PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 19 de setembro de 2015.
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 19 de setembro de 2015.
Entrevista: Publicada aos sábados
no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
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http://blognassif.blogspot.com/
http://www.teleresponde.com.br/
ENTREVISTADA: ANA MARLY DE OLIVEIRA JACOBINO
Ana Marly de Oliveira Jacobino
nasceu em Piracicaba a 30 de novembro, casada com Durval Jacobino com quem tem
o filho Guilherme de Oliveira Jacobino. Ana Marly é filha de Celso de Oliveira,
natural de Santa Cruz das Palmeiras e Horocinda da Costa Oliveira nascida em
Limeira que tiveram as filhas Ana Marly e Marisa. Sua avó materna é de origem
italiana, e seu avô paterno de origem portuguesa. Seu avô, Caetano de Oliveira,
veio como chefe do primeiro trem da Companhia Paulista que chegou a Piracicaba.
Ele foi morar em uma daquelas casas da “Colônia da Companhia Paulista”, que
existem até hoje. Depois construiu uma casa na Rua da Palma. “Ler poesia pode ser mais eficaz em tratamentos
do que os livros de autoajuda, segundo um estudo da Universidade de
Liverpool. Especialistas em ciência, psicologia e literatura inglesa da
universidade monitoraram a atividade cerebral de 30 voluntários que leram
primeiro trechos de textos clássicos de Henry Vaughan, John
Donne, Elizabeth Barrett Browning e Philip Larkin e depois
essas mesmas passagens traduzidas para a “linguagem coloquial”. Os resultados da pesquisa
mostraram que a atividade do cérebro “acelera” quando o leitor encontra
palavras incomuns ou frases com uma estrutura semântica complexa, mas não
reage quando esse mesmo conteúdo se expressa com fórmulas de uso cotidiano. Os
especialistas descobriram que a poesia é mais útil que os livros de autoajuda
porque afeta o lado direito do cérebro, onde são armazenadas as lembranças
autobiográficas, e ajuda a refletir sobre eles e entendê-los desde outra
perspectiva. Os especialistas buscam agora compreender como afetaram a
atividade cerebral as contínuas revisões de alguns clássicos da
literatura para adaptá-los à linguagem atual, caso das obras de Charles
Dickens” É o que está escrito na Agenda Cultural Piracicabana, uma das áreas de
atuação de Ana Marly de Oliveira Jacobino.
Ana Marly de Oliveira Jacobino
Ana Marly de Oliveira Jacobino
O seu avô, Celso de Oliveira,
veio com o primeiro trem da Companhia Paulista que chegou a Piracicaba?
Foi o primeiro Chefe do Trem,
aquele que passava picotando, eu adorava vê-lo bater nas rodas do trem,
conforme o ruído ele sabia se havia alguma fissura em alguma delas.
Qual era a profissão do seu pai?
Meu pai era torneiro mecânico,
ele trabalhou na Morlet, de propriedade de um francês visionário cujo sobrenome
era Morlet.
Você morava ali perto?
Moramos sempre no Bairro Alto, na
Rua Riachuelo. Mas meus avós, pais do meu pai, meus tios, moraram sempre na Rua
da Palma, a casa existe até hoje, fica a dois quarteirões antes de acabar a Rua
da Palma. Meu primo Marcos reside lá.
Você conheceu a famosa “Bica do
Morlet”?
Conheci, meu avô trabalhava no
Morlet também, ele caiu naquela bica, quebrou a clavícula, ele era muito forte,
não chegou a ficar três dias internado no hospital, saiu por conta própria. Meu
pai trabalhava na Romi em Santa Bárbara D`Oeste, foi trazendo para cá meu avô,
meus tios que também trabalharam na Romi.
O curso primário você estudou em
que escola?
Fiz no SESI 164 que na época
funcionava no Lar Escola Coração de Maria, depois foi transferido para o
Colégio Piracicabano. Atualmente acredito que ele funcione na Paulicéia, no
Jardim Esplanada. Minha diretora era a Dona Salete. Ela foi buscar-nos, minha
irmã e eu, na catequese, eu tinha cinco anos, ela tinha que abrir a unidade do
SESI em Piracicaba, minha mãe tinha nos ensinado a escrever e a ler. Entramos e
fomos sempre as primeiras alunas da classe. Minha irmã é 11 meses mais nova,
mas somos como gêmeas, minha mãe bordava nossos vestidos iguais, Dona Salete
que nos levava.
