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segunda-feira, outubro 05, 2015
domingo, outubro 04, 2015
UMBERTO DE ALMEIDA ROCHA
Entrevista realizada a 28 de
setembro de 2015
PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E
MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 3 de outubro de 2015.
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 3 de outubro de 2015.
Entrevista: Publicada aos sábados
no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
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ENTREVISTADO: UMBERTO DE ALMEIDA ROCHA
ENTREVISTADO: UMBERTO DE ALMEIDA ROCHA
Umberto de Almeida Rocha é casado com Maria da Paz Aguado Rocha
Umberto de Almeida Rocha nasceu a
30 de março de 1937, tem 78 anos, filho
de Antonio de Almeida Rocha e Ana Luiza Prando que tiveram oito filhos: Otávio,
Dionísio, Georgina, José, Rosa, Ângelo, Umberto e Inês. Nasceu na época em que seus
pais moravam no sítio do Pacheco, próximo ao Morro do Brandilla. Pertencia ao
distrito de Rio das Pedras. Moraram no sítio dos Pardi que tinham engenho de
Pinga, nas proximidades de onde é hoje o CEASA de Piracicaba. Moraram no sítio
dos Ducatti. Meu pai era meeiro. No período em que moraram no sítio dos Pardi Umberto
ia a Escola do bairro rural do Chicó. Quando mudaram para o sítio do Ducatti ele
ia na escola do Bairro Dois Córregos. O local onde situava esse sítio
atualmente é o bairro da Pompéia. A casa da fazenda estava desocupada, foi lá
que moraram. Iam a pé a escola no bairro Dois Córregos. O nome da Escola era
Grupo Rural Professor Corte Brilho. Ele deveria ter uns dez a onze anos. Naquele
tempo ia amarrar feixe cana, cortar as pontas da cana para alimentar os
animais. Umberto de Almeida Rocha é casado com Maria da Paz Aguado Rocha, são
pais de cinco filhos: José Antonio, Francilene, Luiz Fernando, Ronaldo Dimas e
Danilo Marcelino. Casaram no dia 13 de maio de 1962, na Capela São Dimas, hoje
é Matriz São Dimas.
Quantos feixes de cana o senhor amarrava por
dia?
Uns 100 feixes. Naquele tempo
passava o facão, tirava a palha, cortava a ponta e cortava o pé, a cana ficava
limpinha. Amarrava o feixe com a própria folha de cana. Trabalhava descalço, as
vezes usava alguma alpargatas que meu pai comprava. Amarrava um lenço no
pescoço, usava um chapéu de palha. Naquela época não colocava fogo no canavial,
era tudo com palha, é mais difícil, tem que cortar, descascar, Essa cana ia
transportada por carroça com três burros, um no tronco ou varal e dois na
frente. até a carregadeira onde o trem da Usina Monte Alegre ia carregar.
Qual era em média o peso de uma carroça
carregada de cana?
Com carroça e tudo dava uns 500
quilos. Era roda raiada de madeira com um cinto de ferro. Quando chovia tinha
que ajudar, a roda atolava no barro. Anteriormente, lá no sitio da família
Pardi fazíamos pinga, meu pai tinha cartola de pinga em casa. Tinha uma
carretinha com uma pipa só para esse fim: o meeiro precisava engatava o animal
na carretinha e levava. A cartola tinha capacidade para 100 litros. A pinga
durava bastante tempo, descansava na cartola. Isso não vou esquecer.
Essa pinga era paga ao dono do engenho?
Eu acredito que não. Lembro-me
que era feito em alambique de cobre, deixava a garapa ficar azeda, fermentada,
depois colocava no alambique e acendia o fogo, a medida que ia fervendo ia
subindo o vapor, que era conduzido por um cano de cobre, era a pinga. Tinha um
ribeirãozinho, após passar por uma serpentina a pinga ia para uma caixa
embaixo, com uma bombinha manual a pinga era enviada para o tonel. Meu pai
dizia que uns 50 litros de garapa azeda dava uns quinze litros de pinga.
O Pardi tinha uns quatro ou cinco tonéis de madeira, cada um com uns 30.000 litros. Quando saímos do Pardi meu pai arrumou um outro sítio onde plantava “a terça”, duas partes para nós e uma parte para o proprietário. Lá tínhamos também espaço para plantar a lavoura de subsistência: arroz, feijão, milho. Podíamos criar animais. Quando malhava o arroz a tarde o dono das terras ia lá de charrete para olhar, era o Ducatti, Se desse nove sacos de arroz três ele colocava na charrete e levava, os outros seis sacos era nosso. Era arroz com casca ainda. Logo o Otavio e o Dionísio, conhecido como Tino, a Georgina, casaram. Nós mudamos para a cidade. Viemos para a Vila Progresso, hoje conhecida como bairro São Dimas. Minha casa ficava na Rua Barão de Piracicamirim, Perto da minha casa tinha dois campos de futebol: do IV Centenário e do Progresso. Ficava próximo a Avenida IV Centenário, vi fazerem aquela avenida, era um barro só. Na baixada, onde hoje é CENA – Centro de Energia Nuclear na Agricultura era a Vila Souza.
O Pardi tinha uns quatro ou cinco tonéis de madeira, cada um com uns 30.000 litros. Quando saímos do Pardi meu pai arrumou um outro sítio onde plantava “a terça”, duas partes para nós e uma parte para o proprietário. Lá tínhamos também espaço para plantar a lavoura de subsistência: arroz, feijão, milho. Podíamos criar animais. Quando malhava o arroz a tarde o dono das terras ia lá de charrete para olhar, era o Ducatti, Se desse nove sacos de arroz três ele colocava na charrete e levava, os outros seis sacos era nosso. Era arroz com casca ainda. Logo o Otavio e o Dionísio, conhecido como Tino, a Georgina, casaram. Nós mudamos para a cidade. Viemos para a Vila Progresso, hoje conhecida como bairro São Dimas. Minha casa ficava na Rua Barão de Piracicamirim, Perto da minha casa tinha dois campos de futebol: do IV Centenário e do Progresso. Ficava próximo a Avenida IV Centenário, vi fazerem aquela avenida, era um barro só. Na baixada, onde hoje é CENA – Centro de Energia Nuclear na Agricultura era a Vila Souza.
Aqui em Piracicaba o senhor
passou a trabalhar onde?
Na Boyes. No inicio, meu pai
tinha um carrinho de tração animal, as vezes ele ia fazer um carretinho, eu o
ajudava. Quando completei dezoito anos arrumei serviço na fábrica. Isso foi em
1955, na época os maiores lugares para trabalhar era na Boyes, Prefeitura
Municipal e o Dedini. Entrei na Boyes como funcionário em serviços gerais. Após
um ano apareceu uma vaga como operador das máquinas. Tinha 45 máquinas na seção
com dois operadores, metade das máquinas para cada um cuidar. Tinha quem
transportava algodão para elas, outro que transportava o algodão pronto. O
operador só ficava cuidando do bom funcionamento das maquinas. O algodão
chegava na Boyes em fardos, sem caroço. O algodão já tinha passado no batedor
quando chegava a essas máquinas, o trabalho delas era fazer fibras de algodão.
No fim passei a ser contramestre da seção que recebia o algodão e da seção onde
eram feitas as fibras. Fiquei encarregado de duas seções. Trabalhei 25 anos na
Boyes.
A Boyes produzia o que?
