PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E
MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 20 dezembro de 2014.
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 20 dezembro de 2014.
Entrevista: Publicada aos sábados
no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
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http://blognassif.blogspot.com/
ENTREVISTADA: MARIA LAURA COSTA AGGIO
Maria Laura Costa Aggio nasceu a 1 de junho de
1946, na cidade de Pirassununga, é filha
de João Aggio Neto e Hermínia Costa Aggio, que tiveram também os filhos João
Carlos e Carlos Alberto. Seu pai era
desenhista do hoje IBAMA, antes denominado Superintendência de Pesca (Sudepe), ele ilustrava livros
técnicos de piscicultura. Era um verdadeiro artista, reproduzia com perfeição
todas as espécies e evoluções de peixes existentes no Brasil. Eram ilustrações
feitas a “bico de pena”, que permite aos artistas usufruir
facilmente do chamado "efeito fino-grosso" do traço. A letra existente na famosa “Caninha
Pirassununga” é obra dele, foi ele quem fez o primeiro rótulo da famosa
aguardente “51”. Além de excelente artista era também advogado, concluiu a
faculdade com 59 anos. Maria Laura casou-se com Paulo Hyppolito de Oliveira em
1 de novembro de 2007.
Em que escola você estudou em
Pirassununga?
Estudei no Instituto de Educação
Pirassununga, desde o grupo escolar até o Curso Normal, o hoje denominado
magistério. Formei-me como professora.
Pirassununga na época era uma cidade
relativamente pequena?
Era uma cidade relativamente
pequena, mas dotada de instituições reconhecidas não só no Brasil como no
exterior. Em 1971 a
Academia da Força Aérea (AFA) foi transferida para suas novas instalações em Pirassununga,
município que reunia as melhores condições de clima e temperatura de todo o
país para a prática de atividades de instrução aérea. da Força Aérea (AFA). Em Pirassununga está o 13º Regimento de Cavalaria Mecanizada
ou Esquadrão Anhangüera, aprendi
a nadar no quartel, não havia outra piscina na cidade. O meu pai tinha
excelentes relações de amizade com os oficiais que nos convidavam para nadar.
Aos dois anos de idade aprendi a nadar nessa piscina. Papai e mamãe gostavam
muito de natação, fizeram a travessia de São Paulo a Nado, na época da Maria
Lenk (Maria
Emma Hulga Lenk Zigler
principal nadadora brasileira, a única mulher do país a ser introduzida no Swimming Hall of Fame, em Fort Lauderdale, Flórida). Meus pais eram amigos da
Maria Lenk.
Como era essa Travessia de
São Paulo a Nado?
Era no Rio Tietê. Eles nadavam em uma piscina de
madeira dentro do Rio Tietê. A Travessia de
São Paulo a Nado era o mais badalado evento esportivo do rio e chegou a reunir
1.900 atletas. O Clube não tinha piscina. Para treinar seus nadadores e
jogadores de pólo aquático, o clube, mandou fazer uma 'piscina' de 25 metros de
cumprimento por uns 10 de largura. A 'piscina' consistia em dois pontões de
ripas de madeira ( mais ou menos de 10 cm de largura e 10 metros de
cumprimento, formando um retângulo). Em baixo desse pontão eram colocados
tambores vazios de óleo de 200 litros. Com isso, os pontões flutuavam à beira
do rio, em uma distância entre eles de 25 metros. Entre os pontões eram
colocadas raias dando a impressão perfeita de uma piscina de concreto. Ali
treinavam seus nadadores e jogadores de pólo aquático.
Para os sócios havia duas 'piscinas' que eram feitas da seguinte maneira: construíram uma espécie de gaiola com 1,20 de profundidade com beiradas que formavam uma espécie de corredor. Era um retângulo de 15 metros de cumprimento, 10 de largura e 1,20 metros (uma) e 1,80 metros (a outra) de profundidade com ripas que tinham cerca de 10 centímetros de largura e deixaram um espaço entre elas para que a água entrasse. Os corredores eram feitos de tábuas que ficavam juntas umas às outras, formando um passadiço (abaixo desses passadiços eram colocados tambores vazios).
