/
Alice Calçavara Bonamin nasceu a
13 de setembro de 1930, no então distrito, hoje município de Saltinho, filha de
Carlos Calçavara e Maria Packer Calçavara, agricultores, cultivavam cereais:
arroz, feijão, milho. A plantação de cana-de-açúcar ainda não tinha as atuais
extensões. Carlos Calçavara era arrendatário de uma área de um sítio no sistema
de plantio “a terça”, onde o proprietário da terra tinha dois terços do que era
produzido na terra arrendada e quem a cultivava tinha o terço restante. Alice é
a filha mais velha do casal Carlos e Maria, que tiveram ainda os filhos:
Isaura, Fernando, Antonia Benedita, Luiz, Reinaldo e Mário. Alice freqüentou a
escola rural até o quarto ano primário, ainda lembra-se do nome da sua
professora Maria Antonieta Moraes Dias. Seus avós maternos, Judite e Luiz Packer
eram imigrantes alemães. Sua avó sempre contava que veio junto com eles uma
cunhada dela, não tinham onde ficar, o que comer e nem o que vestir. A sua
bisavó desmanchou um guarda chuva e com o tecido fez um vestidinho para a
menina. Isso ocorreu no Brasil. Estabeleceram-se em um sítio na localidade
rural denominada Carrinho Leite, próxima ao Arraial São Bento, município de
Piracicaba. Ali moravam seus tios e tias, todos da família Packer. Eram nove
irmãos.
Como a senhora ia para a escola?
A escola ficava a uns dois
quilômetros da minha casa, algumas crianças que eram nossas vizinhas formavam
conosco um pequeno grupo e caminhávamos pela estrada de terra, quando chovia
íamos amassando o barro.
Com que idade a senhora começou a trabalhar
no sítio?
Desde pequena! Quando fiz quinze
anos meu pai arrumou um serviço para mim em Piracicaba. Vim trabalhar para uma
família de italianos, Júlio Vizioli casado com Emília Vizioli, com eles residia
também o pai do Júlio, Emílio Vizioli. Moravam na Rua Benjamin Constant, junto
a esquina da Avenida Dr. João Conceição, onde havia o bar de propriedade de
Alcides Saipp, A área ocupada pelo bar e pela casa deu lugar ao posto de
gasolina que existe atualmente. Na outra esquina, era o armazém do dos sogros
do Alcides, o José Del Tedesco e Elza Del Tedesco. Nesse emprego permaneci por
oito anos, até me casar. Naquela época aquele trecho da Rua Benjamin Constant
era de terra, sem calçamento. Era uma camada de terra solta. Ali passavam
muitas conduções, só havia aquela saída e a da Rua do Rosário, quando passava
algum veículo levantava uma poeira vermelha, quando chovia formava barro. Era
horrível.
A senhora morava com essa família?
Morava. Freqüentava a Igreja dos Frades, as vezes ia
a reza a noite e aos domingos sempre ia a missa, umas seis e meia ou sete horas
da manhã. Um dos frades que realizava a missa era Frei Liberato de Gries.
Naquela época as mulheres cobriam a cabeça com um véu quando iam assistir uma
missa. Se fosse solteira usava véu branco, as casadas usavam véu negro. Eu
trabalhava os sete dias da semana, algum domingo, eu ia para o sítio na casa
dos meus pais. Meu trabalho era lavar e passar roupas, fazer faxina na casa.
Era uma casa grande, com quatro dormitórios, enorme. Sempre fui considerada
como se pertencesse a família, sentava a mesa com eles, tinha o meu quarto em um
dos dormitórios da casa.
Lembra-se do trem da Companhia Paulista?
Lembro-me sim! Passava pelo pontilhão sobre a Rua
Benjamin Constant, formávamos um grupinho de meninas, da minha idade mais ou
menos, aos domingos íamos até a Estação Paulista, ver o trem sair, aquele povo
todo. Os passageiros colocavam vestiam roupas de passeio, bem arrumados. Era
habito ter a roupa de passear e a roupa de trabalho. Lembro-me que na casa onde
trabalhava tinha um toca discos onde eles colocavam discos com músicas
italianas. No início eu não entendia nada, com o passar do tempo de tanto ficar
lá escutando acabei entendo bem, não falava italiano, mas passei a entender.