A minha seção produzia só
algodão, o fio era produzido depois. Quando entrei lá eles tinham uns tearzinhos
para tecer tecidos, faziam uns panos xadrez, depois começaram a renovar, tear
de dois metros, faziam tecidos para lonas. Depois passou a fazer fio e embalar
fio para exportar. Ela ganhou prêmio nos Estados Unidos. Os caminhões do
Expresso Piracicabano ficavam aguardando embalar os fio para transportarem até
o porto.
Esses fios eram usados para que?
Aqui em São Paulo quem usava
muito era a Alpargatas, a Firestone, a Goodyear, faziam lonas de pneus. Hoje
vejo a fábrica no estado em que está e sinto o abandono em que se encontra.
Quantos funcionários trabalhavam
na Boyes?
Teve época em que trabalhavam
três turmas. Cheu a te 1.300 funcionários trabalhando. Uma turma ia das cinco
horas da manhã até a uma e meia da tarde. A uma e vinte da tarde entrava outra
turma e saia as dez horas da noite. As dez horas da noite entrava outra turma e
ia até as cinco horas da manhã. Ligava as máquinas na segunda feira de manhã e
só parava domingo de manhã. Mesmo assim por uns três anos eu ia domingo até a
fábrica.
Ganhava horas extras?
A cada hora trabalhada contava como
três horas. Eu trabalhava seis horas todos os domingos, contava como dezoito
horas trabalhadas. Era serviço que só podia ser feito com as máquinas paradas,
manutenção, lubrificação.
Quem era o proprietário da Boyes?
Era conhecido como Seu Ford. Ele
vinha uma vez por mês. Quando sabia que ele ia vir o pessoal caprichava em
deixar a fábrica em ordem. Muito limpa. Ele entrava, com as mãos cruzadas sobre
as costas, ia verificando cada máquina, visitava cada seção. Não falava nada.
Isso foi até o finzinho da minha carreira. Depois ele passou para os filhos:
Peter e David. Com o pai, o velho Ford, nunca houve uma reunião. Trabalhávamos
sem parar. Quando seus filhos assumiram foi montada uma estrutura
administrativa, a meu ver, com mais pessoas do que era necessário. Um dia eu
falei com o Dr. Peter. Colocaram um gerente geral que chamava os funcionários
assobiando. Um dia ele fez isso comigo, eu fiz de conta que não ouvi. Ele veio
saber por que eu não havia respondido. Disse-lhe que não estava acostumado a
ser chamado por assobio. Foram desde pequenas atitudes como essa até o
posicionamento junto ao mercado e suas mudanças que iniciaram a decadência da
fábrica. Também foram admitidos alguns funcionários administrativos sem a
devida competência. Sessenta por cento da energia elétrica utilizada na fábrica
eram geradas por duas máquinas que estão funcionando até hoje, graças a um
canal, braço do Rio Piracicaba. Não sei quem utiliza atualmente aquela energia.
Tem gravadas o nome “Elvira”. Ao lado, ocupando um quarteirão, há um palacete
que pertencia ao Ford.
A Boyes fazia muita sacaria ?
Fazia sacos para açúcar; Muitos. Chegavam
sete a oito caminhões com fardos de algodão. Eram descarregados com o auxilio
de equipamentos. Tinha elevador,o depósito ficava em frente ao palacete. Cada
fardo de algodão pesava uns 200 a 230 quilos. Nós íamos trabalhar passávamos
pelo meio do jardim que existia e mais tarde o local foi ocupdo para construir
o Hotel Beira Rio. Nós morávamos no que é hoje bairro São Dimas, descíamos, a
pé, ali era tudo pasto próximo a ponte Rebouças havia uma fábrica de
refrigerantes. Não tinha avenida. Naquela época a atual Avenida Torquato
Leitão, que passa em frente ao Lar dos Velhinhos era tudo terra. Assim como o
Morro das Carmelitas. Não havia naquele trecho a Avenida Armando Salles de
Oliveira, era só pé de mamona, e o Ribeirão Itapeva passava no meio. A linha de
trem passa a Estrada de Ferro Sorocabana. Aqui na Vila Rezende, na Avenida
Conceição havia duas biquinhas de água, foram canalizadas. Tinha uma água que
era um cristal! Os mais antigos dizem que era um brejeiro muito grande, até
pecavam. Dona Maria da Paz, esposa de Umberto conta um fato curioso, seu pai
era espanhol, residia em Piracicaba, era o filho mais velho dos filhos do sexo
masculino. A sua família continuava morando na Espanha, a filha mais velha
mandou uma carta dizendo que estava doente e que estava com saudade dele. Ele
foi para a Espanha visitar a sua família.A viagem de navio demorava um mês. Sua
irmã faleceu, ele permaneceu até a missa de sétimo dia do falecimento, e depois
voltou ao Brasil. Na volta a sua filha Maria da Paz já tinha nascido e batizada
como Terezinha. É que a parteira achou que a criança ia morrer, perguntou à mãe
que nome daria a criança, sua mãe respondeu: “ – Põe o nome de Terezinha, tenho
tanta fé em Santa Terezinha!” Seu pai na volta da Espanha fez o registro dela em
cartório com o nome de Maria da Paz. Naquela época a família que ia ter nenê
chamava a parteira, que vinha e ficava na casa até a criança nascer. Até o
umbigo cair, depois a parteira ia embora. Uma tia, irmã da minha mãe, fez a
promessa de que se eu vivesse seria batizada como Terezinha em Bom Jesus de
Pirapora. E foi de fato o que ocorreu.
Como surgiu o nome Maria da Paz?
Quando casei meu apelido era
Terezinha do Açougue. Era um bairro que estava começando, meu pai colocou o
primeiro açougue do bairro São Dimas, ali na Vila Boyes, próximo a igreja. Os
dois primeiros filhos tive em casa: José Antonio e Francilena Aparecida.
A senhora nasceu em Piracicaba?
Nasci no bairro Limoeiro a 23 de
janeiro de 1940, mudei para a cidade com nove anos.
Como o casal se conheceu?
Foi em baile da Festa de São
Pedro, o Umberto estava tocando acordeão. Começamos a dançar. Antigamente na véspera
de São Pedro era feriado, ele tocava sanfona, o musico que tocava violão
casou-se com uma prima nossa, o Tito.Outro musico tocava cavaquinho. Formava um
trio. Na véspera do Dia de São Pedro era feriado, então faziam aqueles
bailinhos. Umberto de posse da sua sanfona executa a música “Saudades de
Matão”.
O senhor permaneceu na Boyes até
que ano?
A 30 de agosto de 1980 eu me
aposentei. Formei a Banda Primavera, nós viajávamos para muitas cidades como
Botucatu, São Manoel, Lençóis Paulista, Tietê, conchas, Boituva Cerquilho. Éramos
seis, tinha outro sanfoneiro o José Clemente. O vocalista era deficiente visual
Lourenço do Prado, Valter era o baterista, o Mineirinho no contrabaixo. Tocávamos
forró, valsa, bolero. Aqui no varejão vai das sete e meia até as onze e meia da
noite. Quatro horas de show. Nesse mundão começava as nove horas da noite e ia
até as duas da madrugada.
Quanto tempo a Banda Primavera
executou músicas?