O fundo da 'piscina' era também de ripa. Essa piscina era feita de ripas de madeira e tábuas nas beiradas formando corredores em volta. Duas dessas 'caixas de sapatos' enormes eram colocadas à margem do rio e nelas, os sócios nadavam e brincavam.
Para os sócios havia duas 'piscinas' que eram feitas da seguinte maneira: construíram uma espécie de gaiola com 1,20 de profundidade com beiradas que formavam uma espécie de corredor. Era um retângulo de 15 metros de cumprimento, 10 de largura e 1,20 metros (uma) e 1,80 metros (a outra) de profundidade com ripas que tinham cerca de 10 centímetros de largura e deixaram um espaço entre elas para que a água entrasse. Os corredores eram feitos de tábuas que ficavam juntas umas às outras, formando um passadiço (abaixo desses passadiços eram colocados tambores vazios).
O fundo da 'piscina' era também de ripa. Essa piscina era feita de ripas de madeira e tábuas nas beiradas formando corredores em volta. Duas dessas 'caixas de sapatos' enormes eram colocadas à margem do rio e nelas, os sócios nadavam e brincavam.
Você chegou a nadar no Rio Tietê?
No Tietê não, competi em natação
por uns cinco anos. Medalhas de ouro devo ter umas trinta. Minha mãe tinha
muitas medalhas que conquistou na natação, ela e papai nadaram muito com Maria
Lenk. Eles eram sócios do Clube Tietê moravam em São Paulo. Meu pai nessa época
trabalhava no bairro Água Branca. Depois foram morar no Rio de Janeiro, em 1941
eles estava morando lá, na Praia de Icaraí, em Niterói, meu pai trabalhava
junto ao entreposto de pesca. Após permanecer um tempo no Rio de Janeiro meu
pai foi transferido para Pirassununga que foi quando nasci.
Até que idade você morou em
Pirassununga?
Até uns 22 anos. A diversão dos
jovens era “quadrar o jardim”, a rua do comércio era a Rua Duque de Caxias, Rua
XV de Novembro.
Como eram os desfiles
comemorativos a 7 de Setembro em Pirassununga?
Meu irmão Carlos Alberto era o
instrutor da fanfarra. Eu era baliza. Isso no Instituto de Educação
Pirassununga. Nessa época eu estudava balé com a Dona Muni, uma alemã. Como
baliza eu dava salto mortal no quarteirão inteiro, durante o trajeto, a luva
branca em pouco tempo já estava negra. Nos aniversários de cidades vizinhas
como Leme, Araras, Porto Ferreira, nós íamos desfilar. Era uma fanfarra grande,
muito bonita, toda uniformizada. Eu usava um tênis branco e uma polainazinha.
Desfilei dos onze aos quinze anos.
Você participava dos bailes de
carnaval?
Sempre ganhava premio, na maioria
das vezes prêmio de originalidade. Minha mãe entrava no “quarto dos milagres”,
aquele quarto onde guardamos um pouco de tudo, aos oito meses eu já estava
fantasiada de Carmem Miranda, com tamanquinho de cortiça. Outro dia fui de
coelhinha. Fui premiada! Ia no colo da minha mãe. Naquela época não havia
carros alegóricos, tínhamos o chamado corso. Isso tudo ocorria dentro do Clube
Pirassununga, onde inclusive papai foi presidente por duas vezes. Depois fui
fantasiada de Marilyn
Monroe, minha mãe desfiou fez a tanga, o bustiê, tudo com saco de estopa. Ganhei em primeiro lugar na categoria originalidade. Eu tinha uns
sete anos, era loirinha. Outra ocasião fui fantasiada de Nega Maluca. Ganhava
sempre na categoria originalidade. Eu gostava muito de dançar nos bailes de
carnaval. A última fantasia que usei foi de múmia, meu pai tinha um mosqueteiro
que usava quando viajava para o Mato Grosso, cortei em tiras largas, fui para o
clube, toda enfaixada, tive que ir em pé, a sorte é que sou baixinha, o carro
que me levou era um fusca! Por baixo eu estava com um pijama, era um calor
insuportável, tomava líquido (água, refrigerante) através de um canudinho. Foi
uma fantasia bem original, ganhei em primeiro lugar!
