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domingo, abril 15, 2018
sexta-feira, abril 13, 2018
LUIZ FERNANDO MAGLIOCCA
PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 07 de abril de 2018.
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 07 de abril de 2018.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno
de domingo da Tribuna Piracicabana
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http://blognassif.blogspot.com/
ENTREVISTADO: LUIZ FERNANDO MAGLIOCCA
Luiz Fernando Magliocca nasceu em São Paulo, a
Avenida Paulista na Pró-Matre a 13 de abril de 1947. Hoje é cidadão italiano,
embora continue residindo no Brasil. É um dos mitos da comunicação brasileira.
Seu nome é consagrado e disputado pelos proprietários das maiores redes de comunicação
do Brasil. Seus pais são Armando Magliocca, natural de Mococa e sua mãe Carorlina Curti Magliocca nasceu em São
Carlos. Julio Curti, seu avô materno, veio ao Brasil junto com Francesco Antonio Maria Matarazzo por quem foi escolhido para montar a Indústrias
Reunidas Francisco Matarazzo (IRFM), em forma de sociedade anônima, empresa que
tinha como lema: Fides, Honor, Labor (Fé, Honra, Trabalho). Seu avô materno
montou as indústrias IRFM em São Paulo, Porto Alegre e assim foi expandindo as
fábricas. São histórias que sua mãe contava inclusive suas dificuldades em
estudar pelas constantes mudanças de seu pai Julio.
CASAMENTO
DE CAROL E ARMANDO MAGLIOCCA.
Era dia dois de fevereiro, em 1945. A Igreja foi a da Imaculada Conceição, em S. Paulo. Lá se vão 73 anos. Eu fui planejado para bem depois.
Era dia dois de fevereiro, em 1945. A Igreja foi a da Imaculada Conceição, em S. Paulo. Lá se vão 73 anos. Eu fui planejado para bem depois.
Pro Matre 80 Anos
Qual era inicialmente a atividade do seu pai?
Meu pai era guarda-livros em Mococa. Meu avô
paterno tinha um armazém de secos e molhados, meu pai era
balconista, motorista e guarda-livros no final do mês. Quando meu avô chegou ao
Brasil com o nome de Francesco Antonio Magliocca, chegou a Mococa onde tinha um
primo chamado Francesco Cucci, lá se estabeleceram. O escrivão disse que tinha
que aportuguesar o nome do meu avô: Francisco Antonio Magliocca, ele recusou
Antonio, Ficou Francisco Magliocca, virou Seu Chico. A hegemonia italiana faz com
que o filho mais velho vá estudar com isso o primogênito, irmão do meu pai, Dr.
José Armando Magliocca foi estudar medicina em Niteroi. Os demais filhos permaneceram
trabalhando para que ele estudasse. No total eram oito filhos: José Armando,
Maria José, Dejanira, Filelfo, Armando,Yolanda, Argeu, Delfos que faleceu ainda
criança. Recentemente estive pesquisando em Mococa assentamentos em cartório, e
consta em alguns documentos: “Foi declarante Seu Chico”. Em outro documento
está escrito, “Foi declarante fulano de Tal, trabalha com Seu Chico”.
Em São Paulo, ainda criança você morava em que bairro?
Inicialmente nas imediações da Avenida Paulista,
depois nós mudamos para o bairro Paraiso. Meu avô paterno já estava morando em
São Paulo, foi morar na Vila Clementino, lá tinha chácara, onde passava um
riacho, com essa água regavam as plantas. A família Comenale era a dona da
chácara. Isso na década de 50. Lembro-me que eu usava o bonde 47, aberto.
Comecei a estudar na Escola São Francisco de Assis, um
colégio de freiras muito bem conceituado, ficava na rua atrás da minha casa, a
Borges Lagoa. Ali fiz o meu curso primário, quando conclui o curso, fui para o Liceu Pasteur (Lycée Pasteur de São Paulo)
Situado na rua em que eu morava, Diogo de
Faria, ali cursei até o segundo ano ginasial, foi onde tive uma excelente base
de francês, onde fiz meus primeiros discursos: da Turma, discurso da
entronização da imagem de Nossa Senhora, lembro-me que o Sr. Carlos Coury,
gerente do Banco do Brasil, doou uma gruta, ele, os filhos, tinham estudado lá.
Esse discurso foi meu pai quem escreveu, eu o tenho até hoje guardado.
Lembro-me que para fazer esse discurso, tive que subir em uma cadeira senão não
seria visto. Eu era sempre convidado a discursar, embora quem escrevia era o
meu pai. Minha mãe dizia que as outras senhoras diziam: “Esse menino parece um
diabinho na rua, e agora todo certinho, de gravata, imponente!”. Ali também fiz
a minha primeira atuação em teatro, a peça de final de ano fiz no Teatro João
Caetano nas quais eu acompanhava a apresentação de Memo e Martini, eram dois
sócios que locavam o teatro para fazer as apresentações dominicais. Como era
atrás da minha casa, eu não saia de lá. Posso até dizer que um pouquinho da
minha veia artística tenha nascido ali. Acho que nasceu comigo, era uma chance
de por para fora. Na minha família, uma das coisas de que me lembro é dizerem:
“O Fernando fala muito bem! Vai ser advogado!”. Eu tinha um tio advogado! Ele
era como um espelho para mim. Ele falava muito bem, de um cunho político muito
forte, foi braço direito do prefeito, governador e presidente Jânio Quadros.
Você chegou a conhecer Jânio Quadros?
Eu não saia da casa do Dr. Gilberto Magliocca,
pena que ele faleceu muito novo, e o Jânio esteve no velório do amigo, na casa
dele.
Que idade você tinha quando conheceu Jânio?
De uns 14 para 15 anos.
Qual era a sua impressão do Jânio?
Achava que era um cara bacana, batuta. Nunca me
liguei no que alguns falavam a respeito dele. Era uma pessoa definitiva no que
falava, tinha uma credibilidade muito grande. Sempre fui fã dele. Meu pai, meus
tios, tinham amizade com ele. Eu era apenas um garoto.
Jânio tinha um carisma muito grande!
Sem dúvida! Era um líder! Como não sabemos até hoje
o que de fato aconteceu, as tais de “forças ocultas” até hoje continuam
ocultas! Em vista de tudo que aconteceu depois, descobrindo hoje o Brasil que
foi plantado lá atrás, muita gente adivinhava e adiantava o que era e como
seria, não acreditávamos, pelo menos eu. Confiei muito, fui muito otimista e
principalmente àquelas frases: “Brasil, um país a caminho do seu grande
destino!” Só não sabia qual era o grande destino! Mas eu acreditei! Findado o
segundo ano ginasial, o meu pai solene e carinhosamente, disse querer oferecer
tudo que ele não teve a oportunidade de ter: “-Não tive chance de estudar, não
tive bicicleta, não tive carro, nunca andei de avião eu quero oferecer isso
para você! Para isso você não pode sair por ai trabalhando, tirando o foco dos
estudos, quero que você se forme e daí para frente você será livre!”. Eu me
virava, fazia teatrinho, vendia gibi, para ter o meu dinheirinho e fazer as
minhas coisas, eu tinha vergonha, com a idade que eu tinha ficar dependendo
dele. Meu pai trabalhava muito. Ele disse-me o Professor Dr. Nilo Magalhães
Ribeiro, colega de Guaxupé, me chamou para montar uma etapa do colégio que ele
dirigia em São Paulo, o Colégio Estadual e Escola Normal Nossa Senhora da
Penha. O Colégio Estadual era uma coisa. Escola Normal era outra coisa. Mas
para ser Instituto de Educação, ter uma verba maior, e ter um nível considerado
o número 1, tinha que expandir. Naquela época quem tinha essas qualificações
era o Colégio Estadual de São Paulo e o Caetano de Campos. Ele queria
equiparar-se a essas escolas. Ele pediu ao meu pai para montar o curso noturno.
Iria se transformar em Instituto de Educação Nossa Senhora da Penha. Meu pai
era guarda-livros e normalista. No terceiro ano do ginásio transferi-me para o
Estadual da Penha. Quando conheci uma senhora muito brava chamada Maria Amélia
Fraga de Toledo Arruda que era tida como a mais impetuosa, difícil, o povo
tinha medo dela, ela era professora de francês. Ao chegar lá, tirei uma nota
10! Não tinha grande segredo, eu tinha saído de uma escola francesa! Ela saiu
pelos corredores alardeando: “- Consegui dar 10! Consegui dar 10!” A alegria
dela foi ter pego uma prova completa. Isso me valeu alguns elogios de todos os
professores. Embora o fato de ser filho do Seu Armando, o secretário, era mais
um motivo para olharem com certo rigor, se não havia alguma deferência. Quando
fui para o colegial, um dos meus tios,
meu padrinho, um famoso engenheiro químico era diretor do Instituto Cenográfico
da USP, Argeu Magliocca. Eu achava que deveria ser um químico. Não só porque
gostava, achava interessante, ganhei um aparelhinho, um kit, chamado “O Pequeno
Químico”, fabricado por uma empresa alemã. Misturava líquido “A” com liquido
“B” dava o “Sangue do Diabo”, outro saia fumaça, eu achava aquilo lindo e
também achava que química era só isso. Com isso optei em fazer o curso
científico. Ao final do primeiro bimestre, o Professor Nilo Magalhães Ribeiro
me chamou, disse-me: “Gosto muito do seu pai, gosto muito de você, da sua
família, mas com essas notas você jamais vai terminar o curso”. Era coisa de 3
em química, 4 em física, 4 em matemática, em compensação inglês 8, português
10. O professor então me disse: “Pela minha experiência você é um aluno da área
de ciências humanas. Minha sugestão: troque agora!”. Prosseguiu: “Troque para o
clássico. Todas as matérias que você não tem aqui, no clássico vai ter zero:
latim, geografia vai ter zero. As notas que você tem aqui eu transfiro. Se você
passar com 5 no final está bom.” Nem falei nada para o meu pai, mudei de curso.