Qual era a comida habitual?
Era uma delícia! Comiam muita massa: macarrão,
nhoque. Algumas vezes adicionavam carne ao molho, outras vezes era só molho
feito com gordura de porco, colocavam muito queijo. Tudo era cozido no fogão a
lenha. Não havia botijão de gás e nem fogão a gás. Com o passar do tempo
compraram um fogão elétrico, era muito lerdo.
A que horas a senhora levantava?
Às seis, seis e meia da manhã. Quando eu ia lavar a
frente da casa, que era muito grande levantava bem cedo, o sol logo ficava
muito forte. A água era encanada, só que não existia o hábito de usar
mangueira, usava-se balde. Tudo era muito bem esfregado sem o uso de sabão,
apenas água e esfregão. O piso interno da casa era tacos de madeira, após
encerar tinha que lustrar usando um escovão pesado. Quanto escovão eu puxei
naquela casa! Deixava brilhando! Quando a beirada do assoalho ia ficando meio
escura utilizava uma palha de aço para tirar o excesso de cera acumulado. Era
uma casa muito grande, serviço para mais de uma pessoa. Na entrada casa havia
uma escada de mármore branco, o piso do jardim era de quadriculado feito com
mármore preto e branco que formavam desenhos. Tudo era esfregado utilizando
apenas água,vassoura e escova, deixava tudo muito bonito. Eu mandava quase todo
meu salário para a minha mãe. Foi uma vida de muita luta. Permaneci lá por oito
anos.
Como a senhora conheceu seu marido Júlio
Bonamin?
Na época moças e rapazes circundavam a Praça em
frente a Catedral, dizia-se “quadrar o jardim”, eu ia até a praça com umas
primas do Júlio, tínhamos muita amizade, que mantemos até hoje, são elas a Paula, Natividade , Maria Luiza,
todas da família Possignolo. Existia o Café Imperial na Praça, o Júlio estava
parado na esquina, eu passei ele olhou, perguntei para minhas amigas: “-Quem é
esse moço?” . Elas responderam; “- Nosso primo!”. Isso foi em um dia de Santo
Antonio. Fazia tempo que ele estava tentando falar comigo. Eu tinha medo,
naquele tempo é bem diferente do que é hoje. Naquele dia ele veio conversar
comigo, demos uma volta pela Rua Governador Pedro de Toledo, já era namoro!
Quando fui embora ele me acompanhou até um pedaço do caminho. Tudo isso a pé.
Quando eu ia de bonde para o centro levava trezentos réis, cem réis eram para o
saquinho de pipoca e duzentos réis eram para pagar a ida e a volta de bonde. Se
sentisse sede não tomava nada. Mas era tudo muito gostoso. Namoramos assim por
cinco anos. Algumas vezes, íamos ao Cine São José. O Júlio nasceu a 19 de
agosto de 1929.
Nesse período de namoro a senhora conheceu a
família do seu futuro marido?
Seus pais moravam em uma propriedade rural no Bairro
São Jorge, logo adiante de onde hoje é o terminal de ônibus daquele bairro. Da
cidade até lá era perto, vínhamos a pé, era estrada de terra, quando chovia
virava lama, ao chegarmos na cidade tínhamos que lavar os pés onde fosse
possível, colocava o sapato sujo de barro em saquinho e levávamos conosco. Nem
o Morro do Enxofre (Avenida Madre Maria Teodora) tinha qualquer tipo de
calçamento ou asfalto. Os filhos mais velhos estavam morando na cidade, os
solteiros moravam com os pais. Quando conheci o Júlio ele fazia horta, lá mesmo
no sítio onde moravam e entregava no Mercado Municipal. Plantava todo tipo de
verduras, legumes.