Os jornais publicavam?
Acho que nem tinha jornais em Pirassununga ainda, as
fotografias ficavam expostas no próprio clube. Participei de bailes de carnaval
até os meus 18 anos.
Para externar essa animação e alegria toda, você ingeria
algum tipo de bebida alcoólica?
Nunca bebi nada de álcool. Na época era permitido o uso
de lança-perfume, nunca utilizei esse tipo de estimulante. Alguns inalavam
propositadamente e tinham paradas cardíacas. A minha alegria era espontânea! Eu
acho que é uma injuria muito forte à Deus o uso de estimulantes, ele já nos deu
o dom de sermos alegres. Se sentir-se constrangido em pular carnaval então não
vá! Antigamente havia um grande respeito em bailes de carnaval, as famílias
acompanhavam os filhos. Com o passar do tempo as coisas foram mudando. Perdi o
entusiasmo em participar de bailes de carnaval.
Você tinha alguma atividade artística além do balé?
Pintei várias telas, cheguei a expor aqui no Clube
Cristóvão Colombo, em Piracicaba, onde
sou sócia remida. Toquei piano por uns dez anos, hoje toco teclado. Tive aula
coma a Cecília Belatto. Quando morei em Campo Grande quando íamos aos
restaurantes almoçar ou jantar tinha aqueles conjuntos com artistas tocando
harpa paraguaia, dois violões, contrabaixo. Havia também o Baile do Grito e o
Baile do Fazendeiro. No meio do baile aquela harpa paraguaia! Davam uns gritos
melódicos. Aquilo é típico de Campo Grande!
Dançava-se muito. Aqueles fazendeiros de terno, com a mão calejada da
lide no campo. Tinha um deles que era conhecido como Zé do Boi, diziam que
vendia boi por hora.
O que é vender boi por hora?
Diziam que abria a porteira e passava boi marcando o
tempo e não número de animais, é o chamado “boi por hora”.
Até que idade você permaneceu em Pirassununga?
Até meus 22 anos. Meu pai foi
transferido para Campo Grande e mudamos para lá. Isso foi em 1968. Era uma
cidade muito boa, tinha 70 anos de fundação. Eu tinha concluído o Curso Normal,
após dois anos prestei o vestibular e entrei em medicina e odontologia de Campo
Grande.
Como surgiu essa vocação para
odontologia?
Fiz o vestibular para medicina e
odontologia e entrei na Universidade Estadual de Mato Grosso. Eu tinha o dom de
esculpir, me identifiquei mais com a odontologia. Eu estava cursando a
faculdade, meu pai aposentou-se, e quis voltar a morar em São Paulo novamente.
Quanto tempo você morou em Campo
Grande?
Foram quatro anos. Lecionei em
uma escola particular: “O Reizinho”. Quando mudamos para Piracicaba fiz quatro
provas para poder transferir-me para a Faculdade de Odontologia de Piracicaba,
tirei dez em todas as provas. Isso foi em 1972. Sempre fui boa aluna, em Campo
Grande era primeira aluna. No vestibular eu tinha passado em terceiro lugar.
Aqui em Piracicaba havia cinco candidatos e eu consegui a vaga. Tive que fazer
prova escrita, oral e teórica. Um dos componentes da banca examinadora foi o
professor doutor Mauro Antonio de Arruda Nóbilo. Aqui tive aulas de
ortodontia com o professor e ortodontista Darcy Flávio Nouer, Dr. Miguel Morano Júnior, Dra. Clotildes Peters. O diretor
era o Dr. Plínio Alves de Moraes.
O primeiro consultório em que trabalhei foi no da Clotildes. Ela foi muito
bacana comigo, eu não tinha ainda como montar meu consultório.
Você formou-se
em que ano?