Ai vem uma coisa curiosa. Fui passar as férias em Aguaí, o governo estava
fazendo silos, incentivos para que as pessoas pudessem plantar, criando Casas
da Lavoura. O Dr. Venerando Ribeiro do Vale, meu tio, casado com a minha tia
Yolanda, foi para Aguaí, comprou uma casa e íamos passar as férias lá. Um rapaz
chamado Lucas, evangélico, namorava a minha prima, atravessou a rua com uma
caixinha retangular, branca, que me chamou muito a atenção, perguntei o que era
aquilo, ele disse-me: um gravador de som. A marca era Philips, a caixinha tinha dois rolinhos de fita, aquela
fita passava por um mecanismo que naquela época eu não sabia o que era. Fiquei muito interessado e perguntei-lhe o
que ele fazia com aquilo. Ele disse-me: “Com isso eu faço o culto!”. Durante a
apresentação na igreja, eu faço uma preleção, eu uso algumas músicas de fundo. Ele
ligou em uma tomada, na casa da minha tia, e dali saiu a música que era tema do
filme “Exodus” criada por Ernest Gold cantada por um grande coral. Aquilo
ficou impregnado em mim.
Em que ano foi isso?
Por volta de 1962, Expliquei ao meu pai o que eu queria, ele
não entendeu muito bem, fomos ao Mappin, não tinha. Fomos a Mesbla, tinha um
gravador italiano da marca Geloso, com teclas coloridas. Meu pai fez o
sacrifício de comprá-lo para mim. Meu pai e eu estávamos na Mesbla, no momento
em que fechamos a compra e estávamos indo ao crediário, vimos cair papel picado
por toda a rua, alguém comentou: “O Jânio renunciou!”. Nesse exato dia, nesse
exato momento a TV TUPI de São Paulo entrou no ar em edição extraordinária e
deu essa informação. Comecei a elucubrar o que vou fazer? O que posso fazer?
Até que surgiu uma idéia: o pessoal do Centro Acadêmico faz um jornal,
mimeografado, chamado “O Fofoqueiro”. Era uma página com umas brincadeirinhas, filmes
da semana, piadas. Falei com dois colegas: “-Vamos fazer um jornal falado?” Eu
gostava de ouvir os jornais das rádios, meus pais ouviam o “Grande Jornal
Falado Tupi”. Até que um dia ouvindo a voz de Corifeu de Azevedo Marques que
era o líder do Jornal Falado Tupi, passei mal, não podia mais ouvir a voz do
Corifeu. Mudamos para a Rádio Bandeirantes e passamos a ouvir o jornal dessa
emissora. Eu gostava daquele jeito de fazer as coisas. Muitas vezes me tranquei
no quarto, peguei o Jornal “O Estado de São Paulo”, coloquei a mão sobre o
ouvido, porque via todo mundo falar assim, não sabia por quê. Com uma régua na
mão simulava que estava lendo o jornal. Provavelmente um locutor frustrado
estava escondido aí. Falei com uma menina chamada Regina Célia Novais, que era
uma colega, convidei-a a fazer um jornal falado. Chamei um rapaz chamado José
Norberto Paschoatti, que se tornou depois um grande advogado e foi ser diretor
do Departamento Jurídico da RCA Victor, chamei um rapaz chamado Genildo
de Oliveira
Fonseca, que era tão curioso, brincalhão, espirituoso que ele se assinava 907 ,
9 era “G” de Genildo, “0” era o “O” de Oliveira e o “7” o “F” de Fonseca! Ele
era o 907! Narrava futebol do Clube Nitroquímica de Guarulhos. Era primo do
cantor Antonio Marcos. Na nossa formatura, Antonio Marcos foi gentilmente
cantar para nós, como primo do formando. Nossa família mudou-se para a Rua da
União, 92. Em um sábado, após umas oito horas e meia, com um bolo fornecido
pela minha mãe, conseguimos gravar menos de 10 minutos. Após uma chuva de
idéias, escolhemos o nome do jornal “O Boato” e o Genildo completou “Um jornal
de fato”. Eu tinha comprado recentemente um sistema de som da Telefunken, enorme, tinha
rádio, vitrola, AM, AM Onda Curta, AM Onda Curta 2 e Onda Tropical. O som
Stereo ainda não existia, mas o Hi-Fi já. Daí para frente, já de posse do meu
gravador Geloso, que tinha um microfone quadradinho, com uma haste metálica,
que era para ele ficar em pé. Prendi o microfone na caixa de som, eu falava,
subia e descia o som e ainda soltava o disco. Com isso esse jornal de 8 minutos
e pouco, levava oito horas para gravar, porque não tinha como editar. Quando
errava começava tudo de novo. Comecei a escrever umas idéias no papel que eu
não sabia que o mercado da publicidade iria chamar no futuro de teaser. (Técnica usada em marketing para chamar
a atenção para uma campanha publicitária). Peguei um caderno de escola e
escrevi: “Vem ai O Boato”; “O Boato vai mudar a sua vida”; “Você não vai viver
sem O Boato”. Eu ia mais cedo para o colégio, levava fita durex da minha casa,
colava no banco, para quando a pessoa fosse sentar ele lia o que estava escrito
na fita. Durante uma semana fiz isso, e na minha cadeira também tinha isso.
Aprendi a fazer um formato de letra, nos moldes de um cone de sorvete, Dava um
aspecto oriental para a letra. Ficava escrito na lousa “O Boato”. Decidimos que
o melhor horário para apresentar o jornal seria no intervalo de 15 minutos, apresentamos a idéia aos colegas e
pedimos que cedessem 8 minutos, assim apresentamos o jornal em um dia marcado.
Foi na quinta ou sexta feira, Na segunda feira Luiz Fernando Magliocca
foi chamado a diretoria. O Professor Nilo Magalhães Ribeiro reiterou a amizade
entre ele e nossa família, disse de forma séria: “A respeito de uma brincadeira
que houve outro dia... Eu já me adiantei: “Antes de qualquer coisa, a culpa é
minha, a idéia é minha, os colegas me ajudaram porque eu pedi, eles não tem
culpa nenhuma, se tiver alguma sanção é a mim que o senhor deve dar”. O diretor
então disse: “ A professora de língua portuguesa, ouviu falar, que a
repercussão foi muito boa, ela quer dar a última aula do mês para vocês
apresentarem quarenta minutos de programa, só que vocês tem que fazer algo
ligado ao que ela está ensinando” Na época estudávamos Eça de Queiroz e
Singularidade de uma Rapariga Loira. Tivemos que radiofonizar, fui o narrador e
um dos vendedores da loja, personagem do romance. Regina Célia foi uma
vendedora e a mulher que roubou o anel. Cada um de nós tínhamos dois ou três
papéis. Fizemos a radiofonização de 40 minutos de um livro ! Meu pai comprou
uma Eletrola Mappin, na compra ganhávamos Coletânea Clássicos Mappin. Eram nada
mais, nada menos do que músicas regravadas, instrumental, comecei a tirar
idéias de sonoplastia e ai nasceu uma outra vertente da minha vida.
Você utilizando os discos Coletânea Clássicos Mappin continuou
apresentando o jornal falado “O Boato”?
