PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E
MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 07 de maio de 2016.
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 07 de maio de 2016.
Entrevista: Publicada aos sábados
no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
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http://blognassif.blogspot.com/
http://www.teleresponde.com.br/
ENTREVISTADA: FILOMENA NASCIMENTO MATTOS
ENTREVISTADA: FILOMENA NASCIMENTO MATTOS
Filomena Nascimento Mattos está
com 89 anos, com muita disposição física e mental, lembra-se de fatos que vivenciou.
Com seu marido formaram um casal arrojado que em férias percorreram longas
distâncias, aventurando-se até o Uruguai e Argentina, dirigindo um Fusca ou uma
Kombi. Assim conheceram novas culturas, pessoas e lugares. Esportista, Filomena
praticava natação, ciclismo. Acumulou junto com seu marido uma coleção de
troféus e medalhas. Seus pais eram de Capão Bonito.
FILOMENA NASCIMENTO MATTOS
Qual era o nome do seu marido?
Pedro Máximo de Mattos, nós
tivemos três filhos: Valdir, José Carlos e Jayme.
A senhora pintou belos quadros, como se
desenvolveu essa sua veia artística?
No principio eu pintava panos de
enxugar pratos. Surgiu uma vontade muito grande pintar um quadro. Passei a
freqüentar aulas em um ateliê que funcionava junto a uma loja de artigos para
pintura.
Quantos quadros a senhora chegou a pintar?
Foram uns treze quadros. Gosto
muito de pintar flores, pássaros, borboletas.
O que a senhora sente quando está pintando um
quadro?
Sinto-me feliz! E quando vejo o
quadro pronto sinto-me muito feliz!
Em média quanto tempo a senhora gasta para
pintar um quadro?
Demoro mais de um mês, é um
processo muito lento, minucioso. Geralmente faço pintura a óleo.
FILOMENA E UM DOS SEUS QUADROS
A senhora gosta de
música?
Meu marido era musicista. Ele
tocava flauta, bandolim, violino. Ele tocava na orquestra regida pelo Maestro
Mahle.
O seu marido fazia serenata para a senhora?
Fazia! Aqui no Lar dos Velhinhos
o pessoal pedia para que ele fizesse serenatas.
A senhora tem alguma música pela qual tem
preferência?
Sendo música de boa qualidade eu
gosto de todas as músicas. Prefiro as músicas suaves. Das músicas do passado eu
gostava muito as interpretadas pelo cantor Vicente Celestino (Antônio Vicente Filipe
Celestino), sendo que a
música “O Ébrio” é uma das minhas preferidas, foi um enorme sucesso na época,
segunda metade da década de 40.
VICENTE CELESTINO "O ÉBRIO"
Carlos Galhardo - Fascinação ( Fascination - 1957 )
Francisco Alves - O dia que me queiras (El día que me quieras - 1945)
Gostava muito de Carlos Galhardo ( Catello Carlos Guagliardi ), Francisco
Alves (Francisco de Morais Alves). Eu era fã deles. Eu
cantava no Coral do Maestro Ernst Mahle e da Igreja Metodista.
Como se
deu o encontro da senhora com o seu futuro marido?
O pai dele
conhecia a nossa família e deu o endereço do meu pai para procurá-lo. Ele ficou
alguns tempos no hotel. Após uns três meses na cidade de Itapetininga ele me
viu e simpatizou-se comigo. Ele via que eu estava lendo romances, sempre levava
um romance para que eu lesse. Cada vez que ele vinha trazia um romance.
Vocês
começaram a namorar?
Eu não percebi
que ele estava me namorando. Passaram alguns anos ele estava no Exército.
Quando ele foi dar baixa procurou o meu pai e disse: “-Agora vou dar baixa e
vou ter que procurar serviço! Ou então vou fazer carreira no Exército!”.
Infelizmente como soldado naquela época não era tido como um bom partido, meu
pai disse que se ele quisesse me namorar não poderia continuar no Exército. Meu
pai arrumou um emprego para ele na Estrada de Ferro Sorocabana.