Foi em 1973. Trabalhei no
consultório da Dra. Clotildes e trabalhei também no SOM – Serviço Odontológico
da Prefeitura. Com o Dr. Gentil Calil Chain. Trabalhei na unidade de Tanquinho,
no Centro Social Caritas. Trabalhei em diversas unidades da zona rural. Após
dois anos montei meu consultório na Rua Benjamin Constant, em frente a antiga
agência Ford. O dentista se não tiver um consultório montado, que custa o preço
de um veículo, ele não tem como trabalhar. No início adquiri um consultório da
marca Odontobrás, trabalhei um bom tempo com ele, depois é que adquiri um Dabi
Atlante. Doei para o Lar Franciscano de Menores o consultório Odontobrás.
Quando parei de trabalhar doei o Dabi Atlante para o Centro Social Caritas.
Quantos anos você trabalhou como
dentista?
Foram 26 anos. A minha mãe era a
minha enfermeira, ela trabalhou comigo por 23 anos. Ela aprendeu tudo,
instrumentava. Tinha um banquinho para mim e outro para ela, trabalhávamos a
quatro mãos. Minha especialidade era dentistica estética e reabilitação oral.
Fiz uns dois anos de endodontia.
Em média quantos pacientes você
atendia por dia?
Eu sempre trabalhei em pé,
odontologia em si é um trabalho muito cansativo. A coluna sente muitas
conseqüências. Isso porque não sou uma pessoa alta. A postura em que o dentista
trabalha é sacrificante. Em média atendia um paciente por hora, quatro pela
manhã e quatro a tarde. Quando trabalhei na prefeitura começava a trabalhar às
sete horas da manhã e depois ia para a zona rural, Tanquinho, quem me levava
era o motorista da prefeitura, o Seu Vitório. Eu voltava, almoçava, atendia
meus clientes no consultório e ficava às vezes até as onze horas da noite.
Depois mudei da Rua Benjamin Constant e adquiri minha sala no Racz Center e
fiquei lá até 2000.
A seu ver qual é o maior problema
da saúde bucal do brasileiro?
Em minha opinião, eu acho que a
saúde bucal do brasileiro é conseqüência da própria educação. Se o Estado
tivesse mais cuidado com a saúde do brasileiro a primeira medida seria
instituir postos de odontologia. Educação básica de higiene bucal.
Nós temos na Faculdade de
Odontologia de Piracicaba um “escovódromo” onde são dadas noções básicas.
Nós temos aqui, mas tem cidades
que nem pensam nisso! De uns dez anos para cá estão se preocupando mais. É uma
questão cultural. A boca é a entrada da saúde do ser humano.
A saúde bucal pode afetar
inclusive a saúde cardiológica?
Pode afetar. Se tiver uma
periodontite, muito pús. Pode dar uma endocardite.
Qual é a idade em que a criança
deve aprender a escovar os dentes?
A partir dos dois anos, a criança
quando começa a andar, a entender um pouco as coisas, nem que ela morda um
pouco a escova, mas já educar, a ensinar.
Qual é a forma de escovação
correta dos dentes?
Deve-se usar uma escova sempre
macia, colocar pasta sem excesso, a escova tem que ser macia porque escova
também a gengiva. Que entre nos espaços inter dentais. Na arcada dentária
inferior, escovar de baixo para cima, levantando sempre a gengiva no dente.
Massageando a gengiva para o dente. E na arcada dentaria superior massageando a
gengiva para baixo.
Deve-se escovar o céu da boca?
O céu da boca deve ser escovado
assim como a língua. Temos milhares de bactérias na boca. Não adianta escovar
os dentes e não escovar o céu da boca e a língua. Sobrou bactéria lá!
Existe uma gama enorme de
produtos utilizados como anticépticos bucais, qual é o mais indicado e
acessível à população?
É o mais antiácido.
Algum produto “caseiro” pode ser
utilizado?
Por muito tempo foi muito
utilizado o bochecho de meio copo de água com uma colherinha de bicarbonato de
sódio. Funciona. Só que não se deve esfregar o bicarbonato no dente porque ele
é corrosivo, tira o esmalte.
Há uma história que afirma que
algumas poucas gotas de água oxigenada diluídas em água pode ser eficiente, é
lenda?
