domingo, junho 07, 2009
AILTON MOREIRA
PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com
Sábado 05 de maio de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/ http://blognassif.blogspot.com/
PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com
Sábado 05 de maio de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/ http://blognassif.blogspot.com/
ENTREVISTADO : AILTON MOREIRA
Não é só aos jornalistas e produtores de um jornal que devemos agradecer pelo fato da informação chegar até nossa casa. Devemos agradecer a milhares de profissionais que trabalham na distribuição dessa informação. E quando tratamos de jornal impresso, estamos falando do jornaleiro. O dono de banca de jornal Hildon Fidélis da Silva, conhecido como Castelo, é deputado estadual de Alagoas. Apesar de ter conquistado apenas 354 votos nas eleições de 2006, Castelo (PTB) assumiu o mandato, na condição de primeiro suplente. Ele substituiu o deputado estadual Marcos Ferreira (PMN), afastado do mandato por decisão da Justiça.
Graciliano Ramos em um texto de 1915 diz a respeito dos jornaleiros: “Parece que desconhece hierarquias e vaidades tolas, porque não empresta títulos a nenhum nome. Diz: "o partido do Pinheiro, discursos de Rui Barbosa, o governo do Nilo Peçanha". Fala sobre política, conhece o valor de nossos parlamentares, discute os principais episódios da conflagração européia, critica os atos do poder e emprega imoderadamente esses vistosos adjetivos que figuram nos cabeçalhos dos artigos importantes”. No dia 30 de setembro, os jornaleiros são lembrados, pois esse é seu dia. Os jornaleiros já contam com 151 anos de história na vida do país. O jornal “A Atualidade” consta como sendo o primeiro jornal a ser vendido avulso, no ano de 1858. Quem primeiro montou um ponto fixo foi Carmine Labanca, um imigrante italiano, na cidade do Rio de Janeiro. O sobrenome do imigrante se associou ao nome dos pontos-de-venda ("banca"). A regulamentação das bancas veio com o então prefeito da cidade de São Paulo, Jânio Quadros, em 1954. Ailton Moreira é hoje uma das personalidades mais conhecidas de Piracicaba, graças ao seu trabalho incansável, sua forma atenciosa de atender seus clientes, tratando a todos como se fosse o único cliente, não importando o volume de compras que o mesmo efetua. Isso fez com que a sua banca de revistas passasse a ser um ponto de encontro dominical.
O senhor é natural de Piracicaba?
Nasci em Londrina em 19 de março de 1950, filho de Jonevil Moreira e Isaura Rosa Moreira. Aos seis anos de idade mudei-me com meu avô Albertino Moreira para São Paulo. Ainda moleque trabalhei como engraxate, na cidade de São Paulo. Trabalhei em uma pequena loja dentro da Galeria Pagé, no centro de São Paulo, fazia o serviço de atendimento no balcão. Na ocasião a Galeria Pagé tinha apenas o mezanino, não havia ainda o edifício que há hoje. Na época morava na Vila Granada, Zona Leste. Em 1964 trabalhei no Correio situado na Avenida São João, entrei como estafeta, entregava cartas no centro de São Paulo. Logo passei a entregar telegramas.
Algum telegrama o marcou bastante?
Foi um telegrama que entreguei na casa do artista Demetrius (N.J.: O artista Demetrius Gravou Rock Do Saci, O Amor Que Perdi, O Ritmo da Chuva, a música Não Presto Mas Te Amo, Esta Tarde Vi Chover, Ei, Meu Pai, Nas Voltas do Mundo, Encontro, O Menino e o Pião, Esta Tarde Vi Chover e outras músicas). Ele morava no Cambuci. Eu cheguei à casa dele, fui atendido pela sua mulher, uma loira muito bonita, na ocasião parece que eles estavam tendo algum atrito, ela queria saber o teor do telegrama. Ao que consta eles acabaram separando-se. Nunca mais ouvi falar do Demetrius. Isso foi na época da Jovem Guarda. Uma das vezes fui fazer entrega de telegramas, próximo a fábrica da Antártica, nas proximidades da Mooca, era uma região que alagava muito rapidamente. Começou um pé d água, tive que manter a sacola acima da cabeça, era uma sacola a prova de água. Imaginei que iria morrer ali.
E as gorjetas?
Não é só aos jornalistas e produtores de um jornal que devemos agradecer pelo fato da informação chegar até nossa casa. Devemos agradecer a milhares de profissionais que trabalham na distribuição dessa informação. E quando tratamos de jornal impresso, estamos falando do jornaleiro. O dono de banca de jornal Hildon Fidélis da Silva, conhecido como Castelo, é deputado estadual de Alagoas. Apesar de ter conquistado apenas 354 votos nas eleições de 2006, Castelo (PTB) assumiu o mandato, na condição de primeiro suplente. Ele substituiu o deputado estadual Marcos Ferreira (PMN), afastado do mandato por decisão da Justiça.
Graciliano Ramos em um texto de 1915 diz a respeito dos jornaleiros: “Parece que desconhece hierarquias e vaidades tolas, porque não empresta títulos a nenhum nome. Diz: "o partido do Pinheiro, discursos de Rui Barbosa, o governo do Nilo Peçanha". Fala sobre política, conhece o valor de nossos parlamentares, discute os principais episódios da conflagração européia, critica os atos do poder e emprega imoderadamente esses vistosos adjetivos que figuram nos cabeçalhos dos artigos importantes”. No dia 30 de setembro, os jornaleiros são lembrados, pois esse é seu dia. Os jornaleiros já contam com 151 anos de história na vida do país. O jornal “A Atualidade” consta como sendo o primeiro jornal a ser vendido avulso, no ano de 1858. Quem primeiro montou um ponto fixo foi Carmine Labanca, um imigrante italiano, na cidade do Rio de Janeiro. O sobrenome do imigrante se associou ao nome dos pontos-de-venda ("banca"). A regulamentação das bancas veio com o então prefeito da cidade de São Paulo, Jânio Quadros, em 1954. Ailton Moreira é hoje uma das personalidades mais conhecidas de Piracicaba, graças ao seu trabalho incansável, sua forma atenciosa de atender seus clientes, tratando a todos como se fosse o único cliente, não importando o volume de compras que o mesmo efetua. Isso fez com que a sua banca de revistas passasse a ser um ponto de encontro dominical.
O senhor é natural de Piracicaba?
Nasci em Londrina em 19 de março de 1950, filho de Jonevil Moreira e Isaura Rosa Moreira. Aos seis anos de idade mudei-me com meu avô Albertino Moreira para São Paulo. Ainda moleque trabalhei como engraxate, na cidade de São Paulo. Trabalhei em uma pequena loja dentro da Galeria Pagé, no centro de São Paulo, fazia o serviço de atendimento no balcão. Na ocasião a Galeria Pagé tinha apenas o mezanino, não havia ainda o edifício que há hoje. Na época morava na Vila Granada, Zona Leste. Em 1964 trabalhei no Correio situado na Avenida São João, entrei como estafeta, entregava cartas no centro de São Paulo. Logo passei a entregar telegramas.
Algum telegrama o marcou bastante?
