quarta-feira, julho 09, 2008

Direito da UFPR muda direção

GAZETA DO POVO - Curitiba
Vida e Cidadania Ensino superior Quarta-feira, 09/07/2008
Direito da UFPR muda direção
Procurador vence primeira disputa eleitoral em mais de 15 anos no Setor de Ciências Jurídicas
Publicado em 09/07/2008 Ana Carolina Bendlin
Depois de mais de 15 anos sem haver disputa para o cargo de diretor do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o procurador federal Ricardo Marcelo Fonseca assume a função após vencer o adversário Juarez Cirino dos Santos em uma eleição que envolveu toda a comunidade acadêmica do curso de Direito. Professor da universidade há cerca de 14 anos, Fonseca assume o cargo no próximo dia 11, quando Luiz Alberto Machado se afasta da direção do setor em decorrência de sua aposentadoria.
Fonseca assume o cargo em um momento peculiar, já que o curso está prestes a ter seu número de vagas aumentado devido à adesão ao Programa de Apoio a Planos de Reestrturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). “Hoje, operamos com muitas limitações de espaço, de servidores e até mesmo de corpo docente, mas a nossa gestão vai ter de enfrentar essa situação e saber administrar esse crescimento da faculdade”, afirma. “Nosso principal objetivo é continuar fazendo com que o curso de Direito seja um curso de excelência e não apenas um local que prepara pura e simplesmente advogados. É claro que isso é muito importante, mas não basta. Temos de preparar juristas e cidadãos.”

Vida e Cidadania
Quarta-feira, 09/07/2008
Hedeson Alves/Gazeta do Povo
Ensino superior
Entrevista com Ricardo Fonseca, diretor eleito do Setor de Ciências Jurídicas da UFPR
Publicado em 09/07/2008


Qual é o impacto de questões jurídicas recentes, como a aprovação das pesquisas com células-tronco embrionárias, no ensino de Direito?
Esse exemplo específico revela uma grande perplexidade do Direito tal como ele era visto antigamente com as novas demandas da sociedade. O que ocorre é que nossa sociedade é veloz, com muitos desafios novos, e o Direito moderno tem uma estrutura conceitual já de pelo menos 200 anos, que não passou por mudanças tão brutais. Esses novos desafios demonstram como é necessário que o ensino jurídico seja feito de um modo a estar capaz de assimilar, refletir, discutir e entender a complexidade desse novo momento sem se prender a respostas prontas.
Quais seriam as principais demandas deste novo momento?
Eu poderia listar várias, as formas alternativas de solução de conflitos, uma nova inflexão no Direito do Trabalho, as recentes reformas do Processo Civil, a demanda que existe agora no Processo Penal, tudo isso faz parte de uma série de sintomas alinhados com uma grande mudança funcional: o papel do Direito em relação à ordenação da sociedade, em relação ao comando, ou em relação ao Estado. São transformações que exigem adaptações das nossas estruturas institucional, constitucional e administrativa. Se, há 200 anos, a estrutura e as funções que o Direito desempenhava estavam em congruência, hoje essa coerência já não é tão evidente.
E o mito da impunidade no Brasil? Ainda existe?
Acho que isso tem de ser encarado do ponto de vista histórico. Sim, temos uma impunidade. Sim, temos instituições que ainda precisam refinar o seu funcionamento. Mas digo que isso tem de ser encarado do ponto de vista histórico porque a atuação do nosso Estado enquanto instituição é bastante tardia. É claro que isso tem de ser superado, mas sem bravatas, com reflexão, com maturidade. E nesse ponto acredito que a universidade pode contribuir bastante, principalmente em relação a essa compreensão. (ACB)


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terça-feira, julho 08, 2008

Da "amiga" Moni

Recebi da querida "amiga" Moni,

Homens são como um bom vinho. Todos começam como uvas, e é dever da mulher pisoteá-los e mantê-los no escuro até que amadureçam e se tornem uma boa companhia pro jantar.



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domingo, julho 06, 2008

A.A. de Piracicaba


PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
Rádio Educadora de Piracicaba AM 1060 Khertz A Tribuna Piracicabana
Sábado das 10 ases 11 Horas da Manhã Publicada ás Terças-Feiras

JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
19 3433.8749 / 8206 7779 / 8167 0522
Rua do Rosário, 2561 Cep 13401.138 Piracicaba- S. P.
joaonassif@gmail.com
(05/julho/2008)
Entrevistado: A.A. de Piracicaba.
Quatro décadas recuperando vidas.

“O alcoolismo é uma doença física, mental e espiritual, progressiva, incurável e de término fatal.”
“Para surpresa nossa ficar sóbrio não é a experiência horrível e enfadonha que prevíamos. Quando bebíamos, viver sem o álcool parecia não ser vida. Mas, para a maioria dos membros de A.A., viver sóbrio é realmente viver uma experiência repleta de alegria e que achamos muito melhor de que os problemas que tínhamos quando bebíamos.” Depoimento de um alcoólico anônimo.
A irmandade A.A. está presente no Brasil desde 1947, em São Paulo desde 1964, sendo que no dia 9 de abril de 1965, foi fundado em São Paulo o Grupo Sapiens de Alcoólicos Anônimos. Madre Cristina, não alcoólica, da Faculdade SED Sapiens, conseguiu uma sala na parte de trás da entidade, que dava para a Rua Caio Prado, 120, ali foi o início do A.A. em São Paulo. Em 1968, a Assistente Social do Centro de Obras Sociais de Piracicaba procurou o Grupo Sapiens. Em 15 de outubro de 1968, formou-se o Grupo Piracicaba com o ingresso do primeiro companheiro. Hoje Piracicaba conta com 10 grupos de A.A. A Irmandade funciona através de mais de 97.000 grupos em 150 países. (Esses números de quando foram fornecidos até a presente data podem ter sido aumentados). Alcoólicos Anônimos é uma irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, forças e esperanças, a fim de resolver seu problema comum e ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo. O único requisito para se tornar membro é o desejo de parar de beber. Para ser membro de A.A. não há necessidade de pagar taxas ou mensalidades; são auto-suficientes, graças às próprias contribuições. A.A. não está ligada a nenhuma seita ou religião, nenhum partido político, nenhuma organização ou instituição; não deseja entrar em qualquer controvérsia; não apóia nem combate quaisquer causas. O propósito primordial é manter seus adeptos sóbrios e ajudar outros alcoólicos a alcançarem á sobriedade. O que AA não faz: 01. Recrutar membros, ou tentar aliciar alguém para juntar-se ao AA 02. Manter registro de seus membros ou de suas histórias. 03. Acompanhar ou tentar controlar seus membros. 04. Fazer diagnósticos ou prognósticos clínicos ou psicológicos. 05. Providenciar hospitalização, medicamentos ou tratamento psiquiátrico. 06. Fornecer alojamento, alimentação, roupas, emprego, dinheiro ou outros serviços semelhantes. 07. Fornecer aconselhamento familiar ou profissional. 08. Participar de pesquisas ou patrociná-las. 09. Filiar-se a entidades sociais (embora muitos membros e servidores cooperem com elas). 10. Oferecer serviços religiosos. 11. Participar de qualquer controvérsia sobre álcool ou outros assuntos. 12. Aceitar dinheiro pelos seus serviços ou contribuições de fontes não pertencentes ao AA 13. Fornecer cartas de recomendação á juntas de livramento condicional, advogados, oficiais de justiça, escolas, empresas, entidades sociais ou quaisquer outras organizações ou instituições. A tecnologia trouxe o “A.A.” também para a internet. Alguns links (endereços) interessantes:
Home Page AABR - Listas de e-mails - Chat de Voz - Chat de Texto
Home Page AAsobriedade - Listas de e-mails - Chat de Texto
Home Page Brasil & Portugal - Lista de e-mail - Chat de Voz
Home PageTerra da Luz - Chat de Voz
5 de Abril - Chat de Voz
Estes Grupos ajudam pessoas que têm dificuldades para freqüentar reuniões, pelos mais diferentes motivos, permitindo que não deixem de ter a oportunidade de se livrarem dos problemas do alcoolismo. Está aberto a todos os que desejarem participar, inclusive aqueles que freqüentam grupos ditos cara x cara, pois nos grupos on-line podem encontrar mais uma opção para manterem-se sóbrios e em recuperação, só por hoje. Tradicionalmente, os membros de A.A. sempre cuidaram de manter seu anonimato em nível público: na imprensa, no rádio, na televisão, no cinema e, mais recentemente, na Internet. Estiveram nos Estúdios da Rádio Educadora de Piracicaba, 1060 Khertz, no último dia 5 de julho de 2008, dois representantes dos Alcoólicos Anônimos: Reinaldo e Carlinhos.

