PROGRAMA PIRACICABA HISTÓRIAS E
MEMÓRIAS
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 25 de agosto de 2018
JOÃO UMBERTO NASSIF
Jornalista e Radialista
joaonassif@gmail.com
Sábado 25 de agosto de 2018
Entrevista: Publicada aos sábados
no caderno de domingo da Tribuna Piracicabana
As entrevistas também podem ser acessadas através dos seguintes endereços eletrônicos:
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http://blognassif.blogspot.com/
http://www.teleresponde.com.br/
ENTREVISTADO: RONDERSON BATISTA SANTOS
(MINEIRO ENCANADOR)
ENTREVISTADO: RONDERSON BATISTA SANTOS
(MINEIRO ENCANADOR)
Ronderson Batista Santos também conhecido
como “Mineiro Encanador”, é um dos muitos casos em que a pessoa incorpora como
seu nome popular o local da sua origem e da sua profissão. Nascido a 4 de
agosto de 1975 na cidade de Novo Cruzeiro Estado de Minas Gerais, filho de
José Geraldo Batista da Paixão e Zilda Chagas, que tiveram dez filhos:
Hercules, Paulo, Ronderson, Neusa, Glaucia, Gleiciane, Moisés, Edson, Rosane,
Erica.
Com que idade o senhor começou a trabalhar?
O meu primeiro registro na carteira de trabalho
foi com 15 anos de idade. Antes eu já trabalhava na roça com o meu pai,
plantava milho, feijão, cana-de-açúcar, arroz, café, meu pai tirava leite das
suas vacas e das vacas dos fazendeiros. Ele prestava serviços para os
fazendeiros, roçava manga.
Você chegou a tirar leite?
Já com uns 10 anos tirava leite, tomava
chifrada, a vaca pisava no meu pé, amarrava as patas traseiras para ela não
machucar. Tinha que ajudar na roça. Fazia rapadura. Cachaça.
O senhor sabe fazer cachaça?
O senhor sabe fazer cachaça?
Tínhamos que cortar a cana, levar para o
alambique, moer, deixar fermentar. Depois colocar para ferver, daí tinha a
“cachaça cabecinha” e a “cachaça água fraca”. A “cabecinha” é a primeira, a
boa, alguns produtores misturavam um pouco da “água fraca” na “cabecinha” só
que o conhecedor de cachaça percebe logo. Nós mantínhamos as duas
separadas. Cada uma com seu preço. Meu avô, João Batista, fazia açúcar batido
também.
Seus estudos primários foram no sítio?
No sítio estudei até o
terceiro ano primário, minha primeira professora era Dona Sinhá! Tinha que
andar em torno de duas horas para chegar na escola, a pé, não havia estradas, as
vezes quando não tinha chinelo o meu pai, fazia com couro e pneu. Outras vezes
usava Alpargatas, conhecida também como “enxuga-poça”, era feita de tecido
jeans, e solado de sisal. Fabricávamos tijolo, amassando o barro com os pés.
Com o tempo foi colocado um burro que movia um mecanismo que amassava o barro.
As casas eram feitas de “enxumento”: madeira em pé e batia o barro. Para
as diferentes técnicas utiliza-se uma massa básica constituída de terra com 60
a 70% de areia, 30 a 40% de argila e água em quantidade suficiente. Alguns
aditivos podem ser agregados de acordo com as necessidades ou com a técnica
escolhida. Os principais aditivos são: Esterco de vaca ou cavalo que são
estabilizantes químicos da massa. A pintura da casa era feita de “tabatinga”, um barro
branco, tirava no mato, na lavra, derretia na água e pintava a casa. Ficava
branquinha. As madeiras eram colocadas inicialmente em pé, as varas no sentido
horizontal eram amarradas com cipó formando quadradinhos de 10 x 10 centímetros
aproximadamente, em alguns lugares fazem de 5 x 5 centímetros. E batia-se o
barro. O barro duro para ali.
Precisa ficar alguém do outro lado para
evitar que caia o barro?
Não precisa não! O bolo de
barro vai parando! Depois você vai batendo.
A casa era coberta como?
Com telha feitas à mão
mesmo, “nas coxas”, tomavam o formato das coxas de quem as fazia, moldando o
barro. Tinha água de poço e água da serra que vinha até a mina da água. Isso
existe até hoje, a água sai da rocha e vem para o quintal. Hoje lá tem energia
elétrica.
Até que idade foi a sua permanência nesse sítio?
Até uns 14 anos, mudamos para Novo Cruzeiro. Meu
pai permaneceu na roça e nós fomos para a cidade com a minha mãe. Não tínhamos
nada, nem um fogão para cozinhar, foi muito difícil o início na cidade. Minha
mãe arrumou emprego na padaria, os pães que sobravam o padeiro dava para ela.