Foi um telegrama que entreguei na casa do artista Demetrius (N.J.: O artista Demetrius Gravou Rock Do Saci, O Amor Que Perdi, O Ritmo da Chuva, a música Não Presto Mas Te Amo, Esta Tarde Vi Chover, Ei, Meu Pai, Nas Voltas do Mundo, Encontro, O Menino e o Pião, Esta Tarde Vi Chover e outras músicas). Ele morava no Cambuci. Eu cheguei à casa dele, fui atendido pela sua mulher, uma loira muito bonita, na ocasião parece que eles estavam tendo algum atrito, ela queria saber o teor do telegrama. Ao que consta eles acabaram separando-se. Nunca mais ouvi falar do Demetrius. Isso foi na época da Jovem Guarda. Uma das vezes fui fazer entrega de telegramas, próximo a fábrica da Antártica, nas proximidades da Mooca, era uma região que alagava muito rapidamente. Começou um pé d água, tive que manter a sacola acima da cabeça, era uma sacola a prova de água. Imaginei que iria morrer ali.
E as gorjetas?
No meio do ano ganhava pouco, mas no final de ano muitas vezes tinha que deixar em algum lugar conhecido para depois ir buscar, tal era o volume de presentes.
Era comum usar uniforme?
Usava um uniforme da cor caqui e um quepe com o emblema do correio. Usava bota ou coturno. Havia refeitório no próprio correio. Eu tinha uns catorze ou quinze anos.
Do Correio o senhor foi trabalhar onde?
Fui trabalhar na Avon Cosméticos. Ficava na Avenida João Dias, no bairro Santo Amaro, em Jurubatuba, na cidade de São Paulo. No começo eu entrei como ajudante de cozinha, função que exerci por um ano e meio, nós servíamos setecentas refeições por dia. Fui promovido para o departamento e vendas, fui trabalhar no arquivo morto da Avon. Era um serviço duro. Era uma enormidade de prateleiras, com escadas, a função era a de procurar documentos. Era muito bem organizado. Hoje o sistema é muito mais avançado, mas na época era extremamente trabalhoso. Era papel! Muitas vezes permanecia na escada procurando por um período de quarenta minutos, uma hora. Mas achava o documento! Com o tempo passei a trabalhar fora do arquivo morto Nesse período houve uma fase de corte de funcionários. Eu e meu supervisor fomos cortados.
Não demorou uns vinte dias ele entrou em contato com a minha família pedindo para que eu fosse fazer uma entrevista na Editora Abril, na Rua do Cortume. Cheguei lá e deparei-me com uma empresa enorme. Quem havia feito a minha indicação foi o meu ex-supervisor na Avon Ele tinha “mexido os pauzinhos”, preenchi uma ficha e passei a trabalhar na Editora Abril. Fui designado para trabalhar para a Rua Antonio de Barros, no Tatuapé, ficava a vinte minutos de casa. Iniciei trabalhando como auxiliar de estoque. Trabalhávamos em duas pessoas: o estoquista e eu! Os caminhões eram descarregados com empilhadeiras. Eu iniciei o meu período de trabalho das seis da tarde até as seis horas da manhã. Eu deveria ter uns dezenove anos de idade na época. Foi trabalhando lá que me casei. A minha esposa trabalhava no Unibanco situado próximo á Galeria Prestes Maia. Nós nos conhecemos na igreja que freqüentávamos.
Por quanto tempo o senhor trabalhou como estoquista?
Após três meses passei a ser estoquista.
Quantos títulos vinham diariamente?
Na época de trinta a quarenta. Hoje são muito mais.
O senhor chegou a ser promovido para promotor na Editora Abril?
Fui promovido para Promotor Brasil. Lembro-me até hoje do supervisor Milton Feliciano da Costa, tenho um grande desejo de rever esse homem, sei que ele está tocando uma distribuidora no Rio Grande do Sul. Milton Feliciano ao que consta está em Porto Alegre è uma pessoa carismática, ele tinha um grande apreço por mim. Após um período de treinamento interno passei a viajar por um período de três meses com um treinee. Na época eram feitos relatórios diários, escritos em máquina de escrever portátil, fazia parte da bagagem de viagem.
Para onde foi a primeira viagem?
Naquela época a Abril não permitia que um funcionário dela hospedasse ou se alimentasse em locais que não fossem de primeira categoria, isso para preservar a imagem da empresa. Saímos de São Paulo, fomos a Campinas, Rio Claro, São Carlos, Araraquara, Araçatuba, Presidente Prudente, Santo Anastácio, Presidente Bernardes, Bataguassu. Foram vinte e cinco dias de viagem. Resolvíamos todas as pendências, montagem de uma distribuidora, pagamentos atrasados.
Como as publicações chegavam á essas localidades?
Eram transportadas por ônibus, caminhões fretados ou veículos da própria Editora Abril.
O senhor passou a trabalhar viajando sozinho para a Editora Abril?
No início eu estava muito satisfeito, tinha carro da empresa a minha disposição por período integral, com todas as despesas pagas, tinha um bom salário, era enfim um bom emprego. Com o passar do tempo, nasceram meus filhos, e percebi então o quanto estava afastado da minha família, chegava a passar um mês viajando. Cheguei a ficar sessenta e cinco dias fora de casa, viajando pela empresa. Essa vida foi me cansando. Assim mesmo permaneci por mais dois anos viajando. Comecei a pressionar o Milton.
O senhor conheceu Victor Civita?
Eu o vi uma única vez. Ele não morava no Brasil. Era uma pessoa simpática, alto, meio calvo, muito comunicativo. Conheci mais o Mauricio Cardoso. Conheci também o Mino Carta, primeiro diretor de redação da Veja. Nessa época conheci o Bruno Gianetti, aqui em Piracicaba, a agencia que ficava embaixo da Rádio Difusora era do Balacin, que era o distribuidor, depois quem tocou a distribuidora foi o Toninho Gianetti, irmão do Bruno. O Bruno montou uma loja ao lado da Galeria Gianetti, eu que o auxiliei na aquisição do local, nessa época eu ainda estava na Editora Abril. Nesse período eu pedi a conta na Editora, minha vida era de cigano! Mandei currículo para outras firmas e recebi convite da Kibon, da Souza Cruz, mas era também para viajar. Certo dia fui fazer uns acertos na Editora Abril, quando uns amigos me disseram que o Bruno Gianetti precisava de um gerente para tocar a loja e ajudar na distribuidora. A distribuidora ficava na Prudente de Moraes passando a Armando Salles, em um casarão antigo.
O senhor permaneceu trabalhando na Agencia XV de Jornais e Revistas até que ano?
Eu pedi demissão ao Bruno Gianetti. Abri a minha loja na Rangel Pestana em 1981. Sofri para montar aquilo. Ia para São Paulo, trazia revistas. Ia de ônibus, chegava á noite, ficava até a meia noite na casa de um parente e ia até o Barroco, ao Farah, ao Galvão, trazia revistas para dar seqüência aqueles colecionadores que aguardavam seus exeemplares. Tenho clientes que já trazem seus netos até a minha banca. Um grande amigo que me incentivou muito foi Gregório Marchiori. Outro foi o José Roberto Cera. Paulo Polleti. Paulo Bassetti. Edson Rontani. Se eu começar a citar nomes terei que fazer uma lista enorme.