Meu então
namorado era muito criativo, ele fez um simulacro de um telegrafo e passou a
treinar o código Morse. Ele fez os testes, entrou em primeiro lugar como
telegrafista na Estrada de Ferro Sorocabana. Foi trabalhar em Santos, que era o
único lugar onde tinha vaga. Ele sempre mandava telegrama para mim. Eu não
mandava nada para ele. Meu pai não admitia que tivéssemos muito entrosamento.
No fim ele fez carreira na Sorocabana onde permaneceu por 40 anos.
Vocês
casaram-se em qual cidade?
No civil
casamos em Itapetininga e no religioso casamos em Botucatu. Moramos em Botucatu
uns quatro meses, meu marido foi removido para Itapetininga. Lá ele fez o curso
ginasial, colegial. Prestou concurso para trabalhar no escritório da Estrada de
Ferro Sorocabana. Entrou como telegrafista, trabalhou uns anos em Itapetininga
e daí foi removido para São Paulo, lá cursou a faculdade e prestou concurso
para administração. Ele aposentou-se como Oficial Administrativo. A Sorocabana
era uma família. O termo portador era utilizado para denominar quem fazia a
faxina.
A
senhora morava em que local de São Paulo?
Morei em
Barueri. Meu marido trabalhava na Estação Julio Prestes, hoje Sala São Paulo.
Estação Julio Prestes antiga Estrada de Ferro Sorocabana Ponto Turistico
INTERIOR DA ESTAÇÃO JULIO PRESTES
Pegava o trem em Barueri e descia em São Paulo, era só subir a escada e ele já
estava no seu local de trabalho. Nesse tempo eu já estava começando a costurar
para alfaiate. De Barueri eu ia até o Brás, São Paulo era muito diferente,
saíamos tranqüilos, eu ia ao Brás sozinha, era longe, eu ia de trem até a
Estação Julio Prestes, lá pegava o ônibus e ia até o Brás. Pegava as calças,
todas cortadinhas, trazia para minha casa, só costurava. Eram alfaiates finos,
trabalhavam para artistas de rádio e televisão. Trabalhei uns dez anos com
costura. Naquela época usava-se muito linho, tergal. Costurar linho é
complicado, mas acaba aprendendo-se. Os alfinetes ajudam muito. Com isso fomos
ajuntando dinheiro para adquirir uma casa, lá nós pagávamos aluguel. Com nossas
economias adquirimos uma casa em Sorocaba. Meu marido estava para aposentar-se.
Meus pais moravam em Sorocaba, eu tinha um circulo de amizades com pessoas da
cidade.
De
Sorocaba a senhora mudou-se para que cidade?
Eu vim para
Piracicaba, residir no Lar dos Velhinhos. Vim para fazer uma visita a uma
amiga, a Hermínia, que morava aqui, ela tinha uma filha que sofreu um acidente
e ficou paraplégica, na época eu tinha muitas pessoas que eram conhecidas e
moravam no Lar. A Hermínia pediu se eu não podia vir morar aqui e assim eu dava
uma ajuda a ela. Meu marido e eu viemos. Naquela época o Lar dos Velhinhos era
bem menor, passado um mês nós viemos. Eu tinha 50 anos, meu marido era mais
velho, faz 49 anos que eu moro aqui no Lar dos Velhinhos de Piracicaba. Eu
acredito que tem uma moradora mais antiga do que eu aqui no Lar, a Therezinha
Monteiro. Com o dinheiro que ganhamos em Barueri adquirimos uma casa bem no
centro da cidade de Sorocaba, só que fizeram um prédio em frente da casa, além
de tirar a visão perdemos a liberdade de irmos para o quintal, vendemos a casa
lá e construímos uma casa no Lar dos Velhinhos.
Após
parar com a costura a senhora fez alguma outra coisa?