Foram uns quinze anos. Tocamos no
Teatro São José, em Piracicaba. A faixa etária que frequentava era a maioria da
terceira idade. Fui uma vez no auditório da Rádio Difusora com o meu compadre
Laerte Zitelli, ele foi padrinho do meu filho. Ele trabalhava conosco na
fábrica Boyes, aposentou-se conosco na fábrica. Conheci o Hilário Luccas,
ele era chefe da sala do pano. A minha seção era Cardas e Batedor. “Cardeava “
o algodão e no batedor, bati o algodão e fazia um rolo. O rolo passava nas
cardas e saia só o algodão, só fibras. Dalí ia para a passadeira, dali saia na
maquina de fiação, depois saia a espula(bobina) com o fio.
A comida o senhor levava de casa?
Levava a marmitinha, e como
gostava! Meu irmão Otávio vinha lá da Vila Monteiro, a pé.
Os jovens da Vila Rezende não aceitavam muito
rapazes de outros bairros passeando por aqui, e a recíproca era verdadeira?
Tinha a Turma do Zoca, que era
muito valente. Agora estão todos já com idade mais avançada. A parte de cima do
algodoal até o frigorífico era plantação de sisal (pita), utilizada para fazer
corda.
Da fábrica dava para ver o Rio
Piracicaba?
Na Boyes tinha a fábrica velha e
a fábrica nova. Da fábrica velha, onde as vezes tinha algum vidro quebrado,
dava para ver o pessoal pescando no Véu da Noiva, pescavam cada dourado! Tinha
muito peixe.
sexta-feira, setembro 25, 2015
NOÉ BATISTA DE CARVALHO
PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E
MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 26 de setembro de 2015.
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 26 de setembro de 2015.
Entrevista: Publicada aos sábados
no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
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ENTREVISTADO: NOÉ BATISTA DE CARVALHO
ENTREVISTADO: NOÉ BATISTA DE CARVALHO
Noé Batista de Carvalho nasceu a
23 de outubro de 1939 em Pilar do Sul, região de Sorocaba. É o segundo filho
dos onze tidos pelos seus pais João Batista Sobrinho e Maria Emília Vieira que
tiveram os filhos: Lazara, Noé, Antonio, Benedita, Gabriel, Maria Alice, Joana,
Maria José, João Pedro, Conceição e Paulo. Seu pai era lavrador em uma região
de pequenos sitiantes que cultivavam milho, mandioca, feijão arroz, cultura de
subsistência. Tinha a criação de animais, como gado, suínos, aves.
Conheça Pilar do Sul
O senhor freqüentou a escola rural?
Freqüentei a Escola Mista, eram
três turmas na mesma classe. Ficava a uma distância de uns cinco quilômetros,
íamos a pé, descalços, com o piquá (Bolsa com alça de ombro para carregar. Sacola
simples, rudimentar.). A professora chamava-se Maria José Vaglio. Ela morava em
uma casa anexa a própria escola, tinha dois filhos pequenos, a propriedade era
de um tio meu. Até completar os dezoito anos trabalhei na lavoura. Eu e meus
irmãos, conforme ia crescendo ia pegando na enxada. O guatambu por ser muito utilizado na confecção de cabos de enxada
motivou o povo a criar a expressão “pegar no guatambu” como sinônimo de
“trabalhar com a enxada”. Com 18 anos fui morar em Sorocaba, meu primeiro
emprego foi ser porteiro do Hotel Vicente, hoje não existe mais. Ficava no centro
de Sorocaba, próximo da ponte da Avenida São Paulo. Eu dormia no alojamento do
hotel e lá mesmo tomava minhas refeições. Eu trabalhava no período noturno, das
dez horas da noite até as seis horas da manhã. Permaneci aproximadamente um ano
trabalhando no hotel. Nesse hotel tinha um hospede que era engenheiro da
Companhia Nacional de Estamparia, a Cianê. Ele me convidou para trabalhar na
Cianê, fui, trabalhava a noite.
O
senhor foi trabalhar em que setor?
Eu não conhecia nada de
tecelagem, quando cheguei me colocaram em um trabalho chamado de “grupamento de
fios”, era a emenda dos fios. O técnico em tecelagem foi me ensinando e logo
aprendi a fazer a emenda dos fios, era feita através de uma máquina. Permaneci
na Cianê por um ano mais ou menos. Tinha um colega que morava no mesmo bairro,
Vila Progresso, eu morava na casa da minha irmã mais velha, a Lazara, seu
marido era motorista da Santa Lucinda, faculdade de medicina de Sorocaba. Esse
meu colega da Cianê disse-me: “-Vamos para São Paulo!”. Perguntei o que iríamos
fazer lá, ele disse que tínhamos que aventurar. De repente poderíamos arrumar
um emprego em São Paulo.
SÃO PAULO EM 1943 - 46 - HAGOP GARAGEM.wmv
Os táxis antigamente eram das
marcas Ford e Chevrolet, eram carros pretos, importados. Naquele tempo não
havia táxis de frota. Os motoristas de táxi trabalhavam na parte da manhã, às
vezes até as duas horas da tarde. Eles arrumavam sempre um empregado, sem
registro, para trabalhar o resto da tarde e algumas horas da noite. Era tudo
provisório, não tínhamos curso de motorista de praça. Só tínhamos a carteira de
motorista. Os taxistas usavam gravata, quepe, os empregados nem sempre usavam. Tinha
que ter um guia das ruas de São Paulo, o Guia Levi era o mais usado. Dava até
multa se não tivesse o guia no carro.
"ENTRE RIOS" - a urbanização de São Paulo
Trabalhávamos a noite e durante o dia íamos para São
Paulo, com o ônibus do Rápido Brasil. Naquele tempo em São Paulo não havia
rodoviária, ficávamos no inicio da Avenida Ipiranga. Ali era o ponto de ônibus
da Cometa, do Rápido Brasil. Isso foi em 1960.SÃO PAULO EM 1943 - 46 - HAGOP GARAGEM.wmv
SÃO PAULO EM 1943 - 46 - HAGOP GARAGEM.wmv
História Secreta de São Paulo - 1.wmv
História Secreta de São Paulo 2
História Secreta de São Paulo 3
História Secreta de São Paulo 4
História Secreta de São Paulo 5
"São Paulo tem História" (Estação da Luz)
Nessa época o senhor trabalha a
partir de que horas?
Pegava o carro às duas horas e
trabalhava até as dez, onze horas da noite. Fui morar em uma pensão na Rua
Tamandaré, próximo ao então Hospital Modelo, depois denominado Hospital Samcil.
Eu disse ao meu colega: “- Vamos fazer o curso de motorista de praça na
prefeitura para legalizarmos a nossa vida. Fizemos uma semana de cursinho na
Avenida Prestes Maia, obtivemos o certificado, começamos a pagar o INSS como
motorista de praça.
O senhor chegou a presenciar
cenas de violência?
Não. Em 1965 houve uma balançada
em São Paulo com o assalto do Banco Moreira Salles pelos gregos. Até então São
Paulo era tranqüilidade. (Em 27 de
janeiro de 1965 cinco homens roubaram Cr$ 500 milhões (US$ 274 mil) de uma perua
do Banco Moreira Salles, Unibanco, em São Paulo. Na ação, mataram o bancário
José Pepe. Os gregos Evangelos Demetrius Flengas, Garyfalous Nicolau Krassas,
Michel Basile Nikolaides, Gerasimos Andreas Tsolias e Georges Andreas
Tsantilas, autores do "Assalto dos 500 milhões" foram presos um mês
depois, graças à denúncia de um guarda que havia multado Michel no dia do
assalto. Na época foi considerado o assalto do século. A mídia internacional
teve sua atenção voltada para o fato.)