Sua mãe tinha prendas domésticas ou trabalhava em outra
atividade?
Além das atividades domésticas
também bordava enxovais para pessoas que levavam até a nossa casa. Ela não
cobrava quase nada, era mais um lazer para ela.
No Lar Escola Maria Nossa Mãe
funcionava um internato de meninas, como era a relação de vocês com elas?
Havia um entrosamento muito bom
com elas. Três vezes por semana vinha uma listinha onde levávamos pertences
para fazer uma comida comunitária. Havia uma cozinheira que fazia e todas nós
comíamos juntas. Não havia merenda nos moldes que temos hoje, nós levávamos a
merenda. Minha mãe fazia um bornal para cada filha e as meninas que ficavam
conosco sempre acabavam comendo algo. A manteiga era caseira, feita pela minha
mãe. Tínhamos um quintal com galinhas. Na Rua da Palma meu avô,Caetano de
Oliveira e minha avó Ana de Oliveira, criavam muitas cabras. Nós íamos a pé até
a casa da minha avó, dávamos a mãozinha à minha mãe e íamos. Todo filho que a minha tia ia ter além da parteira
minha mãe fazia questão de estar junto. Lembro-me da Chácara Nazareth, dos
barracões que existiam. Lembro-me do trem, da carregadeira e descarregadeira de
gado, o gado era embarcado e desembarcado do trem ali. Hoje é um terreno ao
lado entre a Farmácia Raya e o restaurante Frios Paulista. Lembro-me que íamos
à casa do meu avô, em São Paulo, de trem. O pai da minha mãe, que trabalhou na
Morlet, quando se aposentou foi morar com a filha mais nova que era casada com
o Maestro
Marconi Campos da Silva do Trio Marayá. Ele faleceu aqui em Piracicaba, amava o
Rio Piracicaba. No período de férias escolares minha irmã e eu íamos para São
Paulo, meu avô vinha nos buscar. Minha mãe fazia um bornal com lanches,
lembro-me que uma vez minha mãe fez cinqüenta coxinhas, que era para todos
comerem. O trem saia da estação, quando ele chegava ao pontilhão da Rua Benjamim
Constant ele voltava, para engatar os vagões. Eu já estava comendo! Minha mãe
dizia: Espera até chegar a Nova Odessa! Quando o trem fazia uma parada em Nova
Odessa o que passavam vendendo eu comprava: biscoito, pastel, comprava! Vendiam
diversas revistas, eu amava Pato Donald, Zé Carioca!
Após fazer o primário no SESI, o ensino fundamental e o
médio, nós fizemos no Colégio Industrial Fernando
Febeliano da Costa. Tínhamos passado nos exames de admissão do Colégio Jorge
Coury e no Instituto de Educação Sud Mennucci. Mas preferimos fazer no
Industrial porque tinha aulas de costura, culinária, passávamos o dia todo na
escola, era uma delícia. No ginásio o horário de entrada era às sete horas da
manhã e saia à uma hora da tarde. No Colégio Técnico, fizemos eletrotécnica,
saiamos cinco horas da tarde. Após concluir o colégio fui fazer Engenharia
Civil na Escola de Engenharia de Piracicaba. Não conclui o curso, meu pai teve
um problema sério de saúde, tive que parar, fui trabalhar na Philips. Tive que
fazer magistério no Sud Mennucci. Depois fiz Pedagogia na Unisal, em Americana,
fui fazer a Faculdade de Letras, fiz especialização na Unicamp, vim terminar na
Unimep. Sou especialista em Letras, Literatura, Texto e Ensino. Lecionei no Dom
Bosco, Dom Bosco Assunção, Anglo, Anglo-Cerquilho, Atlântico, Colégio Evolução,
Colégio Santa Clara em Rio das Pedras. Fiz o curso de especialista em Filosofia
e Teologia, História da Arte na Unicamp.
Você aposentou-se em que ano?
Aposentei-me em 2005.
O que é Sarau Literário e como se iniciou?
Quando eu lecionava literatura no ensino médio, encontrava
muita dificuldade. Eu os levava ao teatro, tirava da sala de aula à noite.
Passei por muitas dificuldades, principalmente com os alunos. Eu lia muito
sobre os saraus.