Em que dia vocês se casaram?
Foi no dia 26 de setembro de 1953 na Catedral de
Santo Antonio. Fomos morar junto com a minha sogra chamada Tereza Possignolo
Bonamin e do meu sogro Ângelo Bonamin. Naquele tempo era comum os filhos ou
filhas que casavam ir morar com os pais, as casas eram grandes. Meu marido era
o caçula, tinha que ficar junto aos pais.
Por quanto tempo a senhora e o seu marido
permaneceram no sítio?
Permanecemos por três anos. Em 1956 mudamos para a
casa que o Júlio mandou construir, na Avenida Dr. Edgard Conceição. Na Paulista
não havia água encanada ainda, o Júlio fez um poço, comprou uma bomba que
extraia água do poço e levava para um reservatório que servia a casa. O
encanamento dentro de casa já existia e funcionava com a água do reservatório.
A Rua Dr. Edgard Conceição era de terra nua, para chegar ao leito carroçável
havia um barranco onde hoje é calçada. Às vezes eu olho e não consigo entender
como ficou nivelado com a rua. Havia poucas casas vizinhas a nossa. Na esquina
da Avenida Dr. Edgard Conceição com a Rua do Rosário o Alcides Saipp já tinha
montado uma pequena loja de louças. A casa situada ao lado direito de quem olha
para a minha casa foi construída antes de nós pela família Roel, do lado
esquerdo havia uma casa de propriedade do Gepp (Como era conhecido o lendário
José Tozzi). Em frente a nossa casa tem uma casa que na época pertencia à Dúlio
Granja (casado com Zoraide Granja), que deixava seu cavalo em um terreno na
esquina da Avenida Dr. Edgard Conceição com Rua Sud Mennucci. Na Esquina da
Avenida Edgar Conceição com Rua do Rosário já tinha o sobrado da família
Nassif. Do outro lado da rua, na esquina também, a residência e o comércio de
Isidoro (Nenê) Lopes já existia também. A casa situada em frente a agência do
Banco do Brasil, na Avenida Dr. Edgard Conceição já existia e nela morava um
senhor a quem chamavam de Patrício. Na Rua Sud Mennucci, aonde mais tarde veio
morar o Fustaíno, havia uma Santa Cruz. Quando mudamos para esta casa já tinha
nascido minha filha Elisabete. Meu filho Antonio Carlos nasceu quando a minha
filha já tinha quatro anos.
Além de cuidar da casa e dos filhos a senhora
tinha mais alguma atividade?
Eu costurava camisas para a Casa Três Irmãos, de
propriedade dos irmãos Ermelindo, Mário e Otávio. Os funcionários vinham trazer
os cortes de camisa em uma bicicleta. Eles forneciam a linha, os botões eu não
pregava. Vinha todas as camisas já cortadas era só passar na máquina, a minha
era uma máquina Elgin, de pedal. Cheguei a fazer 60 camisas em uma semana. Após
algum tempo parei de costurar para a Casa Três Irmãos. Comecei a costurar
diretamente para os fregueses, ai eu tinha que cortar o tecido, pregar botões. Aumentei
minha renda. Aprendi tudo na raça, não
fiz nenhum curso. Eu tirava a medida por outra camisa que a pessoa já tinha.
Até hoje ainda tenho clientes que pedem para costurar uma camisa.
Qual era a atividade do seu marido quando
mudaram para a cidade?
Ele foi trabalhar como torneiro para o meu cunhado,
Oscar Chiarotti, na Conger, que na época ficava na Avenida São Paulo. Meu
marido aprendeu a trabalhar com torno por iniciativa própria, não freqüentou
nenhum curso para aprender. Teve uma época que além do almoço eu mandava também
o jantar, ele trabalhava também a noite. Havia um senhor que levava a marmita
em uma cestinha, ao lado colocava uma fruta ou um pão. (Da. Alice mostra um
martelo de aço inox, todo trabalhado, feito pelo seu marido. É uma peça rica em
detalhes). Meu marido faleceu em 1995, permanecemos casados por 42 anos.
