PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 05 de setembro de 2015.
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 05 de setembro de 2015.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno
de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
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http://blognassif.blogspot.com/
Qual é o seu nome completo?
Cladinei Pollesel isso porque requeri a cidadania italiana, tive que
adaptar meu sobrenome que era com “l” e “z” para dois “l” e “s” ara ficar igual
ao original do meu bisavô. Naquele tempo ainda se exigia essa adaptação.
Você nasceu em que localidade?
Nasci em Piracicaba, no bairro do Rolador. Exatamente onde eu nasci
hoje se chama Jardim Itamaracá. Ao lado do bairro Sol Nascente e do bairro
Alvorada. Ali eram sítios, chácaras. É um mistério até hoje porque o bairro
tinha esse nome: Rolador. Eu tenho a tese de que tem a ver com “rolo”, em
Piracicaba quando se faz uma permuta diz-se que foi feito um “rolo”. É um
bairro antigo, existem registros com esse nome Rolador, antiqüíssimos. O
escritor, jornalista e historiador Cecílio Elias Netto já localizou até uma
capela naquele bairro, a Capela do Rolador. Foi naquele bairro que nasci a 30
de setembro de 1968. Hoje ali virou uma série de bairros. O meu nome é
Claudinei por causa do goleiro do Esporte Clube XV de Novembro, meu pai é
fanático até hoje. O goleiro do XV em 1968 era o Claudinei. E eu nunca gostei
muito de futebol!
Qual é o nome dos seus pais?
Qual é o nome dos seus pais?
José Alberto Polezel e Rosa Caetano Polezel. Existe uma grande família
em Piracicaba, inclusive mora aqui perto o luthier piracicabano Nelson Polizel, é outra família. Meus filhos
já foram registrados da forma nova. Meus pais antes de eu nascer trabalhavam
como oleiros, na época em que nasci meu pai já era agricultor, era meeiro,
trabalhava com o cultivo de arroz.
Tendo a Praça da Catedral como
referência, até lá dá qual distância?
Uns 10 quilômetros. Nós fazíamos esse caminho, do sítio onde morávamos
até o Piracicamirim. Íamos a pé, a cavalo ou de carroça. Era comum fazer esse
caminho do sítio onde morávamos até o Piracicamirim, a nossa referência de
“cidade” não era bem o centro, era o “Pisca”, corruptela de Piracicamirim. É
ali que vínhamos na venda, adquirir bens, a nossa igreja era a Capela Nossa
Senhora Aparecida, que pertencia a paróquia do Bom Jesus. Naquela época
monsenhor Rubens já estava lá, era muito conhecido dos meus pais. Meus pais se
casaram na igreja do Bom Jesus, e nós, cinco irmãos: Maria Cecília, José
Carlos, Ana Aparecida, João Luiz e eu Claudinei, fomos batizados na igreja do
Bom Jesus, todos pelo monsenhor Martinho Salgot. Foi ele quem fez o casamento
dos meus pais.
Com que idade você começou a estudar?
Meu primeiro ano foi em 1976, na Escola do Taquaral. De onde morávamos
até o Taquaral, eram praticamente três quilômetros, que percorríamos a pé. Minha
mãe era a merendeira da Escola do Taquaral. Meus irmãos e eu, todos estudamos
na Escola Mista da Fazenda Taquaral. Fiz todo o curso primário na Fazenda
Taquaral. Minha primeira professora foi Dona Gilda Lavorenti que deu aulas no
primeiro e segundo anos, e no terceiro e no quarto ano minha professora foi Gislene
Maria Macluf Medinilha, casada com José Medinilha. Atualmente com quase 50 anos
ainda lembro-me do primeiro dia de aula, não sabia fazer quase nada, não sabia
escrever, lembro-me das mãos de Dona Gilda, ela pegando na minha mão para fazer
as primeiras escritas, essa imagem ficou gravada, aquela mão dela, com as suas
unhas pintadas em vermelho, bem feitas. Segurando na minha mão para que eu
aprendesse a escrever! A cartilha era Caminho Suave. Ia para escola pela manhã,
a pé.
De quem era a propriedade?
A Fazenda Taquaral estava sob o controle da Usina Monte Alegre. Naquela
época existia a igreja, o patrono era São José, a escola, a sede, a colônia, o
campo de futebol, o gabinete dentário.
