domingo, agosto 13, 2017

ADOLPHO CARLOS FRANÇOSO QUEIROZ



PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 22 de julho de 2017

Entrevista: Publicada aos sábados no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:

http://blognassif.blogspot.com/


http://www.teleresponde.com.br/
ENTREVISTADO:
 ADOLPHO CARLOS FRANÇOSO QUEIROZ


 

Adolpho Carlos Françoso Queiroz possui graduação em Comunicação Social Publicidade e Propaganda pela Universidade Metodista de Piracicaba (1980); mestrado em Comunicação pela Universidade de Brasília (1992) ; doutorado em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (1998) e pós doutorado em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (2009). Atualmente é professor do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Publicidade e Propaganda, atuando principalmente nos seguintes temas: comunicação, marketing político, propaganda política, publicidade e propaganda . Ex- presidente da INTERCOM, Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, fez parte do Conselho Curador da entidade; um dos fundadores e atual Presidente de Honra da POLITICOM, Sociedade Brasileira dos Pesquisadores e Profissionais de Comunicação e Marketing Político; diretor administrativo e financeiro da ABP2, Associação Brasileira dos Pesquisadores de Publicidade e Propaganda; membro do Conselho Fiscal da SOCICOM, Federação das Associações Científicas de Comunicação do Brasil; sócio da ABCOP, Associação Brasileira dos Consultores Políticos e atual Presidente do Conselho Consultivo do Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Adolpho Carlos Françoso Queiroz nasceu em Piracicaba a 18 de setembro de 1956 é filho de Adolpho Carlos de Souza Queiroz, funcionário público municipal e Maria Zélia Françoso Queiroz, funcionária pública municipal, atualmente aposentada que tiveram também a filha Lia Raquel Françoso Queiroz.

Seus primeiros estudos foram feitos em qual escola?

Fiz uma parte do primário no Instituto Sud Mennucci e outra parte no Grupo Escolar Barão do Rio Branco. No final dos anos 60, o Sud Mennucci teve um problema inusitado, um formigueiro de proporções gigantescas, colocou em risco uma parte da estrutura do prédio. Por precaução muitos dos alunos foram deslocados para o Grupo Escolar Barão do Rio Branco, até que o problema foi resolvido. Com isso terminei o curso primário no Barão do Rio Branco e o ginásio e colegial voltei a estudar no Sud Mennucci.

Nessa época você morava em que local da cidade?

Eu morava no Edifício Lúcia Cristina , na Rua XV de Novembro, em frente ao atual INSS. Logo na esquina havia o Supermercado Pão de Açúcar, atualmente Supermercado Jaú, no andar superior havia a Rádio A Voz Agrícola do Brasil. Essa esquina antes de ser supermercado foi a padaria do Seu Arthur Azevedo. O Lúcia Cristina é um dos edifícios pioneiros de Piracicaba. O meu pai trabalhava na prefeitura, que na época ficava no centro, mais precisamente no palacete que foi do Barão de Serra Negra, posteriormente demolido e hoje é utilizado como estacionamento da Câmara Municipal de Piracicaba, na esquina da Rua São José com Rua Alferes José Caetano. Depois construíram o prédio maior ao lado, e por um período foi alugada a casa da esquina com a Rua do Rosário com a Rua São José onde funcionou o gabinete do prefeito. A seguir o prefeito Adilson Benedito Maluf construiu o edifício onde atualmente funciona o Centro Cívico, nas proximidades da Rua do Porto.

O seu pai conheceu o prefeito Luciano Guidotti?

Ele trabalhou sob a liderança de Luciano Guidotti. Meu pai era fiscal de rendas da Prefeitura Municipal. Um fato marcante da minha infância é que no dia da sua nomeação ele me levou junto. Eu devia ter de quatro a cinco anos. Alguns anos depois eu estava junto as minhas primas que trabalhavam no Centro de Reabilitação, quando o prefeito Luciano Guidotti chegou. Se não me engano Dona Hilda Gobbo era uma das lideranças. Ela disse: Prefeito, estamos precisando de tais coisas, e foi relatando. Luciano Guidotti enfiou a mão no bolso, tirou um maço de dinheiro e disse: “-Veja o que dá para fazer!”. Dinheiro dele, pessoal, em espécie. Luciano Guidotti era muito desprendido. Criou-se certo folclore sobre a figura de Luciano Guidotti, mas era um grande empreendedor pelo que sabemos. Tenho uma lembrança muito positiva a respeito dele.