É bom quando se tem gengivite.
Bochechos com Malvona é eficiente e tem um custo acessível. A água oxigenada só pode ser
utilizada se for 10 volumes, não pode usar aquela que se usa em cabelo. Não
colocar mais do que quatro gotas em meio copo de água. Fazer o bochecho e
cuspir, jamais engolir.
Há dentistas que acordam, tomam
um belo café da manhã, escutam pássaros cantando, vão ao seu consultório, ao
atender o primeiro paciente quando o mesmo abre a boca parece abrir uma boca de
lobo, já aconteceu isso com você?
A gente passa até a não sentir
mais o cheiro. A rinite ataca tanto com o cheiro de resina que neutraliza. Na
realidade a gente sente, usa-se a mascara. O mau hálito pode ser tanto dos
dentes, do estomago como até intestino. Às vezes tem pessoas que não tem nem
cárie. Quando detectamos esse tipo de situação aconselhamos que consulte um
médico gastroenterologista.
Quem tem mais problemas odontológicos o homem ou a mulher?
A mulher tem mais problemas em
ortodontia. Posicionamento dos dentes. Isso é transmitido aos filhos mais pela
mãe. Pelo menos na minha época estudávamos isso, que a hereditariedade maior é
da mãe para o filho. Carie é uma incidência com hereditariedade maior
transmitida pelo pai.
Você chegou a pegar a fase em que
o paciente pedia para extrair todos os dentes?
Tive um caso em que um médico
neurologista, já falecido, mandou-me uma solicitação de extração de todos os
dentes de um jovem de 19 anos. O rapaz não tinha uma cárie, mas estava com uma
gengivite terrível, uma periodontite avançada. Examinei, mandei uma carta para
o médico, comunicando que ele não tinha nenhum problema nos dentes, e sim na
gengiva em decorrência do medicamento que ele estava receitando ao jovem. Quase
todos os psicotrópicos causam gengivite. Eu tinha o Cavitron (ultrassom), tirei
todo o tártaro, deixei linda a gengiva dele.
O que é psicotrópico?
São remédios que vão para o
sistema nervoso central.
Hoje o Brasil é o país que
consome a maior tonelagem de um determinado medicamento antidepressivo.
É mania! Às vezes não é
necessário! Um medicamento mais suave pode resolver.
Porque o brasileiro tem tanto
medo de ir ao dentista?
Porque antigamente o tratamento
era sem anestesia, esse sentimento passou de pai para filho. Normalmente o
local de trabalho eram as barbearias onde havia os barbeiros ou tiradentes. Não
se tratava, tiravam o dente, na época não havia anestesia. Hoje isso mudou
muito, as crianças estão indo ao dentista e gostando de tratar dos dentes.
Muitos são exemplos para os próprios pais. Cuidam mais, tem um poder aquisitivo
melhor. O dentista tem que usar um bom material para poder fazer uma boa
odontologia.
Há alguns dentistas que durante o
procedimento sem perceber acabam criando uma situação inusitada. O paciente com
a boca imobilizada, com algodão, não tem como dialogar, mesmo assim cria-se um
monologo.
Realmente, em alguns casos
cria-se um monologo, o dentista pergunta e ele mesmo responde aquilo que o
paciente iria responder. Tem uma passagem, verídica, quando eu estava na
faculdade, tinha um colega fazendo uma cirurgia e nós estávamos assistindo, ele
estava extraindo um molar, são três raízes, uma é a raiz palatina, se na
extração quebra a pontinha dessa raiz tem que ser feita uma cirurgia maior, ao
extrair, quebrou e foi no seio maxilar. A pontinha da raiz estava em
comunicação com o seio maxilar. O professor tirou a radiografia. A paciente era
uma senhora, de seios fartos, um decote acentuado em seu vestido. O professor
examinando a radiografia disse ao aluno: “-A raiz caiu no seio”. (Ele queria
afirmar que tinha caído no seio maxilar). Imediatamente a senhora prestativa
disse: “Pode deixar, eu a pego e dirigiu sua mão ao decote”.
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