Isso foi
durante o segundo ano colegial inteiro. No final do ano tive hepatite. Com isso
perdi o ano. Meus colegas foram para o terceiro ano colegial, e exigiram que eu
continuassse a fazer “O Boato”. Meus novos colegas queriam que eu fizesse
também um jornal, assim surgiu também “O Dinâmico”. Terminamos o curso, sendo
que ao término do curso eu já tinha uma banda de rock, chamava-se “The Marble Faces”
ou seja “Os Caras de Mármore” ao invés de Caras de Pau. Embora eu não tocasse
nenhum instrumento, era considerado uma figura importante, tantoque me deram o
nome de “Empregário”. Eu era empregado e empresário deles. Achava os locais
para eles se apresentarem, montava roupas para eles, acordava quando tinha que
viajar, dava xarope quando um ficava com a garganta ruim, mandava a passadeira
deixar as roupas de apresentação em ordem. Quando surgiu o disco “Sgt. Pepper's” dos Beatles que tinha a letra atrás, passei a ser "back vocal". Meu inglês era razoavelmente bom e eu tinha a letra da música
na minha frente. Fizemos algumas apresentações, em um ensaio de sábado a tarde,
na casa do Deputado Santilli Sobrinho que era de Assis, a esposa dele Maria
Aparecida Brando Santilli era assistente do Professor Soares Amora, que era o
líder da USP na área de português,
literatura, na Faculdade de Ciências e Letras. Ela disse-me: “Fernando,
fiquei sabendo que o Governador Laudo Natel vai assinar um decreto na semana
que vem, para a criação de uma escola, que vai ter, curso de rádio, cinema,
televisão, teatro, tudo que você gosta! Se eu fosse você iria atrás!” Rolando Morel Pinto que é professor de Assis está sendo convocado para vir aqui em São Paulo,
montar um setor. Nessa época eu fazia cursinho, ainda não existiam os famosos
cursinhos tão conhecidos atualmente, existia um professor muito famoso, um advogado
chamado Geraldo Tolosa, e o Cursinho Tolosa que ficava exatamente onde hoje é
uma escadaria da Estação Anhangabaú do Metrô, eu estava fazendo o cursinho para
direito. Fui atrás da informação dada pela Dona Cida Santilli, na velha
reitoria da USP me inscrevi. Tinha que escolher três cursos dos seis que a
Faculdade de Comunicações teria. Eram: :
Biblioteconomia;Cinema;Jornalismo;Rádio e Televisão; Relações Públicas e
Teatro. Escolhi: Rádio e TV; Jornalismo e Relações Públicas. Fiz o vestibular
para direito, entrei na primeira chamada para Direito no Mackenzie. Fiz
vestibular para a Escola de Comunicações Culturais que depois mudou o nome para
Escola de Comunicações e Arte. Entrei na primeira convocação em primeiro lugar
em Rádio e Televisão. Fui fazer as duas faculdades. Isso foi em 1967. A USP já
era na Cidade Universitária. Como não tinha espaço para a faculdade, eles
cederam dois meios andares do auditório e algumas salas não tinham muitas
classes, era uma classe e todos juntos, as aulas gerais eram dadas no
auditório, eram seis turmas de 30 alunos, totalizando 180 alunos, Isso para as
aulas gerais. E as aulas específicas só
iriam começar no segundo ano. Tínhamos noções de cada coisa: cinema, teatro
rádio, televisão. No segundo ano precisava desse auditório pra 180 alunos e
mais outro auditório de 180 para a nova turma. E as aulas específicas.
Apaixonei-me muito pela área, inclusive por televisão que eu não sabia nada a
respeito. Tive a sorte de observar um acordo da TV Educativa, que seria mais
tarde a Fundação Padre Anchieta, o Governo do Estado tinha acabado de comprar
dos Diários Associados uma televisão chamada TV Cultura. E não sabiam o que iam
fazer com aquilo. Como não tinham câmera, não tinham nada, começaram a pedir
emprestadas as câmeras da USP. Lá na USP tínhamos acabado de receber da Ford Foundation um grupo
de três câmeras apenas, com alavanca que trocava a lente, imensa, pesada. Ali começamos
a fazer os trabalhos de aluno. Sendo que a tarde, como não havia a aula, a TV
Cultura começava a fazer o piloto do Curso de Madureza , que viria a ser
aprovado ou não, pelo MEC, para depois ir ao ar. Comecei a bisbilhotar com
todos os funcionários da TV Cultura, o que significava cada detalhe dos
equipamentos. Quando cheguei no terceiro ano, tranquei a faculdade de Direito
no Mackenzie. Não dava tempo, tinha que fazer trabalhos de gravações, eu fui só
me dedicar a USP. Ficava o dia inteiro, só ia dormir na minha casa. Eu não
tinha carro, mas tinha uma colega que fazia biblioteconomia que me levava no fusquinha
dela. Ali desenvolvi outro trabalho, pegamos um intervalo, pedimos a um rapaz
chamado Walter, era um técnico que fazia instalações de aparelhos: “-Walter não
dá para você colocar televisores?”. Entenda-se televisor como monitor. Pedimos
para colocar na entrada da reitoria. Queremos inventar um telejornal. No
intervalo da aula saíamos correndo e íamos fazer uma apresentação. Fomos falar
com o diretor Prof. Mário Guimarães Ferri. Ele
autorizou, instalamos dois ou três televisores no pátio, bolamos um jornal, o
colega Murilo Marques Belezia, natural de Itapeva, não a paulista mas a
paranaense, ele deu o nome de “Momenta” ao jornal, plural de momentum,
começamos a captar tudo que a USP fazia,produzia e mandava por mimeografo,
Noticias da USP, não era a Voz do Brasil, não era nada no sentido de transmitir
o original, ou o que o patrão quer, mas era uma maneira de tirarmos idéias. Ali
montamos um primeiro tele-jornal, e que por falta de pessoas, um colega
apresentava, Maria Helena Rennó fazias duas câmeras, eu fazias as vezes:
direção de TV e sonoplastia. Em função disso quando cheguei no terceiro ano da
faculdade, tinha uma matéria chamada Técnicas de Som e Sonoplastia. Como é
praxe em qualquer faculdade, a pessoa para dar aulas tem que no mínimo ser
graduada em outra coisa, e Técnica de Som e Sonoplastia apesar de ter grandes
nomes como Laurindo Salvador, Salatiel Coelho, a quem reverencio até hoje. Eles
só tinham curso primário. Quando levantaram tudo que estava perto deles e não
tinha ninguém para dar aula e o curso ia começar, reuniram-se e sortearam
alguém. O diretor Eduardo
Peñuela Cañizal me chamou e disse-me: “Acho que a única maneira de termos esse
curso é você dar aulas para os seus colegas.”. Disse-lhe:”-Mas não sei nada!”. Ao que ele respondeu-me:
“-Todo mundo fala que você gosta, pega a grade, estuda e vai dar aulas para
eles”. Transformei-me em um professor momentâneo durante um semestre dando
aulas aos meus pares. Inclusive grandes nomes que estão ai no rádio e na
televisão foram meus colegas. Estavam lá: Ethevaldo Mello de Siqueira, Walter Sampaio (João
Walter Sampaio Smolka). Jose Possi Neto, irmão de Zizi Posssi, um grande
diretor de teatro. Todos foram meus alunos. No terceiro ano, os que
tinham rádio e TV tinham matérias conjuntas. Tenho a lista dos 100 primeiros
alunos da ECA. Para concluir, em meu diploma eu tenho um “X” nessa matéria, não
tenho nem zero nem dez. Dei nota aos colegas, mas não pude ter nota. Em 1969,
um grupo de três pessoas da TV Cultura foram visitar a Escola de Comunicações
acompanhadas pela Professora Dra.Nelly de Camargo reuniram
todos os alunos do penúltimo ano, comunicaram que iam abrir três vagas para
alunos de comunicação. Esse emprego é estagiário não remunerado. Os três
visitantes eram José Bonifácio Coutinho Nogueira, Oswaldo Sangiorgi, e outro
rapaz de prenome Hélio. Eles viram três trabalhos, sem saber o nome, fui
agraciado sem que eles soubessem que era meu. Fui estagiar na TV Cultura. Isso
foi a 15 de novembro de 1969. Quando tenho a minha primeira marcação de
carteira profissional.Na TV Cultura fiquei por oito anos. Criei um programa
musical, na TV Cultura a nossa cruz era fazer produção de aulas. A TV Cultura
só tinha curso de madureza e assemelhados. Para mim a sorte bafejou amplamente,
me deram um curso de francês. Eu já era apaixonado pela língua francesa. Com
isso me dei muito bem, fiz 3 séries de 90 programas. Só aumentava e crescia,
consulado francês feliz, todo mundo doando filmes.
Tinha Videoteipe?
O Videoteipe nasceu em 1969. Nós não tínhamos aparelhos
suficientes para tudo isso. Os filmes que passavam eram os originais. Alguns
programas eram gravados. Para passar aquilo ao ar era muito maluco, tinha que
tirar as fitas, alguém tinha que rebobinar mais tarde, já tinha que entrar
outro programa. O videoteipe era um da marca AMPEX enorme. Não podia amassar a fita. Era um
carretel em cima do outro. Não havia intervalo comercial. Tinha um Bray Tela
com uma fotografia do Palácio Bandeirantes, que era uma fotografia recortada,
colada na madeira, e um buraquinho embaixo onde ficava um relógio, o locutor da
época era um gaúcho de voz aveludada, dizia: “Em São Paulo 19 horas e 30
minutos, no Palácio dos Bandeirantes é hora de (tal coisa), TV Cultura. E ai
vinha a seqüência. Eles falavam isso para fazer a ligação do Palácio
Bandeirantes recém-inaugurado com a TV Cultura. Após 4 anos na TV Cultura, no
dia 14 de abril de 1972, recebi 4 filmes clips, fui assisti-los em uma sala de
projeção em que cabiam 6 pessoas. Quando olho para trás, está cheio de
crianças, todos olhando para aqueles filmes. Como eram todos office-boys, um foi chamando
outro, eu pensei: “-Isso aqui é para jovem!”. Mediante os quatro filmes levados
por José Roberto Povea, um divulgador da RCA Victor, montei um programa. Ofereci
a minha chefe, Dona Nydia Lícia ela disse que iria pensar, tendo em vista a
linha de programação que a TV Cultura seguia. Enquanto eu produzia uma série
chamada “Efemérides” dentro de um curso obrigatório: Educação Moral e Cívica,
nessa área de “Efemérides” eu contava a História do Brasil. Estava na maquiagem
a filha de Nydia Lícia, era atriz. Perguntei-lhe se ela conhecia determinado
cantor ? Ela disse que adorava. Perguntei se ela imaginava ver um filme com
ele. Naquela época era comum, quem tinha condições financeiras, ter um projetor
de 16 milímetros em casa. Eu emprestei a ela. Na segunda-feira Dona Nydia Lícia
me chamou e disse: “- Luiz Fernando vamos fazer um pilotinho daquele programa?”