Como você ingressou no jornalismo?

Eu tinha uns quinze anos de idade quando meu pai faleceu. Minha mãe passou a trabalhar no IPASP, na prefeitura, eu tive meu primeiro emprego em “O Diário”. A minha mãe trabalhava no IPASP que nessa época localizava-se a Rua Prudente de Moraes, entre a Rua Tiradentes e a Rua Luiz de Queiroz, todos os dias ela passava em frente ao “O Diário”, nessa época situado no Edifício Terenzio Galesi, onde atualmente funciona um banco . Um dia minha mãe se encheu de coragem e entrou em “O Diário”, explicou a situação, que o meu pai havia falecido, embora eu fosse muito novo gostava muito de ler, escrever, eu era datilógrafo! O Cecílio Elias Neto disse para que fosse até lá. Com cinco minutos de conversa, ele disse-me que iria dar-me uma oportunidade como repórter. A partir de então me encantei com o campo de jornalismo. Lembro-me que fiz uma bela reportagem sobre o Museu Prudente de Moraes. Da. Helena Benetton era diretora do museu. Presidente da Associação dos Amigos do Museu. Quem fez as fotografias foi o Aldano Benetton, filho dela. O João Chiarini também me “adotou” na época, eu conversava muito com ele. Isso que está sendo feito hoje eu já fiz em 1970 em “O Diário”, dois ou três domingos, mostrando um pouco dos monumentos da cidade. Comecei a gostar do campo de humor gráfico, em 1973 fui por minha conta e risco cobrir a primeira instalação do Salão de Humor do Mackenzie. Pedi a máquina de fotografia ao Cecílio, fui de ônibus para lá. Publiquei. o Alceu Marozzi Righetto, o Roberto Antonio Cêra (Cerinha) viram, O Carlos (Carlinhos) Colonnese viu também a matéria. Acharam muito interessante,  e surgiu a idéia de fazer um salão de humor também em Piracicaba. Era a época do jornal “O Pasquim”, um período difícil da intervenção militar. “ O Pasquim” era uma leitura de muito impacto à minha geração que estava começando a gostar de política.

Nessa época “O Diário” criou uma página denominada “Recados”?   

Era comandada pelo Cerinha, como se fossem as notas do Pasquim. Pílulas de texto pequeno. Antes do Orkut, do Facebook, do WhatsApp, do Twitter de 140 caracteres,  “Recados” era uma forma de comunicação bem diversificada. Seguia um pouco a linha do Pasquim. Ali havia muitos colaboradores: Caetano Ripoli, Cerinha, Alceu, Padre José Maria Almeida, Padre Pettan, João Maffeis, de vez em quando o próprio Cecílio escrevia, Marisa Bueloni, havia uma rede de colaboradores, era uma página muito lida. Pode-se dizer que era “O Pasquim” de Piracicaba na época, uma página ousada para o tempo. O Cecílio como jornalista dava muita liberdade para todos nós, em termos culturais, políticos. Ele construiu uma equipe de colaboradores, jornalistas muito aguerridos. Seguimos muito o estilo do Cecílio de fazer críticas. Foi uma fase muito boa, o Araken desenhando, o Jago na diagramação e nos desenhos também.  “O Diário” foi inovador na implantação do sistema offset, foi o terceiro jornal no Estado de São Paulo, tínhamos “O Cruzeiro do Sul” de Sorocaba, o jornal “A Franca” de Franca, “O Diário” foi o terceiro jornal, antes de “Folha”, do “Estadão”, do próprio “Jornal de Piracicaba”. Houve um empenho muito grande das lideranças políticas da época, o Cecílio estava muito envolvido com o José Aldrovandi que era Presidente da Associação dos Fornecedores de Cana e outras lideranças da cidade que acabaram bancando as máquinas.

Era um equipamento caríssimo.