ORAÇÃO DA SERENIDADE
"Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso, e sabedoria para distinguir umas das outras".
Reinaldo há quantos anos existe o A.A. de Piracicaba?
Eu pertenço ao primeiro grupo, que estará completando quarenta anos de existência em Piracicaba. Com 61 anos de idade e freqüentando o A.A. há 32 anos.
Carlinhos você já está no A.A. há quantos anos?
Eu sou um alcoólatra, e há dezessete anos pertenço á essa irmandade.
Com que idade você começou a ingerir álcool?
O primeiro gole foi sentado no colo do meu “nonno”! Eu não me lembro, minha mãe é que contou, meu avô tomava vinho e me pegava no colo. Eu gostava de ouvir o barulho da garrafa quando sai a rolha: “pum!”. Ele falava para mim: “-Quer tomar pum?” Acho que a doença do alcoolismo já se manifestou a partir dessa época. A Organização Mundial de Saúde considera o alcoolismo uma doença. Álcool foi para mim um despertar. Eu era uma pessoa muito tímida, com o álcool tornei-me extrovertido. Tive uma infância muito bonita. Em 1965 eu tinha 18 anos de idade, já estava “tomando todas”! O álcool tomou conta de mim de forma lenta e progressiva até atingir a minha falência humana.
Você tinha algum local preferido para tomar uns drinques?
Tomei bebidas alcoólicas nos bons restaurantes, em clubes freqüentados por pessoas da sociedade, no final eu estava bebendo em bares de quinta categoria. A sociedade já não me aceitava mais. Fui até eliminado de um clube famoso. Muitas vezes saia para uma noite, com dinheiro, talão de cheques. Eu bebia de forma compulsiva. No dia seguinte é que ia verificar. As vezes o talão de cheques com quatro canhotos em branco. Eu não me lembrava aonde tinha dado o cheque, o valor do cheque, para quem tinha dado esse cheque! Quando o telefone tocava em casa, assustado eu mesmo queria atender! Era algum funcionário de banco me chamando. Eu chegava tremendo no banco. Não sabia qual era o motivo de ser chamado. Geralmente, eram cheques de pequeno valor, com assinatura incorreta. Nesse período em que eu esperava para falar com a pessoa que havia me chamado eu me lembrava de Deus: “Faça com que não seja coisa muito grave!” Tive muitos acidentes com carro. Eu poderia ter matado alguém! Era quase todo mês um acidente. Uma vez reformei minha Brasília (N.J. Carro que era objeto de desejo dos jovens da época), eu estava tão feliz por ter feito a reforma nela e fui para uma “casa da noite”. Lá tomei todas! Perdi o controle e bati. No dia seguinte meu pai disse-me: “-Você acabou de reformar seu carro e já bateu!”. Na verdade eu estava morto, só faltava que me enterrassem!
O que você buscava cada vez que você saía e bebia?
Buscava a liberação! O álcool para mim era um anestésico! Todas as minhas preocupações iam embora, essa timidez sumia. Eu já era um dependente. O primeiro gole já desencadeava o segundo, o terceiro. Eu não conseguia me controlar. Eu sou portador de uma deficiência orgânica. A doença está dentro de mim. Quando cheguei ao A.A. percebi a fatalidade da minha situação. Ouvindo o Reinaldo testemunhando as dores que ele passou no alcoolismo eu inventariei a minha dor. Constatei: sou igualzinho a ele! Quando fui para o A.A. já havia me separado da minha esposa. Quem pediu ajuda para o A.A. foi meu pai, minha mãe, minhas irmãs. Eles pediram ajuda ao A.A. por que previram que o pior estava para acontecer. No dia 10 de maio, data do meu nascimento chegou um envelope na minha casa. Quando vi um envelope no abrigo da minha casa pensei: “-Acho que a minha ex-mulher, ou o meu filho, alguém se lembrou do meu aniversário!” Quando abri aquele envelope e deparei com material do A.A., queria morrer! Eu no A.A.? Eu alcoólatra? Eu não preciso disso, eu me controlo! Em agosto de 1991, eu estava alcoolizado, de pijama, ia deitar, tinha tomado algumas, quando um primo chegou á minha casa. Não sei como, saiu da minha boca a frase: “-Pai, o que o senhor acha de eu ir com meu primo ao A.A.?” Meu disse: “-Vai filho, que deve ser bom para você!”.
Existem muitas pessoas nessa situação?
Alcoolismo é a doença da família. Todo mundo esconde!
Você chegou a dar caixinha para garçom em festa?
Muitas! Eu nunca bebi pelo sabor, bebia pelo efeito, queria que subisse logo, me liberasse. Nas festas já tinha tomado alguma coisa antes para ver a cerimônia. Ao adentrar no salão de festas observava de imediato onde estava ele: “O Rei Álcool”! Minha preocupação exclusiva era se tinha o bastante, se iria dar para beber á vontade. O garçom passava com o aperitivinho, imediatamente eu tirava uma cédula e enfiava no bolso dele dizendo: “-Não deixe faltar nessa mesa!”.
Reinaldo (também conhecido pelo cognome Sabóia) ,há 32 anos você chegou ao A.A.?