Era o nosso almoço e jantar. Depois eu consegui um emprego na feira: vender por
medida (a granel) feijão, arroz. Dormíamos todos em um quarto só e em uma cama
só. Os colchões no chão, na terra. A casa era alugada. Começamos a ganhar
fogão, geladeira, cristaleira, usados. O primeiro emprego que consegui na
cidade foi em uma marcenaria, para lixar móveis. Ganhava meio salário mínimo,
sem registro. O dono da marcenaria, Seu Dedé, foi visitar a minha casa, viu que
eu não tinha cama, me deu um beliche: um dormia embaixo outro em cima. Um outro
irmão foi trabalhar em outra marcenaria e ganhou mais um beliche. Meu pai
arrumou emprego em uma fazenda chamada Fazenda Sul América que contratava mais
de 1500 homens só de Novo Cruzeiro em toda temporada de colheita de café. Antigamente
o pai podia assinar uma autorização para o filho menor de idade poder
trabalhar. Assim meu pai, meu irmão e eu fomos trabalhar na Fazenda Sul
América. Eu tinha 16 anos, meu irmão 15 anos. A nossa vida mudou. Passamos a
ganhar dinheiro, os três. Ficávamos alojados de segunda-feira até sexta-feira.
Minha mãe tinha a doença de Chagas, ela faleceu quando eu tinha 17 anos. Nessa
época, em período de safra meu pai vinha trabalhar em Piracicaba e mandava o
dinheiro que ganhava para Minas.
Como seu pai veio para Piracicaba?
O meu irmão Paulo, o mais velho, veio para Piracicaba, trabalhava na Coopersucar, quando minha mãe faleceu não deu tempo dele ir vê-la, logo depois ele foi nos visitar. Eu nesse período estava muito revoltado, não tínhamos nem condições para sepultar a minha mãe como ela merecia. Um farmacêutico que doou a urna funerária para sepultá-la. Eu não queria mais permanecer naquele lugar. Quando meu irmão voltou à Piracicaba eu vim com ele. Fiquei morando no Bairro da Paulista na casa de uma tia minha, Tia Alzira. Fiquei uns tempos na casa da Tia Maria na Rua Fernando de Souza Costa. O meu primo, já falecido, trabalhava na empresa Mirafer Produtos Siderúrgicos Ltda. Fui trabalhar ganhando 450 URV (Unidade Real de Valor) quando da implementação do Plano Real. Eu mandava um pouquinho para o meu pai e ficava com um pouquinho aqui. Meu irmão e eu alugamos uma casinha em uma vila de casas na Rua Ipiranga. Trouxemos o meu pai para cá, veio todo mundo! Meu pai arrumou emprego na Prefeitura Municipal para montar palco. Meu irmão tinha comprado um terreno, antigamente a Empresa Municipal de Desenvolvimento Habitacional de Piracicaba – EMDHAP financiava, não dava a casa. Ela financiava o terreno para fazer a moradia, meu irmão tinha feito esse financiamento. Fica no Bairro Mário Dedini. Meu irmão dividiu o terreno ao meio e deu a metade dos fundos para o meu pai. Meu pai passou a pegar todos os ferros que eram descartados nas construções, tinha uma senhora do Bairro do Godinho que tinha umas casas antigas, já sem condições de uso, ele ganhou os tijolos, madeira, telha. Assim com sobras de construções e material usado descartado ele construiu uma casa de oito cômodos, sendo quatro quartos.
O meu irmão Paulo, o mais velho, veio para Piracicaba, trabalhava na Coopersucar, quando minha mãe faleceu não deu tempo dele ir vê-la, logo depois ele foi nos visitar. Eu nesse período estava muito revoltado, não tínhamos nem condições para sepultar a minha mãe como ela merecia. Um farmacêutico que doou a urna funerária para sepultá-la. Eu não queria mais permanecer naquele lugar. Quando meu irmão voltou à Piracicaba eu vim com ele. Fiquei morando no Bairro da Paulista na casa de uma tia minha, Tia Alzira. Fiquei uns tempos na casa da Tia Maria na Rua Fernando de Souza Costa. O meu primo, já falecido, trabalhava na empresa Mirafer Produtos Siderúrgicos Ltda. Fui trabalhar ganhando 450 URV (Unidade Real de Valor) quando da implementação do Plano Real. Eu mandava um pouquinho para o meu pai e ficava com um pouquinho aqui. Meu irmão e eu alugamos uma casinha em uma vila de casas na Rua Ipiranga. Trouxemos o meu pai para cá, veio todo mundo! Meu pai arrumou emprego na Prefeitura Municipal para montar palco. Meu irmão tinha comprado um terreno, antigamente a Empresa Municipal de Desenvolvimento Habitacional de Piracicaba – EMDHAP financiava, não dava a casa. Ela financiava o terreno para fazer a moradia, meu irmão tinha feito esse financiamento. Fica no Bairro Mário Dedini. Meu irmão dividiu o terreno ao meio e deu a metade dos fundos para o meu pai. Meu pai passou a pegar todos os ferros que eram descartados nas construções, tinha uma senhora do Bairro do Godinho que tinha umas casas antigas, já sem condições de uso, ele ganhou os tijolos, madeira, telha. Assim com sobras de construções e material usado descartado ele construiu uma casa de oito cômodos, sendo quatro quartos.
