Postado por Luiz Bassetti em 22/11/2008 17:44 HOJE A TARDE EM CURITIBA...CIMENTEIRO C37 SEGUINDO PARA O PATIO DE CURITIBA, PASSANDO PELO BAIRRO ALTO DA XV EM CURITIBA.
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sábado, novembro 22, 2008
PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
A Tribuna Piracicabana
http://www.tribunatp.com.br/
Entrevista: Publicada no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/
Entrevistada: Jussara Maria Siqueira Sansígolo
Jussara conquistou Piracicaba. Piracicaba conquistou Jussara. Jussara dança a vida, para ela dançar é viver. Quase um ritual sagrado. Vivifica a música. A vibração musical desperta nela uma alegria quase ingênua, porém de uma força extraordinária. Pode-se dizer que Jussara explode quando dança. Essa característica foi reconhecida desde os seus três anos de idade. Seu magnetismo pessoal, sua paixão pela dança, transformaram-na, até de forma precoce, em uma personalidade de Piracicaba. Por inúmeras vezes teve convites e oportunidades para integrar a seleta classe de artistas reconhecidos por sua atuação no eixo Rio-São Paulo, o sonho de muitos que aspiram ao estrelato nacional. O que mais fascina em Jussara é sua firmeza de caráter. Sempre soube definir muito bem suas metas e objetivos, algumas vezes até por intuição. Renegou a fama para continuar fazendo o que sempre gostou de fazer: dançar. Sem submeter-se a encilhamentos culturais. Pode-se dizer que se seu espírito para dança é indomável, sua autodisciplina é irretocável. A sua sólida formação moral, adquirida a partir do seu próprio berço, faz de Jussara uma das grandes figuras femininas da nossa época. Jussara nasceu em Piracicaba em 14 de dezembro de 1955, filha da professora Maria Angélica Fernandes Siqueira e do professor Juciê Roberto Siqueira.
A sua vida escolar iniciou-se onde?
Fiz o curso primário no Grupo Escolar Barão do Rio Branco. De lá fui para o Colégio Assunção, em seguida para o Colégio Estadual Dr. Jorge Coury. Em seguida fui fazer o curso de Letras na Unimep.
Com quantos anos você começou a estudar ballet?
Minha mãe colocou-me no curso de ballet quando eu tinha três anos de idade. Existem aulas específicas para crianças com essa idade! Eu me apaixonei pela dança e nunca mais parei, até hoje. A primeira escola em que estudei ballet funcionava na Escola de Música Dr. Ernest Mahle, a minha primeira professora de ballet foi Íris Ast. Depois tive Silvia Hage como professora, ela dava aulas na Societá Italiana di Mutuo Soccorso. Eram professoras de ballet clássico. Depois disso, o ballet em Piracicaba ficou um período estagnado. Não havia professoras dando aulas. Minha mãe dirigindo o seu automóvel passou a me levar para Campinas, na Escola Lina Penteado, íamos uma a duas vezes por semana. Nesse período o Lions Independência passoua trazer de novo o ballet para Piracicaba. Passei a fazer ballet no Lions Independência, que por coincidência tinha um docente da Lina Penteado, que foi meu professor. Foi a primeira escola com grande número de alunos, havia 1.500 estudantes de ballet!
Existe um vinculo entre o ballet de Piracicaba e o de Londres?
Estudei sempre o curso da Royal Academy of London. É um curso em inglês, vem uma pessoa da Inglaterra para realizar os exames. O certificado tem validade internacional. Este ano tenho nove alunos recebendo certificado de Londres, eles fizeram o exame em setembro.
Além do ballet clássico existem outras derivações de danças?
Muitas! O Baby Class para crianças de 3 a 5 anos de idade, o Pré Primary de 5 a 6 anos de idade, o Clássico, o Jazz, Contemporâneo, Flamenco, Dança Espanhola, Dança do Ventre, Dança de Salão, Sapateado, Street Dance. O balett clássico tem suavidade, o flamenco é forte, a dança do ventre é sensual, cada dança tem uma linguagem. O corpo responde á modalidade de dança que está realizando.
Qual é o significado do ballet para você?
Ballet é a minha vida! (risos). Vivi a vida intera com danças, me apresentando em teatros, acho que ballet é primordial para todo mundo, independente da profissão que vá seguir. O ballet, em qualquer das formas que se apresenta é um alicerce para a vida. Faz parte da formação, da disciplina, da postura. Percebem-se facilmente as crianças que fazem ballet daquelas que não fazem. O movimento em si é muito importante para extravasar. Eles passam a serem melhores alunos em outras atividades escolares, fazem uma redação melhor, se expressam melhor.
Há uma grande procura de clinicas psicológicas, psiquiátricas, independente da faixa etária. Se forem dados maiores incentivos para escolas de dança pode haver uma redução nessa busca? (N.J. Após uma pausa, Jussara respira profundamente e responde).
A dança é terapia. Tanto que existe dança terapia. Eu não sou psicóloga. Meu irmão é médico psiquiatra, e em sua clinica conta com uma equipe de quatro psicólogas. Tive a oportunidade de colaborar em um trabalho de dança terapia que foi realizado na clínica. Foi um sucesso! Só não levei adiante esse projeto por absoluta falta de tempo. É um trabalho maravilhoso. As crianças são muito criativas em sala de aula. Possuem leveza. Elas levam isso para casa! É um mundo muito colorido, com muita dança. Além de evitarem possíveis terapias, algumas corrigem a postura corporal. Médicos pediatras e ortopedistas indicam a dança como forma de tratamento. Após quatro a seis meses o resultado é visível. Já tive casos de alunas com Síndrome de Down. Não há necessidade de nenhuma linguagem especial, basta a energia do amor. Elas entrosam sem ter receber algum trabalho diferenciado.
Você tem filhos?
Um casal. Meu filho é apaixonado, ele adora. Quando vê minhas alunas dançando, ou quando me via dançando, ele sempre manifestou muito entusiasmo pela dança. Hoje tenho as minhas obrigações dentro da minha academia, a coordenação e direção da escola, muitos alunos, muitas montagens de apresentações. O bailarino tem que estar dedicado por inteiro. Não tenho como me apresentar em um palco, pensando que determinada aluna precisando da minha atenção. Eu não estaria totalmente como bailarina. Eu não consigo atuar pela metade.
É sua característica pessoal tratar a todas as pessoas, inclusive seus alunos, professores, com a mesma deferência?
A minha escola, Ballet Jussara Sansígolo, tem essa receptividade. As alunas que possuem um padrão financeiro mais elevado sabem que na hora do espetáculo isso não influi em nada. Vou pela arte! Cada um vai buscando seu tempo, seu espaço. São tratados com profissionalismo. Quem entra na minha escola já sabe. Pobre ou não, todos são tratados de forma que se sintam muito bem aqui. Hoje tenho por volta de duas centenas de alunos, sendo que tenho alunas de 3 anos de idade e alunas com mais de seis décadas de vida.
Qual é a proporção entre alunas e alunos?
Existem bem mais mulheres. Existem rapazes freqüentando a escola. Tem um caso bastante interessante, trata-se de um garoto de 11 anos de idade, que os pais o trouxeram sorrindo, com muita alegria por poderem dar essa oportunidade ao filho. Os pais gostam de dança de salão, andaram fazendo dança de flamenco. O menino está realizado. No dia 16 e 17 de dezembro será o primeiro espetáculo em que irá dançar. Essa força grande que ele está recebendo da família é bastante rara. Normalmente eles chegam já na fase adulta, por saberem que gostam de dançar, não se preocupam com a opinião familiar a respeito.
Esse preconceito do homem dançar ballet é uma característica da sociedade latina?
Hoje já diminui muito. Antigamente era um pensamento mundial. A própria mídia define para o indivíduo, segregando o que deve ser exclusivamente feminino ou masculino. Já está diminuindo bastante, mas ainda existe, principalmente com relação ao ballet clássico. O bailarino de flamenco já não sente essa discriminação, é uma dança mais forte, mais determinada. O Street Dance hoje é coreografada, não tem nenhum tipo de discriminação.
A dança pode despertar romantismo entre uma aluna e um aluno?
Existe um bailarino, que hoje é flamenco, mas que já fez ballet clássico na minha escola. Na ocasião ele namorava. Na época eu tinha uma bailarina também clássica. Montei um Pas de Deux (Passo a dois), romântico. Ele não olhava para a bailarina como deveria fazer. Eu dizia: “Marcelo, olha para a Diane com mais vida!”. Ele acabou descobrindo que gostava da Diane. Terminou o namoro com a moça que estava namorando e passou a namorar a Diane! Após doze anos de namoro, ele está com 30 anos de idade e ela com 28, estão na minha escola até hoje e irão casar-se no começo de 2009. E com certeza serei a madrinha! Eu disse que eles deveriam casar-se no palco, esse amor começou na dança! (Risos).