Na Paulista, logo que a senhora mudou havia
muitos terrenos vazios?
Existia sim, e muitos eram utilizados para montarem
circos que se apresentava na cidade. Próximo aonde hoje é o Wall Mart existia
um largo onde os circos se apresentavam. Onde hoje é o Banco do Brasil, na
Avenida Dr. Edgar Conceição, foram montados alguns circos. No terreno baldio
que havia na esquina da Rua Da. Jane Conceição com Rua do Rosário, atualmente
ocupado por diversas lojas, era um local onde diversos circos e parques foram
armados. Ao lado, havia o açougue do Toninho Scarpari, eu comprava carne lá.
Não existia padaria por perto, a mais próxima era a Padaria São João, de
propriedade de João e Dirce Rossi, localizada na primeira quadra da Rua Alferes
José Caetano, logo depois da Avenida Dr. Paulo de Moraes. O prédio existe até
hoje. Saíamos da igreja, pegávamos o pão e vínhamos para casa. Havia também a
Padaria Cruzeiro, situada na Avenida Dr. Paulo de Moraes. A Mirtes Novelo era a
dona da padaria casada com o Guido Sachs.
O Corpo de Bombeiros de Piracicaba ficava do outro lado da rua, uma
quadra a frente, na direção de quem vai para a Avenida 31 de Março. A Bica do
Morlet era um local onde muitos iam buscar água. Ela existe até hoje, fica na
Avenida Dr. Paulo de Moraes, junto ao pontilhão da Rua da Glória. Onde hoje é varejão era um matagal. Em frente
a Padaria Cruzeiro onde existe até hoje uns barracões (Toninho Lubrificantes)
era a Serraria do Chico Carretel (Francisco Pellegrino). Eles moravam em um
sobradinho na Avenida Dr. João Conceição.
Naquele tempo onde passava a procissão de Corpus Christi as pessoas enfeitavam as janelas, as ruas.
A procissão saia da Igreja dos Frades e ia até a Catedral de Santo Antonio. Era
um tempo sem telefone, televisão e geladeira praticamente não existia. Aqui em
casa cozinhávamos com fogão a lenha. Não havia botijão de gás. Meu cunhado,
João Bonamin um dia trouxe uma televisão e instalou em casa. Quando meu marido
chegou ficou surpreso com a novidade que seu irmão havia trazido. Era em preto
e branco, marca Teleotto.
Era comum a família fazer lingüiça em casa?
Nós fazíamos. Meu marido comprava um pedaço de porco
e eu, minha sogra, fazíamos. Passava a carne pela máquina de moer, usávamos
tripa artificial para fabricar a lingüiça, colocávamos alho, pimenta, sal,
ficava uma delícia. Após ensacar a carne na tripa deixávamos curar, ficava
muito parecida com um salaminho.
Sem geladeira como era conservada a comida?
Todo dia era feita a comida. Cozinhava todos os dias
feijão, arroz. Quando comprávamos um pedaço de porco, fritávamos bem a carne,
colocavamos em um caldeirão e cobriamos com banha. Não estragava. Íamos tirando
a carne conforme íamos consumindo. Frutas eram compradas no mercado. Geralmente
banana, laranja. Frutas como a maçã não era fácil de encontrar. Hoje temos uma
grande diversidade de frutas, em abundância. Vivi os tempos de racionamento,
óleo de cozinha era fornecido em tambores de 200 litros, onde havia uma
torneira, levávamos o litro vazio que era cheio quando comprávamos o óleo. Quem
não tinha dinheiro comprava meio litro de óleo.
Os alimentos eram comprados conforme eram consumidos, não se faziam
grandes compras, era raro isso acontecer. O leite comprava do Castilho que
morava na Rua Sud Mennucci e trazia o leite do seu sítio. O padeiro deixava o
pão em casa. Todo dia trazia uma
bengala. Deixava junto a porta, ninguém mexia, o portão ficava aberto para ele
entrar.
