domingo, dezembro 01, 2013

CARLOS MAGNO CAPRANICO CORRÊA


PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 02 de novembro de 2013

Entrevista: Publicada aos sábados na Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/


ENTREVISTADO: CARLOS MAGNO CAPRANICO CORRÊA

A Escola Preparatória de Cadetes, situada em Campinas, Estado de São Paulo, é o único portal de entrada para o oficial de carreira, combatente, do Exército Brasileiro. Chefe da Seção de Saúde da Escola Preparatória de Cadetes do Exército, o Tenente-Coronel Dentista do Exército Brasileiro, Carlos Magno Capranico Corrêa nasceu em São Paulo a 1 de setembro de 1963, filho do Coronel Geraldo Aparecido Corrêa, oficial da Força Pública, que mais tarde passou a ser denominada Polícia Militar, e Fenicia Trindade Capranico Corrêa,piracicabana, ex-aluna do Colégio Piracicabano. Com três dias de vida Carlos Magno e a família dirigiram-se a Santos, cidade de onde tinham saído apenas para dar a luz a Carlos Magno. Embora nascido em São Paulo, ele se considera santista. O casal teve depois mais uma filha: Carla.

Como seus pais se conheceram?

Minha mãe tinha saído de Piracicaba para ir trabalhar no Tribunal de Justiça de São Paulo, lá ela conheceu meu pai. Como era costume na década de 50, após o casamento minha mãe parou de trabalhar e meus pais foram morar em Santos, no bairro José Menino, onde passei minha infância e juventude. Em 1980, aos 16 anos, meu pai faleceu. Até a quarta série do primeiro grau, estudei no Colégio Coração de Jesus. Depois fui para o Colégio Santista que era um colégio tradicional em Santos, dirigido pelos Irmãos Maristas onde conclui o colegial aos 16 anos de idade. Passei no vestibular, na época denominado Mapofei (Mapofei foi um vestibular da área de Exatas nas universidades da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Instituto Mauá de Tecnologia e Fei). Fui fazer engenharia na Escola Mauá, fiz quatro anos de Engenharia Elétrica. Não me encontrei, não gostei, em 1985 vim cursar odontologia na FOP – Faculdade de Odontologia de Piracicaba – Unicamp, conclui em 1988. Fiz um ano de mestrado, com a minha aprovação no concurso da Escola de Saúde do Exército situada no Rio de Janeiro., fundada por D. Pedro II. Atualmente ela admite pessoas formadas pelo curso superior, fazem um ano de adaptação e ao serviço militar, e ai formam oficiais de carreira da área de saúde do Exército Brasileiro. Entram e cursam como Primeiro Tenente, no final do curso é declarado Primeiro Tenente. Na odontologia me encontrei. Tive grandes mestres: Sérgio Mazzonetto, Miguel Morano Júnior foi meu orientador em odontologia social, por três anos trabalhei a noite como voluntário na Assistência Social Mariana.

Foi ali que despertou seu interesse pela assistência social?

Acho que despertou em Piracicaba. Aqui fiz muito trabalho voluntário no presídio, nos bairros de Santana, Santa Olímpia, Santa Terezinha, Artemis, em trailers com consultório odontológico montado. Isso nos anos de 1986, 1987. Na época havia muita carie dental, câncer bucal, câncer de lábio inferior, possivelmente provocados pela incidência solar muito intensa em pessoas de origem européia.

Após concluir o curso da Escola de Saúde do Exército para onde o senhor foi designado?