Chamei uma voz que eu idolatrava, Não o conhecia,era locutor da Rádio Difusora,
liguei e perguntei-lhe se ele poderia fazer um teste na TV Cultura. Ele foi!.
Qual foi a reação
dele?
Eu disse-lhe que não tinha verba, se der certo eu contrato-o. Deu certo,
Dárcio Arruda foi fazer as falas, cerca de 5 minutos. O resto era junção de
pedaços de filmes, eu tinha aprendido na faculdade a fazer um a montagem
especial, quadro a quadro, e ali usei essa técnica e fiz um programa que durou
25 minutos. Foi para uma fita denominada “Fita de Emergência”. Escrito “TV2 POP
SHOW”, foi o nome que eu achei que devia dar. Chegou um sábado, que era dia de
filme, a equipe de Waldir Bonnas que era o diretor de cinema nosso, falhou, não
sei dizer quem, falhou na minutagem, talvez tenha copiado errado ou talvez
tenha sido enganado pela origem. O filme que deveria ter 150 minutos não tinha.
Tinha 130 minutos. Acabou o filme o chefe do controle mestre saiu gritando:
“Pelo amor de Deus me arruma 20 minutos de qualquer coisa!”. A idéia era sempre
pegar alguma coisa de consulado ou alguma coisa de emergência. O Luiz da
videoteca disse: “- Tem um negócio que o Magliocca
gravou outro dia, não sei o que é!”. “TV2 Pop Show” estreou sem nenhum aviso,
chamada, sem ninguém saber, nem o criador dele! Foi para o ar das 19:00 às
19:30. Sábado. Não deixa de ser um horário bom. O telefone não parava de tocar,
e no sábado era atendido pela central técnica. Ele fez o relatório, entregou
como todo fim de semana. Dona Nydia Lícia me chamou. Quando cheguei lá ela
disse-me: “-Luiz Fernando, nós tivemos boas informações a respeito do trabalho
que você fez! Podemos pensar em fazer alguma coisa para o futuro.”. No sábado
seguinte, a programação normal, com filme, o telefone não parava de tocar, queriam
ver o programa que tinha estreado no sábado passado. Na segunda-feira Dona
Nydia me chamou e disse-me: “-Luiz Fernando, vamos pensar em fazer um programa
por mês, especial!”.
Você vibrou?
Só que eu não tinha filme suficiente, teria que
pedir para as gravadoras. Foi ai que descobri o filão, que era possível
conseguir os filmes de outras gravadoras. Na realidade as gravadoras estavam de
olho nesse filão. O único detalhe é que não sabiam com quem falar. Jorge Gardia,
então diretor artístico da TV TUPI, da Rádio Difusora e da Rádio Tupi de São
Paulo, chamou Dárcio Arruda e disse-lhe para escolher ou Tupi ou Educativa. Na
Difusora Dárcio fazia rádio, Jorge Gardia deu-lhe um programa de musica pop na
TV TUPI. A semelhança do que eu tinha criado. Tive que sair correndo atrás de
outro locutor para fazer aquele eventual programa mensal. Descobri Henrique
Regis, que tinha uma voz bonita, marcante. Trabalhava na Rádio Excelsior. A TV2
Pop Show estreou a 12 de abril de 1972 e ficou no ar por 16 anos, depois do
futebol era o segundo programa em audiência. Quando eu sai recebeu o nome de
Som Pop, recebeu um apresentador, Kid Vinil.
Por que você saiu da Cultura?
Walter Guerreiro, produtor independente estava
criando um estúdio, “Studio Free”, ele me propôs um programa nos moldes do Pop
Show, chamou para apresentação Antonio Celso,
diretor da Rádio Excelsior de São Paulo, “A Máquina do Som”. Antonio
Celso me levou para a Rádio Excelsior para fazer o “Som Pop”. Eu era professor
da ECA, sou o primeiro ex-aluno da ECA a ser chamado para ser professor da ECA.
Me formei em 1970, em 1971 estava dando aula. De manhã aula, a tarde TV
Cultura, a noite Rádio Excelsior. Permaneci na Rádio Excelsior por três anos,
saí da rádio. Tirei férias, estava na praia com minha família, quando meu pai
chegou com o recado de que eu deveria telefonar no sábado as 21:00 horas para o
Dárcio Arruda. Ele tinha sido convocado para ser apresentador do telejornal da
TV TUPI, liguei de uma cabine telefônica do Guarujá, e o Dárcio me disse que
segunda-feira eu deveria estar em uma reunião às 10 horas da manhã a Rua Afonso
Bovero, 52.
Como foi essa reunião?
O Sr. Helvio Mencarini diretor superintendente do Grupo Associados, fui convidado
a ser diretor da Rádio Difusora. Eu tive a grande chance de por em prática as
minhas idéias. Fui a Cultura e pedi demissão. Durante 30 anos fui professor, 14
anos da USP e 16 anos na FAAP. Nos mesmos 30 anos eu estava trabalhando em
algum setor de rádio.
Você permaneceu na
rádio até quando?
Até fechar! Nos anos 80 faliram a TV TUPI, Rádio Tupi, tive
o desprazer de ser o último diretor da Rádio Tupi, quando recebi do DENTEL o
aviso de que seria lacrado o transmissor, quem levou o cinegrafista para filmar
o desligamento da antena para tirar do ar em definitivo a Rádio Tupi, para
passar na TV TUPI a noite.
Você prosseguiu na área?
Continuei dando aulas, fui chamado por uma empresa chamada LEC de Carlos Colesanti e Luiz Casalli
para ser gerente de marketing e de produção da empresa deles. No terceiro mês,
recebi uma ligação do Sr. Antonio Augusto Amaral de Carvalho Filho conhecido na
vida artística como “Tutinha”, dizendo: “-Dá uma subida aqui!”. Isso
significava que iria andar três quadras e meia e estar na Jovem Pan. Fui lá,
ele disse que iria montar uma Rádio FM, queria que eu coordenasse a rádio.
Disse-lhe quanto era o meu salário. Ele disse que aquele valor ele não poderia
pagar. Eu disse-lhe que então não faríamos negócio. Ele reagiu em altos
brados”-Mas eu quero você aqui!”, disse e deu um soco na mesa, que era do Sr.
Fernando Vieira de Mello. O ambiente ficou tenso, todo mundo olhou. Ele
insistindo: “Mas você vai trabalhar na Jovem Pan!”. Eu voltei para o meu
humilde lugar. Dois dias depois ele me chamou novamente. Acertamos o valor que
eu havia definido. Me tornei o primeiro Diretor Artístico da Jovem Pan 2, o FM
mais ouvido de São Paulo, que entrou no ar no dia 25 de setembro de 1981 e eu
estreei em 17 de outubro de 1981. Permaneci por três anos e meio na Jovem Pan.
Fui chamado para dirigir a Rádio Cidade, onde permaneci por 4 anos, tive a
idéia de trazer o Menudo para o Brasil. A Transamérica me chamou para trabalhar
com ela, fui Diretor Nacional da Rede Transamérica. Por motivos profissionais
sai da rádio, abri a minha empresa de comunicação, o Tutinha me chamou, para
ser o chefe de promoções, criamos gincanas, peruinhas da pan, uma série de
coisas que foram sucesso absoluto na época. Em paralelo recebo uma chamada da
Rádio Bandeirantes para fazer um programa com a minha empresa, a Publinter, e a
Voz da América, vai ser um programa gerado em Washington, você produz o programa na sua casa,
e vem dirigi-lo na Bandeirantes no final de semana. É o primeiro programa via
satélite, regular, todo sábado as 10 horas da manhã. Pedi demissão de novo na
Jovem Pan e assumi essa produção independente. Como eu precisava falar com Washington
todos os dias, o Tutinha tinha acabado de comprar um equipamento de ponta: "facsimile" ou simplesmente Fax, eu
quis comprar um igual. Comprei um , que
guardo como relíquia. Durou 10 anos. Com isso montei um programa, que foi t]ao
bem que fez a Rádio Bandeirantes entrar em primeiro lugar de audiência.
Chamava-se “USA-Um Sábado Alegre”. Depois de absoluto sucesso aos sábados, por
três meses, eles me propõe a direção da Rádio Bandeirantes. Fiquei pensando:
Como vou dirigir Fiori Giglioti, José Paulo de Andrade? Durante quase 10 anos
fui diretor da Rádio Bandeirantes. Criei a Rede de Rádio Bandeirantes como ela
é hoje. Em seguida a Rádio Capital me chamou, onde fiquei por um ano. Eu
participava todo mês de abril de um Congresso Internacional chamado NAB Show. Recebi
um convite da NAB Show, comprei duas passagens só de ida, para mim e para minha
mãe. Vendi carro,casa, móveis no sistema família muda, fui para Las Vegas onde
tinha o congresso, depois Los Angeles, Florida onde aluguei um apart-hotel, na
Collins,1411. Paguei três meses antecipado, tinha que ser assim. Abri uma
empresa Publinter International Incorporation ela virou filial da minha empresa
brasileira. Daí nasce uma luz: TV Globo Internacional, eu me meto a fazer
textos para a TV Globo. A empresa representante de TV Globo em Boston perguntou
se eu não queria ser representante deles na Flórida. Comecei a fazer comercial,
vender comercial, produzir comercial. Produzi comerciais de produtos locais
para a TV Globo, utilizei Leila Cordeiro e Eliakim Araújo, Dárcio Arruda, eu
mesmo fiz dublagem, locução. Ali eu fui repórter da Rádio Trianon de São Paulo.