Cheguei ao A.A. em 14 de julho de 1977. Cheguei arrasado, com uma facada no corpo, fruto de uma discussão em decorrência de um enterro, isso foi em família, por sinal todos eram alcoólatras. Após ter passado por procedimentos médicos, tendo inclusive colocado um dreno, quando recebi alta, a primeira atitude minha foi tomar meio litro de conhaque. Só sobraram na minha vida minha esposa e minha filha, que fui conhecer aos sete anos de idade.
Você conheceu sua filha apenas aos sete anos de idade por quê?
Porque eu não via nada na minha frente. Só via o álcool. O Rei Álcool. Na minha casa era só briga. Eu trabalhava em uma empresa em 1975. Bebia no bar, levantava tremendo, “tomava uma” para parar de tremer. O maior orgulho meu era ás seis horas da manhã ficar sentado na esquina com um copo de pinga, quem vinha comprar pão, leite, falava: “Nossa Sabóia! Mas já cedo você tomando isso? Você é forte heim!” Eu falava: “Não façam isso que vocês não podem vocês são doentes! Eu posso. Eu sei beber!” Para mim era motivo de grande orgulho, eu estava no auge! Por isso me afundei! Uma pinga não fazia nada. Duas não me faziam nada. Cinqüenta começava a mexer comigo. Eu não almoçava. Ia bebendo. Bebia cinqüenta pingas durante o dia. Quando chegava na hora do jantar, a minha esposa colocava a mesa, sempre havia a briga. Se a comida estivesse quente brigava por estar quente. Se estivesse fria brigava por estar fria. Sempre eu tinha que arrumar uma encrenca para poder ir beber. Eu não sabia quem eu era. Mas era sempre o “bonzão”.
Você trabalhava?
No serviço enquanto eu tinha condições de trabalhar eu trabalhava. Eles me respeitavam na empresa por causa do meu serviço. Eu era a cabeça ali dentro. Eles não conheciam o estagio do meu alcoolismo. O Alcoólatra é muito hábil em esconder sua doença. Nove horas da manhã já havia bebido uma garrafa de pinga. (Ele cita uma famosa marca). Já tinha comido quatro tomates com sal, para poder ter paladar para beber mais. Eu queria o efeito. Queria ficar “ligado” o dia inteiro, por isso que eu já não almoçava. Eu já tinha feito uma experiência a respeito, Um dia no bairro São Dimas, acabei de almoçar, almocei bem, isso foi em uma sexta-feira. Veio a preocupação: “Almocei bem, vai acabar o efeito!” Corri no bar, pedi um copo grande cheio de pinga com groselha, quando acabei de engolir, vomitei no peito do dono do bar! A comida com a bebida não são aceitos pelo organismo. Com o estomago cheio ninguém bebe. O alcoólatra bebe porque não come. Com isso vem a fraqueza, o delírio. Pelo fato de ter uma constituição física forte, eu não caía, virava um leão. Nunca tive problema com álcool. Ele nunca faltou para mim! Com dinheiro ou sem dinheiro o alcoólatra bebe.
Reinaldo, o senhor tem bebidas alcoólicas em sua casa?
Tenho! Se eu convidar alguém para almoçar em casa ofereço cerveja, se a pessoa gosta de tomar uma caipirinha, eu faço. Eu não proíbo ninguém de beber. Fico junto, mas não bebo, eu sou alcoólatra! Eu sofro a doença do alcoolismo! Eu evito salada com vinagre. Se alguém me der uma bala recheada com algum derivado de álcool, eu aceito a bala, disfarço e jogo fora. A coisa mais fácil que existe é parar de beber. Parei mil vezes. Mas voltava a beber. Eu não sabia que o mal está no primeiro gole. Fui convidado por um companheiro que por muito tempo bebemos juntos. Ele foi á minha casa, eu estava com meio litro de conhaque ao lado do sofá, um sofá que era só buraco, só armação. Ele me convenceu a ir até o A.A. A minha primeira reunião foi em um domingo, logo pela manhã.
Reinaldo a doença do alcoolismo afeta as pessoas sem discriminações?
O alcoolismo não escolhe pessoa, idade, pessoa, sexo, profissão, poder econômico. Não escolhe nada. É uma doença no seu início quase imperceptível, mas de forma traiçoeira, busca nas pessoas mais inteligentes e capacitadas, mais bem quistas na família. O alcoólatra tem como característica ser extremamente inteligente. De cada 10 pessoas 4 são alcoólatras, e ao que consta pelas últimas estatísticas, a mulher está bebendo mais do que os homens. A mulher consegue dissimular melhor. Teve um caso, em uma cidade vizinha, permaneci durante um mês trabalhando para conseguir descobrir que ela era alcoólatra. Ela bebia vodca, que era acondicionada dentro da máquina de lavar roupa, entre a lata e a borracha da máquina, o batom que ela usava disfarçava o hálito do álcool! Por ser uma pessoa inteligente não demonstrava sinais aparentes de estar alcoolizada. Outra mulher escondia na caixa de descarga do banheiro. Essa foi mais fácil identificar, ela usava cachaça, acabou caindo na minha frente.
Existe uma frase muito interessante no A.A.?
Carlinhos responde: “Se você quiser beber, o problema é seu. Se quiser parar de beber, o problema é nosso”.