Do Rio de Janeiro fui para a Amazônia, onde servi em 1991,1992 e começo de 1993. O batalhão era em Tabatinga, fui para um pelotão destacado que era em uma região inóspita, a 400 quilômetros de qualquer cidade, localizado na fronteira com a Colômbia. Era primeiro tenente, solteiro. Nesse pelotão destacado havia mais 60 militares. Foi na época em que invadiram o Destacamento Traíra.  Traíra era um pelotão destacado na região da Colômbia, invadido pela FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Mataram três militares brasileiros. É uma região com muito garimpo clandestino. O Exercito Brasileiro reagiu. É muito interessante que as vezes no meio da selva, andando, encontramos um marco da época portuguesa, de mármore. É uma coisa maravilhosa. É impossível não mexer com o sentimento de quem no meio de uma selva encontra um bloco de mármore, lapidado, escrito lado brasileiro, lado colombiano. São peças colocadas há 200,300,400 anos, época de  (Desbravador e militar português que atuou no Norte do Brasil em 1587 a 1641). O único braço do Estado que chega nesses lugares é o Exército. A saúde, vacinação, tratamento médico, odontológico, só chega nesses lugares pelo Exército. O correio só chega pelo Exército. A segurança, só chega pelo Exército. As Forças do Estado não chegam lá.

Nesse período em que o senhor permaneceu lá, como era a subsistência?

Hoje existem balsas do Exército que levam comida até lá. Toda a nossa cadeia de suprimentos é feita através de rios até o local. Naquela época não existiam balsas e o apoio era prestado pela Força Aérea. Nós construímos uma pista que se prestava para o pouso de aeronaves, uma vez a cada três meses a Força Aérea levava a nossa “etapa”. Etapa é como denominamos o nosso meio de subsistência. Só que quando tinha falha de avião, a próxima ida do avião demorava seis meses, daí tínhamos que nos virar com o que tinha na terra. Comprávamos produtos que os índios plantavam, caçávamos, em uma época em que a caça não era proibida como é hoje, pescávamos nos rios da região.

Que tipo de alimento os índios produziam?

Mandioca, milho, banana.

Eles têm o habito de trabalhar?

É outro aspecto também. Fazíamos a história romântica sobre o índio antes de ir para lá. Em contato com eles percebi que não bem dessa forma. Mesmo o índio puro, com pouca influência do branco, é acomodado, só se mexe em caso de muita necessidade. Ele fica na rede o dia todo, quem trabalha é a índia, é uma coitada, com um filho na barriga, um no colo, outro na barra da saia, outro puxando na perna, ela faz a roça da mandioca, de milho, faz as vasilhas onde eles cozinham e guardam alimentos, ela faz a fogueira, prepara os alimentos, o homem só se mexe em caso de guerra, para a caça e para a pesca. Eles fazem uma festa onde todos os homens se reúnem para sair para caçar ou pescar. Vão, pescam muito, enchem uma canoa, caçam em bastante quantidade, trazem, nesse dia fazem uma grande festa, se alcoolizam bastante.

Qual é a origem do álcool que eles consomem?

O cauim é feito de mandioca ou milho mastigados, as mulheres, normalmente as virgens, mastigam e cospem em uma vasilha, aquilo fermenta e vira um cevejão. É uma viagem pelo tempo, como os portugueses encontraram o Brasil a 500 anos. São grupos indigenas, não tribos propriaente ditas. Eu estava na região onde havia indios Ticunas e indios Tucanos. São dois grupos indigenas semelhantes, falam idiomas semelhantes, oriundos do Tupi-Guarani, com maior ou menor influencia do homem branco. Alguns indios conhecem instrumentos metálicos: facão, machado, armas de fogo, Coca-Cola, chocolate, outros não, ainda usam instrumentos semelhantes aos usados antes dos portugueses chegarem ao Brasil: machado de pedra lascada. Na região onde eu estava pedra era uma raridade. Os nativos: indios, população ribeirinha e descendentes de migrantes do nordeste que foram para lá na época da borracha. Os mais prestimosos tinham uma pedra redonda, com um trilho no meio que dava para fazer uma laçada de corda, usavam como ancora de barca ou como instrumento para pesca de poita. Outras regiões da Amazônia contam com fartura de pedra. Onde eu estava era areia, lama e selva.

Entre os militares que serviam no pelotão havia nativos?