Reporter internacional da revista Chic e Famosos. Permaneci nos EUA de 1 de
abril de 1988 até 23 de dezembro de 2003 quando vim para São Paulo trazer a
minha mãe para uma festa de Natal da família. Nessa festa, na Rua do Símbolo,
conheci Sula Miranda, que era vizinha do meu primo. Desenvolvi outro braço da
emprsa que são as trilhas sonoras, passei a representar 54 empresas, com
clientes como TV Record, SBT, TV Cultura uma parte de Rede TV, e um pouco de
efeito sonoro da Globo. Faço palestras. Hoje tenho um livro pronto: “Luiz FM, A
História do Rádio Por Quem Fez Parte Dela”.
sexta-feira, março 30, 2018
MARCO ANTONIO CAVALLARI
PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E
MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 31 de março de 2018.
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 31 de março de 2018.
Entrevista: Publicada aos sábados
no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
http://blognassif.blogspot.com/
http://www.teleresponde.com.br/
ENTREVISTADO: MARCO ANTONIO CAVALLARI
ENTREVISTADO: MARCO ANTONIO CAVALLARI
Profissional de Belas Artes
Nascido em Vila Rezende,
Piracicaba, em 29 de Outubro de 1948. Filho primogênito de Agenor Rosário Cavallari
e Rita Bortolazzo Cavallari, Marco Antônio ainda com oito anos, iniciou sua
carreira artística como cantor mirim, no Programa Infantil da Rádio Difusora de
Piracicaba (antiga PRD-6), sob a direção do radialista Benê Marques.
Paralelamente a esta atividade e inspirado pelo pai, modelava figuras diversas
em argila crua, que após serem finalizadas a seu modo, eram comercializadas por
ele mesmo em um recanto do quintal da casa onde morava. Também desenhava constantemente tudo o que
via e imaginava.
Aos 13 anos de idade, aprendendo com
o pai, também músico e artista plástico e discípulo de Frei Paulo de Sorocaba,
começou a tocar e ministrar aulas de violão popular para as internas e freiras
do Instituto Baronesa de Rezende, antigo Colégio das Freiras que, conhecendo as
suas habilidades como desenhista, passaram a encomendar Planos de Aula de
Anatomia Humana, que consistiam em Folders Anatômicos Didáticos de grande
formato (Folders, como eram chamados), que eram depois colorizados com lápis de
cor. Ele também fazia ilustrações para publicações
didáticas e, como pintor de murais, executava Decoração Pictórica em paredes,
com temas variados, em estabelecimentos
públicos diversos, inclusive no próprio colégio. O Grupo Escolar José Romão escola onde
concluiu o 1° grau, também optou por suas ilustrações de Desenho
Anatômico. Quando se aproximava a época
de Corpus Christi, a Igreja Matriz do Bairro Vila Rezende solicitava os seus
trabalhos artísticos para a decoração do trajeto da procissão, com temas sacros
diversos relacionados ao evento.
Daí para frente não mais parou; tanto
como artista plástico ou gráfico, como músico guitarrista e crooner pela Ordem
dos Músicos do Brasil, época em que atuou com diversos conjuntos musicais
(quinze ao todo) e também com artistas do rádio e da televisão, tais como:
Márcio Greick, Jair Rodrigues, Agnaldo Timóteo, Ed Carlos, Peninha, Pery
Ribeiro, etc. A partir dos 18 anos, ele atuou 21 anos como crooner em bailes de
carnaval. Na época, incentivado pelo radialista Moraes Sarmento, apresentou-se
no Programa “A Gaiola de Ouro do Borba”, do apresentador de TV Alfredo Borba,
da TV Tupy , Canal 4, onde foi aprovado pelo seu rigoroso júri. Após concluir o
2° grau, atuou como cantor tenor do Coral da Escola de Música de Piracicaba,
onde ingressou como aluno de trombone de varas e posteriormente na Orquestra
Sinfônica “Ernest Mahle” como Trombonista Amador. Também fez parcerias muitas vezes, com o
cancioneiro Pedro Alexandrino, Poeta e outros cancioneiros piracicabanos, que
eram amigos do seu pai. De 1965 a 1968,
cursou Artes e Desenho Artístico e Publicitário na Escola Panamericana de Arte
em São Paulo, cujos professores eram Aldemir Martins, Ziraldo, Mário Tabarim,
Walter Foster, Di Prete, entre outros. Quando concluiu, cursou Desenho,
Escultura e Cerâmica no Instituto “Elly Krayer Krauss,” também em São Paulo, ao
mesmo tempo em que ministrava Aulas de Cerâmica Rústica às crianças
excepcionais do Centro de Reabilitação de Piracicaba, onde trabalhou como
professor de Modelagem em Argila por 7 anos.
Paralelamente atuava como músico, artista plástico, gráfico e publicitário. Em 1972 casou-se com Marilda dos Santos com
a qual teve dois filhos: Marco Antonio Cavallari Júnior e Mariana Gabriela
Cavallari. Em 1973 foi contratado como
Desenhista Técnico/ Artístico, Ilustrador e Projetista de EPIs e Equipamentos
de Segurança pela COPERSUCAR (Cooperativa Central dos Produtores de Açúcar e
Álcool do Estado de São Paulo), onde trabalhou por 14 anos, deixando lá um
arquivo com mais de dois mil e quinhentos desenhos, que realizou nas mais
diversas modalidades no decorrer deste período.
No transcorrer de sua carreira
concluiu diversos cursos técnicos, na área de desenho e outros, formando-se,
Desenhista Artístico; Desenhista Publicitário; Desenhista Mecânico; Letrista,
Desenhista Arquitetônico; Desenhista de Segurança do Trabalho; Produtor de
Recursos Áudios-Visuais Didáticos; Projetista de Máquinas e Equipamentos;
Fotógrafo Amador; Escultor; Modelador; Restaurador; Músico Popular,
Encadernador, Serigrafista e Maquetista. A partir de 1973, até a presente data
participou de muitos Salões de Belas Artes, nos quais conquistou 53 Prêmios
Honoríficos, entre eles 16 Medalhas de Ouro, 2 Prêmios Aquisitivos, Câmara de
Vereadores e Prefeitura Municipal de Piracicaba, assim como 12 Homenagens; 3
Menções de Congratulações, 4 Moções de Aplausos e “Diploma de Reconhecimento de
Mérito” pelo Dia Municipal do Artista Plástico, através da Câmara dos
Vereadores de Piracicaba, sendo que uma das Moções de Aplausos foi proposta
pelo Vereador Moacir Monteiro, como reconhecimento ao artista, pela realização
dos trabalhos de Reconstituição Craniométrica do Médico Nazista Dr. Joseph
Mengele e do Beato Joseph Benoit Marcelin Champagnat (José Bento Marcelino
Champagnat), em prol à humanidade.
Foi o escultor-autor da
Reconstituição Craniométrica do médico nazista Dr. Joseph Mengele, a pedido da
Polícia Federal do Brasil, através do Dr. Romeu Tuma, Superintendente Geral da
Polícia Federal de São Paulo, sob a direção do Dr. Prof. Fortunato A. Badan
Palhares, médico forense; Dr. Prof. Nelson Massini, médico forense e das
Autoridades Federais de Israel, Alemanha e EUA. O trabalho foi reconhecido pelas autoridades
federais e forenses do Brasil e de vários países, destacando-se os EUA e a
Europa, sendo intensamente divulgado pelos meios de comunicação mundiais, como;
o Diário ABC, S.L. de Madrid, Espanha e publicações variadas do Brasil, América
Latina, Europa e EUA, através de entrevistas e informes concedidos pelo artista
à imprensa falada e escrita, compreendendo a TV, rádio, revistas e jornais, de
um modo geral. Tanto este trabalho, como o que foi
posteriormente realizado no crânio do Beato Joseph Benoit Marcelin Champagnat,
também se encontram referenciados nos livros: “Por Que Converso Com os Mortos,”
de autoria do Dr. Prof. Fortunato A. Badan Palhares e no “Tratado de
Odontologia Legal e Deontologia,” de autoria do Dr. Prof. Eduardo Daruge, 1ª
edição, no capítulo que trata sobre a Reconstituição Craniométrica, ilustrado
com 18 fotos cedidas graciosamente e que foram executadas pelo escultor no
decorrer do trabalho que realizou no crânio do nazista Dr. Joseph Mengele. Cavallari também atuou como o
escultor-autor da Reconstituição Crânio Facial do Beato e Sacerdote Marista,
Pe. Joseph Benoit Marcelin Champagnat, solicitado pelo SIMAR; Secretariado
Interprovincial Marista do Brasil e da França, por intermédio do Pe. Roque
Brugnara e do Dr. Prof. Fortunato A. Badan Palhares, sob o requerimento oficial
do Vaticano, cujos processos e resultados técnico/artísticos foram publicados
nas páginas 61 e 62 do Livro de Ciências e Educação Ambiental “O Corpo Humano”
do Prof. Daniel Cruz, para a 7ª Série, como matéria didática, entre tantas
outras importantes publicações do país e do mundo. As cinco peças anatômicas concluídas,
resultantes do processo de reconstituição fisionômica do Beato Joseph Benoit
Marcelin Champagnat, incluindo um busto fundido em bronze; que foi um presente
concedido pelo artista à Ordem Marista, se encontram registradas nos Arquivos
da Casa Geral do Vaticano em Roma, como elementos documentativos e constitutivos
do acervo. Marco Antônio Cavallari é reconhecido como o único escultor que
realizou uma Reconstituição Cranio-métrica de um Comandante-Médico e Membro do
Partido Nacional Socialista Alemão - Nazismo; o Dr. Joseph Mengele, ao
propósito da confirmação de sua identidade e a conclusão do processo de caça
aos nazistas refugiados no Brasil, assim como a de um Sacerdote Marista, como
no trabalho do Beato Joseph Benoit Marcelin Champagnat, Fundador do Instituto
dos Irmãos Maristas francês, nascido em Marlhes a 20 de Maio de 1789 e falecido
em Notre Dame de L’Hermitage - França, em 6 de Junho de 1840, que foi destinado
ao processo de sua Canonização pelo Vaticano em 18 de Abril de 1999, pelo Papa
João Paulo II. Muitas das 1475 obras escultóricas feitas pelo artista se
encontram em coleções particulares, museus, cemitérios, hospitais, escolas,
etc, no Brasil, Colômbia, EUA e Europa. Entre elas destacam-se: o busto do
Campeão de Fórmula 1, Ayrton Senna da Silva; os bustos dos Presidentes;
Tancredo Neves e Prudente José de Morais e Barros; o busto do Cancioneiro
Vitório Ângelo Cobra “Cobrinha;” o busto do Beato Antonio Maria Claret; o busto
do Beato Joseph Benoit Marcelin Champagnat; o busto do Codificador da Doutrina
Espírita, Allan Kardec; o busto do Beato Antonio Frederico Osanan (Associação
São Vicente de Paulo); o mini-meio-busto do Dr. Norman Ernest Borlaug , Nobel
da Paz , 1970; o mini-meio-busto do Dr. Luiz de Queiroz (concedido pela ESALQ
ao Rei Gustaf XVI da Suécia); o mini-meio-busto do Maestro
Fabiano Lozano (designado pela Secretaria de Ação Cultural de Piracicaba como,
“Prêmio Fabiano Lozano”); o mini-meio-busto da Prof. Miss Martha Hite
Watts entre tantos outros.