Trabalhei com
artesanato, fiz chinelos de quarto, em Sorocaba trabalhei com arte culinária,
fiz curso de comida natural, fiz na LBA- Legião Brasileira de Assistência que
havia naquele tempo. A soja estava em voga, aprendi a fazer centenas de pratos
tendo a soja como matéria prima. É um alimento que gosto muito. Aprendi a fazer
leite de soja, carne, feijoada vegetariana, tofu, quibe, pastel. Eu ensinava em
hospital, creche e igreja. Nós fazíamos os produtos, dávamos uma espécie de
festinha e convidávamos as pessoas interessadas em aprender. Elas experimentavam
os produtos, se gostassem faziam o curso para aprender a fazer. Foi um sucesso,
eu era funcionária da LBA. Fiquei dez anos nessa atividade. Eu dava cursos
desde Iperó até Itararé. Trabalhei muito com hospitais.
Hoje o
leite de soja que é comercializado tem conservantes, isso altera o produto?
Isso adultera
o produto. Após tirar o leite de soja, o bagaço nós aproveitamos para fazer
outros alimentos como quibe, cocada, que por sinal fica muito gostosa. Primeiro
colocamos de molho a soja, na véspera, no dia seguinte batemos no
liquidificador, com um pano bem fininho vamos espremendo, hoje já até existe um
espremedor especial. Sai o leite. O bagaço põe na panela com um pouco de leite
de soja e vai engrossando, Poe um pouco de leite condensado. Fica uma delicia.
Infelizmente temos muitas pessoas que são acomodadas, não querem ter o trabalho
de fazer alguma coisa com as próprias mãos. Preferem ir a um supermercado onde
todos os produtos têm conservantes adicionados. Eu evito consumir esses tipos
de produtos.
Essa
sua preferência por produtos naturais é responsável pelo fato da senhora com 89
anos estar com a saúde perfeita?
Graças a Deus!
Sou muito metódica em todos os meus hábitos. Isso facilita a minha vida. Sempre
gostei muito de bordar, depois que comecei a pintar dei preferência a pintura. Bordava
tela. Aqui no Lar fiz muita coisa para exposição.
A
senhora conhece a artista Denise Storer?
Conheço muito!
Fiz uma excursão para Campos do Jordão com ela. Pintei flores, paisagens. Fiz
umas oito exposições, ganhei certificados de Honra ao Mérito. É uma terapia. A
amizade que fazemos é muito boa.
Quando
a senhora e seu marido mudaram-se para Piracicaba o seu marido estava
aposentado pela Estrada de Ferro Sorocabana.
Aqui no Lar
dos Velhinhos ele fazia serenatas.
A
senhora assiste noticias na televisão?
Com relação a
televisão só assisto uma novela bíblica. Tem o canal da Igreja Adventista. Assisto
mais noticiários, tenho acompanhado a situação política atual, o Brasil já
passou por muitas situações. Quando eu era criança meus pais contavam que ocorreu uma revolução no
Estado de São Paulo, a Revolta Paulista de 1924, também
chamada de, "Revolução do Isidoro", Comandada pelo general reformado Isidoro Dias Lopes, a revolta ocupou a cidade por 23 dias.
A cidade de São Paulo foi bombardeada por aviões do Governo Federal. Meus pais moravam em Itapetininga. Foi feio, não podíam sair ás ruas. Os aviões passavam a todo instante. Passei a ter um enorme medo de avião. Hoje não tenho mais. Tenho algumas poucas lembranças da Revolução Constitucionalista de 1932. Eu nasci em 1927. Na Segunda Guerra Mundial meu marido foi convocado para servir, ele deveria ir para a Itália. Pelo fato dele trabalhar como foguista na locomotiva, ele serviu transportando soldados para Santos, muitas vezes ficava dia e noite trabalhando. Nós éramos recém-casados. Graças a Deus ele não foi pelo fato de ser foguista, não podia deixar a locomotiva sem lenha.