Uma boa parte era constituida de soldados filhos e netos de indios, que ingressaram no Exército para o serviço militar e acabaram ficando como militares de carreira. Era uma mão de obra muito boa. Eles estavam em casa! Conheciam muito bem a região. Até hoje a penetração do Exército nessas áreas só é possível graças ao conhecimento dessa população nativa.

Qual era a atividade do senhor nesse pelotão?

Eu sou da área de saúde, mas lá nós fazemos de tudo. Um dia eu tirava o serviço de oficial de dia, que é o responsável pela segurança do aquartelamento, toda a guarda armada referente a vinte e quatro horas por dia. De tomada de conta daquela área que tínhamos que cuidar, era responsabilidade do oficial de dia. A fronteira não era delimitada pelo rio, de um lado brasileiro e do outro lado do rio, colombiano. Pelo contrário, a zona de fronteira era perpendicular ao rio. Tudo que entrava rio abaixo vinha da Colômbia. Tínhamos que fazer a revista, exercendo as atividades de polícia de fronteira e marinha. Tudo que saía do Brasil tinha que obrigatoriamente parar ali para ser inspecionado. No Brasil chamava-se Rio Içá, antes de chegar ao Brasil era chamado de Rio Putumayo. Além de oficial de dia, fazia todo serviço médico, odontológico, vacinação. De toda a população, colombianos e brasileiros. Havia um oficial dentista, um médico, um farmacêutico que além de fornecer os medicamentos fazia os exames laboratoriais. Tínhamos mais dois oficiais de armas e um oficial de comunicações. Acabávamos exercendo a atividade de polícia, se existissem alguns desafetos entre a população local, tínhamos que interceder. Existiam problemas sociais dos mais diferentes níveis, alguns casos muito chocantes. A coisa mais corriqueira era um pai de família dar uma filha em pagamento das dívidas, ela era vendida pelo barqueiro logo mais adiante.  O único meio de subsistência era o barqueiro que vinha vendo farinha, açúcar, coisas que não existiam na região. O índio não tem esse costume. Nunca vi. Era um habito corriqueiro dos outros habitantes da população ribeirinha. Éramos 60 militares, alguns casados, trouxeram suas esposas, existiam algumas casinhas, muito simples, de madeira. Cheguei a morar em uma dessas casas, onde recebi a minha mãe que foi me visitar e permaneceu por quatro meses, num ato de profundo heroísmo. Eletricidade eram só oito horas por dia. Não existia banho quente. Existia uma aeronave da Força Aérea que ia para lá, pegávamos uma carona até Tabatinga, lá pedíamos dispensa ao comandante do batalhão por dois dias, era o que chamamos de “arejamento”. Saíamos para a cidade para passear, servia para fazer as compras dos materiais mais necessários, era quando íamos ao banco, naquela época a inflação beirava 60% ao mês. O que eu recebia ficava parado na conta por três ou quatro meses, quando conseguia ir até o banco para colocar em uma poupança, o dinheiro não valia mais nada.

A quais riscos corriam os militares que serviam nesse pelotão?

Tinha muitos discos, desde as invasões dos garimpeiros, da Farc, até desavenças locais por ocupação de terra, onde tínhamos que interceder. Eu levei um tiro na canela, acredito ser de revolver calibre 38, ele entrou por um lado e saiu do outro lado. Após 15 dias quando veio a aeronave para me levar, já estava cicatrizado.  Para a época e pelo tamanho do pelotão, tínhamos uma boa infra-estrutura, havia uma sala de cirurgia, algum tipo de anestesia, mas estava longe de ser um hospital. Após permanecer por dois anos, fui transferido para Campinas, para o 2º Batalhão Logístico Leve, onde tive três anos maravilhosos. É um batalhão de apoio, ele apóia todos os exercícios da segunda região, com montagens de campanhas, seção de saúde, atendimento médico-odontológico. Fui promovido a capitão e transferido para a Escola de Cadetes, onde permaneço até hoje. Em 2009 fui para o Haiti.