Em 1987 fundou o M. CAVALLARI -
Studio di Arte, onde trabalha e ministra Aulas de Desenho, Pintura e Modelagem
de Figuras Escultóricas, sendo que pelo qual já promoveu Seis Mostras de
Trabalhos Artísticos dos seus alunos.
Cavallari também pertence a várias associações relacionadas à arte, como
à APAP (Associação Piracicabana dos Artistas Plásticos), Piracicaba (sócio
fundador e emérito); ao SINDESP (Sindicato dos Empregados Desenhistas de
Piracicaba), Piracicaba (sócio fundador e diretor); ao Clube dos Escritores de
Piracicaba (grau Academicus Praeclarus
cadeira nº 49 Membro); ANAP
(Academia Nacional de Artes Plásticas), Poços de Caldas - MG., (Membro); Alborques
Online Art Gallery, Portugal, (Membro).
Diversos dos seus mais relevantes
trabalhos de escultura e pintura, tanto como inúmeras ilustrações nas mais
diversificadas designações e modalidades técnicas, foram fartamente publicadas
em informativos e revistas, como por exemplo, Manchete; ASA; Família Cristã;
Conexão Paulista; Histórica, etc, assim como catálogos, livros didáticos e
jornais do Brasil e do mundo. Também concedeu diversas entrevistas a
profissionais consagrados da Imprensa, do Rádio e da Televisão, entre eles a
Jornalista Marília “Gabi” Gabriela; Jornalista César Costa; Jornalista João
Umberto Nassif; Radialista Paulo Eduardo; TV BBC de Londres/Brasil; TV Globo;
TV Bandeirantes; TV Rede Vida; TV SBT, etc.
Na internet existem muitas referências sobre o artista e seu vasto
trabalho, que podem ser encontradas no Google; gigapira.com.br;
NossoJornal.com; Site da APAP - Piracicaba;BLOG DO NASSIF https://blognassif.blogspot.com.br/;
Top 1000 Links úteis; Ipplap.com.br; ANAP.art.br; Albor-ques.com - Portugal
(Membro do Alborques Online Art Gallery); dandonota.wordpress.com; Hotel Praia
do Encanto.com.br; HOTFROG.com.br newpagerank.com; vejablog.com.br;
riodasartes.-blogspot.com.br; guialis.com.br; yasni.com; Tuugo.com.br;
Nget.com/arte_cultura; diretorioempresas.com.br; Ur/Pulso.-com.br; Zeen.com.br
e muitos outros. Diversos dos seus
trabalhos foram adquiridos e outorgados a personalidades e autoridades
diversas, tais como o Rei Carlos XVI Gustaf da Suécia, Presidente João Batista
de Oliveira Figueiredo; Instituições Maçônicas Internacionais e Brasileiras,
estando entre elas o GOB (Grande Oriente do Brasil) e GOSP (Grande Oriente de
São Paulo); Maestro Ernest Mahle; Prefeito Barjas Negri, entre tantos.
Realizou oito Mostras Individuais de
Esculturas e Desenhos. Também atuou como Presidente da Comissão Organizadora do
47° SBAP (Salão de Belas Artes de Piracicaba) e como Presidente (biênio 2001 a
2003) e Vice Presidente (biênio 2004 a 2006), da Associação Piracicabana dos
Artistas Plásticos - APAP, da qual é Sócio Fundador e Emérito.
Estudioso autodidata da Anatomia
Humana, com o aprimoramento da modalidade pela experiência que adquiriu na área
de Estudos Forenses e Anatômicos da Cabeça Humana, com a parceria e as
orientações recebidas durante o período em que atuou nos trabalhos de
Reconstituição Crânio Facial supra-referidos, pelos Drs. Profs. Fortunato A.
Badan Palhares, Nelson Massini, Fausto Bérzin e Eduardo Daruge, da UNICAMP -
Brasil. Fundamentando-se nestas experiências, está escrevendo o livro: “Estudo
da Anatomia da Cabeça Humana - Suas Características e Diversificações,”
dirigido exclusivamente aos propósitos artísticos. Ainda como escritor, é autor dos livros:
“Tratado de Desenho Artístico Clássico”; “Aprenda a Desenhar com o Júnior”
(dirigido a crianças dos sete aos onze anos); “Reconstituição Craniométrica do
Médico Nazista, Dr. Joseph Mengele”; “Reconstituição Craniométrica do Beato,
Joseph Benoit Marcelin Champagnat”, consistindo este último em um documento
complementar do Filme-Documento; sob o mesmo título, que produziu no decorrer
do processo de reconstituição da face do Beato.
Também escreveu os livros: “Cerâmica Rústica”; “Documento do Trabalho de
Restauração da Imagem em Cedro Policromatizado, de Jesus Cristo Crucificado”,
pertencente ao acervo sacro da Matriz de Vila Rezende - Piracicaba; Julgamento,
Martírio e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, que foi produzido com base nos
estudos realizados no Santo Sudário de Turim; “A Pseudosimetria da Face Humana”
(ainda em andamento) e “Grimório - Scientia Sancta Sanctis” (ainda em
andamento). Como pintor, está
produzindo uma discreta coleção de pinturas a óleo sobre tela, que estão
destinadas à sua Primeira Mostra de Pinturas, em programação.
MARCO ANTONIO CAVAVALLARI AO LADO DO BUSTO DO CANCIONEIRO VITÓRIO ANGELO COBRA, O COBRINHA
MARCO ANTONIO CAVAVALLARI AO LADO DO BUSTO DO CANCIONEIRO VITÓRIO ANGELO COBRA, O COBRINHA
Marco há muitas peças artísticas
em seu ateliê, esse crânio humano é real?(Trata-se de uma réplica perfeita, com
todos os ossos internos inclusive, de uma perfeição absoluta).
Esse crânio eu esculpi no gesso,
tem o peso de um crânio de osso, deixei uma abertura onde você toda a
conformação óssea interna de um crânio, nos mínimos detalhes. ( Ossos pouco
maiores do que um fio de barbante fino). Fiz para testar o que eu sei. A
mandíbula é articulada, fiz até o etmóide. Septo nasal dividido em dois. Esse
forame tem passagem. (Forame é o nome dado a uma abertura para passagem de vasos e nervos em
ossos ou entre ligamentos). Eu amo fazer esse trabalho. Sempre
analiso tudo pela dedução lógica. Tudo tem uma lógica. Nada na natureza pode
sumir, pode sim mudar de forma. O corpo fenece, a terra, o fogo ou a água
absorve-o.
Atuando como músico, o seu trabalho com artes plásticas
caminhava em paralelo?
Trabalhava como desenhista publicitário em casa,
inclusive para o Jornal de Piracicaba. Fazia perspectivas de prédios, para as
construtoras que iam lançar um prédio. Trabalhei com muitas óticas, mais de
300, até da Bolívia. Havia dois representantes no Brasil que faziam acessórios
para ótica. Eu fazia os desenhos que ilustravam.
Como foi o seu salto da ilustração para a escultura?
Sempre fiz esculturas. Tem uma passagem curiosa, recebi
algumas visitas de um pessoal altamente especializado, em meu ateliê. Uma das pessoas,
por algum motivo, questionou alguns aspectos técnicos de uma escultura
minuciosa de um crânio. À medida que fui respondendo-lhe em sua linguagem
técnica, ela foi tomando ciência de que o meu trabalho tem fundamento artístico
e rigorosamente científico.