quarta-feira, julho 02, 2008

Dois de Julho

Hoje é dois de julho, dia de festa na Bahia. Neste mesmo dia, em 1823, as tropas brasileiras entraram na cidade de Salvador, que era ocupada pelo exército português, tomando a cidade de volta. Por isso, "Dois de Julho" é uma data importantíssima para a Bahia e uma das mais importantes para a nação.





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A humanidade refinou a desumanidade. Melhoramos nossos instrumentais, pioramos nossos princípios.
J.U.NASSIF




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terça-feira, julho 01, 2008

Reverendo Ricardo Gomes Guttiérrez

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
Rádio Educadora de Piracicaba AM 1060 Khertz A Tribuna Piracicabana
Sábado das 10 ases 11 Horas da Manhã Publicada ás Terças-Feiras

JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
19 3433.8749 / 8206 7779 / 8167 0522
Rua do Rosário, 2561 Cep 13401.138 Piracicaba- S. P.
joaonassif@gmail.com
(11/JUNHO/2006)


Entrevistado: Reverendo Ricardo Gomes Guttiérrez

O trabalho voluntário é diferente do trabalho pago, características que o tornam especial. Os voluntários têm uma forte motivação pessoal, a qual produz um grande impacto no beneficiário. A Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho (Nos países islâmicos, o símbolo das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha é substituído pelo do Crescente Vermelho, a bandeira branca com uma lua crescente em vermelho) formam a maior organização de Voluntariado no mundo. Para Ruth Cardoso (falecida recentemente), não é preciso pedir licença a ninguém para ser voluntário. Cada um pode olhar ao redor e descobrir uma maneira de agir para o bem comum e para o desenvolvimento de sua comunidade. Uma ação voluntária pode começar muito antes do que se pensa. Ela tem início, muitas vezes, ainda na infância quando começamos a tomar consciência de algumas atitudes que podem contribuir para melhorar a vida em comunidade, preservar o meio-ambiente ou ajudar a reduzir as desigualdades sociais. Não há fórmulas nem modelos a serem seguidos. Alguns voluntários são capazes, por si mesmos, de olhar em volta, arregaçar as mangas e agir. Outros preferem atuar em grupo, juntando os vizinhos, amigos ou colegas de trabalho. Por vezes é uma instituição inteira que se mobiliza, seja um clube de serviços, uma igreja, uma entidade beneficente ou uma empresa. O Reverendo Ricardo Gomes Guttiérrez atua como voluntário em um patamar acima da compreensão humana. Faz parte do seu currículo imagens que retrata a mais profunda miséria, degradação, desespero, de enormes massas disformes em seu conteúdo e aparência. O cheiro da morte enoja, dá vômitos. As mutilações físicas e morais deixam seqüelas físicas e cicatrizes psicológicas. São situações extremas, onde o voluntário leva uma única certeza, a chance da sua própria sobrevivência física é tão remota como as das vítimas que vai servir. Dr. Ricardo foi assediado pela chamada grande imprensa, pelo fato de ser um dos poucos brasileiros presentes em algumas ocasiões, inclusive em locais aonde a imprensa, por motivos de segurança, foi impedida de chegar. Respeitando os princípios éticos assumidos, só agora, ele descreve, com exclusividade, o que é ser voluntário, não para se orgulhar dos seus feitos, mas para agradecer todos que o apoiaram espiritualmente, e á graça recebida do Deus a que ele serve e confia.
Reverendo o senhor pode fornecer alguns dos seus dados pessoais? A começar pelo nome completo. (risos)
Meu nome é Ricardo Gomes Guttiérrez, nascido em Uberaba, Minas Gerais em 12 de junho de 1962. Morei em Uberaba até os 16 anos de idade, por benção de Deus consegui passar no primeiro vestibular que prestei na Fuvest. Mudei para São Paulo para fazer a faculdade de odontologia na Unesp em Araraquara. A principio morei em uma pensão, logo me mudei para uma república que ficava em frente ao Diretório Acadêmico da faculdade. Formei-me em 1983. Sou filho de João Gomes Guttiérrez, já falecido e minha mãe Irenides Oliveira Guttiérrez, ela ainda mora em Uberaba. Meu pai tinha escritório de contabilidade, e minha mãe sempre foi dona de casa. Tenho uma irmã mais velha, com 47 anos, foi professora da Usp, hoje ela ministra mais cursos fora do Brasil. Outra irmã trabalha em Belo Horizonte, no Tribunal Regional do Trabalho. Tenho um irmão que é médico, mora em Santa Catarina, dedica-se á especialidade de ultra-som, ressonância. Hoje Moro em Santana de Parnaíba. Sou casado, minha esposa Vera é protética. Temos cinco filhos. Três são nossos de sangue. Estamos com um rapaz em casa, que é timorense, chama-se Valente Simões. Ele tem 30 anos de idade. Ele sofreu uma infecção do dente canino, o abscesso drenou pela glândula lacrimal, inchando a pálpebra, nariz. Em plena guerra não era possível tratar, seus pais morreram, ele espremeu para drenar o abscesso, houve sangramento, a mosca varejeira depositou ovo no local do ferimento. Ele teve berne. Isso resultou em uma deformidade facial expressiva. Sua vinda foi para tentarmos um transplante de face, que não foi viável. Após ter passado por 22 cirurgias, estamos refazendo a pálpebra onde é um buraco enorme. Metade do nariz com aba nasal sumiu. Atingiu os lábios inferior e superior até o masseter, ficando com os dentes todos expostos. Uma infecção com dor insuportável. Ainda deverá passar por umas cinco ou seis cirurgias. Ele quer voltar para o Timor. Temos o filho João Ricardo que está morando com a avó em Minas Gerais, fazendo cursinho. A Raquel é a filha do meio. O caçula é o Davi. A Zípora é filha de um amigo nosso de Minas.
Qual é a religião que o senhor professa?
Sou da Igreja Presbiteriana do Brasil. Somos evangélicos. Fui criado em igreja católica, quase fui padre, estudei no Colégio Diocesano. Na época da faculdade, comecei a freqüentar um grupo de estudos bíblicos na faculdade. Ali eu entendi a mensagem do evangelho, o ponto fundamental da palavra de Deus.
O senhor tem consultório próprio hoje?
Tenho. Em Alphaville. Sou dentista especializado em cirurgia Buco-Maxilo-Facial, faço desde cirurgia oncológica na cavidade bucal, ou periférica, cirurgia ortognática de correção deformidades severas ou não.
Quem o convoca para os serviços voluntários?