Eram muito caros, equipamentos importados do Canadá. Houve a necessidade de treinar a equipe técnica para imprimir o jornal, foi uma mudança radical para a época.

A dinâmica do jornal passou a ser muito grande?

Muito maior, recebíamos informações internacionais das agencias como a United Press International (UPI), ANSA, tinhamos um produto jornalístico que mesclava Piracicaba e o mundo. ”O Diário” foi um jornal de vanguarda.


                43º Salão Internacional de Humor de Piracicaba - Vídeo de Abertura

A HISTÓRIA DO SALÃO INTERNACIONAL DE HUMOR DE PIRACICABA - TV CULTURA – 2001
Nesse período, há algumas passagens que são quase folclóricas, como a delegação de Piracicaba que foi ao jornal “O Pasquim” no Rio de Janeiro?

“O Diário” havia mudaddo da Rua Prudente de Morais para a Rua São José, em um prédio moderno, onde anteriormente funcionava a loja de máquinas e equipamentos de Tuffi Elias, pai do Cecílio Elias Neto. Foi em frente a esse prédio que Alceu Marozzi Righetto fez a proposta de fazer o Salão de Humor de Piracicaba, após ter lido a reportagem do Salão de Humor do Mackenzie que eu havia feito. Ele disse que ia convidar o Carlinhos Colonnese, iriamos conversar com o “Fagundinho” como era carinhosamente chamado o Cordnador de Turismo Luiz Antônio Fagundes. O prefeito era Adilson  Benedito Maluf. Pretendíamos que a prefeitura nos ajudasse a fazer o Salão. Isso foi em fevereiro, era carnaval. Logo em seguida, em um sábado de carnaval, o Alceu, o Colonnese e eu fomos entrevistar o pessoal que veio fazer parte do júri do carnaval de Piracicaba daquele ano, isso foi em 1974. Na piscina do Hotel Beira Rio começamos a conversar, e uma das pessoas que nos deu mais atenção na época foi um jornalista do jornal Ultima Hora, chamado José Maria do Prado. Conversamos bastante sobre cultura, carnaval, estávamos a vontade, quando o Alceu disse: “Zé, será que você não marca com alguém em São Paulo, vamos um dia para lá, para que alguém possa nos ajudar a organizar o “Salão do Humor” pretendemos fazer um Salão de Humor em Piracicaba, na hora o Zé Maria disse que era muito amigo do Zélio Alves Pinto, irmão do Ziraldo, que era um dos diretores do Pasquim. O Alceu queria chegar ao Pasquim mas não tínhamos uma forma clara de como entrar. Alguns dias depois, conversamos com o Fagundinho, com o Luiz Mattiazzo que era o Chefe de Gabinete do prefeito Adilson, a principio não havia verba disponível para realizar o Salão. Um dia o Alceu me chamou, assim como  o  Carlinhos Colonnese e disse que o Fagundinho queria conversar conosco. O pessoal do Clube Orquidófilo de Piracicaba que iria fazer uma tradicional  exposição no Teatro São José, estava com alguma dificuldade, e parece que tem uma “fortuna” de 10.000 cruzeiros para fazermos o salão. O Alceu acionou o José Maria do Prado, que entrou em contato com o Zélio, marcamos um almoço em um restaurante em São Paulo. O Zélio gostou muito da idéia. Convidou-nos para ir tomar o café na sua casa, assim conheceríamos o seu ateliê, fomos, tomamos o café, lembro=me do Zélio ter fincado um compasso em cima do mapa do Estado de São Paulo, a ponta seca em Piracicaba e com o grafite começou a desenhar círculos de raios cada vez mais abertos em torno da cidade de Piracicaba, dizendo: “Olha só o poder de disseminação que nós temos com relação ao salão para projetar Piracicaba nacional e internacionalmente!”. Uns dias depois o Zélio ligou para o Alceu dizendo: “Consegui que o  Ziraldo receba vocês no Pasquim situado a Rua Saint Germain. Era um casarão antigo, parecia uma vila. A secretária do Pasquim era a Dona Nelma. Normalmente as sextas-feiras era fechamento do Pasquim, estavam todos presentes: Ziraldo, Jaguar, Paulo Francis, Henfil. Ai vai dar para mostrar o projeto para toda a turma. O Mattiazzo emprestou o famoso automóvel Galaxie preto do prefeito Adilson, com o motorista do Adilson, o Kaoro, um japonês, que nunca tinha ido ao Rio de Janeiro. Fomos o Alceu, o Carlos Colonnese e eu para apresentarmos o projeto. Nisso já tínhamos convidado o Zélio para fazer o cartaz do Salão de Humor, e ele fez. Esse primeiro cartaz ficou um ícone. Passamos no Seu Julio Romano, que comercializava pinga em garrafão, compramos cinco garrafões e levamos. Todos apreciavam uma cachaça boa, mas era a predileção do Jaguar. Seu Júlio tampou os garrafões com rolha, amarrou, quando chegamos próximos a Campinas, a pressão forçou a saída das rolhas, como champanhe. O aroma da cachaça invadiu o interior do veiculo, fomos de Campinas ao Rio de Janeiro aromatizados pelo odor da legitima cachaça. Chegamos quase inebriados ao destino. Assim que chegamos, após as devidas apresentações, o Jaguar já emborcou um dos galões, tomou uma talagada de bom tamanho. Emendando: “É a melhor pinga do Brasil!” A pinga foi nas devidas proporções o nosso espelhinho de índio. O pessoal do Pasquim entrou de cabeça, pediram o cartaz do Zélio, na época tinha que fazer clichê. Prontificaram a publicar no Pasquim. O Jaguar chamou o Fortuna, para fazerem o regulamento do Salão. Eles perceberam a ousadia de uma cidade como Piracicaba, a ousadia daquele grupo de jovens.