O que é uma herma?
É a coluna que sustenta o busto representado. A figura é
o busto que vai sobre uma herma.
Como surgiu o Caso Mengele para você trabalhar?
Foi uma coisa que jamais esperava em minha vida. Com
tantos especialistas, principalmente no Japão, Estados Unidos, tenho um livro
de reconstituição, que ganhei do Dr. Badan Palhares, é impressionante o
trabalho feito pelos americanos. Eu estava em uma festa de casamento, deram-me
o recado de que uma pessoa queria falar comigo. Sai do local da festa e em
frente estava o Dr, Massini. Identificou-se, perguntou-me se eu era o
Cavallari. Após as apresentações ele disse-me que estava com a cabeça do
Mengele. Eu não sabia quem era Mengele. Josef Mengele, era um médico alemão e capitão da SS no campo de
concentração de Auschwitz, no subcampo de Birkenau, durante a Segunda Guerra Mundial. O
Dr. Massini disse-me que Mengele tinha falecido no Brasil e ele queria fazer a
reconstituição. Disse-me ainda que tinha urgência. Tive que deixar o casamento
do meu irmão e ir até a casa do Dr. Massini. Fomos, ao chegar ele retirou a
cabeça de um acondicionamento próprio, disse-me: “Tem que repor todo o tecido,
vou fornecer-lhe todo material necessário”.
EWCONSTITUIÇÃO FEITA POR CAVALLARI A PARTIR DO CRÂNIO DE Josef Mengele
EWCONSTITUIÇÃO FEITA POR CAVALLARI A PARTIR DO CRÂNIO DE Josef Mengele
Qual foi a sua reação?
De início Dr. Massini já disse que a polícia não tinha
verba para pagar o meu trabalho, nem ele estava recebendo nada. Pensei: “Saber
que um nazista veio parar na minha mão!”. Disse-lhe: “ Massini , vamos começar
a estudar, me dê os livros de anatomia de cabeça”. Na realidade eu já desenhava
e esculpia cabeças humanas.
Você tinha várias réplicas de cabeças
em diferentes faixas etárias de Mengele.
Marco Antonio
Cavallari, abre um armário onde estão dispostas uma série de trabalhos de
reconstituições faciais, reconstituições de crânios, inclusive de crimes
famosos conhecidos no Brasil inteiro, com as características detalhadas das
entradas e saídas de projéteis. De Mengele ele explica: “Guardei uma réplica
que fiz para mim, ele reconstituído quando era moço e quando era velho”.
(Mengele nasceu em 16 de março de 1911, na Alemanha e faleceu a 7 de fevereiro de 1979, aos 67
anos, possivelmente de um ataque cardíaco quando se banhava nas águas do mar em
Bertioga, São Paulo). Cavallari dá uma aula de identificação, pontos frágeis,
grau de habilidade de quem pratica o crime, com incrível perícia ele consegue
informações preciosas para identificar pontos que ao leigo não significam nada.
A obra de Marco Antonio Cavallari é
muito diversificada e precisa. Técnica e artística. Um artista que ganhou a
glória do reconhecimento internacional.
domingo, março 25, 2018
EDUARDO DARUGE JÚNIOR
PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 24 de março de 2018.
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 24 de março de 2018.
Entrevista: Publicada aos sábados no caderno
de domingo da Tribuna Piracicabana
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ENTREVISTADO: EDUARDO DARUGE JÚNIOR
Eduardo Daruge Júnior nasceu em Ribeirão Preto a 15
de novembro de 1960, tem seus irmãos Luis Antonio, Rinaldo Carlos, Cristiane,
Adriano, Alexandre e Maria Eduarda. Eduardo Daruge Júnior é casado com Maísa
Cruzatto Perrini Daruge que têm os filhos Eduardo Daruge Neto,médico, e
Fernando Perrini Daruge, empresário.
Os primeiros estudos o senhor fez em qual escola?
Foi no Grupo Escolar Prudente de Moraes. No ano passado
faleceu Dona Domingas Gallo, uma professora dedicada ao ensino, apaixonada pelo
que fazia. Naquele tempo tínhamos um respeito pelo professor que hoje não
existe mais, atualmente o aluno manda na escola, não é o professor e a escola
que mandam no aluno. Tinha que entrar na classe em fila cantava-se o Hino
Nacional com a mão no peito. Quando o professor entrava na sala de aula os
alunos ficavam em pé. Lembro-me que quando fazíamos alguma “arte”, brincadeiras
de criança, ela fazia escrevermos no caderno: “Cada coisa em sua hora, cada
coisa em seu lugar” repetíamos essa frase exaustivamente a cada vez que
fizéssemos algo errado. Tive uma afinidade pela sua didática, que mantive o
relacionamento de amizade até ela falecer aos 96 anos. Em uma das últimas
visitas que fiz à Dona Domingas, ela mostrou-me um pequeno caderno com o nome
de todos seus ex-alunos, inclusive o meu, eu tinha escrito aos 10 ou 11 anos de
idade. O detalhe, é que cada aluno que ela alfabetizava anotava com sua própria
grafia o seu nome. Ela mantinha esse caderninho desde a década de 50. Depois
que ela faleceu a família deu-me de presente o caderninho, tenho até hoje. Quando
conclui o primário fui para a APAF Escola Estadual Dr. Antonio Pinto de Almeida
Ferraz Em seguida fui para a Escola Estadual Professor José Mello Moraes. De lá fui
estudar no Instituto de Educação Sud Mennucci. A Seguir estudei no Colégio Luiz
de Queiroz, onde tive uma excelente formação. Lembro-me de que embora já
estivesse no prédio novo, as provas eram feitas na cripta da Catedral de Santo
Antonio. Quando eu fazia o colegial, fiz também o curso técnico de prótese, na
Faculdade de Odontologia de Piracicaba - FOP.
Atualmente a
prótese dentária está em uma fase de transição?
Quem permanece trabalhando com a prótese que se usava antigamente, que
era a prótese total, popularmente chamada de dentadura, em sua maior parte está
trabalhado com porcelana, muito envolvimento estético, houve uma evolução da
prótese dentária, voltada para o desenvolvimento dos equipamentos que existem
atualmente. Hoje conseguem confeccionar uma coroa dentária sem ter a
intervenção manual. Usando o computador em três dimensões. Já está disponível
em Piracicaba. Alguns clínicos já possuem esse equipamento. Através do scanner
ele transmite as informações para o computador e já confecciona a peça. Logicamente
que ainda existe a demanda para a prótese comum. Ainda se faz muita dentadura.
O poder aquisitivo
de boa parte da população é limitado.
O Brasil é um dos poucos países que tem uma preocupação com a saúde oral
muito grande. Existem países, inclusive muito desenvolvidos, onde uns bons
números de indivíduos têm os dentes estragados. São países onde não há a
cultura do tratamento odontológico.
O senhor estudou
na FOP – Faculdade de Odontologia de Piracicaba, integrante da UNICAMP?
Estudei na FOP, conclui o curso em 1985. Trabalhei por seis meses com
consultório, sempre adorei odontologia, sempre achei que seja qual for o
trabalho tem que dar satisfação pessoal e uma forma de ver horizontes. No meio
do ano prestei a Faculdade de Direito, fiz o mestrado em Odontologia Legal, eu
já tinha essa vontade, pelo fato de sempre acompanhar os passos do meu pai,
lembro-me de que na década de 70 ele publicou um artigo na Revista Quintessence
ele descreveu uma ocorrência. Ele conseguiu identificar um delinqüente pela
mordedura, pela mordida dele. Um casal estava namorando dentro de um Fusca, em
uma área rural, na época era comum, tinham deixado uma fresta do vidro do carro
aberta. O marginal encostou o revolver e anunciou o assalto, segundo o relato
do delegado, o assaltado pediu para abrir o carro, o assaltante permitiu. Com a
mão direita ele abriu o carro, pensando em segurar a arma do assaltante, e foi
o que aconteceu, quando ele abriu a porta segurou a arma, o assaltante começou
a disparar a arma porque esquenta o cano do revolver, como ele não soltou o
assaltante começou a morder o braço do assaltado. Nisso a menina veio por trás
e com as unhas compridas cravou no pescoço do assaltante e começou a puxar, ele
largou a arma e saiu correndo. O Dr. Luiz T. Brienza era o delegado que fez o
Boletim de Ocorrência do casal. Ele lembrou-se do meu pai, telefonou e
perguntou se não seria interessante fazer a coleta das marcas das mordidas. Meu
pai Eduardo Daruge, foi até a delegacia, moldou, fotografou, é moldado em
silicone e depois coloca o gesso para ficar a delimitação da mordida. Uma
semana depois, o Dr. Luiz Brienza estava de plantão novamente, atendeu um caso
de atentado violento ao pudor. Quando o Dr. Luiz viu as marcas no pescoço do
detido, lembrou-se do casal que tinha sido atacado. Dr. Luiz questionou o
individuo sobre aquelas lesões, ele disse que foi pescar cascudo e enroscou no
arame farpado. Era evidente que as marcas eram divergentes. Ele chamou o meu
pai para fazer a moldagem da boca do detido. Ele moldou, comparou com as
mordidas que ele tinha coletado no braço do rapaz que tinha sofrido o ataque, o
resultado foi 100% de identificação. Isso acontece muito em estupro, o
estuprador acaba mordendo a vítima.
Com relação ao DNA
vocês usam como processo de identificação?