A bailarina tem que estar vigilante quanto a sua alimentação?
Sim, embora eu não deixe em minha escola como uma determinação. Acho que a dança tem lugar para todos. Independente de ser mais cheinho. Para os que pretendem seguir carreira existem limitações. De um modo geral ao faço restrições na minha escola. Eu tento usar uma forma suave para passar a mensagem. Se eles tiverem comendo uma bolacha, pergunto se trouxeram alguma fruta. Percebo que as crianças passam a trazer de lanchinho pêra, maçã. Caso queiram comer bolacha deixo que comam. A dança traz todos os benefícios possíveis, mas se a pessoa não estiver com a cabeça centrada na dança e gostando, a pessoa continuará com seus problemas. A bailarina tem que ter um ideal, sentir-se por completa. Para que isso aconteça cada um tem seu tempo. Cada pessoa tem suas características próprias.
Quanto tempo dura um curso de ballet?
O ballet clássico é longo. Elas entram com 3 anos de idade, e algumas já estão comigo há 10, 12 anos. Algumas delas são minhas professoras. Eu mesma estudo até hoje. Não danço mais faço aulas, existe a reciclagem, os programas mudam. Os professores estão periodicamente participando de cursos. Tem que fazer para saber mostrar.
Você já sonhou que estava dançando?
Muito. Principalmente em véspera de espetáculo, já sonhei que estava dançando, sonhei até que estava caindo no palco! (risos)
Algumas bailarinas podem sofrer alguma queda durante a apresentação?
Isso é mais comum acontecer do que se pensa. Até bailarinas famosas já vi cair no palco do Teatro Municipal de São Paulo. Isso acontece. As bailarinas quando dançam nas pontas dos pés, elas estão usando uma sapatilha que tem um pouco de gesso na extremidade. Hoje já estão lançando novos modelos de sapatilhas. Esse tipo de apresentação pode estar sujeito ao menor desequilíbrio da bailarina.
È verdade que os pés de uma bailarina são de uma aparência um tanto quanto trágica?
Imagine! Nem tanto, só tem um pouco de calinho! (risos).
Qual é o uniforme da bailarina?
Usa-se meia calça, collant, algumas gostam de usar saia. Usa quem quiser. E a sapatilha, que pode ser de couro, lona, couro sintético, no caso de sapatilha para meia ponta. A da ponta é feita de cetim. A bailarina deve usar coque. O cabelo solto atrapalha ao fazer movimentos.
Quantos dias por semana uma aluna tem aulas?
Dois dias por semana com a duração de uma hora cada aula, isso para crianças. A partir de 11 anos de idade passa a ser uma hora e meia cada aula.
Uma pessoa que nunca praticou dança pode se matricular com qualquer idade?
Pode. O ballet não tem limitações. O que acontece é que o curso deve ser voltado para aquela idade. A pessoa não terá o mesmo programa que é dado para uma criança de 3 anos.
Você tem muitas alunas da terceira idade?
Não tenho. Mas trabalhar com crianças e com pessoas da terceira idade é uma das minhas paixões.
A mulher está mais sujeita a osteoporose, a dança contribui para que a perda de cálcio seja menor?
Contribui. A dança propicia o fortalecimento, isso não significa que a partir de certa idade a pessoa não irá necessitar a ingestão de medicamentos que reforcem o teor de cálcio em seu organismo. A atividade física fixa mais o cálcio. Acho que com a idade as bailarinas irão cair e quebrarem. Não irão quebrarem e cair! (muitos risos).
Você desfilou no carnaval de Piracicaba?
Saí por vários anos. Isso aconteceu nos anos 1974, 1975 a 1976. Eu estava na minha casa, era só dançava ballet clássico, meu tio Waldomiro Lopes, e convidou para participar do desfile. A princípio considerei a proposta fora de propósito, até que pela insistência dele eu concordei desde que eu dançasse do meu jeito, sem regras. A dança para mim vem de dentro. Fui até a concentração da escola, aquele som era muito gostoso. Comecei a dançar com um pouco de coreografia, jogava minhas mãos, meus cabelos.
Baixou o samba em você?
Jussara responde rindo muito: “É bem por aí!”. Aquela cuíca. Aquele som me emocionava. A única condição era de que eu saísse na frente da bateria, eu queria aquele som muito próximo. Gravei um pedaço do ritmo da escola e saí á procura de discos de escolas de samba do Rio de Janeiro. Comprei todos que encontrei. Pensei nos atributos que uma pessoa tem que ter para sair desfilando na rua. O visual, cabelo, corpo, cor e resistência. Ia até o Clube de Campo de Piracicaba, nadava, tomava o sol da manhã. As 10 horas eu vinha colocava o disco da escola de samba do Rio e ficava dançando até ao meio dia. Das duas horas até as cinco horas da tarde eu dançava de novo. Minha mãe e meu pai ficavam admirados! Isso foi dos meus 15 aos meus 18 anos de idade. Eu olhava na televisão e via as pessoas que desfilavam no Rio de Janeiro quase sem roupa. Pensava, eu quero ter uma roupa que tenha muito brilho, quero ter um anel com pedras que brilhem em meu dedo. Minha mão bordava a minha roupa cheia de pedraria. Eu usava sapatilha, na época o pessoal saía muito de salto alto. Quando desfilei foi uma sensação. Foi notícia em de primeira página em todos os jornais da cidade.
Você lembra-se do trajeto do carnaval?
Os primeiros desfiles desciam a Rua Governador, entrava na Rua Prudente de Moraes, passava em frente ao cinema Politeama e subia pela Rua Boa Morte. Só que na época não existia tempo determinado para que a escola desfilasse. A escola que estava na frente sacrificava a escola que vinha atrás. Permanecia o tempo que queria em frente a arquibancada do júri. Cheguei a passar as três horas da manhã em frente ao júri, sendo que tinha começado a sambar as 10 horas da noite! Olhe a resistência que era necessária!
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Entrevistada: Jussara Maria Siqueira Sansígolo
Jussara conquistou Piracicaba. Piracicaba conquistou Jussara. Jussara dança a vida, para ela dançar é viver. Quase um ritual sagrado. Vivifica a música. A vibração musical desperta nela uma alegria quase ingênua, porém de uma força extraordinária. Pode-se dizer que Jussara explode quando dança. Essa característica foi reconhecida desde os seus três anos de idade. Seu magnetismo pessoal, sua paixão pela dança, transformaram-na, até de forma precoce, em uma personalidade de Piracicaba. Por inúmeras vezes teve convites e oportunidades para integrar a seleta classe de artistas reconhecidos por sua atuação no eixo Rio-São Paulo, o sonho de muitos que aspiram ao estrelato nacional. O que mais fascina em Jussara é sua firmeza de caráter. Sempre soube definir muito bem suas metas e objetivos, algumas vezes até por intuição. Renegou a fama para continuar fazendo o que sempre gostou de fazer: dançar. Sem submeter-se a encilhamentos culturais. Pode-se dizer que se seu espírito para dança é indomável, sua autodisciplina é irretocável. A sua sólida formação moral, adquirida a partir do seu próprio berço, faz de Jussara uma das grandes figuras femininas da nossa época. Jussara nasceu em Piracicaba em 14 de dezembro de 1955, filha da professora Maria Angélica Fernandes Siqueira e do professor Juciê Roberto Siqueira.
A sua vida escolar iniciou-se onde?
Fiz o curso primário no Grupo Escolar Barão do Rio Branco. De lá fui para o Colégio Assunção, em seguida para o Colégio Estadual Dr. Jorge Coury. Em seguida fui fazer o curso de Letras na Unimep.
Com quantos anos você começou a estudar ballet?
Minha mãe colocou-me no curso de ballet quando eu tinha três anos de idade. Existem aulas específicas para crianças com essa idade! Eu me apaixonei pela dança e nunca mais parei, até hoje. A primeira escola em que estudei ballet funcionava na Escola de Música Dr. Ernest Mahle, a minha primeira professora de ballet foi Íris Ast. Depois tive Silvia Hage como professora, ela dava aulas na Societá Italiana di Mutuo Soccorso. Eram professoras de ballet clássico. Depois disso, o ballet em Piracicaba ficou um período estagnado. Não havia professoras dando aulas. Minha mãe dirigindo o seu automóvel passou a me levar para Campinas, na Escola Lina Penteado, íamos uma a duas vezes por semana. Nesse período o Lions Independência passoua trazer de novo o ballet para Piracicaba. Passei a fazer ballet no Lions Independência, que por coincidência tinha um docente da Lina Penteado, que foi meu professor. Foi a primeira escola com grande número de alunos, havia 1.500 estudantes de ballet!