Em suas viagens á Piracicaba, ainda funcionário da Editora Abril, em qual hotel o senhor se hospedava?
Era comum usar uniforme?
Usava um uniforme da cor caqui e um quepe com o emblema do correio. Usava bota ou coturno. Havia refeitório no próprio correio. Eu tinha uns catorze ou quinze anos.
Do Correio o senhor foi trabalhar onde?
Fui trabalhar na Avon Cosméticos. Ficava na Avenida João Dias, no bairro Santo Amaro, em Jurubatuba, na cidade de São Paulo. No começo eu entrei como ajudante de cozinha, função que exerci por um ano e meio, nós servíamos setecentas refeições por dia. Fui promovido para o departamento e vendas, fui trabalhar no arquivo morto da Avon. Era um serviço duro. Era uma enormidade de prateleiras, com escadas, a função era a de procurar documentos. Era muito bem organizado. Hoje o sistema é muito mais avançado, mas na época era extremamente trabalhoso. Era papel! Muitas vezes permanecia na escada procurando por um período de quarenta minutos, uma hora. Mas achava o documento! Com o tempo passei a trabalhar fora do arquivo morto Nesse período houve uma fase de corte de funcionários. Eu e meu supervisor fomos cortados.
Não demorou uns vinte dias ele entrou em contato com a minha família pedindo para que eu fosse fazer uma entrevista na Editora Abril, na Rua do Cortume. Cheguei lá e deparei-me com uma empresa enorme. Quem havia feito a minha indicação foi o meu ex-supervisor na Avon Ele tinha “mexido os pauzinhos”, preenchi uma ficha e passei a trabalhar na Editora Abril. Fui designado para trabalhar para a Rua Antonio de Barros, no Tatuapé, ficava a vinte minutos de casa. Iniciei trabalhando como auxiliar de estoque. Trabalhávamos em duas pessoas: o estoquista e eu! Os caminhões eram descarregados com empilhadeiras. Eu iniciei o meu período de trabalho das seis da tarde até as seis horas da manhã. Eu deveria ter uns dezenove anos de idade na época. Foi trabalhando lá que me casei. A minha esposa trabalhava no Unibanco situado próximo á Galeria Prestes Maia. Nós nos conhecemos na igreja que freqüentávamos.
Por quanto tempo o senhor trabalhou como estoquista?
Após três meses passei a ser estoquista.
Quantos títulos vinham diariamente?
Na época de trinta a quarenta. Hoje são muito mais.
O senhor chegou a ser promovido para promotor na Editora Abril?
Fui promovido para Promotor Brasil. Lembro-me até hoje do supervisor Milton Feliciano da Costa, tenho um grande desejo de rever esse homem, sei que ele está tocando uma distribuidora no Rio Grande do Sul. Milton Feliciano ao que consta está em Porto Alegre è uma pessoa carismática, ele tinha um grande apreço por mim. Após um período de treinamento interno passei a viajar por um período de três meses com um treinee. Na época eram feitos relatórios diários, escritos em máquina de escrever portátil, fazia parte da bagagem de viagem.
Para onde foi a primeira viagem?
Naquela época a Abril não permitia que um funcionário dela hospedasse ou se alimentasse em locais que não fossem de primeira categoria, isso para preservar a imagem da empresa. Saímos de São Paulo, fomos a Campinas, Rio Claro, São Carlos, Araraquara, Araçatuba, Presidente Prudente, Santo Anastácio, Presidente Bernardes, Bataguassu. Foram vinte e cinco dias de viagem. Resolvíamos todas as pendências, montagem de uma distribuidora, pagamentos atrasados.
Como as publicações chegavam á essas localidades?
Eram transportadas por ônibus, caminhões fretados ou veículos da própria Editora Abril.
O senhor passou a trabalhar viajando sozinho para a Editora Abril?
No início eu estava muito satisfeito, tinha carro da empresa a minha disposição por período integral, com todas as despesas pagas, tinha um bom salário, era enfim um bom emprego. Com o passar do tempo, nasceram meus filhos, e percebi então o quanto estava afastado da minha família, chegava a passar um mês viajando. Cheguei a ficar sessenta e cinco dias fora de casa, viajando pela empresa. Essa vida foi me cansando. Assim mesmo permaneci por mais dois anos viajando. Comecei a pressionar o Milton.
O senhor conheceu Victor Civita?
Eu o vi uma única vez. Ele não morava no Brasil. Era uma pessoa simpática, alto, meio calvo, muito comunicativo. Conheci mais o Mauricio Cardoso. Conheci também o Mino Carta, primeiro diretor de redação da Veja. Nessa época conheci o Bruno Gianetti, aqui em Piracicaba, a agencia que ficava embaixo da Rádio Difusora era do Balacin, que era o distribuidor, depois quem tocou a distribuidora foi o Toninho Gianetti, irmão do Bruno. O Bruno montou uma loja ao lado da Galeria Gianetti, eu que o auxiliei na aquisição do local, nessa época eu ainda estava na Editora Abril. Nesse período eu pedi a conta na Editora, minha vida era de cigano! Mandei currículo para outras firmas e recebi convite da Kibon, da Souza Cruz, mas era também para viajar. Certo dia fui fazer uns acertos na Editora Abril, quando uns amigos me disseram que o Bruno Gianetti precisava de um gerente para tocar a loja e ajudar na distribuidora. A distribuidora ficava na Prudente de Moraes passando a Armando Salles, em um casarão antigo.
O senhor permaneceu trabalhando na Agencia XV de Jornais e Revistas até que ano?
Eu pedi demissão ao Bruno Gianetti. Abri a minha loja na Rangel Pestana em 1981. Sofri para montar aquilo. Ia para São Paulo, trazia revistas. Ia de ônibus, chegava á noite, ficava até a meia noite na casa de um parente e ia até o Barroco, ao Farah, ao Galvão, trazia revistas para dar seqüência aqueles colecionadores que aguardavam seus exeemplares. Tenho clientes que já trazem seus netos até a minha banca. Um grande amigo que me incentivou muito foi Gregório Marchiori. Outro foi o José Roberto Cera. Paulo Polleti. Paulo Bassetti. Edson Rontani. Se eu começar a citar nomes terei que fazer uma lista enorme.
Em suas viagens á Piracicaba, ainda funcionário da Editora Abril, em qual hotel o senhor se hospedava?
Eu me hospedava no Hotel Central. Até hoje não me conformo com a demolição daquele monumento histórico. Era muito bonito, não era para ser destruído nunca.
O senhor chegou á Piracicaba em que ano?
Foi em março de 1976.
Uma banca de jornal e revistas tem um aspecto muito importante que é o período de validade da publicação?
Isso eu tenho facilidade em administrar. Apesar das inúmeras publicações, há uma forma de controlar corretamente. Poucas pessoas sabem, mas Piracicaba já teve sessenta bancas de revistas! Hoje existem umas quarenta e poucas bancas.