Para localizarmos com mais precisão
ficava exatamente em que lugar?
Seguindo pela Avenida Rio das Pedras, sentido Centro-Unimep, lembrando
que a Unimep está a esquerda da Avenida Rio das Pedras, e a Fazenda Taquaral
estava a direita. Ainda existe remanescente o campo de futebol da Fazenda
Taquaral, que entrou em litígio porque se não me engano a Associação
Piracicabana de Futebol ou entidade semelhante tinha a posse desse campo. Na
época o Padre Joaquim que era pároco do Piracicamirim tentou conter a
demolição, mas a capela era particular, não era da Diocese e não era tombada.
Assim como também a escola foi demolida, era um prédio enorme, com dois
andares, biblioteca, também foi destruída porque não estava doada ao Estado. Era
uma coisa interessante que a escola oferecia no inicio do ano um quite que
tinha os materiais da escola, além de um tênis, uma blusa e um jaleco, um
guarda pó. A escola era da Usina Monte Alegre, nós não éramos funcionários da
Usina, mas tínhamos acesso a essas regalias. Após terminar o quarto ano nessa
escola estudei por dois anos na escola Pedro Moraes Cavalcante, que fica no
bairro Dois Córregos. Ai já era levado pelo ônibus. Lucio Ferraz, que depois se
tornou prefeito de Saltinho, foi diretor dessa escola. Depois meu pai mudou-se
dali, foi morar no Campestre, exatamente atrás da Usina Santa Helena, na
Fazenda Canadá. De propriedade da família Filipini: Milos, Nilton, Benito.
Nesse período estudei em Rio das Pedras, fiz a sétima e oitava série, na Escola
Estadual Professor Manoel da Costa Neves "Macone",
ia de ônibus. O prefeito de Rio das Pedras era Álvaro Bianchim. Após concluir a
oitava série fui para Saltinho, para concluir o colegial no Colégio Manoel Dias
de Almeida. Sou formado em História pela UNIMEP.
Nesse período
você trabalhava?
Trabalhei com o meu pai, nessa época ele cuidava de uma cerâmica em
Saltinho. Nesse período do colegial eu já estava no Seminário Xaveriano da
Paulicéia, onde hoje é a Casa Paroquial, na Rua Antonio Bachi, 1065 Ali foi a
casa do Padre João Echevarria, ele foi o construtor. Lá era um seminário que
não tinha um curso colegial interno. As pessoas estudavam fora, uns estudavam
no Dom Bosco, outros estudavam na escola do bairro. Fiz o seminário morando
naquela casa, deixei a casa dos meus pais e vim morar no bairro Paulicéia, no
Seminário Xaveriano, nessa época eu tinha uns 15 a 16 anos.
Na época era uma região diferente do que
é hoje?
Era um bairro de periferia.
Qual era o seu lazer?
O meu lazer sempre esteve ligado a leitura, a igreja, amizades. Sempre
gostei de freqüentar a vida social da cidade, os museus, os eventos culturais.
Após concluir os estudos em Saltinho fui estudar Filosofia na PUC de Campinas.
O que o atraiu para o Seminário
Xaveriano?
Em 1982 mudei para o bairro Campestre, lá há uma capela da Paulicéia,
cuidada pelos Xaverianos. Conheci os padres Giuseppe Chiarelli, (Pe Zezinho) e
Padre José Ibanez
Serna que eram os padres tanto do bairro Chicó, cujo padroeiro é São José, como
no bairro Campestre. O Chicó não é mais capela da Paróquia da Paulicéia, é
capela da nova Paróquia que foi criada na Água Branca, que se chama Capela São
João Batista Precursor. Eram as duas capelas em que eu ia com a minha família a
missa e as duas eram administradas pelos Xaveriamos. Eu me encantei por eles.
Você é uma das
pessoas mais bem informadas a respeito da estrutura religiosa católica de
Piracicaba?
Eu gosto da igreja católica, da sua história, sou um estudioso. Tive o
privilégio de trocar correspondência com Dom Ernesto de Paula, que foi o
primeiro bispo, fundador da Diocese, quando eu era seminarista tive o prazer de
escrever para Dom Ernesto, e ele escrevia para mim. Considero relíquias os
escritos de Dom Ernesto. Conservo essas cartas comigo até hoje.