Hino Ao Amor (Hymne À L'amour) - Edith Piaf e
Marguerite Monnot
Cai sereno cai_ Elpidio dos Santos
Hino Ao Amor (Hymne À L'amour) - Edith Piaf e
Marguerite Monnot
De mais ninguém- Arnaldo
Antunes/Marisa Monte com arranjo de C.A. Wuensche
Dança Oriental
Flor Amorosa _ Catulo da Paixão Cearense
Qual é o significado da palavra sarau?
No século XIX era feito em uma casa, alguém tocava, e os
escritores da época faziam leituras, declamavam, dançavam, mostravam sua arte.
Mais eram declamações e cantos. Era um encontro intelectualizado, na época da
escravidão. O Sarau Piracicabano começou em 2004, embora a idéia já tenha se
iniciado em sala de aula por volta de 1997, 1998 quando eu lecionava
literatura. Aquela idéia de levar os alunos ao teatro continha muitos riscos.
Passei a levar bolos, salgados, consegui de certa forma atraí-los pelo
estomago. Descobri uma aluna que tocava piano, outra que gostava de escrever.
Outra tocava violão.
Dança do Ventre
Dança da espada com Isadora Neves
Poeira da Idade - João Nogueira
Dança do Ventre
Dança da espada com Isadora Neves
Se Todos Fossem Iguais A
Você _ Tom Jobim
Apresentação da professora
de dança, dançarina, coreógrafa Josiany Longatto
Poeira da Idade - João Nogueira
O Baile da Saudade _ Francisco Petrônio
De onde você tirou essa idéia?
Das leituras que fiz. Nunca tinha visto ninguém fazer isso.
Agora tem sarau em todo quanto é lado. Eu acho ótimo. Tem o Sarau das Rosas, que
dizem que sempre existiu, eu nunca fui, nem sabia que existia. Acontece em São
Paulo na Casa das Rosas. Em 1928 o escritório do arquiteto
Francisco de Paula Ramos de Azevedo já era tido como o mais famoso e reputado
da área na América Latina. Projetou e executou a construção de diversos prédios
de importância histórica hoje, tais como a Pinacoteca do Estado, o Teatro Municipal,
o Prédio da Light e o Mercado Público de São Paulo. Projetou também a Casa das
Rosas, uma mansão em estilo clássico francês com trinta cômodos, edícula,
jardins, quadras e pomar na Avenida Paulista, local que reunia a maioria dos milionários
barões do café. A mansão foi concluída em 1935. Lá, os herdeiros de Ramos
de Azevedo viveram até meados dos anos 1980. Essa é a famosa Casa das Rosas, em
plena Avenida Paulista. Hoje tombada pelo Patrimônio Histórico.
Segue o Teu Destino- Ricardo Reis (Fernando
Pessoa)- Sueli Costa
Dança Folclorica- said moderno com bastão
Segue o Teu Destino- Ricardo Reis (Fernando
Pessoa)- Sueli Costa
Romaria - Renato Teixeira Orquestra de Viola Caipira "As Piracicabanas"
Ave Maria Erotides de Campos
Dança Folclorica- said moderno com bastão
Na verdade todo mundo tem alguma
qualidade para mostrar, o que falta é incentivo. De certa forma você conseguiu
quebrar essa barreira?
Agora após o Sarau reunimos os
voluntários em algum lugar, vai quem quiser ir, cada um arca com suas despesas.
Em Poços de Caldas já é o décimo segundo Sarau que vamos fazer juntos.
Providencio a van que nos leva, faço a reserva do hotel.
Vão homens e mulheres?
Vão alguns homens, mas a maioria
são as mulheres.
O homem sofre algum tipo de
preconceito?
Acho que o homem age muito pela
razão, é um elemento difícil. Vejo isso
pelo meu marido, é muito racional. Ele me ajuda, filma. Mas ele nem pensa em
apresentar algum trabalho. Há uma barreira imposta pelo próprio homem. Eu deixo
abertas as possibilidades. Vem um senhor de Tanquinho, ele declama na linguagem
popular. A forma de expressão pode não estar na linguagem culta. A mensagem é que
pode ser muito valiosa. Existe em alguns eventos, promovidos por outras
instituições, as restrições à linguagem popular. Embora não seja psicanalista,
fui estudar psicanálise. A Heloisa Guerrine tinha uma filha que trabalhava no
Café das Artes na Rua do Porto. Éramos poucos, 9, 10. Começou a aumentar o
numero de pessoas, já não cabia mais lá. Fizemos em vários restaurantes,
lanchonetes, mas não deu muito certo. Há uma dispersão de atenção. Fizemos até
em um prédio de uma amiga. No fim fomos para a livraria Nobel. Ficamos um ano
na Nobel. Começou a aparecer tanta gente. Famílias passaram a freqüentar o Sarau.