Tudo com material já utilizado anteriormente?
Tudo com material usado!
Ao seu ver o brasileiro desperdiça muito material?
Joga muita coisa fora! Muita coisa! Meu pai
fez uma casa carregando coisas da rua! Ele só comprou o cimento e arrumou o
pedreiro! As janelas foram todas doadas. Morando com o meu pai trabalhei na Tofer Engenharia Comércio Indústria, trabalhei em uma empresa tercei rizada da
Belgo Mineira, Camargo Correa, em Piracicaba, na Boyes, foi na Boyes que
conheci a minha esposa Lenilda Ladislau dos Santos. Começamos a namorar em
1998. Tem uma passagem interessante, ela residia sozinha, em um pequeno quarto,
na Vila Rezende, um belo dia, ela estava trabalhando e cheguei na casa dela.
Abri a porta, tinha ido ao Mercado Municipal, enchi uma cestas de frutas
variadas e escolhidas, fiquei esperando-a, fingindo que estava dormindo. Até
hoje estamos casados, faz 20 anos! Casamos dia 26 de setembro de 1998. Temos
dois filhos: Liliane e Robson.
Quando o senhor começou
a trabalhar como encanador?
Na verdade
desde que eu cheguei aqui em Piracicaba eu já fazia “bico”. A caixinha que eu
usava com as ferramentas estava guardada até pouco tempo. Eu trabalhava na
empresa durante o dia e aos finais de semana fazia os “bicos”. Aprendi fazendo,
não gostava de ficar parado. A noite por dois anos fui garçom do “Banana Chopp”
ficava na Avenida Independência, próximo a Santa Casa o proprietário era o Seu
Dorival. Eu trabalhava até a meia noite, as seis horas da manhã já estava
trabalhando na empresa onde eu era empregado. Nos finais de semana quando não
estava trabalhando na empresa ia ajudar a servir o almoço. Graças a Deus sempre
lutei, de dia e de noite. Tem cliente que liga a meia-noite, coloco o carro na
estada e vou atender o cliente.
Hoje qual é a sua
especialidade profissional?
Na parte hidráulica. Há uma constante
inovação, é necessário estar sempre atento para as mudanças, estudo o produto,
reparos, qualidades, a internet é uma ferramenta muito útil para a constante
atualização técnica. Fiz curso no SENAI, Desenho Mecânico 1,2,3. Fiz curso de
eletricista, hidráulica, encanador, informática. Trabalho muito na parte
hidráulica.
E obra civil, construção, o senhor trabalha também?
Já fui empreiteiro de obras, tinha sete a
oito funcionários. Percebi que deveria trabalhar de outra forma, atualmente a
minha esposa cuida da loja São José Reparos, situada a Rua Brasílio Machado,
2658, WhatsApp 9 9639 7966, voltada à parte hidráulica e elétrica, e eu presto
serviços. Com isso consigo dar mais atenção aos meus clientes. É o que importa,
o cliente satisfeito. Meus filhos ajudam a administrar. Todos nós estamos
sempre em harmonia, e sempre aconselhamos um ao outro. Há um grande respeito
mútuo, entre o casal e os filhos. Muitas vezes acato o conselho de um deles,
que me fazem ver onde tenho que corrigir. Essa união nos fortalece.
A sua decisão em montar a loja e prestar serviços foi um bom caminho?
Está dando para pagar as contas, criar os
filhos.
E o seu envolvimento com a política?
Por três vezes já fui candidato a
vereador, a primeira vez fui candidato pelo PSB, junto com o Gustavo Hermann.
Tive 109 votos. A segunda vez saí pelo PRB, fiquei primeiro suplente do
vereador Paulo Henrique Paranhos Ribeiro, tive 461 votos, na terceira vez
fiz 287 votos.
O que o atrai para a política?
Eu penso que um político não é um
artista ou ator, ele é um funcionário eleito para prestar serviços para a
comunidade. Infelizmente existe em nosso país, políticos que usam maquiagem
para tirar fotografias em festas de aniversário! Eu consigo ser um vereador e
um encanador simultaneamente. Um vereador tem direito a ter pessoas para
trabalhar em seu gabinete, posso atende-lo em sua casa, trocar uma torneira,
cobrar pelo serviço prestado, e você reivindicar alguma coisa para a sua rua,
tenho como ligar no meu gabinete e fazer a minha assessoria entrar em contato
com o poder público e atender as suas necessidades públicas também.