O senhor teve que retirar revistas que estavam sendo vendidas na sua banca?
Tive que retirar revistas por diversas vezes, principalmente ás consideradas de conteúdo pornográfico.
O senhor lembra-se da época em que diversas bancas de jornal e revistas, sofriam explosões?
Lembro-me sim! Isso ocorreu mais em São Paulo. Foi obra de terroristas, foi terrível para São Paulo.
Lembra-se da revista Realidade?
Era uma das revistas mais vendidas. Na área esotérica existem revistas que se perpetuaram até hoje.
Pato Donald ainda é um campeão de vendas?
Pato Donald, Tio Patinhas, Cebolinha Mônica, são revistas que devem continuar por muitos anos.
Como era a venda do jornal Notícias Populares?
Era um dos jornais que mais vendia. Jamais pensei que Notícias Populares e Gazeta Esportiva iriam serem descontinuadas.
A revista Sétimo Céu era boa de venda?
Foi uma das revistas que vendia muito.
A revista Senhor?
É uma revista mais para executivos, tem pouca tiragem, mas mantém um excelente nível.
Qual é o público consumidor de revistas eróticas?
É o público adulto, mais senhores do que jovens. A revista G Magazine é uma revista dirigida para o público gay masculino, mas ela traz artistas conhecidos, e quem compra muito essa revista é o público feminino! Quando sai jogadores, artistas famosos, as mulheres compram essas revistas de forma compulsiva.
Mulher compra a revista Playboy?
Compra! Já vi diversas vezes elas passarem pelo caixa com várias revistas, sendo que a Playboy passa pelo caixa discretamente.
Há ainda certa reserva por parte do comprador de revistas relativas a sexo?
Existem clientes que são extremamente discretos quanto á preferência sua preferência pessoal. Alguns até permanecem por determinado tempo, quando então estão sozinhos na banca sentem-se mais a vontade, adquirem o material de leitura, passam pelo caixa e retiram-se com o material pretendido.
Há venda de livros em bancas?
Livros e DVD são produtos de boa comercialização.
O senhor chegou á Piracicaba em que ano?
Foi em março de 1976.
Uma banca de jornal e revistas tem um aspecto muito importante que é o período de validade da publicação?
Isso eu tenho facilidade em administrar. Apesar das inúmeras publicações, há uma forma de controlar corretamente. Poucas pessoas sabem, mas Piracicaba já teve sessenta bancas de revistas! Hoje existem umas quarenta e poucas bancas.
O senhor teve que retirar revistas que estavam sendo vendidas na sua banca?
Tive que retirar revistas por diversas vezes, principalmente ás consideradas de conteúdo pornográfico.
O senhor lembra-se da época em que diversas bancas de jornal e revistas, sofriam explosões?
Lembro-me sim! Isso ocorreu mais em São Paulo. Foi obra de terroristas, foi terrível para São Paulo.
Lembra-se da revista Realidade?
Era uma das revistas mais vendidas. Na área esotérica existem revistas que se perpetuaram até hoje.
Pato Donald ainda é um campeão de vendas?
Pato Donald, Tio Patinhas, Cebolinha Mônica, são revistas que devem continuar por muitos anos.
Como era a venda do jornal Notícias Populares?
Era um dos jornais que mais vendia. Jamais pensei que Notícias Populares e Gazeta Esportiva iriam serem descontinuadas.
A revista Sétimo Céu era boa de venda?
Foi uma das revistas que vendia muito.
A revista Senhor?
É uma revista mais para executivos, tem pouca tiragem, mas mantém um excelente nível.
Qual é o público consumidor de revistas eróticas?
É o público adulto, mais senhores do que jovens. A revista G Magazine é uma revista dirigida para o público gay masculino, mas ela traz artistas conhecidos, e quem compra muito essa revista é o público feminino! Quando sai jogadores, artistas famosos, as mulheres compram essas revistas de forma compulsiva.
Mulher compra a revista Playboy?
Compra! Já vi diversas vezes elas passarem pelo caixa com várias revistas, sendo que a Playboy passa pelo caixa discretamente.
Há ainda certa reserva por parte do comprador de revistas relativas a sexo?
Existem clientes que são extremamente discretos quanto á preferência sua preferência pessoal. Alguns até permanecem por determinado tempo, quando então estão sozinhos na banca sentem-se mais a vontade, adquirem o material de leitura, passam pelo caixa e retiram-se com o material pretendido.
Há venda de livros em bancas?
Livros e DVD são produtos de boa comercialização.
sexta-feira, junho 05, 2009
"Tour" penal francês
Partirá de Lille o primeiro "tour" de bicicleta de prisioneiros franceses.
Escoltados por 124 guardas e acompanhados por educadores físicos, 194 prisioneiros franceses percorrerão aproximadamente 2.400 km até Paris.
O objetivo da corrida é mostrar aos presos a importância do trabalho em equipe e da auto-estima.
Partirá de Lille o primeiro "tour" de bicicleta de prisioneiros franceses.
Escoltados por 124 guardas e acompanhados por educadores físicos, 194 prisioneiros franceses percorrerão aproximadamente 2.400 km até Paris.
O objetivo da corrida é mostrar aos presos a importância do trabalho em equipe e da auto-estima.
terça-feira, junho 02, 2009
Sidney Aldo Granato
PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF Jornalista e Radialista joaonassif@gmail.com
Sábado, 30 de maio de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/ http://blognassif.blogspot.com/ ENTREVISTADO : SIDNEY ALDO GRANATO
Sidney Aldo Granato é um dos mais antigos, constantes e versáteis colaboradores do Lar dos Velhinhos de Piracicaba. Tem contribuído por mais de 20 anos como procurador, advogado, presidente do Conselho, tesoureiro e secretário da diretoria. Sidney é carismático, transmite uma energia contagiante. Fiel a sua origem, cultiva hábitos simples. Extremamente discreto, colabora de forma totalmente anônima em benefício daqueles que são verdadeiramente necessitados. Nascido a quatro de agosto de 1941 em Piracicaba, no bairro da Paulista, á Rua Dr. João Conceição, sendo que viveu a boa parte de sua vida na casa de número 696 da mesma rua. Casado com Antonia Dirce Pandolfo Granato.
Como se chamavam os pais do senhor?
Meu pai se chamava Demétrio Granato e minha mãe Josefa Domingues Granato. Somos cinco irmãos, quatro homens e uma mulher. Meu pai era ferroviário da Companhia Paulista de Estadas de Ferro, seu cargo era de auxiliar de manutenção de locomotivas. Isso no tempo da locomotiva a vapor.
O senhor chegou a conhecer a locomotiva a vapor?
Eu brinquei na locomotiva a vapor! A nossa maior festa era subir na locomotiva, ver onde tinha o tanque de água, o local onde se colocava a lenha, abria a fornalha. Existia um dispositivo circular, com um trilho que ficava exatamente no nível da linha férrea, era o viradouro. (N.J. Era conhecido também como rotunda). A função era de virar a locomotiva a vapor, colocando-a no sentido contrario ao que tinha chegado à estação, esse trabalho era manual, esse dispositivo ficava na direção do embarcadouro de gado.