Existe um vinculo entre o ballet de Piracicaba e o de Londres?
Estudei sempre o curso da Royal Academy of London. É um curso em inglês, vem uma pessoa da Inglaterra para realizar os exames. O certificado tem validade internacional. Este ano tenho nove alunos recebendo certificado de Londres, eles fizeram o exame em setembro.
Além do ballet clássico existem outras derivações de danças?
Muitas! O Baby Class para crianças de 3 a 5 anos de idade, o Pré Primary de 5 a 6 anos de idade, o Clássico, o Jazz, Contemporâneo, Flamenco, Dança Espanhola, Dança do Ventre, Dança de Salão, Sapateado, Street Dance. O balett clássico tem suavidade, o flamenco é forte, a dança do ventre é sensual, cada dança tem uma linguagem. O corpo responde á modalidade de dança que está realizando.
Qual é o significado do ballet para você?
Ballet é a minha vida! (risos). Vivi a vida intera com danças, me apresentando em teatros, acho que ballet é primordial para todo mundo, independente da profissão que vá seguir. O ballet, em qualquer das formas que se apresenta é um alicerce para a vida. Faz parte da formação, da disciplina, da postura. Percebem-se facilmente as crianças que fazem ballet daquelas que não fazem. O movimento em si é muito importante para extravasar. Eles passam a serem melhores alunos em outras atividades escolares, fazem uma redação melhor, se expressam melhor.
Há uma grande procura de clinicas psicológicas, psiquiátricas, independente da faixa etária. Se forem dados maiores incentivos para escolas de dança pode haver uma redução nessa busca? (N.J. Após uma pausa, Jussara respira profundamente e responde).
A dança é terapia. Tanto que existe dança terapia. Eu não sou psicóloga. Meu irmão é médico psiquiatra, e em sua clinica conta com uma equipe de quatro psicólogas. Tive a oportunidade de colaborar em um trabalho de dança terapia que foi realizado na clínica. Foi um sucesso! Só não levei adiante esse projeto por absoluta falta de tempo. É um trabalho maravilhoso. As crianças são muito criativas em sala de aula. Possuem leveza. Elas levam isso para casa! É um mundo muito colorido, com muita dança. Além de evitarem possíveis terapias, algumas corrigem a postura corporal. Médicos pediatras e ortopedistas indicam a dança como forma de tratamento. Após quatro a seis meses o resultado é visível. Já tive casos de alunas com Síndrome de Down. Não há necessidade de nenhuma linguagem especial, basta a energia do amor. Elas entrosam sem ter receber algum trabalho diferenciado.
Você tem filhos?
Um casal. Meu filho é apaixonado, ele adora. Quando vê minhas alunas dançando, ou quando me via dançando, ele sempre manifestou muito entusiasmo pela dança. Hoje tenho as minhas obrigações dentro da minha academia, a coordenação e direção da escola, muitos alunos, muitas montagens de apresentações. O bailarino tem que estar dedicado por inteiro. Não tenho como me apresentar em um palco, pensando que determinada aluna precisando da minha atenção. Eu não estaria totalmente como bailarina. Eu não consigo atuar pela metade.
É sua característica pessoal tratar a todas as pessoas, inclusive seus alunos, professores, com a mesma deferência?
A minha escola, Ballet Jussara Sansígolo, tem essa receptividade. As alunas que possuem um padrão financeiro mais elevado sabem que na hora do espetáculo isso não influi em nada. Vou pela arte! Cada um vai buscando seu tempo, seu espaço. São tratados com profissionalismo. Quem entra na minha escola já sabe. Pobre ou não, todos são tratados de forma que se sintam muito bem aqui. Hoje tenho por volta de duas centenas de alunos, sendo que tenho alunas de 3 anos de idade e alunas com mais de seis décadas de vida.
Qual é a proporção entre alunas e alunos?
Existem bem mais mulheres. Existem rapazes freqüentando a escola. Tem um caso bastante interessante, trata-se de um garoto de 11 anos de idade, que os pais o trouxeram sorrindo, com muita alegria por poderem dar essa oportunidade ao filho. Os pais gostam de dança de salão, andaram fazendo dança de flamenco. O menino está realizado. No dia 16 e 17 de dezembro será o primeiro espetáculo em que irá dançar. Essa força grande que ele está recebendo da família é bastante rara. Normalmente eles chegam já na fase adulta, por saberem que gostam de dançar, não se preocupam com a opinião familiar a respeito.
Esse preconceito do homem dançar ballet é uma característica da sociedade latina?
Hoje já diminui muito. Antigamente era um pensamento mundial. A própria mídia define para o indivíduo, segregando o que deve ser exclusivamente feminino ou masculino. Já está diminuindo bastante, mas ainda existe, principalmente com relação ao ballet clássico. O bailarino de flamenco já não sente essa discriminação, é uma dança mais forte, mais determinada. O Street Dance hoje é coreografada, não tem nenhum tipo de discriminação.
A dança pode despertar romantismo entre uma aluna e um aluno?
Existe um bailarino, que hoje é flamenco, mas que já fez ballet clássico na minha escola. Na ocasião ele namorava. Na época eu tinha uma bailarina também clássica. Montei um Pas de Deux (Passo a dois), romântico. Ele não olhava para a bailarina como deveria fazer. Eu dizia: “Marcelo, olha para a Diane com mais vida!”. Ele acabou descobrindo que gostava da Diane. Terminou o namoro com a moça que estava namorando e passou a namorar a Diane! Após doze anos de namoro, ele está com 30 anos de idade e ela com 28, estão na minha escola até hoje e irão casar-se no começo de 2009. E com certeza serei a madrinha! Eu disse que eles deveriam casar-se no palco, esse amor começou na dança! (Risos).
A bailarina tem que estar vigilante quanto a sua alimentação?
Sim, embora eu não deixe em minha escola como uma determinação. Acho que a dança tem lugar para todos. Independente de ser mais cheinho. Para os que pretendem seguir carreira existem limitações. De um modo geral ao faço restrições na minha escola. Eu tento usar uma forma suave para passar a mensagem. Se eles tiverem comendo uma bolacha, pergunto se trouxeram alguma fruta. Percebo que as crianças passam a trazer de lanchinho pêra, maçã. Caso queiram comer bolacha deixo que comam. A dança traz todos os benefícios possíveis, mas se a pessoa não estiver com a cabeça centrada na dança e gostando, a pessoa continuará com seus problemas. A bailarina tem que ter um ideal, sentir-se por completa. Para que isso aconteça cada um tem seu tempo. Cada pessoa tem suas características próprias.
Quanto tempo dura um curso de ballet?
O ballet clássico é longo. Elas entram com 3 anos de idade, e algumas já estão comigo há 10, 12 anos. Algumas delas são minhas professoras. Eu mesma estudo até hoje. Não danço mais faço aulas, existe a reciclagem, os programas mudam. Os professores estão periodicamente participando de cursos. Tem que fazer para saber mostrar.
Você já sonhou que estava dançando?
Muito. Principalmente em véspera de espetáculo, já sonhei que estava dançando, sonhei até que estava caindo no palco! (risos)
Algumas bailarinas podem sofrer alguma queda durante a apresentação?
Isso é mais comum acontecer do que se pensa. Até bailarinas famosas já vi cair no palco do Teatro Municipal de São Paulo. Isso acontece. As bailarinas quando dançam nas pontas dos pés, elas estão usando uma sapatilha que tem um pouco de gesso na extremidade. Hoje já estão lançando novos modelos de sapatilhas. Esse tipo de apresentação pode estar sujeito ao menor desequilíbrio da bailarina.
È verdade que os pés de uma bailarina são de uma aparência um tanto quanto trágica?
Imagine! Nem tanto, só tem um pouco de calinho! (risos).
Qual é o uniforme da bailarina?
Usa-se meia calça, collant, algumas gostam de usar saia. Usa quem quiser. E a sapatilha, que pode ser de couro, lona, couro sintético, no caso de sapatilha para meia ponta. A da ponta é feita de cetim. A bailarina deve usar coque. O cabelo solto atrapalha ao fazer movimentos.
Quantos dias por semana uma aluna tem aulas?