Meninos do bairro Novo Horizonte começaram a freqüentar.
É com esse que eu vou_ Pedro Caetano
Samba de Lenço
Piracicaba de Newton de Almeida Mello
É com esse que eu vou_ Pedro Caetano
Samba de Lenço
Piracicaba de Newton de Almeida Mello
Hoje quantas pessoas frequentam o
Sarau Literário?
No último tinha 100 pessoas. Já
tivemos a presença de 140 pessoas, no auditório do Museu Prudente de Moraes. O
Sarau de Poços de Caldas nós dividimos em dois tempos: o religioso e o profano.
No primeiro tempo são apresentados os trabalhos. Na segunda etapa temos a
confraternização que envolve uma quase festa de casamento, tamanha a fartura de
alimentos finamente elaborados. Primeiro fazemos a apresentação do sarau em si,
com música, dança, declamação. O profano é quando passamos a parte de
gastronomia. Não dá certo sarau com gastronomia simultaneamente.
De papo pro ar (Joubert de Carvalho/Olegário
Mariano)
Tocando em frente (Almir Sater / Renato
Teixeira)
Concertino sobre um tema espanhol_ Ernest Mahle
Aos Pés Da Cruz- Marino Pinto / Zé da Zilda
Só danço samba – Tom Jobim e Vinícius de Moraes com a cantora Thereza Ales Herler
Pupurri Ernest Mahle Orquestra de Câmara Piracicabana
De papo pro ar (Joubert de Carvalho/Olegário
Mariano)
Tocando em frente (Almir Sater / Renato
Teixeira)
Concertino sobre um tema espanhol_ Ernest Mahle
Aos Pés Da Cruz- Marino Pinto / Zé da Zilda
Só danço samba – Tom Jobim e Vinícius de Moraes com a cantora Thereza Ales Herler
Pupurri Ernest Mahle Orquestra de Câmara Piracicabana
Hi-Lili, Hi Lo - Leslie Caron
Não sabia que havia essa
denominação de religioso e profano.
Essa é uma denominação que eu
coloquei!
Já fizemos Sarau em Rio das Pedras, por dois
anos. Só não conseguimos mais local, tivemos que deixar de realizá-los. No
Sarau de Rio das Pedras, quem era artista podia levar até seus quadros. Em Rio
das Pedras fizemos exposições lindas.
O que é CLIP? E GOLP?
O GOLP – Gruo Oficina Literária
de Piracicaba é só de textos, crônicas e contos. O CLIP – Centro Literário de
Piracicaba já envolve poesia.
Vemos que há uma profusão enorme
dos chamados “Bailes Funk”, principalmente nos grandes centros, como você vê
essas manifestações?
Penso que também é uma forma de
expressão, que vem da raiz da pessoa. As batidas rítmicas. A meu ver é uma
volta ao primitivo, não necessariamente ao primitivo original. Se for fazer uma
análise só da parte musical, das danças a visão é essa.
Você já fez um paralelo entre as
manifestações indígenas e esses bailes funk?
Eu acredito que são manifestações
coletivas que expressam o sentimento do grupo.
Grande
parte das drogas alucinógenas utilizadas pelos indígenas é proveniente de
plantas. Tem o significado religioso. Seu uso é basicamente ritual
ou de cura. Não são drogas pesadas.
Você
participou dos famosos festivais da TV Record, ainda no Teatro Record, na
Avenida da Consolação?
Não
participei de todos, mas participei. Eu ia no “Circo do Arrelia”. Minha tia nos
levava, minha irmã e eu. O meu tio cantava. Quando o Caetano Veloso passou a
cantar com aquelas roupas diferente, a Rita Lee foi cantar vestida de noiva,
era algo assustador, ninguém esperava. Foram buscar as músicas de Carmem Miranda,
com todas as frutas, a Tropicália. Foi uma cisão que eles fizeram. Meu tio
conta que o Caetano Veloso precisou emprestar um paletó, senão não poderia
cantar. Quando o sucesso chegou, eles já se apresentavam como queriam. O
interessante é que esse pessoal ia até a casa dos meus tios. Lembro-me de
Vinicius de Moraes na sala, eu não sabia que era Vinicius. Na época minha irmã
e eu éramos muito pequenas. Jair Rodrigues freqüentava a casa deles.