Quando o senhor iniciou os seus estudos?
Naquela época aos sete anos de idade era possível ir ao grupo escolar, foi com essa idade que eu fui estudar no Grupo Escolar João Conceição, situado ao lado da Igreja dos Frades, na Rua Alferes José Caetano, o prédio existe até hoje. Onde existe uma construção com três andares, havia um salãozinho onde eram passados filmes para a criançada, era promovido pela igreja. Assisti a um filme, onde o bandido tinha dado um tiro, aquilo me marcou tanto que meus irmãos tiveram que realizar um grande esforço para que eu voltasse a assistir outro filme novamente.
Lembra-se da “Missa do Galo”?
Era a missa da meia noite. (N.J: Tradicionalmente, a missa celebrada na véspera do Natal é denominada Missa do Galo, que deve acontecer a meia-noite do dia 24 de dezembro). Depois que saíamos da missa é que nos fartávamos de comer.
O senhor guarda muitas lembranças da Paulista?
Eu nasci ali, vivi ali, hoje estou um pouco mais afastado, estou no Jaraguá, mas continuo vivendo na Paulista. É bom que se diga uma coisa: oficialmente não existe o bairro da Paulista! Dizia-se que era a Vila Dr. João Conceição e mais tarde, dizia-se que era a Vila Nazareth. Paulista mesmo, oficialmente não existe. O nome deve ter a sua origem com a estação que era ali. Quem manda é o povo. É o povo quem diz. Então a Paulista existe! No conhecimento popular a Paulista era da Avenida Dr. Paulo de Moraes adiante, sentido bairro. É bom que se diga que a Avenida Dr. Paulo de Moraes não descia no sentido da ponte, ela era interrompida na Rua do Rosário. Ali tinha os barracões que eram os depósitos de café da Chácara Nazareth, ficava exatamente onde hoje passa a Avenida Dr. Paulo de Moraes. Eu ia lá, nesses barracões, onde era a sede do Jaraguá Futebol Clube, havia algumas mesas, uniformes, taças. Isso foi nos anos 50.
Onde hoje existe um posto Petrobras, já havia um posto de gasolina?
Era o posto construído pelo Joane Cantagalo. Ele tinha uma fábrica de vassouras chamada Cantagalo, que tinha um galo desenhado como logotipo.
Onde era a Alvarco como era na época?
Era um pasto só, com uma casinha de tábua, lá funcionava uma carvoaria de propriedade de Joel dos Santos, eu brincava com os filhos dele. Havia o embarcadouro da Paulista. Após o embarcadouro havia um fim de linha, reforçado. Subindo ali, conseguíamos ver o Rio Piracicaba.
A Serraria do Galesi o senhor conheceu?
Antes da serraria do Galesi, existiu ali uma fábrica de carretel. Lá eram feitos carretéis, a madeira utilizada era o guatambu, que mais tarde foi utilizada para fazer tamancos de madeira, o Heitor de Melo também conhecido como Pé de Ferro trabalhou nessa fábrica de carretel. Na Avenida Dr. João Conceição havia uma casa, que chamávamos de casarão, essa construção interrompia metade da rua. Por ser rua de terra, quando chovia o trânsito era quase impossível. Para passarmos, íamos dependurados na cerca da Estrada de Ferro Paulista. Pisávamos no arame, para não pisar no barro. Mais tarde a cerca foi feita com umas pranchas de peroba, isso tirou o nosso privilégio. Logo depois o casarão foi demolido. Ele ficava na esquina com a Brasílio Machado.
Existe um barracão na Avenida Dr. João Conceição, que hoje está sendo reformado?
Ali funcionava uma fundição. Até algum tempo conseguíamos ver escrito na parede: A. Langriney. Era o nome da empresa. Segundo o que se dizia na época, foi utilizado sal na massa do reboco, era muito comum vermos cabras lambendo os tijolos e o reboco!
Ao lado, na Rua Sud Mennucci havia uma escolinha?
Essa escolinha era de responsabilidade da Companhia Paulista. A propriedade era do sindicato dos trabalhadores da companhia. Lembro-me de uma senhora que morava ali, Dona Noca, era uma pessoa fabulosa.
Qual era o cargo exercido pelo pai do senhor na Companhia Paulista?
Ele trabalhava na manutenção de locomotivas, as locomotivas eram alimentadas a lenha. Elas carregavam uma quantidade de lenha na parte posterior, a pessoa que conduzia a locomotiva era o maquinista, outra pessoa era o foguista, que alimentava a locomotiva com lenha. A locomotiva ia até Nova Odessa, em Nova Odessa já era eletrificada. Em seu retorno a Piracicaba era feita á descarga das cinzas e do carvão que ficava na caldeira, perto do viradouro tinha uma construção reforçada, eram duas paredes em forma de “V”, ali era feita sob pressão a descarga dos resíduos que ficavam na caldeira da locomotiva. Lamentavelmente meu pai estava passando de lado da locomotiva quando ocorreu á descarga, ele teve o braço esquerdo totalmente queimado. Sabe com o que nós tratávamos: com arnica e azeite. Ás vezes com pomada Beladona.
Qual foi a primeira linha de ônibus de Piracicaba?
Era o ônibus circular. Subia pela Rua Boa Morte, vinha até a Rua José Ferraz de Carvalho, seguia até o início da Avenida Independência, que na época era uma pista só e de terra. Ia até a Rua XV de Novembro, descia pela Rua XV, e voltava no abrigo. Mais tarde passou a ter duas linhas, uma fazia o mesmo percurso no sentindo inverso. Não havia mão de direção. Todas as ruas eram utilizadas em ambas as direções, não havia mão única. Os primeiros ônibus eram as jardineiras, com os motores sobressaindo na frente. Mais tarde vieram os outros ônibus, que nós chamávamos de Gilda, era o “Girdão”! Era o ônibus cara chata, não havia o motor exposto. Era comum a molecada perguntar para quem ia tomar o ônibus: “-Vai tomar o Girdão?”.
O senhor utilizava o bonde como meio de transporte?
Eu morava no número 696, vizinho ao Lagostim, ficávamos aguardando o bonde, quando ele ia até a garagem que se situava logo abaixo da Rua Benjamin Constant, na Avenida Dr. Paulo de Moraes, ao lado de onde foi o destacamento do Corpo de Bombeiros. Quando o bonde ia nessa direção, saíamos de casa, íamos até a Rua do Rosário e dava tempo de apanhar o bonde que voltava do seu ponto final. Com o tempo passamos a fazer uma esperteza, atravessávamos o terreno da Estrada de Ferro Paulista. Havia um guarda que tinha a função de impedir a passagem de pedestres pelas linhas. Enganávamos o guarda, enquanto um pulava e ele ia atrás, outro pulava de outro lado, e assim o deixávamos atrapalhado, com isso todos atravessavam. Isso no tempo que usávamos calças curtas!
Onde era o ponto final do bonde da Paulista no centro?