Você continuou no Seminário Xaveriano?
Saí do seminário, caso continuasse deveria ir para Curitiba, estudar
filosofia. Como eu não tinha tanta certeza conversei com o bispo na época, Dom
Eduardo Miled Koaik e pedi para ingressar no seminário da Diocese
que fica em Santa Barbara D`Oeste. O reitor na época era o Padre Salvador
Paruzzo que hoje é o bispo de Ourinhos. Permaneci um ano fazendo Filosofia na
PUC de Campinas, e morando em Santa Bárbara DÒeste, no seminário da diocese. Aí
resolvi sair e não quis continuar mais com a vida religiosa.
Você deve ter sentido muito em deixar a
vida religiosa?
Senti muito, sinto falta até hoje. Existe um ditado entre os
seminaristas que diz: “Você deixa o seminário, mas o seminário não deixa você.”
Pode-se dizer que você é um exemplo
típico de quem a Igreja Católica poderia aproveitar toda a vivência e vocação
de um padre que seja casado?
Na verdade, o celibato não é teológico, não é um dogma fechado. A
Igreja Católica pode mudar isso a qualquer instante. Existe uma possibilidade
de essa mudança acontecer. Mas, não será pelo que parece, com o papa atual,
Francisco. Ele já declarou que não irá mudar isso.
Existe uma resistência muito forte?
E existe também o receio de que se é realmente bom que isso aconteça. A
Igreja não tem certeza de que terminar com o celibato seja bom. Talvez o meio
termo seja bom. Como a Igreja do Oriente, que tem padres solteiros e padres
casados. Seria opcional. O padre solteiro, sempre será melhor para a Igreja.
Ele pode ser missionário, tem disponibilidade, pode ser transferido, não
precisa se prender a questões domésticas. Ele está cem por cento disponíveis. O
padre casado tem a função de ser um exemplo interessante. Há um numero
altíssimo de padres que estão casados e são mal aproveitados. Piracicaba que o
diga, quantos padres que estão casados? E continuam padres. Não são padres
atuantes porque a Igreja não permite. Padre é padre sempre! Esses homens que
estão casados e tem a ordem, deveriam ser os primeiros a serem aproveitados. O
padre que se casou, deveria ser mais bem aproveitado. Quantos existem em
Piracicaba! Assim como aquelas pessoas que tem condições de serem padres e são
casados. Deveriam também ser aproveitados. A Igreja não deu esse passo ainda. E
nem sei se dará esse passo logo, porque passou a crise das vocações. Tem muita
vocação!
As vocações aumentaram?
Aumentaram, Existem congregações que passam por dificuldades e outras
não. É um fator que alguém deveria estudar os porquês. Na década de 80 quando
fui seminarista, imperava a Teologia da Libertação. Ela foi boa, é boa até hoje
em muitos aspectos, mas não para vocação. Ela não favoreceu as vocações. Ela
não favoreceu a espiritualidade específica e perderam-se vocações. São as
vitimas da Teologia da Libertação. Ela foi mais para o social, foi bom, foi
útil. E, produziu santos. Que o diga D. Aniger, D. Eduardo, Prof. Almir de
Souza Maia, Elias Boaventura. São pessoas dessa época que produziram frutos
espirituais e materiais ao mesmo tempo. No âmbito nacional, D.; Helder Câmara,
D. Paulo Evaristo Arns, D. Luciano Mendes, D. Thomaz Balduino. Agora, para
vocações não foi bom. Passada essa época da Teologia, entrou a época em que eu
chamo de Renovação Carismática. Essa época da espiritualidade maior foi boa
para a vocação. Os jovens que querem ser freiras ou padres procuram
congregações tradicionais. Que usam habito, tem um carisma definido.
Existem igrejas ou santuários que atraem
multidões, e há o inverso também. É o carisma de quem conduz que atrai
multidões?
Na verdade, a primeira coisa que existe é o carisma de quem está
liderando. As pessoas querem ser lideradas por um líder com a o qual se
identificam. Deveria haver por parte do católico uma mudança de mentalidade,
não se deveria ir atrás de um líder e sim de Jesus.
Em sua concepção o que significa Deus?