O DNA veio depois de um longo tempo, e ainda está muito novo no Brasil,
isso porque o custo é muito alto, quando se fala em DNA para pessoas vivas é
uma coisa, quando se fala em DNA para material necrótico é outra coisa. Exige uma técnica
mais apurada. É mais cara também. O Estado paga, mas é um processo mais
demorado. Vitimas em estado de decomposição ou esqueletizado, para trabalhar
com DNA é um processo oneroso. Tanto que só é feito o DNA nesses casos quando
se encontra uma família suspeita em pertencer ao individuo que foi encontrado.
Quando
é feita a exumação como se encontra o corpo?
Depende de quanto tempo foi sepultado. As circunstâncias em que a pessoa
faleceu influenciam. O individuo que passa por um tratamento quimioterápico
acaba preservando esse corpo por uma longa data. A fauna cadavérica (que
destrói o tecido mole) fica prejudicada, não consegue destruir aquele corpo.
Uma vez foi encontrado um corpo em um poço de água desativado, a vítima era uma
senhora que foi jogada ali. Entre o momento em que foi lançado e o momento em
que foi encontrado, passaram-se trinta dias, Esse corpo estava muito bem
preservado. Lá embaixo, no poço, é escuro, geralmente em corpos que estão
expostos, o processo de decomposição começa com a mosca, que faz parte da fauna
cadavérica. O processo de decomposição pode começar a partir de 12 dias, quando
irá encontrar um corpo quase esqueletizando. Tem um caso recente, onde o prazo
de desaparecimento e o encontro da ossada foram oito dias. Estava totalmente
esqueletizado. Com partes ósseas destruídas. Existe a possibilidade de
participação de animais carnívoros que devoram o corpo, tanto que vários ossos
longos tinham as extremidades totalmente roídas. A literatura afirma que a
decomposição normal é de dois a seis meses, podendo demorar até dois anos o
tempo para esqueletização total.
A forma mais
indicada de destino a um corpo, em termos de saúde pública, qual é?
É a cremação. Ela esbarra em um problema cultural. Até mesmo religiosa às
vezes.
Após terminar o
mestrado qual foi a sua próxima etapa?
Fui contratado na UNICAMP, em 1994, só que já trabalhava, dava aula em
Araras, comecei a clinicar em 1986, na UNICAMP fui contratado como mestre tinha
três anos para fazer o meu doutorado, hoje sou Livre Docente em Grau II, o penúltimo degrau da carreira docente. O
Departamento é da Odontologia Social, a área é de Odontologia Legal. A chefe do
Departamento é a Dra. Gláucia Maria Bovi Ambrosano.
Prof. Dr. Eduardo Daruge Júnior , Prof. Dr. Luiz Francesquini Júnior e equipe.
O senhor tem
consulta de outros estados?
Sempre têm.
O que o senhor
recomenda à população como fator de colaboração na identificação humana?
A pergunta que eu faço é se o senhor já fez radiografias? Dentárias?
Tomografia? O senhor tem as radiografias guardadas? Tem algum documento
guardado daquilo que fez em odontologia? Se tivéssemos essa orientação na nossa
formação, e entender que cada documento que a gente faz, correspondente ao
nosso corpo pode ser extremamente importante. Lógico que ninguém pensa em ter
um falecimento trágico. Que esse material vai ser necessário para um processo
de identificação. Muitas vezes até o DNA fica prejudicado.
O senhor tem
exemplos dessa situação?
Muitos! Há uns dois anos foi encontrado um corpo carbonizado em uma
cidade da região. No mesmo dia foi encontrado outro corpo carbonizado em outra
cidade também da região. No primeiro caso descobrimos a quem pertencia o
veículo. Supostamente o corpo poderia ser do proprietário do veículo. A mesma
coisa aconteceu com esse outro corpo da outra cidade, com a diferença de que o
corpo além de carbonizado estava calcinado, desintegrado, tinha virado pó. Não
tinha mais dente, osso. Vieram os dois corpos para o IML. Pediram que os
auxiliassem. O primeiro caso estava mais preservado, foi mais fácil fazer a
identificação, o suspeito fazia tratamento odontológico aqui na FOP. Foi
identificado pelos dentes. O outro caso, não tinha material para fazer DNA. Fui
buscar informação médica e odontológica. O exame primário de identificação
consiste em três exames: 1-) Datiloscópica; 2-) Dentes, nesse caso não tinha
material; 3-) O DNA, possivelmente o DNA ali já estava prejudicado em
decorrência do grau de carbonização. Comecei o trabalho de investigação, no seu
de local de trabalho não havia nada, só que o pessoal me informou que ele
estava fazendo correção ortodôntica. Documentação ortodôntica é centro de
radiologia que faz. Fui e descobri onde ele tinha feito radiografia. Quem o
atendeu foi Dr. Pérsio Faber e outro dentista de Saltinho. Dr. Pérsio Faber
passou todo prontuário dele, ele havia feito um implante no incisivo lateral, o
dentista de Saltinho tinha feito mais cinco implantes nele. Pedi ao delegado
para ir ao local onde estava o carro, para peneirar todo o material que estava
no carro. Fui com a minha equipe, peneiramos e fomos encontrando seis implantes
com as coroas de porcelana nele. A porcelana, o ponto de fusão dela é bem alto.
Pegamos as radiografias, os informes de Saltinho, reconstruímos aqueles dentes
nas posições e radiografamos. Comparamos com as radiografias existentes. Eram
exatamente os mesmos. Fiz o laudo e mandei. Após a identificação do corpo
inicia-se a o processo da busca da autoria. Rastrearam o telefone da esposa
dele, descobriram que estava em atividade, ela disse que só iria se apresentar
em juízo. Ela foi presa, já está solta. O crime deve ter sido cometido por um
terceiro a mando dela. Com o auxilio de Luminol descobriram que ele tinha sido
executado dentro da casa dele.
O senhor participa
de eventos específicos?
Existem congressos de odontologia legal e medicina legal. Nesses
congressos ele trazem toda tecnologia existente hoje. Já estão fazendo autópsia
digital. Uma necropsia envolve três aberturas: craniotomia; tórax e abdômen.
Verificam-se as lesões existentes, para tentar diagnosticar a causa da morte.
Na identificação o sistema mais utilizado é a datiloscopia ou papiloscopia é o
sistema mais econômico, geralmente parte-se de um reconhecimento, há muitos
casos de erro ou fraude de reconhecimento. O reconhecimento não é
identificação, você conhece alguém e reconhece o corpo da pessoa. Há casos quase
folclóricos sobre reconhecimento, envolvendo três corpos e três famílias, com
trocas de corpos que passaram apenas por reconhecimento. A impressão
datiloscópica em um deles desfez a confusão. Saiu até no Fantástico! O
reconhecimento é o preâmbulo da identificação. A necropsia determina se foi
crime ou não. A causa da morte sempre tem que ser determinada, para evitar
qualquer tipo de defesa do possível homicida. Qualquer suspeita de morte por
intoxicação é colhido material para fazer exame toxicológico. É colhido o
material e remetido para o IMESC - Instituto de Medicina Social e
de Criminologia de São Paulo.
A falta de informação geral prejudica a investigação?
Esse é o mal do Brasil! Só existe informação local ou nos arredores. O
cadastro de pessoas desaparecidas é muito deficiente. Teve um caso de um corpo
encontrado em um canavial, carbonizado, com uma lista de pessoas desaparecidas
entrei em contato com várias famílias até que em uma delas a esposa disse que a
pessoa tinha uma placa de metal no braço esquerdo, resultado de um processo
cirúrgico em função de um acidente. Identifiquei o médico, ele trouxe todos os
informes sobre a placa que foi fixada no braço dele. Todas as placas cirúrgicas
têm o número de série, fabricante, os parafusos são todos numerados, no
prontuário do paciente fica marcado isso. Não é comum o IML abrir braço, perna,
por isso é importante o exame de imagem. Fui até o IML, abri o braço, conferi
todos os informes, confrontou tudo certo. Hoje a Interpol aceita as placas
cirúrgicas no corpo, desde que tenham dados informativos, como
metodologia primária de identificação.
O senhor tem algum
livro publicado?
O livro “Tratado de Odontologia Legal e Deontologia” é de autoria do meu
pai Eduardo Daruge, Eduardo Daruge Júnior e Luiz Francesquini Júnior.
È alto o custo de
um exame de DNA?
Se for um exame para um corpo em decomposição, o Estado fornece, mas a
demora é de aproximadamente seis meses. Se a família for a um laboratório
particular irá pagar uns 14.000,00 reais. O Exame de DNA que o Ratinho
popularizou, para reconhecimento de paternidade fica em torno de 300,00 a
500,00 reais.
O esqueleto passa
informações importantes?
Passa sim. Só que são secundárias: estimativa de estatura, de idade, de
sexo e ancestralidade. O crânio fornece dados importantes, houve um caso em que
eu tinha o crânio da pessoa falecida, após muitas buscas consegui uma imagem de
uma tomografia do crânio, que ele havia feito no Hospital dos Plantadores de
Cana, comparei um dado, que é a “impressão digital” do crânio: o seio frontal.
Cada indivíduo tem um seio frontal único e exclusivo. Fica dentro do osso, em
um espaço vazio. Entre a tábua óssea interna e a interna. Comparamos o seio
frontal da tomografia anterior com a que fizemos aqui, sobrepomos um sobre a
outra, deu certinho. Identificamos o individuo.
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