Como o senhor adquiriu o seu
próprio taxi?
Naquele tempo foram lançados os
carros da Volkswagen, da linha Gol 1.000, fabricaram muitos carros e não tinha
procura, o pátio da Volkswagen estava cheio, o governo federal financiou e
tirou taxas para motorista de praça. Compramos o carro a fiado. Era o famoso
Gol BX refrigerado a ar, não tinha radiador, a cor era verde. Fiquei
trabalhando, só que não tinha ponto fixo, só ficava rodando. Naquele tempo taxi
não tinha uma cor padrão, era a vontade.
Já tinha o taxímetro?
Já! Como era taxi comum tinha
bandeira 1 e 2 só. Quando comecei a trabalhar, ainda era empregado, não tinha
taxímetro, era apenas uma tabela. Mas logo veio o taxímetro, tinha as bandeiras
1,2,3 e 4. Conforme o numero de passageiros conduzidos era o número da bandeira
e aumentava o preço. Um passageiro era bandeira um três passageiros era
bandeira 3, era mais caro.Logo depois isso caiu, entrou um novo prefeito que
acabou com essa lei.
Como funciona a bandeira 2?
Até as dez horas da noite era
bandeira 1. Das dez horas da noite até as seis horas da manhã era bandeira 2.
Sábado era bandeira normal. Domingos e feriados era bandeira 2. Em São Paulo se
você rodar pega passageiros, e há um ditado que diz: “Cobra que não caminha não
engole sapo”. Entrou um prefeito que começou a criar pontos livres, ou seja,
tinha os pontos dos motoristas antigos, um ponto numerado credenciado. No ponto
livre o taxista poderia parar, fosse onde fosse o lugar. Depois para conseguir
um ponto tinha que pagar uma taxa anual, na hora de licenciar o veículo.
O senhor tinha ponto fixo?
Quando isso começou, eu
requisitei um ponto na Rua Tamandaré, próximo ao Hospital Modelo. Lá permaneci
até 2007. Quando completei 35 anos de trabalho requisitei a aposentadoria. Do
meu tempo até 2007 foi mudando tanto o conceito de motorista de taxi, o
conceito de trabalho, o sistema de taxi que cada prefeito que entrou foi
regulamentando, inclusive as cores do taxi, impondo certas condições, foi
havendo uma profissionalização, dando uma espécie de transparência, houve uma
valorização maior do motorista de taxi.
O senhor transportou alguém
famoso?
Uma pessoa famosa que conversei
bem com ele foi o Garrincha. Eu peguei-o na Rua Brigadeiro Luiz Antonio, ele
estava hospedado no Hotel Danubio. Ele deu abertura, conversamos bastante.
Outro que transportei foi Roberto
Guilherme da Silva ator e humorista brasileiro. Seu personagem mais popular é o
Sargento Pincel do programa Os Trapalhões.
O passageiro geralmente gosta de iniciar uma conversa com o
motorista?
Gosta! Principalmente mulher! Às vezes é uma espécie de
desabafo. O tema preferido delas são problemas particulares. Já saiu uma
matéria em um jornal de São Paulo onde comparavam o motorista de taxi a um
padre ou psicólogo, onde as pessoas desabafavam. Choravam. Fumavam demais. Eu
tinha que procurar aconselhar. Em alguns casos acredito que deve ter dado algum
resultado. Aconteceu com um colega, ele pegou um passageiro para levar até o
Aeroporto de Cumbica, era um executivo de uma empresa multinacional, já estava
cansado desse trabalho. Entrou de mau humor no taxi, o motorista puxou conversa
com ele. Em outra ocasião esse mesmo executivo tomou meu taxi e disse-me o
quanto aquele motorista o tinha ajudado com suas palavras e atenção. Tem um
caso que ocorreu comigo, uma mulher entrou no meu taxi, perguntou-me se ela
podia fumar. Disse-lhe que pela lei é proibido, mas pelo seu nervosismo, é
melhor que fume. Só não queime o banco do carro. Andamos um trecho, ela começou
a desabafar, ela tinha saído do emprego, havia acontecido uns problemas. Ele
pediu que a deixasse na casa da sua mãe. Foi um caso bem marcante. Outro foi de
uma parturiente, quando cheguei à porta do Hospital do Servidor Público, no
Ibirapuera, a criança começou a nascer! Chamei o guarda, ele imediatamente
chamou uns enfermeiros que estavam por perto. Colocaram-na em uma maca e a
criança nasceu ali mesmo. Uma vez eu peguei uma moça no Ibirapuera para levar
em Perdizes. Ela entrou no taxi, sentou-se, imediatamente a presença dela me
aliviou, é o tipo da pessoa que tem uma aura muito agradável. Perguntei-lhe se
era de alguma religião. Ela disse-me que era budista. Ela me explicou muita
coisa interessante sobre o budismo. Outra vez eu estava no ponto, uma mulher dirigiu-se
até o meu carro, estava com uma vestimenta diferente, um vestido meio azulado,
um turbante na cabeça, era uma figura muito diferente. Ela pediu-me que a
levasse a um lugar que nem me lembro mais, ela era muito quieta. Minha
curiosidade foi maior, delicadamente perguntei-lhe qual era a sua religião. Ela
muito gentil, disse-me que era maometana. Era uma pessoa muito fina. Espalhou
uma energia positiva. Pensei que se alguém carregasse em seu taxi dez pessoas
como aquela por dia sairia abençoado.
O senhor segue alguma religião?
Sou Católico Apostólico Romano. Praticante.
O que mais desgasta o motorista
de taxi?
Eu trabalhei durante 33 anos como
motorista de praça. Nos últimos três anos eu já não estava agüentando mais. O
trânsito. O barulho. Tinha rádio dentro do carro sempre ao gosto do passageiro.
Ligado ou desligado. E no tipo de música que o mesmo queria ouvir.
Em média quantas pessoas o senhor
transportava por dia?
É muito difícil dizer. Às vezes
pegava uma corrida muito longa que um passageiro apenas ocupava um período
todo. Às vezes pegava o que os taxistas chamam de “pescoço”, são corridas muito
curtas, o que compensa é a bandeirada, que é zerar o taxímetro e iniciar
novamente com outro passageiro.
O senhor sentia que as pessoas
carregam suas próprias energias, positivas ou negativas?
Sentia na hora a energia emanada
pela pessoa, tanto positiva como negativa.
Há taxistas que se especializam
em um tipo de cliente ou lugar?
Tem motorista de todo jeito. Tem
uns que só trabalham a noite, são especialistas em transportarem os
freqüentadores da noite: bares, boates, e tudo que a noite oferece. Outros
faziam ponto na rodoviária. Eu trabalhava só durante o dia, quando chegava umas
cinco horas da tarde parava de trabalhar. Com o tempo ganhei experiência,
muitos colegas passavam suas experiências. Quais eram os locais onde se corria
mais riscos, que tipo de corrida recusar. Conforme o destino da corrida a
chance de sofrer um assalto era praticamente certa. O passageiro poderia ser um
assaltante ou naquele destino iria encontrar facilmente algum outro passageiro
que poderia ser assaltante.
O senhor foi assaltado alguma
vez?