Eu nunca tive dúvidas da presença de Deus! Na minha vida, Deus sempre
foi uma figura muito presente, real. Eu consigo ver Deus no meu dia a dia.
Sinto a presença de Deus como alguém que está próximo. Nunca tive dúvidas se
existe ou não existe.
Você é casado?
Sou casado com Dalva Severo Pollesel, temos dois filhos: Ezequiel e
Vitória, com 21 e 18 anos. Casamo-nos na Catedral de Santo Antonio, o casamento
foi celebrado pelo padre Claudio, dos claretianos. Foi em 8 de fevereiro de
1982.
Como vocês se conheceram?
Desde que sai do seminário fui administrador de restaurantes. O
primeiro restaurante que administrei quando sai do seminário foi a churrascaria
Beira Rio, tanto eu como a Dalva trabalhávamos lá. A Dalva é de Jacupiranga,
uma cidade do Vale do Ribeira, onde também nasceu a dona d a churrascaria Beira
Rio, a Luisa Laude.
Para o católico o que é a confissão?
Confissão é um ato de humildade maravilhosa. Você admitir diante de
Deus, diante do padre, que você tem falhas. E, admitir diante de uma pessoa que
também tem falhas! Isso é um aspecto muito bonito da confissão. O fato de
confessar é uma limpeza da alma. Não existe pecado que não seja perdoado.
É uma energia renovada no
confessionário?
Por isso que a Igreja pede que pelo menos uma vez por ano a pessoa faça
a confissão. Hoje as pessoas não valorizam o que tem de mais simples e sem
nenhum custo, preferem buscar outras alternativas.
O fato de a pessoa ter fé influencia em
sua saúde física e mental?
Não tenho duvida disso! Tendo fé ela
consegue vencer inclusive os males atuais, que é a depressão, tendo fé ele irá
compreender a vida com mais energia, naturalidade. Entenderá que o que existe
de ruim também passa. Ela não irá se ater nem ao negativo demais nem ao
positivo demais.
Claudinei, como você vê a vida depois
da morte?
Alguém já disse assim: “Se morrer é
estar com meus pais, com meus antepassados, bom! Se morrer é estar com as
pessoas que eu gosto, é bom! Se morrer é estar com Deus é isso!” A fé é a
certeza de estar com Deus. Você não perde nada tendo fé. Imagine que não existe
nada, você não irá descobrir! Qual é a perda? Vamos ter fé! Você não terá
aquele momento de pensar ou dizer: “-Meu Deus não tem nada aqui!”. Você não
terá esse momento. O que vai existir é que você irá retornar para Deus. Santo
Agostinho dizia que somos uma gota no oceano. A minha fé diz: “-Eu vim de Deus
e volto para Deus!”. A humanidade está cada vez mais triste, cada vez mais
distante do sagrado, toda vez que você se distancia do sagrado , quando acha
que você é tudo, pode tudo, você quer tornar-se maior do que Deus. E isso causa
tristeza.
Ao concluir o curso de História na
UNIMEP você realizou um trabalho muito interessante de pesquisa?
Foi sobre a minha família, fiz a
pesquisa e publiquei o centenário da família Pollesel no Brasil. É um censo de
todos os descendentes dos meus bisavós, Fortunato Pollesel e Regina Gobbo,
vieram da Itália em 30 de outubro de 1897 pelo vapor Manila, foram até Itatiba
e de lá para Campinas. Esse casal teve 12 filhos, 62 netos, 134 bisnetos, 174
tetranetos e doze quintonetos. Um casal só em 100 anos gerou 394 pessoas. Eu
relacionei as 329 famílias que vieram juntas com ele no mesmo navio, são 1597
pessoas.
FOTOGRAFIA DO VAPOR MANILA
FOTOGRAFIA DO VAPOR MANILA
A seguir você escreveu outro livro?