O Sarau
Piracicabano existe há quanto tempo?
São 11 anos, é realizado mensalmente, na terceira
terça-feira de cada mês. Temos o blog Agenda Cultural Piracicabana e lá está o
Sarau Literário Piracicabano. As apresentações do Sarau este ano estão
ocorrendo na ESALQTrio Marayá._ A época de ouro!
O trio foi formado em 1954, contando
com Behring Leiros no tantã, Marconi Campos no violão e Hilton Acioli
no afoché. Inicialmente adotaram o nome de Marajá e apresentaram-se no
programa da Sociedade Artística Estudantil, na Rádio Poti. Em 1956,
durante a realização de um congresso da União Nacional dos Estudantes,
UNE, em Natal, foram convidados a ir ao Rio de Janeiro, onde alguns
estudantes pretendiam criar um programa nos moldes do SAE. Pouco antes
de viajar para o Rio de Janeiro, adotaram, por sugestão do professor e
folclorista Luís da Câmara Cascudo, o nome de Trio Marayá.
No Rio de Janeiro, os jovens vocalistas conseguiram participar de
diversos programas na Rádio Nacional, entre os quais, “Grande Show
Brahma”, “César de Alencar” e “Paulo Gracindo”. Atuaram ainda em
diversas casas noturnas, sendo contratados com exclusividade para se
apresentar no Restaurante “Cabeça Chata”, de propriedade do conhecido
cantor de emboladas Manezinho Araújo. Pouco depois, passaram a atuar na
Rádio e na TV Tupi. Por essa época, foram convidados pelo cantor e
compositor Luiz Vieira, que assistiu à participação do Trio Marayá na
gravação de um disco de um cantor cearense na gravadora Copacabana,
acabando por convidá-os a se apresentarem em seu programa de rádio em
São Paulo. No programa de Luiz Vieira na Rádio Record, interpretaram o
corridinho “Maria Fulô”, de Luiz Vieira e João do Vale, e posteriormente
gravado em LP pelo trio. Aprovados em teste, foram contratados pela
Rádio e TV Record. Na Rádio Record, passaram a apresentar o programa
semanal “Música e poesia com o Trio Marayá”, produzido por Luiz Vieira,
além de participar de outros programas da emissora.
Em 1966,
obtiveram destaque no II Festival de Música Popular Brasileira
apresentado na TV Record em São Paulo. Defenderam, juntamente com Jair
Rodrigues, a composição "Disparada", de Geraldo Vandré e Teo, e que, com
arranjos de Hilton Acioli, tirou o primeiro lugar. Nos festivais
internacionais apresentaram-se com Nat King Cole, Sammy Davis Jr., Ella
Fitzgerald, Rita Pavone, Sérgio Endrigo e Catherine Valente. Em 1968,
retornaram à Europa, defendendo o Brasil no Festival Internacional de
Música da Bulgária, realizado na cidade de Sófia, onde o trio recebeu
Medalha de Ouro", tirando o 1º lugar com a composição "Che", de Marconi
Campos da Silva e Geraldo Vandré.
Em 1981 o maestro Marconi
colocou os arranjos em várias músicas de Luis Gonzaga e ao ouvir Asa
Branca, ele perguntou ao Marconi:
_Ô, meu filho, a sua mãe sabe que você faz essas coisas?
Então, o maestro Marconi respondeu:
_ Sabe sim, seu Lua.
_ Que bom! Finalmente as minhas musicas vão tocas nas FMs.
O Trio (Marayá) que há mais tempo cantava junto no Brasil acabou
com a morte do Maestro Marconi em 24 de Julho de 2003, no lugar que ele
escolheu para viver as suas horas de lazer, pescando no seu rio que
tanto amava na cidade de Piracicaba.
Quer ouvir a voz afinada do Trio Marayà?Clique nos endereços abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=EGyb11knYYo&NR=1 Aroeira: Trio Marayá e Geraldo Vandré
Ana Marly de Oliveira Jacobino