Como foi essa ida do senhor para o Haiti?

Para o Exército toda missão no exterior é como se fosse uma recompensa. É oferecida essa oportunidade para quem mostra relevantes serviços. Além disso, a pessoa tem que ser voluntária. Se eu for transferido para a Amazônia ou para o Rio Grande do Sul, eu sou obrigado a ir. Para missão no exterior só vou se for voluntario. Ter mérito. E falar um dos idiomas que seja necessário na área. Atualmente o Exército tem várias missões no exterior, missões de paz, de manutenção de paz e missões de aditância, que são representações nos governos ou segurança nas embaixadas. São os adidos militares, exclusivas de pessoal de carreira de arma. Como oficial de Saúde posso ir á missão de paz ou manutenção da paz.

Qual é a situação brasileira no Haiti?

O comando de todas as operações militares dentro do Haiti é do Brasil, isso é uma conquista inédita. Foi conseguida em 2004 e permanece até agora porque a ONU gostou da atuação do Brasil no Haiti. O Brasil tem um Estado-Maior que comanda todas as forças militares do mundo inteiro que estão no Haiti, e mais um batalhão brasileiro que está naquele país.

O senhor estava no Haiti quando ocorreu o terremoto?

Foi coincidência. Fomos escalados para ir para lá em uma missão que acontecia desde 2004 e coincidentemente no final do nosso preparo aconteceu o terremoto, no dia 12 de janeiro de 2010, fomos pegos de surpresa, tínhamos chegado ao Haiti no dia 9 de janeiro de 2010. Passei pelo terremoto. A ida para o Haiti se dá por contingentes, o batalhão tem cerca de 1200 militares, viajam 300 por vez, em dois aviões de passageiros da Força Aérea. O antigo avião da presidência da república é um desses aviões. Vamos de forma rústica, levando todo o armamento, munição e equipamento individual, somos autorizados a embarcar com 45 quilos, além do equipamento. Só o equipamento que é usado diuturnamente lá, colete balístico, colete operacional, capacete, fuzil, pesa cerca de quarenta quilos. A nossa base no Haiti, tem todo aspecto de um campo de concentração requintado. Com guaritas, fios de segurança, cercas, iluminação. Lá dentro podemos ficar aliviados do equipamento, mas se pisar fora da base tem que estar com o equipamento completo. Principalmente na época em que ocorreu o terremoto.

O senhor estava em que lugar quando ocorreu o terremoto?

Eu estava na base brasileira que se chama BRABATT  Brazilian Battalion, Funciona próximo a outros batalhões, próximo a embaixada americana. Tem mais outros pontos de vigilância brasileira: Casa Azul, um aquartelamento no centro da cidade, outro se chama Ponto Forte 16. Esses dois ruíram, onde morreram vários militares brasileiros.  A base é feita com containeres emendados, por isso não ocorreu desabamento, com exceção da parte de alvenaria que desabou: uma lavanderia grande, um local chamado de “refrigério”, onde havia uma churrasqueira, um local para gelar cerveja, era utilizado no final de semana para confraternização entre o pessoal da base. Uma garagem de viaturas não chegou a desabar, mas se abalou bastante, todas as estruturas próximas, desabaram. A população começou a vir na porta do batalhão para pedir ajuda, trazendo feridos em condições terríveis. Tornou-se uma enfermaria em campo de batalha. Todo mundo acabou trazendo seus próprios colchões, colocando no pátio, a céu aberto, para a população deitar ali e receber a atenção de saúde, até os cabos e soldados que tinham uma formação básica acabaram suturando, aplicando soro, não tinha como atender a tantos feridos. Uma amostra do portal do inferno.

Quanto tempo durou o terremoto?