Financeiramente eu não ganho nada com o trabalho voluntário. Ás vezes eu faço dívidas! Convite vem de todos os lados. Sou dentista da família de um representante do corpo diplomático da Indonésia. Por ocasião da tragédia do Tsunami ele me convidou. Entendi que devia seguir para contribuir nesse trabalho. Quando estava já na Indonésia, dentro de um avião estava um japonês. Conversávamos á respeito das missões que já tínhamos realizados, até que ele me perguntou: “-Você trabalha para qual empresa?” Eu disse que tinha meu consultório particular em São Paulo. Eu havia saído com destino á Indonésia para prestar auxílio voluntário e deixei o consultório fechado. Ele não se conteve e perguntou: “-Mas como assim? Quem o patrocina?” Respondi que estava fazendo dívida para ser paga no período de um ano! Ele me disse: “-Sabe que o seu passe lá no Japão é quase igual ao de um jogador de futebol?” Disse-lhe: “-Como assim?” Ele então me respondeu que era funcionário da Mitsubishi, as pessoas não compram mais carros porque ele tem um farol arredondado, farol quadrado. A tecnologia está muito nivelada. No Japão ao adquirir um carro ou uma moto, o comprador consulta o site da fábrica, para ver se a marca é sovina, só quer saber de ganhar dinheiro. As empresas que apóiam trabalhos sociais, não pensam em tornarem-se o Faraó, dono do mundo! Esse é o fator que faz a concorrência quebrar! Ele me disse que estava em missão humanitária, e que isso constava no site da empresa! Esse é o fator decisivo para o consumidor comprar ou não aquela marca. No ano 2000 tive a oportunidade de conversar com a Professora Ruth Cardoso. Ela também fez a mesma pergunta para mim, quem estava me patrocinando? Eu disse que havia feito uma faculdade paga pelo governo, e nada mais natural do que devolver essa benção que recebi! Fui convidado para ser um dos diretores do Hospital Presbiteriano de Beirute, e estou quase aceitando!
O que o senhor acha a respeito da empresa patrocinar um voluntário com objetivos de ganhar mercado?
Boa pergunta! Temos que estar cientes de que não temos o controle do nosso futuro. No dia em que estive no Timor não morreu ninguém. O país estava em guerra, em estado de sítio, o exercito na rua, tinha toque de recolher, nunca vi tanta metralhadora, tanque de guerra, helicóptero, todos preparados para um contra-ataque da Indonésia que queria reconquistar o Timor, porque outras ilhas também queriam independência. A Indonésia achava melhor sufocar, pegar novamente o Timor para que os demais não tivessem o mesmo impulso de liberdade. Eu estava lá, não me aconteceu nada. Enquanto isso aqui no Brasil meu protético foi baleado. Outras pessoas morreram Risco de vida corre-se em qualquer lugar.
Quantos idiomas o senhor fala?
Português! (muitos risos). O resto eu engano! É uma boa pergunta. A língua na Indonésia é uma das coisas mais fáceis de aprender. Conheci uma moça que em 3 meses estava falando fluentemente. É uma língua que não tem o plural! A conjugação verbal é mais simples do que em inglês. Eu ás vezes falava em inglês, que é pior que o falado por eles! Fui aprendendo como dizer: Abra a boca. Onde está doendo? Quantos anos você tem? Lembro-me de que um dia disse á uma mulher: “ Barapá umur kamur?” Ela fez uma expressão de quem diz “Heim?” Repeti novamente, seguido pela mesma expressão dita por ela já com confiança. Quer dizer: “Você está com dor?” Ela abriu a boca, e pude fazer o procedimento correto. Quando eles percebem o nosso esforço para falar a língua deles, simplesmente eles vibram, amam com isso! Se tratarmos as pessoas com amor, recebemos amor e confiança de volta. São pessoas que estão sendo manipuladas de uma forma impiedosa, para tornarem-se fanáticos, mujahedins, homens-bomba. Se os Estados Unidos parassem de mandar soldados e mandassem missionários, médicos, voluntários para auxiliar essas pessoas, com certeza iria conquistar o amor, a simpatia desse povo, que com guerra e mortes não consegue.
Em quantos países o senhor já esteve?
Já nem sei mais! Acho que estive em cerca de 20 países. O último foi no Senegal em Thiès, Dakar. Fui lá para ajudar pessoas que mantém orfanatos comandados por brasileiros. É um país onde até hoje pratica a escravidão e o trafico internacional de crianças. Lá existem os marabus, são homens que vão á Guiné Nissau, Mali, Niger. Falam aos pais que doe seus filhos para eles os ensinarem, proporcionando-lhes um futuro melhor. Assim eles trazem crianças, de até 4 anos de idade. Dakar deve ter aproximadamente um milhão e meio de pessoas, cerca de quatrocentas mil crianças ficam perambulando pelas ruas pedindo esmolas! Os marabus as colocam esmolando, estabelecem o valor a ser arrecadado e caso não seja atingido a criança é espancada. Morrem muitas crianças. Eles praticam a infibulação que são as mutilações genitais (castração) de meninas. Muitas meninas morrem das complicações decorrentes.
O senhor tem um método pessoal de comunicar-se em cada país que vai trabalhar?
Eu transmito o que eu ouço. Depois escrevo. Tenho uma lista de termos praticados em cada localidade. Quando vou á um país, digo: “Escreve aqui.” No Senegal fala-se o francês. Eu não falava nada de francês. Após 30 dias descobri que o francês é como espanhol, só que piorado! É tão fácil falar! Eu moro em um bairro bem abastado em São Paulo. Quando você vai á casa de uma pessoa, ele quer mostrar a arquitetura da casa, os carros. Tem um “coitado” que tem seis carros da marca Ferrari na garagem! Quando você vai á casa de uma pessoa pobre, o que tem de maior valor é a comida! Ao chegar, caso seja convidado para comer significa uma honra que é difícil imaginar. Ele está dando aquilo que para ele tem o maior valor: a comida! Têm cada coisa a que somos obrigados a comer! Come-se primeiro e depois se pergunta o que era aquilo! Falar a língua deles é um grande fator de aproximação e amizade. Já comi anta, macaco, paca, jacaré, cobra, fígado de cachorro, tem coisa que até hoje nem sei o que era.
Na Indonésia, quando ocorreu o Tsunami, qual era a alimentação do senhor?
Meu estômago é como de avestruz! A gente comia o que tinha. O fedor de cadáver ficava impregnado na roupa, no corpo, no cabelo. A tragédia teve dimensões até difíceis de serem contabilizadas. Eu não comia nada que tinha proteína, pois sabia que não iria agüentar. Comia mais amido. Havia comida enviada pelo mundo inteiro. É impossível descrever o ambiente. As vezes o próprio pessoal que estava assistindo aos pacientes, muitas vezes não queriam nem comer, só choravam. Mães que saiam gritando procurando pelos filhos. Dia e noite permanecia aquela angustia. Havia pessoas que queriam morrer. Atendi a um senhor que tido saído para viajar, quando voltou ás quinze pessoas da sua família haviam morrido. Tive que dizer á uma enfermeira, no caso de ela não comer teria que embarcar de volta no primeiro helicóptero que chegasse.
Quantas ilhas têm a Indonésia?
São cerca de 60.000 ilhas. É o país mais lindo do mundo. Fala-se 800 línguas dentro da Indonésia. São 150 vulcões em atividade. ( N.J. No inicio do século XVII os holandeses estabeleceram ali a colônia das Índias Orientais Holandesas. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Holanda perdeu sua colônia para os japoneses. Com o final da guerra, o então imperador indonésio Sukarno, tendo cooperado com os japoneses declara a independência da ilha. Em 1965 o general Suharto, tomou o poder depois de grandes massacres. O general foi reeleito 5 vezes). Quando os portugueses saíram do Timor o território foi anexado á Indonésia.