Eu gosto muito de biografia, escrevi
a biografia do Padre Drumond, que morava atrás da Igreja São Judas Tadeu, ele é
o fundador da Congregação das Irmãs do Cenáculo. Primo de Carlos Drumond de
Andrade, jesuíta, veio para Piracicaba, na década de 50 fundou uma congregação
de freiras que existe até hoje, ele faleceu na década de 90 com mais de 90
anos. Era um poeta exímio, eu escrevi a biografia dele e anexei alguns versos
inéditos, escritos a mão pelo padre (Roberto) Drumond. O prefácio é de Cecílio
Elias Netto. O terceiro livro escrevi sobre a biografia da companheira dele na
fundação das irmãs do Cenáculo, que é a Madre Maria do Cenáculo (Zulmira
Soares), essa religiosa teve a inspiração de fundar uma congregação, por volta
de 1956, e convidou o Padre Drumond. Elas foram acolhidas por Dom Ernesto de
Paula, primeiro bispo de Piracicaba. Depois disso fui para São Paulo e
encontrei meu antigo reitor do Seminário Xaveriano, que é o Padre Giovanni
Murazzo, tínhamos o habito de caminhar no Parque da Aclimação rezando o terço.
Planejamos alguns livros caminhando: “Os Jovens e a Civilização do Amor”, um
livro dirigido aos jovens, edição bilíngüe, português e italiano, “Memórias do
Padre Luigi Médici” também em português e italiano. Logo depois surgiu “Diário
de Um Homem Feliz”, que é a biografia do Padre Luigi Médici. Quando Padre
Giovanni Murazzo completou 50 anos de padre, planejei uma entrevista com ele,
que se tornou esse livro aqui. “Missionário, Ternura da Família Trinitad”, já
na terceira edição, foram feitos mais de três mil livros. Português e italiano
também. Pra comemorar os 60 anos da Paulicéia, publiquei “Paróquia Imaculado
Coração de Maria – 60 Anos de Vida e Missão”. Desde quando eu era seminarista
na Paulicéia, eu sonhava em publicar os escritos do Padre João Echevarria, esse
livro é cópia do livro tombo número um. Depois veio a “Biografia da Madre
Celina”. Dom Ernesto trouxe para Piracicaba dois conventos de clausura: as
carmelitas e as concepcionistas. A Madre Celina é uma das cinco primeiras, uma
das fundadoras, faleceu no ano passado. No total, até o momento são 10 títulos
de livros publicados.
História da Igreja Senhor Bom Jesus do Monte
Tudo começou no dia 08 de outubro de 1857, data em que o terreno na qual se localiza a Igreja Senhor Bom Jesus do Monte, foi doado por João Antonio de Siqueira, onde já existia uma capela, mas o bispo Conde Dom Barreto, da diocese de Campinas, à qual Piracicaba pertencia, entendeu que a cidade estava crescendo e necessitava criar urgentemente uma paróquia.
Para a consecução desse objetivo, concorreram com valiosa ajuda e muito trabalho.
Dados os primeiros passos para a construção, ocorreu o lançamento da primeira pedra no dia 6 de agosto de 1918. Consegue erigir a capela-mor, na qual foram entronizados um grande crucifixo e as imagens de Nossa Senhora e de São João Evangelista. A mesma foi benzida e inaugurada em 6 de agosto de 1919.
Dados os primeiros passos para a construção, ocorreu o lançamento da primeira pedra no dia 6 de agosto de 1918. Consegue erigir a capela-mor, na qual foram entronizados um grande crucifixo e as imagens de Nossa Senhora e de São João Evangelista. A mesma foi benzida e inaugurada em 6 de agosto de 1919.
Em 4 de dezembro de 1922, por decreto do bispo Dom Francisco de Campos Barreto, foi criada a paróquia do Bom Jesus e seu primeiro padre foi Lázaro de Sampaio Mattos, nomeado no início de 1923, empossado pelo cônego Manoel Rosa, em missa no dia 11 de fevereiro do mesmo ano.
Após alguns meses, o padre Lázaro foi transferido e quem assumiu a paróquia foi o padre Henrique Nicoletti, também por pouco tempo. Sem pároco para serviços religiosos e com a construção da igreja paralisada, a autoridade diocesana determinou ao cônego Manoel Rosa, em 30 de janeiro de 1924, que a igreja fosse fechada para quaisquer atos religiosos e que a chave da mesma ficasse sob sua guarda.
Em 23 de janeiro de 1925, foi nomeado novo padre, Mário Montefeltro, que tomou posse em 2 de fevereiro do mesmo ano, data em que a igreja foi reaberta. Ele consegue através de donativos e quermesses angariar fundos para erguer as paredes e dar início às outras obras da igreja.