Não. Mas percebi que um
passageiro estava com a intenção de me assaltar. Disse-lhe: “Você está mal com
Deus!” Ele afirmou e perguntou-me como eu sabia? Fiz-lhe ver que estava atento
ao seu comportamento. Ele tinha saído da prisão, queria ir até a rodoviária,
levei-o sem cobrar nada.
A antiga rodoviária de São Paulo,
o Terminal Rodoviário da Luz
era um bom lugar para pegar passageiros?
Era bom, muito movimentado,
central, quando ainda funcionava a Estrada de Ferro Sorocabana. Quando acabou a
Sorocabana foi minguando, o lugar decaiu muito, tornou-se perigoso. Quando
tinha as Feiras do Anhembi eu estava lá, o movimento era bom. Antes as feiras
eram no Parque Ibirapuera.
E as famosas enchentes, alguma o
pegou?
Logo no começo peguei algumas,
depois quem conhece São Paulo fica esperto com as enchentes. Quando via que o
céu escurecia e ia vir àquela tromba d água eu ia embora. Lembro-me de uma
enchente na Avenida Pacaembu, os carros rodando, eu com passageiro, entrei em
uma rua na contramão e consegui escapar da enchente. No chamado popularmente
como Buraco do Adhemar, em uma referencia ao túnel que existe no Vale do
Anhangabaú, construído pelo governador Adhemar de Barros, ali eu peguei
enchente, não tem para onde sair.
Essa sensibilidade do motorista
com relação ao passageiro é fundamental?
Com o tempo ganha-se
conhecimento, pelo modo como a pessoa dá o sinal para o taxi parar já se tem
uma idéia do tipo do passageiro. Se tivesse um mínimo de desconfiança passava
direto. Sempre fiz isso. Lembro-me de um senhor, de terno e gravata, que
parecia ser um executivo. Deu-me o sinal, entrou no taxi, no meio da nossa
conversa ele revelou que era general reformado. O modo de a pessoa dar o sinal,
seu jeito, já diz alguma coisa. A pessoa irradia o que ela é. O que sou
internamente transpira para fora. A idade, um pouco de leitura, a atenção, vai
deixando-nos experientes.
A relação do taxista com outros
motoristas, com motociclistas gera muita tensão?
Principalmente com motocicleta
tem que se tomar muito cuidado. É Um perigo. Vi muitos acidentes terríveis
envolvendo motocicletas
Em que bairro o senhor morava em
São Paulo?
Moramos sempre na Liberdade,
bairro dos japoneses. Na Praça Almeida Júnior. Acostumamos tanto com os
japoneses que o mecânico era japonês, o médico era japonês, eles são muito
dedicados no que fazem. Um mecânico japonês mudou-se para o Jabaquara, eu ia
até lá, sabia que o seu serviço era perfeito.
E como era o lazer do senhor?
Geralmente viajava muito em
excursões. Ia para locais turísticos, religiosos, culturais.
O senhor fazia viagens como
taxista?
Fui para Atibaia, Águas de
Lindóia, Varginha. Geralmente ia levar e já deixava acertado para depois ir
buscar a pessoa.
Na década de 70 os postos de gasolina ficavam fechados
durante o final de semana determinação do governo para economizar combustível o
que os taxistas faziam?
Ficava só uma companhia de petróleo para
abastecer, sabíamos que determinado posto em tal lugar estava autorizado a
fornecer combustível. Só taxi que podia abastecer. Sempre enchíamos o tanque
com antecedência como prevenção.
Além do Gol, quais carros o senhor
utilizou para trabalhar?
Primeiro tive um Fusca, era um veículo
que tinha que ser tirado o banco do passageiro ao lado do motorista, ficava só
o banco de trás. Depois comprei o Gol, mais tarde comprei um carro russo, o
Lada. Depois tive uma Paraty, daquelas antigas, quadradona. Depois comprei um
Santana.
Fusca Taxi - BRASIL 1988 - TV aleman
Otávio e as Letras - Trailer - Taxi Fusca 68
Fusca Taxi - BRASIL 1988 - TV aleman
Otávio e as Letras - Trailer - Taxi Fusca 68
Como o senhor veio morar em Piracicaba?
Tenho muitas pessoas amigas, parentes,
em Piracicaba. Em 2007 viemos morar no Lar dos Velhinhos. Temos muitos amigos em São Paulo que nos
telefonam. Alguns já vieram nos visitar.
O senhor acessa a internet?
Uso para enviar e receber e-mails ou
pesquisar alguma coisa.
sexta-feira, setembro 18, 2015
ANA MARLY DE OLIVEIRA JACOBINO
PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 19 de setembro de 2015.
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 19 de setembro de 2015.
Entrevista: Publicada aos sábados
no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
http://www.teleresponde.com.br/
ENTREVISTADA: ANA MARLY DE OLIVEIRA JACOBINO
Ana Marly de Oliveira Jacobino
nasceu em Piracicaba a 30 de novembro, casada com Durval Jacobino com quem tem
o filho Guilherme de Oliveira Jacobino. Ana Marly é filha de Celso de Oliveira,
natural de Santa Cruz das Palmeiras e Horocinda da Costa Oliveira nascida em
Limeira que tiveram as filhas Ana Marly e Marisa. Sua avó materna é de origem
italiana, e seu avô paterno de origem portuguesa. Seu avô, Caetano de Oliveira,
veio como chefe do primeiro trem da Companhia Paulista que chegou a Piracicaba.
Ele foi morar em uma daquelas casas da “Colônia da Companhia Paulista”, que
existem até hoje. Depois construiu uma casa na Rua da Palma. “Ler poesia pode ser mais eficaz em tratamentos
do que os livros de autoajuda, segundo um estudo da Universidade de
Liverpool. Especialistas em ciência, psicologia e literatura inglesa da
universidade monitoraram a atividade cerebral de 30 voluntários que leram
primeiro trechos de textos clássicos de Henry Vaughan, John
Donne, Elizabeth Barrett Browning e Philip Larkin e depois
essas mesmas passagens traduzidas para a “linguagem coloquial”. Os resultados da pesquisa
mostraram que a atividade do cérebro “acelera” quando o leitor encontra
palavras incomuns ou frases com uma estrutura semântica complexa, mas não
reage quando esse mesmo conteúdo se expressa com fórmulas de uso cotidiano. Os
especialistas descobriram que a poesia é mais útil que os livros de autoajuda
porque afeta o lado direito do cérebro, onde são armazenadas as lembranças
autobiográficas, e ajuda a refletir sobre eles e entendê-los desde outra
perspectiva. Os especialistas buscam agora compreender como afetaram a
atividade cerebral as contínuas revisões de alguns clássicos da
literatura para adaptá-los à linguagem atual, caso das obras de Charles
Dickens” É o que está escrito na Agenda Cultural Piracicabana, uma das áreas de
atuação de Ana Marly de Oliveira Jacobino.
Ana Marly de Oliveira Jacobino
Ana Marly de Oliveira Jacobino
O seu avô, Celso de Oliveira,
veio com o primeiro trem da Companhia Paulista que chegou a Piracicaba?
Foi o primeiro Chefe do Trem,
aquele que passava picotando, eu adorava vê-lo bater nas rodas do trem,
conforme o ruído ele sabia se havia alguma fissura em alguma delas.
Qual era a profissão do seu pai?
Meu pai era torneiro mecânico,
ele trabalhou na Morlet, de propriedade de um francês visionário cujo sobrenome
era Morlet.