A seu ver como está o nosso povo em
termos de informação política?
O povo está andando para onde o vento
sopra. O povo não pensa!
A televisão influencia muito?
A televisão mente
muito! Manipula demais! Hoje vemos campanha eleitoral onde alguns tem bastante
tempo de exposição, outros não tem. Para mim isso está errado! O tempo deveria
ser dividido de forma igual para todos. Tenho projetos para Piracicaba, estão
no endereço eletrônico do Google como Propostas de Ronderson Mineiro 10010
https://issuu.com/rondersonmineiro10010/docs/propostas_de_ronderson_mineiro_10010. Penso que se
caso um dia eu tiver o mérito e o povo me der a chance de ser um vereador,
criar a proibiçao de dormir e morar na rua. O poder público teria que oferecer
abrigo à esses moradores de rua.
Isso é um problema social
sério, nem sempre o morador de rua submete-se a regras mínimas estabelecidas
para a convivência em albergues.
Não quero maltratar os moradores de rua, mas
tirá-los dessa situação miserável, oferecendo qualificação, emprego, dignidade.
Eles merecem todo carinho, respeito e nosso zelo. Hoje tem morador de rua
conversando com outro colega pelo celular! Tem que haver um trabalho conjunto
com a população. Infelizmente há entidades que usam a caridade (distribuindo
alimentos, roupas) como peça de propaganda. O morador de rua , a meu ver,
deveria ter um lugar para ir, tomar um banho, sem que sejam impostas muitas
regras. Se da maneira que estamos fazendo não está dando resultado, vamos criar
outra forma de fazer. A Câmara é uma Casa de Leis. Para atender certas
situaçõeshá o Serviço Social do Municipio. Já usei a tribuna da Câmara de
Vereadores de Piracicaba umas três ou quatro vezes.
Você já teve algum
envolvimento com alguma entidade?
Fundei a Associação dos Desempregados. Recebíamos
por dia de 100 a 150 pessoas. O objetivo era captar vagas para pessoas
desempregadas. Encaminhar as pessoas gratuitamente. Se a pessoa arrumasse um
emprego e sentisse gratidão podia doar um pacote de folhas sulfite, para
fazermos curriculos. Cada um daria aquilo que desejasse. Se algum empresário
quisesse doar uma cesta básica para uma família que estivesse passando por
necessidade extrema, nós não recolheríamos a cesta, jamais. Indicaríamos a
família que estava passando fome alguém da empresa iria levar, poderíamos até
acompanhar.
Tem gente passando fome em
Piracicaba?
Vemos muitas pessoas irem buscar cestas básicas
nas igrejas. Acredito que tenha pessoas que passam fome em nossa cidade. Tem os
que passam fome e não pedem socorro. Se eu estiver passando fome eu grito:
tenho dois filhos, quero trabalho!
E as pessoas que pedem
dinheiro nos semáforos, qual seria a sua proposta?
Colocaria dois veículos, com
sinalização do tipo Giroflex, escrito “Combate a miséria” com duas pessoas boas
de diálogo, nada de repressão, ofender, bater. Parava no sinaleiro e abordava o
pedinte: “Nós combatemos esse serviço seu de pedir dinheiro em sinaleiro”. Se a
pessoa dissesse: “Ah! Mas eu estou desempregado!”. Receberia como resposta:
“Vamos lutar para arrumar-lhe um emprego, nem que seja para varrer rua”. O
sinaleiro iria esvaziar de pedintes.
Como é o mercado da mão de obra
de encanador?
A minha empresa é a “Mineiro
Encanador”, as vezes eu saio meia noite, uma hora da manhã, para atender
cliente. Atendo prédio, apartamento, presto serviços para bastante empresas,
desentupidora, tenho a Roto-Rooter para desentupir. Eu trabalho com reparos da
válvula Hydra. Uma grande dificuldade que temos é de trabalhar em local com
parquímetro. Não foi previsto um local onde possamos descarregar material,
escada.
Vocês fazem serviços fora de
Piracicaba?
Faço serviço em Rio das Pedras,
Saltinho, já fui fazer até em Jaú. Infelizmente, tem acontecido de bons
profissionais sofrerem a falta de serviço, porque muitos estão desempenhando
uma atividade que antes não faziam. As vezes nem estão preparados para atender
um serviço. As pequenas empresas não tem acesso a muitos órgãos públicos, mesmo
tendo condições de preço mais favoráveis. Grandes empresas de fora da cidade
levam vantagem em decorrência das exigências burocráticas.
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