Dois dias por semana com a duração de uma hora cada aula, isso para crianças. A partir de 11 anos de idade passa a ser uma hora e meia cada aula.
Uma pessoa que nunca praticou dança pode se matricular com qualquer idade?
Pode. O ballet não tem limitações. O que acontece é que o curso deve ser voltado para aquela idade. A pessoa não terá o mesmo programa que é dado para uma criança de 3 anos.
Você tem muitas alunas da terceira idade?
Não tenho. Mas trabalhar com crianças e com pessoas da terceira idade é uma das minhas paixões.
A mulher está mais sujeita a osteoporose, a dança contribui para que a perda de cálcio seja menor?
Contribui. A dança propicia o fortalecimento, isso não significa que a partir de certa idade a pessoa não irá necessitar a ingestão de medicamentos que reforcem o teor de cálcio em seu organismo. A atividade física fixa mais o cálcio. Acho que com a idade as bailarinas irão cair e quebrarem. Não irão quebrarem e cair! (muitos risos).
Você desfilou no carnaval de Piracicaba?
Saí por vários anos. Isso aconteceu nos anos 1974, 1975 a 1976. Eu estava na minha casa, era só dançava ballet clássico, meu tio Waldomiro Lopes, e convidou para participar do desfile. A princípio considerei a proposta fora de propósito, até que pela insistência dele eu concordei desde que eu dançasse do meu jeito, sem regras. A dança para mim vem de dentro. Fui até a concentração da escola, aquele som era muito gostoso. Comecei a dançar com um pouco de coreografia, jogava minhas mãos, meus cabelos.
Baixou o samba em você?
Jussara responde rindo muito: “É bem por aí!”. Aquela cuíca. Aquele som me emocionava. A única condição era de que eu saísse na frente da bateria, eu queria aquele som muito próximo. Gravei um pedaço do ritmo da escola e saí á procura de discos de escolas de samba do Rio de Janeiro. Comprei todos que encontrei. Pensei nos atributos que uma pessoa tem que ter para sair desfilando na rua. O visual, cabelo, corpo, cor e resistência. Ia até o Clube de Campo de Piracicaba, nadava, tomava o sol da manhã. As 10 horas eu vinha colocava o disco da escola de samba do Rio e ficava dançando até ao meio dia. Das duas horas até as cinco horas da tarde eu dançava de novo. Minha mãe e meu pai ficavam admirados! Isso foi dos meus 15 aos meus 18 anos de idade. Eu olhava na televisão e via as pessoas que desfilavam no Rio de Janeiro quase sem roupa. Pensava, eu quero ter uma roupa que tenha muito brilho, quero ter um anel com pedras que brilhem em meu dedo. Minha mão bordava a minha roupa cheia de pedraria. Eu usava sapatilha, na época o pessoal saía muito de salto alto. Quando desfilei foi uma sensação. Foi notícia em de primeira página em todos os jornais da cidade.
Você lembra-se do trajeto do carnaval?
Os primeiros desfiles desciam a Rua Governador, entrava na Rua Prudente de Moraes, passava em frente ao cinema Politeama e subia pela Rua Boa Morte. Só que na época não existia tempo determinado para que a escola desfilasse. A escola que estava na frente sacrificava a escola que vinha atrás. Permanecia o tempo que queria em frente a arquibancada do júri. Cheguei a passar as três horas da manhã em frente ao júri, sendo que tinha começado a sambar as 10 horas da noite! Olhe a resistência que era necessária!
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terça-feira, novembro 18, 2008
Passeio virtual pela Roma antiga
Novo programa do Google permite passeio virtual pela Roma antiga
San Francisco, 12 nov (EFE).- Passear pelo Coliseu Romano ou pelo Ludus Magnus sem sair de casa já é possível graças a uma ferramenta lançada hoje pelo Google que permite viajar no tempo -virtualmente- até a antiga Roma.O Google apresentou hoje Ancient Rome 3D para Google Earth, uma aplicação que recria em três dimensões 6.700 edifícios da Roma Antiga para que os usuários a percorram ou descubram seu interior como era no ano 320 durante o mandato do imperador Constantino.Entre os monumentos que se incluem estão as Basílicas de Julia e a de Maxentius, o Arco de Constantino ou o Ludus Magnus, onde treinavam os gladiadores e do que hoje só ficam ruínas.O programa, que pode ser baixado gratuitamente na Internet a partir de hoje, oferece também informação detalhada sobre muitos dos edifícios, elaborada por historiadores.A aplicação foi possível graças a uma cooperação do Google, as universidades da Califórnia em Los Angeles e o Instituto de Tecnologia Avançada para Humanidades da Universidade da Virgínia."Esta conquista demonstra como a tecnologia pode ajudar a promover a cultura e a disseminar o conhecimento", escreveu Gianni Alemanno, prefeito de Roma, no blog corporativo do Google."A idéia de que a tecnologia virtual permite às pessoas experimentar a cidade como era no ano 320 A.C. me enche de orgulho, um orgulho que herdei do glorioso passado de Roma", acrescentou.Paralelamente, Google lançou um concurso para professores de ensino fundamental e médio nos EUA a fim de que utilizem o Ancient Rome 3D como ferramenta educativa.
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San Francisco, 12 nov (EFE).- Passear pelo Coliseu Romano ou pelo Ludus Magnus sem sair de casa já é possível graças a uma ferramenta lançada hoje pelo Google que permite viajar no tempo -virtualmente- até a antiga Roma.O Google apresentou hoje Ancient Rome 3D para Google Earth, uma aplicação que recria em três dimensões 6.700 edifícios da Roma Antiga para que os usuários a percorram ou descubram seu interior como era no ano 320 durante o mandato do imperador Constantino.Entre os monumentos que se incluem estão as Basílicas de Julia e a de Maxentius, o Arco de Constantino ou o Ludus Magnus, onde treinavam os gladiadores e do que hoje só ficam ruínas.O programa, que pode ser baixado gratuitamente na Internet a partir de hoje, oferece também informação detalhada sobre muitos dos edifícios, elaborada por historiadores.A aplicação foi possível graças a uma cooperação do Google, as universidades da Califórnia em Los Angeles e o Instituto de Tecnologia Avançada para Humanidades da Universidade da Virgínia."Esta conquista demonstra como a tecnologia pode ajudar a promover a cultura e a disseminar o conhecimento", escreveu Gianni Alemanno, prefeito de Roma, no blog corporativo do Google."A idéia de que a tecnologia virtual permite às pessoas experimentar a cidade como era no ano 320 A.C. me enche de orgulho, um orgulho que herdei do glorioso passado de Roma", acrescentou.Paralelamente, Google lançou um concurso para professores de ensino fundamental e médio nos EUA a fim de que utilizem o Ancient Rome 3D como ferramenta educativa.
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domingo, novembro 16, 2008
TroopTube
Um ano e meio depois de restringir o acesso dos soldados ao YouTube e páginas similares, o Exército americano lançou um de compartilhamento de vídeos criado especialmente para eles. O TroopTube.
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Depois de virar piada na TV, Sarah Palin se transformou no centro de uma grande farsa na internet. Logo após o pleito que elegeu o democrata Barack Obama, no início de novembro, o canal conservador Fox News afirmou, com base em uma fonte anônima da campanha de John McCain, que a candidata a vice-presidência pelo Partido Republicano não sabia que a África era um continente. No início da semana, o âncora David Shuster, da MSNBC, desmascarou a fonte. "Tratava-se de Martin Eisenstadt, um assessor de McCain, que se identificou hoje como a fonte do vazamento", afirmou.
Há apenas um problema: Martin Eisenstadt não existe. Seu blog existe, mas ele não – apesar de, no blog, ele negar que não exista. O think tank onde ele trabalharia, o Instituto Harding para Liberdade e Democracia, também não passa de um sítio de internet. Os vídeos onde ele aparece no YouTube são falsos.
Lição
Eisenstadt é uma farsa muito bem elaborada que vem sendo posta em prática há meses. A MSNBC, que rapidamente corrigiu o erro, não errou sozinha: a revista New Republic e o jornal Los Angeles Times foram alguns dos veículos que também caíram na armadilha. Agora, uma dupla de cineastas desconhecidos alega ter criado Martin Eisenstadt para ajudá-los a lançar um programa de TV baseado no personagem. Eitan Gorlin – que interpreta o assessor nos vídeos – e seu parceiro Dan Mirvish dizem que não são a fonte dos vazamentos sobre as gafes de Sarah Palin; apenas assumiram a responsabilidade para chamar a atenção.