Você morava ali perto?
Moramos sempre no Bairro Alto, na
Rua Riachuelo. Mas meus avós, pais do meu pai, meus tios, moraram sempre na Rua
da Palma, a casa existe até hoje, fica a dois quarteirões antes de acabar a Rua
da Palma. Meu primo Marcos reside lá.
Você conheceu a famosa “Bica do
Morlet”?
Conheci, meu avô trabalhava no
Morlet também, ele caiu naquela bica, quebrou a clavícula, ele era muito forte,
não chegou a ficar três dias internado no hospital, saiu por conta própria. Meu
pai trabalhava na Romi em Santa Bárbara D`Oeste, foi trazendo para cá meu avô,
meus tios que também trabalharam na Romi.
O curso primário você estudou em
que escola?
Fiz no SESI 164 que na época
funcionava no Lar Escola Coração de Maria, depois foi transferido para o
Colégio Piracicabano. Atualmente acredito que ele funcione na Paulicéia, no
Jardim Esplanada. Minha diretora era a Dona Salete. Ela foi buscar-nos, minha
irmã e eu, na catequese, eu tinha cinco anos, ela tinha que abrir a unidade do
SESI em Piracicaba, minha mãe tinha nos ensinado a escrever e a ler. Entramos e
fomos sempre as primeiras alunas da classe. Minha irmã é 11 meses mais nova,
mas somos como gêmeas, minha mãe bordava nossos vestidos iguais, Dona Salete
que nos levava.
Sua mãe tinha prendas domésticas ou trabalhava em outra
atividade?
Além das atividades domésticas
também bordava enxovais para pessoas que levavam até a nossa casa. Ela não
cobrava quase nada, era mais um lazer para ela.
No Lar Escola Maria Nossa Mãe
funcionava um internato de meninas, como era a relação de vocês com elas?
Havia um entrosamento muito bom
com elas. Três vezes por semana vinha uma listinha onde levávamos pertences
para fazer uma comida comunitária. Havia uma cozinheira que fazia e todas nós
comíamos juntas. Não havia merenda nos moldes que temos hoje, nós levávamos a
merenda. Minha mãe fazia um bornal para cada filha e as meninas que ficavam
conosco sempre acabavam comendo algo. A manteiga era caseira, feita pela minha
mãe. Tínhamos um quintal com galinhas. Na Rua da Palma meu avô,Caetano de
Oliveira e minha avó Ana de Oliveira, criavam muitas cabras. Nós íamos a pé até
a casa da minha avó, dávamos a mãozinha à minha mãe e íamos. Todo filho que a minha tia ia ter além da parteira
minha mãe fazia questão de estar junto. Lembro-me da Chácara Nazareth, dos
barracões que existiam. Lembro-me do trem, da carregadeira e descarregadeira de
gado, o gado era embarcado e desembarcado do trem ali. Hoje é um terreno ao
lado entre a Farmácia Raya e o restaurante Frios Paulista. Lembro-me que íamos
à casa do meu avô, em São Paulo, de trem. O pai da minha mãe, que trabalhou na
Morlet, quando se aposentou foi morar com a filha mais nova que era casada com
o Maestro
Marconi Campos da Silva do Trio Marayá. Ele faleceu aqui em Piracicaba, amava o
Rio Piracicaba. No período de férias escolares minha irmã e eu íamos para São
Paulo, meu avô vinha nos buscar. Minha mãe fazia um bornal com lanches,
lembro-me que uma vez minha mãe fez cinqüenta coxinhas, que era para todos
comerem. O trem saia da estação, quando ele chegava ao pontilhão da Rua Benjamim
Constant ele voltava, para engatar os vagões. Eu já estava comendo! Minha mãe
dizia: Espera até chegar a Nova Odessa! Quando o trem fazia uma parada em Nova
Odessa o que passavam vendendo eu comprava: biscoito, pastel, comprava! Vendiam
diversas revistas, eu amava Pato Donald, Zé Carioca!
Após fazer o primário no SESI, o ensino fundamental e o
médio, nós fizemos no Colégio Industrial Fernando
Febeliano da Costa. Tínhamos passado nos exames de admissão do Colégio Jorge
Coury e no Instituto de Educação Sud Mennucci. Mas preferimos fazer no
Industrial porque tinha aulas de costura, culinária, passávamos o dia todo na
escola, era uma delícia. No ginásio o horário de entrada era às sete horas da
manhã e saia à uma hora da tarde. No Colégio Técnico, fizemos eletrotécnica,
saiamos cinco horas da tarde. Após concluir o colégio fui fazer Engenharia
Civil na Escola de Engenharia de Piracicaba. Não conclui o curso, meu pai teve
um problema sério de saúde, tive que parar, fui trabalhar na Philips. Tive que
fazer magistério no Sud Mennucci. Depois fiz Pedagogia na Unisal, em Americana,
fui fazer a Faculdade de Letras, fiz especialização na Unicamp, vim terminar na
Unimep. Sou especialista em Letras, Literatura, Texto e Ensino. Lecionei no Dom
Bosco, Dom Bosco Assunção, Anglo, Anglo-Cerquilho, Atlântico, Colégio Evolução,
Colégio Santa Clara em Rio das Pedras. Fiz o curso de especialista em Filosofia
e Teologia, História da Arte na Unicamp.
Você aposentou-se em que ano?
Aposentei-me em 2005.
O que é Sarau Literário e como se iniciou?
Quando eu lecionava literatura no ensino médio, encontrava
muita dificuldade. Eu os levava ao teatro, tirava da sala de aula à noite.
Passei por muitas dificuldades, principalmente com os alunos. Eu lia muito
sobre os saraus.
Hino Ao Amor (Hymne À L'amour) - Edith Piaf e
Marguerite Monnot
Cai sereno cai_ Elpidio dos Santos
Hino Ao Amor (Hymne À L'amour) - Edith Piaf e
Marguerite Monnot
De mais ninguém- Arnaldo
Antunes/Marisa Monte com arranjo de C.A. Wuensche
Dança Oriental
Flor Amorosa _ Catulo da Paixão Cearense
Qual é o significado da palavra sarau?
No século XIX era feito em uma casa, alguém tocava, e os
escritores da época faziam leituras, declamavam, dançavam, mostravam sua arte.
Mais eram declamações e cantos. Era um encontro intelectualizado, na época da
escravidão. O Sarau Piracicabano começou em 2004, embora a idéia já tenha se
iniciado em sala de aula por volta de 1997, 1998 quando eu lecionava
literatura. Aquela idéia de levar os alunos ao teatro continha muitos riscos.
Passei a levar bolos, salgados, consegui de certa forma atraí-los pelo
estomago. Descobri uma aluna que tocava piano, outra que gostava de escrever.
Outra tocava violão.
Dança do Ventre
Dança da espada com Isadora Neves
Poeira da Idade - João Nogueira
Dança do Ventre
Dança da espada com Isadora Neves
Se Todos Fossem Iguais A
Você _ Tom Jobim
Apresentação da professora
de dança, dançarina, coreógrafa Josiany Longatto
Poeira da Idade - João Nogueira
O Baile da Saudade _ Francisco Petrônio
De onde você tirou essa idéia?
Das leituras que fiz. Nunca tinha visto ninguém fazer isso.