                    Como surgiu o Salão Internacional de Humor de Piracicaba

Como foi a reação em Piracicaba?

Voltamos e logo começamos a divulgar. Surgiu um novo problema, em Piracicaba não tínhamos onde fazer o Salão. Na época o Mário Terra era colunista social de “O Diario”. Era também diretor social do Clube Coronel Barbosa. O presidente na época era o Dr. Heitor Montenegro, professor da ESALQ. Uns dias depois, o Mário voltou meio chateado, e comunicou-nos  de que o pessoal do Clube Coronel Barbosa estava com receio, a exposição tinha um caráter político. A idéia inicial era fazer no Teatro São José. O Clube se propôs a bancar o coquetel da abertura do Salão, iriam fazer uma divulgação. O Mário Terra tinha um amigo, o Renan Cantarelli que era gerente do Banco Itaú, o qual havia adquirido o Banco Português, que funcionava na Praça José Bonifácio, ao lado da Banca de Revistas do Gianetti, da Rádio Difusora, o Alceu mencionou que era uma exposição de arte, para comemorar  o aniversário de Piracicaba, Quando o Renan ficou sabendo que era o Salão de Humor já não tinha mais como adiar. Só que ele estabeleceu um prazo máximo para ser retirado do prédio. Com isso o Primeiro Salão de Humor abriu em um sábado, 26 ou 27 de agosto, e ficou só 15 dias, vieram para Piracicaba Jaguar, Fortuna, Ziraldo, Zélio e Wilde Weber que era cartunista do “Estadão”. O Pasquim mandou os trabalhos censurados, montamos com esses trabalhos uma mostra paralela.


      SALÃO DE HUMOR DE PIRACICABA - TV CULTURA 1998 - A HISTORIA



Após fazer o Primeiro Salão de Humor de Piracicaba, qual era a intenção? Prosseguir?

Nós não tínhamos a expectativa de fazer o Segundo.

Teve algum tipo de censura?

Houve um episódio que eu chamaria de surreal. O Capitão Alfredo Mansur era diretor do Tiro de Guerra e era o chefe indireto do SNI Serviço Nacional de Informações em Piracicaba. Era um militar bastante socializado a cultura de Piracicaba. Em um dos dias o Alceu me chamou e mostrou que algum visitante tinha colocado uma fita adesiva preta em cima de um determinado cartum. Como se quisesse dizer censurado. O Alceu criu a lenda de quem tinha feito aquilo foi o Capitão Mansur. O SNI tinha censurado o Salão! Passados esses anos todos e conhecendo o espírito anárquico do Alceu, eu diria que foi ele mesmo quem colocou o adesivo! Para criar um clima. Os artistas do Pasquim foram muito bem recebidos em Piracicaba. Saíram deslumbrados com Piracicaba. E voltaram muitas vezes depois.