O abalo sísmico durou cerca de dois a três minutos, só que foi de uma intensidade insuportável, víamos as viaturas ficarem com uma roda só no chão, com a ondulação do terreno, é indescritível. Quem estava no lugar certo na hora certa sobreviveu, não dava tempo para atos heróicos, pular pela janela. Tudo foi muito rápido. Durante os seis meses e vinte e um dias em que fiquei no Haiti, eram no mínimo 36 abalos diários, sendo 3 ou 4 perceptíveis, os vidros tremiam. Até hoje, quem estava lá e escuta a vibração de um alto falante potente já fica atento. É marcante. A República Dominicana, que é na mesma ilha não sofreu abalo nenhum, num “arejamento” de três dias, fui para Punta Cana que é o paraíso, eu estava com a minha mãe e minha irmã, tomando um drinque, deu um desses abalos, o único que afetou a República Dominicana, quem estava ali sentiu, foi mínimo, mas sentem o chão vibrar, os móveis, a bebida. Elas sentiram também. Isso é o que passávamos 30 a 40 vezes por dia no Haiti. São pequenos sismos, só que quem está na hora lá não sabe se vai ser grande ou pequeno sismo. Nos primeiros três meses não tivemos nenhuma folga, o trabalho era insano, diuturno, primeiro tentando socorrer e resgatar vítimas de desabamentos, presos em ferragens, entulhos, soterrados.

Havia saques?

No Haiti sempre teve saques e durante um bom tempo imagino que irá ter. Se agravou com o terremoto. No Haiti não existe estrutura pública nenhuma, no ano de 2010 não havia nenhum serviço público. Não se varria ou limpava rua, o governo não atua lá. Noventa e oito por cento da economia é informal. Não tem iluminação pública. Em 2010 apenas dois por cento da cobertura vegetal ainda existia no país todo. Não tinham gás, eles cozinhavam com carvão, com lixo queimado, a cidade inteira são montanhas e mais montanhas de lixo.

Como eles se alimentam?

Assim que cheguei começou o terremoto, a maior parte da alimentação era originária de doações do mundo inteiro. A ONU atua bastante no Haiti. Vinte por cento da atuação da ONU é a parte militar, o resto é a atuação humana em vários aspectos. Desde levar ONGs para atendimento de saúde. No Haiti não existe mais nenhuma matéria prima, em minha opinião a ONU poderia intermediar junto a empresas privadas para que levassem a matéria prima até lá, contratassem a mão de obra por um preço de banana e dessem a eles serviços simples, não dá para exigir nada mais complexo deles, com isso iriam fortalecer a economia local. Se não der emprego o Haiti vai se acabar. Uma coisa é o que estudamos em história e outra coisa é o que pude observar lá, com o pouco contato que tive. A população branca do Haiti foi mandada embora ou morta. Eles se orgulham de ser uma das primeiras nações da América a declararem independência dos europeus. Ficaram só os africanos ou descendentes de africanos. Eles vinham de regiões distantes da África, muitos eram inimigos entre si, até hoje existe uma rixa muito grande entre os próprios negros. Não se entendem se exploram. Talvez sejam mais perniciosos do que os brancos que os escravizavam. Os que são ricos querem que os pobres continuem cada vez mais pobres.

No Haiti tem negro rico?

Tem. Existe uma região chamada Pétionville (em crioulo, Petyonvil), são mansões, seus donos são principalmente aqueles que cuidam de alguma coisa que sobreviveu ao terremoto. São muito ricos, são educados na Europa, Estados Unidos. Mesmo entre a população normal, quem tem uma condição um pouco melhor humilha quem tem condições inferiores.   

Qual era o idioma utilizado para se comunicar com a população?

O haitiano fala uma derivação do francês, chama-se “creole”, na realidade é vinte por cento de francês, com muitas palavras africanas de origem incerta e não sabida. Varias tribos de lugares diferentes foram escravizadas e levadas para o Haiti. Para quem conhece alguma coisa de francês começa bem a conversação, ele então passa a usar o linguajar deles, soa muito agressivo e não parece francês.


 
 

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