Agora tem sarau em todo quanto é lado. Eu acho ótimo. Tem o Sarau das Rosas, que
dizem que sempre existiu, eu nunca fui, nem sabia que existia. Acontece em São
Paulo na Casa das Rosas. Em 1928 o escritório do arquiteto
Francisco de Paula Ramos de Azevedo já era tido como o mais famoso e reputado
da área na América Latina. Projetou e executou a construção de diversos prédios
de importância histórica hoje, tais como a Pinacoteca do Estado, o Teatro Municipal,
o Prédio da Light e o Mercado Público de São Paulo. Projetou também a Casa das
Rosas, uma mansão em estilo clássico francês com trinta cômodos, edícula,
jardins, quadras e pomar na Avenida Paulista, local que reunia a maioria dos milionários
barões do café. A mansão foi concluída em 1935. Lá, os herdeiros de Ramos
de Azevedo viveram até meados dos anos 1980. Essa é a famosa Casa das Rosas, em
plena Avenida Paulista. Hoje tombada pelo Patrimônio Histórico.
Segue o Teu Destino- Ricardo Reis (Fernando
Pessoa)- Sueli Costa
Dança Folclorica- said moderno com bastão
Segue o Teu Destino- Ricardo Reis (Fernando
Pessoa)- Sueli Costa
Romaria - Renato Teixeira Orquestra de Viola Caipira "As Piracicabanas"
Ave Maria Erotides de Campos
Dança Folclorica- said moderno com bastão
Na verdade todo mundo tem alguma
qualidade para mostrar, o que falta é incentivo. De certa forma você conseguiu
quebrar essa barreira?
Agora após o Sarau reunimos os
voluntários em algum lugar, vai quem quiser ir, cada um arca com suas despesas.
Em Poços de Caldas já é o décimo segundo Sarau que vamos fazer juntos.
Providencio a van que nos leva, faço a reserva do hotel.
Vão homens e mulheres?
Vão alguns homens, mas a maioria
são as mulheres.
O homem sofre algum tipo de
preconceito?
Acho que o homem age muito pela
razão, é um elemento difícil. Vejo isso
pelo meu marido, é muito racional. Ele me ajuda, filma. Mas ele nem pensa em
apresentar algum trabalho. Há uma barreira imposta pelo próprio homem. Eu deixo
abertas as possibilidades. Vem um senhor de Tanquinho, ele declama na linguagem
popular. A forma de expressão pode não estar na linguagem culta. A mensagem é que
pode ser muito valiosa. Existe em alguns eventos, promovidos por outras
instituições, as restrições à linguagem popular. Embora não seja psicanalista,
fui estudar psicanálise. A Heloisa Guerrine tinha uma filha que trabalhava no
Café das Artes na Rua do Porto. Éramos poucos, 9, 10. Começou a aumentar o
numero de pessoas, já não cabia mais lá. Fizemos em vários restaurantes,
lanchonetes, mas não deu muito certo. Há uma dispersão de atenção. Fizemos até
em um prédio de uma amiga. No fim fomos para a livraria Nobel. Ficamos um ano
na Nobel. Começou a aparecer tanta gente. Famílias passaram a freqüentar o Sarau.
Meninos do bairro Novo Horizonte começaram a freqüentar.
É com esse que eu vou_ Pedro Caetano
Samba de Lenço
Piracicaba de Newton de Almeida Mello
É com esse que eu vou_ Pedro Caetano
Samba de Lenço
Piracicaba de Newton de Almeida Mello
Hoje quantas pessoas frequentam o
Sarau Literário?
No último tinha 100 pessoas. Já
tivemos a presença de 140 pessoas, no auditório do Museu Prudente de Moraes. O
Sarau de Poços de Caldas nós dividimos em dois tempos: o religioso e o profano.
No primeiro tempo são apresentados os trabalhos. Na segunda etapa temos a
confraternização que envolve uma quase festa de casamento, tamanha a fartura de
alimentos finamente elaborados. Primeiro fazemos a apresentação do sarau em si,
com música, dança, declamação. O profano é quando passamos a parte de
gastronomia. Não dá certo sarau com gastronomia simultaneamente.
De papo pro ar (Joubert de Carvalho/Olegário
Mariano)
Tocando em frente (Almir Sater / Renato
Teixeira)
Concertino sobre um tema espanhol_ Ernest Mahle
Aos Pés Da Cruz- Marino Pinto / Zé da Zilda
Só danço samba – Tom Jobim e Vinícius de Moraes com a cantora Thereza Ales Herler
Pupurri Ernest Mahle Orquestra de Câmara Piracicabana
De papo pro ar (Joubert de Carvalho/Olegário
Mariano)
Tocando em frente (Almir Sater / Renato
Teixeira)
Concertino sobre um tema espanhol_ Ernest Mahle
Aos Pés Da Cruz- Marino Pinto / Zé da Zilda
Só danço samba – Tom Jobim e Vinícius de Moraes com a cantora Thereza Ales Herler
Pupurri Ernest Mahle Orquestra de Câmara Piracicabana
Hi-Lili, Hi Lo - Leslie Caron
Não sabia que havia essa
denominação de religioso e profano.
Essa é uma denominação que eu
coloquei!
Já fizemos Sarau em Rio das Pedras, por dois
anos. Só não conseguimos mais local, tivemos que deixar de realizá-los. No
Sarau de Rio das Pedras, quem era artista podia levar até seus quadros. Em Rio
das Pedras fizemos exposições lindas.
O que é CLIP? E GOLP?
O GOLP – Gruo Oficina Literária
de Piracicaba é só de textos, crônicas e contos. O CLIP – Centro Literário de
Piracicaba já envolve poesia.
Vemos que há uma profusão enorme
dos chamados “Bailes Funk”, principalmente nos grandes centros, como você vê
essas manifestações?
Penso que também é uma forma de
expressão, que vem da raiz da pessoa. As batidas rítmicas. A meu ver é uma
volta ao primitivo, não necessariamente ao primitivo original. Se for fazer uma
análise só da parte musical, das danças a visão é essa.
Você já fez um paralelo entre as
manifestações indígenas e esses bailes funk?
Eu acredito que são manifestações
coletivas que expressam o sentimento do grupo.
Grande
parte das drogas alucinógenas utilizadas pelos indígenas é proveniente de
plantas. Tem o significado religioso. Seu uso é basicamente ritual
ou de cura. Não são drogas pesadas.
Você
participou dos famosos festivais da TV Record, ainda no Teatro Record, na
Avenida da Consolação?
Não
participei de todos, mas participei. Eu ia no “Circo do Arrelia”. Minha tia nos
levava, minha irmã e eu. O meu tio cantava. Quando o Caetano Veloso passou a
cantar com aquelas roupas diferente, a Rita Lee foi cantar vestida de noiva,
era algo assustador, ninguém esperava. Foram buscar as músicas de Carmem Miranda,
com todas as frutas, a Tropicália. Foi uma cisão que eles fizeram. Meu tio
conta que o Caetano Veloso precisou emprestar um paletó, senão não poderia
cantar. Quando o sucesso chegou, eles já se apresentavam como queriam. O
interessante é que esse pessoal ia até a casa dos meus tios. Lembro-me de
Vinicius de Moraes na sala, eu não sabia que era Vinicius. Na época minha irmã
e eu éramos muito pequenas. Jair Rodrigues freqüentava a casa deles.
O Sarau
Piracicabano existe há quanto tempo?