Ele parava na Rua XV de Novembro com a Rua Boa Morte. Ali tinha um cartório. Em frente havia a sorveteria “A Soberana”. Lembro-me quando foi construído o abrigo de ônibus atrás da Catedral, (N.J.: Hoje tombado como patrimônio da cidade.), nós íamos brincar nas obras desse abrigo. O bonde que vinha da agronomia parava em frente a Farmácia do Mattos, mais tarde foi a Droga XV. Atravessando a Rua XV de Novembro, uns 50 metros adiante havia a Farmácia do Tico, ela tinha uma marquise onde nos protegíamos do sol enquanto esperávamos o bonde que ia para a Vila Rezende. Ao lado da Farmácia do Tico havia um imóvel simples, ao lado desse imóvel havia um terreno vazio. Nesse imóvel funcionou a Escola do Sesc.
As crianças na época engraxavam a linha do bonde, como travessura?
Na Dr. Paulo de Moraes, no trecho entre a Rua Governador Pedro de Toledo e a Rua Benjamin Constant, nós colocávamos palito de fósforo na linha do bonde, púnhamos uma fileira de palitos. Como a roda era de ferro no impacto com o palito produzia um estouro, assustando o pessoal que estava no bonde. Outras vezes nós passávamos sabão na linha do bonde, o bonde tinha um depósito de areia, quando o trilho estava muito escorregadio ele soltava um pouquinho de areia.
Qual era o nome da primeira professora do senhor?
Dona Maria Baiana. Muito brava, dizem que ela não gostava que a chamassem por Maria Baiana, parece-me que o nome dela era Bahena. Mas como ela era muito brava, brava mesmo, nós a chamávamos de Baiana. A diretora da escola era Dona Domitila, a minha professora do segundo ano era Dona Estela, o meu professor do quarto ano chamava-se Pedro Negri, por sinal sou colega do seu filho Dr. Pedro Negri. Pelo fato de eu nunca ter repetido o ano, eu não podia prosseguir meus estudos por não ter idade suficiente, a única escola que me aceitou foi o Senai. Na época o Senai ficava na Rua Dr. Otávio Teixeira Mendes, eram prédios antigos, existe uma casa antiga na esquina (em frente á Escola de Musica), que é ainda daquele tempo. Passei a fazer tornearia mecânica de onde fui transferido para a marcenaria. É muito bonito pegar a madeira bruta, e construir algo. Formei-me em marcenaria em 1957, foi á primeira turma que se formou no prédio novo, que existe atualmente. O meu número durante o curso era G 56, G de Granato. É interessante observar que a planta de marcenaria era feita na escala natural, ou seja, 1:1, o tamanho da planta é o mesmo do objeto a ser construído.
Do Senai o senhor foi estudar onde?
Fui para a Escola Industrial estudar desenho mecânico, foi um curso de quatro anos de duração, tive um professor excelente, o Professor Olavo Ferreira da Silva.
O senhor conheceu Danilo Sancinetti?
Viajamos muito com a Banda Marcial. Ele era um grande amigo. Eu tocava trombone na Fanfarra do Industrial. O uniforme era muito bonito. Quando fomos á São Paulo, passamos uma vergonha tremenda, porque até então o uniforme era uma roupinha branca com um quepezinho azul. Ao chegarmos a São Paulo vimos todas aquelas fanfarras e bandas marciais com aqueles uniformes lindos. Retornando para Piracicaba começamos a trabalhar para fazer um uniforme bonito. O Danilo foi um grande incentivador da Banda Marcial, ele era de Jaú, estive lá. Piracicaba deve muito a Danilo Sancinetti.
Como o senhor conheceu a sua esposa?
Na minha época de mocidade nós quadrávamos o jardim, eram quatro quadras. A primeira quadra virava no sentido da Rua São José para a Rua Moraes Barros, seguia para a Rua Governador, prosseguíamos no sentido da São José onde fechávamos a quadra. Virava outra quadra junto no sentido contrário. Na parte interna do jardim virava uma outra quadra no mesmo sentido dessa primeira. A maior delas, a primeira quadra era de pessoas mais simples. A quadra interna era das pessoas de classe média, e a mais fechada, situada internamente, era a classe dos mais abastados. Não adiantávamos ficar olhando para as mocinhas da quadra interna porque elas nem tomavam conhecimento da gente.
Já havia uma pré-seleção?
Quanto a isso não havia nenhuma dúvida!
E os negros?
Os negros não podiam quadrar jardim. Não que houvesse uma proibição, eles se separavam mesmo. Eles caminhavam pela calçada onde havia a Brasserie, do Banco do Brasil até a esquina da Tabacaria Tupã e de lá até a Rua Governador Eles faziam um “L” que ia e voltava. Eles não quadravam. Com o tempo a Rua Moraes Barros tornou-se um lugar mais luxuoso, havia o Café Haiti que tinha uma freqüência mais selecionada. Nós tomávamos chopp no Bar do Tanaka, na Rua São José. Eu não ia comprar nada na feira, mas ia para encontrar os amigos, ver o movimento, passear. A primeira vez que vi a minha esposa vi na feira que existia na Paulista, na ocasião ela estava carregando um seu sobrinho. Vi aquela mocinha, nossos olhares se cruzaram, era comum quando você visse alguém em algum lugar que você cruzasse o olhar encontravam-se no jardim. Isso era matemático. Em qualquer ponto da cidade que um moço visse uma moça e trocassem aquele primeiro olhar poderia ter a certeza de que no sábado ou no domingo se encontrariam no jardim.
O senhor trabalhou na Esalq?
Fui funcionário admitido através de concurso, trabalhei na Esalq por cinco anos.
O senhor lembra-se de alguma peça que o senhor tenha fabricado nesse período?
Lembro-me, um professor de Entomologia queria fazer um arquivo para insetos, ele pediu três armários com sessenta gavetas cada um, essa gavetas tinham 60 milímetros de altura, a tampa era de vidro. Fiz com cedro, o professor elogiou. Com certeza se você procurar na Esalq irá encontrar essas peças.
Em que ano o senhor casou-se?
Casei-me em 1969 na Igreja dos Frades, celebrado pelo Monsenhor Juliani.
Em que ano o senhor iniciou a faculdade de direito?
Fiz o curso de 1971 a 1975. Sou da terceira turma da faculdade de direito da Unimep.
Sábado, 30 de maio de 2009
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://www.tribunatp.com.br/
http://www.teleresponde.com.br/ http://blognassif.blogspot.com/ ENTREVISTADO : SIDNEY ALDO GRANATO
Sidney Aldo Granato é um dos mais antigos, constantes e versáteis colaboradores do Lar dos Velhinhos de Piracicaba. Tem contribuído por mais de 20 anos como procurador, advogado, presidente do Conselho, tesoureiro e secretário da diretoria. Sidney é carismático, transmite uma energia contagiante. Fiel a sua origem, cultiva hábitos simples. Extremamente discreto, colabora de forma totalmente anônima em benefício daqueles que são verdadeiramente necessitados. Nascido a quatro de agosto de 1941 em Piracicaba, no bairro da Paulista, á Rua Dr. João Conceição, sendo que viveu a boa parte de sua vida na casa de número 696 da mesma rua. Casado com Antonia Dirce Pandolfo Granato.