Eram feitos passeios até o Rio Piracicaba?
Quando acontecia a Festa do Divino nós íamos. Íamos
passear no Mirante, não era como é hoje, tudo era muito simples. Pegávamos o
bonde em frente a Padaria Cruzeiro íamos até a Vila Rezende, voltávamos até o
centro e íamos até a ESALQ. Disso eu tenho saudade. Não sobrava muito tempo
para passear, tudo era feito em casa. Desde as roupas para as crianças até
mesmo a parte de alimentação, os doces eram feitos em casa, assim como toda
alimentação básica tinha que ser preparada em casa.
A senhora se lembra quando iniciou a
construção da Igreja São José?
Lembro-me sim. Até então era um local vazio, quando
foi colocada a primeira pedra eu estava presente, a minha filha Elisabete tinha
três meses de vida. Lembro-me que o primeiro dentista que se estabeleceu na
Paulista foi o Dr. Renato Roberto Biral, seu consultório ficava em uma das
casas de propriedade de João Sabino Barbosa, na Rua do Rosário, entre a Avenida
do Café e a Avenida Dr. Edgard Conceição, no lado direito de quem segue pela
Rua do Rosário.
Em que local a senhora comprava os aviamentos
de costura?
Comprava na loja do Ciro Mendes, a Cred Leve,
situada na Rua do Rosário entre a Avenida Dr. Edgard Conceição e Avenida do
Café. Eu comprava grosa (144) de botões.
O Bar do Geep fornecia os sorvetes consumidos
por boa parte dos moradores das imediações?
Exatamente. O sorvete de groselha, logo ao ser
consumido deixava a língua vermelha e o sorvete ficava branco, era só gelo!
Lembro-me do sardinheiro, ele passava com o carrinho de tração animal vendendo
sardinha, nós comprávamos dele. Existe um sobrado em frente a Estação da
Paulista, na parte térrea dele havia uma sorveteria de propriedade do Emílio
Amstalden, um homem magrinho, o sorvete de lá era muito bom.
Quais são as lembranças que a senhora guarda
da Chácara Nazareth?
Eu entrava na Chácara Nazareth porque a minha
cunhada morava lá em uma casa bem próxima da casa grande. Meu cunhado, Silvio
Bortolazzo trabalhava como caseiro, copeiro, sua esposa Hermínia Bortolazzo era arrumadeira. Trabalhavam para
o Dr. João Pacheco Chaves. Aos domingos a tarde íamos fazer uma visita à eles.
É um verdadeiro paraíso, indescritível. Dona Ruth Pacheco Chaves foi quem doou
o terreno da Igreja do Bairro São Jorge.
Vizinho a casa da senhora morava um
religioso?
Era o então Cônego, hoje
Monsenhor Luiz Gonzaga Giuliani que com sua mãe a Sra. Maria Maschietto Juliani
residiu por alguns anos na casa da esquina da Avenida Dr. Edgard Conceição com
a Rua Sud Mennucci. Eu convidava às
vezes o cônego para vir almoçar em casa, ele vinha sempre eu fazia alguma coisa
diferente. Ele dizia: “- Está pensando que vou comer tudo isso!”. Comia muito
pouco. Quando o Júlio meu marido veio do hospital, o cônego o levava e trazia
para igreja com seu carro, para assistir a novena de Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro.
As farmácias que existia na Paulista eram
quais?
Na Rua do Rosário existia a
Farmácia São Judas Tadeu do farmacêutico Nelson Alves de Mattos, e na Rua
Benjamin Constant a Farmácia do Lico. Ficava próxima ao Posto de Gasolina do
Bonachella, situado onde hoje existe uma padaria, na esquina da Rua Benjamin
Constant com Avenida Dr. Edgard Conceição. Os meus móveis foram fabricados por
João Ferrari Neto e adquiridos há 60 anos, até hoje estão com o selo do
fabricante. Eles também fabricavam barcos, estavam estabelecidos na Avenida Dr.
João Conceição entre Rua da Glória e Rua Benjamin Constant.
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