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"Se beber não dirija"

"Há pessoas que só bebem em circunstâncias muito especiais. Mas consideram especiais todas as circunstâncias em que bebem."
Millôr Fernandes




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sábado, junho 28, 2008

Porte de Armas

Porte de armas
Em decisão histórica, a Suprema Corte dos EUA reconheceu o direito dos americanos de possuir armas de fogo como pistolas e revólveres, ao considerar "inconstitucional" uma lei de Washington D.C. que as proibia em sua jurisdição.




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quarta-feira, junho 25, 2008

Ancestral do modernos computadores completa 60 anos

Ancestral do modernos computadores completa 60 anos


24/06/2008 Ele foi carinhosamente apelidado de Baby, mas seu nome completo era Small Scale Experimental Machine - máquina experimental em pequena escala. Ele rodou seu primeiro programa no dia 21 de Junho de 1948, na Universidade de Manchester, Inglaterra.
Sucessor do ENIAC
O ENIAC, considerado o primeiro computador eletrônico do mundo, havia começado a funcionar apenas dois anos antes, em 9 de Novembro de 1946.
E agora os cientistas já conseguiam fazer funcionar o primeiro computador com os mesmos princípios básicos de funcionamento dos computadores atuais - um programa codificado era lido em uma memória de acesso aleatório (RAM), onde ele era executado.
Máquina revolucionária
O que agora parece simples foi uma verdadeira revolução na época. Essa capacidade de armazenar o programa fora dos circuitos eletrônicos do computador, lendo-o apenas quando ele precisava ser executado, trouxe uma praticidade sem precedentes a essas máquinas que ainda não passavam de meras curiosidades.
Agora era possível reprogramá-los rapidamente, para que eles desempenhassem um número virtualmente ilimitado de funções. Todos os computadores anteriores, inclusive o ENIAC, dependia de ligações físicas para ser programado.
RAM com válvulas eletrônicas
A memória RAM do Baby era feita com válvulas eletrônicas, com uma capacidade de armazenamento de 128 bytes. A única operação direta que o computador conseguia fazer era a subtração - operações de soma e multiplicação exigiam várias operações em seqüência.
O primeiro programa que o Baby rodou encontrava o maior número em uma pequena seqüência. Ele conseguiu encontrar o número 218 depois de efetuar mais de dois milhões de passos, o que demorou 52 minutos.
Nesta semana, 60 anos depois, a empresa de pesquisas Gartner anunciou que o mundo já possui um bilhão de computadores pessoais e que esse número deverá dobrar até 2014.





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domingo, junho 22, 2008

domingo, junho 15, 2008

Vou-me embora pro passado
Jessier Quirino "No rastro da Bandeira de Manuel"

Vou-me embora pro passado Lá sou amigo do rei Lá tem coisas "daqui, ó!" Roy Rogers, Buc Jones Rock Lane, Dóris Day Vou-me embora pro passado. Vou-me embora pro passado Porque lá, é outro astral Lá tem carros Vemaguet Jeep Willes, Maverick Tem Gordine, tem Buick Tem Candango e tem Rural.

Lá dançarei Twist Hully-Gully, Iê-iê-iê Lá é uma brasa mora! Só você vendo pra crê Assistirei Rim Tin Tin Ou mesmo Jinne é um Gênio Vestirei calças de Nycron Faroeste ou Durabem Tecidos sanforizados Tergal, Percal e Banlon Verei lances de anágua Combinação, califon Escutarei Al Di Lá Dominiqui Niqui Niqui Me fartarei de Grapette Nas farras dos piqueniques Vou-me embora pro passado.

No passado tem Jerônimo Aquele Herói do Sertão Tem Coronel Ludugero Com Otrope em discussão Tem passeio de Lambreta De Vespa, de Berlineta Marinete e Lotação.

Quando toca Pata Pata Cantam a versão musical "Tá Com a Pulga na Cueca" E dançam a música sapeca Ô Papa Hum Mau Mau Tem a turma prafrentex Cantando Banho de Lua Tem bundeira e piniqueira Dando sopa pela rua Vou-me embora pro passado.

Vou-me embora pro passado Que o passado é bom demais! Lá tem meninas "quebrando" Ao cruzar com um rapaz Elas cheiram a Pó de Arroz Da Cashemere Bouquet Coty ou Royal Briar Colocam Rouge e Laquê English Lavanda Atkinsons Ou Helena Rubinstein Saem de saia plissada Ou de vestido Tubinho Com jeitinho encabulado Flertando bem de fininho. E lá no cinema Rex Se vê broto a namorar De mão dada com o guri Com vestido de organdi Com gola de tafetá.

Os homens lá do passado Só andam tudo tinindo De linho Diagonal Camisas Lunfor, a tal Sapato Clark de cromo Ou Passo-Doble esportivo Ou Fox do bico fino De camisas Volta ao Mundo Caneta Sheafers no bolso Ou Parker 51 Só cheirando a Áqua Velva A sabonete Gessy Ou Lifebouy, Eucalol E junto com o espelhinho Pente Pantera ou Flamengo E uma trunfinha no quengo Cintilante como o sol.


Vou-me embora pro passado Lá tem tudo que há de bom! Os mais velhos inda usam Sapatos branco e marrom E chapéu de aba larga Ramenzone ou Cury Luxo Ouvindo Besame Mucho Solfejando a meio tom. No passado é outra história! Outra civilização...

Tem Alvarenga e Ranchinho Tem Jararaca e Ratinho Aprontando a gozação Tem assustado à Vermuth Ao som de Valdir Calmon Tem Long-Play da Mocambo Mas Rosenblit é o bom Tem Albertinho Limonta Tem também Mamãe Dolores Marcelino Pão e Vinho Tem Bat Masterson, tem Lesse Túnel do Tempo, tem Zorro Não se vê tantos horrores.


Lá no passado tem corso Lança perfume Rodouro Geladeira Kelvinator Tem rádio com olho mágico ABC a voz de ouro Se ouve Carlos Galhardo Em Audições Musicais Piano ao cair da tarde Cancioneiro de Sucesso Tem também Repórter Esso Com notícias atuais.

Tem petisqueiro e bufê Junto à mesa de jantar Tem bisqüit e bibelô Tem louça de toda cor Bule de ágata, alguidar Se brinca de cabra cega De drama, de garrafão Camoniboi, balinheira De rolimã na ladeira De rasteira e de pinhão.

Lá, também tem radiola De madeira e baquelita Lá se faz caligrafia Pra modelar a escrita Se estuda a tabuada De Teobaldo Miranda Ou na Cartilha do Povo Lendo Vovô Viu o Ovo E a palmatória é quem manda.

Tem na revista O Cruzeiro A beleza feminina Tem misse botando banca Com seu maiô de elanca O famoso Catalina Tem cigarros Yolanda Continental e Astória Tem o Conga Sete Vidas Tem brilhantina Glostora Escovas Tek, Frisante Relógio Eterna Matic Com 24 rubis Pontual a toda hora.

Se ouve página sonora Na voz de Ângela Maria "— Será que sou feia? — Não é não senhor! — Então eu sou linda? — Você é um amor!..."

Quando não querem a paquera Mulheres falam: "Passando, Que é pra não enganchar!" "Achou ruim dê um jeitim!" "Pise na flor e amasse!" E AI e POFE! e quizila Mas o homem não cochila Passa o pano com o olhar Se ela toma Postafen Que é pra bunda aumentar Ele empina o polegar Faz sinal de "tudo X" E sai dizendo "Ô Maré! Todo boy, mancando o pé Insistindo em conquistar.

No passado tem remédio Pra quando se precisar Lá tem Doutor de família Que tem prazer de curar Lá tem Água Rubinat Mel Poejo e Asmapan Bromil e Capivarol Arnica, Phimatosan Regulador Xavier Tem Saúde da Mulher Tem Aguardente Alemã Tem também Capiloton Pentid e Terebentina Xarope de Limão Brabo Pílulas de Vida do Dr. Ross Tem também aqui pra nós Uma tal Robusterina A saúde feminina.