Como se chamavam os pais do senhor?
Meu pai se chamava Demétrio Granato e minha mãe Josefa Domingues Granato. Somos cinco irmãos, quatro homens e uma mulher. Meu pai era ferroviário da Companhia Paulista de Estadas de Ferro, seu cargo era de auxiliar de manutenção de locomotivas. Isso no tempo da locomotiva a vapor.
O senhor chegou a conhecer a locomotiva a vapor?
Eu brinquei na locomotiva a vapor! A nossa maior festa era subir na locomotiva, ver onde tinha o tanque de água, o local onde se colocava a lenha, abria a fornalha. Existia um dispositivo circular, com um trilho que ficava exatamente no nível da linha férrea, era o viradouro. (N.J. Era conhecido também como rotunda). A função era de virar a locomotiva a vapor, colocando-a no sentido contrario ao que tinha chegado à estação, esse trabalho era manual, esse dispositivo ficava na direção do embarcadouro de gado.
Quando o senhor iniciou os seus estudos?
Naquela época aos sete anos de idade era possível ir ao grupo escolar, foi com essa idade que eu fui estudar no Grupo Escolar João Conceição, situado ao lado da Igreja dos Frades, na Rua Alferes José Caetano, o prédio existe até hoje. Onde existe uma construção com três andares, havia um salãozinho onde eram passados filmes para a criançada, era promovido pela igreja. Assisti a um filme, onde o bandido tinha dado um tiro, aquilo me marcou tanto que meus irmãos tiveram que realizar um grande esforço para que eu voltasse a assistir outro filme novamente.
Lembra-se da “Missa do Galo”?
Era a missa da meia noite. (N.J: Tradicionalmente, a missa celebrada na véspera do Natal é denominada Missa do Galo, que deve acontecer a meia-noite do dia 24 de dezembro). Depois que saíamos da missa é que nos fartávamos de comer.
O senhor guarda muitas lembranças da Paulista?
Eu nasci ali, vivi ali, hoje estou um pouco mais afastado, estou no Jaraguá, mas continuo vivendo na Paulista. É bom que se diga uma coisa: oficialmente não existe o bairro da Paulista! Dizia-se que era a Vila Dr. João Conceição e mais tarde, dizia-se que era a Vila Nazareth. Paulista mesmo, oficialmente não existe. O nome deve ter a sua origem com a estação que era ali. Quem manda é o povo. É o povo quem diz. Então a Paulista existe! No conhecimento popular a Paulista era da Avenida Dr. Paulo de Moraes adiante, sentido bairro. É bom que se diga que a Avenida Dr. Paulo de Moraes não descia no sentido da ponte, ela era interrompida na Rua do Rosário. Ali tinha os barracões que eram os depósitos de café da Chácara Nazareth, ficava exatamente onde hoje passa a Avenida Dr. Paulo de Moraes. Eu ia lá, nesses barracões, onde era a sede do Jaraguá Futebol Clube, havia algumas mesas, uniformes, taças. Isso foi nos anos 50.
Onde hoje existe um posto Petrobras, já havia um posto de gasolina?
Era o posto construído pelo Joane Cantagalo. Ele tinha uma fábrica de vassouras chamada Cantagalo, que tinha um galo desenhado como logotipo.
Onde era a Alvarco como era na época?
Era um pasto só, com uma casinha de tábua, lá funcionava uma carvoaria de propriedade de Joel dos Santos, eu brincava com os filhos dele. Havia o embarcadouro da Paulista. Após o embarcadouro havia um fim de linha, reforçado. Subindo ali, conseguíamos ver o Rio Piracicaba.
A Serraria do Galesi o senhor conheceu?
Antes da serraria do Galesi, existiu ali uma fábrica de carretel. Lá eram feitos carretéis, a madeira utilizada era o guatambu, que mais tarde foi utilizada para fazer tamancos de madeira, o Heitor de Melo também conhecido como Pé de Ferro trabalhou nessa fábrica de carretel. Na Avenida Dr. João Conceição havia uma casa, que chamávamos de casarão, essa construção interrompia metade da rua. Por ser rua de terra, quando chovia o trânsito era quase impossível. Para passarmos, íamos dependurados na cerca da Estrada de Ferro Paulista. Pisávamos no arame, para não pisar no barro. Mais tarde a cerca foi feita com umas pranchas de peroba, isso tirou o nosso privilégio. Logo depois o casarão foi demolido. Ele ficava na esquina com a Brasílio Machado.
Existe um barracão na Avenida Dr. João Conceição, que hoje está sendo reformado?
Ali funcionava uma fundição. Até algum tempo conseguíamos ver escrito na parede: A. Langriney. Era o nome da empresa. Segundo o que se dizia na época, foi utilizado sal na massa do reboco, era muito comum vermos cabras lambendo os tijolos e o reboco!
Ao lado, na Rua Sud Mennucci havia uma escolinha?
Essa escolinha era de responsabilidade da Companhia Paulista. A propriedade era do sindicato dos trabalhadores da companhia. Lembro-me de uma senhora que morava ali, Dona Noca, era uma pessoa fabulosa.
Qual era o cargo exercido pelo pai do senhor na Companhia Paulista?
Ele trabalhava na manutenção de locomotivas, as locomotivas eram alimentadas a lenha. Elas carregavam uma quantidade de lenha na parte posterior, a pessoa que conduzia a locomotiva era o maquinista, outra pessoa era o foguista, que alimentava a locomotiva com lenha. A locomotiva ia até Nova Odessa, em Nova Odessa já era eletrificada. Em seu retorno a Piracicaba era feita á descarga das cinzas e do carvão que ficava na caldeira, perto do viradouro tinha uma construção reforçada, eram duas paredes em forma de “V”, ali era feita sob pressão a descarga dos resíduos que ficavam na caldeira da locomotiva. Lamentavelmente meu pai estava passando de lado da locomotiva quando ocorreu á descarga, ele teve o braço esquerdo totalmente queimado. Sabe com o que nós tratávamos: com arnica e azeite. Ás vezes com pomada Beladona.
Qual foi a primeira linha de ônibus de Piracicaba?
Era o ônibus circular. Subia pela Rua Boa Morte, vinha até a Rua José Ferraz de Carvalho, seguia até o início da Avenida Independência, que na época era uma pista só e de terra. Ia até a Rua XV de Novembro, descia pela Rua XV, e voltava no abrigo. Mais tarde passou a ter duas linhas, uma fazia o mesmo percurso no sentindo inverso. Não havia mão de direção. Todas as ruas eram utilizadas em ambas as direções, não havia mão única. Os primeiros ônibus eram as jardineiras, com os motores sobressaindo na frente. Mais tarde vieram os outros ônibus, que nós chamávamos de Gilda, era o “Girdão”! Era o ônibus cara chata, não havia o motor exposto. Era comum a molecada perguntar para quem ia tomar o ônibus: “-Vai tomar o Girdão?”.
O senhor utilizava o bonde como meio de transporte?