Para dar continuidade à construção, foi contratado o construtor Napoleão Belluco.
Em 25 de abril de 1926, o padre Mário foi transferido para Rio das Pedras, e o novo vigário da paróquia foi o padre Francisco Borja do Amaral.
Em 25 de abril de 1926, o padre Mário foi transferido para Rio das Pedras, e o novo vigário da paróquia foi o padre Francisco Borja do Amaral.
No início de janeiro de 1927, as paredes externas estavam levantadas e as paredes centrais da nave já respaldadas; após o término do madeiramento, iniciado em 5 de maio, deu-se a cobertura da nave central. No dia 20 de maio, chegam às peças de mármore do altar mor. Em 5 de agosto, com a presença do bispo diocesano, houve a inauguração do altar mor.
Segue-se um período de progresso na paróquia. No começo de 1928, a paróquia já contava com 11 associações religiosas e o forro de estuque começava a ser feito.
No ano seguinte, chegam mais bancos, o carrilhão. Este foi o primeiro carrilhão a existir em toda diocese de Campinas.
Em agosto, nos dias 28 e 29, respectivamente, foram inauguradas a pintura da capela mor e a decoração do forro de estuque, trabalho realizado pelo grande artista Mario Thomazzi.
No ano seguinte, chegam mais bancos, o carrilhão. Este foi o primeiro carrilhão a existir em toda diocese de Campinas.
Em agosto, nos dias 28 e 29, respectivamente, foram inauguradas a pintura da capela mor e a decoração do forro de estuque, trabalho realizado pelo grande artista Mario Thomazzi.
Em 1929, foi aprovada a ideia de substituir a cruz, que seria colocada no alto da torre, pela imagem do Senhor Bom Jesus. Era preciso que a torre fosse terminada, uma vez que após a instalação do carrilhão, as obras ficaram quase paralisadas.
Entre as várias propostas dos interessados em construir a imagem do Senhor Bom Jesus, foi aceita a de Agostinho Odisio. Com a torre levantada e o carrilhão coberto, as peças da imagem foram transportadas da cidade de Limeira para Piracicaba no dia 11 de abril de 1932.
Entre as várias propostas dos interessados em construir a imagem do Senhor Bom Jesus, foi aceita a de Agostinho Odisio. Com a torre levantada e o carrilhão coberto, as peças da imagem foram transportadas da cidade de Limeira para Piracicaba no dia 11 de abril de 1932.
No dia 19, a imagem começou a ser montada e, no dia 22, com o badalar dos sinos e içada a bandeira papal, foi anunciado o término dos trabalhos.
As festas de inauguração do monumento do Senhor Bom Jesus foram marcadas para o período de 30 de julho a 15 de agosto de 1932, no entanto, em virtude do movimento constitucionalista, iniciado no dia 9 de julho, as festas programadas para o mês de agosto foram adiadas para os dias 5 a 15 de novembro.
As festas de inauguração do monumento do Senhor Bom Jesus foram marcadas para o período de 30 de julho a 15 de agosto de 1932, no entanto, em virtude do movimento constitucionalista, iniciado no dia 9 de julho, as festas programadas para o mês de agosto foram adiadas para os dias 5 a 15 de novembro.
Finalmente, no dia 13 de novembro de 1932, domingo, tendo como convidado especial o bispo Dom Francisco de Campos Barreto, deu-se a tão esperada inauguração de grandiosa imagem. Ainda foram necessários mais 5 anos para o magnífico templo ficar totalmente concluído, inaugurado em 1 de maio de 1938.
Depois do padre Francisco Borja Amaral, passaram pela paróquia os padres: Vicente Rizzo, Francisco Machado, João Batista Martins, Martinho Salgot e José Nardin. Após a paróquia ser confiada aos Salesianos de Dom Bosco no ano de 1972, passaram pela paróquia os seguintes padres: Otorino Fantin – SDB, Antonio Corso – SDB, Reynaldo Zaniboni Neto – SDB, Hugo Guarnieri – SDB, Aramis Francisco Biaggi – SDB, José Cipriano Filho – SDB, Essetino Andreazza – SDB e o atual Pároco, Antonio Célio Costa Francisco – SDB.
(Fonte de Pesquisa: Luiz Nascimento) IHGP
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