                                      Salões de Humor de Piracicaba 1974 1975


Hoje nós estamos em qual Salão?

Vamos abrir agora no dia 26 de agosto o Salão de numero 44. É o Salão de Humor mais antigo do mundo! Na época em que abrimos o salão as referencias eram o Salão de Lucca na Itália, que não existe mais, o Salão de Toronto no Canadá e o Salão de Tóquio no Japão, que também não existem mais. Nesse livro que fiz recentemente sobre a História do Primeiro Salão do Mackenzie conseguimos identificar hoje no Brasil a existência de 126 Salões de Humor.

Quantos trabalhos vocês receberam no ano passado e quais são as expectativas para esse ano?

No ano passado recebemos quase 3.000 trabalhos, a expectativa é mais ou menos próxima a isso esse ano. São selecionados cerca de 400 trabalhos. O trabalho mais difícil é o da comissão de seleção. A comissão de seleção se reúne dias 28,29 e 30 no Hotel Center Flat,

Qual é a importância do cartum?

Ele fala por si próprio, independente da nacionalidade ou regime político em que o artista vive. É uma linguagem universal. É ácido, contundente, provocador.

O Delfim Neto é um colecionador de caricaturas?

É ! E é um sábio. Sempre foi um sujeito criticado, por trabalhar com uma área difícil que é a economia, ele imitou outro craque da área chamado Getulio Vargas. Faziam criticas do Getulio ele mandava chamar o autor, dizia que queria comprar a arte, com isso virou um colecionador dos seus desafetos. O Delfim é hoje um dos maiores colecionadores de caricaturas e cartuns. Quem sabe um dia ele empreste esse material para expormos em Piracicaba, eu sei que ele tem muitos amigos em Piracicaba. Podemos até mandar um fotógrafo para fotografar o material. Isso para evitar qualquer risco de extravio. Sei que o Barjas é um grande colecionador de charges e caricaturas, tem muitas obras do Erasmo Spadoto.

O Erasmo tem um humor mordaz?

Mordaz! É uma capacidade de reação ao momento. O Barjas era prefeito, recebeu uma verba para pintar o Estádio Barão de Serra Negra. Houve uma especulação de que ele iria pintar o estádio de amarelo e azul, que são as cores do seu partido PSDB. O Erasmo fez uma charge de um assessor perguntado ao Barjas. Como irá se chamar o estádio após a pintura: “ Barjão de Serra Negra” ou “Barão de Serra Negri”? .O artista gráfico tem um poder de síntese que nós jornalistas não possuímos.

Quantos livros sobre cartuns você já editou?

No campo de cartum já editei seis livros. Fiz o primeiro do Erasmo sobre as capivaras; do Luciano Veronezzi que publica na Gazeta de Piracicaba; do Edson Rontani, “A História do Nhô Quim”; fizemos três livros de trabalhos vencedores do Salão: “Balas Não Matam Idéias”; “Caixara de Forfe” e o “Risadaria no Salão”. A partir deste ano com a instituição da AHA (Associação dos Amigos do Salão Internacional de Humor de Piracicaba) Estamos lançando uma coleção de livros sobre humor gráfico. Quem gostar de humor, e queira filiar-se pode entrar em contado através do e-mail adolpho.queiroz@mackenzie.br. Podem participar pessoas de toda a região. Temos também o “Salãozinho” para crianças de 7 a 14 anos. Este ano tivemos 4.000 trabalhos inscritos.






                                   O Pasquim - A Subversão do Humor - PARTE1



 
                                   O Pasquim - A Subversão do Humor - PARTE2



                                   O Pasquim - A Subversão do Humor - PARTE3



                                 O Pasquim - A Subversão do Humor - PARTE4




                                         A Subversão do Humor - PARTE5



                                 



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