Os dois culpam a mídia e, em especial, a blogosfera pela facilidade que tiveram em armar a farsa. "Com o ciclo de 24 horas das notícias, eles absorvem tudo o que conseguem achar pela frente", diz Mirvish. Jeremy Gaines, porta-voz da MSNBC, explicou que o erro da emissora ocorreu porque alguém da redação recebeu a história em uma mensagem de e-mail de um colega e achou que as informações haviam sido verificadas. "[O conteúdo da mensagem] Não havia sido avaliado", diz Gaines. "Não devia ter ido ao ar."
Mais do que os veículos tradicionais, as maiores vítimas de Eisenstadt foram os blogueiros, que caíram no conto das informações falsas apesar de alertas na própria internet sobre o suposto assessor – inclusive uma investigação online por parte de um blogueiro que tentou, a todo custo, desacreditá-lo.
Plano sofisticado
A farsa teve início no ano passado, com vídeos curtos sobre um manobrista de carros – que era a idéia original da dupla para o programa de TV. Em vídeos posteriores – que atraíram dezenas de milhares de visitas online, e pouca atenção da mídia –, o personagem aparecia dirigindo e soltando elogios sem sentido ao político republicano Rudolph Giuliani.
Quando Giuliani abandonou a corrida presidencial, o personagem foi transformado em Eisenstadt, uma paródia a comentaristas políticos nas emissoras de TV a cabo. Ele logo se tornou assessor de John McCain e ganhou um blog, atualizado com supostos comentários de dentro da campanha, e outros blogueiros começaram a reproduzir seu conteúdo. O Instituto Harding também foi inventado.
Gorlin e Mirvish ainda produziram um pequeno documentário "da BBC", em vídeos postados no YouTube, no qual Eisenstadt aparecia como convidado. Em julho, quando a campanha de McCain comparou Barack Obama à socialite Paris Hilton, o falso assessor afirmou em seu blog que o telefone estava "queimando" no escritório republicano, com ligações irritadas do avô de Paris. O blog político do Los Angeles Times estava entre os que morderam a isca e reproduziram a história, citando Eisenstadt e colocando um link para sua página.
O blogueiro William K. Wolfrum foi quem seguiu as mentiras de Eisenstadt pela internet e, por diversas vezes, derrubou suas alegações. Gorlin e Mirvish elogiam sua persistência, e dizem que a mídia tradicional poderia aprender umas lições com ele. "Como se já não houvesse desinformação demais nesta eleição, foi chocante ver tanto tempo perdido com coisas que não existiam", afirmou Wolfrum em entrevista. Mas como saber se o blogueiro realmente existe e não é, na verdade, parte da farsa? "É, esta é uma pergunta difícil", responde. Informações de Richard Pérez-Peña [The New York Times, 13/11/08].
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Há apenas um problema: Martin Eisenstadt não existe. Seu blog existe, mas ele não – apesar de, no blog, ele negar que não exista. O think tank onde ele trabalharia, o Instituto Harding para Liberdade e Democracia, também não passa de um sítio de internet. Os vídeos onde ele aparece no YouTube são falsos.
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Eisenstadt é uma farsa muito bem elaborada que vem sendo posta em prática há meses. A MSNBC, que rapidamente corrigiu o erro, não errou sozinha: a revista New Republic e o jornal Los Angeles Times foram alguns dos veículos que também caíram na armadilha. Agora, uma dupla de cineastas desconhecidos alega ter criado Martin Eisenstadt para ajudá-los a lançar um programa de TV baseado no personagem. Eitan Gorlin – que interpreta o assessor nos vídeos – e seu parceiro Dan Mirvish dizem que não são a fonte dos vazamentos sobre as gafes de Sarah Palin; apenas assumiram a responsabilidade para chamar a atenção.
Os dois culpam a mídia e, em especial, a blogosfera pela facilidade que tiveram em armar a farsa. "Com o ciclo de 24 horas das notícias, eles absorvem tudo o que conseguem achar pela frente", diz Mirvish. Jeremy Gaines, porta-voz da MSNBC, explicou que o erro da emissora ocorreu porque alguém da redação recebeu a história em uma mensagem de e-mail de um colega e achou que as informações haviam sido verificadas. "[O conteúdo da mensagem] Não havia sido avaliado", diz Gaines. "Não devia ter ido ao ar."
Mais do que os veículos tradicionais, as maiores vítimas de Eisenstadt foram os blogueiros, que caíram no conto das informações falsas apesar de alertas na própria internet sobre o suposto assessor – inclusive uma investigação online por parte de um blogueiro que tentou, a todo custo, desacreditá-lo.
Plano sofisticado
A farsa teve início no ano passado, com vídeos curtos sobre um manobrista de carros – que era a idéia original da dupla para o programa de TV. Em vídeos posteriores – que atraíram dezenas de milhares de visitas online, e pouca atenção da mídia –, o personagem aparecia dirigindo e soltando elogios sem sentido ao político republicano Rudolph Giuliani.
Quando Giuliani abandonou a corrida presidencial, o personagem foi transformado em Eisenstadt, uma paródia a comentaristas políticos nas emissoras de TV a cabo. Ele logo se tornou assessor de John McCain e ganhou um blog, atualizado com supostos comentários de dentro da campanha, e outros blogueiros começaram a reproduzir seu conteúdo. O Instituto Harding também foi inventado.
Gorlin e Mirvish ainda produziram um pequeno documentário "da BBC", em vídeos postados no YouTube, no qual Eisenstadt aparecia como convidado. Em julho, quando a campanha de McCain comparou Barack Obama à socialite Paris Hilton, o falso assessor afirmou em seu blog que o telefone estava "queimando" no escritório republicano, com ligações irritadas do avô de Paris. O blog político do Los Angeles Times estava entre os que morderam a isca e reproduziram a história, citando Eisenstadt e colocando um link para sua página.
O blogueiro William K. Wolfrum foi quem seguiu as mentiras de Eisenstadt pela internet e, por diversas vezes, derrubou suas alegações. Gorlin e Mirvish elogiam sua persistência, e dizem que a mídia tradicional poderia aprender umas lições com ele. "Como se já não houvesse desinformação demais nesta eleição, foi chocante ver tanto tempo perdido com coisas que não existiam", afirmou Wolfrum em entrevista. Mas como saber se o blogueiro realmente existe e não é, na verdade, parte da farsa? "É, esta é uma pergunta difícil", responde. Informações de Richard Pérez-Peña [The New York Times, 13/11/08].
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COLUNET - PIRACICABA ANO I NÚMERO 2
DOCENTE DO CENA É PREMIADO NO JAPÃO
Juntamente com pesquisadores de universidades do Japão, Venezuela, Espanha, Portugal, Estados Unidos, Tailândia, República Checa, Alemanha e Reino Unido, Elias Ayres Guidetti Zagatto, docente do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), foi homenageado em Nagoya (Japão), pela Japanese Association for Flow Injection Analysis, entidade responsável pela outorga do FIA Honor Award for Science.
De Nagoya, onde participou da 15th International Conference on Flow Injection Analysis and Related Techniques e do 25º aniversário da associação japonesa, no período de 28 de setembro a 3 outubro, Zagatto trouxe diploma e medalha de mérito científico, honrarias que são concedidas àqueles que se destacam pela atividade científica na área de fluxo.
Perguntado sobre sua recente conquista declara - “compartilho esse prêmio com colegas, funcionários, alunos e colaboradores do CENA que, de alguma forma, contribuíram para o desenvolvimento das pesquisas na área de automação em Química Analítica nestes últimos 25 anos”.
O pesquisador
Engenheiro Agrônomo pela Universidade de São Paulo (1971), mestre em Energia Nuclear na Agricultura pela Universidade de São Paulo (1974) e doutor em Química Analítica pela Universidade Estadual de Campinas (1981).
Atualmente é professor titular do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo e membro titular da Academia Brasileira de Ciências. Suas atividades de pesquisa contemplam principalmente o projeto e desenvolvimento de sistemas de análises químicas em fluxo, com aplicações nas áreas agronômica, ambiental, farmacêutica e industrial.
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DOCENTE DO CENA É PREMIADO NO JAPÃO
Juntamente com pesquisadores de universidades do Japão, Venezuela, Espanha, Portugal, Estados Unidos, Tailândia, República Checa, Alemanha e Reino Unido, Elias Ayres Guidetti Zagatto, docente do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), foi homenageado em Nagoya (Japão), pela Japanese Association for Flow Injection Analysis, entidade responsável pela outorga do FIA Honor Award for Science.