Vou-me embora pro passado Pra não viver sufocado Pra não morrer poluído Pra não morar enjaulado Lá não se vê violência Nem droga nem tanto mal Não se vê tanto barulho Nem asfalto nem entulho No passado é outro astral Se eu tiver qualquer saudade Escreverei pro presente E quando eu estiver cansado Da jornada, do batente Terei uma cama Patente Daquelas do selo azul Num quarto calmo e seguro Onde lá descansarei Lá sou amigo do rei Lá, tem muito mais futuro Vou-me embora pro passado

by Cristiano



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sexta-feira, junho 13, 2008

Da. Lidia Lucano Crivelo

PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
Rádio Educadora de Piracicaba AM 1060 Khertz A Tribuna Piracicabana
Sábado das 10 ás 11 Horas da Manhã Publicada ás Terças-Feiras

JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
19 3433.8749 / 8206 7779 / 8167 0522
Rua do Rosário, 2561 Cep 13401.138 Piracicaba- S. P.
joaonassif@gmail.com
(11/JUNHO/2006)
Entrevistada: Da. Lidia Lucano Crivelo


Dona Lidia é o retrato vivo de uma geração que perpetua em seu intimo a garra dos imigrantes. O desejo de vencer transformou as adversidades em etapas a serem transpostas. As bases de sustentação do nosso país, do caráter do nosso povo, foram desenvolvidas com a fibra inabalável, construindo com risos e lágrimas uma nação que está mostrando a sua grandiosidade no cenário mundial. A junção de atos quase insignificantes, pequenas atitudes corriqueiras, a mesmice de um trabalho insano, o anonimato dos que realizam tarefas tidas como de menor importância, porém essenciais na vida dos grandes vultos. A memória privilegiada e a sua lucidez trazem a tona histórias de uma Piracicaba que se distancia a cada dia da história do seu passado, em função da famigerada globalização. Onde hábitos e costumes de um povo transformaram-se na geléia geral que hoje constitui grande parte da humanidade.
A senhora é natural do município de Piracicaba?
Sou filha de Serafim Lucano que veio de Padova, Itália, aos oito anos de idade e Rosa Parisch Lucano, ela era descendente de alemães. Nasci no dia 14 de junho de 1922 na Fazenda Olho D`Água propriedade do Dr. Francisco Toledo. Fica adiante de Saltinho, no sentido da cidade de Tietê. Os meus irmãos são: José, Romano, Eugênio, Avelina, Elza, Therezinha. Utilizávamos carroça ou trole com quatro rodas para a locomoção. Era estrada de terra. Nós praticamente não conhecíamos a cidade. Trabalhava na roça colhendo café, algodão. Naquela época tínhamos quase tudo que necessitávamos no próprio sítio. Plantando, tudo dava. Tínhamos arroz, feijão, o açúcar vinha de engenhocas que faziam o açúcar preto, açúcar batido. As nossas brincadeiras de criança era brincar de pega-pega, esconde-esconde, pular corda, brincadeira de roda, pata-choca. Lembro-me da brincadeira Vintém queimado, com uma corda, dez ou doze crianças. A primeira da fila diz: - Vintém queimado. A última pergunta: - Quem queimou? A primeira responde: - Ladrão dos porcos. A última responde: - Bendito vá daqui para lá. Todos eram puxados pela corda. Permanecia o lado que era mais forte ao puxar a corda. Quem perdia pagava um castigo. Era comum brincar de boneca usando uma abobrinha, com um palito furava o olhinho, o narizinho, a boquinha, enrolava um paninho e era uma boneca! Ou então uma espiga de milho, apanhada verde, tinha o cabelinho arruma e brincava. Com o chuchu colocava uns pauzinhos como pés e tínhamos os porquinhos. Depois mamãe começou a fazer boneca de pano. Ela aprendeu com uma senhora, então passamos a ter que tomar mais cuidado, não podia esquecer fora de casa, se chovesse iria molhar!
Quando os pais iam trabalhar na roça levavam as crianças?
Iam todos os filhos. Apenas as minhas irmãs Elza e Therezinha que nasceram na cidade de Piracicaba é que não chegaram a ir á roça. Os outros cinco iam. Mamãe dava de mamar para uma criança, na rede, no pé de café.
A família mudou-se para a cidade de Piracicaba?
Papai resolveu vir morar em Piracicaba. Eu tinha uns sete anos de idade. Viemos morar na fazenda do Ditoca. Passamos a morar o que na época era chamada de “Colônia do Ditoca”. Para quem segue no sentido Centro-Bairro da Avenida São Paulo, desde o Posto de Gasolina São Jorge até o Terminal de Ônibus, o lado direito era propriedade do Ditoca. A nossa casa ficava onde mais tarde foi construída a famosa padaria Pansa, ali tinha 15 ou vinte casas de colono. Todos trabalhavam na fazenda apanhando café, algodão, plantando arroz, feijão, milho. As casas situadas ali eram todas de barrote. Havia mais acima outras casas construídas com tijolos. Ao lado da Pansa existe uma baixada, era li que plantávamos arroz! Era uma várzea. A casa do Ditoca ficava próxima do local aonde depois veio a ser o Posto São Luiz. Ali ficava a sede. Atrás da casa ficava o pomar. No local onde hoje existe o Supermercado Guidi existia uma venda de propriedade do “Seu” Melico. Bem em frente é que ficava a casa do Ditoca e da sua esposa Dona Mocica. Ele tinha sete ou nove filhos, se não me engano um deles foi prefeito de Tiete. Já com sete anos de idade fui trabalhar na roça. Ás cinco e meia da manhã tinha que estar trabalhando. Papai fazia um foguinho no cafezal para esquentar a mão e poder apanhar café. Trabalhávamos até as seis horas da tarde. O patrão ficava andando a cavalo pelas ruas de café olhando se os empregados estavam trabalhando ou não. O nosso patrão, o Ditoca, dizia que: “-Diploma de filho de empregado era o cabo da enxada”.
As refeições eram feitas em quais horários?
Levantávamos, tomávamos um cafezinho e íamos embora. Ás oito horas mamãe ia com a cesta de comida, sempre tinha polenta. Polenta com ovo, polenta com lingüiça, polenta com sardinha. Ao meio-dia era o “minestrão”, a minestra, era feijão com macarrão tudo junto, e a Graça de Deus! (risos). Ás três ou quatro horas da tarde ela levava uma merenda, um bolo de fubá, ou uma banana, ou um mamão. Quando eram oito horas da noite, chegávamos á nossa casa e lavávamos as mãos e os pés, não havia banheiro, não havia pia, não havia nada! O banheiro era fora da casa, com uma fossa séptica. Depois de nos lavarmos, sentávamos á mesa e comíamos polenta de novo! Com ovo frito, com “futaia”! Futaia é ovo batido com cebola, bastante cheiro verde. Hoje conhecemos pelo nome de omelete! Comia quanta polenta podia comer, a mistura era pouca! Pão e bolo eram os que a mamãe fazia em casa, na época nem existia quase padaria. A primeira padaria que nós conhecemos ficava na Rua Benjamin Constant embaixo do pontilhão. (Era o pontilhão por onde passava o trem da Companhia Paulista e retirado do local na administração do prefeito José Machado).