Eu morava no número 696, vizinho ao Lagostim, ficávamos aguardando o bonde, quando ele ia até a garagem que se situava logo abaixo da Rua Benjamin Constant, na Avenida Dr. Paulo de Moraes, ao lado de onde foi o destacamento do Corpo de Bombeiros. Quando o bonde ia nessa direção, saíamos de casa, íamos até a Rua do Rosário e dava tempo de apanhar o bonde que voltava do seu ponto final. Com o tempo passamos a fazer uma esperteza, atravessávamos o terreno da Estrada de Ferro Paulista. Havia um guarda que tinha a função de impedir a passagem de pedestres pelas linhas. Enganávamos o guarda, enquanto um pulava e ele ia atrás, outro pulava de outro lado, e assim o deixávamos atrapalhado, com isso todos atravessavam. Isso no tempo que usávamos calças curtas!
Onde era o ponto final do bonde da Paulista no centro?
Ele parava na Rua XV de Novembro com a Rua Boa Morte. Ali tinha um cartório. Em frente havia a sorveteria “A Soberana”. Lembro-me quando foi construído o abrigo de ônibus atrás da Catedral, (N.J.: Hoje tombado como patrimônio da cidade.), nós íamos brincar nas obras desse abrigo. O bonde que vinha da agronomia parava em frente a Farmácia do Mattos, mais tarde foi a Droga XV. Atravessando a Rua XV de Novembro, uns 50 metros adiante havia a Farmácia do Tico, ela tinha uma marquise onde nos protegíamos do sol enquanto esperávamos o bonde que ia para a Vila Rezende. Ao lado da Farmácia do Tico havia um imóvel simples, ao lado desse imóvel havia um terreno vazio. Nesse imóvel funcionou a Escola do Sesc.
As crianças na época engraxavam a linha do bonde, como travessura?
Na Dr. Paulo de Moraes, no trecho entre a Rua Governador Pedro de Toledo e a Rua Benjamin Constant, nós colocávamos palito de fósforo na linha do bonde, púnhamos uma fileira de palitos. Como a roda era de ferro no impacto com o palito produzia um estouro, assustando o pessoal que estava no bonde. Outras vezes nós passávamos sabão na linha do bonde, o bonde tinha um depósito de areia, quando o trilho estava muito escorregadio ele soltava um pouquinho de areia.
Qual era o nome da primeira professora do senhor?
Dona Maria Baiana. Muito brava, dizem que ela não gostava que a chamassem por Maria Baiana, parece-me que o nome dela era Bahena. Mas como ela era muito brava, brava mesmo, nós a chamávamos de Baiana. A diretora da escola era Dona Domitila, a minha professora do segundo ano era Dona Estela, o meu professor do quarto ano chamava-se Pedro Negri, por sinal sou colega do seu filho Dr. Pedro Negri. Pelo fato de eu nunca ter repetido o ano, eu não podia prosseguir meus estudos por não ter idade suficiente, a única escola que me aceitou foi o Senai. Na época o Senai ficava na Rua Dr. Otávio Teixeira Mendes, eram prédios antigos, existe uma casa antiga na esquina (em frente á Escola de Musica), que é ainda daquele tempo. Passei a fazer tornearia mecânica de onde fui transferido para a marcenaria. É muito bonito pegar a madeira bruta, e construir algo. Formei-me em marcenaria em 1957, foi á primeira turma que se formou no prédio novo, que existe atualmente. O meu número durante o curso era G 56, G de Granato. É interessante observar que a planta de marcenaria era feita na escala natural, ou seja, 1:1, o tamanho da planta é o mesmo do objeto a ser construído.
Do Senai o senhor foi estudar onde?
Fui para a Escola Industrial estudar desenho mecânico, foi um curso de quatro anos de duração, tive um professor excelente, o Professor Olavo Ferreira da Silva.
O senhor conheceu Danilo Sancinetti?
Viajamos muito com a Banda Marcial. Ele era um grande amigo. Eu tocava trombone na Fanfarra do Industrial. O uniforme era muito bonito. Quando fomos á São Paulo, passamos uma vergonha tremenda, porque até então o uniforme era uma roupinha branca com um quepezinho azul. Ao chegarmos a São Paulo vimos todas aquelas fanfarras e bandas marciais com aqueles uniformes lindos. Retornando para Piracicaba começamos a trabalhar para fazer um uniforme bonito. O Danilo foi um grande incentivador da Banda Marcial, ele era de Jaú, estive lá. Piracicaba deve muito a Danilo Sancinetti.
Como o senhor conheceu a sua esposa?
Na minha época de mocidade nós quadrávamos o jardim, eram quatro quadras. A primeira quadra virava no sentido da Rua São José para a Rua Moraes Barros, seguia para a Rua Governador, prosseguíamos no sentido da São José onde fechávamos a quadra. Virava outra quadra junto no sentido contrário. Na parte interna do jardim virava uma outra quadra no mesmo sentido dessa primeira. A maior delas, a primeira quadra era de pessoas mais simples. A quadra interna era das pessoas de classe média, e a mais fechada, situada internamente, era a classe dos mais abastados. Não adiantávamos ficar olhando para as mocinhas da quadra interna porque elas nem tomavam conhecimento da gente.
Já havia uma pré-seleção?
Quanto a isso não havia nenhuma dúvida!
E os negros?
Os negros não podiam quadrar jardim. Não que houvesse uma proibição, eles se separavam mesmo. Eles caminhavam pela calçada onde havia a Brasserie, do Banco do Brasil até a esquina da Tabacaria Tupã e de lá até a Rua Governador Eles faziam um “L” que ia e voltava. Eles não quadravam. Com o tempo a Rua Moraes Barros tornou-se um lugar mais luxuoso, havia o Café Haiti que tinha uma freqüência mais selecionada. Nós tomávamos chopp no Bar do Tanaka, na Rua São José. Eu não ia comprar nada na feira, mas ia para encontrar os amigos, ver o movimento, passear. A primeira vez que vi a minha esposa vi na feira que existia na Paulista, na ocasião ela estava carregando um seu sobrinho. Vi aquela mocinha, nossos olhares se cruzaram, era comum quando você visse alguém em algum lugar que você cruzasse o olhar encontravam-se no jardim. Isso era matemático. Em qualquer ponto da cidade que um moço visse uma moça e trocassem aquele primeiro olhar poderia ter a certeza de que no sábado ou no domingo se encontrariam no jardim.
O senhor trabalhou na Esalq?
Fui funcionário admitido através de concurso, trabalhei na Esalq por cinco anos.
O senhor lembra-se de alguma peça que o senhor tenha fabricado nesse período?
Lembro-me, um professor de Entomologia queria fazer um arquivo para insetos, ele pediu três armários com sessenta gavetas cada um, essa gavetas tinham 60 milímetros de altura, a tampa era de vidro. Fiz com cedro, o professor elogiou. Com certeza se você procurar na Esalq irá encontrar essas peças.
Em que ano o senhor casou-se?
Casei-me em 1969 na Igreja dos Frades, celebrado pelo Monsenhor Juliani.
Em que ano o senhor iniciou a faculdade de direito?
Fiz o curso de 1971 a 1975. Sou da terceira turma da faculdade de direito da Unimep.
segunda-feira, maio 25, 2009
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