De Nagoya, onde participou da 15th International Conference on Flow Injection Analysis and Related Techniques e do 25º aniversário da associação japonesa, no período de 28 de setembro a 3 outubro, Zagatto trouxe diploma e medalha de mérito científico, honrarias que são concedidas àqueles que se destacam pela atividade científica na área de fluxo.
Perguntado sobre sua recente conquista declara - “compartilho esse prêmio com colegas, funcionários, alunos e colaboradores do CENA que, de alguma forma, contribuíram para o desenvolvimento das pesquisas na área de automação em Química Analítica nestes últimos 25 anos”.
O pesquisador
Engenheiro Agrônomo pela Universidade de São Paulo (1971), mestre em Energia Nuclear na Agricultura pela Universidade de São Paulo (1974) e doutor em Química Analítica pela Universidade Estadual de Campinas (1981).
Atualmente é professor titular do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo e membro titular da Academia Brasileira de Ciências. Suas atividades de pesquisa contemplam principalmente o projeto e desenvolvimento de sistemas de análises químicas em fluxo, com aplicações nas áreas agronômica, ambiental, farmacêutica e industrial.
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Foto by J.U.Nassif ALEXANDRE SARKIS NEDER
A Tribuna Piracicabana
http://www.tribunatp.com.br/
Entrevista: Publicada no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/
Entrevistado: Alexandre Sarkis Neder
A Sociedade Beneficente Sírio-Libanesa de Piracicaba tem como lema “A União Faz a Força”, conforme cita o Prof. Dr. Elias Salum, em seu livro “Sua Gente E Sua História”, lançado em 2002, ano de comemoração do centenário dessa instituição. O jornalista e apresentador de televisão Alexandre Sarkis Neder é atualmente presidente da instituição. Com propósitos inovadores e arrojados, Alexandre Neder ao mesmo tempo em que preserva as memórias da SBSL, visualiza o presente e o futuro, inovando com a inclusão digital, ações sociais voltadas para a comunidade piracicabana, formulando projetos de obras de grande envergadura. O artista da televisão piracicabana é bastante conhecido do público, apresentando o Programa Neder Especial, desde 1999. O presidente Alexandre e seus diretores são depositários da credibilidade adquirida pela SBSL nesses mais de 100 anos de existência, que abriga entre seus associados muitos nomes de expressão local, nacional e até internacional. Uma responsabilidade e tanto!
Alexandre Neder você nasceu em Piracicaba?
Nasci em Piracicaba, no dia 30 de janeiro de 1969.
Qual é o nome dos seus pais?
Sou filho do Prof. Doutor Antonio Carlos Neder e da Professora Jamile Sarkis Neder.
Quando iniciou seus estudos?
Guardo até hoje a lembrança da minha primeira escola, a Escola Nova Recanto Infantil. Depois fui para o hoje denominado Colégio Salesiano Dom Bosco Assunção, depois fui para o Barão do Rio Branco e Colégio Piracicabano. Fiz o curso de jornalismo na Unimep. Sempre tive uma relação maior com a área central da cidade. Meus estudos foram feitos por aqui.
Como é realizar um programa na televisão?
O Programa Neder Especial teve o seu início ao surgir uma oportunidade junto á televisão local. Sempre tive vontade de realizar um programa de televisão. Em 1999 eu vinha de uma transição profissional, tinha terminado a minha etapa de oito anos no jornal O Democrata. Reuni um grupo de amigos, montamos uma pequena produtora e passamos a fazer o programa. É interessante observar que ao iniciar o projeto, temos como parâmetros um conceito pré-formulado. Ao colocar em execução esse projeto, há uma mudança no critério de quem executa o programa, há uma mudança no critério do programa. Em 1999 o Programa Neder Especial tinha um formato, hoje ele está bastante diferente, evoluiu, identificou-se com os anseios da cidade. O telespectador ao ligar a televisão procura um programa que seja do seu agrado. As críticas sempre foram muito importantes para realizarmos uma sintonia mais precisa com o público.
Qual é a linha do Programa Neder Especial?
Hoje a linha do programa tem algumas vertentes diferenciadas. No início o programa tinha um olhar jornalístico. Eram feitas entrevistas mais pesadas, entrevistas de fundo, que esmiuçavam o entrevistado. Ainda fazemos entrevistas dessa natureza, mas não é uma constante de todos os programas que apresentamos. Anteriormente eu via essa característica como sendo obrigatória para a apresentação do programa, uma pauta com conteúdo mais jornalístico. Alteramos esse conceito. Hoje abrimos para a cobertura de eventos, embora a formação como jornalista seja bem acentuada ao apresentarmos um entrevistado. Embora estejamos falando sobre a festa que está sendo realizada, acabamos formulando perguntas de cunho político, social ou econômico, com abrangemos assuntos que não se restringem apenas a festa em si. Realizamos também as entrevistas jornalísticas, feitas em estúdio ou externa. Há muita matéria relacionada com a área de saúde, um aspecto que considero muito importante para que seja abordado pelos meios de comunicação. Quando é aberto um espaço para o especialista comunicar-se é prestado um grande serviço á comunidade. Infelizmente para grande parte da população não há uma cultura de prevenção de doenças. Ao ver um profissional abordando certas características de determinada doença, o portador da mesma identifica-se pelos sintomas que são apresentados. Há a conscientização, ela então procura um médico. Esse sacerdócio do jornalismo deve ser mantido e levado á frente.
Quantos profissionais compõem a equipe que realiza o programa?
A equipe é composta por um número de seis pessoas permanentes: o apresentador, o editor, a pessoa que faz a pós-produção, cinegrafistas. Há ainda uma jornalista que é produtora, participa das formulações de pauta. Dependendo do evento que será realizado, do projeto editorial, existem programas que são bem diferenciados, nesses casos há a necessidade de agregarmos mais profissionais para realizarmos a contento a nossa tarefa. Com isso a nossa equipe de trabalho passa a ser uma parte da nossa família. É uma outra família. Muitas emoções são divididas pelo grupo, com isso um passa a fazer parte da história do outro.
Fazer televisão no interior é uma tarefa arrojada?
Acredito que fazer televisão no interior é uma missão além de arrojada também heróica. Não falo apenas por mim. As dificuldades são muito grandes. Quando alguém de um centro maior, como São Paulo, como por exemplo, a pessoa fica assustada com os preços que praticamos, são valores extremamente acessíveis. Desperta também a atenção do visitante a nossa criatividade para driblar dificuldades técnicas. Eu considero que no interior fazemos televisão inda de uma forma mais poética. Isso apesar de estarmos a cada dia aprimorando o nosso trabalho com o uso de equipamentos de ponta, agregando sempre as novas tecnologias.
Qual é o publico que você atinge hoje?
A TV Beira Rio tem uma abrangência muito grande na cidade. Primeiro pela tradição. Pelo fato de ser a primeira TV da cidade. Outro fator é que com o passar dos anos, consolidou-se como uma emissora de programação bastante diversificada. Tem um jornalismo atuante. Quando é feito um projeto de divulgação pelo anunciante são imediatamente lembrados de alguns veículos de comunicação, considerados básicos. A TV Beira Rio está entre esses veículos. É uma televisão de grande penetração. Principalmente por usar o sistema UHF de transmissão. Ela não está só na TV a cabo. O fato de estar sendo utilizado o sistema UHF fica mais difícil estabelecer um limite de até onde a televisão atinge. Isso é gostoso. Já tive a experiência de visitar bairros mais afastados do centro da cidade, e fiquei surpreso com o número de pessoas que assistem a TV, no caso, particularmente o nosso programa. Fatos que de início consideramos que não seriam tão importantes para determinadas regiões da cidade, nesses contatos percebemos o quanto eles eram valorizados pelos moradores locais. Há uma carência de informações locais. Hoje atingimos não só a classe formadora de opinião, mas principalmente estamos chegando a camadas mais populares. Isso não é um aspecto só do meu programa, mas da TV Beira Rio com sua grade de programação. Isso é conseqüência de um trabalho fundamentado em propostas de prestação de serviços e de uma grande variedade de programas que são apresentados.
Cada programa apresentado tem quanto tempo de duração?
Ele tem no mínimo uma hora de duração. Pode ultrapassar cinco ou dez minutos. Já tivemos programas especiais de até duas horas de duração.
É fundamental para a existência do programa que ele tenha patrocínio, como é tratada essa questão?