Era comum usar sacos já utilizados para transporte de açúcar para confeccionar roupas?
Mamãe fazia roupas para nós com sacos de açúcar! Quando apanhávamos o café eram colocados panos embaixo do pé de café para não pegar pedrinhas nem terra. Abanávamos aquele café colocávamos em um saco, amarrávamos e os sacos eram transportados por carroça para a tuia. No término da colheita, aqueles panos eram dados para nós. Mamãe usava a sobra daqueles panos como lençol, para enxugar os pés, enxugar o rosto. Era uma miséria terrível! O pagamento geral era feito no final do ano, ao final da colheita. Durante esse período em que não recebíamos nada, retirávamos na venda do Sr. João Feliciano. Teve uma época e que fui á escola situada na Chave de Chicó. Tomava o trem da Sorocabana, que parava na Água Branca, pertinho da Igreja São João. Ali havia uma plataforma, íamos a pé até lá. Depois o Ditoca nos transferiu para o cafezal, onde havia uma casa mais próxima da plataforma para tomar o trem. Por dois anos freqüentei aquela escola. Lembro-me do nome de algumas professoras: Dona Cacilda, Dona Amélia, Dona Jacira. Depois o Ditoca trouxe de novo o papai para a colônia e com isso eu não pude mais ir para a escola, freqüentei a escola nos meus dez e onze anos de idade. Eu chorava porque queria ficar na escola. Precisei ficar olhando minhas irmãs que estavam crescendo, mamãe ia para a roça e eu ia junto, ajudava ela a trabalhar, a olhar as crianças menores. Meu pai pegava o couro do boi, limpava, estaqueava (esticar) com bambu, ele fazia uns espetos esticando, não perdia um pedacinho. Deixava o couro muito bonito. Ás vezes ele tirava o pelo, outras vezes não. Algumas pessoas queriam que ele fizesse reio, rédea, cabresto mantendo o pelo, porque ficava mais bonito. Outros já queriam que ele lixasse o couro, ficava branquinho.
A senhora foi trabalhar em outro serviço?
Com os meus treze ou quatorze anos minha mãe conversou com a Dona Mocica, e fui trabalhar de copeira na casa do “Seu” Ditoca. Passei a arrumar a mesa, varrer a casa, arrumar as camas. Tinha uma cozinheira e uma lavadeira. Mamãe nessa época ia lá pregar botões nas roupas, remendar meias, fazer doces: cocada, marmelada, goiabada, o que havia de frutas minha mãe transformava em doces. Enchia umas latas e guardava na dispensa. A chave ficava na mão da Dona Mocica. Lembro-me que eles tinham um rádio que era ligado a um acumulador. Como não tinha potência suficiente para ter um volume de som que todos escutassem, era ouvido por apenas uma pessoa por vez. Havia uma disputa muito grande entre os familiares para utilizarem o rádio. Tocava-se música caipira, samba. Os empregados nem sonhavam em chegar próximo do aparelho! Eu comecei a enjoar daquele serviço. Achava desagradável. Naquela época não existia banheiro completo, era um banheiro comum dentro da casa. Como era comum nas casas, eles usavam penico no quarto, eu tinha que fazer a limpeza! O Ditoca tinha uma escarradeira de louça. Ele cuspia muito. O chão da casa era assoalho, a lavagem era feita com soda caustica. Tinha uns 10 cômodos, era uma casa enorme. O chão não era encerado, só era lavado toda semana, com baldes de água. A Avenida São Paulo era uma estrada de terra. Quando algum carro ou caminhão passava pela estrada tinha que fazer uso de um trator ou burros para puxar porque ali atolavam mesmo! Era terrível. Do outro lado da hoje avenida, á esquerda de quem vai ao sentido centro bairro, era tudo pasto! A Fazenda do Ditoca tinha várias porteiras para entrar no cafezal: Porteira de Arame, Duas Porteiras e uma porteira que encerrava o terreno dele que era divisa com as famílias Momesso e Pupim.
Saindo da fazenda do Ditoca a senhora foi trabalhar onde?
Fui trabalhar na casa do “Seu” José Carlini, açougueiro, conhecido também como José Mata Burro. Ficava no primeiro quarteirão da Rua Governador Pedro de Toledo, no sentido bairro centro. Na esquina da Rua Governador com a Rua Joaquim André havia a sapataria do Fustaíno, na mesma calçada ficava o açougue, só que era antes da sapataria. Tinha o “Seu” Gobbo, que fazia arreio de burro, tinha em seguida a casa de um sírio, depois era a casinha que o “Seu” José morava. Ele tinha duas filhas, a Nancy e a Marjorie e o filho Ebear. A esposa era a Dona Helena. Nessa época conheci meu marido, Antonio Crivelo.
A senhora casou-se onde?
Casei-me na Catedral, quem celebrou o nosso casamento foi o Monsenhor Rosa, isso foi no dia 9 de janeiro de 1943. Era ainda a chamada Igreja Matriz, a catedral antiga de uma torre só. Era tão bonitinha por dentro. Era bem menor. Quando construíram essa nova ela permaneceu dentro! Construíram a nova catedral em volta da antiga igreja e foram derrubando aos poucos a igreja mais antiga que tinha permanecido dentro da nova! Casei-me e fomos morar na Vila Rezende.
Em que lugar da Vila Rezende a senhora foi morar?
(Risos) Fui morar no Sanatório São Luiz! Era um lugar onde ficavam os tuberculosos. Na época era terreno do Engenho Central. O nosso patrão era Mário Areas Witier, filho da Baronesa de Resende, que tomava conta dos empregados que colhiam cana e levavam ao Engenho Central. Ele tinha uma casa muito bonita. Tinham construído a casa onde minha sogra morava, e a casa onde fui morar. O Mário era uma pessoa maravilhosa. Sentava no chão, chamava meu sogro, meu marido para conversar com ele. Era uma pessoa muito humilde, muito bom.






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PORTUGAL CONVALESCIDO


MATERIAL RARÍSSIMO, NUNCA SAIU DE PORTUGAL, E PROVÁVELMENTE TRATA-SE DO ÚNICO EXEMPLAR
REMANESCENTE. RETRATA O ESPÍRITO DO POVO PORTUGUÊS AO RECEBER O REI VOLTANDO DE UM LONGO PERÍODO QUE PERMANECEU NO BRASIL.






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