A cidade de São Paulo foi bombardeada por aviões do Governo Federal. Meus pais moravam em Itapetininga. Foi feio, não podíam sair ás ruas. Os aviões passavam a todo instante. Passei a ter um enorme medo de avião. Hoje não tenho mais. Tenho algumas poucas lembranças da Revolução Constitucionalista de 1932. Eu nasci em 1927. Na Segunda Guerra Mundial meu marido foi convocado para servir, ele deveria ir para a Itália. Pelo fato dele trabalhar como foguista na locomotiva, ele serviu transportando soldados para Santos, muitas vezes ficava dia e noite trabalhando. Nós éramos recém-casados. Graças a Deus ele não foi pelo fato de ser foguista, não podia deixar a locomotiva sem lenha.
Vocês
tinham o espírito de aventura?
Qualquer
feriado nós já saiamos, no caminho decidíamos para onde iríamos. Tivemos um
Fusca, com esse carro fomos à Argentina, Paraguai, Uruguai, lembro-me de que a
Argentina estava no período da Guerra das Malvinas, havia restrições para
locomover-se pelo território argentino. Teve um período em que tivemos uma
Kombi, se não achássemos hotel parávamos em algum posto policial ou pedágio,
naquela época já existiam alguns não tantos como hoje. Armávamos uma barraca ou
dormíamos dentro da Kombi. Com isso chegamos a conhecer até São Luiz, no
Maranhão. Fomos de Fusca, levamos sete dias para chegarmos. Tinha estrada, mas
não era asfaltada. O Fusca era verdinho bem clarinho e a Kombi era branca.
Íamos só nós dois. Os filhos ficavam em casa. Nessa época eles já estavam
estudando. Ficavam sozinhos, os dois, havia uma diferença de cinco anos entre a
idade de um e de outro, eu ensinei-os a cozinhar eles se viravam. Quando
telefonávamos avisando que íamos chegar eles preparavam até o almoço para nós.
Naquela época o telefone era muito precário, não havia a facilidade de
comunicação que temos hoje. Íamos muito para Caldas Novas para passar uns dias.
Isso faz uns vinte anos. Às vezes levávamos alguém daqui junto, para conhecer. Chegamos
a acampar por até três meses. Às vezes parávamos em uma estrada, meu marido
tinha feito uma cozinha que levávamos dentro da Kombi, armávamos umas redes em
árvores para descansar. A natureza era mais rica. Não tínhamos tantos recursos
de tecnologia que hoje são considerados essenciais, muito do que se compra são
bens supérfluos. Infelizmente as pessoas chegam a ficar enfurecidas se
dissermos algo a respeito. Os jovens levam uma vida desregrada, freqüentam as
“baladas”, muitas moças saem e voltam no dia seguinte algumas chegam para o
almoço. Ninguém sabe onde elas estiveram. Para se viver bem temos que ter uma
vida regrada. Sermos pacientes. Querer tudo na hora acaba com as pessoas.
A
senhora pratica alguma atividade física?
Atualmente
não. Mas já pratiquei muito, na ACM – Associação Cristã de Moços fiquei por dez
anos, em Sorocaba. Também freqüentava o SESI. Com isso fiz diversas atividades
físicas. Caminhadas a distância, natação, ciclismo. Aqui em Piracicaba meu
marido e eu íamos cada um em uma bicicleta, da Rua do Porto até a ESALQ. Sempre
ganhamos prêmios, ultimamente pela participação com a nossa idade. Nunca fiquei
doente.
A
senhora é religiosa?
Sou
adventista. Tenho muita fé em Deus. Acredito nas promessas que Ele fez.
Essa
volúpia que o ser humano tem por poder e por dinheiro é um desvio?
É desvio! O
ser humano se apega mais ao dinheiro do que a Deus. Dinheiro é tudo para a
pessoa. O poder também. O mundo está envolvido só por isso, não se lembra que
teremos um fim e que não sabemos quando será.
Os
adventistas têm um principio de alimentação e conduta bastante metódica?
Tornei-me
adventista depois de me casar. Meu marido era adventista. Evitamos determinados
tipos de alimentos, aos sábados procuramos visitar as pessoas enfermas. A regra
da nossa vida é a Bíblia. Visitamos doentes, hospitais, não praticamos a
violência, a inveja prejudica mais a pessoa que tem inveja do que aquela que é
invejada. Ela cria um inferno para ela mesma. Ciúmes e inveja a Igreja procura
consertar.