São 11 anos, é realizado mensalmente, na terceira
terça-feira de cada mês. Temos o blog Agenda Cultural Piracicabana e lá está o
Sarau Literário Piracicabano. As apresentações do Sarau este ano estão
ocorrendo na ESALQTrio Marayá._ A época de ouro!
O trio foi formado em 1954, contando
com Behring Leiros no tantã, Marconi Campos no violão e Hilton Acioli
no afoché. Inicialmente adotaram o nome de Marajá e apresentaram-se no
programa da Sociedade Artística Estudantil, na Rádio Poti. Em 1956,
durante a realização de um congresso da União Nacional dos Estudantes,
UNE, em Natal, foram convidados a ir ao Rio de Janeiro, onde alguns
estudantes pretendiam criar um programa nos moldes do SAE. Pouco antes
de viajar para o Rio de Janeiro, adotaram, por sugestão do professor e
folclorista Luís da Câmara Cascudo, o nome de Trio Marayá.
No Rio de Janeiro, os jovens vocalistas conseguiram participar de
diversos programas na Rádio Nacional, entre os quais, “Grande Show
Brahma”, “César de Alencar” e “Paulo Gracindo”. Atuaram ainda em
diversas casas noturnas, sendo contratados com exclusividade para se
apresentar no Restaurante “Cabeça Chata”, de propriedade do conhecido
cantor de emboladas Manezinho Araújo. Pouco depois, passaram a atuar na
Rádio e na TV Tupi. Por essa época, foram convidados pelo cantor e
compositor Luiz Vieira, que assistiu à participação do Trio Marayá na
gravação de um disco de um cantor cearense na gravadora Copacabana,
acabando por convidá-os a se apresentarem em seu programa de rádio em
São Paulo. No programa de Luiz Vieira na Rádio Record, interpretaram o
corridinho “Maria Fulô”, de Luiz Vieira e João do Vale, e posteriormente
gravado em LP pelo trio. Aprovados em teste, foram contratados pela
Rádio e TV Record. Na Rádio Record, passaram a apresentar o programa
semanal “Música e poesia com o Trio Marayá”, produzido por Luiz Vieira,
além de participar de outros programas da emissora.
Em 1966,
obtiveram destaque no II Festival de Música Popular Brasileira
apresentado na TV Record em São Paulo. Defenderam, juntamente com Jair
Rodrigues, a composição "Disparada", de Geraldo Vandré e Teo, e que, com
arranjos de Hilton Acioli, tirou o primeiro lugar. Nos festivais
internacionais apresentaram-se com Nat King Cole, Sammy Davis Jr., Ella
Fitzgerald, Rita Pavone, Sérgio Endrigo e Catherine Valente. Em 1968,
retornaram à Europa, defendendo o Brasil no Festival Internacional de
Música da Bulgária, realizado na cidade de Sófia, onde o trio recebeu
Medalha de Ouro", tirando o 1º lugar com a composição "Che", de Marconi
Campos da Silva e Geraldo Vandré.
Em 1981 o maestro Marconi
colocou os arranjos em várias músicas de Luis Gonzaga e ao ouvir Asa
Branca, ele perguntou ao Marconi:
_Ô, meu filho, a sua mãe sabe que você faz essas coisas?
Então, o maestro Marconi respondeu:
_ Sabe sim, seu Lua.
_ Que bom! Finalmente as minhas musicas vão tocas nas FMs.
O Trio (Marayá) que há mais tempo cantava junto no Brasil acabou
com a morte do Maestro Marconi em 24 de Julho de 2003, no lugar que ele
escolheu para viver as suas horas de lazer, pescando no seu rio que
tanto amava na cidade de Piracicaba.
Quer ouvir a voz afinada do Trio Marayà?Clique nos endereços abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=EGyb11knYYo&NR=1 Aroeira: Trio Marayá e Geraldo Vandré
Ana Marly de Oliveira Jacobino
TRIO MARAYÁ - PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES
TRIO MARAYÁ - MARIA FILÓ
Behring de Campos Leiros (tantã) - Y Sobral, CE, 31/5/1935
Marconi Campos da Silva (violão) - Y Natal, RN, 18/7/1937
Hilton Acioli (afoxé) - Y Nísia Floresta, RN, 4/10/1939
Trio Vocal e
Instrumental
Acervo: 23 GRAVAÇÕES
Código - Título
da música - (Autores) - Intérprete - Ano da gravação/lançamento - Gênero
TMy001 Amor verdadeiro (Luiz Bandeira e
Sivuca) Trio Marayá 1956 Baião
TMy002 Bamboleio de iaiá [J. Oliveira
(Rubi)] Trio Marayá 1957 Samba
TMy003 Choveu no Ceará (Catulo da Paula)
Trio Marayá 1957 Baião
TMy004 Descansa coração (Arquimedes Messina)
Trio Marayá 1961 Bolero
TMy005 Gauchinha bem querer (Tito Madi) Trio
Marayá 1957 Samba-canção
TMy020 Lembranças de Ipacaraí (Recuerdos de
Ipacaraí) (Zulema de Mirkin, Demetrio Ortiz e Juraci Rago) Trio Marayá 1959
Guarânia
TMy021 Meu primeiro amor (Lejania) (Hermínio
Gimenez, José Fortuna e Pinheirinho Jr.) Trio Marayá 1959 Guarânia
TMy006 Meu tio (Mon oncle) (Barcellini,
Contet, J. C. Carriere e Fred Jorge) Trio Marayá 1959 Foxtrote
TMy007 Mi dicha lejana (Porquê deixarei de
amar-te) (E. Ayala Bâez e Júlio Nagib) Trio Marayá - Guarânia
TMy008 Nena Nenita (Joaquim Prieto e Juvenal
Fernandes) Trio Marayá 1962 Balada
TMy009 O matador (El matador) (Jane Bowers,
Irving Burguess e Fred Jorge) Trio Marayá 1960 Canção
TMy010 O rei do samba (Hervê Cordovil e
Vicente Leporace) Trio Marayá 1958 Samba
AiR02 O vapor de cachoeira (David Nasser e
Clemente Neto) Airton Rocha e Trio Marayá 1956 Baião
TMy011 Onde estará minha vida (Donde estará mi
vida) (Segovia, F. Naranjo, I. Roman e Fred Jorge) Trio Marayá 1959 Bolero
TMy012 Patrícia (Damazo Perez Prado e A.
Bourget) Trio Marayá 1958 Bolero
TMy013 Pede (Pide) (A. Alguero, A. Guijarro
e Teixeira Filho) Trio Marayá 1962 Bolero
TMy014 Por pecadora (Leopoldo Diaz Velez)
Trio Marayá 1960 Bolero
TMy015 Prova de carinho (Adoniran Barbosa e
Hervê Cordovil) Trio Marayá 1960 Samba
TMy016 Pé do lajêro (João do Vale, José
Cândido e Paulo Bangú) Trio Marayá 1956 Rojão
TMy017 Quero beijar-te as mãos (Arcênio de
Carvalho e Lourival Faissal) Trio Marayá 1959 Guarânia
TMy018 Sambinha quadrado (Marcone Campos da
Silva e Hilton Acioli) Trio Marayá 1961 Sambinha
TMy022 Tijuca (Victor Simon) Trio Marayá
1961 Samba
TMy019 Um telegrama (Un telegrama) (Hnos.
Gracia Segura e Nadir Perez) Trio Marayá 1960 Foxtrote

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