No início, quando comecei a fazer o programa o patrocínio funcionava de um jeito. Hoje tem outras características. Para lançar um produto são inúmeras as dificuldades. No início é muito difícil. Depois fica só difícil! O nosso patrocínio tem diversos formatos, como a vinheta de trinta segundos, que é um patrocínio mais tradicional, Fazemos o merchandise, onde destacamos um produto, uma empresa. A reportagem comercial tem uma grande aceitação por parte do lojista, do comerciante. Tem características informativas de cunho comercial. Com aspectos de informação jornalística e não de informe publicitário. É uma diferenciação que atingimos com anos de experiência.
Nos tempos de rádio, você narrou partidas de futebol?
Fui repórter de campo da Rádio Difusora de Piracicaba. Eu cobria sempre o adversário do XV de Novembro. O Roberto de Moraes cobria o XV. Isso foi na época em que o XV disputava o campeonato paulista da primeira divisão e o campeonato brasileiro da segunda divisão. A diversidade de jogadores de outras equipes obrigava a ter um lembrete do número da camisa do jogador e o seu nome. Isso enquanto ele está usando o uniforme. A entrevista feita no vestiário, com o atleta sem o número correspondente, exigia certo malabarismo, particularmente aqueles de clubes de localidades distantes, como por exemplo, de Belém do Pará. Nessa hora o repórter tinha que usar de muita habilidade para abordar o atleta com seu respectivo nome. Isso tudo sendo transmitido ao vivo. Em campo, o repórter podia ser abordado por torcedores, que da arquibancada exibiam os mais diversos tipos de comportamentos, inclusive agressivos. Principalmente aqueles torcedores embalados por ingestões de bebidas alcoólicas.
O ouvinte de uma transmissão pelo rádio nem sempre percebe o que de fato está ocorrendo no estúdio. A televisão é uma janela instantânea, onde tudo é perceptível, inclusive as falhas?
Na televisão o apresentador tem que ser mais objetivo e ao mesmo tempo não há espaço para mudar uma pergunta. No rádio há mais improviso. Na TV por causa da imagem é quase inexistente certo tio de improviso do qual o rádio se utiliza. Até certo ponto, na transmissão pela TV é possível consertar alguma falha, depois desse limite não há como. Isso na transmissão feita ao vivo.
Além das celebridades locais e regionais, você já entrevistou artistas de renome nacional?
Posso citar um caso muito curioso. Gravei uma entrevista com Cauby Peixoto no Hotel Antonio’s, em Piracicaba. Foi uma entrevista muito interessante. Um artista do quilate de Cauby Peixoto mostrou ser extremamente profissional, valorizando mais ainda sua imagem. A atenção que ele dedicou ás nossas perguntas, sem usar da sua condição de astro reconhecido para impor qualquer tipo de restrição ao teor e á duração da entrevista. Isso não é muito comum quando abordamos pessoas desse nível.
Você conseguiu desvendar o grande segredo de Cauby Peixoto, a sua idade?
Isso eu não consegui! Ele não conta para ninguém.
Além do Programa Neder Especial, uma outra atividade que você exerce é a presidência da Sociedade Sírio-Libanesa de Piracicaba?
Hoje eu exerço a minha atividade na televisão e a administração da Sociedade Beneficente Sírio- Libanesa. Assumimos no dia 24 de janeiro desse ano, com nossa diretoria. Felizmente estamos conseguindo cumprir a nossa programação. Estamos colocando novas propostas não só para o associado, mas também á serviço da cidade. Estamos fazendo com que a palavra que integra o nome da nossa sociedade, Beneficência, torne-se cada vez mais presente. Todos os eventos que realizamos esse ano tiveram um caráter social, beneficente. Além de ser uma entidade que congrega os sírios e libaneses de Piracicaba, tem que colaborar na construção de uma cidade mais justa e inclusiva.
Recentemente foi anunciado um projeto próprio da SBSL de inclusão digital?
É um projeto que temos muita alegria em realizá-lo. O nosso prédio é pequeno. Desde a gestão passada há a intenção de adquirir-se um novo local. Esperamos nessa gestão concretizarmos a aquisição de mais um prédio. O objetivo é realizar atividades com um número maior de pessoas, aumentarmos o atendimento. Nesse momento a nossa intenção é de deixar o prédio atual extremamente ocupado, e com caráter beneficente. Conseguimos dispor de um espaço onde construímos uma sala aparelhada com computadores, criamos ali o Centro de Inclusão Digital e Ensino Profissionalizante. Trabalhamos em parceria com algumas empresas da cidade e com professores de informática. A prioridade é o atendimento para os adolescentes da Casa do Bom Menino.
Esse centro pode ser usado pelo associado?
Um fato que chama a atenção é de termos pessoas com idades acima de 70, 80 anos, que descobriram a internet e estão mudando as suas vidas. Estão tendo um prazer a mais. Estão realizando a comunicação instantânea, com voz e imagem, com seus parentes do exterior. Isso contrasta com a realidade existente há algumas décadas, onde comunicar-se com um parente no exterior envolvia a espera de determinada hora do dia, e um custo bastante elevado.
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PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
Foto by J.U.Nassif FOTO PARCIAL DA FACHADA DA SBSL
A Tribuna Piracicabana
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Entrevista: Publicada no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/
Entrevistado: Alexandre Sarkis Neder
A Sociedade Beneficente Sírio-Libanesa de Piracicaba tem como lema “A União Faz a Força”, conforme cita o Prof. Dr. Elias Salum, em seu livro “Sua Gente E Sua História”, lançado em 2002, ano de comemoração do centenário dessa instituição. O jornalista e apresentador de televisão Alexandre Sarkis Neder é atualmente presidente da instituição. Com propósitos inovadores e arrojados, Alexandre Neder ao mesmo tempo em que preserva as memórias da SBSL, visualiza o presente e o futuro, inovando com a inclusão digital, ações sociais voltadas para a comunidade piracicabana, formulando projetos de obras de grande envergadura. O artista da televisão piracicabana é bastante conhecido do público, apresentando o Programa Neder Especial, desde 1999. O presidente Alexandre e seus diretores são depositários da credibilidade adquirida pela SBSL nesses mais de 100 anos de existência, que abriga entre seus associados muitos nomes de expressão local, nacional e até internacional. Uma responsabilidade e tanto!
Alexandre Neder você nasceu em Piracicaba?
Nasci em Piracicaba, no dia 30 de janeiro de 1969.
Qual é o nome dos seus pais?
Sou filho do Prof. Doutor Antonio Carlos Neder e da Professora Jamile Sarkis Neder.
Quando iniciou seus estudos?
Guardo até hoje a lembrança da minha primeira escola, a Escola Nova Recanto Infantil. Depois fui para o hoje denominado Colégio Salesiano Dom Bosco Assunção, depois fui para o Barão do Rio Branco e Colégio Piracicabano. Fiz o curso de jornalismo na Unimep. Sempre tive uma relação maior com a área central da cidade. Meus estudos foram feitos por aqui.
Como é realizar um programa na televisão?
O Programa Neder Especial teve o seu início ao surgir uma oportunidade junto á televisão local. Sempre tive vontade de realizar um programa de televisão. Em 1999 eu vinha de uma transição profissional, tinha terminado a minha etapa de oito anos no jornal O Democrata. Reuni um grupo de amigos, montamos uma pequena produtora e passamos a fazer o programa. É interessante observar que ao iniciar o projeto, temos como parâmetros um conceito pré-formulado. Ao colocar em execução esse projeto, há uma mudança no critério de quem executa o programa, há uma mudança no critério do programa. Em 1999 o Programa Neder Especial tinha um formato, hoje ele está bastante diferente, evoluiu, identificou-se com os anseios da cidade. O telespectador ao ligar a televisão procura um programa que seja do seu agrado. As críticas sempre foram muito importantes para realizarmos uma sintonia mais precisa com o público.
Qual é a linha do Programa Neder Especial?
Hoje a linha do programa tem algumas vertentes diferenciadas. No início o programa tinha um olhar jornalístico. Eram feitas entrevistas mais pesadas, entrevistas de fundo, que esmiuçavam o entrevistado. Ainda fazemos entrevistas dessa natureza, mas não é uma constante de todos os programas que apresentamos. Anteriormente eu via essa característica como sendo obrigatória para a apresentação do programa, uma pauta com conteúdo mais jornalístico. Alteramos esse conceito. Hoje abrimos para a cobertura de eventos, embora a formação como jornalista seja bem acentuada ao apresentarmos um entrevistado. Embora estejamos falando sobre a festa que está sendo realizada, acabamos formulando perguntas de cunho político, social ou econômico, com abrangemos assuntos que não se restringem apenas a festa em si. Realizamos também as entrevistas jornalísticas, feitas em estúdio ou externa. Há muita matéria relacionada com a área de saúde, um aspecto que considero muito importante para que seja abordado pelos meios de comunicação. Quando é aberto um espaço para o especialista comunicar-se é prestado um grande serviço á comunidade. Infelizmente para grande parte da população não há uma cultura de prevenção de doenças. Ao ver um profissional abordando certas características de determinada doença, o portador da mesma identifica-se pelos sintomas que são apresentados. Há a conscientização, ela então procura um médico. Esse sacerdócio do jornalismo deve ser mantido e levado á frente.