Isidoro Dias Lopes
O
velho "cabo de guerra" é uma das personalidades nacionais mais
importantes do século XX. Gaúcho de Dom Pedrito (RS) - 30/6/1865 -
ingressou no Exército em 1883, na arma de Artilharia. Republicano, conspirou
contra o Império. Em 1893, abandonou o Exército Brasileiro e se integrou às tropas guerrilheiras
federalistas que lutavam contra a tirania de Floriano Peixoto. Preso, foi para
o exílio, em Paris. Anistiado, voltou ao Brasil em 1896, sendo reintegrado ao
Exército.
Em 1924, já general-de-brigada reformado, foi escolhido para chefiar a Segunda
Revolta Tenentista, que teve a cidade de São Paulo como palco
principal. Ao lado do major Miguel Costa, da Força Pública, e dos capitães do Exército Brasileiro, os
irmãos Joaquim e Juarez Távora, comandou a revolta contra o governo de Artur
Bernardes. Com o impiedoso bombardeio da cidade de São Paulo efetuado pelo
governo federal, que pretendia desalojar os insurretos, e que provocou a morte
de mais de 700 civis, o general retira sua tropa da Capital. Queria evitar um
massacre ainda maior. Instalado em Foz do Iguaçu (PR), os revolucionários
recebem, em abril de 1925, a adesão da coluna rebelde gaúcha, comandada pelo
capitão Luis Carlos Prestes. Izidoro é promovido pelos seus pares a
"Marechal da Revolução" e vai para a Argentina e Paraguai como a missão
de comprar armas e divulgar a Revolução no exterior. A chefia da Divisão
Revolucionária é entregue Miguel Costa, promovido a "general", tendo
o "coronel" Prestes como chefe do Estado Maior. Em fevereiro de 1927,
a 1ª Divisão Revolucionária (conhecida como Coluna Prestes), se interna na
Bolívia após 2 anos de marchas e combates pelos sertões de treze estados
brasileiros, encerrando suas atividades como tropa combatente. Contudo, seus
oficiais continuam conspirando do exílio.
Em 3 de outubro de 1930, estoura Revolução Liberal, e os "tenentes"
marcham ao lado de Getúlio Vargas, governador do Rio Grande do Sul e chefe do
Movimento, depondo Washington Luiz da presidência República. Izidoro,
promovido a general-de-divisão, está entre os revolucionários e assume do
comando da Segunda Região Militar, com sede em São Paulo. Mas logo se
desencanta com os rumos da Revolução de 30. Em 28/5/31 pede demissão do Comando
da Região e do Exército, abrindo mão de todas as vantagem e gratificações que
Getúlio lhe oferecera para permanecer o cargo, inclusive a patente de marechal.
Ao deixar o Comando, disse que preferia viver da caridade pública do que trair
sua consciência de revolucionário e democrata. Ainda em 1931, ao lado de
oficiais do Exército Brasileiro e da Força Pública, passa conspirar contra Vargas.
Em 9 de julho de 32, foi nomeado por lideranças civis e militares, chefe
militar supremo do Movimento Constitucionalista, que acabara de irromper. Com a
derrota dos paulistas, em 2 de outubro, foi para seu terceiro exílio, desta vez
em Portugal, retornando, anistiado, em 1934. Em 1935, foi sondado pelos
comunistas para participar do Movimento que acabou desaguando na chamada
Intentona de 27 de novembro. Mas rejeitou o convite, alegando que tinha horror
às ditaduras. Em 1937, foi um crítico feroz do Estado Novo, implantado em 10 de
novembro daquele ano por Getúlio Vargas, que acabou se tornando o ditador
absoluto do Brasil até o final de 1945. Izidoro Dias Lopes faleceu na cidade do
Rio de Janeiro em 27 de maio de 1949, aos 84 anos. Em 1957, quando São Paulo comemorou
os 25 anos da Revolução de 1932, seus restos mortais foram transladados para a
capital paulista onde repousam hoje do Mausoléu do Ibirapuera
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