Quantos profissionais compõem a equipe que realiza o programa?
A equipe é composta por um número de seis pessoas permanentes: o apresentador, o editor, a pessoa que faz a pós-produção, cinegrafistas. Há ainda uma jornalista que é produtora, participa das formulações de pauta. Dependendo do evento que será realizado, do projeto editorial, existem programas que são bem diferenciados, nesses casos há a necessidade de agregarmos mais profissionais para realizarmos a contento a nossa tarefa. Com isso a nossa equipe de trabalho passa a ser uma parte da nossa família. É uma outra família. Muitas emoções são divididas pelo grupo, com isso um passa a fazer parte da história do outro.
Fazer televisão no interior é uma tarefa arrojada?
Acredito que fazer televisão no interior é uma missão além de arrojada também heróica. Não falo apenas por mim. As dificuldades são muito grandes. Quando alguém de um centro maior, como São Paulo, como por exemplo, a pessoa fica assustada com os preços que praticamos, são valores extremamente acessíveis. Desperta também a atenção do visitante a nossa criatividade para driblar dificuldades técnicas. Eu considero que no interior fazemos televisão inda de uma forma mais poética. Isso apesar de estarmos a cada dia aprimorando o nosso trabalho com o uso de equipamentos de ponta, agregando sempre as novas tecnologias.
Qual é o publico que você atinge hoje?
A TV Beira Rio tem uma abrangência muito grande na cidade. Primeiro pela tradição. Pelo fato de ser a primeira TV da cidade. Outro fator é que com o passar dos anos, consolidou-se como uma emissora de programação bastante diversificada. Tem um jornalismo atuante. Quando é feito um projeto de divulgação pelo anunciante são imediatamente lembrados de alguns veículos de comunicação, considerados básicos. A TV Beira Rio está entre esses veículos. É uma televisão de grande penetração. Principalmente por usar o sistema UHF de transmissão. Ela não está só na TV a cabo. O fato de estar sendo utilizado o sistema UHF fica mais difícil estabelecer um limite de até onde a televisão atinge. Isso é gostoso. Já tive a experiência de visitar bairros mais afastados do centro da cidade, e fiquei surpreso com o número de pessoas que assistem a TV, no caso, particularmente o nosso programa. Fatos que de início consideramos que não seriam tão importantes para determinadas regiões da cidade, nesses contatos percebemos o quanto eles eram valorizados pelos moradores locais. Há uma carência de informações locais. Hoje atingimos não só a classe formadora de opinião, mas principalmente estamos chegando a camadas mais populares. Isso não é um aspecto só do meu programa, mas da TV Beira Rio com sua grade de programação. Isso é conseqüência de um trabalho fundamentado em propostas de prestação de serviços e de uma grande variedade de programas que são apresentados.
Cada programa apresentado tem quanto tempo de duração?
Ele tem no mínimo uma hora de duração. Pode ultrapassar cinco ou dez minutos. Já tivemos programas especiais de até duas horas de duração.
É fundamental para a existência do programa que ele tenha patrocínio, como é tratada essa questão?
No início, quando comecei a fazer o programa o patrocínio funcionava de um jeito. Hoje tem outras características. Para lançar um produto são inúmeras as dificuldades. No início é muito difícil. Depois fica só difícil! O nosso patrocínio tem diversos formatos, como a vinheta de trinta segundos, que é um patrocínio mais tradicional, Fazemos o merchandise, onde destacamos um produto, uma empresa. A reportagem comercial tem uma grande aceitação por parte do lojista, do comerciante. Tem características informativas de cunho comercial. Com aspectos de informação jornalística e não de informe publicitário. É uma diferenciação que atingimos com anos de experiência.
Nos tempos de rádio, você narrou partidas de futebol?
Fui repórter de campo da Rádio Difusora de Piracicaba. Eu cobria sempre o adversário do XV de Novembro. O Roberto de Moraes cobria o XV. Isso foi na época em que o XV disputava o campeonato paulista da primeira divisão e o campeonato brasileiro da segunda divisão. A diversidade de jogadores de outras equipes obrigava a ter um lembrete do número da camisa do jogador e o seu nome. Isso enquanto ele está usando o uniforme. A entrevista feita no vestiário, com o atleta sem o número correspondente, exigia certo malabarismo, particularmente aqueles de clubes de localidades distantes, como por exemplo, de Belém do Pará. Nessa hora o repórter tinha que usar de muita habilidade para abordar o atleta com seu respectivo nome. Isso tudo sendo transmitido ao vivo. Em campo, o repórter podia ser abordado por torcedores, que da arquibancada exibiam os mais diversos tipos de comportamentos, inclusive agressivos. Principalmente aqueles torcedores embalados por ingestões de bebidas alcoólicas.
O ouvinte de uma transmissão pelo rádio nem sempre percebe o que de fato está ocorrendo no estúdio. A televisão é uma janela instantânea, onde tudo é perceptível, inclusive as falhas?
Na televisão o apresentador tem que ser mais objetivo e ao mesmo tempo não há espaço para mudar uma pergunta. No rádio há mais improviso. Na TV por causa da imagem é quase inexistente certo tio de improviso do qual o rádio se utiliza. Até certo ponto, na transmissão pela TV é possível consertar alguma falha, depois desse limite não há como. Isso na transmissão feita ao vivo.
Além das celebridades locais e regionais, você já entrevistou artistas de renome nacional?
Posso citar um caso muito curioso. Gravei uma entrevista com Cauby Peixoto no Hotel Antonio’s, em Piracicaba. Foi uma entrevista muito interessante. Um artista do quilate de Cauby Peixoto mostrou ser extremamente profissional, valorizando mais ainda sua imagem. A atenção que ele dedicou ás nossas perguntas, sem usar da sua condição de astro reconhecido para impor qualquer tipo de restrição ao teor e á duração da entrevista. Isso não é muito comum quando abordamos pessoas desse nível.
Você conseguiu desvendar o grande segredo de Cauby Peixoto, a sua idade?
Isso eu não consegui! Ele não conta para ninguém.
Além do Programa Neder Especial, uma outra atividade que você exerce é a presidência da Sociedade Sírio-Libanesa de Piracicaba?
Hoje eu exerço a minha atividade na televisão e a administração da Sociedade Beneficente Sírio- Libanesa. Assumimos no dia 24 de janeiro desse ano, com nossa diretoria. Felizmente estamos conseguindo cumprir a nossa programação. Estamos colocando novas propostas não só para o associado, mas também á serviço da cidade. Estamos fazendo com que a palavra que integra o nome da nossa sociedade, Beneficência, torne-se cada vez mais presente. Todos os eventos que realizamos esse ano tiveram um caráter social, beneficente. Além de ser uma entidade que congrega os sírios e libaneses de Piracicaba, tem que colaborar na construção de uma cidade mais justa e inclusiva.
Recentemente foi anunciado um projeto próprio da SBSL de inclusão digital?
É um projeto que temos muita alegria em realizá-lo. O nosso prédio é pequeno. Desde a gestão passada há a intenção de adquirir-se um novo local. Esperamos nessa gestão concretizarmos a aquisição de mais um prédio. O objetivo é realizar atividades com um número maior de pessoas, aumentarmos o atendimento. Nesse momento a nossa intenção é de deixar o prédio atual extremamente ocupado, e com caráter beneficente. Conseguimos dispor de um espaço onde construímos uma sala aparelhada com computadores, criamos ali o Centro de Inclusão Digital e Ensino Profissionalizante. Trabalhamos em parceria com algumas empresas da cidade e com professores de informática. A prioridade é o atendimento para os adolescentes da Casa do Bom Menino.
Esse centro pode ser usado pelo associado?
Um fato que chama a atenção é de termos pessoas com idades acima de 70, 80 anos, que descobriram a internet e estão mudando as suas vidas. Estão tendo um prazer a mais. Estão realizando a comunicação instantânea, com voz e imagem, com seus parentes do exterior. Isso contrasta com a realidade existente há algumas décadas, onde comunicar-se com um parente no exterior envolvia a espera de determinada hora do dia, e um custo bastante elevado.
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